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Texto roteiro da aula sobre Felicidade para primeira etapa da disciplina Filosofia 3 e para resolução da atividade. Para uma retomada dos estudos, nos aproximaremos do estudo que os filósofos fizeram da Felicidade. A Filosofia é vista como algo distante, “abstrato”, como algo que não tem relação com nossa vida cotidiana. Mas este tema ajudará na compreensão de como filosofar é também algo prazeroso, que está mais próximo do nosso dia a dia do que costumamos imaginar. O que é felicidade? Ela existe ou é a pretensão ilusória de converter um instante de alegria em eternidade? Ou ainda, poderia a felicidade ser causa de infelicidade e tristeza, quando, por exemplo, são produzidos modelos de vida propagandeados como a perfeita forma de viver e a pessoa sofre por não corresponder com o modelo, ou luta para se adaptar e alcançar um modelo que na verdade não lhe trará felicidade definitiva? Um corpo sarado, um corte de cabelo, um parceiro amoroso com determinadas características, dinheiro, carro do ano, família unida, cirurgia plástica, enfim, você já deve ter ouvido estes itens e mais ainda, não é verdade? Mas será que sabemos o que é felicidade? Vamos acompanhar algumas definições de felicidade feitas por filósofos na tentativa de aprofundar a compreensão de um tema que é um dos mais importantes para a nossa vida, afinal, não nos importa viver de qualquer jeito, mas do melhor jeito, sendo felizes. O filme: Sociedade dos poetas mortos nos mostra jovens buscando “aproveitar a vida”. Porém aproveitar a vida não de qualquer jeito, mas tentando aproveitar uma frase antiga em latim que seu professor de literatura lhes ensinou: carpe diem. Essa frase é um trecho de um poema do famoso poeta Horácio. Em sua ode 1.11 ele escreveu: Não interrogues, não é lícito saber a mim ou a ti que fim os deuses darão, Leucônoe. Nem tentes os cálculos babilônicos. Antes aceitar o que for, quer muitos invernos nos conceda Júpiter, quer este último apenas, que ora despedaça o mar Tirreno contra as pedras vulcânicas. Sábia, decanta os vinhos, e para um breve espaço de tempo poda a esperança longa. Enquanto conversamos terá fugido despeitada a hora: colhe o dia, minimamente crédula no porvir (carpe diem quam minimum crédula posterum) No filme eles pretendiam viver plenamente, sem medo, sem covardia, sem submissão a hábitos, ordens ou regras sem sentido, cujo único objetivo era manter a obediência a qualquer custo mesmo a tradições caducas, que tolhiam a expressão das pessoas ou a liberdade de escolha dos jovens. Aqueles jovens se dispuseram a aproveitar o momento, aproveitar o dia antes que a morte chegue. A postura deles levou a um confronto com a direção da escola que terminou por expulsar o pretenso causador do suicídio de um aluno, o professor de literatura. O filme nos dá um aviso importante sobre como ao mesmo tempo que cuidamos de afazeres e responsabilidades, devemos também desfrutar do que nos é oportunizado viver: amar, ter amigos, sentir a vida… Estariam esses jovens, de alguma forma, próximos do que algum filósofo pensou? A postura deles teria alguma coisa a ver com a Filosofia? Vamos estudar um pouco como a Filosofia aborda esse tema. A Filosofia, disciplina que possui diversas definições, se ocupa de diversos objetos, como o amor, a dor, o bem e o mal, a morte, a felicidade, temas que nos tocam muito de perto e dificilmente deixamos de pensar sobre eles por várias vezes durante nossa existência. Porém a Filosofia aborda tais temas de maneira profunda e radical, ou seja, com mais rigor na investigação, evitando contradições, ambiguidades, afirmações superficiais, etc. Acompanhemos a seguinte situação como referência para as investigações a seguir sobre felicidade. Situação problema: O médico e o índio. Após nadarem e se refrescarem o médico e o índio sentam- se para descansar e apreciar a paisagem à sua volta e travam o seguinte diálogo: - Você é feliz Rupawe? - Sim – respondeu prontamente o índio. - E você sabe o que é felicidade? - Não. A experiência filosófica: estranhamento e o questionamento. O estranhamento é um primeiro passo da experiência filosófica, é uma espécie de quebra ou interrupção