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Introdução à Sociologia e Transformações Sociais

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Ciências Sociais
Professora conteudista: Josefa Alexandrina Silva
Ciências Sociais
Unidade I
1 INTRODUÇÃO AO PENSAMENTO CIENTÍFICO SOBRE O SOCIAL ......................................................4
1.1 As origens do pensamento científico sobre o social .................................................................4
1.2 A sociologia pré-científica ...................................................................................................................6
1.3 O pensamento científico sobre o social .........................................................................................8
2 TRANSFORMAÇÕES SOCIAIS DO SÉCULO XVIII ................................................................................... 10
2.1 Revoluções burguesas ........................................................................................................................ 10
2.1.1 Revolução Francesa ............................................................................................................................... 10
2.1.2 Revolução Industrial ...............................................................................................................................11
3 AS PRINCIPAIS CONTRIBUIÇÕES DO PENSAMENTO SOCIOLÓGICO CLÁSSICO ...................... 13
3.1 Émile Durkheim e o pensamento positivista ............................................................................ 13
3.1.1 A relação indivíduo x sociedade ....................................................................................................... 14
3.1.2 Os fatos sociais e a consciência coletiva ....................................................................................... 15
3.1.3 Solidariedade mecânica e orgânica ................................................................................................. 16
3.2 Karl Marx e o materialismo histórico e dialético .................................................................... 17
3.2.1 Classes sociais ........................................................................................................................................... 18
3.2.2 Ideologia e alienação ............................................................................................................................ 18
3.2.3 Salário, valor, lucro, mais-valia ......................................................................................................... 19
3.2.4 A amplitude da contribuição de Karl Marx .................................................................................. 20
3.3 Max Weber e a busca das conexões de sentido ....................................................................... 20
3.3.1 Ação social e tipo ideal ......................................................................................................................... 21
3.3.2 A tarefa do cientista .............................................................................................................................. 22
3.3.3 A ética protestante e o espírito do capitalismo ......................................................................... 22
3.3.4 Teoria da burocracia e os tipos de dominação ........................................................................... 23
Unidade II
4 A FORMAÇÃO DA SOCIEDADE CAPITALISTA NO BRASIL ................................................................. 26
4.1 Industrialização e formação da sociedade de classes ........................................................... 26
4.2 O capitalismo dependente ................................................................................................................ 27
5 GLOBALIZAÇÃO E SUAS CONSEQUÊNCIAS ........................................................................................... 28
5.1 A globalização comercial e financeira ......................................................................................... 28
5.2 Retrocesso do poder sindical ........................................................................................................... 29
5.3 As novas tecnologias .......................................................................................................................... 30
5.4 A globalização cultural ...................................................................................................................... 30
Sumário
6 TRANSFORMAÇÕES DO TRABALHO ......................................................................................................... 32
6.1 O processo de precarização do trabalho ..................................................................................... 32
6.2 Desemprego estrutural e informalidade ..................................................................................... 33
7 POLÍTICA E RELAÇÕES DE PODER: PARTICIPAÇÃO POLÍTICA E DIREITOS DO CIDADÃO ..... 34
7.1 Política, poder e Estado ..................................................................................................................... 34
7.2 Democracia e cidadania .................................................................................................................... 35
7.3 Participação política ............................................................................................................................ 35
8 QUESTÕES URBANAS ..................................................................................................................................... 36
8.1 A cidade e seus problemas ............................................................................................................... 36
8.2 Violência urbana ................................................................................................................................... 37
9 MOVIMENTOS SOCIAIS ................................................................................................................................. 37
9.1 A sociedade em movimento ............................................................................................................ 37
9.2 Movimentos da sociedade em rede .............................................................................................. 39
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CIÊNCIAS SOCIAIS
Apresentação da disciplina
Prezados alunos
O objetivo deste texto é fornecer aos alunos do SEPI material 
de apoio para o acompanhamento da disciplina Ciências Sociais. 
A primeira questão a explicitar é: qual o sentido do aprendizado 
das ciências sociais na formação universitária?
As ciências sociais se definem a partir da possibilidade de o 
homem contemporâneo compreender a realidade social na qual 
vive a partir de uma perspectiva científica.
A seguir, citamos a definição de três autores.1
A sociologia, como ciência, segundo Mills (1965), é um 
conhecimento capaz de conduzir o homem comum a 
compreender os nexos que ligam sua vida individual 
aos processos sociais mais gerais. Como o homem 
comum não tem consciência da complexidade da 
realidade social, o autor afirma que a superação dessa 
condição de alienação se dá com o desenvolvimento do 
que chama “imaginação sociológica”, que possibilita 
“usar a informação e desenvolver a razão”.
Ianni (1988) afirma que o mundo depende da 
sociologia para ser explicado, para ser compreendido, 
e que sem a sociologia talvez o mundo seria mais 
confuso e incógnito. A sociologia atuaria, assim, como 
“autoconsciência” da sociedade.
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1www.sbsociologia.com.br/congresso
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Unidade I
Outro autor que se volta para refletir sobre o sentido 
da sociologia, Giddens (2001), atribui a essa ciência 
um papel central para a compreensão das forças 
sociais que vêm transformando nossas vidas. Para 
ele, a vida social tornou-se episódica, fragmentária e 
marcada por incertezas, para cujo entendimento deve 
contribuir o pensamento sociológico.
Todos nós vivemos em sociedade e, pela nossa condição 
humana, somos capazes de elaborar uma visão do mundo, 
formular hipóteses e opiniões sobre os eventos sociais. Mas isso 
ainda não é ciência. O que vai caracterizar a reflexão científica 
sobre o social é a utilização de métodos adequados de análise, 
de formulação de teorias.
