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CONCRETO ARMADO Prof.ª Bruna Bassoli M. Pelissari Pr of .ª Br un a Ba ss ol i b h Viga de 3 metros com seção de 19x40 cm (exemplo). Seção transversal b h Pr of .ª Br un a Ba ss ol i Compressão Tração Tensão é o resultado da ação de cargas externas sobre uma unidade de área da seção analisada na estrutura submetida a solicitações mecânicas: Pr of .ª Br un a Ba ss ol i As tensões máximas de Compressão e Tração, são causadas pelo Momento Fletor; As tensões máximas de cisalhamento são causadas pelas forças cortantes; Estrutura submetida a solicitações mecânicas Pr of .ª Br un a Ba ss ol i Esforços solicitantes – equação (Resistência dos materiais) Tensão normal devida a flexão: σ = MI ∙y ou σ = M W Onde: M é o momento fletor; I é o momento de inércia; y é a distância da linha neutra até o ponto que se quer calcular a tensão; W: módulo resistente; Pr of .ª Br un a Ba ss ol i Qual a melhor posição para se construir uma viga de madeira biapoiada com dois metros de vão que irá receber uma solicitação de 30 kN/m para que as tensões normais de tração e compressão no ponto mais crítico sejam as menores? Momento máximo: 1.500,00 kN.cm #Conclusão: Para vencermos vãos, devemos colocar a peça em posição tal que gere maiores momentos de inércia e, com isso, as tensões que ocorrerão serão menores do que colocada a peça em outra posição. Base: 20 cm Altura: 30 cm Base: 30 cm Altura: 20 cm σ = 0,50 kN/cm² σ = 0,75 kN/cm² Base: 20 cm Altura: 30 cm Base: 30 cm Altura: 10 cm Pr of .ª Br un a Ba ss ol i Vamos imaginar que vamos projetar uma viga, mas ainda não existe a técnica do concreto armado, apenas o concreto “simples” Qual o maior vão que uma viga de concreto simples de 20x30 cm (b x h) pode vencer recebendo apenas o peso próprio? Adotar: , ௗ = 0,80 kN/cm² ௧, ௗ = 0,10 kN/cm² = 24,00 kN/m³ W = b ∙ h²6 (para seção retangular) σ = MW Solução: Para suportar as tensões de compressão: L=11,37 m Para suportar as tensões de tração: L=4,00 m Pr of .ª Br un a Ba ss ol i #Conclusão: As limitações de tração é que limitam as vigas de concreto simples. Vemos aqui a razão para colocar uma barra de aço na parte inferior da viga, e que o aço responda pela tração, permitindo, assim vencer grandes vão. Pr of .ª Br un a Ba ss ol i Vigas são “elementos lineares em que a flexão é preponderante” (NBR 6118/2014, item 14.4.1.1). Elementos lineares são aqueles em que o comprimento longitudinal supera em pelo menos três vezes a maior dimensão da seção transversal, sendo também denominada barras. Pr of .ª Br un a Ba ss ol i Pr of .ª Br un a Ba ss ol i Pr of .ª Br un a Ba ss ol i As: área de armadura necessária, localizada na seção tracionada. As As: área de armadura necessária, localizada na seção tracionada. Pr of .ª Br un a Ba ss ol i As: área de armadura necessária, localizada na seção tracionada. As As: área de armadura necessária, localizada na seção tracionada. As’: área de armadura necessária, localizada na seção comprimida. Pr of .