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Neurociências Aula 1 - Introdução Geral à Neuropsicologia Profa. Dra. Priscilla Rodrigues Santana 1 Neurociência O que é Neurociências? União de conhecimentos de várias áreas; tais como biologia molecular, anatomia, neurofisiologia, biologia do desenvolvimento, genética, fisiologia e psicologia; para entender melhor porque nos comportamos de determinada forma. Estabelece as relações existentes entre o funcionamento do sistema nervoso central e as funções cognitivas e comportamentos, tanto em condições normais quanto nas patológicas. Por que estudar Neurociências? Para entender o quanto do comportamento pode ser creditado a uma herança genética e o quanto é derivado do ambiente. Inicia-se o estudo das neurociências por meio de observações clínicas e estudos adequados sobre o Sistema Nervoso Central, mais especificamente o Encéfalo. 2 Apostila Neuro - 12 November 2018 Neurociência Quando começou a chamar atenção? Século XX - Genética - DNA - Gene As sequências dos genes permitiu perceber que as proteínas do sistema nervoso e do restante do organismo são muito semelhantes. 3 Recapitulando Código Genético - 3 partes Gene - sequência de bases hidrogenadas (proteínas) capaz de definir uma característica de um ser vivo. DNA - sequência completa de bases hidrogenadas. Vários genes em sequência. Cromossomos - Estruturas dentro das células que armazena o DNA. 4 Apostila Neuro - 12 November 2018 Neurociência Século XXI - Neurociência Desafio de unir o estudo do comportamento - ciência da mente - com a ciência do Encéfalo - Neurociências. Percebeu-se que os transtornos do comportamento que caracterizam as doenças psiquiátricas (transtornos afetivos e cognitivos) resultam de distúrbios da região encefálica. 5 Breve Histórico Luigi Galvani Investigação fisiológica do Sistema Nervoso no final do Séc. XVIII Músculos e células nervosas produzem eletricidade Claude Bernard (França), Paul Ehrlich (Alemanha), John Langley (Inglaterra). Final do Séc. XIX - Fármacos não atuam em um lugar qualquer sobre uma célula, mas ligando-se a receptores individuais, geralmente localizados nas membranas celulares. René Descartes Séc. XVII - Dualidade Mente - Corpo Encéfalo - tudo o que pode ser encontrado nos animais inferiores (percepção, atenção, memória, apetite, paixões) Mente - entidade espiritual, responsável pelas funções mentais superiores, experiência consciente característica do comportamento humano. Se comunica com o Encéfalo por meio da glândula pineal. 6 Apostila Neuro - 12 November 2018 Breve Histórico Baruch Spinoza Visão unificada da mente e do corpo John Locke Séc. XVIII - Encéfalo como tábula rasa que seria preenchida com as experiências de vida. Charles Darwin Séc. XIX - Encéfalo como a origem de todo comportamento Observar o comportamento animal para entender o comportamento humano. Evolução das espécies. 7 Breve Histórico 1800 - Tentativa de integrar conceitos biológicos e psicológicos Franz Joseph Gall - duas ideias revolucionárias Encéfalo é o órgão da mente e todas as funções mentais partem dele. Córtex cerebral não funciona como um simples órgão, mas é formado por vários órgãos, que controlam funções específicas. Enumeradas 35 regiões distintas no córtex cerebral cada uma responsável por uma faculdade mental específica, tais como: avaliação de causalidade, cálculo, capacidade de perceber ordem, amor romântico, combatividade, generosidade, religiosidade, entre outros. Frenologia - determinação da personalidade e do caráter com base no formato do crânio. 8 Apostila Neuro - 12 November 2018 9 Breve Histórico 1820 - Pierre Flourens Experimentação das ideias de Gall. Destruição sistemática das regiões do encéfalo de animais experimentais. Conclusão: regiões específicas não são responsáveis por comportamentos específicos. Sendo assim, todas as regiões do encéfalo são responsáveis por desempenhar todas as funções do hemisfério. Não importa a região lesionada, mas sim a quantidade de material cerebral lesionado. “Todas as percepções, todas as vontades ocupam a mesma base nesses órgãos (cerebrais); as faculdades de perceber, de conceber, de desejar constituem meramente uma faculdade que é, portanto, essencialmente única”. Início da “Visão Holistica” do encéfalo. Reação contra a visão de que a mente humana é um órgão biológico. Rejeição a noção de que não há alma, de que todos os processos mentais podem ser reduzidos a uma atividade dentro do encéfalo. 10 Apostila Neuro - 12 November 2018 Breve Histórico Séc. XIX Pioneiros - Camilo Golgi e Santiago Ramón y Cajal. Golgi - descobriu as partes de um neurônio: corpo celular, dendritos e axiônios. Ramón e Cajal - modificou o entendimento sobre o tecido nervoso. O tecido nervoso não é uma rede contínua de elementos, mas uma rede de células individuais. Doutrina Neural - princípio de que os neurônios individuais, são blocos construtivos elementares e os elementos sinalizadores do sistema nervoso. 11 Breve Histórico Década de 1860 Paul Broca (França)- descrição de nove pacientes vitimas de lesão nos lobos frontais do hemisfério esquerdo, que apresentavam uma síndrome que comprometia a produção da fala e preservação da compreensão da linguagem (Afasia de Broca). Karl Wernicke (Alemanha) - descrição de pacientes com lesões no córtex temporal esquerdo que apresentavam dificuldade na compreensão da linguagem (Afasia de Wernicke). 12 Apostila Neuro - 12 November 2018 Breve Histórico Década de 1860 Hughlings Jackson (Inglaterra) - Estudou a epilepsia e lesões vasculares cerebrais que tinham como consequência comprometimentos motores específicos.. Estudos rastrearam comportamentos específicos a áreas específicas do encéfalo. Defenderam a visão da “conectividade celular”. Neurônios individuais são as unidades sinalizadoras do encéfalo. Estão organizados em grupos funcionais e conectados uns aos outros de forma precisa. 13 Breve Histórico Caso Phineas Gage Engenheiro ferroviário em NY. Que tinha como função explodir buracos para abrir caminho para novos trilhos. Em um acidente de trabalho, uma explosão fez com que uma barra de ferro atravessasse seu crânio. Gage continuou consciente, o calor da barra de ferro cauterizou a ferida. Apesar de ter sobrevivido Gage passou a apresentar problemas de comportamento Funcionário exemplar - irresponsável e comportamento socialmente inadequado. Pessoa dócil - Impaciente, baixa tolerante a frustração, desrespeitoso. 14 Apostila Neuro - 12 November 2018 Breve Histórico Década de 1940 - MacLean e Papez Sistema Límbico - conjunto de estruturas cerebrais interconectadas que se revelavam importantes para o processamento das funções emocionais e sua integração com a vida de relação. Década de 1950 - Caso H.M. Remoção bilateral do hipocampo e das amígdalas para tratamento de um quadro epiléptico. Após a cirurgia quadro de incapacidade de aprender novas informações Conclusão: Aprendizagem e memória dependiam da integração dos centros nervosos específicos e suas conexões. 15 Breve Histórico Alexander Luria (1902-1977) - Neuropsicólogo soviético Assimetria da função cerebral SNC organizado em sistemas funcionais que visam à execução de uma determinada tarefa. Sendo a tarefa constante, no entanto os mecanismos para executá-la variáveis. Os processos mentais geralmente envolvem nas ou sistemas que atuam em conjunto, embora se situem em áreas distintas e distantes do cérebro. 3 Grandes sistemas funcionais 1 - regulação de vigilia e tons cortical - dependem de estrutura como formação reticulare áreas do sistema límbico. 2 - Recebimento, processamento e armazenamento de informações do mundo externo e interno - situado no córtex cerebral posterior ao sulco central. 3- Regulação e verificação das estratégias comportamentais - localizado no córtex cerebral nas áreas anteriores do cérebro. 16 Apostila Neuro - 12 November 2018 Breve Histórico Alexander Luria (1902-1977) - Neuropsicólogo soviético Desenvolvimento de uma bateria completa para exame neuropsicológico Avô das baterias utilizadas atualmente Trazem amplas informações sobre o funcionamento das funções cognitivas. Atualmente, completa-se tais informações com desempenho emocional e estrutura da personalidade. 17 Neurociências Aula 2 - Células do Sistema nervoso Profa. Dra. Priscilla Rodrigues Santana 18 Apostila Neuro - 12 November 2018 Sistema Nervoso (SN) - O que é (responsável pelo o que)? Definição: Rede complexa que permite o organismo se comunicar com o ambiente. Responsável por receber, armazenar e integrar as informações provenientes de seus componentes. Composição: Componentes sensoriais, detectores das variações da estimulação ambiental, componentes motores. Sua unidade básica é o neurônio. 19 Células Cerebrais O encéfalo é formado por enumeras dessas células, as quais se organizam em circuitos anatômicos com funções precisas. Princípio organizacional do SN: Células nervosas com propriedades similares podem conduzir ações diferentes de acordo com a maneira que se interconectam. Neurônios possuem formas complexas. Dendritos - padrões elaborados Axônios - muito longos 20 Apostila Neuro - 12 November 2018 Neurônios 21 Organização Celular Características básicas das células do SN: Componentes estruturais dos neurônios Mecanismo de geração de sinal dentro e entre os neurônios Padrões de conexões dos neurônios entre si e com seus alvos (músculos, glândulas). Relação entre diferentes padrões de interconexão e comportamentos. Modificação, pela experiência, de neurônios e suas conexões. 