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1
Gestão do Conhecimento
Tema 8: Síntese do Conhecimento Modular e Integral: Inovação da 
Arquitetura do Negócio na era da TI. Tendências.
Autor: Ronaldo Barbosa
CONVITE À LEITURA
O escritor e cientista James Lovelock escreveu o livro Gaia: cura para um planeta doente, em que 
apresenta de forma acessível sua teoria científica segundo a qual a Terra pode ser considerada um 
gigantesco superorganismo vivo. Essa percepção convida a humanidade a rever seu papel frente 
ao planeta: podemos explorar e esgotar os recursos do planeta de forma inconsequente, o que 
levará a própria humanidade à extinção, ou podemos enxergar o planeta como um sistema único e 
complexo em que convivem, em delicado equilíbrio, milhões de seres e espécies animais e vegetais. 
Ao enxergar o planeta como um todo – Gaia – passamos a valorizar ideias e ações de preservação 
dos recursos e de respeito à natureza. Entender como o todo e as partes que o compõem interagem 
é uma forma “sistêmica” de pensar.
Saiba Mais!
Consulte o livro Gaia, de James Lovelock:
LOVELOCK, James. Gaia. Cura para um planeta doente. São Paulo: Editora Cultrix, 
2006.
Sinopse oficial: Neste livro, James Lovelock, cientista inventivo, não ortodoxo, 
engenhoso e um Darwin dos tempos modernos, apresenta de forma acessível e 
plenamente ilustrada a sua teoria segundo a qual a Terra é viva e pode ser considerada 
como um gigantesco superorganismo vivo. Ele chama de Gaia a sua teoria, e no processo 
de descrevê-la, Gaia – Cura para um Planeta Doente também apresenta um check-up 
da saúde de meia-idade do planeta. Como qualquer outra forma de vida madura, Gaia 
sofreu vários golpes, alguns deles sérios, ao longo do caminho. Até agora, a recuperação 
sempre foi completa, mas hoje Gaia está doente; ao que parece, a humanidade é parte 
do problema, e nós estamos apenas despertando para esse fato.
Gestão do Conhecimento | Tema 8
2
Você pode ler um trecho deste livro em:
<http://books.google.com.br/books?id=Tx-pMj_Z_OUC&pg=PA62&dq=teoria+de+gaia&hl=
pt-BR&sa=X&ei=xkThUu0Hqr6xBK-YgogE&ved=0CD0Q6AEwAw#v=onepage&q=teoria%20
de%20gaia&f=false>. Acesso em: 24 jan. 2014.
Para saber mais sobre a Teoria Gaia, acesse também o artigo de Paula Louredo:
LOUREDO, Paula. A Hipótese Gaia. Brasil Escola. Disponível em: <http://www.
brasilescola.com/biologia/hipotese-gaia.htm>. Acesso em: 24 jan. 2014.
A empresa, assim como o planeta, também pode ser vista como um sistema composto por partes 
isoladas que se integram em um único conjunto. Se damos ênfase às partes e ignoramos o conjunto, 
temos um pensamento modular, se damos ênfase ao conjunto sem priorizar as partes, temos um 
pensamento integrador. Esse é um dos assuntos importantes que desenvolveremos nesta aula. 
Além disso, a tendência recente de “gamificação” das empresas completa nossa jornada pela área 
de Gestão do Conhecimento. 
Portanto, nesta última aula estudaremos o pensamento sistêmico que é útil para a compreensão de 
dois modelos de arquitetura de negócios associadas a formas distintas de lidar com o conhecimento: 
o modelo modular e o modelo integral. Estudaremos também o conceito “gamificação”, voltado para 
o aproveitamento do caráter lúdico em uma série de atividades nas empresas.
Bons estudos!
TEXTO E CONTEXTO
Vamos começar falando sobre o pensamento sistêmico, que tem origem na teoria geral de 
sistemas. 
Simplificadamente, podemos dizer que a teoria geral de sistemas defende:
1. A realidade é feita de sistemas, mas não de sistemas isolados sem qualquer relação entre si.
2. Para compreender a realidade não basta examinar os sistemas isolados, mas também suas inter-
relações.