no fluir normal de sua vida. Nosso cotidiano, por ter um caráter repetitivo, nos induz a uma postura automática nos afazeres, achamos tudo que repetimos normal, trivial, como se tudo fosse da maneira que tem sido. Acordar, tomar café, ir para o trabalho, tomar conta da casa, ir para escola, as coisas que vemos pelo caminho, pela constância e repetição achamos tudo normal. Porém pode ocorrer de algo nos chamar a atenção de uma maneira especial, até nos causando um tipo de angústia ou melancolia. Vemos exemplificado isso na história do médico e do índio. O médico, através de um distanciamento em relação a sua vida na cidade durante sua estadia com os índios, teve uma dúvida sobre o que significa felicidade. Talvez por uma comparação entre os bons momentos de vivência com os índios e aquela sua vida na cidade. Ele estaria duvidando se sua vida na cidade lhe proporcionaria verdadeira felicidade diante de suas novas experiências? Temos então o segundo passo da experiência filosófica: após viver o estranhamento a pessoa inicia ou pode iniciar um processo de questionamento (interno e externo) sobre aquilo que lhe chamou a atenção. Outro elemento presente no diálogo entre o índio e o médico consiste na abrangência das perguntas: a primeira tem um enfoque particular (“você é feliz? ”), cuja resposta diz respeito somente a esse indivíduo. A segunda pergunta, porém (“o que é felicidade? ”), tem um enfoque geral ou universal, pois sua resposta deve valer para todos os seres humanos. Tal pergunta corresponde a uma busca por definição. Podemos dizer que a filosofia, além de fazer perguntas busca por um tipo de resposta, a definição. Falaremos disso a seguir. RESPOSTA FILOSÓFICA Após uma reflexão serena e profunda, o filósofo elabora um discurso, ou seja, a enunciação de um raciocínio, no qual as ideias deverão estar ordenadas de maneira lógica na busca de uma solução para a questão, ou seja, diante de uma pergunta, que também é um problema ou dificuldade, o filósofo busca uma resposta que seja o máximo possível livre de ambiguidades, contradições, e seja o mais abrangente possível, tentando superar preconceitos e limites a que o pensamento humano está sujeito e muitas vezes não percebe. Podemos dizer que essa resposta, que busca uma validade para todos os casos ou pessoas, tem o caráter universal. Em síntese, podemos concluir que filosofar não é pensar de qualquer maneira, embora todos possamos ser acometidos pelas perguntas filosóficas, de maneira que as respostas filosóficas pretendem falar com todos nós. Um outro importante elemento presente na conversa entre o médico e o índio é a ironia. Ironia aqui tem o sentido de uso de palavras ou situações contraditórias, com efeito crítico ou humorístico. A ironia está presente nas respostas do índio que logo após responder ser feliz, responde não saber o que é felicidade. Neste caso nos deparamos com uma situação irônica, que é a mesma que vivemos em muitos momentos de nossas vidas achando que sabemos o que não sabemos. A felicidade para os filósofos. A investigação sobre o que seja a felicidade traz consigo uma série de outras perguntas, como: - Se o que nos move é, em última instância, o desejo de ser feliz, mas nem todo ato traz felicidade, como alcançar nosso objetivo de ser feliz? - Considerando a fragilidade e a vulnerabilidade humanas, como devemos agir para levar uma vida feliz ou, pelo menos, não infeliz? - Quais são as fontes da felicidade? Fontes de felicidade Historicamente e de acordo com textos antigos os elementos mais desejados e perseguidos pelas pessoas durante a Antiguidade, e certamente aindaem nossos, dias eram: Bens materiais e riqueza Status social, poder e glória Prazeres da mesa e da cama Saúde Amor e amizade Costuma-se muitas vezes ver a falta ou carência de um desses itens como a causa da infelicidade de alguém. Porém, não é raro ver pessoas que desfrutam de tudo isso e ainda assim não se sentem felizes. Como explicar isso? Dependerá a felicidade de outros fatores ainda mais essenciais? Varia de pessoa para pessoa? Podemos observar que a lista acima contém em sua maioria fatores predominantemente materiais e externos que afetam a vida de um indivíduo, como bens, reconhecimento