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CONDICIONANTES GEOLÓGICOS: RODOVIAS Universidade Federal de Rio Grande - FURG Escola de Engenharia – EE Laboratório de Geotecnia e Concreto Geologia de Engenharia INTRODUÇÃO Grupo Geotecnia - FURG Escola de Engenharia Universidade Federal do Rio Grande - FURG As estradas de rodagem são hierarquizadas em classes técnicas, de acordo com o tráfego que suportam: Vias Expressas: alto nível, constituem os grandes eixos rodoviários; Vicinais e Pioneiras: formam o primeiro nível da alimentação das vias expressas. RODOVIAS – Condicionantes Geológicos Grupo Geotecnia - FURG Escola de Engenharia Universidade Federal do Rio Grande - FURG A Geologia e a Geomorfologia condicionam as características e a problemática de uma estrada. RELEVO: É o condicionante básico de uma estrada. • Regiões de Colinas • Regiões Planas • Regiões Montanhosas RODOVIAS – Condicionantes Geológicos Grupo Geotecnia - FURG Escola de Engenharia Universidade Federal do Rio Grande - FURG Regiões de Colinas • Relevo suave; • Estradas costumam possuir abundância de retas e rampas suaves; • Cortes e aterros de pequena altura, compensando-se em volumes; • Custos de terraplanagem baixos; • Curvas de grande raio; • Poucos problemas de estabilidade dos cortes e aterros. RODOVIAS – Condicionantes Geológicos Grupo Geotecnia - FURG Escola de Engenharia Universidade Federal do Rio Grande - FURG Regiões Planas • Há necessidade de se construir o leito da estrada com predomínio de aterros -> Caixas de empréstimo; • Terrenos de natureza aluvial -> solos com umidade maiores que 100% (solos moles) • Planícies litorâneas: grandes espessuras de solo mole, ou lentes de solo mole intercalado com camadas de areia; Rodovia Manaus-Porto Velho (BR-319): uma ponte caiu cerca de 5 anos após a sua construção, devido ao esforço adicional aplicado horizontalmente sobre as estacas; Pontes de travessia do Rio Guaíba em Porto Alegre: possuem placas de transição articulada entre a ponte e os aterros de acesso, com previsão de macaqueamentos periódicos; Pontes na Rodovia Piaçaguera em Guarujá: tiveram aterros de acesso reforçados com colunas de solo-cimento, para que o degrau formado entre a ponte e o aterro fosse transferido para essas colunas. RODOVIAS – Condicionantes Geológicos Grupo Geotecnia - FURG Escola de Engenharia Universidade Federal do Rio Grande - FURG RODOVIAS – Condicionantes Geológicos Grupo Geotecnia - FURG Escola de Engenharia Universidade Federal do Rio Grande - FURG Regiões Montanhosas • Traçados tortuosos, retas curtas ou inexistentes; • Curvas com raios reduzidos; • Execução de cortes e aterros muito altos; • Cortes sujeitos a instabilidades; • Dificuldade de encontrar Caixas de empréstimo e Bota-foras; • Comumente é necessária a construção de túneis para transpor elevações, e de pontes e viadutos para transpor rios e vales; • Condições são agravadas por intensa pluviosidade e movimentos de massa naturais; RODOVIAS – Condicionantes Geológicos Grupo Geotecnia - FURG Escola de Engenharia Universidade Federal do Rio Grande - FURG Regiões Montanhosas A execução de aterros é feita, por vezes, a meia encosta. • A construção de aterros a meia encosta é bastante eficiente em reduzir volumes de terraplenagem, porém introduz por outro lado um elemento de fragilidade geotécnica. Perfeito engastamento do aterro com a encosta natural e estruturas de drenagem = impedida a criação de linha de fraqueza sujeita à ruptura RODOVIAS – Condicionantes Geológicos Grupo Geotecnia - FURG Escola de Engenharia Universidade Federal do Rio Grande - FURG NATUREZA DOS TERRENOS: determinada pelo