Assim, sistemas devem ser estudados globalmente envolvendo todas as interdependências de suas 
partes. A ideia de um pensamento sistêmico é a busca pelo “geral no particular” e pelo “particular 
no geral”. O “todo” apresenta propriedades e características próprias que não são encontradas em 
nenhum dos elementos isoladamente. Dependendo do estilo e objetivos da empresa, pode ser um 
sistema aberto ou um sistema fechado.
Um sistema é considerado aberto quando apresenta relações de intercâmbio com o meio ambiente, 
e é considerado fechado quando não apresenta intercâmbio com o meio ambiente, não recebe 
nenhum recurso externo e nada produz que seja enviado para fora.
Gestão do Conhecimento | Tema 8
3
Noemi Sakitani (2010) justifica a mudança do paradigma cartesiano para o paradigma sistêmico/
complexo da seguinte forma:
Nosso modo de pensar é progressivamente estruturado desde que nascemos. 
Primeiro imitamos nossos pais e depois, na escola, tomamos contato com o 
modo ocidental de raciocinar, que fragmenta as coisas, as situações, para 
em seguida analisar as partes separadas. As teorias modernas de gestão 
seguem a mesma orientação: analisar cada ponto e corrigi-lo para depois 
tentar corrigir o todo. Mas o mundo está mudando, e essa maneira de 
pensar já não proporciona os melhores resultados. O mundo de hoje é muito 
mais complexo, as ligações entre as coisas, eventos e contextos são muito 
mais numerosas, o tempo decorrido entre as mudanças é muito menor e a 
necessidade de inovação é maior.
O pensamento sistêmico (ou pensamento complexo) serve de base para uma série de 
desenvolvimentos inclusive na área de inteligência artificial e gestão de empresas. 
Nas empresas
Modernamente predomina o conceito de que toda organização é caracterizada simultaneamente por 
ordem e desordem. A desordem desencadeia a mudança e é necessária para a evolução contínua 
da empresa.
Peter Senge, cujo trabalho tivemos um primeiro contato na Aula 2, quando estudamos o conceito de 
“organização que aprende”, sugere que tanto as empresas quanto outros feitos humanos são sistemas 
e estão conectados por fios invisíveis de ações inter-relacionadas, que muitas vezes levam anos para 
manifestar seus efeitos uns sobre os outros (SENGE, 2006). As organizações reagem como um 
sistema aberto, possuindo dentro delas um conjunto de sistemas que possuem outros sistemas. Uma 
empresa qualquer faz parte de sistemas maiores, como redes de empresas ou a própria sociedade.
A razão pela qual as organizações são percebidas como sistemas abertos reside no fato de que seu 
comportamento é probabilístico, e não determinístico; elas fazem parte de uma sociedade maior, 
sendo constituídas de partes menores; existe uma interdependência entre as partes; precisam 
alcançar um equilíbrio entre o interior/exterior (homeostase); e as organizações possuem fronteiras 
ou limites mais ou menos definidos.
Como dissemos nas Aulas 1 e 2, uma empresa deve responder eficazmente às mudanças rápidas 
no ambiente, e não acreditar que o ambiente retornará ao mesmo ponto inicial de equilíbrio após 
um evento determinado. Isso quer dizer que as teorias de administração não devem se restringir às 
regras de funcionamento interno das empresas, o que explicaria a importação acrítica de técnicas e 
soluções e o fracasso de muitas delas. Uma empresa não entendida como sistema aberto não leva 
em conta mudanças no ambiente, sendo insensível a mudanças e adaptações. Isso pode ser fatal 
em ambientes onde as mudanças são rápidas e, às vezes, profundas.
Assim, o pensamento sistêmico serve de base para um pensamento completamente novo. 
A pesquisadora Maria José Esteves de Vasconcellos, autora do livro Pensamento Sistêmico: o novo 
paradigma da Ciência, desenvolve a ideia de que o pensamento sistêmico é a forma de pensamento 
mais compatível com o mundo em que vivemos. 
Gestão do Conhecimento | Tema 8
4
Saiba Mais!
Consulte o livro de Maria José Esteves de Vasconcellos:
VASCONCELLOS, Maria José Esteves de. Pensamento Sistêmico: o novo paradigma 
da Ciência. Campinas/SP: Papirus, 2012.
Sinopse oficial: Este livro aborda os seguintes temas:
As noções de paradigma e epistemologia.
Momentos marcantes no desenvolvimentoda concepção de conhecimento científico.
O paradigma tradicional da ciência.
