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AVALIAÇÃO DA EMERGÊNCIA, CRESCIMENTO INICIAL E TEOR DE CLOROFILA DE MUDAS DE IPÊ AMARELO (Handroanthus chrysotrichus (Mart.ex A.DC.) Mattos) SUBMETIDAS A DIFERENTES SUBSTRATOS.

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NÚCLEO DE PESQUISA, ENSINO E EXTENSÃO EM ESTATÍSTICA E MELHORAMENTO - NPE³M 
AVALIAÇÃO DA EMERGÊNCIA, CRESCIMENTO INICIAL E TEOR DE CLOROFILA DE 
MUDAS DE IPÊ-AMARELO (Handroanthus chrysotrichus (Mart.ex A.DC.) Mattos) 
SUBMETIDAS A DIFERENTES SUBSTRATOS. 
 
Jhenniffer Ramalho de Souza1, Osmar Custódio Da Silva Junior1, Maria Isabel Vieira de Meneses1, 
Octavio Pessoa Aguiar Batista1 
 
1Graduando em Engenharia Florestal – UFPI, Bom Jesus. e-mail: jhenniramalho@hotmail.com 
1Graduando em Engenharia Florestal – UFPI, Bom Jesus. e-mail: o-junior007@hotmail.com 
1Graduando em Engenharia Florestal – UFPI, Bom Jesus. e-mail: misabel15.mi@gmail.com 
1Graduando em Engenharia Florestal – UFPI, Bom Jesus. e-mail: octaviopes@hotmail.com 
 
Resumo: A espécie Handroanthus chrysotrichus vem sendo bastante utilizada em territórios 
brasileiros para arborização. Os substratos utilizados para a produção de mudas podem influenciar 
diretamente a germinação e desenvolvimento. Objetivou-se com esse trabalho analisar a emergência, 
crescimento inicial e teor de clorofila das mudas em relação aos diferentes tipos de substratos. O 
experimento foi executado em um Delineamento Inteiramente Casualizado (DIC), com cinco tratamentos 
e quinze repetições, totalizando 75 mudas. As analises foram realizadas diariamente por 30 dias. Os 
tratamentos foram: 100% areia; 50% terra, 50% de esterco bovino; 50% terra, 50% esterco caprino; 50% 
terra, 50% esterco de coelho; 50% terra, 50% vermiculita. As variáveis analisadas foram: índice de 
velocidade de germinação; porcentagem de germinação; altura das plântulas; número de folhas; clorofila 
A; clorofila B; clorofila total. Os dados demonstram que as misturas mais eficientes são 50% areia + 
50% esterco de bovino e T4 50% areia + 50% vermiculita, onde os mesmos proporcionaram melhores 
resultados em todas as variáveis analisadas. 
 
 
Palavras–chave: espécies nativas, germinação, semeadura 
 
EMERGENCE EVALUATION, INITIAL GROWTH AND LEAF CHLOROPHYLL CONTENT 
OF IPÊ-AMARELO (Handroanthus chrysotrichus (Mart.ex A.DC.) Mattos) SUBMITTED TO 
DIFFERENT SUBSTRATES. 
 
 Abstract: The species Handroanthus chrysotrichus has been used extensively in Brazilian 
territories for urban afforestation. The substrates used for the seedlings can directly influence the 
germination favoring or impairing the germination of the seeds. The present study aims to investigate the 
seed germination, initial growth and leaf chlorophyll content of the seedlings in relation to the different 
types of substrates. The experiment was carried out using a Completely Randomized Design (DIC), 
containing 5 treatments and 15 replications, making a total of 75 seedlings. The analyzes were performed 
daily for 30 days. The treatments were: 100% sand; 50% soil, 50% bovine manure; 50% soil, 50% goat 
manure; 50% soil, 50% rabbit manure; 50% earth, 50% vermiculite. The analyzed variables were: 
germination rate index; percentage of germination; height of seedlings; number of leaves; chlorophyll A; 
chlorophyll B; total chlorophyll. The data show that the most efficient mixtures are 50% sand + 50% 
bovine manure and 50% sand + 50% vermiculite T4, where they provide better results in all analyzed 
variables. 
 
