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Organismos geneticamente modificados

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FACULDADES INTEGRADAS AESO BARROS MELO
CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO
CURSO DE BIOÉTICA 
ORGANISMOS GENETICAMENTE MODIFICADOS.
Trabalho apresentado pela turma do 10º período em Direito à disciplina de Bioética, ministrada pela Prof. Dra. Anne Simões, como requisito para obtenção parcial de pontuação em provas de 2ª Unidade. 
Equipe: 
Alberes Nascimento,
Andressa Maria, 
Antônio Henrique,
 Marcella Fernanda, 
Raiane Bezerra, 
Tarcísio Alves e 
Yasmine Gonçalves 
Olinda
2018
CONCEITO 
Observando cada palavra isoladamente, é possível determinar minimamente seus significados. Primeiramente, pela palavra organismo se entende por forma de vida ou algo que possui vida; genético, pode-se remeter a ideia de hereditariedade; por fim, modificado, algo que foi alterado ou transformado. 
Se vistas em conjunto, é possível concluir que Organismo Geneticamente Modificado – OGM – é uma forma de vida que sofreu modificação na sua gênese, na sua estrutura. 
Nas sabias palavras de Maluf, os OGMs consistem em “organismos que, mediante técnicas de engenharia genética, possuem em sua composição nutricional material genético de outros organismos”. 
Em verdade, existem autores que traçam uma diferença entre Organismo Geneticamente Modificado e transgênico. Dentre eles, vale destacar a distinção cuidadosa elaborada por Naves e Sá. Para eles, OGM é o organismo produzido a partir de qualquer alteração em sua estrutura/genoma, com a introdução ou não de outros organismos. Já a palavra transgênico significa que o organismo sofreu modificação, porém sem a introdução de organismos estranhos a sua estrutura. 
HISTORICIDADE
Os transgênicos surgiram na década de 1970, nesta época a ciência descobriu a possibilidade de manipular o DNA. Teve início a chamada “revolução verde”. 
Esses organismos surgiram com a promessa que a humanidade não pereceria por falta de alimentação, posto que a colheita seria aproveitada ao máximo, tudo isso graças ao melhoramento das sementes. 
DO USO 
Eles estão presentes direta ou indiretamente na alimentação de todo ser que possua vida. O gado, as aves, os peixes são alimentados com rações transformadas. Nós, quando compramos um saquinho de pipoca ou um óleo para o preparo de alimentos, também podemos estar consumindo. 
Uma matéria publicada pela revista EXAME revelou que quase 100% da produção brasileira de soja, milho e algodão agora é transgênica, com 53 milhões de hectares plantados. Ou seja, conforme dito anteriormente, não temos como não consumir, estes alimentos estão dominando o mercado. 
OS AGROTÓXICOS 
Quando do surgimento dos Organismos Geneticamente Modificados (OGMs), a proposta foi a seguinte:
A colheita seria mais efetiva, ou seja, com o máximo de aproveitamento;
Os alimentos seriam mais saudáveis, pois haveria uma redução no uso de agrotóxicos, herbicidas, pesticidas, etc.
Ocorre que a promessa não foi cumprida, ao contrário do que se prometeu, houve um aumento no consumo dos venenos nas lavouras. Então a promessa de uma melhor qualidade de vida transformou-se, talvez, em um problema, pois a cada ano que passa consumimos mais e mais agrotóxicos. Veja-se:
No Brasil, estamos consumindo o equivalente a 7,3 litros de agrotóxicos por pessoa todo ano. No Paraná, o índice é ainda pior: chega a 8,7 litros de agrotóxicos por pessoa todo ano.
Os agrotóxicos são justamente o que o nome diz: produtos tóxicos nocivos para a saúde. Pesquisas desenvolvidas pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) e Ministério da Saúde – Fundação Oswaldo Cruz apontam que agrotóxicos podem causar diversas doenças, como problemas neurológicos, motores e mentais, distúrbios de comportamento, problemas na produção de hormônios sexuais, infertilidade, puberdade precoce, má formação fetal, aborto, doença de Parkinson, endometriose, atrofia dos testículos e câncer de diversos tipos. (G1, Paraná, 2017)
		A matéria publicada pelo G1 divulgou que o Brasil está em primeiro lugar no consumo dos agrotóxicos, o que é desproporcional, posto que temos a segunda maior plantação do mundo, dessa forma a primeira colocação deveria ser dos Estados Unidos, que é o detentor da maior área plantada. 
CONTROVÉRSIAS
Acerca do tema não há dois posicionamentos, existem aqueles que defendem que não existe possibilidade nenhuma de risco à saúde dos que consomem, como também aqueles que sustentam que tais modificações podem gerar danos incalculáveis, portanto, não conhecidos. 
Vale ressaltar que os defensores muitas vezes estão do lado das empresas fabricantes, são empresários do ramo, bem como participantes de órgãos reguladores e autorizadores. Enquanto os que criticam são, geralmente, ativistas, órgãos de proteção ao consumidor e organizações não governamentais. 
Essa questão nunca terá fim, posto que interesses maiores estão por trás do direito a uma alimentação saudável e segura, restando ao consumidor se socorrer de alimentos orgânicos (aqueles produzidos de forma natural, se qualquer adição de venenos ou manipulação) para ter uma qualidade de vida melhor. 
BIBLIOGRAFIA
MALUF, Adriana Caldas do Rego Freitas Dabus. Curso de Bioética e Biodireito. 3.ed. São Paulo: Atlas, 2015. P. 402.
SÁ, Maria de Fátima Freire; NAVES, Bruno Torquato de Oliveira. Bioética e Biodireito. 4.ed. Belo Horizonte: Del Rey, 2018. P. 210.
Estadão Conteúdo, EXAME. 20 anos depois da aprovação, transgênico se torna regra no campo. Disponível em:
<https://exame.abril.com.br/brasil/20-anos-depois-da-aprovacao-transgenico-se-torna-regra-no-campo/>. Acesso em: 20/11/2018.
APREAA, G1 PARANA. Perigo: o Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo. Disponível em:
https://g1.globo.com/pr/parana/especial-publicitario/apreaa/noticia/perigo-o-brasil-e-o-maior-consumidor-de-agrotoxicos-do-mundo.ghtml. Acesso em: 14/10/2018.

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