22 Apostila Neuro - 12 November 2018 Células Cerebrais Dois tipos básicos: Neurônios: Constitui a unidade básica, estrutural e funcional, e tem a função de receber, integrar, processar e transmitir informações, executando as principais funções do Sistema Nervoso. Após o nascimento não há produção de novos neurônios. Aqueles que morrem por programação natural (poda) ou por efeito de toxinas, doenças ou traumatismo não serão substituídos. Glias ou células gliais: Desempenha uma série de funções auxiliares fundamentais para permitir o funcionamento normal dos neurônios, modulando suas atividades. 23 Neurônio O neurônio é formado por quatro partes: Terminais pré-sinápticos Axônio Corpo/Soma Dendritos 24 Apostila Neuro - 12 November 2018 Neurônio - Corpo/Soma Trata-se do centro metabólico da célula. Núcleo: com os genes da célula. Citoplasma: com organelas c i toplasmát icas normalmente encontradas em outras células. Dele se originam os dendritos (vários) e o axônio (um). Responsável pela síntese das proteínas neuronais. Forma e tamanho são muito variáveis, dependendo do tipo de neurônio. 25 Neurônio - Corpo/Soma Recapitula Organelas do Citoplasma: Mitocondrias - realiza a respiração celular. Complexo/Estrutura de Golgi - realiza a secreção celular. Ribossomos - Produção de Proteínas. Lisossomos - Vesículas de digestão celular. Núcleo Retículo Endoplasmático Rugoso - com ribossomos em sua membrana, responsável pela síntese se proteínas destinadas à exportação. Retículo Endoplasmático Liso - sem ribossomos, sintetiza lipídios (ácidos graxos, fosfolipídios e esteróides). 26 Apostila Neuro - 12 November 2018 Neurônio - Dendritos Do grego Dendron = Árvore Ramificações Principal aparato para recepção de sinais que se originam em outras células nervosas 27 Neurônio - Axônio Do grego = Eixo. Se inicia em na região do Cone de Implantação. Longo e Tubular, estende-se para longe do corpo celular. Carrega sinais para outros neurônios. Leva sinais elétricos (Potencial de Ação) a longas distâncias (de 1mm a 2m). Esses sinais se originam nas zonas de gatilho, próximo da origem do axônio (segmento inicial). 28 Apostila Neuro - 12 November 2018 Neurônio - Axônio Especializado em gerar e conduzir o potencial de ação. Encéfalo analisa e interpreta os padrões de sinais elétricos aferentes e suas vias (visão, audição, tato e olfato). Para aumentar a velocidade de condução dos sinais elétricos, os axônios são enrolados em uma substância lipídica isolante, a bainha de mielina. Interrompida a intervalos regulares pelos Nodos de Ranvier - pontos não isolados pela mielina. Nodos de Ranvier - Regeneração do sinal elétrico. 29 Neurônio - Terminal Pré-sinápticos Transmite sinais por regiões especializadas e dilatadas. Final do neurônio que se divide em finas ramificações que contactam outros neurônios em zonas de comunicação - sinapses. Célula Pré-sináptica Célula Pós-sináptica (transmissora) (receptora) São separadas por um espaço muito estreito chamado de fenda sináptica. 30 Apostila Neuro - 12 November 2018 Células Gliais Funções de sustentar, proteger, isolar ou revestir, e nutrir os neurônios. São mais numerosas que os neurônios. 2 a 10 vezes mais. Nome grego - “Cola”, mas raramente ligam duas células nervosas. Circundam o corpo celular, axônio e dendritos. Conserva a capacidade de substituição de células mortas. 31 Células Glias Principais diferenças do neurônio: Não formam dendritos ou axônio. Não são eletricamente excitáveis. Não estão envolvidas na sinalização elétrica. Possuem dois tipos: Micróglias - sistema imunológico, age contra antígenos e se tornam fagócitos durante um trauma, infecção ou doenças degenerativas. Macróglias - 80% das células do encéfalo. Pode ser de três tipos: Oligodendrócitos (40%), Células de Schwann e Astrócitos (40%). 32 Apostila Neuro - 12 November 2018 Células Glias Macróglias: Oligodendrócitos - responsável pela produção da bainha de mielina no SNC. Células de Schwann - responsável pela produção da bainha de mielina no SNP. Ambas influenciam na condução do sinal e segregando os canais iônicos dependentes de voltagem em domínios distintos (Nodos de Ranvier). Astrócitos - corpos celulares irregular (parecem estrelas), podem ser de dois tipos: protoplásmico ou fibrosos. 33 Células Glias Macroglias (Cont.) Astrócitos Protoplásmicos - encontrados na substância cinzenta e seus terminais tem formato de folha. Presentes nos corpos celulares. Fibrosos - encontrados na substância branca, os terminais são longos, finos, que contem grandes feixes de filamentos empacotados. Presentes nos axônios nos Nodos de Ranvier. Ambos se ligam a capilares e arteríolas formando a barreira hematoencefálica - estrutura de permeabilidade seletiva que protege o SNC de substâncias potencialmente neurológicas presentes no sangue. 98% dos medicamentos não passam pela barreira. 34 Apostila Neuro - 12 November 2018 Células Glias Astrócitos - Funções Em sua maior parte ainda desconhecida, mas entende-se que dão apoio aos neurônios de 4 formas: Separam as células separando grupo de células e conexões sinápticas. Auxiliam a regular as concentrações de K no espaço entre neurônios. Tarefas de manutenção importantes que promovem a sinalização eficiente entre neurônios. Ex: recapitula deneurotransmissores. Auxiliam a nutrir os neurônios vizinhos liberando fatores de crescimento. + 35 Tipos de Neurônios 36 Apostila Neuro - 12 November 2018 Tipos de Neurônios Tentativa de diminuir a complexidade de conhecimento da contribuição das 85 milhões de células do SN no comportamento humano. Os neuronios do sistema nervoso podem ser classificados e dentro de cada categoria todos funcionam da mesma forma. Há várias formas de se classificar os neurônios: Quanto a morfologia de dendritos e axônios Quanto ao número de neuritos (dendritos+axônios) Quanto aos Dendritos Quanto a Conexão Quanto ao comprimento do axônio 37 Tipos de Neurônios Os neurônios são agrupados quanto ao número de Neuritos em 3 grupos: Neurônios Unipolares Neurônios Bipolares Neurônios Multipolares Os neurônios também podem ser classificados de acordo com a Conexão: Neurônios Sensoriais Neurônios Motores Neurônios Interneurônios 38 Apostila Neuro - 12 November 2018 Tipos de Neurônios - Neuritos Neurônio Unipolar Uma ramificação originada do corpo celular (axônio). De sua extremidade originam- se dendritos receptores. Muito comuns no Sistema Nervoso Autônomo. 39 Tipos de Neurônios - Neuritos Neurônio Bipolar Corpo celular oval de onde se originam duas ramificações distintas Estrutura dendrítica que recebe informação da periferia do organismo. Axônio - que carrega informação para o SNC. Células Sensoriais Pseudounipolares - se originam como bipolares mas suas ramificações se unem próximo ao corpo celular, sendo que uma ramificação se dirige a periferia do organismo e a outras para o SNC. Comum nos gânglios espinhais 40 Apostila Neuro - 12 November 2018 Tipos de Neurônios - Neuritos Neurônio Multipolar São predominantes no sistema nervoso. Possuem um único axônio e inúmeros dendritos. Variam muito na forma de seu corpo e no tamanho do axônio. 41 Tipos de Neurônios Axônio Núcleo Dendritos 42 Apostila Neuro - 12 November 2018 Tipos de Neurônios - Conexão Neurônio Sensorial Carregam a informação da superfície sensorial do corpo (Ex: pele, retina) para o Sistema Nervoso. Utilizado tanto para a percepção quanto para a coordenação motora. Neurônios Aferentes - da periferia do corpo para o sistema nervoso Neurônios Eferentes - do sistema nervoso para a periferia do corpo 43 Tipos de Neurônios - Conexão Neurônio Motor Carregam comandos do SNC para os músculos e as glândulas. 44 Apostila Neuro - 12 November 2018 Tipos de Neurônios - Conexão Interneurônio ou Neurônio de Associação São os mais numerosos. Realizam comunicações com outros neurônios. Possuem 2 classes: Interneurônios de Retransmissão/Projeção (relés): Possuem axônios longos e transmitem sinais por longas distâncias, de uma região encefálica a outra. Interneurônios Locais: Possuem axônios curtos, atuando em circuitos locais. Comunicação com neurônios próximos. 45 Comunicação entre Neurônios 46 Apostila Neuro - 12 November 2018 Comunicação entre Neurônios Células excitáveis Respondem a uma linguagem elétrica e química Modificação do Potencial de Membrana ou de Repouso Quando uma célula excitável se encontra em repouso (-60 a -70mV). A informação dentro do neurônio é transportada por meio de uma linguagem elétrica feita por íons. Os íons envolvidos nesse processo são principalmente Na e K Há uma maior concentração de Na fora da célula. Há uma maior concentração de K dentro da célula. Quando em repouso o meio intracelular do neurônio (carga elétrica negativa) é mais negativo do que o meio extracelular (carga elétrica positiva). Por diferença de concentração a tendência do Na é entrar e do K é sair da célula (Difusão e Eletricidade). ++ + + ++ 47 Neurônio em Repouso 48 Apostila Neuro - 12 November 2018 Comunicação entre Neurônios Os tipo e a distribuição de moléculas proteicas distinguem os neurônios de outros tipos de células. Os receptores sensíveis aos neurotransmissores são feitos de moléculas proteicas. Os potencias de repouso e de ação são dependentes de proteínas especiais. Essas proteínas definem passagens para os íons através da membrana neuronal por meio dos canais iônicos. Os canais iônicos são formados por moléculas proteicas que atravessam a membrana. Tais canais são permeáveis seletivamente. Os canais iônicos apresentam uma espécie de “portão" que serão abertos ou fechados de acordo com alterações no microambiente da membrana. 