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cirurgia cardiaca

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Faculdade Novo Milênio
Curso técnico de enfermagem
Gyselle Gonçalves dos Anjos
MATÉRIA: PACIENTE PÓS OPERATÓRIO
PROFESSOR: PEDRO
3° período
CIRURGIA CARDIOVASCULAR
VILA VELHA
2017
CIRURGIA CARDIOVASCULAR
Cirurgia cardiovascular é a subespecialidade médica que se ocupa do tratamento cirúrgico das doenças que acometem o coração. É um tipo de tratamento que pode ser feito para reparar danos no próprio coração, nas artérias ligadas á ele, ou para substituição deste órgão.
Classificação da cirurgia cardíaca:
- Revascularização do miocárdio (pontes de safena e mamárias);
- Correção de doenças valvares como plastia ou troca de válvulas;
- Correção de doenças da artéria Aorta;
- Correção de cardiopatias congênitas;
- Transplantes cardíacos.
Existem 3 tipos de indicações para cirurgias cardíacas:
- Reconstrutoras (revascularização do miocárdio, plastia de válvula aórtica, mitral e tricúspide);
- Corretiva (fechamento de canal arterial, de defeito de septo atrial e ventricular);
- substitutivas (troca valvares e transplantes).
POSSÍVEIS COMPLICAÇÕES
Em adultos com doença do coração existe uma complexidade de fatores de risco cirúrgico. O risco de uma cirurgia é diretamente proporcional à condição orgânica do indivíduo. Aqueles que têm doenças associadas e mal controladas, idade, porte da cirurgia, condição do coração, etc.
A cirurgia cardiovascular interfere literalmente com o funcionamento de todo o organismo, isto implica a possibilidade de qualquer sistema entrar em falência. Obviamente, tomamos todas as medidas de proteção orgânica.
As complicações possíveis de uma cirurgia do coração:
Sistema cardiovascular: Arritmias, bloqueio cardíaco (temporário ou definitivo), baixo débito cardíaco, insuficiência valvar residual, comunicações camerais residuais, disfunção ventricular, vasoplegia, choque, síndrome da resposta inflamatória sistêmica, dificuldade me retirar/desmamar drogas vasoativas, necessidade de balão intraórtico, infarto do miocárdio, etc.
Sistema renal: insuficiência renal aguda, hemoglobinúria, necessidade de diálise no pós-operatório, etc.
Sistema hematológico (sangue): coagulopatia (alteração na capacidade de formar coágulos pelo organismo) anemia, plaquetopenia (queda no número de plaquetas), hemólise, sangramento por coagulopatia, etc.
Sistema respiratório: dificuldade em oxigenação, edema pulmonar, lesão pulmonar mínima, lesão pulmonar importante, necessidade de altas concentrações de oxigênio, necessidade de suporte com ventilação mecânica prolongada, necessidade de traqueostomia, derrame pleural, etc
Infecciosas: broncopneumonia, infecção urinária, infecção de pele, mediastinite (infecção cirúrgica profunda), endocardite, infecção em cateteres, etc.
Sistema nervoso: AVC (acidente vascular cerebral) conhecido como derrame, irritabilidade, convulsão, alteração no sono e apetite, alteração no humor, paraplegia (específico de cirurgia de aorta descendente) etc.
CUIDADOS DE ENFERMAGEM NO PÓS OPERATÓRIO DA CIRURGIA CARDIOVASCULAR
O cuidado básico na análise da função cardiovascular é a monitorização do paciente em relação aos sinais de choque e hemorragia. O paciente em pós-operatório deverá ser avaliado quanto aos sinais vitais, coloração da pele e mucosas, temperatura e grau de umidade, tempo de enchimento capilar (perfusão), verificação dos gases sangüíneos, ausculta e percussão cardíaca.
Os objetivos principais da assistência de enfermagem no pós-operatório são: monitorizar o ritmo e a hemodinâmica da função cardíaca adequada e estimular a perfusão tecidual, uma vez que, o paciente cirúrgico tem risco de apresentar problemas cardíacos ou de perfusão. Os idosos e aqueles com história de doença cardíaca e vascular periférica são os de maior risco.
As complicações cardiovasculares mais comuns são: arritmias cardíacas, hipertensão, hipotensão que resultam em trombose venosa profunda, infarto agudo do miocárdio e hipoperfusão periférica. 
As causas de arritmias cardíacas pós-operatórias incluem: hipovolemia, dor, desequilíbrios eletrolíticos, hipoxemia e acidose. Neste caso, o enfermeiro da UPO registra e avalia o ECG, monitoriza a pressão arterial, a saturação de oxigênio, a ventilação do paciente e colhe amostras sanguineas para dosagem bioquímicas e hematológicas. Também discute com a equipe multidisciplinar (médico intensivista, fisioterapeuta e médico do paciente) as condutas a serem tomadas.