Dimensões no paradigma emergente da ciência contemporânea.
O pensamento sistêmico como o novo paradigma da ciência: o cientista novo-paradigma.
As origens das abordagens teóricas dos sistemas.
Maria José compara a forma tradicional do pensamento científico cartesiano com um novo paradigma 
da seguinte forma:
Pensamento científico cartesiano
Novo pensamento (influenciado pelo 
pensamento sistêmico)
Simplicidade: simplifica o universo a 
elementos compreensíveis.
Complexidade: sistemas amplos, redes, 
ecossistemas, causalidade circular, 
recursividade, contradições, pensamento 
complexo.
Estabilidade: fenômenos são previsíveis e, 
portanto, controláveis.
Instabilidade: desordem, evolução, 
imprevisibilidade, saltos qualitativos, auto-
organização, incontrolabilidade.
Gestão do Conhecimento | Tema 8
5
Objetividade: existe uma versão única do 
conhecimento que explica o universo.
Intersubjetividade: inclusão do observador, 
autorreferência, significação da experiência na 
conversação.
 
Este novo pensamento sistêmico é identificado com o pensamento complexo do filósofo francês 
contemporâneo Edgard Morin.
Saiba Mais!
Sabia mais sobre o pensamento sistêmico analisando os materiais indicados:
Edgard Morin fala do pensamento complexo no programa Roda Viva da TV Cultura. 
Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=ptITr1Zl9UQ>. Acesso em: 24 jan. 
2014.
Entrevista com Maria José Esteves Vasconcellos sobre novas dimensões do 
conhecimento no programa Interconexão Brasil. Disponível em: <http://www.youtube.
com/watch?v=aY4UAAb6qkA>. Acesso em: 24 jan. 2014.
Por fim, leia o artigo:
SAKITANI, Noemi. O mundo está em mudança, precisamos do pensamento complexo. 
Revista BSP. nov. 2010. Disponível em: <http://www.revistabsp.com.br/edicao-
novembro-2010/o-mundo-esta-em-mudanca-precisamos-do-pensamento-complexo/>. 
Acesso em: 24 jan. 2014.
Dando sequência aos temas de nosso Livro-Texto, estudaremos as arquiteturas modular e integral de 
tratar o conhecimento nas empresas. Note como o assunto se encaixa com o tema do pensamento 
sistêmico que tratamos até aqui.
Arquitetura modular e Arquitetura integral
Uma arquitetura de negócios se relaciona às atividades que farão parte de todo o sistema do 
negócio, quais serão seus componentes e como esses componentes irão operar entre si. O modelo 
de negócios da empresa de cosméticos Natura, por exemplo, possui mais de 350 mil consultoras 
que visitam, atendem e vendem em domicílios brasileiros. Note que as mulheres contratadas para o 
serviço não são denominadas vendedoras, e sim consultoras e isso faz com que a forma de ação da 
Natura no mercado seja diferenciada, pois é parte do modelo de negócios que a empresa adotou.
Muitas inovações hoje estão no modelo de negócios: cupons de cursos em supermercados, site de 
compra e venda de produtos usados, atendimento personalizado para serviços, etc. Se você procurar 
inovar por modelo de negócios já vai estar adotando uma modalidade de gestão do conhecimento 
também. Isso porque toda arquitetura de negócios de toda empresa traz dentro de si um modelo de 
gestão do conhecimento como padrão de criação, apropriação e aplicação do conhecimento. Neste 
ponto da discussão vamos falar de equipamentos, de tecnologia e de como a tecnologia pode até 
Gestão do Conhecimento | Tema 8
6
mesmo atrapalhar a diferenciação das empresas e, portanto, a inovação. Mas o mais importante é 
entender as estratégias que estão por trás dos exemplos.
A ideia de modularidade é bem simples e começamos por um exemplo. 
As câmeras filmadoras digitais exigem uma alta capacidade de processamento de vídeo dos 
computadores pessoais. Digamos que você tenha que utilizar uma câmera dessas e depois tenha 
que editar a gravação em seu computador. Nesse momento, descobre que seu computador é lento 
demais para editar as imagens. Você não pensa em trocar de computador, mas sim em adicionar 
mais memória ou talvez investir em uma nova placa gráfica para seu equipamento.