49 Canais Iônicos 50 Apostila Neuro - 12 November 2018 Neurônio - Comunicação Potencial de ação Impulso "tudo ou nada”, que se regenera com intervalos regulares. É a alteração do Potencial de Repouso da membrana neuronal. Tais alterações no SN são iniciados por uma grande variedade de eventos ambientais que nos atinge. Se inicia na Zona de Gatilho e percorrem to axônio até o terminal pré-sináptico. A informação transmitida por um potencial de ação é determinada pela via trafegada pelo sinal, e não pela forma do sinal. 51 Potencial de Ação Depende de um Limiar de Ativação: Nível crítico de voltagem que a membrana neuronal deve atingir para eliciar o Potencial de Ação (PA). Ultrapassa o limiar ou nada acontece. Liberar a entrada de Na através dos canais iônicos especializados. Nos neurônios de associação a despolarização de Na é causada por receptores sensíveis aos neurotransmissores liberados pelo neurônio anterior (pré-sináptico). A taxa de geração de múltiplos PA's depende da corrente contínua de despolarizante. A freqüência máxima de disparos é cerca de 1.000Hz. Uma vez que o PA é iniciado, se torna impossível iniciar outro durante cerca de 1ms - Período Refratário Absoluto. Após um Período Refratário absoluto pode ocorrer uma maior dificuldade de eliciar outro PA por vários milissegundos - Período Refratário Relativo. 52 Apostila Neuro - 12 November 2018 Fases do Potencial de ação 1°- Despolarização É excitatória e significa redução da carga negativa do meio intracelular (70-110mV). 2° - Repolarização 3° - Hiperpolarizacão É inibitória e significa aumento da carga negativa do lado de dentro da célula ou aumento da carga positiva do lado de fora do neurônio. 4° - Restauração Gradual do Potencial de Repouso 53 54 Apostila Neuro - 12 November 2018 Funcionamento de um Neurônio A membrana plasmática do neurônio transporta alguns íons ativamente, de dentro para fora e vice-versa. Assim funciona a bomba de sódio e potássio, que bombeia ativamente o sódio para fora, enquanto o potássio é bombeado ativamente para dentro. Para cada três íons sódio bombeados para o líquido extracelular, apenas dois íons potássio são bombeados para o líquido intracelular. Indo contra o gradiente de concentração. Se utiliza de ATP para realizar a troca de Na por K .+ + 55 Canais Iônicos Os canais iônicos são dependentes de voltagem, ou seja, apenas quando a membrana atinge uma determinada voltagem. Os canais de Na dependentes de voltagem apresentam um funcionamento padrão: Abrem com pouco atraso (ativação rápida). Permanecem abertos por cerca de 1ms e se fecham (se tornam inativos) Não podem ser abertos novamente até a membrana voltar próximo do valor negativo do Limiar de Potencial de Ação. Crises Epilépticas Febris - resultam de uma atividade elétrica súbita e altamente sincronizada no Encéfalo causada pelo aumento de temperatura. Comum em crianças entre 3 meses e 5 anos. + 56 Apostila Neuro - 12 November 2018 Canais Iônicos 57 Canais Iônicos Canaisde K dependentes de voltagem são abertos quando o meio intracelular está despolarizado em seu máximo. O que contribui para a repolarização da membrana. No entanto, acaba por gerar uma hiperpolarização até que os canais de K dependentes de vo l tagem se fechem completamente. + + 58 Apostila Neuro - 12 November 2018 Condução Saltatória Esclerose Multipla Desmielinização dos neurônios. Endurece o feixe de axonios onde havia bainha de mielina Atinge vários locais do sistema nervoso ao mesmo tempo. Fraqueza Falta de coordenação dificuldade de visão Dificuldade de fala Teste simples: apresentar uma figura quadriculada para a pessoa e medir o tempo que leva para resgistrá-la com um eletrodo na parte de trás da cabeça. 59 NEUROCIÊNCIAS Aula 3 - Sinapses Profa. Dra. Priscilla Rodrigues Santana 60 Apostila Neuro - 12 November 2018 SINAPSES 61 SINAPSES Transmissão de informação de um neurônio a outro ocorrem em um lugar específico - Sinapse. O processo de transferência de informação na sinapse é chamada de Transmissão Sináptica. Apresenta dois lados, que indicam a direção do fluxo da informação: Pré-sináptico - terminação axonial. Pós-sináptico - dendritos ou corpo celular de outro neurônio. 62 Apostila Neuro - 12 November 2018 SINAPSES Junção Neuromuscular : n e u r ô n i o m o t o r + m ú s c u l o esquelético. Local de ação para muitas toxinas e para a maioria das drogas psicoativas. Podem ser de tipos: Elétricas Químicas 63 SINÁPSES ELÉTRICAS Permitem a transferência direta da corrente iônica de um neurônio para outro. As membranas celulares são separadas por uma distância de apenas 3nm. As sinápses elétricas ocorrem em locais especializados - Junções Comunicantes. Ocorrem por todo o corpo e interconectam muitas células não neurais (ex: epiteliais, musculares lisas, e cardíacas, hepáticas e glandulares. Auxiliam os neurônios a sincronizar suas atividades. Em sua maioria são bidirecionais - o primeiro neurônio gera um PA em um segundo; esse gera um PA no primeiro novamente. 64 Apostila Neuro - 12 November 2018 SINÁPSE ELÉTRICA Conéxon{ 65 SINÁPSES QUÍMICAS As sinapses, que viajam por meio impulsos elétricos ao longo do axônio, é convertida na maioria das vezes em um sinal químico que atravessa a fenda sináptica. Sinal Químico = Neurotransmissor Diferentes neurônios - Diferentes neurotransmissores. Na membrana pós-sináptica esse sinal químico é convertido em sinal elétrico novamente. Membranas pós-sináptica: aumento de receptores especializados. Receptores de prote ína s especializados que detectam os neurotransmissores na fenda. 66 Apostila Neuro - 12 November 2018 SINÁPSES QUÍMICAS Apresenta um espaço entre as membranas pré e pós-sinápticas - Fenda Sináptica. Largura: 50 a 100nm Preenchimento: matriz extracelular de proteínas fibrosas. Mantém a adesão entre as membranas. Neurônio Pré-sináptico = Elemento Pré-sináptico = Terminal axonal Dentro do terminal axonal Pequenas esferas envoltas por membranas (50nm diâmetro) - vesículas sinápticas. Armazenamento de neurotransmissores. Esferas maiores (100nm diâmetro) - grânulos secretores. Conteúdo proteico solúvel e neurotransmissores. 67 SINÁPSES QUÍMICAS 68 Apostila Neuro - 12 November 2018 SINÁPSES QUÍMICAS Lado pré-sináptico Proteínas se projetam para o citoplasma ao longo da face intracelular da membrana, parecendo pequenas pirâmides. Piramedes+Membrana = Zonas Ativas. Local de liberação de neurotransmissores. Lado Pós-sináptico Acumulo de proteínas dentro e abaixo da membrana pós-sináptica - densidade pós-sináptica (DPS). Contém receptores pós-sinápticos que convertem os sinais químicos (neurotransmissores) em sinais intracelulares (mudança no potencial de membrana) no neurônio pós-sináptico. 69 SINÁPSES QUÍMICAS 70 Apostila Neuro - 12 November 2018 SINÁPSES QUÍMICAS NO SNC Tipos de sinápses A) Axodendrítica= Axônio+dendrito (membrana pós-sináptica). B) Axossomática= Axônio+Corpo Celular (membrana pós- sináptica). C) Axoaxônica= Axônio+Axônio (membrana pós-sináptica). D) Axoespinhosa= Axônio+Espinho Dendrítico (membrana pós-sináptica). E) Dendrodendrítica= Dendrito+Dendrito (membrana pós- sináptica). 71 SINÁPSES QUÍMICAS NO SNC 72 Apostila Neuro - 12 November 2018 SINÁPSES QUÍMICAS NO SNC D) E) 73 PRINCÍPIOS DA TRANSMISSÃO SINÁPTICA Requisitos básicos da transmissão sináptica: Mecanismo de síntese dos neurotransmissores e empacotamento nas vesículas. Mecanismo de liberação dos neurotransmissores na fenda sináptica, em resposta ao PA. Mecanismo para produzir uma resposta elétrica ou bioquímica ao neurotransmissor no neurônio pós-sináptico. Mecanismo para remoção dos neurotransmissores da fenda sináptica. Todos esses mecanismos devem ser extremamente rápidos! Do primeiro ao último deve ter um intervalo de milissegundos! 74 Apostila Neuro - 12 November 2018 PRINCIPAIS NEUROTRANSMISSORES Pequenas moléculas orgânicas, que são armazenadas em vesículas sinápticas e delas liberadas. Moléculas grandes (cadeias de aminoácidos) armazenadas e liberadas de grânulos secretores. 