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LICENCIATURA EM HISTÓRIA PRÁTICA DE ENSINO: OBSERVAÇÃO E PROJETO (PE:OP) POSTAGEM 2: ATIVIDADE 2 PROJETO DE TRABALHO – APROVEITAMENTO PEDAGÓGICO DE UM AMBIENTE NÃO ESCOLAR Ivan Rogério Costa - 1751447 Indaiatuba 2017 PROJETO DE TRABALHO – APROVEITAMENTO PEDAGÓGICO DE UM AMBIENTE NÃO ESCOLAR Trabalho apresentado à Universidade Paulista – UNIP INTERATIVA, referente ao curso de graduação em História, como um dos requisitos para a avaliação na disciplina de cunho prático Prática de Ensino: Observação e Projeto. Indaiatuba 2017 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO……………………………………………………………………03 2. OBJETIVOS………………………………………………………………………04 2.1 OBJETIVO GERAL…………………………………………………………..04 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS………………………………………………..04 3. DESENVOLVIMENTO…………………………………………………………..05 3.1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA………………………………………………...05 3.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS………………………………….06 3.2.1 Ambientes e Público-alvo………………………………………….07 3.2.2 Disciplinas, conteúdos e conceitos envolvidos……………….07 3.2.3 Propostas de ação e Estratégias Didáticas…………………….07 3.2.4 Tempo de duração do projeto e cronograma………………….13 4. AVALIAÇÃO……………………………………………………………...……….15 4.1 RESULTADOS ESPERADOS……………………………………………...15 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS……………………………………………………..15 REFERÊNCIAS……………………………………………………………………….16 3 1 INTRODUÇÃO A sociedade vem vivenciando mudanças radicais nas últimas décadas principalmente na política, na economia e na cultura. A velocidade das informações e o avanço tecnológico tem contribuído de forma demasiada nessas mudanças, trazendo também discussões sobre temas que estavam esquecidos e também os que estão na moda popular como drogas, sexualidade, bullyng, corrupção, etc. O mundo globalizado não somente aproxima as pessoas mas também destaca tendências de pensamentos e comportamentos que influenciam diretamente no aluno no que diz respeito à ética e a moral. Complementa Paviani: Hoje os valores são instáveis, substituíveis por novos valores, apesar de haver grupos de resistência a essas transformações. Mais do que nunca, vivemos numa sociedade que pratica a total inversão de valores (…). Nesse sentido, retomar a questão dos valores, sejam econômicos, sociais, políticos, morais, estéticos e religiosos, no sentido sociológico e/ou filosófico, parece ser uma necessidade moral (Paviani, 2016, p. 64). Tais questões e discussões estão cada vez mais inseridas nas rodas de reuniões, sejam empresariais, escolares ou populares. Nesse sentido, torna-se imprescindível o desenvolvimento de um projeto de trabalho que vise administrar as informações e as ações dos alunos, não só passivamente absorvendo informações, mas interagindo nesse processo para a resolução dos problemas. Além da ética e da moral, tomados aqui como temas transversais, há também a questão do meio ambiente. Como está a situação ambiental na cidade em que se vive? Como cada pessoa ou grupo pode colaborar para melhorar esse espaço? Segundo Fantin e Maria Eneida, não há outra direção senão defender o ambiente ao nosso redor, incitando as pessoas a participar, a agir e a passar adiante essa consciência (2014, p. 65). Daí a importância para a elaboração de atividades fora da escola. Além de promover a diversificação da rotina escolar, o aluno tem a oportunidade de viver a pesquisa, buscando-se diagnósticos (as causas dos acontecimentos) e possíveis soluções. Esse trabalho também tem como finalidade fazer com que o educando discorra sobre os mais variados acontecimentos históricos que ajudaram a formar a 4 sociedade em que está inserido, observando as características das edificações (arquitetura), a expressão cultural dos moradores, as formações geográficas, ou seja, conhecer o lugar em que vive para a construção da própria identidade (Singer, 2015). Para tal, propõe-se a utilização do chamado Marco Zero da cidade de Salto/SP para aproveitamento pedagógico por se tratar de um espaço onde abrange os principais pontos turísticos da cidade e também o local de sua origem e formação. Apesar da riqueza de fatos e atrações que podem ser abordados nesse espaço por diversas disciplinas do currículo escolar, as pesquisas e estudos serão direcionados para História, Geografia e Ciências aos alunos do Ensino Fundamental II da Escola Sagrada Família. 