ª Br un a Ba ss ol i 𝒚𝒌 Tensão de escoamento mínimo ou valor característico. NBR 7480/1996 AÇO 𝒇𝒚𝒌 (𝒌𝑵 𝒄𝒎²⁄ ) 𝒇𝒚𝒌 (𝑴𝑷𝒂) 𝒇𝒚𝒅 = 𝒇𝒚𝒌 𝜸𝒔 (𝒌𝑵 𝒄𝒎²⁄ ) 𝜺𝒚𝒅 = 𝒇𝒚𝒅 𝑬𝒔 ȉ 𝟏𝟎𝟎 (%) CA 25A 25 250 21,74 0,1035 CA 50A 50 500 43,48 0,207 CA 60B 60 600 52,17 0,2484 𝛾௦ coeficiente de minoração para aço = 1,15 (NBR7480 e NBR6118); 𝐸௦ o módulo de elasticidade do aço é de 21.000,00 kN/cm²; Propriedades mecânicas dos aços. 𝒚𝒅 Deformação específica de cálculo no início do patamar com escoamentos definidos. 𝒚𝒅 Tensão de cálculo. Pr of .ª Br un a Ba ss ol i εs: Deformação específica do aço; εc: Deformação específica do concreto; Relação Linear: σ ε característica de cada material, chama-se “Módulo de Elasticidade”. Excesso de deformação plástica do aço da armadura (ocorre em peças submetidas à tração ou à flexão com quantidades pequenas de armadura εs →1%); O aço é um material dúctil e o limite de trabalho é seu escoamento. Patamar de escoamento Pr of .ª Br un a Ba ss ol i O dimensionamento de estruturas de concreto armado é feito no estado limite último de ruína, impondo que na seção mais solicitada sejam alcançadas as deformações específicas limites dos materiais, ou seja, o estado limite último pode ocorrer tanto pela ruptura do concreto comprimido quanto pela deformação excessiva da armadura tracionada. Os conjuntos de deformações específicas do concreto e do aço ao longo de uma seção transversal retangular com armadura simples (só tracionada) submetidas a ações normais definem os domínios de deformação, que representam as diversas possibilidades de ruína da seção. A cada par de deformações específicas de cálculos Ec e Es correspondem ao esforço. Pr of .ª Br un a Ba ss ol i 0,35% x = 1,00% d−x x=0,259∙d βx ou ε = x d =0,259 0<βx<0,259 εs=1,00 % e εc<0,35% Sub-armadas: Aço no máximo da deformação e o concreto com deformação antes do limite. Pr of .ª Br un a Ba ss ol i 0,35 xy = ௬ௗ d−xy βx ou ε = x d = 0,628 Para o CA 50, ௬ௗ=0,207% xy= 0,35%∙d 0,207%+0,35% = 0,628∙d 0,259 ≤ βx ≤ βx lim εyd ≤ εs ≤1,00% Pr of .ª Br un a Ba ss ol i “NBR 6118:2014 (item 14.6.4.3) apresenta limites para a posição da linha neutra que visam dotar as vigas e lajes de ductilidade. Para tanto quanto menor o x maior será a ductilidade. Para concretos com fck ≤ 50 MPa o limite é x ≤ 0,45. Como conclusão pode-se afirmar que as vigas e lajes devem ser projetadas à flexão simples nos domínios 2 ou 3; no domínio 3, somente até a posição x = 0,45, e portanto não devem ser projetadas no domínio 4”. Pr of .ª Br un a Ba ss ol i βx lim < βx< 1,00 0 ≤ εs < εyd Super-armadas: aço não trabalha e o concreto no máximo da deformação. Pr of .ª Br un a Ba ss ol i 1) Dimensionar uma viga de 20 cm de largura, apta a receber um momento de 120 kN.m, para um concreto de 20 MPa e aço CA50. Considerar d’ = 5 cm, ø estribo = 5 mm e cobrimento igual a 3 cm. a) Altura total da seção transversal de 80 cm; b) Altura total da seção transversal de 40 cm; c) Altura mais econômica (solução com armadura simples). K6 = 105∙ b ∙ d² M As = k3 10 ∙ M d Conhecido o momento fletor, calcula-se o valor de K6: Através da tabela K, com o valor de K6 , obtém-se o valor de K3. Obs.: Unidades em kN e metro Pr of .