Iniciamos nosso curso discutindo o processo de 
formação de um pensamento científico sobre o mundo 
social. Mas, afinal, o que se estuda nessa disciplina? Vamos 
procurar conhecer, sob a perspectiva científica, a sociedade 
capitalista na qual estamos todos imersos. Para tanto, é 
necessário refletir sobre os fundamentos desse modelo de 
organização social que se desenvolveu na Europa a partir 
do século XV.
Num segundo momento, vamos discutir rapidamente 
um conjunto de transformações sociais ocorridas na 
Europa, no século XVIII, que conduziu o sistema capitalista 
(nosso objeto de estudo) a se afirmar como hegemônico no 
mundo.
Em seguida, vamos discorrer sobre as principais contribuições 
de autores clássicos da sociologia. O objetivo desse item é 
refletirmos conjuntamente sobre a pertinência das análises 
desses autores para a compreensão do mundo atual.
Não podemos deixar de discutir a sociedade brasileira, 
por isso vamos abordar como se deu a inserção do Brasil 
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CIÊNCIAS SOCIAIS
no sistema capitalista: a industrialização, a urbanização, 
procurando compreender de que maneira criamos um 
sistema econômico dependente de recursos e tecnologia 
externos.
De posse de referências mais consistentes sobre o sistema 
capitalista, vamos nos voltar para a compreensão da sociedade 
atual. Discutiremos o que é globalização, o impacto das novas 
tecnologias e, em seguida, analisaremos as transformações que 
têm conduzido aos processos de precarização do trabalho, do 
desemprego e da informalidade.
É usual encontrarmos pessoas simples que atribuem todas 
as mazelas de sua existência ao governo e “aos políticos”. Como 
queremos fugir do senso comum, vamos refletir: afinal, o que 
é política? Poder? Qual o papel do Estado? É importante a 
participação política?
Dedicaremos os últimos tópicos do nosso curso para 
discutir as questões urbanas. Sabemos, hoje, que a maior parte 
da população brasileira vive em áreas urbanas com inúmeros 
problemas, como a questão ambiental e a violência. Não 
podemos deixar de discutir sob uma perspectiva científica esses 
problemas.
Por fim, vamos tratar dos movimentos sociais, pois a 
vida em sociedade é extremamente dinâmica e marcada por 
lutas constantes de grupos sociais que defendem interesses 
específicos.
No final, espera-se que vocês, alunos, tenham desenvolvido 
um olhar mais crítico sobre a sociedade, o que, com certeza, 
contribuirá para seu aprimoramento profissional.
Bons estudos !
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Unidade I
1 INTRODUÇÃO AO PENSAMENTO CIENTÍFICO 
SOBRE O SOCIAL
1.1 As origens do pensamento científico sobre 
o social
Desde que o ser humano desenvolveu a capacidade de 
pensar, busca explicações para os fenômenos que o circundam. 
A partir dessa preocupação básica, o homem torna-se produtor 
de conhecimento sobre o mundo. Num primeiro momento, 
as explicações sobre o funcionamento da natureza e da vida 
humana são dadas a partir de mitos, depois se cria a religião, a 
filosofia e a ciência.
O conhecimento mítico manifesta-se através de um conjunto 
de histórias, lendas, crenças. Os mitos carregam mensagens que 
traduzem os costumes de um povo e constituem um discurso 
explicativo da vida social. O mito explica-se pela fé, sem a 
necessidade de comprovação.
Segundo Meksenas, (1993, p. 39), “o mito fez com que o ser 
humano procurasse entender o mundo através do sentimento e 
da busca da ordem das coisas”.
À medida que o homem desenvolve sua consciência, 
sente necessidade de descobrir as leis que regem o mundo 
e procura entendê-lo de um modo racional. Enquanto o 
mito, através de histórias, contribui para o homem aceitar 
o mundo, a filosofia ajuda a compreender o porquê das 
coisas.
O conhecimento filosófico também é valorativo, mas 
se apoia na formulação de hipóteses, é pautado na razão e 
tem como finalidade buscar uma representação coerente da 
realidade estudada. Como afirma Lakatos, (2006, p. 19), “o 
conhecimento filosófico é caracterizado pelo esforço da razão 
pura para questionar os problemas humanos e poder discernir 
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CIÊNCIAS SOCIAIS
entre o certo e o errado, unicamente recorrendo às luzes da 
razão humana”.
A importância da civilização grega (300 a.C.) para a história 
da humanidade foi o nascimento da filosofia nessa civilização. 
Para aprofundar os estudos, vale a pena a leitura de autores 
como Platão e Aristóteles.
Como afirmava Sócrates, “não existe no mundo 
conhecimento pronto, acabado, e se desejamos chegar à raiz 
do conhecimento, devemos – em primeiro lugar – criticar o 
que já conhecemos”. 2
O conhecimento religioso apoia-se em doutrinas valorativas3 
e suas verdades são consideradas indiscutíveis. É um tipo de 
conhecimento que não se apoia na razão e na experimentação, 
mas na fé da revelação divina.
O conhecimento religioso impôs-se como conhecimento 
dominante no mundo ocidental durante o período medieval. 
O cristianismo impediu o desenvolvimento de outras formas 
de conhecer a realidade e se constituiu num saber “todo 
poderoso”, que justificava o poder de uma instituição: a 
Igreja Católica.
As transformações que ocorreram no mundo a partir do 
século XVI, com as grandes navegações e a internacionalização 
do comércio, são acompanhadas pela crítica ao poder 
eclesiástico para explicar a realidade.
