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Neurofisiologia o funcionamento do cérebro e a base da plasticidade cerebral na gestação, infância e adolescência

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1 
 
Disciplina: Neurofisiologia: o funcionamento do cérebro e a base da plasticidade 
cerebral na gestação, infância e adolescência 
Autores: M.e Cláudia Dionísio Bianch 
Revisão de Conteúdos: Esp. Larissa Carla Costa 
Revisão Ortográfica: M.e Jacqueline Morissugui Cardoso 
Ano: 2017 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Copyright © - É expressamente proibida a reprodução do conteúdo deste material integral ou de suas 
páginas em qualquer meio de comunicação sem autorização escrita da equipe da Assessoria de 
Marketing da Faculdade São Braz (FSB). O não cumprimento destas solicitações poderá acarretar em 
cobrança de direitos autorais. 
 
2 
 
Cláudia Dionísio Bianch 
 
 
 
 
 
 
 
NEUROFISIOLOGIA: o funcionamento do 
cérebro e a base da plasticidade cerebral na 
gestação, infância e adolescência 
1ª Edição 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2017 
Curitiba, PR 
Editora São Braz 
 
 
3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FICHA CATALOGRÁFICA 
 
 
BIANCH, Cláudia Dionísio. 
Neurofisiologia: o funcionamento do cérebro e a base da plasticidade 
cerebral na gestação, infância e adolescência / Cláudia Dionísio Bianchi 
– Curitiba, 2017. 
71 p. 
Revisão de Conteúdos: Larissa Carla Costa. 
Revisão Ortográfica: Jacqueline Morissugui Cardoso. 
Material didático da disciplina de Neurofisiologia: o funcionamento do 
cérebro e a base da plasticidade cerebral na gestação, infância e 
adolescência – Faculdade São Braz (FSB), 2017. 
 ISBN: 978-85-94439-68-0 
 
 
 
4 
 
PALAVRA DA INSTITUIÇÃO 
 
Caro(a) aluno(a), 
Seja bem-vindo(a) à Faculdade São Braz! 
 
 Nossa faculdade está localizada em Curitiba, na Rua Cláudio 
Chatagnier, nº 112, no Bairro Bacacheri, criada e credenciada pela Portaria nº 
299 de 27 de dezembro 2012, oferece cursos de Graduação, Pós-Graduação e 
Extensão Universitária. 
 A Faculdade assume o compromisso com seus alunos, professores e 
comunidade de estar sempre sintonizada no objetivo de participar do 
desenvolvimento do País e de formar não somente bons profissionais, mas 
também brasileiros conscientes de sua cidadania. 
 Nossos cursos são desenvolvidos por uma equipe multidisciplinar 
comprometida com a qualidade do conteúdo oferecido, assim como com as 
ferramentas de aprendizagem: interatividades pedagógicas, avaliações, plantão 
de dúvidas via telefone, atendimento via internet, emprego de redes sociais e 
grupos de estudos o que proporciona excelente integração entre professores e 
estudantes. 
 
 
 Bons estudos e conte sempre conosco! 
 Faculdade São Braz 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
Apresentação da Disciplina 
 
 Esta disciplina que abordará os aspectos da neurofisiologia humana e 
seus complexos processos na formação do sujeito. Nos dias de hoje são grandes 
os avanços em pesquisas na área de Neurociência, considerando os processos 
de inclusão, visando uma sociedade mais justa e acessível a todos, sendo assim, 
os diversos profissionais são cada vez mais instigados a ampliar seus 
conhecimentos, devido à diversidade de fatores que podem interferir na 
aprendizagem do ser humano. 
 
 
6 
 
Aula 1 – Introdução ao Sistema Nervoso 
 
Apresentação da aula 
 
 Nesta aula serão estudados os detalhes do Sistema Nervoso, sua energia 
e integração, conhecendo melhor suas ações e reações (voluntárias e 
involuntárias). 
 
1.1 Sistema Nervoso Central (SNC) 
 
 O Sistema Nervoso tem a capacidade de receber, transmitir, elaborar e 
armazenar informações. Recebe informações sobre mudanças que ocorrem no 
meio externo, isto é, relaciona o indivíduo com seu ambiente e gera respostas 
aos estímulos recebidos. Não somente é afetado pelo meio externo, mas 
também pelo meio interno com todos os processos que ocorrem nas diversas 
regiões do corpo. As mudanças no meio externo são percebidas de forma 
consciente, enquanto as mudanças no meio interno nem sempre o são. 
Importante 
O Sistema Nervoso é o sistema mais complexo do corpo 
humano. Representa uma rede de comunicação do 
organismo, formada por um conjunto de órgãos do corpo 
humano. É responsável pela maioria das funções de controle, 
coordenando e regulando as atividades corporais. Como 
sistema se subdivide em dois segmentos: Sistema Nervoso 
Central (SNC) e Sistema Nervoso Periférico (SNP). 
 
 
 O Sistema Nervoso Central (SNC) são porções do sistema nervoso que 
estão envolvidas pelos ossos, o encéfalo e a medula espinhal. 
 O Encéfalo corresponde a toda estrutura intracraniana que se distingue 
em três partes: o cérebro (telencéfalo e diencéfalo), o tronco encefálico 
(mesencéfalo, ponte e bulbo) e o cerebelo. Podemos afirmar que é a partir do 
tronco encefálico, em suas subdivisões, que há a coordenação relativa à postura 
corporal e as subdivisões são: mesencéfalo e ponte. 
 
7 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1.1: Sistema Nervoso Central 
Fonte: http://www.auladeanatomia.com/neurologia/snc3.jpg?x731855 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1.2: Hemisférios Cerebrais 
Fonte:http://www.auladeanatomia.com/upload/site_pagina/hemisferios.jpg?x73185 
 
 Como se pode ver, o cérebro é a porção mais larga do encéfalo. Está 
claramente dividido em dois hemisférios separados pela profunda fissura 
sagital. Normalmente, o hemisfério cerebral direito recebe sensações e controla 
o lado esquerdo do corpo, assim como o hemisfério esquerdo, controla o lado 
direito do corpo. O cérebro subdivide-se em telencéfalo e diencéfalo. 
 
• Telencéfalo - corresponde aos dois hemisférios. Representa o 
maior volume do SNC, localizado dentro do crânio, e 
funcionalmente responsável pelo pensamento, atenção, 
raciocínio, cálculo e linguagem. 
http://www.auladeanatomia.com/neurologia/snc3.jpg?x731855
http://www.auladeanatomia.com/upload/site_pagina/hemisferios.jpg?x73185
 
8 
 
• Diencéfalo - divide-se em quatro subdivisões: tálamo, 
hipotálamo, subtálamo, e epitálamo. Merecendo maior destaque 
o tálamo. 
 
• Tálamo - é responsável pela recepção das mensagens sensoriais 
atuando na transmissão delas ao córtex. Regula o estado de 
atenção e consciência. 
 
• Hipotálamo - atua na expressão das emoções, comportamentos 
sexuais, regula a temperatura corporal e o controle de água no 
corpo. 
 
• Cerebelo - também chamado de pequeno cérebro, está situado 
atrás do cérebro. Atualmente sabe-se que contém tantos 
neurônios como ambos os hemisférios cerebrais juntos. O 
cerebelo é o centro para o controle do movimento, ou seja, os 
movimentos e a postura corporal; possui extensivas conexões 
com o cérebro e a medula espinhal. 
 
• Tronco encefálico - porção restante do encéfalo é caracterizada 
como um conjunto complexo de fibras e células composto pelo: 
mesencéfalo, ponte e bulbo raquidiano. 
 
• Mesencéfalo - recebe e coordena informações relativas à postura 
corporal. 
 
• Ponte - também auxilia em relação ao tônus muscular, postura e 
equilíbrio e controla a respiração. 
 
• Bulbo raquidiano - também chamado de medula oblonga, 
participa de processos vitais como batimentos cardíacos e 
vasoconstrição ( diminuição do diâmetro dos vasos sanguíneos). 
 
• Medula espinhal - colada ao tronco encefálico, é o maior 
condutor de informações da pele, articulações e dos músculos ao 
encéfalo, levando e trazendo as informações ao encéfalo. A 
 
9 
 
comunicação entre medula espinhal e corpo, se dá por meio dos 
nervos espinhais que formam parte do sistema nervoso periférico. 
Vocabula rio 
Raquidiano - Relativo à raque ou espinha dorsal. 
 
 
 
1.2 Sistema nervoso periférico 
 
 É formado por todas as partes do sistema nervoso, com exceção do 
encéfalo e da medula espinhal. Existem dois tipos de nervos: os cranianos e os 
raquidianos. 
 Os nervos cranianos distribuem-se em 12 pares que saem do encéfalo 
e sua função é transmitir mensagens sensoriais ou motoras. 
 Os nervos raquidianossão 31 pares que saem da medula espinhal, que 
levam impulsos do SNC para os músculos ou para as glândulas. Está dividido 
em: 
• Sistema nervoso somático ou voluntário: regula as ações que 
estão sob o controle da nossa vontade, como também, regula a 
musculatura esquelética de todo o corpo. 
• Sistema nervoso autônomo: integrado ao sistema nervoso 
central, está subdividido em simpático e parassimpático. 
Enquanto o sistema nervoso simpático estimula o funcionamento 
dos órgãos, o sistema nervoso parassimpático inibe. Portanto 
podemos afirmar que a função do sistema nervoso autônomo é 
regular as funções orgânicas, para que as condições internas do 
organismo se mantenham constantes. 
 