ª Br un a Ba ss ol i 1) A linha neutra está sempre mais próxima da borda superior do que a inferior. A causa disso é a presença do aço, numa seção de concreto. Como o Es (Módulo de elasticidade do aço) é muito maior que Ec e não se considera a resistência do concreto à tração, isso tende a jogar a linha neutra para cima. Para materiais homogêneos, a linha neutra coincidia com o eixo de geométrico (a linha neutra fica à igual distância das bordas). No concreto armado, a linha neutra, em geral, se afasta do aço. 2) A conclusão que se chega é que o uso do concreto de maior qualidade (fck=30 Mpa) leva a menos consumo de aço, no caso específico, é desprezível, mas a conclusão não. A linha neutra subiu de posição, indicando menos seção de concreto terá de resistir ao momento fletor. Por que menos seção de concreto? Exatamente porque o concreto agora é mais forte, teremos de usar menos aço, a viga terá menor parte comprimida queo outro caso. Se fizéssemos o cálculo com menor fck, mantendo o momento e as dimensões das vigas, veríamos que mais aço seria necessário, e a linha neutra ficaria mais baixo. Pr of .ª Br un a Ba ss ol i O valor de As, min visa prevenir uma ruptura brusca na borda tracionada de vigas com seção transversal muito superior àquela necessária no dimensionamento. Os valores de ρmin estão apresentados no quadro abaixo (tabela 17.3 –Taxas mínimas de armadura de flexão para vigas da ABNT NBR 6118:2014): Forma da Seção Valores de ρmin 𝒂 (%) 20 25 30 35 40 45 50 Retangular 0,150 0,150 0,173 0,201 0,230 0,259 0,288 a) Os valores de ρmin estabelecidos nesta tabela pressupõem o uso de aço CA-50, d/h= 0,80 e γc=1,4 e γs=1,15. Caso esses fatores sejam diferentes, ρmin deve ser recalculado. ρs = As bw∙h ρmin = As, min bw∙h As, min= ρmin 100,00 ∙bw∙h TABELA ÁREA DE AÇO Diam. ∅ (mm) 5,00 6,30 8,00 10,00 12,50 16,00 20,00 22,00 25,00 32,00 Diam. ∅ (Pol.) 3 16ൗ 1 4ൗ 5 16ൗ 3 8ൗ 1 2ൗ 5 8ൗ 3 4ൗ 7 8ൗ 1,00 1 1 4ൗ Área (cm²) 0,20 0,32 0,50 0,80 1,25 2,00 3,15 3,80 5,00 8,00 Pr of .ª Br un a Ba ss ol i Distância entre armaduras na horizontal: ah≥ ൞ 2,0 cm ∅barra 1,20 ∙dimensão máx. do agregado graúdo Dimensões máximas dos agregados graúdos: Brita 1 – d= 0,85 a 1,90 cm; Brita 2 – d= 1,90 a 2,50 cm; Brita 3 – d= 2,50 a 5,00 cm; OBS.: Usar no cálculo valor médio de 2,5 cm. Distância entre armaduras na vertical: av≥ ൞ 2,0 cm ∅barra 0,5 ∙dimensão máx. do agregado graúdo A NBR 6118:2014, item 17.2.4.1, define um limite para altura do CG das armaduras tracionadas: “Os esforços nas armaduras podem ser considerados concentrados no centro de gravidade correspondente, se a distância deste centro ao ponto da seção de armadura mais afastada da linha neutra, medida normalmente a esta, for menor que 10% de h “. Pr of .ª Br un a Ba ss ol i Fora da região de emenda a taxa máxima de armadura ρmax deve ser inferior ou igual a 4%. ρmax = AS,adot+As,adot ′ Ac,total ≤4,00% dreal = h − c − t − L 2 ≥ dadot d′ = cobrimento + est+ barra 2 ≤ d ′adot Altura útil é a distancia da borda comprimida ao centro de gravidade da armadura de tração. Pr of .