Este é o princípio da modularidade: partes diferentes de um sistema podem ser tratadas 
de forma independente embora exista uma série de regras comuns para que o conjunto 
funcione. A estratégia modular existe também em termos de regras de negócios nas organizações: 
possibilita que a empresa construa sua arquitetura a partir de um número menor de subsistemas de 
forma independente. Ao mesmo tempo em que cada módulo funciona de forma autônoma, todos os 
módulos atuam juntos de forma integrada! 
Nesse contexto, podemos definir a Estratégia Modular como o modelo de pensar a arquitetura de 
negócio em que cada parte que compõe o sistema tem máxima autonomia. 
Na estratégia modular existe conhecimento integral e conhecimento modular. O conhecimento 
integral é responsável pelas regras gerais, determinando quais atividades serão parte do sistema, 
quais serão as suas funções, como os elementos se conectam e se comunicam (como a filmadora 
e a câmera poderão trocar arquivos, por exemplo). 
No plano gerencial, o conhecimento integral define as regras do negócio. Já o conhecimento modular 
é um conhecimento escondido sobre um determinado módulo local e que o faz funcionar. Por exemplo, 
o software de tratamento de imagens instalado em seu computador tem um “conhecimento” que 
nada tem a ver com o funcionamento da câmera. Assim, uma arquitetura modular pode ser obtida 
pela divisão do conhecimento em conhecimento visível sobre as regras do projeto (conhecimento 
integral) e conhecimento escondido em cada módulo (conhecimento modular). 
Com a modularidade, cada subsistema é independente: pode-se mudar o sistema fazendo mudanças 
em apenas um módulo ou criar novas configurações e combinações entre os módulos.
Entre as vantagens da modularidade está o fato dela diminuir os custos de transação e coordenação 
entre as atividades porque cada subsistema é independente e encorajar divisões de trabalho, uma 
vez que cada grupo especializado pode se concentrar em sua própria atividade sem se preocupar 
com os outros módulos. 
Essa divisão do trabalho não apenas aumenta a eficiência, mas também facilita o acúmulo contínuo 
do conhecimento modular, promovendo inovações dentro de cada módulo. 
Outra vantagem da modularidade é que ela resulta em uma arquitetura aberta na qual as regras 
que definem as interfaces entre os elementos são amplamente disseminadas e aceitas em toda 
a indústria, pois são regras pré-especificadas. Isso facilita a competição entre as empresas que 
Gestão do Conhecimento | Tema 8
7
focalizam diferentes módulos e encoraja as inovações. Para entender isso pense nas portas 
USB do seu computador: fabricantes diferentes produzem periféricos diferentes e que funcionam 
diferentemente uns dos outros: mouse, teclado, HD externo, microfone externo, etc. Mas quando 
você “espeta” esses acessórios no seu computador, as coisas funcionam como você esperava 
que funcionassem. Mouses de marcas diferentes competem pelo mercado, mas todos têm que 
funcionar no seu sistema. Assim, cada acessório tem um conhecimento modular, por isso funciona 
independentemente, mas também tem um conhecimento integral, por isso funciona em conjunto 
com os outros componentes.
Já entre as desvantagens da modularidade, está o fato de que ela prioriza o conhecimento 
modular, tendendo a diminuir a renovação contínua do conhecimento integral. O fato de predefinir 
regras impõe também certa rigidez nas mudanças, além disso, alterações de fatores técnicos ou de 
mercado podem expor a fragilidade de toda a arquitetura. 
Mas a principal desvantagem da modularidade é que ela abala algumas fontes de diferenciação das 
empresas.
Por exemplo, a área de TI incentiva a empresa a especializar-se no conhecimento modular. Pense: 
se a área de TI dirige aempresa excessivamente para arquiteturas modulares, torna as regras 
de negócio também modulares e isso pode significar um abalo na estratégia da empresa de se 
diferenciar “como um todo” em seu modelo de negócios. Nesse sentido, os recursos de TI orientados 
excessivamente à modularidade podem até atrapalhar as empresas. O mais importante é pensar 
na arquitetura modular no funcionamento da empresa, entre seus vários setores e departamentos. 
Setores inovam isoladamente, mas deixam de inovar em conjunto.
Outro padrão que precisamos conhecer é o Padrão integral de estratégia de negócios (Arquitetura 
Integral) 
Podemos entender a estratégia de integração como a de uma arquitetura fechada, que aceita 
intencionalmente as interdependências complexas entre os subsistemas e os deixa em coordenação 
contínua visando ao máximo de desempenho do conjunto do sistema.