Com a desagregação do mundo feudal, é conferida ao 
saber científico uma importância única: a necessidade histórica 
de formular um saber que permita estabelecer um critério de 
verdade funcional.
A razão, ou a capacidade racional do homem de conhecer, é 
definida como elemento essencial que se colocaria frontalmente 
2 Citado por Meksenas, 1993.
3 O termo “valorativo” é empregado aqui com o sentido de emitir 
juízo de valor.
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Unidade I
contra o dogmatismo e a autoridade eclesial, criando-se uma 
nova atitude diante da possibilidade de explicar os fatos sociais. 
(Costa, 2005, p. 29)
O conhecimento científico pauta-se na realidade concreta, é 
baseado na experimentação e não apenas na razão. É um saber 
que possui uma ordenação lógica e busca constantemente se 
repensar. A característica elementar do pensamento científico é 
a busca constante da verdade por meio do desenvolvimento de 
métodos de análise.
Portanto, mito, religião, filosofia e ciência são formas de 
conhecimento produzidas pelo ser humano. O sentido da busca 
de conhecimento é chegar à verdade.
O compromisso da universidade é com o conhecimento 
científico. Portanto, foge a nossos objetivos discutir os 
problemas sociais com base no pensamento religioso ou no 
senso comum.
1.2 A sociologia pré-científica
O termo “sociologia pré-científica” foi emprestado da 
professora Cristina Costa, que se refere ao pensamento social 
anterior ao desenvolvimento da sociologia como ciência. Trata-
se do pensamento filosófico que se desenvolveu a partir do 
Renascimento e se estende até o Iluminismo.4
Nesta unidade, vamos citar a contribuição de alguns 
filósofos para a compreensão das transformações sociais 
que culminaram no desenvolvimento do capitalismo, que 
pretendemos analisar no decorrer deste curso.
A partir do século XV, significativas mudanças ocorrem na 
Europa. Começa uma nova era para a organização do trabalho, 
o conhecimento humano sofre modificações. O ser humano 
deixa de apenas explicar ou questionar racionalmente a 
Ponto de reflexão:
Qual a diferença entre conhecimento 
mítico, filosófico e científico?
Por que a universidade é o espaço do 
pensamento científico?
4 Movimento filosófico do século XVIII, que partia da convicção de 
ser a razão fonte de conhecimento. 
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CIÊNCIAS SOCIAIS
natureza para se preocupar com a questão de como utilizá-la 
melhor. Essa nova forma de conhecimento da natureza 
e da sociedade, na qual a experimentação e a observação 
são fundamentais, aparece nesse momento, representada 
pelo pensamento de Maquiavel (1469-1527), Galileu Galilei 
(1564-1642), Francis Bacon (1561-1626), René Descartes 
(1596-1650).
O pensamento social do Renascimento se expressa na 
criação imaginária de mundos ideais que mostrariam como a 
realidade deveria ser, sugerindo, entretanto, que tal sociedade 
seria construída pelos homens com sua ação e não pela crença 
ou pela fé.
Thomas Morus (1478-1535), em A Utopia, defende a 
igualdade e a concórdia. Concebe um modelo de sociedade no 
qual todos têm as mesmas condições de vida e executam em 
rodízio os mesmos trabalhos.
Maquiavel, em sua obra O Príncipe, afirma que o destino 
da sociedade depende da ação dos governantes. Analisa as 
condições de fazer conquistas, reinar e manter o poder. A 
importância dessa obra reside no tratamento dado ao poder, 
que passa a ser visto a partir da razão e da habilidade do 
governante para se manter no poder, separando a análise do 
exercício do poder da ética.
Segundo Costa (2005, p. 35), as ideias de Thomas Morus 
e Maquiavel expressam os valores de uma sociedade em 
mudança, portadora de uma visão laica5 da sociedade e do 
poder.
Com o Iluminismo, as ideias de racionalidade e liberdade 
se convertem em valores supremos. A racionalidade, nesse 
contexto, é compreendida como a capacidade humana de 
pensar e escolher. Liberdade significa que as relações entre 
os homens devem ser pautadas na liberdade contratual. No 
5 Laica: Expressa uma concepção de sociedade em que há uma 
separação entre Estado e religião, que exclui as igrejas do exercício do poder 
político.
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Unidade I
plano político, isso significa a livre escolha dos governantes, 
colocando em xeque o poder dos monarcas. Os filósofos 
iluministas concebiam a política como uma coletividade 
organizada e contratual. O poder surge como uma construção 
lógica e jurídica.
Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), em sua obra O 
contrato social, afirma que a base da sociedade estava no 
interesse comum pela vida social, no consentimento unânime 
dos homens em renunciar a suas vontades em favor de toda 
a comunidade (Costa,: 2005, p. 48). Rousseau identificou 
na propriedade privada a fonte das injustiças sociais e 
defendeu um modelo de sociedade pautada em princípios de 
igualdade.
Diferentemente de Rousseau, John Locke (1632-1704) 
reconhecia entre os direitos individuais o respeito à propriedade. 
Defendia que os princípios de organização social fossem 
codificados em torno de uma Constituição.
Concluímos que a sociologia pré-científica é caracterizada por 
estudos sobre a vida social que não tinham como preocupação 
central conhecer a realidade como ela era e sim propor formas 
ideais de organização social. O pensamento filosófico de então 
já concebia diferenças entre indivíduo e coletividade, “porém”, 
como afirma Costa (2005, p. 49), “presos ainda ao princípio da 
individualidade, esses filósofos entendiam a vida coletiva como 
a fusão de sujeitos, possibilitada pela manifestação explícita das 
suas vontades”.