social. As circunstâncias internas, sua vida interior ou a coletividade em que vive esse indivíduo não contariam tanto. Os filósofos, diferindo dessa tendência geral que podemos ver nas pessoas, propõem mais caminhos comportamentais e intelectuais (ou espirituais) para a obtenção da felicidade verdadeira. Alguns deles também empregaram uma perspectiva menos individualista, concebendo a felicidade como um resultado de um processo coletivo, pois só seria alcançável em conjunto com a comunidade. Vamos ver exemplos de pensamentos de filósofos sobre felicidade. Acompanhemos alguns pontos das filosofias de Platão e Epicuro, para delimitar nossa investigação, já que praticamente todos os filósofos se detiveram sobre esse tema. Platão (427- 347 a.C.) viveu um período de decadência da democracia grega, viu como o desregramento ou falta de domínio próprio de uma pessoa poderia conduzir uma cidade inteira à ruína, pois mesmo uma pessoa sendo muito inteligente, uma falta de harmonia entre seus desejos, o desejo a qualquer custo de glória e honrarias, desencaminha suas ações podendo levar outras pessoas consigo. Também viu a condenação de seu mestre Sócrates à morte, mesmo Sócrates sendo um homem sábio e justo. Diante disso procurou, com sua filosofia, encontrar um caminho para construção de uma sociedade equilibrada e menos sujeita ao que os gregos designavam hybris, que é um conceito grego que pode ser entendido como tudo aquilo que passa da medida, exagero. Por outro lado, oposta à hybris (exagero) os gregos buscavam a sophrosýne (temperança), que significa o regramento dos desejos. Mas e Platão? Como exatamente sua filosofia via a felicidade? Em grego utilizava-se o termo eudaimonia para felicidade, sendo que eu=bem, daimón=espírito, donde o significado de boa ordem do espírito. Além disso temos que entender a forma que Platão via a alma (psychè). Para ele a alma está dividida em três partes. A dimensão lógica ou racional, localizada na região da cabeça, a irascível, localizada na região do peito, e a concupiscível, localizada no baixo ventre e associada aos prazeres. Para Platão a pessoa feliz (que possuía eudaimonia) era aquela que possuía virtude, ou seja, que cada parte da sua alma (psychè) possuía sua excelência: a parte racional era sábia, a parte irascível era corajosa e a parte concupiscível era temperante, moderada. O conjunto das três partes da alma (psychè) com suas virtudes correspondentes formavam o homem justo, o que equivale a uma pessoa feliz, que possui eudaimonia. Porém, este breve resumo da ordem que produz uma alma feliz precisa ser complementado pela necessidade da mesma ordem na cidade. Para Platão cada segmento da cidade deve possuir sua virtude específica: os artesãos devem ser temperantes e realizar suas tarefas; os guerreiros devem ser corajosos; os governantes devem ser sábios. Ou seja, para Platão a cidade era um reflexo das almas de seus cidadãos, de maneira que seus cidadãos só poderão ser felizes se a cidade for bem ordenada e a cidade só poderá ser bem ordenada se os seus cidadãos forem também bem ordenados. Ser bem ordenado significa possuir as virtudes específicas de cada parte da alma ou da cidade. Esse sistema complexo elaborado por Platão considera que ser justo ou a justiça só é possível em uma sociedade em que os cidadãos são justos, ao mesmo tempo que só é possível cidadãos justos em uma sociedade justa. Em seu tempo havia diversos tipos de corrupção, entre elas a inveja e ódio de alguns cidadãos condenaram Sócrates à morte, mesmo ele não incorrendo em crimes ou atentando contra os costumes da época, mas tão somente por investigar as pessoas e questioná-las. Em nossos dias questões semelhantes podem ser colocadas. Pode alguém preservar os preceitos morais quando precisa comer, mas não tem como obter emprego, consequentemente como comprar comida ou manter uma vida digna? Não é a injustiça social que coloca muitas pessoas em dilemas sobre seguir ou não os preceitos morais? Um preceito moral que se opõe à vida deve ser respeitado? Deve ser considerado ainda moral algo que cria obstáculos para a vida, ou estabelece regras injustas, como altos salários a determinadas profissões ou posições