2 OBJETIVOS 2.1 OBJETIVO GERAL Os estudantes deverão buscar suas próprias identidades nesse projeto, buscando o conhecimento da sociedade em que vivem. Através dos diversos pontos turísticos que abrangem o chamado Marco Zero, serão coletadas as informações envolvendo as 3 disciplinas (História, Geografia e Ciências) e abordagens sobre os temas transversais (Ética e Meio Ambiente). Essas informações, até então locais, deverão ser relacionadas aos notáveis fatos históricos, geográficos e científicos de uma forma geral, podendo até encontrar alguns pontos em comum. Um exemplo para a disciplina de História: a cidade de Salto abrigou as primeiras indústrias têxteis do estado de São Paulo. Portanto, o grupo pode discorrer sobre a Revolução Industrial, sobre a imigração italiana, e assim por diante. 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 5 Conhecer a origem da cidade, sua fundação e povoamento, o início das atividades comerciais e industriais; Compreender a importância do Rio Tietê para a região, o quanto contribuiu para o início das primeiras fábricas e como chegou em seu estado atual de degradação; Absorver as informações científicas de como a poluição das águas, dos solos e do ar alteram o ecossistema; Perceber a importância de cuidar do espaço em que vivemos e assimilar os processos de recuperação do ambiente; Desenvolver noções de observação da paisagem geográfica, relacionando suas principais características; Associar as informações observadas, pesquisadas e coletadas com fatos históricos que revolucionaram a sociedade ao longo dos tempos; 3 DESENVOLVIMENTO 3.1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA A educação ambiental surge como uma estratégia para além da escola. Entender que a sobrevivência da humanidade depende da manutenção dos recursos oriundos do ambiente é fundamental para uma mudança de comportamento na busca de um novo modo de vida nas relações entre o homem e a natureza (Fantin, 2014, p. 89). De um modo geral, família e escola devem compartilhar o trabalho de reflexão sobre os valores contemporâneos e as sociabilidades infanto-juvenis, bem como a relação que estes mantêm com o consumo. Nesse sentido, devem ambas, escola e família constituir-se como espaços de estímulo para outras experiências de troca e de consumo cultural (Dourado e Belizário, 2012, p. 26). Ressalta-se na legislação atual o estabelecimento do exercício de práticas educativas participativas, por meio do projeto pedagógico da escola. Assim, as instituições de educação básica devem adotar o modelo de gestão democrática tendo como princípio fundamental a participação. A gestão do projeto pedagógico da escola supõe o aprendizado da tomada de decisão 6 coletiva e consciente, definindo a intencionalidade educativa contextualizada histórica e geograficamente (Eyng, 2012, p. 68). Ao longo da história, o homem transformou-se pela modificação do meio ambiente, criou cultura, estabeleceu relações econômicas, modos de comunicação com a natureza e com os outros. Mas é preciso refletir sobre como devem ser essasrelações socioeconômicas e ambientais, para se tomar decisões adequadas a cada passo, na direção das metas desejadas por todos: o crescimento cultural, a qualidade de vida e o equilíbrio ambiental (Brasil, 1997). A formação de valores pessoais e de valores sociais parece não ser um tema predominante nos estudos pedagógicos atuais. Entretanto, por diversos motivos sociais e históricos, a questão é relevante e precisa ser examinada especialmente sob a perspectiva do conceito de formação e não apenas de educação escolar (Paviani, 2016, p. 63). Compreender a Geografia do local em que se vive significa conhecer e apreender intelectualmente os conceitos e as categorias, tais