Um exemplo: a superioridade do Japão em certas áreas como a indústria automobilística. Nessa 
indústria a arquitetura de negócios necessita ser mais ou menos integral. Mas em outras indústrias, 
como a de computadores pessoais, a arquitetura tradicional integral deixa as empresas japonesas em 
desvantagem com relação às ocidentais. Pense: por que a tecnologia japonesa é capaz de construir os 
robôs mais avançados do mundo, mas não se destaca na produção de computadores ou de softwares? 
Para que a empresa crie uma vantagem competitiva sustentável, é importante criar uma 
arquitetura de negócios própria, baseando-se tanto na modularidade quanto na integralidade.
É necessário que essas arquiteturas modular/integral coexistam e se interpenetrem na estratégia de 
negócios de toda a organização. 
Em resumo, considere:
Gestão do Conhecimento | Tema 8
8
Estratégia integral – modelo de pensar a arquitetura de negócio em que as partes que compõem 
o sistema têm baixa autonomia e busca-se a eficiência do conjunto.
Estratégia modular – modelo de pensar a arquitetura de negócio em que as partes que compõem 
o sistema têm o máximo de autonomia.
Dito de outra forma:
Arquiteturas de negócio e a Gestão do Conhecimento
Arquitetura Modular:
• econraja a criação do conhecimento modular;
• favorece a concorrência do conhecimento integral so sitema.
Arquitetura Integral:
• encoraja a criação do cohecimento integral;
• maximiza o desempenho do sistema;
• dificulta a criação do conhecimento modular.
Ideal: combinação de Arquitetura Modular e Arquitetura Integral!
Gamificação
O uso de artifícios baseados em games em ambientes de trabalho não é propriamente uma novidade. 
Troféus, níveis, quadro de melhores pontuações, presentes e moedas virtuais existem há muito 
tempo nas empresas. Mas uma tendência relativamente recente vem crescendo no mundo inteiro: 
utilizar jogos para atingir objetivos mais técnicos ou específicos das empresas. Uma das tendências 
é o desenvolvimento de softwares em forma de jogo para simular uma situação de trabalho, é o que 
tem sido chamado de gamificação. Lidando com adversidades em um cenário controlado de um 
jogo, o colaborador aprende como deve agir quando a situação se tornar real.
O “jogo sério” é definido como um software que combina uma intenção treinadora, informativa, 
comunicacional, de marketing ou até ideológica.
Softwares podem servir para as empresas testarem as capacidades de um candidato: tomada de 
risco, tempo de reação, capacidade em gerenciar equipes, vontade de aditar uma posição de líder 
ou, ao inverso, de seguir um líder.
A empresa L’Oréal lançou há alguns anos o “Reveal”, um jogo de recrutamento on-line em que 
os jogadores (candidatos para um estágio na empresa) circulam virtualmente nos escritórios da 
L’Oréal e vão ganhando pontos de acordo com sua rapidez para resolver diferentes tipos de jogos: 
quebra-cabeças e conhecimento do universo da marca, por exemplo. 
A classificação evolui também em função do número de convidados que eles conseguem recrutar 
via redes sociais. 
Gestão do Conhecimento | Tema 8
9
 
Fonte: <http://www.reveal-thegame.com/>. Acesso em: 24 jan. 2014.
Simuland é um outro “jogo sério”, que transforma o jogador em líder de uma empresa virtual. 
Ele deve então tomar decisões nas áreas de recursos humanos, investimento em Pesquisa e 
Desenvolvimento, posicionamento estratégico de seus produtos, finanças, etc. 
 
Fonte: <http://www.simuland.net/pt/index.php>. Acesso em: 24 jan. 2014.
Ricardo Devai (2013) sintetiza da seguinte forma o crescimento do universo dos games nas 
empresas:
O poder dos jogos no universo corporativo é semelhante ao que acontece 
no mundo das crianças. Elas precisam das brincadeiras para aprenderem, 
sem isso causar grandes consequências. Elas experimentam o novo para 
depois colocar em prática na vida real. No treinamento de funcionários deve 
acontecer a mesma coisa: é criada uma situação que o colaborador precisa 
resolver, mas dentro de um ambiente no qual suas tentativas não produzam 
uma consequência negativa. Esse é o jogo sendo levado a sério.