75 PRINCÍPIOS DA TRANSMISSÃO SINÁPTICA Diferentes neurônios liberam diferentes neurotransmissores Velocidade de transmissão também varia Rápida: 10 a 100ms Lentas: > 100ms, podendo durar minutos. Diferentes neurotransmissores são sintetizados de diferentes formas. Aminoácidos e Aminas: Uma vez sintetizados no citosol do terminal axonal os neurotransmissores serão capturados pelas vesículas sinápticas Trabalho das proteínas transportadoras. Peptídeos: sintetizados no Complexo de Golgi 76 Apostila Neuro - 12 November 2018 PRINCÍPIOS DA TRANSMISSÃO SINÁPTICA 77 PRINCÍPIOS DA TRANSMISSÃO SINÁPTICA A liberação de neurotransmissores é desencadeada pela chegada de um PA ao terminal axonal. Despolarização Ativação dos canais de Ca dependentes de voltagem 2+ Direcionamento das vesículas sinápticas para a Zona Ativa Liberação de Neurotransmissores Exocitose = vesícula sináptica+ membrana celular = derramamento do neurotransmissor na fenda sináptica Aumento de Ca 2+ Endocitose= Recaptura da membrana vesicular para reutilização 78 Apostila Neuro - 12 November 2018 SINÁPSES QUÍMICAS 79 PRINCÍPIOS DA TRANSMISSÃO SINÁPTICA Na membrana Pós-sináptica: Acumulo de receptores especializados para cada neurotransmissor, formado por uma proteína específica. Canais de de iônicos sensíveis a neurotransmissores. Gradiententes excitatórios ou inibitórios são somados na área do Cone de Implantação. Um neurônio recebe em milissegundos entre 1.000 e 10.000 contatos sinápticos em seu corpo e dendritos. +Na = Despolarização Excitação (Potencial Excitatório Pós-Sináptico - PEPS) +-Cl ou K =Hiperpolarização Inibição (Potencial Inibitório Pós-Sináptico - PIPS) 80 Apostila Neuro - 12 November 2018 PRINCÍPIOS DA TRANSMISSÃO SINÁPTICA Mais de 100 tipos de neurotransmissores (NT) Dois tipos principais de receptores de neurotransmissores Canais iônicos ativados por neurotransmissores Frequentemente fechado sem o neurotransmissor correto. Quando o neurotransmissor se liga na parte extracelular da membrana pós-sináptica, esse se abre permitindo a entrada de íons. Transmissão mais rápida. Receptores acoplados a proteína G Transmissão mais lenta, duradouras e diversificada. Três passos: Ligação do NT ao receptor. Receptor protéico ativa as proteínas G. As proteínas G ativam proteínas efetoras (canaisiônicos ou enzimas que sintetizam moléculas). 81 RECAPTURA DOS NEUROTRANSMISSORES Após a ativação do neurônio pós-sináptico, os neurotransmissores devem ser rapidamente removidos da fenda sináptica para que o neurônio possa ser novamente excitado ou inibido novamente. A remoção pode ser feita por enzimas que quebram as moléculas de neurotransmissores em elementos mais simples que podem ser reciclados no interior do neurônio pré-sináptico ou que podem ser recapturados e descartados pelas Glias. A remoção também pode ser feita pela membrana pré-sináptica por meio da Bomba de Captação. Algumas drogas psicoativas podem evitar a recaptura dos neurotransmissores Excitação ou Inibição do neurônio pós-sináptico por tempo prolongado Cocaína - alteração do estado de consciência. 82 Apostila Neuro - 12 November 2018 83 84 Apostila Neuro - 12 November 2018 Neurociências Aula 4 - Divisão Anatômica Profa. Dra. Priscilla Rodrigues Santana 85 Sistema Nervoso Por que estudar o sistema nervoso? A forma de nos comportarmos e entendermos o mundo é organizada no sistema nervoso. Algumas perguntas a serem estudadas sobre o sistema nervoso: O que é (responsável pelo o que)? Qual sua composição? Como está organizado? 86 Apostila Neuro - 12 November 2018 Glossário Anterior - Localizado próximo ou na direção da frente da cabeça Caudal - Localizado próximo ou na direção da cauda Dorsal - Nas costas ou em direção a elas ou, em referência aos núcleos cerebrais de localização superior. Frontal - Da frente ou em referências a cortes do cérebro, uma orientação de visualização pela frente. Superior - Localizado acima. Ventral - No ventre ou em sua direção, ou do lado do animal onde o abdome está localizado, ou em referência aos núcleos cerebrais, de localização inferior. 87 Glossário Inferior - Localizado abaixo. Lateral - Diz respeito ao lado do corpo. Medial - Diz respeito ao meio, pode aparecer mesial. Posterior - Localizado próximo ou na direção da cauda. Rostral - “Na direção do bico”; localizado na direção da frente. Sagital - Paralelo ao comprimento (de frente para trás) do crânio, utilizado em referência a um plano. 88 Apostila Neuro - 12 November 2018 Sistema Nervoso 89 Organização do Sistema Nervoso Sistema Nervoso Sistema Nervoso Central Sistema Nervoso Periférico Encéfalo Medula Espinhal Sistema NervosoAutonomo Sistema Nervoso Somático Cérebro Cerebelo Tronco Encefálico Sistema Nervoso Visseral ParassimpáticoSimpático Sistema Nervoso Entérico 90 Apostila Neuro - 12 November 2018 Sistema Nervoso Central Encéfalo: Cérebro - Compreende os dois hemisférios cerebrais, cada um deles consistindo em uma camada mais externa muito enrugada (córtex cerebral) composto pelos Núcleos da Base, Hipocampo e núcleos da Amígdala. Cerebelo - Situa-se atrás da Ponte e está conectado ao Tronco Encefálico por diversos tratos importantes de fibras, denominados pedúnculos. Modula a força e amplitude do movimento e está envolvido no aprendizado de habilidades motoras. Tronco Encefálico - Consiste em Bulbo, Ponte e Mesencéfalo. Recebe informações sensoriais pele e dos músculos da cabeça e fornece o controle motor para a musculatura da cabeça. 91 Sistema Nervoso Central Medula Espinhal: Parte mais caudal do sistema nervoso central (SNC), recebe e processa informação sensorial da pele, das articulações e dos músculos dos membros e do tronco e controla os movimentos dos membros e do tronco. É subdividida nas regiões cervical, torácica, lombar e sacral. 92 Apostila Neuro - 12 November 2018 Sistema Nervoso Periférico Sistema Nervoso Somático (Soma= Corpo) Consiste em neurônios sensitivos que transmitem a informação dos receptores somáticos na cabeça, parede corporal, e membros, e de receptores para os sentidos especiais da visão, audição, paladar e do olfato para o SNC. Neurônios motores que conduzem o impulso do SNC somente para os músculos esqueléticos. Controle consciente, ação voluntária. Integração do indivíduo com o ambiente externo. Sistema Nervoso Entérico (Enter= Intestinos) É um sistema que se relaciona com a enervação e controle das estruturas viscerais. Cuida da interação das diversas vísceras no sentido de manutenção de constância do meio interno. 93 Sistema Nervoso Periférico Sistema Nervoso Autonomo (Auto=próprio; Nomo= Lei) Consiste em neurônios sensitivos que permitem a informação dos receptores sensitivos autônomos, localizados principalmente nos órgãos viscerais, como estômago e os pulmões, para o SNC. Neurônios motores que conduzem impulsos nervosos do SNC para o músculo liso, para o músculo cardíaco e para as glândulas. Sua ação é involuntária. Responsável pela percepção e adaptação dos meios internos do corpo regulando a homestoase. Consiste em dois ramos: Simpático e Parassimpático. Simpático - auxilia na maioria das vezes a dar suporte ao exercício ou para ações de emergência (“Luta-Fuga”) Parassimpático - cuida das atividades de repouso e digestão. 94 Apostila Neuro - 12 November 2018 Nervos Cranianos 95 Nervos Cranianos 96 Apostila Neuro - 12 November 2018 Sistema Nervoso Central (SNC)Medula Espinhal Cerebelo Tronco Encefálico Diencéfalo Telencéfalo Cérebro Mesencéfalo Ponte Bulbo Hipotálamo Tálamo Comíssura Anterior Corpo Caloso Sistema Límbico Gânglios da Base Substância Branca Córtex Cerebral Hemisférios Córtex Cerebral 97 Sistema Nervoso Central 98 Apostila Neuro - 12 November 2018 Medula Espinhal Parte mais caudal do Sistema Nervoso Central (SNC), indo da base do crânio até a primeira vértebra lombar. Primeira estação de integração sensório-motora. Em uma pessoa adulta varia entre 35 a 45cm, aproximadamente. Formado por dois tipos de nervos: Nervos Sensoriais (Aferentes): conduzem informações para a medula espinhal da região periférica. Nervos Motores (Eferentes): conduzem informações da medula espinhal para a região periférica. 99 Nervos Nervos: são feixes de fibras nervosas (axônios) associadas a estruturas conjuntivas (colágeno) = nervos espinhais e cranianos 100 Apostila Neuro - 12 November 2018 Medula Espinhal Pode ser dividida em 31 segmentos, distribuídos entre as vértebras C1 e L1. Cada segmento medular recebe o nome correspondente às vértebras que os envolvem. Cervical (C1 à C8) Toráxica (T1 à T12) Lombar (L1 à L5) Sacral (S1 à S5) - prolongamentos da cauda equina. 101 Medula Espinhal 102 Apostila Neuro - 12 November 2018 103 104 Apostila Neuro - 12 November 2018 Meninges Membranas que envolvem o encéfalo e a medula espinhal. Sua principal função é a proteção do SNC São três: Dura-máter - Mais externa Aracnóide - intermediária Pia-máter - Mais interna com contato direto com o SNC 105 Tronco Encefálico Também chamado de Tronco Cerebral. Tem 10 dos 12 nervos cranianos partindo dele. Conduzindo informações motoras e sensoriais do e para o Tronco Encefálico. Três principais funções: Seus componentes são: Bulbo Ponte Mesencéfalo 106 Apostila Neuro - 12 November 2018 Tronco Encefálico 107 Tronco Encefálico 108 Apostila Neuro - 12 November 2018 Tronco Encefálico Bulbo: Extensão Rostral (a n t e r i o r ) d a Me d u l a Espinhal. Controla os centros reguladores da respiração, da pressão sanguínea e os reflexos da deglutição, da tosse e do vómito. 109 Tronco Encefálico Ponte: Localizada na parte anterior do Bulbo, auxilia na regulação da respiração além de transmitir informações entre os hemisférios cerebrais para o cerebelo. 110 Apostila Neuro- 12 November 2018 Tronco Encefálico Mesencéfalo: Localiza-se na parte rostral da ponte e participa do controle dos movimentos oculares, e contém núcleos relé dos sistemas auditivo e visual. 