como: o lugar, a paisagem, os fluxos de pessoas e mercadorias, as áreas de lazer, os fenômenos e objetos existentes no espaço urbano ou rural. (…) Torna-se relevante compreendê-la como um lugar que abriga, produz e reproduz culturas, como modo de vida materializado cotidianamente (Brasil, 2006, p. 50). História e memória se complementam, porque a história é o conhecimento e a organização dessa memória. Mas, ter memória nem sempre é ter consciência da história. Uma pessoa que não a tenha achará uma “casinha” tombada como patrimônio histórico e cultural “bonitinha”, apenas. Ter consciência histórica é olhar para um lugar de memória e ver os silêncios e os conflitos que ocorreram naquele local. Os patrimônios de uma cidade não são simples pontos turísticos e precisam ser estudados como um lugar vivo de memória da sociedade (Zanoni, 2012, p. 92). Em meados do século XIX, muitas cidades acabaram estagnadas durante décadas por terem recusado, por exemplo, a passagem de estradas de ferro, ao contrário de outras que, por terem uma estação de bifurcação e de triagem, passaram a gerir economicamente uma região (Garbossa e Silva, 2016, p. 29). 3.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 7 3.2.1 Ambientes e Público-alvo A escolha do local é o chamado Marco Zero da Estância Turística de Salto/SP, e se faz pertinente às propostas desse trabalho pedagógico multidisciplinar devido à sua complexidade histórica e cultural, para os estudantes do Ensino Fundamental II da Escola Sagrada Família. O Marco Zero tem como localização principal a Praça Antônio Vieira Tavares – Centro, praça que leva o nome do fundador da cidade e tutor da construção da Igreja de Nossa Senhora do Monte Serrat. A Escola Sagrada Família está no Convívio D. Pedro II, 804 – Centro. A região do Marco Zero se encontra logo na entrada principal da cidade de Salto/SP que tem o Rio Tietê e o Rio Jundiaí como “portais”. São vários os cenários dessa região que estão vinculados com o Complexo da Cachoeira do Salto, como o Pavilhão das Artes, a Ilha dos Amores (que tem vista privilegiada pro Rio Tietê e uma praça totalmente arborizada), a Ponte Pênsil, o Memorial do Rio Tietê, a antiga Brasital e a vila operária. 3.2.2 Disciplinas, conteúdos e conceitos envolvidos História – História de Salto e sua relação com grandes fatos que mudaram a sociedade. Geografia - Características das paisagens do local escolhido para a realização das atividades. Ciências – Características do ambiente do local escolhido. Além destas, serão inseridos aos trabalhos os Temas Transversais (definidos pelo Ministério da Educação nos Parâmetros Curriculares Nacionais) Ética e Meio Ambiente. 3.2.3 Propostas de Ação e Estratégias Didáticas 8 Fase inicial É necessário que o início das atividades aconteça em sala de aula para apresentação do projeto, como e quando este se desenvolverá e o que se espera de cada estudante. A observação e a pesquisa serão fundamentais para o cumprimento das tarefas envolvendo as 3 disciplinas e serão critérios de avaliação ao final do projeto. - Proposta: - A classe será dividida em 4 grupos de aproximadamente 10 alunos. - Discussão entre os integrantes: relação dos conhecimentos prévios de cada membro em relação as atividades e aos locais que serão visitados. Organização: distribuição de funções (ninguém deve ficar “distante” do trabalho). - Coleta de material pra pesquisa (livros, revistas, jornais, sites, etc). - Para cada disciplina, serão relacionados alguns assuntos (temas) escolhidos por seus respectivos professores. Esses assuntos não serão relatados aos alunos nessa reunião em sala. Porém, através de sorteio, cada grupo terá que abordar 2 assuntos de cada disciplina. Estes temas sorteados serão de cunho obrigatório. - Além da abordagem dos temas obrigatórios, o grupo deverá inserir ao projeto, pelo menos, outros 2 temas pertinentes às disciplinas. - Mapeamento (roteiro) dos pontos a serem observados pelos grupos. - Os temas serão sorteados no início das atividades em algum ponto do local escolhido para observação e pesquisa. Isso se