Gestão do Conhecimento | Tema 8
10
Uma visão um pouco mais audaciosa sobre o papel crescente dos games na sociedade é apresentada 
por Seth Priebbastch, em palestra TED, nos Estados Unidos (Disponível em: <http://www.ted.com/
talks/seth_priebatsch_the_game_layer_on_top_of_the_world.html>. Acesso em: 24 jan. 2014). 
Para Seth, cujo vídeo na internet já teve quase 700.000 visualizações, a gamificação irá revolucionar 
a internet nesta década, assim como as redes sociais revolucionaram a internet e sociedade 
nos últimos dez anos. Em lugar de redes sociais e conectividade entre as pessoas, estaríamos 
caminhando para um cenário em que muitas das atividades cotidianas serão interpretadas como 
jogos e o sucesso estará vinculado ao desempenho dos melhores jogadores. 
Os jogos serão uma ferramenta para influenciar o comportamento das pessoas, de acordo com 
Seth Priebbastch.
Saiba Mais!
Para saber mais sobre o contexto da gamificação, consulte:
Artigo de Ricardo Devai sobre a gamificação no ambiente corporativo:
DEVAI, Ricardo. Gamificação no ambiente corporativo. CANALTECH. 16 dez. 13. 
Disponível em: <http://corporate.canaltech.com.br/noticia/negocios/Gamification-no-
ambiente-corporativo/#ixzz2r9sFviZo>. Acesso em: 24 jan. 2014. 
Visão da empresa de consultoria Accenture sobre a gamificação:
RYAN, Marco. Por que gamificação é coisa séria. Accenture. mar. 2013. Disponível em: 
<http://www.accenture.com/br-pt/outlook/Pages/outlook-journal-2013-why-gamification-
is-serious-business.aspx>. Acesso em: 24 jan. 2014.
Análise sobre como uma aplicação de games interfere diretamente no comportamento 
dos funcionários:
MAIA, Felipe. Empresas usam jogos e ‘estrelinhas virtuais’ para inflar autoestima de 
funcionários. Folha de São Paulo, 1 dez. 2013. Disponível em: <http://classificados.
folha.uol.com.br/empregos/2013/12/1378827-empresas-usam-jogos-e-estrelinhas-
virtuais-para-inflar-autoestima-de-funcionarios.shtml>. Acesso em: 24 jan. 2014.
Por fim, assista ao vídeo que apresenta um case de criação de games para inovação 
produzido pela empresa especializada Aennova sob encomenda da empresa Solera. 
Disponível em: <http://www.aennova.com/blog/?p=825>. Acesso em: 24 jan. 2014.
Nossa última indicação de filme está relacionada à necessidade de conscientização 
ambiental, que talvez seja uma das mais nobres e urgentes finalidades da Gestão do 
Conhecimento. O empreendedorismo e inovação, aliás, estão hoje muito ligados a 
questões ambientais. Neste documentário perturbador, são apresentados dados claros 
sobre a necessidade urgente de transformarmos dados e informações em conhecimentos 
e aplicá-los em prol da manutenção da própria vida no planeta. 
Gestão do Conhecimento | Tema 8
11
Uma Verdade Inconveniente (2006, dir. Davis Guggenheim)
 “Cada um de nós é uma causa de aquecimento global; mas cada um de nós podese tornar parte da solução – em nossas decisões sobre o produto que compramos, a 
eletricidade que usamos, o carro que dirigimos, o nosso estilo de vida. Podemos até 
fazer opções que reduzam a zero as nossas emissões de carbono.” . Al Gore.
Trailer oficial disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=MwxMrnDkbPU>. Acesso 
em: 24 jan. 2014.
AGORA É SUA VEZ
Questão 01
Indique a alternativa correta:
a) A arquitetura de negócios baseada na Modularidade é superior à arquitetura baseada 
na Integralidade.
b) A arquitetura de negócios baseada na Integralidade é superior à arquitetura baseada na 
Modularidade.
c) Modularidade e Integralidade são arquiteturas de negócios que não podem conviver na 
mesma empresa.
d) Cada um dos modelos, Modularidade e Integralidade, possui suas vantagens e 
desvantagens.
e) A estratégia recomendável é que se adote primeiro a Modularidade e depois a 
Integralidade.