111 Cerebelo Trata-se de uma estrutura foliada, presa ao Tronco Encefálico, em posição dorsal à Ponte e ao Bulbo Responsável por integrar as informações sensoriais sobre a posição corporal com a informação motora e com a informação sobre o equilíbrio (Cada uma originária em partes distintas do Cérebro). 112 Apostila Neuro - 12 November 2018 Cerebelo 113 Cerebelo 114 Apostila Neuro - 12 November 2018 Cérebro 115 116 Apostila Neuro - 12 November 2018 117 118 Apostila Neuro - 12 November 2018 Cortéx Cerebral 119 Córtex Cerebral Também chamado de Substância cinzenta. Trata-se da camada mais externa do cérebro. Sua superfície é rugosa e cheia de pregas, as quais são chamadas de giros. Também apresenta muitas fissuras que são chamadas de sulcos. Cada sulco e cada giro é nomeado de acordo com o osso do crânio mais próximo.Apresenta uma coloração acinzentada por ser composta principalmente dos corpos celulares dos neurônios e seus dendritos. Composto por bilhões de neurônios, os quais recebem, processam e integram informações sensoriais e motoras. É composto por 6 camadas de células, sendo que sua posição depende de sua função. 120 Apostila Neuro - 12 November 2018 Substância Branca Região do tecido Nervoso composto quase exclusivamente de axiônios de neurônios. Quando esses axiônios são revestidos de mielina, o tecido ganha uma coloração esbranquiçada A substância branca, portanto, é uma região de conectividade entre partes do sistema nervoso. 121 Córtex Cerebral É divido em quatro partes, chamadas de lobos, conforme seus principais sulcos. São eles: Lobo frontal Lobo Parietal Lobo Temporal Lobo Occipital 122 Apostila Neuro - 12 November 2018 Hemisférios Cerebrais 123 Hemiférios Cerebrais Maior Parte do Sistema Nervoso Central. Responsável pelas funções mais finas e sofisticada, como memória, cognição, entre outras. Formados pelo Córtex Cerebral, Substância Branca, Gânglios de Base, Formação Hipocâmpica ou Hipocampo e Amígdala. 124 Apostila Neuro - 12 November 2018 Lobo Frontal Situado entre os sulcos Central e o Lateral. Comando motor primário referente à parte superior do corpo e face; Funções cognitivas e emotivas. Programação e preparação dos movimentos; Controle do movimento conjugado do olhar; Informações olfatórias; Expressão verbal com sentido e sentimento. 125 Lobo Temporal Situada abaixo do sulco Lateral e na linha imaginária que segue do sulco Parieto-occipital. Recebe e processa informação auditiva. As áreas associativas deste lobo estão envolvidas no reconhecimento, identificação e nomeação dos objetos. 126 Apostila Neuro - 12 November 2018 Lobo Temporal 127 Lobo Parietal Localizado entre os sulcos Central, Lateral e Parieto-occipital. É o córtex somato-sensorial primário, recebe informação através do tálamo sobre o toque e a pressão. A nível associativo este lobo é responsável pela reação a estímulos complexos. 128 Apostila Neuro - 12 November 2018 Lobo Occipital Localizado após o Sulco Parieto- occipital. Recebe e processa informação visual. As suas áreas associativas estão relacionadas com a interpretação do mundo visual e do transporte da experiência visual para a fala. 129 Diencéfalo Localizado no meio do cérebro, fica justamente entre os dois hemisférios cerebrais e o tronco encefálico. É composto por duas estruturas: Tálamo Hipotálamo 130 Apostila Neuro - 12 November 2018 Diencéfalo 131 Diencéfalo Talamo: Processa quase todas as informações sensoriais que vão para o Cortéx Cerebral e quase toda informação motora que se origina no Córtex Cerebral sendo encaminhada para o Tronco Encefálico e para a Medula Espinhal. 132 Apostila Neuro - 12 November 2018 Diencéfalo O hipotálamo trabalha para mantar a homeostase, ou seja, o equilíbrio químico do corpo. Apesar do seu tamanho, é de grande importância para o funcionamento normal da maioria dos sistemas do organismo. Seu funcionamento é semelhante a um termostato. Quando algum elemento químico ou substância se encontra em níveis elevados ou perigosamente baixos, com base no funcionamento metabólico de cada individuo, o hipotálamo busca alertar ao sistema que é necessário reduzir tal substância ou atividade no organismo. Tem participação na regulação: Sono/Vigília Fome Variação de temperatura Diurese (urinar). Sede Sistema nervoso autônomo Sistema Límbico 133 Telencéfalo Composto pelos hemisférios cerebrais, o Corpo Caloso e a Comíssura Anterior. Faz a ligação entre os dois hemisférios cerebrais quanto as funções mais finas, como a Cognição e as Emoções. 134 Apostila Neuro - 12 November 2018 Telencéfalo Corpo Caloso: Maior comíssura que temos em nosso cérebro.É formado por milhões de axônios, motivo da sua aparência esbranquiçada. Responsável pela comunicação dos Hemisférios Cerebrais e pela harmonização de suas ações. O caráter das informações transmitidas pelo Corpo Caloso são mais racionais e cognitivas em relação à Comíssura Anterior. 135 Telencéfalo Comíssura Anterior: Comíssuras são junções de duas formações anatômicas. Tem o formato oval e tem comunicação direta com o complexo amigdalóide sendo responsável pelo comportamento emocional. 136 Apostila Neuro - 12 November 2018 Gânglios de Base Atuam no controle motor em associação ao sistema corticoespinal no controle dos padrões complexos da atividade motora. Marcação do tempo, intensidade, velocidade e amplitude dos movimentos. Utilização da memória armazenada no encéfalo para ocorrência da ação motora. Formado pelo Corpo Estriado, Globo Pálido, Substância Negra e Núcleo Subtalâmico. 137 Formação Hipocâmpica ou Hipocampo Faz parte do Sistema Límbico. Envolvido no processo da Memória e do Aprendizado. Responsável por converter a memória a curto prazo em memória a longo prazo. Lesões no hipocampo impedem a pessoa de construir novas memórias, no entanto as memórias mais antigas, anteriores à lesão, permaneçam intactas. 138 Apostila Neuro - 12 November 2018 Amígdala Está mais envolvida no registro e decifração dos padrões perceptuais do que nas reações emocionais. Centro regulador do comportamento sexual e da agressividade. Este conjunto nuclear é também importante para os conteúdos emocionais das nossas memórias. 139 Sistema Límbico 140 Apostila Neuro - 12 November 2018 Sistema Límbico O sistema límbico responde pelos comportamentos instintivos, pelas emoções profundamentes arraigadas e pelos impulsos básicos. Tais como sexo, ira, prazer e sobrevivência. Forma um elo entre os centros de consciência superiores na córtex cerebral e o tronco encefálico, que regula os sistemas corporais. 141 Sistema Límbico Giro do Cíngulo: Faz parte do córtex límbico e se localiza logo abaixo do corpo caloso. Tem a função de coordernar odores e visões agradáveis de emoções anteriores. Giro para-hipocampal: Esta área da córtex ladeando o hipocampo é ativada quando se observa cenas e lugares. Hipocampo: O nome deriva da sua vaga semelhança a um cavalo marinho. Está envolvido na memória e na consciência espacial. Amígdala: Conglomerados de neurônios em forma de amêndoa, são altamente envolvidos na memória e nas respostas emocionais. Área septal: Situada abaixo da parte anterior do Corpo Caloso. Constitui um dos Centros do prazerdo Cérebro. Alguns acreditam ser o Centro do orgasmo (outros, acham que quem comanda é o hipocampo, amígdala e o núcleo caudado, em conjunto). 142 Apostila Neuro - 12 November 2018 Sistema Límbico Amígdala & Hipocampo: Para discernir o papel da amígdala e do hipocampo, é só lembrar desse exemplo: O hipocampo é crucial no reconhecimento do rosto de uma colega de classe, mas é a amígdala que te informa que você não gosta dela. Área pré-frontal: Não faz parte do circuito límbico tradicional, mas suas intensas conexões com o tálamo, amígdala e outras regiões sub-corticais, explicam o importante papel que desempenha na expressão dos estados afetivos. Quando o córtex pré-frontal é lesado, o indivíduo perde o senso de suas responsabilidades sociais, bem como a capacidade de concentração e de abstração. Quando se praticava a lobotomia pré-frontal para tratamento de certos distúrbios psiquiátricos, os pacientes entravam em estado de "tamponamento afetivo“. 143 Funcionamento Cerebral 144 Apostila Neuro - 12 November 2018 145 146 Apostila Neuro - 12 November 2018 NEUROCIÊNCIAS Aula 5 - Córtex Cerebral e Divisão Funcional Prof. Dra.Priscilla Rodrigues Santana 147 Encéfalo • O Sistema Nervoso Central (SNC) pode ser dividido de várias formas: • Anatômica - divisão do córtex de acordo com o osso do crânio que o sobrepõe. Giros e sulcos. • Lobo Frontal • Lobo Parietal • Lobo Occipital • Lobo Temporal • Filogenética - divisão de acordo com as áreas desenvolvidas durante o processo de evolução • Arquiocórtex - parte mais primitiva - Hipocampo - Répteis • Paleocórtex - parte intermediária - Giro-para-hipocampal - Mamíferos • Neocórtex - Todo o resto o resto do córtex - percepção, pensamento, memória, linguagem, ação planejada - Mamíferos e Humanos. • Funcional - divisão de acordo com o funcionamento das áreas (Lúria, 1973), podendo ser sensitivas ou motoras • Áreas de Projeção ou Primárias • Áreas de Associação - Podem ser divididas em duas partes: secundárias e terciárias. • Brodmann - 52 áreas especializadas. 