faz necessário para que a surpresa gere discussão e planejamento. Fase de execução – Reunião na região do Marco Zero Já com o ponto de reunião definido por professores e alunos, o sorteio será realizado por cada professor da respectiva disciplina. De uma forma geral, segue o exemplo: - Professor de História sorteia 1 tema para o grupo A. Depois sorteia 1 tema para o grupo B, logo depois para o C e para o D, finalizando a primeira rodada. Na sequência, seguindo o mesmo esquema realiza-se a segunda rodada sorteando o 9 próximo tema. Isso será feito da mesma forma com os dois professores restantes. Com seus respectivos assuntos em mãos, os grupos terão um tempo para debate e reflexão dos temas sorteados. Destaca-se aqui um momento de descontração, interação, participação e concentração para a realização da etapa seguinte. Sugestão e o porquê: Propõe-se a reunião no ponto principal do Marco Zero da cidade que fica na Praça Antônio Vieira Tavares. Trata-se de uma praça bem arborizada, rodeada pelo Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio (CEUNSP) e pela Igreja Matriz de Nossa Senhora do Monte Serrat. O local é o ponto de partida para o surgimento da cidade no final do século XVII, onde ficava o sítio Cachoeira de propriedade do Capitão Antônio Vieira Tavares, sobrinho do famoso bandeirante Raposo Tavares. A propriedade foi obtida por duas escrituras de cartas de sesmarias por volta de 1690 (Zanoni, 2012). Um local de inspiração para início dos trabalhos. Figura 1 – Praça Antônio Vieira Tavares em 1903 e atualmente. Nota-se a casa dos operários ao lado na época da entrada da indústria têxtil. Sobre os assuntos propostos pelos professores A respeito dos assuntos que serão abordados nos trabalhos, os alunos deverão relatar, através da observação e da pesquisa, relações com fatos marcantes embasados nas 3 disciplinas. Como isso acontecerá? Quais temas poderiam ser inseridos para sorteio? Podemos descrever algumas situações (exemplos) que sejam pertinentes com o local estudado: 10 - Geografia: o professor dessa disciplina poderá sugerir assuntos seguindo alguns pontos dessa região: Geomorfologia ou Geologia – Salto é uma cidade que se destaca pela quantidade de rochas. Passando pela Ponte Pênsil, uma das principais atrações turísticas da cidade, é possível descer próximo ao Rio Tietê sobre as pedras. Um ótimo local de observação e coleta de dados; Glaciologia – efeito das geleiras sobre o clima, a contribuição das geleiras para a erosão e a Geomorfologia; Hidrografia – esse mesmo espaçopode ser aproveitado para discorrer sobre o Rio Tietê, ou aproveitar a bela vista se adentrando na Praça dos Amores. Aqui o grupo poderá falar da importância do Tietê, principalmente para o estado de São Paulo, e interligar o tema sobre outros grandes rios como o Paraná, o Paranapanema, o Itararé; Geografia Populacional (Demografia) – campo da Geografia Humana que estuda a dinâmica populacional: natalidade, mortalidade, taxas de crescimento, etc. A imigração também foi um fator importantíssimo para a formação social e cultural da cidade; A categoria de espaço geográfico deve ter um tratamento didático que possibilite a interação dos alunos. Por um lado, a compreensão do espaço geográfico será trabalhada sempre que se estudar a paisagem, o território e o lugar; por outro, a questão da representação espacial, no contexto dos estudos, é um caminho importante para compreender a espacialidade dos fenômenos (ampliando a noção de espaço), para entender a função social da linguagem gráfica, bem como os processos histórico-sociais de sua construção (Brasil, 1998, p. 140). - Ciências: o campo das ciências é muito complexo. Assuntos que integram a Botânica, qualidade da água, poluição do solo, coleta seletiva do lixo, por exemplo, podem ser abordados: Hidrosfera – composição da água, os tipos de água, propriedade físico- química da água e o seu ciclo na natureza; Vida e Ambiente – observar a vegetação, plantas, fungos e animais; 11 Tecnologia e Sociedade – misturas e processos de separação, reciclagem, coleta seletiva de lixo; Questão