 
 
 
 
 
10 
 
1.3 Aspectos Anatômicos e Funcionais do Neurônio 
 
 O Neurônio é a principal célula do sistema nervoso, sendo responsável 
pela condução, recepção e transmissão dos impulsos nervosos. Tem a função 
básica de receber, processar e enviar informações. O Sistema nervoso tem mais 
de 100 bilhões de neurônios com características enzimáticas e metabólicas, 
determinadas geneticamente. São células que apresentam diversos formatos e 
tamanhos, produzem substâncias químicas distintas e apresentam funções e 
localizações diversas no SN. 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1.3: Estrutura do neurônio 
Fonte: http://www.sobiologia.com.br/figuras/Fisiologiaanimal/nervoso6.jpg 
 
• Corpo celular ou pericárdio - núcleo de um neurônio, região de 
concentração citoplasmática e, de onde partem numerosas 
ramificações; 
• Dendritos - são ramificações do pericárdio, prolongamentos 
anexos que efetuam a recepção dos estímulos nervosos; 
• Axônio - prolongamento extenso com diâmetro constante, 
projetado do corpo celular, podendo medir mais de um metro de 
comprimento, envolvido por uma camada isolante descontínua 
(bainha de mielina), formada por células de Schwann. Sua função 
está relacionada à condução do estímulo nervoso; 
• Telodendros - situadas na região terminal de um axônio, são 
ramificações que aumentam a superfície de propagação de um 
http://www.sobiologia.com.br/figuras/Fisiologiaanimal/nervoso6.jpg
 
11 
 
impulso nervosos, permitindo intercâmbio com outro neurônio ou 
um órgão. 
 Os neurônios podem ser classificados segundo sua função em três 
tipos: sensoriais, motores e interneurônios; 
 
• Neurônios sensoriais: (aferentes) levam as informações dos 
nervos periféricos em direção ao Sistema Nervoso Central 
(SNC); 
• Neurônios motores: (eferentes) conduzem informações do 
SNC em direção à parte periférica do corpo; 
• Interneurônios: possibilitam a conexão entre neurônios 
sensoriais e motores e possuem função integradora, sendo 
localizados na medula espinal. 
 
 Os neurônios também são classificados quanto aos prolongamentos do 
corpo celular, sendo multipolares (com vários dendritos e um axônio), bipolares 
(com um prolongamento axônio e um dendrito) e pseudo-unipolares (com um 
único prolongamento que é axônio em uma extremidade e dendrito em outra). 
 
1.4 Aspectos microscópicos estruturais e funcionais do sistema nervoso: 
Neurônio, Glia, Bainha de mielina, potencial de ação 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1.4: Estrutura do neurônio 
Fonte:http://www.infoescola.com/wp-content/uploads/2010/01/estrutura-neuronio.jpg 
http://www.infoescola.com/wp-content/uploads/2010/01/estrutura-neuronio.jpg
 
12 
 
O sistema nervoso central é constituído por neurônios e 
células glias. 
Neurônios constituem cerca de metade do volume do sistema 
nervoso central e as células da glia completam o restante. 
 
 
 O neurônio (célula nervosa), consiste em várias partes: o soma (corpo 
celular), os dendritos e o axônio. Explorando o interior do neurônio, conhecemos 
as funções das diferentes partes que o compõe: 
 
Soma (ou Corpo Celular) - situa-se na parte central do neurônio. 
Contém material genético (cromossomos), incluindo informações para o 
desenvolvimento da célula e síntese de proteínas necessárias para a 
manutenção e sobrevivência da célula. Produz todas as proteínas para 
os dendritos, axônios e terminais sinápticos. Dentro do soma 
encontramos estruturas chamadas de organelas e as mais importantes 
são: o núcleo, o retículo endoplasmático rugoso, o retículo 
endoplasmático liso, o aparelho de Golgi e as mitocôndrias. No interior 
da célula encontramos um fluído aquoso, chamada Citosol, rico em 
potássio, separado do meio externo pela membrana neuronal e contêm 
enzimas responsáveis pelo metabolismo da célula. 
 
Membrana Neuronal - A membrana neuronal, composta por lipídios e 
proteínas, serve como uma barreira na união do citoplasma interno do 
neurônio e exclui certas substâncias que flutuam no fluído que banha o 
neurônio. É responsável por importantes funções, como: manter certos 
íons e pequenas moléculas fora da célula e deixar outras dentro; 
acumular nutrientes e rejeitar substâncias nocivas; catalizar reações 
enzimáticas; estabelecer um potencial elétrico dentro da célula; conduzir 
um impulso. 
 
Glias - As células da Glia são células de apoio e proteção para os 
neurônios, também conhecidas como as “células de suporte” para o 
sistema nervoso, são capazes de modificar sinais nas fendas sinápticas 
entre os neurônios e podem até mesmo influenciar o local da formação 
das sinapses. Também têm importante papel nos processos do SNC, 
 
13 
 
incluindo a transmissão da dor. Estima-se que haja 10 células gliais para 
cada neurônio no SNC, porém, por terem reduzido tamanho, elas 
ocupam a metade do volume do tecido nervoso. São segregadas em 
dois grupos: aquelas no sistema nervoso central e as do sistema nervoso 
periférico. 
 
 As quatro funções principais de células da glia são: 
• cercar os neurônios e mantê-los no lugar; 
• para fornecer nutrientes e oxigênio; 
• isolar um neurônio do outro; 
• destruir e remover as carcaças de neurônios mortos (limpar). 
 
 Os tipos de células de suporte do sistema nervoso central diferem em 
forma e função e são elas: oligodendrócitos, astrócitos, células de Schwann, 
células ependimárias e micróglia. 
 
Os oligodendrócitos possuem núcleo esférico e são menores que os 
astrócitos. Essas células são encontradas na substância branca e 
cinzenta. Na substância branca, eles são encontrados envolvendo os 
axônios dos neurônios no sistema nervoso central, formando, assim, 
uma membrana rica em substância lipofílica denominada bainha de 
mielina. 
 
Os astrócitos - células da glia mais comuns, estão relacionados à 
homeostase do Sistema Nervoso Central (SNC). Dentre as suas 
funções, destaca-se a de nutrição. As extremidades dos prolongamentos 
dos astrócitos (pés vasculares) circundam os vasos sanguíneos e 
através deles os nutrientes são levados até o neurônio. 
 
Células de Schwann - possuem a mesma função dos oligodendrócitos, 
no entanto, se localizam ao redor dos axônios do sistema nervoso 
periférico. Cada uma dessas células formam uma bainha de mielina em 
torno de um segmento de um único axônio. 
 
14 
 
Saiba Mais 
A célula de Schwann foi identificada pe-
lo fisiologista alemão Theodor Schwann (1810-1882). 
Schwann estudou a fermentação do açúcar e 
do amido enquanto processos biológicos, as propriedades 
e o funcionamento dos músculos e as células nervosas. O 
estudo dessas últimas levou-o à descoberta das cha-
madas células de Schwann. Foi também o criador do termo 
"metabolismo" para designar os processos químicos de um 
organismo biológico. Foi responsável, também, por impor-
tantes contribuições na área da embriologia, ciência que 
praticamente fundou, ao estudar o desenvolvimento da 
primeira célula resultante da fecundação. 
 
Os ependimócitos, ou células ependimárias - são células cúbicas ou 
colunares, suas funções são revestir os ventrículos encefálicos e o canal 
central da medula. 
 
As células da micróglia - também estão presentes nas substâncias 
brancas e cinzentas do sistema nervoso central.Essas células são 
alongadas e pequenas, com núcleo em forma de bastão e cromatina 
condensada. Elas atuam na defesa imune do SNC. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1.5: Células da Micróglia 
Fonte:http://www.medicinageriatrica.com.br/wp-
content/uploads/2013/01/C%C3%A9lulas-da-glia.jpg 
 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Fisiologia
https://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_alem%C3%A3
https://pt.wikipedia.org/wiki/Theodor_Schwann
https://pt.wikipedia.org/wiki/1810
https://pt.wikipedia.org/wiki/1882
https://pt.wikipedia.org/wiki/Fermenta%C3%A7%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/A%C3%A7%C3%BAcar
https://pt.wikipedia.org/wiki/Amido
https://pt.wikipedia.org/wiki/Biologia
https://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%BAsculos
https://pt.wikipedia.org/wiki/Neur%C3%B3nio
https://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A9lula_de_Schwann
https://pt.wikipedia.org/wiki/Metabolismo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Qu%C3%ADmica
https://pt.wikipedia.org/wiki/Embriologia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Fecunda%C3%A7%C3%A3o
http://www.medicinageriatrica.com.br/wp-content/uploads/2013/01/C%C3%A9lulas-da-glia.jpg
http://www.medicinageriatrica.com.br/wp-content/uploads/2013/01/C%C3%A9lulas-da-glia.jpg
 
15 
 
• Núcleo - no interior do núcleo encontramos os cromossomos que 
contém o material genético, o ADN (ácido desoxirribonucléico) e 
também os aminoácidos. É uma estrutura do sistema nervoso 
central que é composta principalmente de substância cinzenta. 
Sintetiza RNA a partir do DNA e o transporta através de poros ao 
citoplasma para uso na síntese de proteínas. 
 
• Bainha de mielina - é uma camada de membrana lipídica que 
envolve os axônios, isolando-os. Esse isolamento permite uma 
condução mais rápida e eficiente dos impulsos. A bainha é 
descontínua, pois se interrompe em intervalos regulares, 
formando os NÓDULOS DE RANVIER (ou nós neurofibrosos), 
regiões limites entre uma célula de Schwann e outra. Como a 
mielina funciona como um isolante, as alterações da polaridade 
da membrana acontecem somente nos nódulos de Ranvier. 
Portanto, o impulso “salta” de um nódulo de Ranvier para outro 
(condução saltatória), sendo extremamente rápida e gastando 
menos energia. A condução é mais rápida nos axônios com maior 
diâmetro e com mais mielina. A bainha de mielina pode ser 
sintetizada por duas células: oligodendrócitos, no sistema 
nervoso central, e células de Schwann, no sistema nervoso 
periférico. 
 
 
Saiba Mais 
O nódulo de Ranvier foi reconhecido pelo médico francês 
Louis-Antoine Ranvier (1835-1922) em 1876, denominando-
o, na ocasião, “estrangulamento anular do tubo”. 
 