de poder e baixíssimos salários para outros trabalhadores? É possível sermos felizes convivendo com nossos semelhantes vivendo em condições degradantes? Epicuro (341-271): o caminho do prazer. Epicuro viveu uma época diferente daquela de Platão. Apesar de também ser grego, viveu numa época em que a Grécia perdeu sua autonomia política e estava sob o domínio dos macedônios. Com certeza você já ouviu falar de Alexandre, o Grande. Pois ele continuou o que seu pai, Felipe da Macedônia, começou, o domínio do mundo grego e a expansão do seu império até o oriente. Esse período é chamado de Helenístico, nele houve uma interpenetração de várias culturas, principalmente persa, grega e egípcia. Por que falar dessa perda de autonomia das cidades gregas? Pelo fato de que, em razão desse novo contexto político, o conhecimento deixa de ser preparação para a atividade política (como era em Platão), passando a se ocupar do aprimoramento interior do homem. A filosofia de Epicuro buscava o autodomínio do espírito, que por sua vez pressupunha a libertação de equívocos e infundadas crenças aterrorizadoras, o que só pode ser conquistado pelo alcance do conhecimento verdadeiro e seguro da realidade e da posição do homem dentro dela. Dessa forma a filosofia possui três partes que se articulam: em primeiro lugar a Lógica, que permitiria distinguir o conhecimento verdadeiro; em segundo lugar, a partir de uma base indicada pela Lógica, uma Física que mostrasse a verdadeira estrutura da realidade em que se insere o homem; essas duas disciplinas são preliminares às descobertas da última disciplina ou parte da Filosofia, a Ética, que seria o objetivo último da Filosofia e seria capaz de abrir as portas da felicidade. A verdadeira sabedoria. Sem nos aprofundar nas premissas da Filosofia de Epicuro para suas conclusões, avancemos para suas formulações éticas. Epicuro, seguindo o materialismo de dois filósofos que lhe precederam, Leucipo e Demócrito, pretende libertar os homens de dois temores que são obstáculos para o alcance da felicidade: o medo dos deuses e o medo da morte. Segundo ele os deuses existem, mas são perfeitos e não se misturam às imperfeições e vicissitudes da vida humana, não esperam adoração servil, temerosa e interesseira, pois desconhecem o mundo imperfeito dos homens e não atuam sobre ele. São no máximo objeto de imitação por sua perfeição suprema para os sábios, assim como objeto de culto desinteressado. Quanto à morte, Epicuro dizia que não deveríamos temer sua chegada que constituiria somente a dissolução dos átomos que são o corpo e a alma. O temor da morte seria uma espécie de pensamento ilusório, pois enquanto estamos vivos ela não existe, e o homem já não existe mais quando ela chega. Porém, além do temor da morte e dos deuses ainda é necessária a libertação da ânsia incontrolada de prazeres e do incontido pesar pelas dores. O que propõe Epicuro? Ou o Hedonismo Epicurista. Em grego a palavra que designa prazeré hedoné, portanto hedonismo designa a doutrina que aponta no prazer o bem e na procura do prazer o fim ou finalidade da vida do homem. Porém o que o hedonismo de Epicuro considera prazer não equivale ao prazer imediato, como veremos. O homem, enquanto ser natural, pauta sua vida pela procura do prazer e pela fuga da dor. Mas a verdadeira sabedoria não consiste em ser movido pela imediatez, buscando qualquer prazer que se apresente nem fugindo de todas as dores. Para Epicuro sábio é reconhecer que há diversos tipos de prazer, para saber dosá-los. É necessário, portanto, fazer um cálculo das dores e prazeres, sabendo qual escolher e qual rejeitar, ou aprender a dosá-los. A finalidade desse cálculo de prazeres e dores é alcançar o “prazer do repouso” constituído pela ataraxia (ausência de perturbação) e pela aponia (ausência de dor). O alcance desse objetivo é obtido através do autodomínio, uma espécie de autossuficiência que o torne um ser que tem em si mesmo sua própria lei, um ser autárquico, capaz de ser feliz e sereno independente das circunstâncias. Isso pode ser feito utilizando a liberdade interior para escapar das dores imediatas seja através da lembrança de prazeres passados ou pela antecipação de futuros prazeres, uma