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OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA

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OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
É o vínculo jurídico que une duas pessoas, uma chamada sujeito ativo (Fisco) e outra sujeito passivo (contribuinte), que em vista desta última ter praticado um fato gerador tributário, deve pagar àquela certa quantia em dinheiro, denominada tributo 
ESPÉCIES
Obrigação principal - a obrigação tributária principal é o pagamento do tributo ou da penalidade pecuniária, extinguindo-se juntamente com o crédito dela decorrente 
Obrigação Acessória - decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações positivas ou negativas nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização de tributos. 
	
OBS: O descumprimento de uma obrigação acessória, acarretará a cobrança de uma pena pecuniária (multa), que será exigida como se fosse um tributo.
Características Gerais da Obrigação Tributária
lei - Nenhum tributo pode ser criado ou cobrado, senão em decorrência de lei; logo a lei é que cria a situação a ocorrer com incidência tributária sobre o ato ou fato jurídico;
b) Fato gerador - O fato de incidência do tributo, também tem que estar previsto em lei; por ex.: proprietário de veículo automotores, será o fato gerador da obrigação tributária prevista na lei do IPVA 
c) Sujeito Ativo - É o ente público, que de acordo com a competência constitucional tributária tem o Poder Dever de instituir e exigir o pagamento do tributo (União, Estado, Município) 
d) Sujeito Passivo - O sujeito passivo é o contribuinte, ou seja, é aquele que tem que cumprir com a obrigação tributária, que é a de pagar o tributo 
Objeto da obrigação tributária - O objeto nada mais é do que o pagamento do tributo 
CARACTERÍSTICAS ESPECIAIS DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
1	Compulsoriedade - Independe da vontade do devedor, e até mesmo do credor (Fisco);
2 - Indisponível - Quer dizer que o credor (fisco), não pode em hipótese alguma (a não ser aquela prevista em lei) deixar de receber o credor (contribuinte) a importância devida pelo devedor;
3 - Liquida pelo próprio credor - O credor é que calcula e liquida seu valor, declarando o valor num título, mais conhecido como certidão de dívida ativa 
4 - Enseja Ação Executiva - A certidão de dívida ativa do Estado tem força de execução judicial;
5 - Inadimplemento configura crime - O não pagamento caracteriza um crime de sonegação fiscal
SOLIDARIEDADE TRIBUTÁRIA 
(Art. 124, CTN)
São solidariamente obrigadas:
 
		as pessoas que tenham interesse comum na 			situação que constitua o fato gerador da 			obrigação principal;
		as pessoas expressamente designadas por lei.
Efeitos da solidariedade: (art. 125, CTN)
 
	O pagamento feito por um dos coobrigados aproveita aos 	demais;
	A isenção ou remissão do crédito exonera todos os coobrigados
 
Obs: Quando a isenção ou remissão for somente para um dos coobrigados, a solidariedade fica restrita aos demais, sendo que será abatido a parte do isento
CAPACIDADE TRIBUTÁRIA
A capacidade tributária passiva independe:
 
I - da capacidade civil das pessoas naturais;
II - De achar-se a pessoa natural sujeita medidas que importem privação ou limitação do exercício das atividades civis, comerciais ou profissionais, ou da administração direta de seus bens ou negócios;
III - De estar a pessoa jurídica regularmente constituída, bastando que configure uma unidade econômica ou profissional
RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
Sujeito passivo 
sujeito passivo direto - contribuinte; 
			contribuinte é aquele que tem relação 				pessoal e direta com o fato gerador; ex: 			pessoa física, no I.R
sujeito passivo indireto - responsável.
			responsável, ou sujeito passivo indireto da 			obrigação tributária, é vinculado, porém 			de forma indireta. ex: o empregador, no 			caso do pagamento do IR.
TIPO DE RESPONSABILIDADE
A) Por Substituição (autorizada pelo art. 128, CTN) - Ocorre quando a obrigação tributária já nasce tendo como forçado ao pagamento o responsável e não o contribuinte.
	A-1 - Previsto em lei;
	
	 A-2 - de modo expresso; 
	
	 A-3 - terceira pessoa vinculada ao fato gerador;
	 A-4 - Excluir o contribuinte ou o incluir supletivamente na 		relação obrigacional
B) Por Transferência (Previstas nos arts. 129 a 138, CTN) - Neste caso a obrigação nasce tendo como sujeito passivo o contribuinte e é transferida por motivos diversos para o responsável
B-1 - Responsabilidade por transferência e a sucessão
 
A obrigação dos sucessores pode ser causa mortis, atingindo até o limite da transferência, o herdeiro e o cônjuge meeiro; ou por atos inter vivos como por exemplo a venda de um imóvel com tributos em atraso.
A responsabilidade dos sucessores decorre de um fato gerador anterior à sucessão.
OBS: Na hipótese de aquisição de um bem onerado, a pessoa que adquire o imóvel é o responsável pelos tributos relativos ao bem adquirido.
 
OBS (2): O art. 133, do CTN, diz que na aquisição de um estabelecimento comercial, industrial ou profissional, o adquirente mantendo o mesmo ramo, responderá pelos tributos devidos pelo antecessor até a data da transação.
C) Responsabilidade por transferência. (Fusão, Transformação, incorporação)
 
Nos três casos supracitados as pessoas jurídicas de direito privado responderam pelos tributos devidos até a data do ato pela pessoa originária. Tanto na fusão (duas ou mais empresas se unem para forma uma sociedade nova) como na incorporação (uma ou mais empresas são absorvidas por outra empresa) como também na transformação (Uma empresa passa de S/A para LTDA)
D) Responsabilidade de Terceiros (arts. 134 e 135 do CTN)
 
A responsabilidade conforme preceitua o art. 134 é subsidiária, ou seja, primeiro deve ser exigido do contribuinte.
 
Por outro lado, só existe tal obrigação subsidiária caso o não pagamento da obrigação pecuniária tenha sido decorrente de atos nos quais os terceiros intervieram ou das omissões pelas quais foram responsáveis.
 
O art. 135, do CTN, afirma que a responsabilidade é pessoal e direta daqueles que agiram com excesso de poderes ou em ifração à lei, ao contrato social ou aos estatutos, acarretando nesta hipótese a responsabilidade por substituição, mas mesmo assim os bens do dirigente só responderam em caso de insuficiência de bens da sociedade.
OBS: É importante lembrar que caso a sociedade deixe de operar antes da devida liquidação, os dirigentes irão responder com seus bens particulares, conforme preestabelece o inciso III do art. 195, do Código Tributário Nacional.
OBS (2): O art. 123, do CTN, dá ensejo dá possibilidade de o Procurador da Fazenda Pública, incluir no polo passivo da execução, aqueles que dirigiam a empresa à época do fato gerador
Súmula 430 do STJ: O inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade não gera, por si só, a responsabilidade solidária do sócio-gerente.
Súmula 435 do STJ: Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de funcionar no seu domicílio fiscal, sem comunicação aos órgãos competentes, legitimando o redirecionamento da execução fiscal para o sócio-gerente.

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