148 Apostila Neuro - 12 November 2018 Encéfalo • Divisão do Sistema Nervoso Central (SNC) (cont.) • Citoarquitetura - Divisão de acordo com a estrutura, o arranjo e organização dos neurônios no encéfalo e na medula. • Isocórtex - corresponde a 90% do córtex, possui 6 camadas de organização de neurônios. • Alocórtex - não possui as 6 camadas. Hipocampo e córtex olfatório. 149 Encéfalo - Divisão Citoarquitetônica • Formação do Isocórtex • Camada I - Molecular • Mais rica em axônios. Área de associação. • Camada II - Granular Externa • Predomínio de células es tre ladas pequenas. Recebem fibras que chegam ao córtex e as enviam para outras camadas. Fibras eferentes. • Camada III - Piramidal Externa • Área efetora do córtex, fibras de associação. • Camada IV - Granular Interna • Fibras aferentes. • Camada V - Piramidal interna • Dão origem a fibras eferentes, que saem do córtex indo em direção ao tronco encefálico e medula. • Camada VI - Fusiforme • Axônios que penetram na substância branca medular. 150 Apostila Neuro - 12 November 2018 Recapitulando - Divisão Anatômica • Lobo Frontal - responsável pelo planejamento, processamento motor voluntário, funções superiores. • Lobo Parietal - Processamento de informações táteis e integração sensorial. • Lobo Occipital - Processamento de informações visuais. • Lobo Temporal - Processamento de informação da linguagem, auditiva, gustativa e olfatória. • I n s u l a - S i s t e m a L í m b i c o , responsável pela regulação das emoções. 151 Divisão Funcional Córtex Cerebral Áreas Primárias Sensoriais e Motoras Áreas Secundárias Interpretação Áreas Terciárias Funções Superiores Áreas Límbicas Emoções 152 Apostila Neuro - 12 November 2018 Áreas Primárias ou de Projeção • Área Motora (Giro pré-frontal) • Área 4 de Brodmann • Lesões na área motora primária pode provocar paralis ias na porções correspondentes ao corpo • Área Somatossensorial (Giro pós- frontal) • Áreas 1, 2, 3 de Brodmann • Lesões nessas áreas promovem a incapacidade de reconhecer estímulos táteis, e de propriocepção. • Área Visual • Área 17 de Brodmann • Lesões nessa área pode causar amaurose total ou parcial dependendo da extensão da lesão. 153 Área Motora e Somatossensorial Primária 154 Apostila Neuro - 12 November 2018 Áreas Primárias ou de Projeção • Área Auditiva (Giro Temporal superior) • Áreas 41 e 42 de Brodmann • Lesões nessas áreas podem levar a perda da capacidade auditiva ou a surdez cortical, quando lesionada bilateralmente. • Á r e a O l f a t i v a ( G i r o p a r a - hipocampal) • Área 28 e 38 • Lesões nessa área pode causar diminuição da capacidade olfativa e/ ou alucinações. • Área Gustativa • Área 43 de Brodmann. • Diminuição da capacidade de sentir sabor do lado oposto do lesado. 155 Áreas de Associação Secundária • Ocupam a maior parte da superfície do cérebro humano, e s tando d i re tamente l i gadas a s áreas primárias e são unimodais (uma unidade que recebe informação sensorial ou motora apenas). • São três: Somatossensorial, Visual e Auditiva. • Normalmente estão justapostas às áreas primárias. • Recebe aferências das áreas primárias e repassa para as demais áreas. • Lesões nas áreas secundárias não causam déficits simples, mas levam a agnosia (desconhecer). 156 Apostila Neuro - 12 November 2018 Áreas de Associação Terciárias • Existem 2 áreas terciárias no cérebro: • A primeira se encontra na junção Temporoparietal • A segunda se encontra na área pré- frontal. • Essas áreas promovem a integração sensório-motora e part ic ipa dos p r o c e s s o s d e p l a n e j a m e n t o e motivacionais. • Promovem uma junção entre funções límbicas e não-límbicas. • Recebem fluxos de informações das áreas primárias e secundárias, elaboram estratégias comportamentais e enviam tais informações de volta para as áreas primárias e secundárias. 157 Áreas de Associação Terciárias - Temporoparietal • Corresponde a área de Brodmann 7, 39 e 40. • Re s p o n d e a m a i s d e u m a modalidade sensorial e pode estar envolvida na motricidade. • Só se at iva em momentos relevantes para o indivíduo. • Interage com áreas pré-frontal e límbicas. • Relacionada a l inguagem e representação simbólica, além da percepção espacial. Área de Wernicke 158 Apostila Neuro - 12 November 2018 Áreas de Associação Terciárias - Temporoparietal • Corresponde a área de Brodmann 7, 39 e 40. • Lesões: • No hemisfério Esquerdo • Problemas de linguagem • Acalculia • Dificuldade de escrita • Incapacidade de discr iminar direita/esquerda. • No hemisfério Direito • Desorientação espacial generalizada • Distúrbios da percepção do próprio esquema corporal - Anosognosia. • Apraxia - incapacidade de realizar tarefas cotidianas, ex: pentear o cabelo. Área de Wernicke 159 Áreas de Associação Terciárias - Pré- Frontal • Corresponde a área de Brodmann 45, 46, 47, 8, 9, 10, 11 e 12. • Corresponde a 1/4 da superficie do cérebro humano. • Seus neurônios respondem a diversos estímulos sensoriais e motivacionais (só funcionam quando houver uma recompensa). • Gener i camente re l ac ionada a linguagem, planejamento, execução e modificação de es t ratég ias de comportamento. • C a d a u m a d e s u a s p a r t e s é relacionada a uma tarefa diferente. • Lesões em diferentes áreas geram sequelas diferentes.160 Apostila Neuro - 12 November 2018 Áreas de Associação Terciárias - Pré- Frontal • Áreas de Brodmann • Área 8 - Movimentos oculares • Área 9 - Cálculo e lógica • Área 10 - Atenção e alerta • Área 11 e 12 - Decisão e comportamento ético. • Área 44 e 45 - Área de Broca • Área 46 e 47 - Funções E x e c u t i v a s ( p e n s a m e n t o , cognição, comportamento) 161 Áreas de Associação Terciárias - Pré- Frontal - Lesão • Lesões no lobo frontal levam à perda total da capacidade para resolver problemas e para planejar o início de ações, como atravessar a rua ou responder a uma pergunta complexa. • Algumas deteriorações específicas variam dependendo de qual parte do lobo frontal está lesionada. • Lesão na parte posterior (Área de Broca): podem ter dificuldade de se expressar verbalmente, uma deficiência chamada de afasia (expressiva) de Broca. • Lesão na parte frontal: • Dificuldade na memória de trabalho, • Redução de fluência da fala, • Apatia (falta de emoção, interesse e preocupação), • Desatenção, • Respostas atrasadas às perguntas, • Falta de inibição, incluindo o comportamento social inapropriado 162 Apostila Neuro - 12 November 2018 Divisão Funcional de Lúria 163 Sistema Funcional de Lúria • Síntese dos sistemas de organização cerebral anteriores. • Localizadores - Gall, Wernicke, Broca • Unitaristas - Hughlings e Flourens • Cada área pode ser especializada em uma determinada função, mas as áreas funcionam de forma conjunta e integrada. 164 Apostila Neuro - 12 November 2018 Sistema Funcional de Lúria • A função cerebral é um sistema funcional completo e complexo. • A localização perde sentido se limitada a uma busca específica. • A localização traz quais as regiões que trabalham conjuntamente para construir uma atividade mental. E qual sua contribuição ao sistema completo. • Nesse esquema um sintoma não é um distúrbio, mas a sua causa é mais importante para o entendimento da organização cognitiva. 165 Sistema Funcional de Lúria • Primeira Unidade Funcional • Regulação do tônus cortical, vigília e estados mentais. • Nível ideal de tônus cortical para engajar-se na atividade organizada, dirigida ou objetivos de ação. 166 Apostila Neuro - 12 November 2018 Sistema Funcional de Lúria • Segunda Unidade Funcional • Receber, Analisar e Armazenar informações. • Regiões laterais do neocórtex. Esses sistemas analisam uma grande quantidade de elementos. 167 Sistema Funcional de Lúria • Terceira Unidade Funcional • Programação, Regulação e Verificação de Atividades • Envolve os lobos frontais. • Funções Executivas • Envolve criação das intenções, planos e programação de ação, regulação do comportamento e verificação de atividades conscientes. 168 Apostila Neuro - 12 November 2018 Sistema Funcional de Lúria Estímulo Sensorial Sistema Límbico SNP Unidade Primária Alterações que o ambiente causa no corpo Unidade Secundária Área 1 - Sensação Área 2 - Percepção Área 3 - Integração Unidade Terciária Área 3 - Decisão Área 2 - Programação Área 3 - Execução Resposta Comportamento 169 Caminho da Informação 170 Apostila Neuro - 12 November 2018 Caminho da Informação 171 NEUROCIÊNCIAS Aula 6 - Neuropsicologia das Funções Cognitivas. Profa. Dra. Priscilla Rodrigues Santana 172 Apostila Neuro - 12 November 2018 FUNÇÕES COGNITIVAS Funções cognitivas são a “…integração das capacidades de percepção, de ação, de linguagem, de memória e de pensamento.” (McCarthy e Warrington, 1990). Essas auxiliam na composição dos comportamentos humanos, desde os mais simples até os mais complexos. São funções cognitivas: Linguagem Memória Atenção Funções Executivas Visuoconstrução Praxia Cognição Social 173 LINGUAGEM Pode ser definida a partir de aspectos biológicos e sociais que mostram a função principal da linguagem como um facilitador da adaptação do sujeito em seu ambiente. Serão trabalhados questões do desenvolvimento completo da linguagem, ou seja, em sujeitos adultos. Trata-se de uma habilidade cognitiva complexa importante para a socialização e comunicação. A linguagem é formada por 3 componentes essenciais: Linguístico: aspectos fonológicos sintáticos organizados segundo regras, aspectos semânticos e pragmáticos. Diz respeito ao conteúdo lexical (dicionário) e dos discursos. Cognitivo: transformação dos múltiplos inputs do ambiente em conhecimento, à organização, ao armazenamento, à recuperação e à transformação. Social: organização segundo regras sociais (pragmáticas) que fornecem indicações sobre práticas sociais da linguagem. Modo como a fala é percebida depende de questões culturais. 