 
 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_nervoso_central
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_nervoso_central
https://pt.wikipedia.org/wiki/Subst%C3%A2ncia_cinzenta
 
16 
 
1.5 Potencial de Ação 
 
 Potenciais de ação são essenciais para a vida animal, porque transportam 
rapidamente informações entre e dentro dos tecidos. Eles podem ser gerados 
por muitos tipos de células, mas são utilizados mais intensamente pelo sistema 
nervoso, para comunicação entre neurônios e para transmitir informação dos 
neurônios para outro tecido do organismo, como os músculos ou as glândulas. 
É a propagação de um estímulo ao longo de um neurônio, estímulo esse que 
pode ser qualquer sinal captado pelos receptores nervosos, que desencadeia a 
necessidade de elaborar uma resposta, ou seja, o impulso resulta da capacidade 
dos neurônios se excitarem por ação de um estímulo. 
 Esse fenômeno de natureza eletro-química, ocorre devido a modificações 
na permeabilidade da membrana do neurônio. As modificações de 
permeabilidade permitem a passagem de íons de um lado para o outro da 
membrana plasmática. 
 Em um primeiro instante, abrem-se “portas de passagem” de Na+(Sódio), 
permitindo a entrada de grande quantidade desses íons na célula. Com isso, 
aumenta a quantidade relativa de carga positiva na região interna na membrana, 
provocando sua despolarização. Em seguida abrem-se as “portas de passagem” 
de K+(Potássio), permitindo a saída de grande quantidade desses íons. Com 
isso, o interior da membrana volta a ficar com excesso de cargas negativas, 
ocasionando a repolarização. 
 O estímulo provoca, assim, uma onda de despolarizações e 
repolarizações que se propaga ao longo da membrana plasmática do neurônio. 
Essa onda de propagação é o impulso nervoso, que se propaga em um único 
sentido na fibra nervosa. Dentritos sempre conduzem o impulso em direção ao 
corpo celular, o axônio por sua vez, conduz o impulso em direção às suas 
extremidades, isto é, para longe do corpo celular. A propagação rápida dos 
impulsos nervosos é garantida pela presença da bainha de mielina que recobre 
as fibras nervosas. 
 O ciclo completo desse fenômeno, dura poucos milisegundos. Cada ciclo 
e, portanto, cada potencial de ação, possui uma fase ascendente, uma fase 
descendente e, ainda, uma curva de tensão elétrica inferior a do potencial de 
repouso de membrana. 
 
17 
 
 O Potencial de ação não permanece em um local da célula, ele percorre 
toda a membrana. Ele pode percorrer longas distâncias no axônio, por exemplo, 
para transmitir sinais da medula espinhal para os músculos do pé. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1.6: Potencial de Ação 
Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/4/41/Potencial_de_acao.png 
 
 
1.6 Sinapses 
 
 Uma sinapse é um espaço de junção no qual ocorre a comunicação entre 
dois neurônios. A natureza física da conexão sináptica foi discutida por quase 
um século. A princípio se pensava que uma sinapse acontecia somente por uma 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ax%C3%B4nio
https://pt.wikipedia.org/wiki/Medula_espinhal
https://pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%A9
 
18 
 
corrente elétrica de um neurônio para outro, dada a velocidade da transmissão, 
sinapses elétricas. A partir de 1921 que estudos mais aprofundados 
conseguiram comprovar as sinapses químicas, ou seja, que a transmissão 
sináptica de um neurônio para outro pode se dar quimicamente. 
 A formação das sinapses está muito relacionada à capacidade cognitiva, 
pois, em interação com o ambiente, as estruturas do sistema nervoso processam 
novas informações criando, fortalecendo e também enfraquecendo as sinapses. 
 
 
 
 
 
 
Figura 1.7: Sinapse 
Fonte: http://www.bdtorino.net/files/1416723942_3_161288468.jpg 
 
 
 O neurônio que transmite o sinal é chamado de célula pré-sináptica, 
enquanto que a célula que recebe o sinal é um neurônio pós-sináptico. Ainda 
que ocorra a transmissão, não ocorre contato entre os neurônios, pois essa se 
dá por meio de impulsos elétricos, via junções comunicantes e via fendas 
sinápticas. Neste caso podemos compreender que existem dois tipos de 
conexões sinápticas: elétricas e químicas. 
 Representação das sinapses elétricas e químicas: 
 
 
 
 
Figura 1.8:Sinapses Químicas e Elétricas 
Fonte: https://sinapsaprender.files.wordpress.com/2014/02/sinapses.png 
 
http://www.bdtorino.net/files/1416723942_3_161288468.jpg
https://sinapsaprender.files.wordpress.com/2014/02/sinapses.png
 
19 
 
1.6.1 Sinapses elétricas 
 
 Acontecem quando as correntes iônicas passam diretamente pelas 
junções comunicantes até chegarem às outras células. A rapidez na transmissão 
do impulso elétrico entre os neurônios é muito grande, com um retardo nulo na 
transmissão, sendo ideal para comportamentos que exigem rapidez de resposta 
e onde a contração ocorre por um todo e em todos os sentidos. São mais 
encontradas em neurônios do tronco encefálico (para controle do ritmo da 
respiração, secreção de hormônios na corrente sanguínea) e também estão em 
abundância nos músculos cardíacos e lisos. 
 
1.6.2 Sinapses químicas 
 
 São aquelas nas quais o potencial de ação é transmitido através de 
proteínas chamadas de neurotransmissores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1.9:Sinapse 
Fonte: http://www.ebah.com.br/ 
 
 Essas proteínas:acetilcolina, noradrenalina, serotonina, dopamina gaba, 
entre outros, saem da célula pré-sináptica geralmente um terminal axonal, 
conforme mostra a figura. Esse terminal contêm dúzias de pequenas esferas, 
denominadas vesículas sinápticas, são nessas vesículas que se armazenam os 
neurotransmissores. 
 
20 
 
 No momento em que ocorre a sinapse química, esses caem na fenda 
sináptica e interagem com a célula pós-sináptica, que capta os 
neurotransmissores por meio de receptores. Essas conexões sinápticas podem 
acontecer de maneiras diferentes, dependendo em que parte do neurônio se 
dará esse contato: 
➢ Sinapse Axo-Dendrítica quando o contato acontece entre o axônio e 
dendritos. 
➢ Sinapse Axo-Somática quando o contato acontece entre axônio e corpo 
celular (Soma). 
➢ Sinapse Axo-Axônica quando o contato acontece entre axônio e axônio. 
➢ Sinapse Dendro dendríticas quando contato acontece entre dendritos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1.10:Sinapse 
Fonte: http://saofranciscocdn.s3-website-us-east-1.amazonaws.com/wp-
content/uploads/2016/08/sinaps25.jpg 
 
 
 As sinapses químicas são mais frequentemente encontradas em todo o 
sistema nervoso e podem ser classificadas, dependendo dos 
neurotransmissores, em excitatórias (nas quais a membrana pós-sináptica é 
despolarizada) ou inibitórias (que causam a hiperpolarização da membrana pós-
sináptica.) 
 
 
21 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1.11:Sinapse 
Fonte: http://g1.globo.com/platb/files/18/2011/01/SinapsesMuotri2.jpg 
 
1.7 Impulso Nervoso 
 
 O impulso nervoso é um sinal elétrico que possibilita a formação de uma 
corrente elétrica entre um neurônio e outro, estabelecendo uma rede de 
comunicação entre as diversas partes do corpo. 
 Os impulsos elétricos sempre ocorrem no mesmo sentido: dendritos, 
corpo celular e terminal axonal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1.12: Impulso nervoso 
 Fonte:http://saofranciscocdn.s3-website-us-east-1.amazonaws.com/ 
 
http://g1.globo.com/platb/files/18/2011/01/SinapsesMuotri2.jpg
 
22 
 
 
 A propagação de um estímulo ao longo do neurônio, resulta da 
capacidade de excitação de um neurônio. Isso ocorre devido a modificação da 
permeabilidade da membrana do neurônio, promovendo a passagem de íons de 
um lado a outro dessa membrana, aumentando a carga positiva internamente, 
provocando a despolarização e a saída de íons, ficando internamente o excesso 
de carga negativa, ocasionando a despolarização. Isso acontece 
sucessivamente, percorrendo a membrana e transportando rapidamente as 
informações de um neurônio a outro. 
 
Resumo da aula 
 
 Nesta aula aprendeu-se que o Sistema Nervoso divide-se em dois 
segmentos: o Sistema Nervoso Central (SNC) e o Sistema Nervoso Periférico 
(SNP). Do SNC fazem parte o encéfalo (que abriga o cérebro, o tronco 
encefálico e o cerebelo) e a medula espinhal (que é o maior condutor de 
informações ao encéfalo). O cérebro está subdividido em: telencéfalo – 
responsável pelo pensamento, atenção, raciocínio, cálculo e linguagem; e o 
diencéfalo – responsável pela atenção e consciência. O controle do movimento 
e postura fica sob o comando do cerebelo. O tronco encefálico regula funções 
vitais e é composto pelo mesencéfalo, ponte e bulbo raquidiano. 
 
 
Atividade de Aprendizagem 
Discorra sobre o Potencial de Ação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
Aula 2 - O córtex cerebral e os principais sistemas funcionais: somático 
motor e sensorial 
 
 Apresentação da aula 
 
 Nesta aula será estudado o córtex cerebral e os principais sistemas 
funcionais: somático motor e sensorial. Esses conhecimentos são primordiais 
para entender os processos cognitivos, uma função complexa que sempre 
implica em conexões altamente elaboradas que resultam em alterações do 
comportamento. 
 
2.1 Organização Anatômica e Funcional do Sistema Nervoso 
 
 O desenvolvimento do sistema nervoso ao longo da evolução humana foi 
caracterizado pela organização anatômica e funcional que possibilitaram a 
interação e adaptação ao meio. Segundo o neuropsicólogo soviético Alexander 
Luria (1981), o comportamento humano resulta da interação de três unidades 
funcionais complexas e plásticas: 
1. Unidade para regular o tônus cortical, a vigília e os estados mentais. 
2. Responsável por receber, processar e armazenar informações. 
3. Unidade para programar, regular e verificar a atividade metal. 
 
