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CITAÇÃO POR HORA CERTA E CITAÇÃO POR EDITAL NA NOVA 
SISTEMÁTICA PROCESSUAL PENAL. 
 
ROGÉRIO TADEU ROMANO 
Procurador Regional da República aposentado 
 
 
 - A citação, como ato processual obrigatório 
 
 A citação é o ato processual que dá ao acusado conhecimento da 
acusação que lhe é feita, a fim de que possa se defender. 
 É conseqüência da falta de citação a nulidade pleno iure do processo, 
em infração a imposição categórica do artigo 564, III, do Código de Processo 
Penal. 
É que a citação é pressuposto processual de existência de uma relação 
processual. Se não houver não há que falar em processo e sequer processo 
válido. 
 A citação pode ser real ou ficta. A primeira é a realizada na pessoa do 
próprio denunciado, tendo ele conhecimento do fato de seu chamamento. É 
ficta a citação quando se presume que tenha tido esse conhecimento. 
 A citação real pode ser: por mandado, requisição, precatória(quando o 
réu se encontra fora do território de jurisdição do juiz processante) ou 
rogatória(se expedida para cumprimento no exterior). 
 Como tal o mandado de citação deve acima de tudo especificar a 
acusação feita ao réu para que se possa defender, sem qualquer surpresa. 
Para isso deve-lhe ser entregue a contrafé. Isso porque a citação é uma 
garantia individual, dentro do que se especifica como o devido processo legal, 
pois é peça indispensável para o acusado tomar conhecimento da denúncia e 
preparar a sua defesa. 
 Com a citação forma-se a relação jurídica processual, tem-se a 
litispendência, a prevenção(que fixa a competência do juiz em face de outro, 
quando todos forem igualmente competentes). 
 No processo penal, a citação é ato do juiz, que se faz, em regra, através 
do oficial de justiça, em regra. Assim não há citação telefônica ou por via 
postal, no processo penal(RT, 457:436, 517:362). 
 A regra é a citação real, a exceção a citação ficta. Isso porque o oficial 
de justiça deve procurar o réu nos endereços constantes da denúncia e, só 
depois, será caso de citação ficta. 
 Há de se falar em citações especiais: a do militar(artigo 358 do CPP) e 
do preso(artigo 360 do CPP), sempre através de requisição à autoridade 
administrativa competente. 
 Tal a importância da revelia que se o réu é citado regularmente e não 
comparece, sem justificação, aos atos do processo, será considerado revel. De 
toda ordem, à luz do devido processo legal, o processo prosseguirá com seu 
defensor. 
 Todavia, a revelia, no processo penal, não tem os efeitos existentes para 
o processo civil. Não gera a confissão, uma vez que se está diante do status 
libertatis. 
 A revelia desaparece com o comparecimento do réu. 
 - A citação real por mandado: Faz-se a citação por mandado quando o 
réu estiver no território sob a jurisdição do juiz que determinou fosse expedido. 
É feita pessoalmente, na pessoa do próprio acusado. São requisitos para essa 
espécie de citação: o nome do juiz; o nome do réu; sua residência; o lugar, o 
dia e a hora em que ele deve comparecer a juízo; a subscrição do escrivão e a 
rubrica do juiz. 
 O oficial de justiça deve certificar-se de que a pessoa encontrada seja, 
efetivamente, o citando. Para isso deverá exigir-lhe que exiba comprovante de 
identidade, como se prescreve no artigo 239, parágrafo único, do Código de 
Processo Civil, para as intimações. O oficial lhe lerá na integra o mandado, 
pedindo-lhe, ao final, que nele aponha a nota de ciente e lhe oferecerá a 
contrafé. O oficial lavrará certidão, contendo a narrativa de todo o desenrolar 
do ocorrido, esclarecendo se o citando se negou a apor a nota de ciente e se 
aceitou ou não a contrafé(reprodução fiel do mandado que se destina a ser 
entregue ao citando). 
 Por certo, a inexistência de citação, levará a nulidade do feito. No 
entanto, a presença espontânea do denunciado levará a cessação desta. 
 - A citação ficta ou por edital: A redação original do Código de Processo 
Penal se ocupava dessa espécie de citação, exigindo-se: a) que o réu não seja 
encontrado; b) oculta-se para não ser citado; c) é inacessível o lugar onde se 
encontra; d) é incerta a pessoa que tiver de ser citada(quando não se conhece 
a sua identidade por inteiro ou sua qualificação) ; e) estiver no estrangeiro em 
lugar sabido ou não, mas a infração for afiançável. O artigo 361 do Código de 
Processo Penal prescreve que a prova de não ter sido encontrado o citando é a 
certidão do oficial de justiça, que deve abster-se de lavrar a certidão de 
ausência sempre que lhe restar ainda um lugar onde com probabilidade puder 
encontrar o acusado. À vista dessa certidão, será expedido, então, o edital 
citatório com prazo de quinze dias. No entanto, a lei, com sua redação original, 
ditava que o prazo já não será este, mas o de cinco dias, quando o acusado se 
ocultar. As exigências para o edital, que deve ser publicado na comarca onde 
houver imprensa e fixado no forum, estão impostas no artigo 365 do Código de 
Processo Penal. Dessa forma a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é 
no sentido da exigência da publicação do edital em jornal local unicamente nas 
Comarcas em que haja imprensa oficial(HC 55.991, DJU de 19.05.78, pág. 
3485). A citação por edital, com a necessária publicação em jornal local, 
pressupõe a existência na Comarca, de imprensa oficial. Caso exista periódico 
sem essa natureza, de publicação oficial, a formalidade é dispensável(RHC 
55.503, DJU de 18.8.78). Contra, entendendo haver nulidade absoluta: RT 
516/281. A falta de afixação do edital no local de costume não é causa de 
nulidade, desde que publicado pela imprensa(STJ, RHC 4.050, DJU de 
31.10.94, pág. 29.510). 
 Já entendeu o Supremo Tribunal Federal que não é nula a citação por 
edital que indica o dispositivo da lei penal, embora não transcreva a denúncia 
ou queixa, ou não resuma os fatos em que se baseia. 
 A incorreção no nome do citado, acarreta nulidade absoluta(STF, HC 
75.743, 2ª Turma, relator Ministro Maurício Corrêa, RT 752/523). 
 A falta de indicação, de forma clara e inequívoca, do dia em que o réu 
deve comparecer em juízo, nos termos das orientações do Supremo Tribunal 
Federal, anula a ação penal a partir da citação(RTJ 75/406). É caso de 
nulidade absoluta. O edital deve fixar dia certo, expresso em número do 
calendário. 
 Já se decidiu que a lei processual não exige que, antes de proceder a 
citação por edital, o juiz oficie à Polícia e aos presídios para

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