substrato geológico e sua cobertura pedológica, condiciona o comportamento da estrada, em termos de processos de dinâmica superficial, que são alterados ou criados pela sua construção. Alguns exemplos: • Erosão • Movimentos de massa / Desmoronamentos / Deslizamentos • Instabilização de Taludes RODOVIAS – Condicionantes Geológicos Grupo Geotecnia - FURG Escola de Engenharia Universidade Federal do Rio Grande - FURG Erosão • O processo de erosão resulta predominantemente da ação das chuvas (erosão pluvial), responsáveis pela desagregação das partículas das camadas de solo que recobrem as rochas. Essas partículas, por sua vez, são carregadas pela enxurrada. • Causada principalmente por supressão da vegetação e movimentações de terra. • Leva a perda de solo e consecutivo assoreamento dos cursos d'água, efeitos agravados por falta de drenagem adequada. • Solos arenosos finos são muito suscetíveis a processos de erosão linear quando submetidos a escoamentos d’água concentrados em bueiros ou galerias inadequadas. • As erosões, se não controladas a tempo, podem atingir a própria estrada. RODOVIAS – Condicionantes Geológicos Grupo Geotecnia - FURG Escola de Engenharia Universidade Federal do Rio Grande - FURG RODOVIAS – Condicionantes Geológicos Grupo Geotecnia - FURG Escola de Engenharia Universidade Federal do Rio Grande - FURG Erosão É preciso tomar medidas que evitem acúmulo de água e o escoamento pela faixa de rolagem = Projeto de Drenagem. A água deve ser coletada nas laterais e encaminhada, de modo controlado, a escoadouros, sob risco de geração de passivo ambiental relacionado a: • Erosão causada por deságue dos sistemas de drenagem, com consecutivo assoreamento; • Poluição de cursos d'água pela descarga de efluentes; • Instabilidade de taludes de cortes e aterros; • Alagamentos. RODOVIAS – Condicionantes Geológicos Grupo Geotecnia - FURG Escola de Engenharia Universidade Federal do Rio Grande - FURG RODOVIAS – Condicionantes Geológicos – Elementos de Drenagem Grupo Geotecnia - FURG Escola de Engenharia Universidade Federal do Rio Grande - FURG 1. Vegetação lateral Garante proteção quanto à erosão, evitando a necessidade de reposição. 2. Drenagem superficial Sarjetas ao longo da estrada protegem os taludes contra erosão causada pelo acúmulo de água. Nos pontos mais baixos, quando houver risco de a água se acumular, é necessário prever descidas rápidas de água. Com acentuada declividade, devem contar com dissipadores de energia para evitar erosão do terreno natural. Se bem projetada e executada, a drenagem superficial pode ser suficiente, devendo ser complementada por drenagem profunda apenas onde houver influência de águas subterrâneas. 3. Dissipadores e escadas Em concreto armado, devem ser usados ao final de descidas em que o deságue seja feito diretamente em terreno propenso a erosão. 4. Valeta de banqueta São elementos condutores de água de escoamento sobre taludes. Por vezes, acumulam a função de captar a água da drenagem interna dos maciços. RODOVIAS – Condicionantes Geológicos – Elementos de Drenagem Grupo Geotecnia - FURG Escola de Engenharia Universidade Federal do Rio Grande - FURG 5. Dreno profundo longitudinal Valas abertas nos cortes junto à plataforma têm a função de rebaixar o nível do lençol freático. Com revestimento vegetal posterior, se transformam em falsos aterros. O capeamento com material impermeável evita que a água sobrecarregue o dreno e também evita que materiais sólidos em suspensão obstruam o material filtrante. 