2.2 Córtex Cerebral 
 
 Responsável pelo pensamento, raciocínio, funções cognitivas, processos 
de percepção sensorial (visão, audição, tato e olfato) e a capacidade de produzir 
e entender a linguagem, o córtex é a parte mais desenvolvida do cérebro 
humano. O córtex cerebral é constituído por uma camada de substância cinzenta 
que envolve os hemisférios cerebrais. Essa camada é bastante extensa, 
ocupando área de cerca de 2500cm², mas devido a sulcos e giros, podem 
acomodar-se na caixa craniana. É formado de dois tipos de células: as células 
de Glia - também chamadas de neuróglias e os neurônios. 
 O córtex cerebral humano é um tecido fino (como uma membrana) que 
tem uma espessura entre 1 e 4 mm. A maior parte da superfície cortical é 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Neur%C3%B3glia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Neur%C3%B3glia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Neur%C3%B3glia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Neur%C3%B4nio
 
24 
 
constituída pelo isocórtex, uma estrutura laminar formada por 6 camadas 
distintas de diferentes tipos de corpos celulares de neurônios. Esse tipo de 
córtex, se considerarmos a evolução humana, é o mais recente e por isso 
denominado neocórtex. Perpendicularmente às camadas, existem os neurônios 
piramidais que ligam as várias camadas entre si e representam cerca de 85% 
dos neurônios no córtex. Há outras áreas corticais em que o número de camadas 
de células é menor e sua organização é diferente, caracterizando o alocórtex, 
áreas filogeneticamente mais antigas, relacionadas a regulação das emoções 
(lobo límbico e formação hipocampal). 
 No córtex cerebral, podem ser distinguidas diversas áreas, com limites e 
funções relativamente definidas. A diferença entre elas, resulta na espessura e 
composição das camadas celulares e na quantidade de fibras nervosas que 
chegam ou partem de cada uma. O córtex cerebral está dividido em dois 
hemisférios: esquerdo e direito, que são separados por um feixe grosso de fibras 
nervosas chamado corpo caloso. Esses hemisférios se subdividem em partes ou 
lobos(frontal, parietal, temporal e occipital) e esses são designados pelos nomes 
dos ossos cranianos nas suas proximidades e que os recobrem. O lobo 
frontal fica localizado na região da testa; o lobo occipital, na região da nuca; 
o lobo parietal, na parte superior central da cabeça; e os lobos temporais, nas 
regiões laterais da cabeça, acima das orelhas, cada um dos lobos está mais 
diretamente ligado a certas funções. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2.1 Hemisférios cerebrais 
Fonte: http://askep33.com/2016/03/15/mengenal-bagian-otak-dan-fungsinya/ 
 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Lobo_frontal
https://pt.wikipedia.org/wiki/Lobo_frontal
https://pt.wikipedia.org/wiki/Lobo_occipital
https://pt.wikipedia.org/wiki/Lobo_parietal
https://pt.wikipedia.org/wiki/Lobos_temporais
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cabe%C3%A7a
https://pt.wikipedia.org/wiki/Orelha
 
25 
 
➢ Lobo Frontal - Localizado na parte frontal do cérebro, e daí o seu nome, 
o lobo frontal é talvez aquele com uma maior importância cognitiva entre 
os quatro lobos. Inclui o córtex-motor, sendo sua principal função 
a coordenação de atividades motoras e o córtex pré-frontal responsável 
pelo pensamento, pela escrita, pela fala e pela linguagem articulada. 
 
➢ Lobo Parietal - Localizado na parte superior do cérebro, responsável 
por coordenar as sensações da pele, está constituído por duas 
subdivisões aanterior e a posterior. 
 Zona anterior, córtex somatossensorial, possibilita a recepção de 
sensações (tato, dor, temperatura...) que advêm do ambiente e são exteriores 
ao corpo. Essas sensações são recebidas por órgãos como lábios, língua e 
garganta. 
 Zona posterior é responsável por analisar, interpretar e integrar as 
informações recebidas pela zona anterior, e permite a localização do corpo no 
espaço, como o reconhecimento de objetos pelo tato ou compreensão da 
linguagem pela audição. 
 
➢ Lobo Occipital - Localizado na parte póstero-inferior do cére-
bro, responsável essencialmente pela visão através do córtex visual 
primário e ainda pelo processamento e percepção da visão. É constituída 
por várias subáreas que processam os dados visuais recebidos do 
exterior depois de terem passado pelo tálamo: há zonas especializadas 
em processar a visão da cor, do movimento, da profundidade, da 
distância, etc. Depois de percebidas por esta área - área visual primária- 
os dados passam para a área visual secundária. É aqui que a informação 
recebida é comparada com os dados anteriores que permite 
reconhecimento de objetos, figuras, pessoas. A área visual comunica com 
outras áreas do cérebro, que dão significado ao que se vê, levando em 
conta a experiência passada, e as expectativas. 
 
➢ Lobos Temporais - Estão localizados acima das orelhas, tendo como 
principal função processar os estímulos auditivos. Os sons produzem-se 
quando a área auditiva primária é estimulada. Tal como nos lobos 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Posterior
https://pt.wikipedia.org/wiki/T%C3%A1lamo_(anatomia)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Vis%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A9rebro
 
26 
 
occipitais, é uma área de associação - área auditiva secundária - que 
recebe os dados e que, em interação com outras zonas do cérebro, lhes 
atribui um significado, permitindo ao Homem reconhecer o que ouve.
 Além da divisão neuronal em lobos, o estudo das características 
morfológicas do córtex demonstrou diferenças entre as diversas regiões 
resultando na organização de mapas citoarquitetônicos do córtex, dos 
quais o mais conhecido é a classificação de Brodmann, que identificou 52 
áreas distintas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2.2: Neuroanatomia 
Fonte: https://sites.google.com/site/neuroanatomiateste/areas-de-brodmann 
 
Áreas 3, 1 & 2 - Córtex somatosensitivo primário 
Área 4 -Córtex motor primário 
Área 5 -Córtex somatosensorial associativo 
Área 6 -Córtex pré-motor e Córtex motor suplementar. 
Área 7 -Córtex somatosensorial de associação. 
Área 8 -Campo frontal dos olhos 
Área 9 -Córtex pré-frontal dorsolateral 
Área 10 - Córtex pré-frontal anterior (porção mais rostral do giro frontal superior 
e médio) 
Área 11 -Área Orbitofrontal (Giro orbital e reto mais a porção mais rostral do 
giro frontal superior) 
Área 12 -Área Orbitofrontal 
 
27 
 
Área 13 e Area 14 - Córtex Insular 
Área 15 -Lobo temporal anterior 
Área 17 - Córtex visual primário 
Área 18 - Córtex visual secundário 
Área 19 - Córtex associativo da visão 
Área 20 - Giro temporal inferior 
Área 21 - Giro temporal médio 
Área 22 - Giro temporal superior-parte dele é considerado área de Wernicke 
Área 23 - Córtex ventral-posterior do cíngulo 
Área 24 - Córtex ventral-anterior do cíngulo 
Área 25 - Córtex Subgenual (parte do córtex pré-frontal Ventromedial ) 
Área 26 - Porção Ectosplenial da região retrosplenial do córtex cerebral 
Área 27 - Córtex Piriforme 
Área 28 - Córtex entorhinal posterior 
Área 29 - Córtex retrosplenial do cingulate 
Área 30 - Parte do córtex do cíngulo 
Área 31 - Córtex dorso-aposterior do cíngulo 
Área 32 - Córtex dorso-anterior do cíngulo 
Área 33 - Parte anterior do córtex do cíngulo 
Área 34 - Córtex entorhinal anterior (Localizado no giro Parahipocampal) 
Área 35 - Córtex perihinal cortex (Localizado no giro Parahipocampal) 
Área 36 - Córtex Parahippocampal (Localizado no giro Parahipocampal) 
Área 37 - Giro Fusiforme 
Área 38 - Área Temporopolar ( parte rostral do giro temporal superior e médio) 
Área 39 - Giro angular-considerado parte da área de Wernicke 
Área 40 - Giro Supramarginal-Parte da área de Wernicke 
Áreas 41 e 42 -Córtex primário e de associação auditivo 
Área 43 - Córtex gustativo primário 
Área 44 - Pars opercular-parte da área de Broca 
Área 45 - Pars triangular -Área de Broca 
Área 46 - Córtex dorsolateral pré-frontal 
Área 47 -Giro pré-frontal inferior 
Área 48 - Área retrosubicular (pequena parte na superfície medial do lobo 
temporal) 
Área 49 - Área parasubiculum em roedores 
Área 52 -Área parainsular. (Ao nível da junção do lobo temporal com a ínsula) 
 
Vocabula rio 
Propriocepção - também denominada como cinestesia, é o 
termo utilizado para nomear a capacidade em reconhecer 
a localização espacial do corpo, sua posição e orientação, 
a força exercida pelos músculos e a posição de cada parte 
do corpo em relação às demais, sem utilizar a visão. 
 
 
 
28 
 
 Ainda que dividido em áreas com funções distintas, que se caracterizam 
em especializações funcionais, essas não determinam centros específicos para 
cada função. As conexões entre elas resultam em sistemas funcionais 
integrados, caracterizando o modelo conexionista, que possibilita ao córtex sua 
participação em todos os aspectos do comportamento. 
 
2.3 Principais Sistemas funcionais do organismo: Sistema Motor Somático 
e Sistema Sensorial 
 
 Do ponto de vista funcional, o Sistema Nervoso Periférico possibilita a 
interação do sujeito com seu meio externo, utilizando o sistema nervoso 
somático e com seu meio interno, sistema nervoso autônomo ou visceral. Esses, 
utilizam estruturas nervosas distintas, mas integradas entre si. O sistema 
nervoso somático periférico leva informações somáticas ao sistema nervoso 
central, por meio de impulsos nervosos aferentes, vindas de diversas partes do 
corpo (auditivas, visuais, gustativas, olfativas, táteis, térmicas, nociceptivas, 
proprioceptiva) e viscerais, informando sobre o estado dos órgãos internos. Na 
sequência, o sistema nervoso central processa a informação recebida e 
responde com impulsos eferentes somáticos (músculos estriados) ou eferentes 
viscerais (músculos lisos, cardíaco e glândulas), informações necessárias que 
garantem ajustes fisiológicos para a sobrevivência e adaptação ao ambiente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2.3: Esquema de Sistema Nervoso 
Fonte: http://www.afh.bio.br/nervoso/nervoso3.asp 
 
http://www.afh.bio.br/nervoso/nervoso3.asp
 
29 
 
2.3.1 Sistema Motor Somático 
 
 O sistema nervoso somático é composto por neurônios que estão 
submetidos ao controle consciente para gerar ações motoras 
voluntárias.Transmite a informação proveniente dos órgãos dos sentidos ao 
sistema nervoso central e transporta mensagens do sistema nervoso central 
para os músculos, por meio de fibras nervosas, formadas pelos prolongamentos 
dos neurônios (dendritos ou axônios) e seus envoltórios, organizam-se em 
feixes. Cada feixe forma um nervo. Cada fibra nervosa é envolvida por uma 
camada conjuntiva denominada endoneuro. Cada feixe é envolvido por uma 
bainha conjuntiva denominada perineuro. Vários feixes agrupados 
paralelamente formam um nervo. O nervo também é envolvido por uma bainha 
de tecido conjuntivo chamada epineuro. Em nosso corpo existe um 
número muito grande de nervos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2.4: Nervos do corpo humano 
Fonte: http://jogapedro.webnode.pt/corpo-humano/sistema-nervoso/ 
 
 
30 
 
 Seu conjunto forma a rede nervosa que permitem mover o esqueleto, 
estando implicado nos movimentos corporais, como pode ser observado nas 
ilustrações. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2.5: Nervos Faciais 
Fonte:http://brasilescola.uol.com.br/biologia/doze-pares-de-nervos.htm 
 
2.3.2 Sistema Nervoso Sensorial 
 
 É a parte do sistema nervoso responsável pela análisee captação dos 
estímulos dos ambientes externo e interno do organismo. Esses estímulos são 
captados pelos sentidos (visão, audição, tato, gustação ou paladar e olfato) 
através de células altamente especializadas, chamadas de células 
sensoriais; ou através de simples terminações nervosas dos neurônios. Essas 
 
31 
 
células, também chamadas de receptores, são capazes de traduzir ou converter 
esses estímulos em impulsos elétricos ou nervosos que serão processados e 
analisados em centros específicos do sistema nervoso central (SNC), onde será 
produzida uma resposta (voluntária ou involuntária). A estrutura e o modo de 
funcionamento desses receptores nervosos especializados é diversa, e pode-se 
classificar em três tipos: 
 
➢ Exterorreceptores – Localizadas na superfície do corpo, especializadas 
em captar estímulos provenientes do ambiente, como a luz, calor, sons e 
pressão; 
 
➢ Propriorreceptores – Localizadas nos músculos, tendões, juntas e órgãos 
internos. Captam estímulos do interior do corpo; 
➢ Interorreceptores – Percebem as condições internas do corpo, ou seja, a 
estímulos vicerais (pH, pressão osmótica, temperatura e composição 
química do sangue) ou outras sensações como sede e fome. 
 