do Meio Ambiente – trabalhar a conscientização da preservação do espaço onde se vive. Observar a quantidade de lixo que se encontra nas ruas, nas praças, nos parques e que só mostram a falta de comprometimento humano com a biodiversidade; um verdadeiro atentado à qualidade de vida atual e das futuras gerações. No caso do espaço estudado, o mais preocupante é o Rio Tietê. Nessa questão, os alunos poderão fazer uma análise da situação da água, os níveis de poluição, de onde vem a maior parte do lixo e esgoto que é lançado diariamente no rio e o que essas cidades fazem a respeito, o desequilíbrio ambiental que a poluição causa, quanto a economia do país perde por não aproveitar o rio com a navegação e a pesca; À medida que os ambientes possam ser compreendidos como um todo dinâmico, o estudo de qualquer aspecto ou problema particular poderá suscitar questionamentos e investigações acerca de outros. Conhecimentos de importância universal podem ser trabalhados pelo professor com seus alunos em diferentes abordagens. Entretanto, garantir estudos sobre o ambiente onde vive o aluno é um recurso essencial à cidadania (Brasil, 1998, p. 67). - História: associar os locais observados e posteriormente pesquisados, com fatos históricos marcantes: História do Brasil Colônia – ao pesquisarem a fundação de Salto, os grupos logo perceberão as semelhanças dos acontecimentos ao estudo da colonização do Brasil. A presença dos índios Guaianazes (tupi-guarani) na região, a apropriação do sítio Cachoeira por carta de sesmarias pelo capitão Tavares, o bandeirantismo que repeliu ou aprisionou esses índios; Revolução Industrial no Brasil – acontece no final do século XIX e início do século XX. A Brasital S/A foi formada com capital brasileiro e italiano, proporcionando uma enorme mudança na sociedade saltense. Cabe aqui relacionar a chegada das primeiras indústrias têxteis, os imigrantes italianos que primeiramente vieram para integrar as plantações de café, a chegada da ferrovia, os direitos trabalhistas; 12 Era Glacial – como já relatado na disciplina de geografia, a cidade tem uma quantidade enorme de rochas sedimentares comprovando que São Paulo também foi coberto de gelo. Inclusive, Brasil (Salto) e Austrália são os únicos lugares do mundo que possuem uma espécie de granito róseo, chamado aqui de Moutonneé. O estudo do meio envolve uma metodologia de pesquisa e de organização de novos conhecimentos, que requer atividades anteriores à visita, levantamento de questões a serem investigadas, seleção de informações, observação de campo, confrontação entre os dados levantados e os conhecimentos já organizados por pesquisadores, interpretação, organização de dados e conclusões. Possibilita o reconhecimento da interdisciplinaridade e de que a apreensão do conhecimento histórico ocorre na relação que estabelece com outros conhecimentos físicos, biológicos, geográficos, artísticos (Brasil, 1998, p. 93). Sequência e dinâmica das atividades Depois do tempo de absorção dos assuntos a serem observados, é hora de partir para os locais pré-determinados em sala de aula. É importante o bom aproveitamento do tempo pois será um único dia de visitação. Para uma boa dinâmica é interessante a distribuição de funções, estabelecer quem vai anotar as informações, ou fotografar, ou quem serão os observadores. Cada grupo deve ser acompanhado de um líder. Nesse caso poderão ser os três professores e um coordenador. Os grupos não ficarão todos juntos na mesma hora e lugar, cada um estará trabalhando num ponto diferente. Após o término do tempo proposto e pré-determinado em sala de aula, os grupos deverão realizar o rodízio. A importância do rodízio ajudará no desenvolvimento das atividades, evitando tumulto, e também que os integrantes observem a forma de trabalho uns dos outros. Tudo isso para que as ideias sejam distintas ou próximas, e posteriormente haja debate. Passado o dia da visita, o próximo passo será juntar todas as informações e processar o trabalho. Nesse ponto, a probabilidade de novas pesquisas será inevitável. A pesquisa inicial se