Resposta: D
Gestão do Conhecimento | Tema 8
12
Questão 2
No modelo de desenvolvimento de produtos, denominado Design Thinking, podemos identificar 
diversas características da Gestão do Conhecimento, na abordagem que estudamos até aqui. 
Veja a descrição de Terra (2012) para esse o modelo Design Thinking: 
O Design Thinking foca o desenvolvimento de soluções estéticas com novas 
funcionalidades, novas experiências, valor e, principalmente, significado para 
os consumidores (cidadãos). Para isso, é de fundamental importância que 
a organização inicie o processo de inovação com o consumidor (cidadão), 
obtendo suas impressões sobre produtos, serviços e processos, decifrando 
em conjunto os “futuros desejados” na forma de soluções. Para isso, o método 
utiliza-se de prototipagens dos conceitos gerados e testes com o usuário 
final, mesmo em fases prematuras. O processo deixa de ser funil e passa a 
ser uma espiral, na qual essas fases evoluem até que o todo se torne viável.
Nas alternativas a seguir, uma estratégia não está relacionada nem à Gestão 
do Conhecimento e nem ao modelo de desenvolvimento Design Thinking. 
Marque essa alternativa:
a) Valorização do conhecimento tácito dos clientes.
b) Desenvolvimentos que valorizam a participação dos clientes.
c) Desenvolvimentos cíclicos em espiral.
d) O cliente deve especificar, antes do processo de criação do conhecimento/inovação se 
iniciar, tudo que ele precisa, detalhadamente.
e) Soluções são encontradas de forma conjunta entre desenvolvedores e os clientes.
Resposta: D
Questão 3
Uma famosa frase do escritor Peter Senge, autor do livro A Quinta Disciplina, resume o pensamento 
sistêmico quando diz:
Dividir um elefante ao meio não produz dois elefantes pequenos.
Associe a alternativa que mais adequadamente explica essa frase e o pensamento sistêmico:
a) É uma forma alegórica de representar a ideia de que, no pensamento sistêmico, o todo 
depende das partes, mas as partes também dependem do todo. Assim, duas partes fisicamente 
separadas de um mesmo elefante não são funcionais isoladamente porque perderam o “todo”.
b) É uma forma alegórica de representar a ideia de que se uma empresa for subdividida 
em duas novas empresas menores, essas empresas não funcionarão adequadamente.
c) É uma forma alegórica de dizer que grandes empresas não podem ser fragmentas em 
empresas menores.
d) É uma forma alegórica de dizer que empresas pequenas devem se juntar para formar 
empresas maiores.
Gestão do Conhecimento | Tema 8
13
e) É uma forma alegórica de representar a ideia de que, no pensamento sistêmico, basta 
isolar as partes e analisá-las separadamente.
Resposta: A
Questão 4
Você é gerente de treinamentos da área de RH de uma empresa e está sendo cobrado pela 
alta direção para produzir uma nova estratégia para exercitar a equipe de vendas. Em anos 
anteriores, a equipe de vendas tinha que se deslocar para um hotel em outra cidade, por uma 
semana inteira, onde aconteciam os treinamentos. Isso era muito dispendioso, atrapalhava 
a rotina da empresa e nem sempre produzia resultados esperados. Assim, esse modelo 
de treinamento foi sendo reduzido com o tempo. Em um ano, foi reduzido a quatro dias, 
no outro, a dois dias, depois passou a ocupar só meio período, no sábado pela manhã. 
Qual estratégia estudada você poderia propor para suprir essa demanda?
Resposta: A criação de um game/software pode ser uma boa estratégia a se considerar. 
Games em geral permitem acionar uma série de cognições comuns a jogos. Uma delas é a 
possibilidade de simular situações dificilmente representáveis em ambiente físico e ao vivo. A 
utilização de games/software para treinamento em empresas economiza tempo porque pode 
ocorrer em horários alternativos, permite acompanhamento em tempo real dos gestores sobre 
como estão indo os funcionários no treinamento e pode gerar relatórios ricos para análise e 
aproveitamento posterior. Além disso, se os colaboradores a serem treinados forem jovens, 
terão familiaridade com o universo dos jogos e poderão até se sentirem mais estimulados. Por 
outro lado, dependendo do game/software, ele terá que ser produzido por outra empresa e 
não se pode assegurar que será mais barato do que o treinamento tradicional. Também não é 
seguro acreditar que games/software substituirão completamente as interações ao vivo, que 
também precisarão ser redesenhadas.