 As informações sensoriais captadas pelas células receptoras são 
distribuídas em grandes áreas, segundo modelo funcional proposto por 
Alexander Luria : áreas de projeção e áreas de associação e são usadas para 
atender a quatro funções: percepção e interpretação, controle do movimento, 
regulação de funções de órgãos internos e a manutenção de consciência. 
 A característica principal do Sistema Sensorial é que o mesmo possui 
grande especificidade modal, já que está adaptado para a recepção de 
informações visuais, auditivas, vestibulares ou sensoriais gerais. A organização 
da sua estrutura é hierárquica, formada pelas áreas primárias (ou de projeção), 
que recebem axônios de neurônios que integram as vias sensoriais (áreas 
sensitivas) e assim, analisam as informações vindas do exterior; pelas áreas 
secundárias (ou de associação), que codificam e convertem as informações, e 
pelas áreas terciárias (de associação), que ocupam o topo da hierarquia das 
funções corticais. A elas chega o fluxo das informações previamente elaboradas 
nas áreas sensoriais primárias e nas áreas secundárias. São encarregadas de 
elaborar as estratégias comportamentais, enviando instruções às áreas motoras 
secundária e primária. 
 
 
32 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2.6: Divisão do encéfalo de acordo com seus córtex funcionais 
Fonte:http://cienciasecognicao.org/neuroemdebate/?p=1201 
 
 Observando a ilustração, pode-se identificar as áreas de projeção e 
associação. 
As áreas de projeção 
 Estão divididas em áreas sensitivas primárias e área motora primária. 
 Áreas sensitivas estão subdivididas em: 
➢ Área Somestésica ou área da sensibilidade somática geral, está 
localizada no giro pós-central (área 3,2,1, de Brodmann). É onde chegam 
as radiações talâmicas que trazem impulsos nervosos relacionados à 
temperatura, dor, pressão, tato e propriocepção consciente da metade 
contralateral do corpo. A organização dessa área fornece uma 
representação ponto a ponto no corpo, para cada parte existe uma região 
correspondente no córtex (somatotopia). Representada pelo homúnculo 
sensitivo, a imagem 2.7 chama a atenção pelas mãos, especialmente os 
dedos, o qual é desproporcionalmente grande nos revelando que a 
extensão da representação cortical de uma parte do corpo depende da 
importância funcional desta parte e não de seu tamanho. 
 
 
33 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2.7: Homúnculo de Penfield 
Fonte:http://ulum.es/asi-sentimos-el-movimiento/ 
 
➢ Área Visual Primária, situada no lobo occipital (área 17 de Brodmann), 
responsável pelo recepção do estímulo visual, captada pelo olho, 
refletida no campo visual do hemisfério oposto. 
➢ Área Auditiva Primária, situa-se no giro temporal transverso anterior – 
(áreas 41 e 42 de Brodmann). Sons de diferentes frequências chegam a 
partes diferentes do córtex auditivo. 
➢ A Área Olfatória, pequena área situada na parte anterior do úncus e do 
giro para-hipocampal (área 34 de Brodmann). Sua lesão pode causar 
alucinações olfatórias. 
➢ A Área Gustativa localiza no lobo parietal (área 43 de Brodmann) junto a 
área somática da língua. Lesões provocam diminuição da gustação na 
metade oposta da língua. 
➢ Área motora primária, localizada na região de giro pré-central (área 4 de 
Brodmann). Responsável pela motricidade devido as conexões aferentes 
da área motora com o tálamo, através do qual recebe informações do 
cerebelo, com a área somestésica e com as áreas pré-motora e motora 
suplementar. Também representado pelo homúnculo, as mãos são 
grandes e desproporcionais demostrando que a extensão da 
representação cortical é proporcional à delicadeza dos movimentos 
realizados pelos grupos musculares envolvidos. 
 
 
34 
 
As áreas de associação 
 
 Ocupam a maior parte da superfície do cérebro humano, o aumento da 
superfície cortical se fez através da expansão do córtex de associação, ao longo 
do processo evolutivo, permitindo o aparecimento da linguagem verbal e 
autoconsciência, funções desenvolvidas no homem e não encontradas em 
outras espécies. Podem ser divididas em áreas de associação secundárias e 
terciárias, sendo que as áreas secundárias ainda se dividem em três subáreas: 
➢ Área Somestésica Secundária, situada no lobo parietal (área 5 de 
Brodmann). 
➢ Área Visual Secundária, localizada no lobo occipital e se estendendo ao 
lobo temporal ( área 18,19,20,21 e 37 de Brodmann). 
➢ Área Auditiva Secundária situada no lobo temporal (área 22 de 
Brodmann), também conhecida como área de Wernicke, interpreta o 
estímulo sonoro, permitindo a compreensão da linguagem. 
 
 As áreas secundárias estão geralmente justapostas às áreas primárias 
correspondentes e delas recebem conexões. Estão diretamente conectadas e 
são unimodais (relacionadas com uma modalidade sensorial ou motricidade). 
Também chamadas áreas gnósicas (interpretam estímulos), as áreas 
secundarias são essenciais numa segunda etapa no processo de percepção 
sensorial, pois recebem as informações já elaboradas vindas das áreas 
primárias e interagem com as áreas terciárias e áreas corticais límbicas, 
responsáveis pelos processos de memória. Adjacente à área motora primária, 
se encontram áreas motoras secundárias. Essa região corresponde a partes das 
áreas 6 e 8, além da área 44 de Brodmann; são fundamentais para o 
planejamento motor. Ainda na área de associação secundária, no giro frontal 
inferior está localizada a área de Broca que e é responsável pela programação 
da atividade motora relacionada com a expressão da linguagem. Lesões da área 
de Broca resultam em déficits de linguagem (afasias). 
 As áreas terciárias são responsáveis pela interação das informações 
sensoriais recebidas, interpretadas e elaboradas nas áreas secundárias ou 
áreas límbicas; são multimodais, ou seja, não se ocupam mais do 
processamento sensorial ou motor, mas estão envolvidas com as atividades 
 
35 
 
superiores, como o pensamento abstrato ou os processos que permitem a 
simbolização. Estão divididas em duas áreas: 
• A Área Pré-Frontal, compreende a parte anterior não motora do lobo 
frontal (áreas 45, 46, 47, 8, 9, 10, 11 e 12 de Brodmann), é extremamente 
bem desenvolvida no cérebro humano, onde ocupa cerca de 1/4 da 
superfície total do córtex. Também ligada ao sistema límbico, recebe 
fibras de todas as demais áreas de associação do córtex. Essa região 
promove a escolha das opções e estratégias comportamentais mais 
adequadas à situação física e social do indivíduo, assim como a 
capacidade de alterá-los quando tais situações se modificam; 
manutenção da atenção; e controle do comportamento emocional. 
• A Área Temporo-Parietal, compreendetodo o lobo parietal inferior (áreas 
39, 40 e parte da áreas 7 de Brodmann), situando-se entre as áreas 
secundárias auditivas, visual e somestésica, funcionando como centro 
que integra informações recebidas dessas três áreas. É importante para 
aquisição da linguagem (simbolismo), percepção espacial e esquema 
corporal. 
 
Resumo da aula 
 
 Nesta aula estudo-se que evolução humana foi caracterizada pela 
organização anatômica e funcional do sistema nervoso. O desenvolvimento 
do córtex cerebral, parte essa mais desenvolvida do cérebro, possibilitou 
processos de percepção sensorial, capacidade de produzir e entender a 
linguagem, pensamento abstrato e cognição. Anatomicamente está dividido 
em dois hemisférios (esquerdo e direito) que se subdividem em partes ou 
lobos, frontal, parietal, temporal, occiptal) com limites e funções relativamente 
definidas, ainda que integradas entre si. Essa organização nos é 
demonstrada em mapas citoarquitetonicos do córtex, sendo mais conhecido 
a classificação de Brodmann. 
 Do ponto de vista funcional, o sistema nervoso periférico, possibilita a 
interação do sujeito com ambiente externo utilizando dois sistemas: O 
sistema somático (motor e sensorial) que capta informações por meio dos 
órgãos sensitivos (visual, auditivo, gustativo, olfativo e tátil) e propicia os 
 
36 
 
movimentos voluntários; e o sistema visceral ou autônomo que controla os 
órgãos internos. Segundo o modelo funcional de Luria, as informações do 
sistema somático são distribuídas em áreas de projeção (primarias) e 
associação (secundarias e terciarias) e atendem as funções de: percepção e 
interpretação, controle do movimento, regulação e a manutenção de 
consciência, memoria e pensamento. 
Atividade de Aprendizagem 
O desenvolvimento do sistema nervoso ao longo da evolução 
humana, foi caracterizado pela organização anatômica e 
funcional, que possibilitaram interação e adaptação ao meio. 
Segundo o neuropsicólogo soviético Alexander Lúria (1981), 
o comportamento humano resulta da interação de três 
unidades funcionais. Explique essas três unidades funcionais 
relacionando-as com as áreas de Brodmann. 
 