fez necessário para uma abordagem de reconhecimento do trabalho proposto. A partir do dia posterior às atividades fora da escola, nos relatórios elaborados pelos alunos, constarão novas informações de tudo aquilo que foi observado e considerado relevante pelo grupo fazer parte do 13 conteúdo. Para isso, é sensato que haja mais atividades de pesquisa no cronograma pela complexidade e para atender não uma, mas três disciplinas. Não existe uma fórmula pronta para orientar todas as pesquisas: você terá de gastar algum tempo pesquisando e lendo, até descobrir onde está e para onde vai. Perderá tempo em situações sem saída, mas acabará aprendendo mais do que seu trabalho exige. No final, porém, o esforço extra irá compensar, não apenas porque você fará um bom relatório, mas também porque verá aumentada sua capacidade de lidar mais eficazmente com problemas novos (Booth, 2005, p. 34). 3.2.4 Tempo de duração do projeto e cronograma A previsão de conclusão das atividades é de 07 dias letivos obedecendo ao cronograma: 1ª Semana: Segunda-feira – apresentação da proposta de trabalho pelos professores de cada disciplina, exibindo o planejamento, a divisão dos grupos, os objetivos, as ideias, o cronograma e o mapeamento dos pontos a serem estudados; Terça-feira – reunião dos integrantes do grupo em classe para levantamento das informações, conhecimentos prévios, fontes de pesquisa, planejamento; Quarta-feira – dia da visita. 13:40 as 14:20 – sorteio dos temas de cada disciplina para os 4 grupos, conforme relatado em “fase de execução” na página 08; 14:20 as 14:40 – discussão e planejamento dos grupos sobre os temas sorteados; 14:40 as 15:20 – os grupos partem, ao mesmo tempo, para os seus pontos de estudo e observação determinados no cronograma; após 40 minutos de atividades será feito o 1ºrodízio; 14 15:20 as 16:00 – realizado o rodízio. Os grupos devem estar em pontos diferentes conforme cronograma; após 40 minutos de atividades será feito o 2º rodízio; 16:00 as 16:40 – realizado o rodízio. Mais uma vez os grupos devem trocar os espaços conforme cronograma; após 40 minutos de atividades será feito o 3º rodízio; 16:40 as 17:20 – realizado o rodízio. A troca dos espaços é feita novamente pelos grupos; após 40 minutos de atividades será feito o 4º e último rodízio; 17:20 as 18:00 – Fim das atividades. Obs: O tempo para deslocamento dos grupos nos rodízios leva em média 5 minutos. Sendo assim, o tempo de trabalho será de 35 minutos aproximadamente por local visitado. Quinta-feira – os estudantes deverão se reunir, juntar todo o conteúdo coletado e realizar toda a montagem e processamento do projeto. É uma fase importantíssima do trabalho, pois exigirá muita atenção e trabalho em equipe nas divisões de tarefas; Sexta-feira – nesse ponto, depois de ter todas as informações ordenadas, passa-se para a segunda etapa de pesquisas. É de se esperar que haja novas informações para pesquisa depois do que foi observado e relatado no ambiente externo, somando-se as pesquisas de conhecimento no início do projeto; 2ª Semana: Segunda-feira – depois das pesquisas, os grupos terão mais um dia para finalizar o trabalho e programar a apresentação; Terça-feira – apresentação dos grupos. Os estudantes terão a liberdade de montar a apresentação e utilizar os instrumentos que achem necessário para expô-lo da melhor maneira: uso de slides, montagem de murais ou painéis explicativos, etc. 15 4 AVALIAÇÃO A avaliação será feita sobre o comportamento do aluno durante todo o projeto. O ponto principal de avaliação será sobre a sua participação, o quanto esse aluno se envolveu no projeto e colaborou para que este fosse cumprido. Apesar da nota final ser de todo o grupo, será feita a avaliação individual para detecção de possíveis dificuldades que o aluno possa apresentar, como a não assimilação de alguma parte do trabalho, a falta de envolvimento, dificuldade de comunicação com os demais alunos; e desta forma diagnosticar, inserir esse estudante o mais breve possível ao grupo e recuperar a sua autoestima. 