1.3 O pensamento científico sobre o social
Até aqui percebemos que a preocupação em conhecer e 
explicar os fenômenos sociais sempre foi uma preocupação 
da humanidade. A explicação com base científica, porém, 
é fruto da sociedade moderna, industrial e capitalista. A 
formação da sociologia no século XIX significou que o 
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CIÊNCIAS SOCIAIS
pensamento sobre o social se desvinculou das tradições 
morais e religiosas.
Como afirma Costa (2005, p. 18), tornava-se necessário 
entender as bases da vida social humana e da 
organização da sociedade por meio de um pensamento 
que permitisse a observação, o controle e a formulação 
de explicações plausíveis, que tivessem credibilidade 
num mundo pautado pelo racionalismo.
Augusto Comte (1798-1857) foi o autor que desenvolveu, 
pela primeira vez, reflexões sobre o mundo social sob 
bases científicas. Em sua análise sobre o mundo social, 
compreendia a sociedade como um grande organismo, 
no qual cada parte possui uma função específica. O bom 
funcionamento do corpo social dependeria da atuação de 
cada órgão.
Segundo Comte, ao longo da história a sociedade teria 
passado por três fases: a teológica, a metafísica e a científica. 
Concebia a fase teológica como aquela em que os homens 
recorriam à vontade de Deus para explicar os fenômenos da 
natureza. Na segunda fase, o homem já seria capaz de utilizar 
conceitos abstratos, mas é somente na terceira fase, que 
corresponde à sociedade industrial,que o conhecimento passaria 
a se pautar pela descoberta de leis objetivas que determinariam 
os fenômenos.
Comte procurou estudar o que já havia sido acumulado 
em termos de conhecimentos e métodos por outras ciências, 
como a matemática, a biologia e a física, para saber quais deles 
poderiam ser utilizados na sociologia.
O conhecimento sociológico permite ao homem transpor os 
limites de sua condição particular, para percebê-la como parte 
de uma totalidade mais ampla, que é o todo social. Isso faz da 
sociologia um conhecimento indispensável num mundo que, à 
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Unidade I
6 As revoluções burguesas foram: Revolução Gloriosa (1680), na 
Inglaterra, Revolução Francesa (1789), Independência Americana (1776) e 
Revolução Industrial inglesa, a partir de 1750. Enfocaremos em nosso curso 
somente as Revoluções Francesa e Industrial, por constituírem as duas faces 
de um mesmo processo: a consolidação do regime capitalista moderno.
medida que cresce, cada vez mais diferencia e isola os homens 
e os grupos entre si.
2 TRANSFORMAÇÕES SOCIAIS DO SÉCULO XVIII
2.1 Revoluções burguesas
Por revoluções burguesas entende-se um conjunto de 
movimentos que ocorreram no século XVIII na Europa e nos 
Estados Unidos. O que caracterizou esses movimentos foi 
sua capacidade de suplantar as formas de organização social 
feudais.6
A importância dessas revoluções é que estimularam o 
desenvolvimento do capitalismo, pondo fim às monarquias 
absolutistas, e contribuíram para a eliminação de barreiras que 
impediam o livre desenvolvimento econômico.
2.1.1 Revolução Francesa
No final do século XVIII, a monarquia francesa procurava 
garantir os privilégios da nobreza em um contexto no qual 
crescia a miséria do povo. A burguesia se opunha ao regime 
monárquico, pois ele não permitia a livre constituição de 
empresas, o que impedia a burguesia de realizar seus interesses 
econômicos.
Em 1789, com a mobilização das massas em torno da 
defesa da igualdade e da liberdade, a burguesia tomou o poder 
e passou a atuar contra os fundamentos da sociedade feudal. 
Procurou organizar o Estado de forma independente do poder 
religioso e promoveu profundas inovações na área econômica 
ao criar medidas para favorecer o desenvolvimento de empresas 
capitalistas.
As massas que participaram da revolução, logo foram 
surpreendidas pelas medidas da burguesia, que proibiu as 
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CIÊNCIAS SOCIAIS
manifestações populares e passou a reprimir os movimentos 
contestatórios com violência.
2.1.2 Revolução Industrial
A Revolução Industrial eclodiu na Inglaterra, na segunda 
metade do século XVIII. Ela significou algo mais do que a 
introdução da máquina a vapor e o aperfeiçoamento dos métodos 
produtivos. A revolução nasceu sob a égide da liberdade: permitir 
aos empresários industriais que desenvolvessem e criassem novas 
formas de produzir e enriquecer.
Aparecimento da máquina a vapor
Aumento da produção
Melhoria nos transportes
Crescimento das cidades
Desse modo, a Revolução Industrial constituiu uma autêntica 
revolução social que se manifestou por transformações 
profundas na estrutura institucional, cultural, política e 
social.
O desenvolvimento de técnicas levou os empresários a 
incrementar o processo produtivo e a aumentar as taxas de 
lucro. Interessando-se cada vez mais pelo aperfeiçoamento 
das técnicas de produção, visavam produzir mais com 
menos gente. A relação de classes que passa a existir entre 
a burguesia e os trabalhadores é orientada pelo contrato 
– o que permite inferir: liberdade econômica é democracia 
política. Temos o trabalhador livre para escolher um 
emprego qualquer e o empresário livre para empregar quem 
desejar (Meksenas, 1991, p. 47). Essa situação significou 
uma profunda transformação na maneira de os homens se 
relacionarem.
Ponto de reflexão:
O trabalho sempre foi uma fonte de 
riquezas?