 
Aula 3 - Evolução Humana e as células nervosas 
 
Apresentação da aula 
 
 Nesta aula será estudado o Sistema Nervoso em alguns detalhes e o 
surgimento das primeiras células nervosas, promovendo a continuidade da vida 
e o desenvolvimento da espécie humana. Também será estudado o fundamento 
das neurotransmissões e como esses interferem no comportamento e nas 
emoções dos serem huamanos. 
 
3.1 Filogênese e Ontogênese 
 
Para melhor compreendermos o significado de 
filogênese (no grego:Phylo = raça e genetikos = relativo 
à génese = origem) e ontogênese (ὄντος, on-
tos "ser", genesis "criação") importa referir que, cada 
uma dessas ciências estuda a evolução, mas, enquanto 
a primeira se dedica ao estudo da evolução da espécie, 
a segunda ocupa-se do estudo da evolução de cada 
indivíduo desde o embrião até à velhice. 
 
37 
 
 
3.1.1 Filogênese 
 A Filogênese estuda a história da evolução humana, nomeadamente a 
constituição dos seres humanos como sujeitos cognitivos. Ou seja, o sentido 
filogenético está presente quando a palavra evolução nos remete para o 
progresso da espécie humana, ocorrido desde as longínquas origens da vida até 
à forma que os homens assumem na atualidade. Charles Darwin, estudioso do 
desenvolvimento das espécies, criou sua teoria defendendo que a seleção 
natural seria a principal responsável pela adaptação e pela especialização dos 
seres vivos, ou seja, seria o fator mais determinante na evolução. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 3.1: Filogênese 
Fonte:https://image.slidesharecdn.com/filognese-101001043016-
phpapp02/95/filognese-e-ontognese-1-728.jpg?cb=1285907449 
 
 Os primeiros neurônios surgiram como células que se diferenciaram das 
demais para receber estímulos do meio-ambiente, transmitindo-os às células 
musculares vizinhas para gerar uma resposta adaptativa. Tais células receptoras 
eram especializadas em irritabilidade e condutividade, o que significa que elas 
eram capazes de transformar um estímulo externo em uma mensagem interna 
que se propagava no organismo. Esses neurônios sensitivos ou aferentes, são 
seguidos pelos neurônios motores ou eferentes, para então surgirem os 
neurônios associativos, presentes no Sistema Nervoso Central, permitindo 
 
38 
 
assim, o aumento do número de sinapses e o surgimento de padrões de 
comportamento e funções superiores presentes na espécie humana. 
 Os seres humanos provocaram a maior transformação na Natureza em 
termos de evolução, do que qualquer outra espécie. Ao longo do processo 
evolutivo, em termos relativos, o tamanho da face diminuiu, enquanto o cérebro 
aumenta, como pode ser observado na figura. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 3.2: Evolução da espécie humana 
Fonte:http://destinofinal.serradoroncador.com.br/wp-
content/uploads/2017/04/evolu%C3%A7%C3%A3o.jpg 
 
• Australopitecus - Surgiu há 3 milhões de anos, tinha menos da 
metade do atual volume cerebral, andava em pé, usava as mãos 
para colher frutos, atirar pedras e paus para abater pequenos 
animais. 
• Homo Habilis - Primeira forma humana, surgida há 2 milhões de 
anos, o cérebro era um pouco maior que o do Australopithecus e 
fabricava as suas ferramentas partindo lascas de pedra. 
 
39 
 
• Homo Erectus - Forma humana surgida há 1,6 milhões de anos, 
tinha o cérebro maior que o do Homo Habilis e o corpo mais 
evoluído, vivia em bandos de 25 a 30 pessoas, descobriu o fogo, 
fabricava instrumentos, caçava e pescava. 
• Homo Sapiens Neanderthalensis - Surgiu há cerca de 150 mil 
anos atrás, enfrentou um período glacial muito intenso, o seu 
cérebro era aproximadamente igual ao atual ser humano, usava 
instrumentos bem-feitos e já enterrava os mortos. 
• Homo Sapiens Sapiens - Surgiu há cerca de 35 mil anos atrás, 
fisicamente é igual ao homem atual, o seu cérebro era bem 
desenvolvido, já realizava atividade de caça, ocupou todas as 
partes da Terra. 
 
3.1.2 Ontogênese 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 3.3: Ontogênese 
Fonte: http://www.cordonesumbilicales.com/wp-content/uploads/2016/05/desarrollo-
embrion-humano-5.jpg 
 
 
 A organização do Sistema Nervoso é determinada por fatores genéticos 
e ambientais, que participam e influenciam no seu desenvolvimento, atuando em 
etapas específicas da formação das diversas regiões do sistema nervoso, a qual 
chama-se ontogênese. 
http://www.cordonesumbilicales.com/wp-content/uploads/2016/05/desarrollo-embrion-humano-5.jpg
http://www.cordonesumbilicales.com/wp-content/uploads/2016/05/desarrollo-embrion-humano-5.jpg
 
40 
 
 As etapas da ontogênese são: 
➢ Neurogênese: Células do neuroectoderma, se organizam formando o 
tubo neural. 
 
➢ Migração Neuronal: Originam-se neurônios que migram ao longo da 
parede do tubo neural orientados por células da glia, onde constituirão as 
diferentes estruturas do sistema nervoso central (prosencéfalo, 
mesencéfalo e rombencéfalo) e a cavidade do tubo neural, que constituirá 
os ventrículos neurais. 
 
➢ Diferenciação e Maturação: Os neurônios se diferenciam e produzem 
neurotransmissores específicos, seus dendritos crescem e se ramificam 
e seus axônios se estendem, projetando-se em diversos outros 
neurônios. 
 
➢ Sinaptogênese: Formação de sinapses que caracterizam a associação 
entre neurônios. 
 
➢ Mielogênese: Formação da bainha de mielina ao redor dos axônios, a 
partir dos oligodendrócitos no sistema nervoso central e das células de 
Schwann no sistema nervoso periférico. As células derivadas da crista 
neural também migrarão ao longo do embrião e darão origem a estruturas 
do sistema nervoso periférico, como os gânglios sensitivos e viscerais. 
 
 Durante a ontogênese, as vesículas encefálicas (prosencéfalo, 
mesencéfalo e rombencéfalo) continuarama sofrer transformações, resultando 
no telencéfalo, diencéfalo e mesencéfalo. Cada uma delas dará origem a 
diferentes estruturas do sistema nervoso central, cujas funções caracterizarão o 
comportamento humano. O restante do tubo neural que não sofrera essas 
modificações, originará a medula espinhal. Nesse momento da ontogênese, 
caso ocorram fatores que possam influenciar o desenvolvimento como a 
ingestão de drogas, vírus, deficiências nutricionais entre outros, poderão alterar 
a estrutura do sistema nervoso. 
 Após o nascimento, as interações do indivíduo com o meio ambiente 
ativam sistemas bioquímicos nos neurônios, que podem produzir transformações 
 
41 
 
na organização do sistema nervoso, fenômeno este, que chamamos de 
neuroplasticidade. 
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SUGESTÃO DE LEITURA 
Leia a obra Da filogênese a ontogênese da 
motricidade Vitor da Fonseca. Essa obra 
aborda com profundidade o tema sobre a 
evolução e desenvolvimento humano que 
poderá contribuir nos seus estudos. 
 
3.2 Fundamentos da neurotransmissão 
 
 Reações químicas associadas à transmissão sináptica, fazem parte do 
encéfalo humano normal. Sabemos que a maioria das sinapses no encéfalo são 
químicas. Nas sinapses encontramos os neurotransmissores (pequenas 
moléculas responsáveis pela comunicação das células no Sistema Nervoso), 
que possuem ação direta sobre a membrana pós-sináptica, produzindo assim 
um potencial pós-sináptico. Desde a descoberta da transmissão sináptica 
química, os pesquisadores têm identificado que os neurônios no SNC liberam 
diferentes neurotransmissores e são produzidos tanto no Sistema Nervoso 
Central como no Sistema Nervoso Periférico. O ciclo de produção/ação dos 
neurotransmissores pode assim ser resumido: síntese no interior do neurônio; 
transporte axonal; liberação na fenda sináptica e receptação. 
 Existem dois tipos básicos de neurotransmissores, dentre eles 
encontramos os excitatórios que promovem fenômenos de liberação (exaltação 
funcional de determinados circuitos neuronais) e os inibitórios que provocam 
fenômenos de bloqueio/inibição (diminuição funcional de determinados grupos 
neuronais). 
 Dentre os excitatórios, podemos destacar: Noradrenalina – estado de 
alerta, stress; Dopamina – humor, motricidade extrapiramidal; Serotonina – ciclo 
do sono, vigília, humor; Acetilcolina – cognição, contração muscular. Como 
também nos inibitórios, merecem destaque: a Endorfina - dor; Melatonina - ciclo 
 
42 
 
sono vigília; Ácido gama aminobutírico: inibição de descargas elétricas 
excessivas geradoras de crises epilépticas. 
 Esses receptores pós-sinápticos são fundamentais no reconhecimento 
funcional dos neurotransmissores, entendendo que um mesmo neurotrans-
missor, ora pode ter função inibitória, ora excitatória. 
 Todos os processos cognitivos envolvem uma interação de vários 
neurotransmissores de diferentes centros nervosos. São os neurotransmissores 
que emitem as ordens de serviço dos nervos para os músculos, vísceras, etc, e 
também são eles que estabelecem a comunicação entre as várias áreas do SNC. 
E é aí que eles são modulados, proporcionando a flexibilidade que estabelece o 
rumo de um pensamento, uma afetividade especial ou um maior ou menor grau 
de sensibilidade frente a um estímulo. 
Importante 
A acetilcolina tem mostrado ser o mais importante 
neurotransmissor para as funções cognitivas (memória e 
aprendizagem). Pessoas com baixos níveis de acetilcolina, 
apresentam dificuldades de concentração e problemas de 
memória. Tem função excitatória no processo de cognição e 
contração muscular. 
 
Saiba Mais 
A primeira molécula identificada como um neurotransmissor 
por Otto Loewi, na década de 1920, foi a acetilcolina, (ACo). 
O termo colinérgico surgiu para descrever as células que 
produzem e liberam ACo. Como também o termo 
noradrinérgico surgiu para os neurônios que usam o 
neurotransmissor aminérgico noradrenalina (NA, também 
denominada norepinefrina). 
 
 A maioria dos neurotransmissores encontra-se em uma das três 
categorias químicas: aminoácidos, aminas ou peptídeos. 
 