174 Apostila Neuro - 12 November 2018 LINGUAGEM Avaliação - âmbito da clínica e/ou da pesquisa como prática em que se sistematizam dados, de forma integrada, dos seus vários componentes. Objetivo: determinar se a linguagem está normal, se há presença de deficit, estabelecimento de diagnóstico, prognóstico e indicações terapêuticas. A avaliação dessa função envolve: As bases biológicas da linguagem Aquisição da linguagem Processamento cognitivo-linguístico Déficits linguísticos: adquiridos ou do desenvolvimento Avaliação e Reabilitação 175 BASES BIOLÓGICAS DA LINGUAGEM Estudos recentes sobre a linguagem tem como base a Tomografia por Emissão de Pósitrons (PET) e a Ressonância Magnética Funcional (RMf) que avaliam mudanças do fluxo sanguíneo. Além de magnetoencefalografia (MEG) e eletroencefalografia (EEG) que aferem aspectos temporais da atividade de linguagem. Descoberta de outras áreas, além das clássicas (Broca e Wernicke), como importantes para o processamento da linguagem. Linguagem - Aspecto distribuído e flexível dos circuitos cerebrais. Capacidade de adaptação e participação em diferentes aspectos da produção da fala. 176 Apostila Neuro - 12 November 2018 BASES BIOLÓGICAS DA LINGUAGEM Atualmente vários estudos demonstram uma maior distribuição principalmente no Hemisfério Esquerdo (HE) para o processamento, oral e escrito, da linguagem (áreas 21, 22, 37, 39 e 42 de Brodmann). Hemisfério Direito (HD) é responsável pelo armazenamento dos aspectos prosódicos (emissão de sons da fala) de produção de fala e os componentes lexicais de reconhecimento visual de palavras. Responsável principalmente pelas funções discursivas, pragmáticas (relação entre quem fala e quem ouve), inferências(tirar conclusões), léxico-semânticas e prosódias. 177 PROCESSAMENTO COGNITIVO- LINGUÍSTICO A linguagem envolve 3 processos: Compreensão receptiva Decodificação linguística (compreensão verbal): que inclui a audição e a leitura. Codificação Expressiva e de Produção: que inclui a fala, a escrita e a sinalização. A linguagem pode ser processada em vários níveis: Semântico: significado das palavras ou ideias. Fonético: natureza física da produção e da recepção fala humana. Fonológico: sons da fala Morfológico: unidades de significado das palavras ou partes de uma palavra. 178 Apostila Neuro - 12 November 2018 PROCESSAMENTO COGNITIVO- LINGUÍSTICO A linguagem pode ser processada em vários níveis: Lexical: compreensão e produção de palavras. Repertório linguístico de uma pessoa. Sintáticos: regras de estruturas das frases, das funções e das relações das palavras em uma oração. Pragmático: compreensão do modo que a linguagem é usada e interpretada. Considerando as características contextuais do falante e do ouvinte. Prosódico: Integra a habilidade de reconhecer, compreender e produzir significado afetivo ou semântico com base na entonação, na ênfase e em padrões rítmicos da fala. 179DÉFICITS LINGUÍSTICOS Déficits Linguísticos Afasias Adquiridas Demências Outros Do Desenvolvimento Dislexia Discalculia 180 Apostila Neuro - 12 November 2018 DÉFICITS LINGUÍSTICOS ADQUIRIDOS Afasias Dentre as deficiências adquiridas da linguagem as afasias são as mais estudadas. Podem ser definidas como a perda ou a deficiência da linguagem expressiva ou receptiva, provocada por um dano cerebral, geralmente no HE. Pode afetar outros processos cognitivos também, tais como: memória, categorização, atenção e funções cognitivas. Seu diagnóstico é realizado a partir do desempenho do paciente em tarefas de linguagem oral e de escrita (compreensão, expressão, nomeação e repetição nos níveis d palavra, da sentença e do discurso). Seu prognóstico depende da gravidade inicial dessa manifestação, da extensão e do local da lesão. Quanto maior diversidade de déficits iniciais e maior a lesão, pior o prognóstico. 181 DÉFICITS LINGUÍSTICOS ADQUIRIDOS Afasias Possui diversas classificações, sendo mais utilizada é a de Boston (Hillis, 2007). As afasias podem ser divididas em dois tipos Fluentes: caracterizadas por fala fluente e articulação relativamente normal, mas dificuldades em compreensão verbal e repetição, com presença de parafasias (caracterizada por erros na escolha das palavras ou por uma associação repetitiva de sílabas ou palavras inadequadas que desvirtuam o sentido do que é dito). Ex: Afasia de Wernike, de condução, anômica e Transcortical sensorial. Não-fluentes: Caracterizada pela compreensão verbal relativamente preservada, mas há problemas na produção da linguagem e articulação. Ex: Afasia de Broca, Transcortical motora, Transcortical mista, e Global. 182 Apostila Neuro - 12 November 2018 DÉFICITS LINGUÍSTICOS ADQUIRIDOS Afasia de Broca Fala espontânea e repetição de sentenças não fluentes (extensão da frase reduzida, melodia e agilidade articulatória alteradas, menor número de palavras por minuto, produção de sentenças agramáticas) Com impossibilidade de nomear ou recordar os nomes dos objetos, embora o paciente os perceba e os compreenda (anomia). Relativa compreensão da linguagem. Afasia Transcortical motora Os pacientes apresentam melhor desempenho na repetição de sentenças do que na linguagem espontânea. Fala lenta com pouca iniciativa, com compreensão preservada. Leitura pode pouco ou nenhum déficit, enquanto a escrita mostra-se lenificada assim como a fala. 183 DÉFICITS LINGUÍSTICOS ADQUIRIDOS Afasia Trascortical Mista Maiores dificuldades em compreender sentenças e em nomeação, mas com preservada capacidade de repetição. Expressão da linguagem prejudicada com presença de estereotipia (movimentos repetitivos) e ecolalia. Habilidade de leitura e escrita deficitárias. Afasia Global Fala espontânea em estereotipias e perseverações em que a compreensão mostra-se severamente prejudicada, podendo ser entendidos apenas comandos simples.Repetição comprometida. Um dos casos mais graves de afasia, havendo prejuízo severo na expressão e na compreensão da linguagem oral e escrita. 184 Apostila Neuro - 12 November 2018 DÉFICITS LINGUÍSTICOS ADQUIRIDOS Afasia de Wernicke Caracteriza-se por linguagem expressiva espontânea e repetição fluentes, mas desprovidas de sentido. Comprometimento da compreensão de palavras sentenças e conversação. Dificuldade de selecionar palavras, o som ou o significado apropriado das unidades linguisticas. Prejuizo na habilidade de acessar, usar ou manipular as informações semânticas, mais do que uma perda nas representações semânticas das palavras. Produção escrita é semelhante a produção oral. Compreensão da leitura preservada em grau semelhante à oral. Afasia de Condução Linguagem espontânea relativamente fluente, adequada compreensão, mas dificuldade na repetição, que pode ser observada de modo inconsistente. Erros de repetição de palavras de baixa freqüência ou de estrutura fonologia complexa e em pseudopalavras sendo recorrentes as parafasias fonológicas e verbais. Os pacientes com esse tipo de afasia são geralmente conscientes de seus problemas de fala, o que os leva a repetições para autocorreção. 185 DÉFICITS LINGUÍSTICOS ADQUIRIDOS Afasia Anômica Boa linguagem expressiva, com adequada repetição, compreensão e articulação. Dificuldade de evocação lexical, geralmente na linguagem espontânea, que pode diminuir na denominação por confrontação visual. Pacientes não conseguem acessar informações fonológicas e/ou ortográficas da palavra, apesar de acesso semântico preservado. Podem recuperar palavras semântica ou fonologicamente, mas tem consciência que não são aquelas que queriam fala. Escrita comprometida (paragrafia - substituição de certas palavras por outras ou por vocábulos inexistentes na língua), mas a leitura fica preservada. Afasia Transcortical sensorial Pacientes mostram discursos fluentes, com dificuldade na compreensão, podendo ser observadas as parafasias semânticas, dificuldade em encontrar palavras e circunlóquios (uso excessivo de palavras para emitir um enunciado que não chega a ser claramente expresso; rodeio). A repetição encontra-se preservada, podendo ocorrer perseverações. Nomeação e leitura preservadas, embora o paciente possa não compreender o que leu. 186 Apostila Neuro - 12 November 2018 DISLEXIA Super Choque Ep. 48 - Quando a Borracha encontra o asfalto. 187 DÉFICITS LINGUÍSTICOS DO DESENVOLVIMENTO Dislexia Transtorno Específico de Aprendizagem (TEA) Dificuldade específica da linguagem, caracterizada por prejuízos na decodificação de palavras isoladas, refletindo insuficiência do processamento fonológico. Problemas com aquisição de leitura, proficiência da escrita e da leitura não são incomuns. Discrepância entre o desempenho escolar, em um ou mais domínios acadêmicos, e a habilidade cognitiva geral do sujeito. Não há um padrão único de manifestação de sintomas. Deve-se considerar as diferentes manifestações cognitivo-linguísticas da dislexia. Deve-se excluir causas como deficiência neurossensorial, pobreza, falta de estimulação, experiências pedagógicas inadequadas, entre outras. A dificuldade deve estar presente em mais de um contexto, isto é, perturbar o desempenho acadêmico e a vida diária do sujeito. Não há um teste único e específico para identifica-la com precisão. 