ª Br un a Ba ss ol i 1) Dimensionar uma viga de 20 cm de largura, apta a receber um momento de 120 kN.m, para um concreto de 20 MPa e aço CA50. Considerar d’ = 5 cm, ø estribo = 5 mm e cobrimento igual a 3 cm. b) Altura total da seção transversal de 40 cm; Solução com armadura dupla Obs.: Unidades em kN e metro M lim = bw ∙ d² ∙105 K6 lim ∆M = Mtotal − M lim Asᇱ = K7 10 ∙ ∆M d As= K3 lim 10 ∙ M lim d + K7 10 ∙ ∆M d Tabela para vigas duplamente armadas Aço Valores de K7 e K8 Fck = 20 MPa Fck = 25 MPa Fck = 30 MPa K7 K8 K7 K8 K7 K8 CA 25 0,716 0,716 0,716 0,716 0,716 0,716 CA 50 0,358 0,358 0,358 0,358 0,358 0,358 CA 60 0,302 0,403 0,302 0,403 0,302 0,403 (Analista – IBGE – FGV – 2016) Levando-se em consideração os procedimentos e requisitos referentes a projetos de estrutura e de concreto estabelecidos em norma, analise as afirmativas a seguir: I) O estado limite de abertura de fissuras do concreto armado está relacionado ao colapso, ou a qualquer forma de ruína estrutural, que determina a paralisação do uso da estrutura. II) O concreto a ser empregado em elementos estruturais deve possuir resistência característica à compressão mínima de 20 MPa. III) A teoria de flexão simples adota o conceito de altura útil da seção transversal, que vai do bordo mais comprimido da seção até a armadura longitudinal tracionada. Está correto o que se afirma em: a) Somente a I. b) Somente a II. c) Somente a I e III. d) Somente a II e III. e) I, II e III. Pr of .ª Br un a Ba ss ol i (Engenheiro Civil – Aeronáutica – EAOEAR – 2010) Informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma abaixo e em seguida assinale a alternativa que apresenta a sequência correta. I) No cálculo estrutural devem-se ter sempre vigas subarmadas e nunca superarmadas. II) Seções em que o concreto comprimido é abundante em relação ao aço são denominadas subarmadas. III) Seções em que o aço é abundante em relação ao concreto comprimido chama-se de seção superarmadas. Está correto o que se afirma em: a) V – V – V. b) F – V – V. c) F – F – F. d) V – F – F. Pr of .ª Br un a Ba ss ol i (Engenheiro Civil – Pref. Nova Venécia/ES – FUNCAB – 2016) A resistência característica de escoamento (valor mínimo de tração), em kN/cm², do aço CA – 60 é: a) 6. b) 60. c) 600. d) 6000. Referências ■ CARVALHO, R. C., FIGUEIREDO FILHO, J. R. Cálculo e Detalhamento de Estruturas Usuais de Concreto Armado: segundo a NBR 6118:2014. 4ª ed. São Carlos: EdUFSCar, set. 2014. ■ BOTELHO, M. H. C., MARCHETTI, O. Concreto Armado Eu Te Amo, vol 1. 8 ed. Revista. São Paulo: Blucher, mar. 2015. ■ REBELLO, Y. C. Estruturas de Aço, Concreto e Madeira: atendimento da expectativa dimensional. 6 ª ed. São Paulo: Zigurate Editora, 2005. Normas Técnicas ■ ABNT NBR 6118:2014: Projeto de estruturas de concreto – procedimento. ■ ABNT NBR 6120:1980 (versão corrigida de 2000): cargas para cálculo de estruturas de edificações – procedimentos. ■ ABNT NBR 6123:1988 (versão corrigida 2 de 2013): forças devidas ao vento em edificações – procedimentos. ■ ABNT NBR 8681:2003 (versão corrigida de 2004): ações e segurança nas estruturas – procedimentos .
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