 
 
43 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Elaborado pelo autor, adaptado pelo DI 
 
 São três os aminoácidos que possibilitam a transmissão aminoácida 
rápida: glutamato (Glu), ácido gama-aminobutírico (Gaba) e glicina (Gly). 
Também a amina acetilcolina (ACo) possibilita a transmissão sináptica rápida em 
todas as junções neuromusculares. As formas mais lentas de transmissão 
sináptica no SNC e na periferia, são mediadas por neurotransmissores de todas 
as três categorias. 
 Muitos outros neurotransmissores são derivados de precursores de 
proteínas, os chamados peptídeos neurotransmissores. Demonstrou-se que 
cerca de 50 peptídeos diferentes têm efeito sobre as funções da célula neuronal. 
Vários desses peptídeos neurotransmissores são derivados da proteina pré-
opiomelanocortina (POMC). Os neuropeptídeos são responsáveis pela 
mediação de respostas sensoriais e emocionais, tais como a fome, a sede, o 
desejo sexual, o prazer e a dor. 
 São três os aminoácidos que possibilitam a transmissão aminoácida 
rápida: glutamato (Glu), ácido gama-aminobutírico (Gaba) e glicina (Gly). 
 
44 
 
Também a amina acetilcolina (ACo), possibilita a transmissão sináptica rápida 
em todas as junções neuromusculares. As formas mais lentas de transmissão 
sináptica no SNC e na periferia, são mediadas por neurotransmissores de todas 
as três categorias. 
 Os defeitos na neurotransmissão são a base de muitos distúrbios 
neurológicos e psiquiátricos. A diminuição dessas substâncias provocam 
alteração como: Transtornos do humor, Transtornos de ansiedade, Transtornos 
alimentares , Transtornos sexuais, Distúrbios do sono, Distúrbios de memória e 
aprendizagem e doenças neurológicas como: Fibromialgia, dor crôni-
ca e enxaquecas, Demências como parkinson e alzheimer, Convulsões 
e epilepsia, Transtornos motores como tremores, rigidez e espasmos. 
 O processo de transmissão sináptica de natureza química pode ser 
afetado por drogas específicas e toxinas. Além de prover explicação a respeito 
de aspectos do processamento neural da informação e dos efeitos da ação de 
drogas, o conhecimento da transmissão sináptica é a chave para compreender 
a base neural do aprendizado e da memória. 
Importante 
Alguns neurotransmissores são vitais para a aprendizagem. 
Entre eles, a acetilcolina tem mostrado ser o mais importante 
para as funções cognitivas. Pessoas com baixos níveis de 
acetilcolina apresentam dificuldades de concentração e 
problemas de memória. Sabe-se que funções complexas como 
memorizar e aprender, por exemplo, acontecem mais 
intensamente em algumas regiões do sistema nervoso e 
parece existir entre elas uma complexa coordenação. 
 
 Interatividade - A dopamina, por si só é o neurotransmissor relacionado 
ao prazer, mas este neurotransmissor também desenvolve atividades em 
conjunto com a serotonina e a noradrenalina, relacionadas da seguinte forma, 
conforme demonstra a figura a seguir: 
 
 
 
 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Transtornos_do_humor
https://pt.wikipedia.org/wiki/Transtornos_de_ansiedade
https://pt.wikipedia.org/wiki/Transtornos_alimentares
https://pt.wikipedia.org/wiki/Transtornos_alimentares
https://pt.wikipedia.org/wiki/Transtornos_sexuais
https://pt.wikipedia.org/wiki/Dist%C3%BArbios_do_sono
https://pt.wikipedia.org/wiki/Doen%C3%A7as_neurol%C3%B3gicas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Fibromialgia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Dor_cr%C3%B4nica
https://pt.wikipedia.org/wiki/Dor_cr%C3%B4nica
https://pt.wikipedia.org/wiki/Enxaqueca
https://pt.wikipedia.org/wiki/Dem%C3%AAncia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Parkinson
https://pt.wikipedia.org/wiki/Alzheimer
https://pt.wikipedia.org/wiki/Epilepsia
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Transtornos_motores&action=edit&redlink=1
 
45 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 3.4: Interatividadeentre neurotransmissores 
Fonte: http://www.espacocomenius.com.br/neurotransmissoresinteragin.jpg 
 
 
3.3 Comportamento e emoções 
 
 Pode-se comprovar a estreita relação entre a emoção e os movimentos 
desencadeados pelo evento vivido, por meio da ligação ordenada entre o grupo 
de estruturas cerebrais encarregadas da tarefa de perceber e executar e o grupo 
avaliador da ação emotiva. 
 
Emoções relacionam-se com a atividade em áreas 
cerebrais que direcionam a atenção, motivam o 
comportamento e determinam o significado do que ocorre 
ao redor. É uma resposta do organismo envolvendo a 
excitação física, comportamentos expressivos e experiên-
cia consciente. 
 
 Os trabalhos pioneiros de Paul Broca (1878), James Papez (1937) e Paul 
D. MacLean (1952), sugerira, que as emoções estão relacionadas a um grupo 
de estruturas no meio do cérebro, denominadas de Sistema Límbico, muito 
embora, hoje em dia saiba-se que há muito mais envolvimento nesse processo 
do que apenas essas áreas. 
 O Sistema Límbico forma um grupo de estruturas do cérebro, 
incluindo tálamo medial, núcleo acumbente, prosencéfalo basal e outras 
 
46 
 
regiões. Circundando o hipotálamo estão as demais estruturas subcorticais 
do sistema límbico: a área pré-ótica, o septo, a área para-olfativa, os núcleos 
anteriores do tálamo, porções dos gânglios da base, o hipocampo e a amígdala. 
 Esse sistema agrupa estruturas situadas numa e noutra região e foram 
agrupadas por terem, em comum, uma estreita correlação com a emoção e 
movimento. 
 Assim, para que os mecanismos neurais possam produzir 
adequadamente as emoções sentidas é necessário que os padrões neurais 
iniciais ou inatos, relacionados ao sistema límbico, se liguem, também, aos 
circuitos neuronais do tronco cerebral. Esse complexo processo neuronal é 
essencial para a sobrevivência do indivíduo, pois atua em todas as partes do 
organismo, como na regulação das glândulas endócrinas, da hipófise, 
tireóide, suprarenal, órgãos reprodutores e demais órgãos. Todo esse conjunto, 
formado por diversas estruturas subcorticais, está ligado ao giro cingulado 
anterior, o qual constitui a principal porta de acesso ao córtex frontal. 
 Podemos dizer que a regulação relacionada e inicialmente coordenada 
pelo tronco cerebral é complementada por várias regiões do sistema límbico, 
que além de participar do estabelecimento dos impulsos e instintos, tem também 
importante função nas emoções e sentimentos agradáveis e desagradáveis, 
provavelmente detectando mudanças que estão ocorrendo nas vísceras. As 
sensações percebidas de mudanças viscerais levariam a pessoa a classificar o 
percebido como ruim ou bom e, em seguida, nomeando o acontecido. Acredita-
se que o sistema límbico contenha redes de circuitos inatos e estáveis, e 
também alguns que poderiam ser modificados por meio da experiência. 
 Enumerando os componentes corticais pertencentes ao Sistema Límbico, 
podemos observar o hipocampo e o lobo límbico de Broca, referente ao conjunto 
de estruturas que se situam em volta do tronco encefálico, na face interna 
(medial) e inferior dos hemisférios cerebrais. Quanto aos componentes 
subcorticais é possível diferenciar as amígdalas (núcleos amigdalinos), a área 
septal, os corpos mamilares, os núcleos anteriores do tálamo, os núcleos 
habenulares e os núcleos Accumbens. Os componentes cerebrais associados 
ao Sistema Límbico são o Tronco Cerebral, o Hipotálamo, o Tálamo, a Área Pré-
frontal e o Rinencéfalo (Sistema Olfativo). 
 
 
47 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 3.5: O Sistema Límbico 
Fonte: http://inspirandogente.com.br/neurociencia/neuroanatomia-fundamental-
sistema-limbico/ 
 
 
O sistema límbico é responsável por controlar as emoções e tem 
relação com aprendizado e a memória. Tem ainda relação com 
sistema endócrino na regulação de importantes hormônios. 
 
 As principais estruturas que compõe sistema límbico são: 
• Hipotálamo: Atua nas respostas periféricas (o choro, a alteração do 
ritmo cardíaco e respiratório), nos processos motivacionais, regulação do 
comportamento emocional (raiva, medo e prazer), regulagem do sono, do 
apetite, pela libido, e também controla a temperatura corporal. 
 
• Tálamo: Processa os sentidos (tato, paladar, visão e audição, e 
sensações do tipo dor, calor ou frio). Com exceção do olfato é que são 
enviados diretamente ao córtex cerebral. Tem o papel filtro de estímulos 
para a consciência antes de serem reconhecidos no córtex frontal. 
 
 
 
 
http://inspirandogente.com.br/neurociencia/neuroanatomia-fundamental-sistema-limbico/
http://inspirandogente.com.br/neurociencia/neuroanatomia-fundamental-sistema-limbico/
 
48 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 3.6: Tálamo e Hipotálamo 
Fonte: http://www.auladeanatomia.com/novosite/sistemas/sistema-
nervoso/diencefalo/ 
 
• Corpos mamilares: Atuam de forma extremamente íntima com o 
hipotálamo. 
 
• Giro cingulado: Tem um papel importante na identificação de 
conflitos, de erros e na correção de falhas através da mudança de 
comportamento e ansiedade. Indivíduos ansiosos criam excesso de futuro 
e com isso não realizam as coisas que deveriam no presente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 3.7: Giro Cingulado 
Fonte: http://www.deviante.com.br/noticias/ciencia/cientistas-tentam-
diagnosticar-a-depressao-precocemente/ 
 
 
49 
 
• Amígdala: Monitora o ambiente e é responsável por identificar as 
situações de perigo “alerta” (medo, ansiedade), regulador do compor-
tamento sexual e memórias emocionais. Associa a expressão facial com o 
significado emocional e social de um acontecimento. 
 