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Unidade I
Aspectos importantes da Revolução Industrial
1. ‘A produção passa a ser organizada em grandes unidades 
fabris, onde predomina uma intensa divisão do trabalho.
2. Aumento sem precedentes na produção de mercadorias.
3. Concentração da produção industrial em centros 
urbanos.
4. Surgimento de um novo tipo de trabalhador: o operário.
A Revolução Industrial desencadeou uma maciça migração 
do campo para cidade, tornando as áreas urbanas o palco de 
grandes transformações sociais. Formam-se as multidões 
que revelam nas ruas uma nova face do desenvolvimento do 
capitalismo: a miséria.
No interior das fábricas, as condições de trabalho eram 
ruins. As fábricas não possuíam ventilação, iluminação e os 
trabalhadores eram submetidos a jornadas de trabalho de 
até 16 horas por dia. Era usual nas fábricas a presença de 
mulheres e crianças, a partir de 5 anos, atuando na linha 
de produção. Quanto aos homens, amargavam a condição de 
desemprego.
Os problemas sociais inerentes à Revolução Industrial foram 
inúmeros: aumento da prostituição, suicídio, infanticídio, 
alcoolismo, criminalidade, violência, doenças epidêmicas, favelas, 
poluição, migração desordenada...
Por fim, é preciso esclarecer que os problemas acima 
expostos são típicos da sociedade capitalista, e que eles 
tornavam a vida em sociedade altamente complexa; por 
isso, precisamos de uma ciência para explicar os nexos que 
compõem a realidade.
Ponto de Reflexão:
Nos dias de hoje, as condições de 
vida dos trabalhadores melhoraram? 
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CIÊNCIAS SOCIAIS
3 AS PRINCIPAIS CONTRIBUIÇÕES DO 
PENSAMENTO SOCIOLÓGICO CLÁSSICO
Nesta unidade, vamos estudar o pensamento sociológico 
clássico, que consiste na compreensão dos três princípios 
explicativos da realidade social. É usual alunos nos 
perguntarem qual a razão de se estudar pensadores que 
viveram no século XIX.
A importância da compreensão das principais matrizes do 
pensamento social se deve a sua capacidade de explicar o mundo 
contemporâneo. A atualidade de suas obras significa que elas 
não foram corroídas pelo tempo e que são capazes de lançar luz 
na compreensão do mundo contemporâneo.
Nesta unidade, é importante compreender o conjunto de 
princípios fundamentais que formam a teoria social desses 
autores e seus principais conceitos.
3.1 Émile Durkheim e o pensamento positivista
O Positivismo é uma corrente de pensamento que surgiu 
no século XIX na Europa e foi fortemente influenciada pela 
crescente valorização da ciência como fonte de obtenção da 
verdade.O Positivismo se inspirou no método de investigação 
das ciências da natureza, e a biologia foi considerada como 
referência. A sociedade era passível de compreensão e o homem 
possuía uma natureza social.
As pesquisas sobre o funcionamento do corpo humano 
conduziram os positivistas a pensar a sociedade como um 
grande organismo social, constituído de partes integradas e 
coesas que deveriam funcionar harmonicamente. Desse modo, 
é preciso conhecer sua anatomia e descobrir as causas de suas 
doenças.
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Unidade I
Outra forte influência do pensamento positivista foi o 
darwinismo social, que consistiu na crença de que as sociedades 
mudariam e evoluiriam num mesmo sentido.
Émile Durkheim (1858-1917) foi o pensador francês que 
deu à sociologia o status de disciplina acadêmica. Viveu 
em uma época de grandes crises econômicas e sociais, que 
causavam desemprego e miséria entre os trabalhadores. As 
frequentes ondas de suicídio eram analisadas como indício 
de que a sociedade era incapaz de exercer controle sobre o 
comportamento de seus membros.
Acreditava que os problemas de sua época não eram de 
natureza econômica, mas de natureza moral, pois as regras de 
conduta não estavam funcionando. Via a necessidade de criação 
de novos hábitos e comportamentos no homem moderno 
visando ao bom funcionamento da sociedade.
3.1.1 A relação indivíduo x sociedade
Ao nascer, o indivíduo encontra a sociedade pronta e acabada. 
As maneiras de se comportar, de sentir as coisas, de curtir a vida, 
já foram estabelecidas pelos outros e possuem a qualidade de 
ser coercitivas (Martins, 1990, p. 49). A imposição do social sobre 
o individual é que determina nosso comportamento, por isso o 
comportamento social deve ser pautado nas regras socialmente 
aprovadas. Veja como Durkheim, (1985, p. 2), exemplifica essa 
questão:
Se não me submeto às convenções mundanas, se ao 
me vestir não levo em consideração os usos seguidos 
em meu país e na minha classe, o riso que provoco e o 
afastamento em que os outros me conservam produzem 
os mesmos efeitos de uma pena propriamente dita. (...) 
Não sou obrigado a falar o mesmo idioma que meus 
compatriotas, nem empregar as moedas legais, mas é 
impossível agir de outra maneira. (...) Se sou industrial, 
Ponto de reflexão:
Durkheim acreditava que os 
problemas de sua época eram de 
natureza moral. E atualmente? Nossos 
problemas são de natureza moral ou 
econômica?
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CIÊNCIAS SOCIAIS
nada me proíbe de trabalhar utilizando processos 
e técnicas do século passado, mas, se o fizer, terei a 
ruína como resultado inevitável.
Portanto, não existe espaço para manifestação da 
individualidade, pois é o social que determina nosso 
comportamento individual, atuando como uma verdadeira 
“camisa de força” sobre nossas individualidades.