6. Caixas de retenção Em vias não pavimentadas, retêm o escoamento e promovem a lenta absorção e evaporação da água quando não houver escoadouro mais adequado. O dimensionamento quanto ao tamanho e à quantidade depende do volume de chuvas e do solo. Exigem manutenção frequente para retirada de material de assoreamento e devem ser usadas em conjunto com outros sistemas de preservação do solo da via. 7. Sinalização Além da sinalização de segurança viária, é importante contar com sinalização ambiental. A informaçãode que existe um manancial na região pode acelerar o processo de contenção de problemas decorrentes de eventual acidente com produtos perigosos, por exemplo. RODOVIAS – Condicionantes Geológicos - Planejamento Grupo Geotecnia - FURG Escola de Engenharia Universidade Federal do Rio Grande - FURG 8. Diagnóstico ambiental preliminar Trata-se da identificação das interferências ambientais, como unidades de conservação - parques, áreas de proteção ambiental e preservação permanente, recursos hídricos etc. A supressão tanto de fragmentos florestais quanto de árvores isoladas só é permitida a partir de estudos que identifiquem o tipo e a quantidade de vegetação afetada. 9. Avaliação de impactos Para efeito de mitigação, é essencial prever os impactos ambientais aos quais está sujeita uma obra a partir da identificação da fase em que ocorrem - planejamento, implantação e operação - e do meio que afetam - físico, biótico e socioeconômico. 10. Cursos d'água Para obter autorização de intervir em recursos hídricos junto aos órgãos competentes, é preciso realizar levantamento dos cursos que serão diretamente interceptados pela obra e também daqueles que sofrerão influência indireta - por meio de alteração da qualidade da água decorrente da drenagem da via, por exemplo. RODOVIAS – Estudos Geológicos-Geotécnicos Grupo Geotecnia - FURG Escola de Engenharia Universidade Federal do Rio Grande - FURG MÉTODOS DE SUPERFÍCIE Correspondem aos procedimentos necessários para a realização de um reconhecimento geológico, cujo produto principal é um mapa. Possibilitam preparar um conjunto de informações úteis ao projeto, especialmente o mapa geológico-geotécnico, contendo todos os elementos necessários à otimização racional do traçado. RODOVIAS – Estudos Geológicos-Geotécnicos Grupo Geotecnia - FURG Escola de Engenharia Universidade Federal do Rio Grande - FURG MÉTODOS DE SUBSUPERFÍCIE • Poços de inspeção: permitem a caracterização dos diversos tipos de solo, além de fornecer informações sobre os níveis do lençol freático. É possível medir a atitude de estruturas geológicas (xistosidades, fraturas, falhas etc), além de coletar amostras representativas para ensaios de laboratório. • Sondagens à trado: permitem obter amostras deformadas para realização de ensaios de laboratório, classificação das camadas de solo e a definição do lençol freático. • Sondagens à percussão: permitem a amostragem, a classificação de solos e o fornecimento de índices de resistência à penetração do amostrador padrão e a posição do NA, principalmente nos locais onde há ocorrência de solos de baixa capacidade de suporte. RODOVIAS – Estudos Geológicos-Geotécnicos Grupo Geotecnia - FURG Escola de Engenharia Universidade Federal do Rio Grande - FURG MÉTODOS DE SUBSUPERFÍCIE • Sondagens rotativas: utilizadas quando é necessário definir o topo rochoso ou avaliar as propriedades do maciço rochoso. • Investigação Geofísica: método rápido e com baixo custo de execução. Pode indicar a espessura do capeamento, a profundidade do NA, as condições da rocha em subsuperfície, definindo as categorias para escavação. ENSAIOS • CBR • Ensaio de Abrasão Los Angeles • Ensaio de umidade • Ensaio de compactação • Ensaio de compressão • Ensaio de densidade