4.1 RESULTADOS ESPERADOS Espera-se dos alunos uma compreensão favorável dos assuntos estudados e dos objetivos específicos relacionados na página 05 deste trabalho. Mas, principalmente, que tenham entendido a verdadeira essência dessa mobilização educativa, assimilado o valor do conhecimento de suas origens, do seu espaço, da sua história. Que o aluno passe a encarar as responsabilidades com uma visão ampla, adquirindo habilidades para a resolução de problemas e sendo solidário com os que estão à sua volta, desenvolvendo a personalidade, a ética e o respeito. Dessa forma, teremos propaladores dispostos a defender o seu espaço. Disseminar a consciência de preservação de seus recursos naturais cada vez mais devastados pela ação humana e cidadãos formadores de opinião. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Este projeto propõe o desenvolvimento cognitivo dos alunos sobre temas relacionados às disciplinas de História, Geografia e Ciências, buscando relações com locais sugestivos e convidativos à pesquisa. Através da técnica da observação, o aluno terá a oportunidade de pesquisar a relação pedagógica existente em um ambiente não escolar, ampliando a sua visão de mundo e construindo novos conceitos da realidade. Busca também a preparação do aluno para a resolução de 16 problemas, desenvolver capacidades de pesquisa e a se relacionar ativamente dentro de um grupo que também procura alcançar objetivos similares. Torna-se pertinente o estudo do seu próprio espaço, passando a entender a causa de várias questões que envolvem a sua cidade, sejam políticas, sociais, econômicas ou ambientais. Os Temas Transversais (Ética e Meio Ambiente) são inseridos aqui não como novas áreas pedagógicas, mas como uma atuação consciente na educação de valores e atitudes em todas as áreas (Brasil, 1997). Deve-se dar cada vez mais ênfase na questão ambiental em atividades escolares de base. A consciência de preservação e respeito com o meio começa no seu próprio espaço e deve ser ampliado com afinco para que criemos uma geração que realmente abrace uma causa que é de interesse universal. REFERÊNCIAS PAVIANE, Jayme. Ética da formação. Caxias do Sul: Educs, 2016. http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/meioambiente.pdf FANTIN, Maria Eneida. Educação ambiental, saúde e qualidade de vida. Curitiba: InterSaberes, 2014. SINGER, Helena. Territórios educativos: experiências em diálogo com o Bairro- Escola. São Paulo: Moderna, 2015. DOURADO, J.; BELIZÁRIO, F. Reflexão e práticas em educação ambiental: discutindo o consumo e a geração de resíduos. São Paulo: Oficina de Textos, 2012. EYNG, Ana Maria. Currículo escolar. Curitiba: InterSaberes, 2012. BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: apresentação dos temas transversais. Brasília: MEC/SEF, 1997. ______. Ciências humanas e suas tecnologias. Brasilia: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2006. ______. Parâmetros Curriculares Nacionais: geografia / Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998. 17 ______. Parâmetros Curriculares Nacionais: história / Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998. ______. Parâmetros Curriculares Nacionais: ciências naturais / Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998. Academia Saltense de Letras. Salto, por que me encanta? Histórias imperdíveis sobre a terra de Tavares. Salto: Mirarte, 2016. http://www.riotiete.com.br/historia.html ZANONI, Elton Frias. Leituras da cidade. História e memória de Salto. Guarulhos: Espaço Idea, 2012. GARBOSSA, R. A.; SILVA, R. S. O processo de produção do espaço urbano: Impactos e desafios de uma nova urbanização. Curitiba: InterSaberes, 2016. Figura 1 – (1903) http://historiasalto.blogspot.com.br/2008/12/o-marco-zero-da- cidade.html e atual http://www.qualviagem.com.br/salto-menos-famosa-que-a- vizinha-itu-tem-atrativos-naturais-e-historicos/ BOOTH, Wayne C. A arte da pesquisa. São Paulo: Martins Fontes, 2005. http://www.saopaulo.sp.gov.br/spnoticias/ultimas-noticias/visite-a-cidade-de-salto-e- aprenda-tudo-sobre-o-rio-tiete/
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