Questão 5
Texto: A Internet Vai Conectar Todas as Coisas – Ronaldo Lemos
A internet começou conectando computadores. Na última década conectou pessoas. Agora está conectando 
“coisas”. Da geladeira de casa às frutas e verduras dentro dela, tudo corre o risco de ganhar um endereço 
IP e trocar informação. A internet quer e vai engolir tudo. Em breve as luzes de casa vão ser ligadas pelo 
celular. A geladeira vai pedir ela mesma um produto que acabou.
Mas onde há rede, há crackers. O ex-vice-presidente dos EUA, Dick Cheney, desativou a conexão sem 
fio do seu marca-passo com medo de um ataque. Com os carros tornando-se digitais, pesquisadores de 
uma universidade dos EUA conseguiram assumir à distância o controle dos freios de um veículo. Outros 
alteraram a leitura da pressão dos pneus. Com isso o computador do carro passou a compensar de forma 
perigosa o balanceamento das rodas.
Gestão do Conhecimento | Tema 8
14
Com os medidores digitais de eletricidade, é possível mapear o movimento da casa: quando as pessoas 
se levantam, saem e retornam ou têm visitas.
Adaptado de: <http://www1.folha.uol.com.br/colunas/ronaldolemos/2013/12/1385408-a-internet-vai-conectar-
todas-as-coisas.shtml>. Acesso em: 24 jan. 2014.
Com base na ideia do texto, comente alguns riscos que o excesso de “virtualização” pode significar 
para a sociedade.
Resposta: O texto aponta riscos que a internet apresenta à privacidade e à segurança das 
pessoas.
CONCEITOS FUNDAMENTAIS
Arquitetura de negócios: relativo às atividades que farão parte de todo o sistema do negócio, 
quais serão seus componentes, como irão operar, etc.
TI – Tecnologia da informação: conjunto de recursos tecnológicos e computacionais para geração 
e uso da informação.
FINALIZANDO
Nesta disciplina, estudamos uma série de aspectos relacionados ao modo como o conhecimento é 
criado, disseminado e aproveitado nas empresas. Demos um enfoque maior à criação do conhecimento 
organizacional segundo a abordagem de Nonaka e Takeuchi. Começamos caracterizando os tipos 
de conhecimento que interessa a esse modelo (tácito/explícito), os quatro processos de conversão 
do conhecimento que envolvem esses dois padrões (socialização, externalização, combinação 
e internalização) e uma série de fatores que facilitam a criação do conhecimento nas empresas 
que operam em espiral para gerar conhecimento novo e inovações. Vimos também uma série de 
modelos e ferramentas, algumas das quais não propriamente ligadas originalmente ao que se 
denomina Gestão do Conhecimento,mas que são úteis para pensar o conhecimento.
Embora pareça o contrário, nossa jornada pela Gestão do Conhecimento está apenas começando. 
Até breve!
REFERÊNCIAS
BALDWIN, T. T. Desenvolvimento de habilidades gerenciais. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.
DEVAI, Ricardo. Gamificação no ambiente corporativo. CANALTECH. 16 dez. 2013. 
Disponível em: <http://corporate.canaltech.com.br/noticia/negocios/Gamification-no-ambiente-
corporativo/#ixzz2r9sFviZo>. Acesso em: 24 jan. 2014. 
Gestão do Conhecimento | Tema 8
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LOVELOCK, James. Gaia. Cura para um planeta doente. São Paulo: Editora Cultrix, 2006.
NONAKA I.; TAKEUCHI, H. Gestão do Conhecimento. Porto Alegre: Bookman, 2008.
SAKITANI, Noemi. O mundo está em mudança, precisamos do pensamento complexo. Revista 
BSP, nov. 2010. Disponível em: <http://www.revistabsp.com.br/edicao-novembro-2010/o-mundo-
esta-em-mudanca-precisamos-do-pensamento-complexo/>. Acesso em: 24 jan. 2014.
SENGE, P. A Quinta Disciplina. Rio de Janeiro: Best Seller, 2006.
TERRA, C. 10 dimensões para a gestão da inovação. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.
VASCONCELLOS M. J. E. Pensamento sistêmico: o novo paradigma da ciência. Campinas: Papirus, 
2012.

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