188 Apostila Neuro - 12 November 2018 DÉFICITS LINGUÍSTICOS DO DESENVOLVIMENTO - AVALIAÇÃO Histórico Pessoal Habilidades Linguísticas Leitura e Escrita Observação Educacional Processamento Cognitivo Medida Intelectual Histórico de saúde para descartar condições Histórico familiar, histórico de dificuldade fonológica Afetadas as habilidades básicas Podendo comprometer altas habilidades Dificuldades se manifestam em qualquer situação? Se manifestam em qualquer contexto? Alterações nesse nível podem estar presentes ou não. Não são determinantes para o diagnóstico, mas são importantes no prognóstico QI limítrofe ou abaixo do esperado, não se descarta de imediato a dislexia. Discrepância entre o nível de leitura, bem prejudicado, e o QI. 189 DÉFICITS LINGUÍSTICOS DO DESENVOLVIMENTO Discalculia - TEA Desempenho em alguns domínios da aritmética situa-se abaixo de determinado ponto de corte, apresentando risco de desenvolver dificuldades crônicas de aprendizagem da matemática. Podem impactar de forma negativa no desenvolvimento justificando a criação de uma categoria nosológica específica. Dificuldade de realizar as quatro operações básicas, recorrendo a estratégias imaturas, tais como contar nos dedos ou fazer marcar em papeis. Dificuldade com aquisição e resgate de informação aritmética, assim como leitura e escrita das diversas notações numéricas também comprometidas. Podem apresentar dificuldade em discriminaçãoe estimação rápida da grandeza de conjuntos de objetos, assim como com orientação temporal e espacial e dificuldade de utilizar relógio analógico. Comum em todas as culturas com prevalência variando entre 3% e 10% dependendo dos critérios utilizados. 190 Apostila Neuro - 12 November 2018 MEMÓRIA Capacidade de adquirir, armazenar e recuperar diferentes tipos de informações, fundamental para sobrevivência e formação de identidade. Se organiza em 3 eixos: Tempo Conteúdo Tipo de processo envolvido Os estudos sobre essa função indicam que há diversos tipos e subtipos de memória. Todos os tipos de memória também se dividem em bases neurais diferentes. Sendo assim, lesões adquiridas em diferentes partes podem causar diferentes tipos de amnésias (perdas de memórias). 191 MEMÓRIA Inf orm aç ão Se ns ori al Co dif ica çã o Memória Operacional/Trabalho Alça Fonológica Esboço Visuoespacial Retentor Episódico Memória de Curto Prazo Consolidação AGORA Me mó ria de Lo ng o P raz o Controle Inibitório Flexibilidade Cognitiva PASSADO Me mó ria Nã o D ec lar ati va Me mó ria D ec lar ati va Me mó ria Se mâ nti ca Me mó ria Ep isó dic a Pr oc ess am ent o Ex plíc ito Co nd icio na me nto Clá ss ico Há bit os Pr imi ng Pr oc ess am ent o Im plíc ito Sistemas de Memória e Processos Cognitivos envolvidos (Paula & Malloy-Diniz, 2018) 192 Apostila Neuro - 12 November 2018 MEMÓRIA - ALZHEIMER Principal causa de demência em idosos. 2009 - 39 milhões de pessoas no mundo 2030 - estimativa de 66 milhões de pessoas no mundo O Alzheimer surge do envelhecimento normal, passando passando por um comprometimento cognitivo leve (CCL), que causa pequenos lapsos de memória, até comprometer múltiplos domínios cognitivos, comprometendo as atividades desenvolvidas diariamente, instalando a doença de Alzheimer propriamente dita. Muito antes do inicio dos sintomas do Alzheimer percebe-se uma alteração no metabolismo de duas proteínas no cérebro: Amilóide - beta-amilóide e TAU - fosfo-tau. Ambas formam placas fibrilares nos meios extra e intracelular. Concentração no Líquido cerebrospinal (LCS). 4 fases do Alzheimer: 1- Envelhecimento normal 2 - Fase Pré-clinica: Declínio de beta-amilase e aumento de fosfo-tau no LCS. Funções cognitivas normais. 3 - Doença Prodrômica: concentração de marcadores ainda se acentuam no LCS. Ressonância indica atrofia progressiva de áreas relevantes iniciando pelos hipocampos. Queixas progressivas sobre a cognição, mais especificamente sobre a memória. Diagnóstico de CCL e adição de marcadores biológicos. 4 - Demência da Doença de Alzheimer: Dificuldade de funcionalidade. 193 MEMÓRIA - ALZHEIMER Avaliação Os exames da fase pré-clinica são muito caros para incluir em um calendário de saúde. Descobrir o mais precocemente possível, que seria na fase 3. Quem apresenta a doença prodrômica? Lapsos de memória progressivos, de planejamento, linguagem, praxia, ou uma combinação desses. Percepção desses lapsos pela pessoa ou por quem convive com ela. Sem prejuízo nas atividades diárias, exceto por maior esforço para realizar atividades mais complexas. Marcadores biológicos alterados (beta-amiloide, tau total, fosfo-tau no LCS). Avaliação da capacidade funcional. Entre as atividades mais rotineiras, destaque para o controle da área financeira. O comprometimento de tarefas ligadas a esse controle tem um avanço relativamente rápido em relação a outros tipos de demência. Declínio global da cognição, principalmente por alterações da memória episódica, na função executiva, na velocidade perceptual, déficits verbais, visuoespaciais e atenção. 194 Apostila Neuro - 12 November 2018 ATENÇÃO Ato de manter o foco atentivo direcionado para certos estímulos. Conjunto de processos que permitem controlar a atividade nervosa relacionada a eventos externos e/ou internos, de modo a selecionar aspectos que receberão processamento prioritário Formados por informações sensoriais presentes e/ou esperadas, a manutenção e/ou o resgate de informações arquivadas na memória e ações ou planos motores. O desenvolvimento dessa habilidade de controlar a atividade nervosa depende da história de interação do organismo com o ambiente. Como consequência temos o desenvolvimento de intencionalidade. O sistema nervoso pode: 1 - Gerar ações que levem aos resultados desejados 2 - Atuar no sentido de selecionar determinados tipos de informação para processamento adicional, direcionar sua atenção. 195 ATENÇÃO Na atenção está claro o caráter direcional e seletivo dos processo mentais organizados como: Estado de Alerta Concentração Seleção Exploração Áreas Neurofisiológicas Sistema Límbico Formação Reticular Estruturas Corticais e Subcorticais ligadas a parte sensorial e motora. Avaliação Necessário considerar fatores que podem interferir nessa função: Cansaço Sono Abuso/uso de substâncias psicoativas Ingestão de bebida alcoólica Saúde em geral 196 Apostila Neuro - 12 November 2018 TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE - TDAH 5% em crianças e 4% em adultos Caracterizado por um quadro de desatenção e hiperatividade- impulsividade excessivas frente ao esperado para a idade que se somam a comprometimentos funcionais em diferentes áreas do funcionamento: acadêmico, social, familiar e profissional. Tem seu início na infância ou na adolescência, possui elevada influência genética apresentando taxas de remissão sintomática inferiores a 50%. Considera-se que TDAH possui grande heterogeneidade fenotípica, ou seja, há significativa variedade de apresentações sintomáticas e, por consequência, espera-se grande diversidade de alterações neuropsicologicas. Pode-se concluir que não existe um “perfil” específico de alterações neuropsicologicas, sendo várias as possibilidades de achados ao exame. 197 TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE - TDAH Avaliação Diferenciar de déficit cognitivo Déficit cognitivo não exclui TDAH, mas indivíduos com rebaixamento cognitivo apresentam maior dificuldade de para se manter atento e quieto em sala de aula. Diferenciar de Transtornos Específicos de Aprendizagem (dislexia/discalculia) Indivíduos com dislexia, por exemplo, apresentam grande dificuldades de manter níveis atencionais satisfatórios durante a leitura, o que se torna particularmente expressivo no caso da vida acadêmica. Traçar um perfil neuropsicológico específico Em caso de comprometimento da memória operacional, o prognóstico de TDAH parece ser pior, existindo maior prejuízo acadêmico, mesmo sem a presença de transtornos de aprendizagem. Avaliação informal do comportamento e da cognição A avaliação neuropsicológica deve englobar a investigação quantitativa e a observação informal (sem o uso de testes). Observar o desempenho do sujeito em uma série de tarefas diferentes. Auxilio ao diagnóstico diferencial 198 Apostila Neuro - 12 November 2018 FUNÇÕES EXECUTIVAS As Funções Executivas (FEs) são um conjunto de habilidades que, de forma integrada, são necessárias para a realização de um objetivo específico (Direcionar comportamentos, avaliar esses comportamentos, abandonar estratégias ineficazes, buscar estratégias mais eficazes para resolver problemas a curto, médio e longo prazo). Essenciais para o comportamento independente, criativo e socialmente construtivo. Mesmo em tarefas corriqueiras, falhas nas FEs tornam sua execução um desafio para pessoas com comprometimentos cerebrais adquiridos ou do desenvolvimento. Há vários modelos teóricos: Construto único: Lúria (unidade 3); Memória Operacional de Baddeley e Hitch (2000).
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