espécie de técnica interior de fuga da dor. O próprio Epicuro deu exemplo no uso dessas recomendações. Ele era um homem doente e vítima de terríveis sofrimentos físicos, um grego sem liberdade política, entretanto se apresentava sempre um homem amável que despertou uma grande admiração de seus seguidores. Ele exerceu influência não somente pelo ensino direto, mas pela sua personalidade, um homem bondoso e amável, que apesar do grande sofrimento imposto por uma doença que lhe paralisava pouco a pouco, cultivou a amizade, auxiliou os irmãos e tratava os escravos com delicadeza e amabilidade. Todos que o conheciam não queriam abrir mão de sua convivência. Epicuro dava aulas, ou melhor, filosofava com seus amigos em um jardim, por isso também é conhecido como filósofo do jardim. Epicuro classificou os prazeres em três tipos: Naturais e necessários – como os desejos de comer, beber e dormir; Naturais e desnecessários – como os desejos de comer alimentos refinados, tomar bebidas especiais e caras e dormir em lençóis luxuosos, etc.; Não naturais e desnecessários – como os desejos de fama e poder. Textos complementares. “Nunca se protele o filosofar quando se é jovem, nem canse o fazê-lo quando se é velho, pois ninguém é jamais pouco maduro nem demasiado maduro para conquistar a saúde da alma. E quem diz que a hora de filosofar ainda não chegou ou já passou, assemelha-se ao que diz que ainda não chegou ou já passou a hora de ser feliz. ” Epicuro, Epístola a Meneceu, 122. “E como o prazer é o primeiro e inato bem, é igualmente por este motivo que não escolhemos qualquer prazer; antes pomos de lado muitos prazeres quando, como resultado deles, sofremos maiores pesares; e igualmente preferimos muitas dores aos prazeres quando, depois de longamente havermos suportado as dores, gozamos prazeres maiores. Por conseguinte, cada um dos prazeres possui por natureza um bem próprio, mas não deve escolher-se cada um deles; do mesmo modo cada dor é um mal, mas nem sempre se deve evitá-las. Convém, então, valorizar todas as coisas de acordo com a medida e o critério dos benefícios e dos prejuízos, pois que, segundo as ocasiões, o bem nos produz o mal e, em troca, o mal, o bem. ” (Epicuro. Antologia de textos. Coleção os Pensadores, p.17.) Atividade de Filosofia. 1. Lendo o texto abaixo, de autoria anônima, que regra para o bem viver está contida como sua mensagem? Você não é obrigado a nada. Você não precisa casar, nem ter filhos, se nunca desejou. Nem fazer compras em Miami. Não precisa ter aquela bolsa marrom, não precisa ter carro, nem amar bicicletas, não precisa meditar. Só precisa ter cachorro se quiser. Entender de vinho: não precisa. Barco, casa no campo, Rolex, ereção toda vez, cozinha gourmet, perfil no Instagram... Não precisa. Você não é obrigado a gostar de carnaval, nem de samba, nem de forró, nem de jazz. Você não é obrigado a ser extrovertido. Não precisa gostar de praia. Nem de sexo você é obrigado a gostar. Balada, barzinho, cinema. Missa no domingo. Reunião de família. Não, você não é um ET se não estiver afim. Acordar cedo, fazer exercício, conhecer os clássicos, assistir os filmes do Oscar, a banda de garagem que ninguém conhece. Você também não precisa conhecer. Paris, Nova York, Londres... Gosta muito de viajar? Não? Então não vá! Tá sem namorado? Alguém vai dizer que você não é feliz por isso. E é mentira. Seu cabelo não precisa ser alisado. Nem você vai ser muito mais feliz se for magro ou magra. Também não precisa gostar de comer. Peça curinga no guarda roupa, perfume francês, dentadura perfeita, curriculum vitae, escapulário. Sucesso. Não, você não precisa dele. Se for pra ser obrigado, nem feliz você precisa ser. 2. Você acredita que se desenvolvesse o autocontrole e apenas desejasse o que é natural e necessário, sofreria menos ou seria mais feliz? Justifique sua resposta. 3. Faça uma crítica de algum modelo de vida feliz com o qual você já tenha se deparado seja na televisão ou em qualquer meio de comunicação, justificando porque você acha que ele é ilusório ou impraticável. 4. A partir do que foi estudado, como a concepção de Platão poderia nos ajudar em nossos dias?
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