3.1.2 Os fatos sociais e a consciência coletiva
Para Durkheim, a sociologia deveria ocupar-se dos fatos 
sociais de natureza coletiva, os quais se apresentam ao indivíduo 
como exteriores e coercitivos. Ele assinala o caráter impositivo 
dos fatos sociais.
Eis aqui um conceito fundamental para analisar a 
sociedade.
Os fatos sociais são todos aqueles que tenham três 
características:
1. exterioridade: ou seja, não foi criado por nós, é exterior a 
nossa vontade.
2. coercitividade: enquadra nosso comportamento, atua 
pela intimidação e induz o homem à aceitação das regras 
a despeito de seus anseios e opções pessoais.
3. generalidade: qualidade do que é geral, ou seja, atinge um 
grande número de pessoas na sociedade.
Os fatos sociais podem ser normais ou patológicos. Um 
fato social normal é aquele que desempenha alguma função 
importante para sua adaptação ou evolução, como, por exemplo, 
o crime7. Um fato patológico, porém, é aquele que se encontra 
fora dos limites permitidos pela ordem social.
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7 O crime é visto como um fato social normal, pois em todas as 
sociedades, em todas as épocas, sempre existiram criminosos. O crime 
exerce uma função social importante, que é a de reforçar os valores morais, 
de renovar os laços de solidariedade de uma sociedade. Quando os crimes 
fogem do controle da sociedade, porém, tornam-se uma patologia.
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Unidade I
Os fatos sociais são considerados patológicos quando as 
leis não funcionam. Quando as regras não estão claramente 
estabelecidas, estaríamos diante da anomia.
Por consciência coletiva entende-se um conjunto de 
ideias comuns que formam a base para uma consciência da 
sociedade. Cada um de nós possui uma consciência individual, 
que faz parte de nossa personalidade. Existe também uma 
consciência coletiva, formada pelas ideias comuns que estão 
presentes em todas as consciências individuais de uma 
sociedade.
A consciência coletiva está difusa na sociedade e por 
isso ela é exterior ao indivíduo. Significa que a consciência 
coletiva não é o que o indivíduo pensa, mas o que a 
sociedade pensa. Ela age sobre o indivíduo de maneira 
coercitiva, exercendo uma autoridade sobre o modo de o 
indivíduo agir no meio social.
Assim, a consciência coletiva age como a moral vigente 
na sociedade. Ela define em uma sociedade o que é 
considerado imoral, reprovável ou criminoso (Costa, 2005, 
p. 86).
É possível sentirmos a força da consciência coletiva nos 
intensos debates públicos que temos em nossa sociedade, nos 
últimos tempos, sobre a legalização do aborto, a descriminalização 
do uso de drogas, dentre outros.
3.1.3 Solidariedade mecânica e orgânica
Outro conceito importante de Durkheim é o de solidariedade 
mecânica, que significa a união de pessoas a partir da semelhança 
na religião, na tradição ou nos sentimentos. Já a solidariedade 
orgânica é a união de pessoas a partir da dependência que 
uma tem da outra para realizar alguma atividade social. O que 
une o grupo é a dependência que cada um tem da atividade do 
Ponto de reflexão:
O desemprego é um fato social? Por 
quê?
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CIÊNCIAS SOCIAIS
outro. Essa união é dada pela especialização de funções. Desse 
modo, o autor considerava a crescente divisão do trabalho 
como uma possibilidade de aumento da solidariedade entre 
os homens.
O único espaço para o exercício da individualidade é na 
especialização do trabalho. Ele considera que instituições 
que no passado exerciam papel de integração social, como a 
Igreja e a família, perderam sua eficácia. A partir de então, a 
sociedade moderna leva os indivíduos a se agruparem segundosuas atividades profissionais. A profissão assume importância 
cada vez maior na vida social, torna-se herdeira da família, 
substituindo-a.
Para Durkheim, a sociologia, como ciência, deve manter a 
neutralidade diante dos fatos sociais, ou seja, a sociologia não 
deve se envolver com a política. Toda reforma social deve estar 
baseada primeiramente no conhecimento prévio e científico da 
sociedade e não na ação política.
A função da sociologia seria detectar e buscar soluções para os 
problemas sociais, restaurando a normalidade e convertendo-se 
em técnica de controle social.
Enfim, não há espaço nesta elaboração teórica para o 
exercício da liberdade individual. Durkheim vê o ser humano 
como um ser passivo, não como sujeito capaz de atuar para a 
transformação social.
3.2 Karl Marx e o materialismo histórico e 
dialético
Karl Marx (1818-1883) foi um pensador que recebeu 
influências de várias ciências e influenciou a atuação política de 
várias gerações que o sucederam. Vamos iniciar nossa exposição 
discutindo seu método de análise da realidade.
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Unidade I
Foi fortemente influenciado pelo filósofo Hegel (1770-
1831), que sistematizou os princípios da dialética: as coisas 
possuem movimento e estão relacionadas umas com as outras. 
Assim, a realidade é um constante devir, marcada pela luta dos 
opostos (ex: vida x morte, saúde x doença etc.). Nesse modelo 
de análise, é a contradição que atua como verdadeiro motor do 
pensamento.
Partindo da análise da base material da sociedade, a 
estrutura econômica8, Karl Marx busca colocar em evidência os 
antagonismos e contradições do capitalismo.
3.2.1 Classes sociais
As desigualdades são a base da formação das classes 
sociais. As duas classes sociais básicas — burguesia x 
proletariado — mantêm relação de exploração, ao mesmo 
tempo que são complementares, pois uma só existe em 
relação à outra.