• Hipocampo: É responsável pela memória recente e também de longo 
prazo é importante para converter a memória de curto prazo em memória 
de longo prazo. Quando a memória está ligada a um sentimento, aumenta 
a fixação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 3.8: Hipocampo 
Fonte: http://www.cerebromente.org.br/n05/mente/struct.htm 
 
 
Importante 
O sistema límbico compreende todas as estruturas cerebrais 
que estão de alguma forma relacionadas, principalmente, com 
comportamentos emocionais e sexuais, aprendizagem, 
memória, motivação, mas também como dito, com algumas 
respostas de equilíbrio interno, pelo sua influência hormonal. 
É uma das principais estruturas neurais a serem trabalhadas 
no processo de desenvolvimento pessoal. É o local onde se 
realizam as reconfigurações de crenças, aos mecanismos de 
fixação de aprendizado, e tantas outras. 
 
http://www.cerebromente.org.br/n05/mente/struct.htm
 
50 
 
 
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SUGESTÃO DE LEITURA 
 
Leia a obra Aprender a Aprender- A Educabilidade Cognitiva, 
de Vitor da Fonseca. Neste livro você encontrará uma nova 
forma de pensar em educação, abordando uma perspectiva 
histórica sobre os conceitos de inteligência; o papel da 
Experiência de Aprendizagem Mediatizada na Modifica-
bilidade Cognitiva Estrutural; a filogênese, a ontogênese e a 
neuropsicologia da cognição; Programas de Enriquecimento 
Instrumental e o Futuro da Educação Cognitiva. 
 
Resumo da aula 
 
 Nesta aula estudou-se que a Filogênese é a ciência que estuda a 
história da evolução humana ( a constituição dos seres humanos como sujeitos 
cognitivos). Chama-se de ontogênese a organização do SN determinada por 
fatores genéticos e ambientais que participam e influenciam no seu 
desenvolvimento, atuando na formação das diversas regiões do sistema 
nervoso. Na complexidade e harmonia do funcionamento do SN, os 
neurotransmissores (moléculas químicas com função excitatória e/ou inibitória, 
presentes no terminal pré-sináptico) são fundamentais para gerar a energia e 
movimento na célula. Cada neurotransmissor tem função e atuação específicos, 
trazendo ao corpo o bem-estar e equilíbrio. 
Atividade de Aprendizagem 
Dentre os muitos neurotransmissores existentes, discorra 
sobre a acetilcolina, neurotransmissor vital para a 
aprendizagem.51 
 
Aula 4 - Neuroplasticidade e suas relações com a memória, aprendizado, 
educação e dificuldades de aprendizagem 
 
Apresentação da aula 
 
 Nesta aula será estudado sobre a neuroplasticidade e suas relações com 
a memória e aprendizado, como também, educação e dificuldades de 
aprendizagem. 
 
4.1 Neuroplasticidade 
 
 A neuroplasticidade é uma característica única e fundamental na 
formação de memórias e da aprendizagem, bem como na adaptação a 
lesões e eventos traumáticos sofridos ao longo da vida. A plasticidade nervosa 
não ocorre apenas em processos patológicos, mas assume também funções 
extremamente importantes no funcionamento normal do indivíduo, promovendo 
modificações comportamentais. Graças a esta capacidade é que, pessoas que 
sofreram acidentes, às vezes gravíssimos, com perda de massa encefálica, 
déficits motores, visuais, de fala e audição, vão se recuperando gradativamente 
e podem chegar a viver sem sequelas, com qualidade de vida. 
 
Importante 
A neuroplasticidade ou plasticidade neural é entendida 
como a capacidade de mudança do sistema nervoso em 
relação a sua estrutura e função, em resposta a alterações dos 
padrões de experiências vividas, e a mesma, pode ser 
concebida e avaliada a partir de uma perspectiva estrutural 
(configuração sináptica) ou funcional (modificação do 
comportamento), ou seja, é a adaptação e reorganização da 
dinâmica do sistema nervoso de responder a estímulos 
intrínsecos e extrínsecos, pela capacidade que os neurônios 
têm de formar novas conexões a cada momento. 
 
 
 
 
 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mem%C3%B3ria
https://pt.wikipedia.org/wiki/Aprendizagem
 
52 
 
Saiba Mais 
Wiliam James (1890), em The Principles of Psychology, foi 
o primeiro a introduzir o termo “plasticidade” nas 
neurociências em referência à susceptibilidade do 
comportamento humano para modificação. 
 
 
 Todos os processos de reabilitação neuropsicológica, assim como as 
psicoterapias de um modo geral, baseiam-se na convicção de que o cérebro 
humano é um órgão dinâmico e adaptativo, capaz de se reestruturar em função 
de novas exigências ambientais ou das limitações funcionais impostas por 
lesões cerebrais. Nesta visão mais ampla do cérebro humano, foram sendo 
concebidas diferentes formas de plasticidade neuronal: 
 
• Regenerativa: consiste no recrescimento dos axônios lesados. É mais 
comum no Sistema Nervoso Periférico e é facilitada pelas células não 
neurais que compõem o microambiente dos tecidos. 
 
• Axônica: ou plasticidade ontogenética, ocorre de zero a 2 anos de idade 
(etapa da vida em que há um período de maior neuroplasticidade, 
chamado período crítico), é uma fase fundamental para desenvolvimento 
do Sistema Nervoso. 
 
• Sináptica: Capacidade de alterar a sinapse entre as células nervosas. A 
chamada lei de Hebb consiste em uma espécie de “musculação sináptica” 
e envolve um mecanismo de detecção de coincidências temporais nas 
descargas neuronais: se dois neurônios estão simultaneamente ativos, 
suas conexões são reforçadas; caso apenas um esteja ativado em dado 
momento, suas conexões são enfraquecidas. 
 
• Dendrítica: Alterações no número, no comprimento, na disposição 
espacial e na densidade das espinhas dendríticas, que ocorrem 
principalmente nas fases iniciais do desenvolvimento do indivíduo. As 
espinhas dendríticas constituem-se de micropetídeos privilegiados, que 
 
53 
 
concentram íons e pequenas moléculas influentes na transmissão de 
informações entre os neurônios. 
 
• Somática: Capacidade de regular a proliferação ou morte de células 
nervosas. Somente o sistema nervoso embrionário é dotado dessa 
capacidade. Dessa forma, uma das esperanças na recuperação somática 
está na utilização de células-tronco. 
 
Saiba Mais 
A teoria hebbiana descreve um mecanismo básico 
da plasticidade sináptica no qual um aumento na 
eficiência sináptica surge da estimulação repeti-
da e persistente da célula pós-sinápticas. Introduzida 
por Donald Hebb em 1949, é também chamada de Regra 
de Hebb. 
 
 
 Ao pensar como acontece a recuperação de funções perdidas em um 
caso de lesão cerebral, pode-se encontrar várias possibilidades dessa 
recuperação e estudos com neuro-imagens que indicam modelos de ativação 
pós-lesão, que sugerem reorganização funcional. Investigações morfológicas 
mostraram que esse tipo de plasticidade é mediado por proliferação de sinapses 
e brotamento axonal. As alterações celulares que acompanham essas teorias 
são: 
 Brotamento: é definido como um novo crescimento a partir de axônios. 
Tem a contribuição de vários fatores celulares e químicos: 
1. A resposta do corpo celular e a formação de novos brotos; 
2. Alongamento dos novos brotos; 
3. Cessação do alongamento axonal e sinaptogênese (processo 
de formação de sinapses entre os neurônios dos sistema 
nervoso central). 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Plasticidade_sin%C3%A1ptica
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sinapse
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=P%C3%B3s-sin%C3%A1ptica&action=edit&redlink=1
https://pt.wikipedia.org/wiki/Donald_Olding_Hebb
https://pt.wikipedia.org/wiki/1949
 
54 
 
 Existem duas formas de brotamento neural no Sistem Nervoso Central: 
regeneração - que é um novo crescimento em neurônios lesados, e o 
brotamento colateral - um novo crescimento em neurônios ilesos adjacentes 
ao tecido neural destruído. 
 O brotamento é caracterizado por uma fase inicial rápida, seguida de outra 
muito mais lenta que dura meses. Brotamentos a partir de axônios preservados 
aparecem e se propagam sobre os campos próximos, entre 4 a 5 dias após a 
lesão. Outra característica do fenômeno é sua seletividade tanto em termos do 
local, quanto do tipo de fibras que sofrem o processo. 
 Ativação de Sinapses Latentes: ocorre quando um estímulo importante 
às células nervosas é destruído, sinapses residuais ou dormentes previamente 
ineficazes podem se tornar eficientes. 
 Supersensitividade de Desnervação: quando ocorre desnervação, a 
célula pós-sináptica torna-se quimicamente supersensível. Dois possíveis 
mecanismos são responsáveis pelo fenômeno: 
1. Desvio na supersensitividade (pré-sináptica), causando acúmulo de 
acetilcolina na fenda sináptica; 
2. Alterações na atividade elétrica das membranas. 
Saiba Mais 
A desnervação é uma das alterações patológicas mais 
comuns em músculos. Decorre da perda do axônio motor, 
ou de todo o motoneurônio. 
 
55 
 
 
Vocabula rio 
Motoneurônio - Neurônio que conduz o impulso nervoso do 
Sistema Nervoso Central para um músculo ou glândula; 
NEURÔNIO MOTOR 
 
 Essas formas de regeneração no SNC são crucialmente dependentes do 
ambiente no qual os novos axônios estão crescendo. Eles podem não conseguir 
estabelecer conexões sinápticas apropriadas, devido a condições desfavoráveis 
de substratos extracelulares, barreiras mecânicas, como de cicatrizes gliais 
densas, ou outros mecanismos inibitórios. Outra complexidade e mistério é a 
beleza da plasticidade cerebral, que possibilita a transformação e readaptação 
das funções cerebrais, permitindo à pessoa retomar funções e comportamentos 
perdidos por meio de uma fatalidade que lhe tenha sido acometida intra ou 
extracorporal. 
 
4.2 Relações entre a neuroplasticidade, memória e aprendizagem 
Experiências práticas em neuroplasticidade 
 
 O ato de aprender é uma modificação de comportamento que envolve a 
mente e o cérebro. Todo comportamento é processado no cérebro. Não há vida 
inteligente sem cérebro. A neuroplasticidade é uma capacidade neurológica, 
portanto cerebral, de ampliar estruturas que se adaptem de forma a criar novos 
alicerces para qualquer situação de aprendizagem, sendo assim, podemos 
concluir que neuroplasticidade, aprendizagem e memória, estão intimamente 
relacionadas e presentes em todo comportamento humano. 
 
 4.2.1 Aprendizagem 
 
 A aprendizagem acontece durante toda a vida do indivíduo e a ação do 
aprender

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