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Epicuro pronto

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS – CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO 
Filosofia: Razão e Modernidade
Profa. Simone Von Rondom
EPICURO “A SABEDORIA HEDONISTA”
NATÁLIA ASSIS DE LIMA
Belo Horizonte - Minas Gerais
2018
Em que sentido é preciso dar-se conta das diferenças dentre nossos desejos?
No sentido de ter cuidado com a concepção que se tem de desejos necessários e não necessários, entretanto, não significa que em todas as ocasiões deve-se privar dos prazeres satisfazendo os desejos que não são naturais, ou os que não são necessários, nem induz à escolha sistemática os desejos artificiais difíceis de satisfazer. No texto diz: “É apenas preciso adquirir o hábito de viver de modo simples e pouco custosos, não por recusa sistemática dos prazeres refinados e raros que podem nos acontecer, mas para não ser escravo do evento que se nos oferece. ” Ou seja, não é necessário subordinar a felicidade à posse de bens e aos prazeres refinados que podem faltar, porque dependem de circunstancias acidentais. 
Como se define a felicidade? A felicidade se confunde com o prazer? (Mostre, segundo o texto, que a felicidade não consiste em gozar de todos os prazeres em todas as circunstâncias).
A felicidade, de acordo com o texto, está em satisfazer nossos desejos, não tendo o ser vivo mais necessidade de se encaminhar em direção a alguma coisa que lhe falte, nem de buscar outra coisa para perfazer o bem-estar da alma e do corpo. Entretanto, ela é confundida com o prazer, porque é através de prazeres cultivados com moderação e sabedoria que se alcança a felicidade, mas nem todo prazer é digno de ser desejado, podendo então, trazer dor e sofrimento. Ou seja, tudo depende da forma que nós gozamos do prazer, é dele que partimos para determinar o que é preciso escolher e o que é preciso evitar. De modo semelhante, diz no texto que todo prazer é um bem, mas nem todo prazer deve ser buscado, e toda dor é um mal, mas nem toda dor deve ser evitada a qualquer preço.
Por que é preciso saber bastar-se a si mesmo? Se a perturbação da alma é o sentimento do que nos falta, pode-se medir objetivamente o que nos falta? Onde está, então, a fonte de contentamento?
É preciso bastar-se a si mesmo porque se não possuirmos muito, sabermos nos contentar com pouco, bem convencidos que os que gozam mais de opulência são os que menos necessidade têm dela. E assim, ser capaz de gozar da felicidade sem temer os golpes da sorte. Sim, a fonte está no prazer e devemos buscar apenas o que é necessário para o suprimento dessa falta, somos capazes de nos contentar com o básico. O prazer que temos em vista é caracterizado pela ausência de sofrimentos corporais e de perturbações da alma. 
Por que Epicuro toma o cuidado de mostrar que a regra da busca do prazer não deve ser confundida com a incitação à devassidão?
Porque muitas pessoas entendem como prazeres, aquilo que as podem trazer sofrimentos ou a desejos artificiais difíceis de satisfazer, sejam da alma ou corporais, como mesas suntuosas, bebedeiras e orgias contínuas. E Epicuro queria mostrar a busca do prazer como aquilo que é necessário para suprimir as necessidades básicas do ser humano e, também, reconhecer o que é preciso fazer e o que é preciso evitar.

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