A classe média, os pequenos industriais, os pequenos 
comerciantes e camponeses vão-se proletarizando à medida que 
seu pequeno capital não lhes permite concorrer com a grande 
indústria. Ocorre então uma simplificação dos antagonismos9, 
passando a existir duas classes fundamentais: a burguesia e o 
proletariado.
3.2.2 Ideologia e alienação
Marx concebe a ideologia como um sistema de inversão da 
realidade, em que as ideias da classe dominante aparecem como 
as ideias dominantes em uma época. Procura, assim, ocultar 
a verdadeira natureza das relações de produção pautadas na 
exploração.
A ideologia burguesa tem como objetivo fazer com que as 
pessoas não percebam que a sociedade é dividida em classes 
8 Para esse autor, os fatos econômicos constituem a base sobre 
a qual se apoiam outros níveis de realidade, como a religião, a arte e a 
política.
9 Antagonismo: oposição, luta, incompatibilidade.
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CIÊNCIAS SOCIAIS
sociais. Ela contribui para a manutenção das estruturas de 
dominação.
Por alienação, entende-se a perda da consciência da 
realidade concreta. No capitalismo, a propriedade privada e o 
assalariamento separam o trabalhador dos meios de produção 
e do fruto do trabalho; dessa forma, ao vender sua força de 
trabalho, o trabalhador se aliena, pois não se vê como produtor 
das riquezas.
A alienação política significa que o princípio da 
representatividade não garante ao trabalhador a participação 
política efetiva, pois ele não se vê como um ser capaz de intervir 
nos destinos políticos da sociedade.
A partir desses conceitos é possível compreender por que os 
setores oprimidos da sociedade não se rebelam contra o sistema, 
pois o sistema de dominação social é introjetado na cabeça dos 
oprimidos, que passam a ver com naturalidade a desigualdade 
e a opressão.
3.2.3 Salário, valor, lucro, mais-valia
O salário é o valor da força de trabalho, considerada no 
capitalismo como uma mercadoria qualquer. O salário deve 
corresponder à quantia que permita ao trabalhador alimentar-se, 
vestir-se, cuidar dos filhos, garantindo a reprodução de suas 
condições de vida e as de sua família.
O trabalho é fonte de criação de valor, então, é difícil explicar 
que aqueles que mais trabalham são os que têm menos dinheiro.
Para Marx, todo assalariado ganha menos do que a riqueza 
que produz. A diferença entre o valor da riqueza produzida e o 
salário é o que denominamos lucro. Se o capitalista pagasse ao 
assalariado o valor da riqueza que este produziu, não haveria 
exploração.
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Unidade I
Ao estabelecer relação entre salário e produtividade, 
Marx conclui que o empresário, ao pagar os salários aos 
trabalhadores, nunca paga a estes o que eles realmente 
produziram. Por mais-valia entende-se a diferença entre 
o preço de custo da força de trabalho (salário) e o valor 
da mercadoria produzida. Em outras palavras, é o valor 
excedente produzido pelo trabalhador, que fica com o 
capitalista.
3.2.4 A amplitude da contribuição de Karl Marx
Esse pensador considera que o capitalismo se baseia na 
exploração do trabalho, uma exploração oculta, mascarada. A 
dominação burguesa não se restringe ao campo econômico, 
ela se estende ao campo político. Ela vê no Estado mais uma 
instituição para reprimir a classe trabalhadora.
No plano cultural, a dominação burguesa dá-se pelo controle 
dos meios de comunicação de massa, difundindo valores e 
concepções da burguesia.
A teoria de Karl Marx tem longo alcance e adquiriu 
dimensões de ideal revolucionário e de ação política efetiva. 
Ela teve ampla repercussão em todo o mundo, incentivando 
a formação de partidos marxistas e sindicatos contestadores 
da ordem.
3.3 Max Weber e a busca das conexões de 
sentido
Max Weber (1864-1920) tinha como preocupação 
compreender a racionalidade, pois o capitalismo levou a 
uma crescente racionalização da sociedade, conduzindo à 
mecanização das relações humanas.
Sua preocupação central é compreender a maneira como a 
razão podia apreender o conhecimento, pois os acontecimentos 
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são compreendidos não pela sua concretude, mas pela maneira 
como são interiorizados pelos indivíduos.
Desse modo, é preciso entender a ação dos indivíduos, suas 
intenções e motivações.
3.3.1 Ação social e tipo ideal
Ação social é qualquer ação que um indivíduo pratica, 
orientando-se pela ação dos outros. Por exemplo, um eleitor 
define seu voto orientando-se pela ação dos demais eleitores. 
Embora o ato de votar seja individual, a compreensão do ato 
só é possível sepercebermos que a escolha feita por ele tem 
como referência o conjunto dos demais eleitores (Tomazzi, 
1993, p. 20).
Os tipos de ação social identificados por Max Weber são:
Tipos de ação social Elemento polarizador
Racional por valor Valor (determinado pela crença em 
um valor considerado importante).
Racional por fim Finalidade (determinada pelo cálculo 
racional que coloca fins e organiza 
os meios).
Tradicional afetiva Tradição (determinada por um 
costume ou hábito).
Sentimento (determinado por afetos 
ou estados sentimentais) .
A partir dessa classificação é possível perceber que o homem 
dá sentido a sua ação. Cada sujeito age levado por um motivo 
que se orienta pela tradição, pelos interesses racionais ou pela 
emotividade.
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Ponto de reflexão:
O ato de comprar uma mercadoria 
pode ser considerado uma ação social?