A hipertensão não é uma ocorrência incomum no pós-operatório imediato. O diagnóstico de hipertensão arterial pode ser considerado num contexto de elevação da pressão arterial; comparada aos níveis pressóricos do paciente no pré-operatório e durante o intra-operatório. Mais comumente a hipertensão pós-operatória está relacionada à sobrecarga de fluidos, aumento da atividade do sistema nervoso simpático ou hipertensão preexistente. Pode aparecer como um episódio transitório, levando à conseqüências cardiovasculares e intracranianas significantes. Após o diagnóstico, o tratamento agressivo está indicado.
As intervenções de enfermagem em paciente hipertenso no pós-operatório incluem: monitorização contínua e (ou) freqüente da pressão arterial; administração de medicações; controle das drogas anti-hipotensoras, balanço hídrico adequado; controle da dor e desconforto.
A hipotensão pós-operatória é atribuída a uma redução da pré-carga, à contractilidade do miocárdio e à resistência vascular sistêmica. O diagnóstico e tratamento são urgentes, porque a hipotensão prolongada pode resultar em hipoperfusão de órgãos vitais e danos isquêmicos. Pode ter como causas a ventilação inadequada, efeitos de agentes anestésicos ou medicamentos pré-operatórios, mudança rápida de posição, dor, perda de sangue ou líquido e sequestro de sangue na circulação periféria. Uma queda significativa da pressão arterial, abaixo do valor básico pré-operatório do paciente, acompanhada de aumento ou diminuição da freqüência cardíaca, pode indicar hemorragia, insuficiência circulatória ou desvio de líquidos. Outros sinais que incluem: pulso fraco e filiforme, pele fria, úmida, pálida ou cianótica, aumento da agitação e apreensão associados com hipotensão caracterizam o choque. Na presença destes sintomas, o enfermeiro administrará oxigênio ou aumentará o fluxo do mesmo; colocará o paciente em Trendelenburg, (caso esta posição não seja contra-indicada pela cirurgia), ou elevará as pernas do mesmo acima do nível do coração; aumentará a velocidade das soluções intravenosas; notificará o intensivista; administrará a medicação ou o volume líquido adicional, como prescrito; monitorizará e avaliará continuamente sinais e sintomas, registrando as alterações.
Outra complicação pós-operatória, que pode ocorrer em relação à perfusão tecidual, é a perda excessiva de sangue. No paciente pós-operatório isto pode ser conseqüência de uma doença preexistente (anemia, distúrbio de coagulação, uso de aspirina), da idade avançada, de hemorragia no intra- operatório ou de complicação pós-operatória. Os sinais e sintomas incluem hipotensão postural, taquicardia, taquipnéia, diminuição do débito urinário, pele fria e pegajosa e diminuição do nível de consciência. Os dados laboratoriais abrangem hemoglobina, hematócrito e provas de coagulação. Neste caso, o enfermeiro da UPO administrará volumes conforme prescrito ( expansores de plasma; albumina; sangue total; papa de hemácias; PFC; crioprecipitado, se distúrbio de coagulação); minimizará a mobilização ou posicionamento do paciente para diminuir as necessidades de oxigênio; colocará o paciente em decúbito dorsal, com elevação dos membros inferiores, para aumentar a pré-carga. 
Poderão ocorrer, ainda, trombose venosa profunda (TVP), inflamação moderada ou severa das veias, em associação com coagulação do sangue ou tromboflebite, inflamação leve das veias periféricas, que envolve a formação de coágulos, os quais podem se destacar da parede venosa e ser levados como êmbolos até aos pulmões, coração ou cérebro.
Os sintomas destas complicaçõesincluem desidratação; circulação inadequada, resultante de hemorragia; hiperemia; dor; edema; hiperestesia das extremidades e presença do sinal de Homan. Os cuidados de enfermagem no pós-operatório abrangem exercícios com as pernas, deambulação precoce, meias antiembólicas, hidratação adequada e baixa dose de heparina.
Alguns pacientes podem apresentar infarto agudo do miocárdio ( IAM ). Os sinais e sintomas são: dor torácica, dispnéia, taquicardia, cianose e arritmias. Os cuidados de enfermagem são: monitorização eletrocardiográfica; avaliação e pesquisa dos sons respiratórios, para detectar sinais de congestão pulmonar; ausculta de sons cardíacos, em busca de anomalias; administração de medicamentos, de acordo com a prescrição; verificação da presença de efeitos secundários ou tóxicos causados por medicações; administração de oxigênio; manutenção do repouso no leito ou posição Semi-Fowler, para diminuir o retorno venoso; diminuição da pré-carga e redução do trabalho cardíaco. Outros cuidados que a enfermagem pode proporcionar ao paciente, incluem: manter o ambiente tranqüilo,reduzindo ruídos; diminuir a sobrecarga sensorial e permitir períodos de repouso.
BIBLIOGRAFIAS:
http://www.hospvirt.org.br/enfermagem/port/posoputi.htm
https://pt.slideshare.net/91271579/aula-cirurgia-cardiaca-2013
http://brunorocha.com.br/portal/fatores-de-risco-cardiovascular-e-complicacoes-possiveis/

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