RODOVIAS – Problemas Geológicos Grupo Geotecnia - FURG Escola de Engenharia Universidade Federal do Rio Grande - FURG RODOVIAS – Problemas Geológicos Grupo Geotecnia - FURG Escola de Engenharia Universidade Federal do Rio Grande - FURG - Falta do conhecimento do meio físico = projetos inadequados e construções deficientes, agravados quando não existe boa conservação das obras. Os mais típicos no Brasil: - Erosão - Movimentos de massa RODOVIAS – Problemas Geológicos Grupo Geotecnia - FURG Escola de Engenharia Universidade Federal do Rio Grande - FURG EROSÃO • DESAGREGAÇÃO SUPERFICIAL EM TALUDES • MOVIMENTO DE MASSA • Escorregamentos devido à inclinação • Escorregamentos por descontinuidades • Escorregamentos por percolação de água • Escorregamentos em aterro • Escorregamentos em massas coluviais • Queda e rolamento de blocos RODOVIAS – Estabilização de Taludes Grupo Geotecnia - FURG Escola de Engenharia Universidade Federal do Rio Grande - FURG MODIFICAÇÃO DA GEOMETRIA Retirada de material, reduzindo a altura e o ângulo de inclinação da encosta ou do talude de corte. Vantagem: seus efeitos são permanentes, pois a melhora na estabilidade é atingida pelas mudanças permanentes no sistema de forças atuantes no maciço. OBRAS DE DRENAGEM Proteção superficial e um sistema de drenagem superficial, que dê escoamento rápido à água da chuva, impedindo sua infiltração e erosão superficial. Vantagem: facilidade e rapidez de execução e, geralmente, resposta rápida. RODOVIAS – Estabilização de Taludes Grupo Geotecnia - FURG Escola de Engenharia Universidade Federal do Rio Grande - FURG OBRAS DE PROTEÇÃO SUPERFICIAL Impedem a erosão superficial e a infiltração de água. Revestimento vegetal É o meio mais simples e eficiente. O crescimento e desenvolvimento das gramas faz com que ela absorva maior parte do impacto das gotas de chuva. Suas raízes fixam o solo superficial, impedindo que ele seja carreado pela água. Deve-se levar em conta o tipo de solo, inclinação do talude e condições climáticas. RODOVIAS – Estabilização de Taludes Grupo Geotecnia - FURG Escola de Engenharia Universidade Federal do Rio Grande - FURG OBRAS DE PROTEÇÃO SUPERFICIAL Imprimação asfáltica Aplicação de asfalto diluído, quente, por aspersão sob pressão sobre a superfície do talude. A solução é temporária e de renovação de médio prazo, exigindo constante manutenção. A concentração de escoamento pode romper este revestimento em alguns pontos. RODOVIAS – Estabilização de Taludes Grupo Geotecnia - FURG Escola de Engenharia Universidade Federal do Rio Grande - FURG OBRAS DE CONTENÇÃO A escolha é fundamentada nas características do meio físico e dos processos de instabilização. • Muros de arrimo ou muros de gravidade; • Chumbadores e tirantes; • Cortina atirantada; • Terra armada; • Estacas-raiz. RODOVIAS – Estabilização de Taludes Grupo Geotecnia - FURG Escola de Engenharia Universidade Federal do Rio Grande - FURG Estaca hélice atirantada Geogrelha + Geotêxtil + Vegetação RODOVIAS – Estabilização de Taludes Grupo Geotecnia - FURG Escola de Engenharia Universidade Federal do Rio Grande - FURG Concreto projetado RODOVIAS – Estabilização de Taludes Grupo Geotecnia - FURG Escola de Engenharia Universidade Federal do Rio Grande - FURG Muro Gabião Solo Grampeado RODOVIAS – Estabilização de Taludes Grupo Geotecnia - FURG Escola de Engenharia Universidade Federal do Rio Grande - FURG Cortina Atirantada Sacaria de Solo-Cimento RODOVIAS – Estabilização de Taludes Grupo Geotecnia - FURG Escola de Engenharia Universidade Federal do Rio Grande - FURG Tirantes Muro de Arrimo
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