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O tipo ideal é um recurso metodológico que permite 
dar um enfoque ao pesquisador em meio à variedade de 
fenômenos observáveis na vida social. Consiste basicamente 
em enfatizar determinados traços da realidade, mesmo que 
eles não se apresentem assim nas situações efetivamente 
observáveis.
3.3.2 A tarefa do cientista
Há uma fronteira que separa o cientista, homem do saber, 
do político, homem da ação. E qual a relação entre ciência e 
política, ou entre o cientista e o político?
Concebendo o cientista como o homem do saber, das 
análises frias e penetrantes, e o político como o homem de 
ação e decisão, comprometido com as questões práticas, 
identifica dois tipos de ética: a ética do cientista é a ética da 
convicção, e a ética do político é a da responsabilidade. Cabe 
ao cientista oferecer ao político o entendimento claro de sua 
conduta.
3.3.3 A ética protestante e o espírito do capitalismo
Weber busca examinar as implicações das orientações 
religiosas na conduta econômica dos indivíduos. Por meio de 
pesquisas constatou que para algumas seitas protestantes 
puritanas o êxito econômico era um indício da bênção de 
Deus.
A partir de dados estatísticos, que mostravam a proeminência 
de adeptos da Reforma entre os grandes homens de negócio, 
procura estabelecer as conexões entre a doutrina protestante 
e o desenvolvimento do capitalismo. Conclui que os valores 
como a disciplina, a poupança, a austeridade e a propensão 
ao trabalho foram fundamentais para o desenvolvimento do 
capitalismo. Portanto, é possível estabelecer relação entre religião 
e sociedade, na medida em que a primeira dá aos indivíduos um 
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conjunto de valores que são transformados em motivos de ação. 
(Costa, 2005, p. 101)
A motivação protestante para o trabalho é encará-lo como 
uma vocação, como um fim absoluto em si mesmo e não 
como o ganho material obtido através dele. Ao buscar sair-se 
bem na profissão, mostrando sua própria virtude e vocação e 
renunciando aos prazeres materiais, o protestante puritano se 
adapta facilmente ao mercado de trabalho.
Ao analisar os valores do catolicismo e do protestantismo, 
conclui que os últimos revelam a tendência ao racionalismo 
econômico que predomina no capitalismo.
3.3.4 Teoria da burocracia e os tipos de dominação
A burocracia tem uma presença marcante na sociedade 
moderna e é definida como uma estrutura social na qual a 
direção das atividades coletivas fica a cargo de um aparelho 
impessoal, hierarquicamente organizado, que deve agir 
segundo critérios impessoais e métodos racionais. Burocracia 
designa poder, controle e alienação e é baseada na razão e no 
direito.
A burocracia surge de necessidades técnicas de coordenação 
e supervisão, da necessidade de planejar a produção, proteger o 
indivíduo e dar tratamento igualitário às partes interessadas.
Abaixo, algumas características da burocracia:
1. Todas as burocracias têm uma divisão explícita de trabalho, 
cada posição com um conjunto limitado de responsabilidades.
2. As normas que governam o comportamento, em qualquer 
posição, são explícitas, claras e codificadas em forma 
escrita.
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Unidade I
3. Posições diferentes são ordenadas hierarquicamente, com 
posições e postos mais altos supervisionando os mais 
baixos.
4. Os indivíduos devem reprimir emoções e paixões quando 
desempenham seus papéis designados.
5. As pessoas ocupam posições por competência técnica e 
não por atributos pessoais.
6. As posições e postos não pertencem às pessoas, mas às 
organizações.
A burocratização tende a generalizar-se em todos os setores 
da vida social: econômico, político e cultural.
Sim, pois sem ela as organizações se perderiam na 
improvisação e no arbítrio. Para Weber, a função da burocracia 
é reduzir conflitos e a das regras é economizar esforços, pois 
ambas eliminam a necessidade de encontrar uma nova solução 
para cada problema, além de facilitar a padronização e igualdade 
no tratamento de muitos casos.
Os tipos puros de dominação encontrados em uma sociedade 
são classificados em:
• dominação tradicional: a legitimidade desse tipo de 
dominação vem da crença dos dominados de que 
há qualidade na maneira como nossos antepassados 
resolveram seus problemas. É caracterizada por uma 
relação de fidelidade política;
• dominação carismática: a legitimidade vem do carisma, 
da crença em qualidades excepcionais de alguém para 
dirigir um grupo social. Nesse tipo de dominação há uma 
devoção afetiva ao dominador, que geralmente é portador 
de poder intelectual ou de oratória;
Ponto de reflexão:
A burocracia é necessária?
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CIÊNCIAS SOCIAIS
Ponto de reflexão:
Como a dominação é exercida em 
seu trabalho?
• dominação racional legal: a legitimidade provém da crença 
na justiça das leis. Nesse caso, o povo obedece porque 
crê que elas são decretadas segundo procedimentos 
corretos. 
Max Weber não considerava o capitalismo injusto, irracional 
ou anárquico. As instituições, como a grande empresa, 
constituíam demonstração de uma organização racional, que 
desenvolvia suas atividades dentro de um padrão de eficiência e 
precisão. (Martins, 1990, p. 68)
Sua crítica à burocracia é que ela levou a um 
desencantamento com o mundo, mecanizando as relações 
humanas. Para Weber, a racionalidade do capitalismo 
conduziu-nos a um mundo cada vez mais intelectualizado e 
artificial, que abandonou para sempre os aspectos mágicos e 
intuitivos do pensamento. Sua visão dos tempos modernos 
era melancólica e pessimista.
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