Keywords: forest species, germination, seeding 
 
Introdução 
 Handroanthus chrysotrichus (Mart. ex DC.) Mattos conhecida popularmente como ipê-amarelo, 
ipê-do-cerrado, ipê ovo-de-macuco, ipê-pardo, ipê-tabaco, ipê-uva, paud’arco, pau-d’arco-amarelo, 
piúva-amarela, e tamurá-tuíra. Pertence à família bignoniaceae, e pode atingir de 5 a 25 metros de altura, 
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possui um tronco cilíndrico reto que pode medir de 20 a 90 centímetros de diâmetro e a copa de 3 a 8 
metros de diâmetro (FERREIRA; CHALUB; MUXFELDT, 2004). 
 A produção de mudas florestais, em qualidade e quantidade, é uma das fases mais importantes 
para o estabelecimento de bons povoamentos florestais. Várias pesquisas científicas e avanços técnicos 
têm sido realizados com o objetivo de melhorar a qualidade das mudas, assegurando boa adaptação e 
crescimento após o plantio (GONÇALVES et al., 2005). 
 A utilização de um substrato apropriado é capaz de permitir uma boa fertilização e um manejo 
hídrico propício para o avanço do sistema radicular. O desenvolvimento das sementes é instigado pelo 
substrato, pois fatores como estrutura, sistema radicular, estado nutricional das plantas, grau de 
infestação de patógenos, luminosidade entre outros, podem variar de acordo com o material utilizado, 
beneficiando ou prejudicando a germinação das sementes. Os estercos são utilizados na composição de 
substratos, pois estimula os processos microbianos e tem características favoráveis para a melhoria dos 
atributos físico-químicos (MORAIS et al., 2012). 
 O presente trabalho objetivou avaliar a emergência, crescimento inicial e o teor de clorofila de ipê 
amarelo (Handroanthus chrysotrichus (Mart.ex A.DC.) Mattos) em função de diferentes substratos. 
 
Material e Métodos 
 O experimento foi conduzido no viveiro florestal da Universidade Federal do Piauí - UFPI, 
Campus Professora Cinobelina Elvas – CPCE, na cidade de Bom Jesus, Estado do Piauí. 
As sementes de Ipê-Amarelo (Handroanthus chrysotrichus (Mart. Ex A.DC.) Mattos) foram coletadas de 
uma única arvore matriz, localizada na cidade de Palmeira do Piauí, sendo selecionadas sementes no 
mesmo ponto de maturação. Foi realizado o beneficiamento manual, constituindo-se na eliminação das 
sementes imaturas ou danificadas, sem tratamento para quebra de dormência. 
 Os tratamentos foram constituídos de cinco (5) substratos: T1 – 50% esterco caprino + 50% areia; 
T2 – 50% esterco de coelho + 50% areia; T3 – 50% esterco de bovino + 50% areia; T4 – 50% 
vermiculita + 50% areia e T5 – 100% areia. 
 Os estercos de caprino e bovino depois de curtidos, foram misturados conforme os tratamentos, 
onde foram acondicionados em tubetes de polietileno de formato cilíndrico-cônico e capacidade de 100 
cm3. A semeadura foi realizada no dia 28 de setembro de 2018, a 1 cm de profundidade, utilizando uma 
semente por recipiente. A irrigação foi realizada diariamente durante trinta dias. 
 As avaliações de germinação das sementes foram realizadas diariamente, desde o início do teste 
até o seu encerramento, sendo verificado durante trinta (30) dias. O processo adotado para as análises 
consistiu nas orientações da RAS (Brasil. 2009), onde julga sementes germinadas a partir de que 
originam plântulas normais, apresentando todas as suas estruturas fundamentais. 
 A influência dos substratos sobre o desempenho de plântulas foi avaliada por meio dos testes: 
Porcentagem de Germinação (%G) = calculado de acordo com Labouriau & Valadares (1976): PG = 
(N/A).100. Índice de Velocidade de Germinação (IVG) = calculado de acordo com Maguire (1962): 
IVG= N1/DQ +N2/D2 + .... + Nn/Dn. Altura das plântulas= medida com o auxílio de uma régua 
milimétrica. Número de folhas= avaliado o número de folhas presentes em cada plântula dos tratamentos. 
Teor de Clorofila= realizado com o auxílio do clorofiLOG - CFL1030. 
 O delineamento experimental executado foi o Delineamento Inteiramente Casualizado (DIC), com 
cinco tratamentos e quinze repetições, totalizando setenta e cinco (75) mudas. Os dados foram 
submetidos ao teste F, através de análise de variância (ANOVA), e as médias quando significativas 
submetidas ao teste de Tukey (0.05%) empregando-se o programa estatístico R versão 3.4.1. 
 
Resultados e Discussão 
Os substratos utilizados influenciarama emergência e desenvolvimento das mudas de ipê 
(p≤0,05). O efeito médio dos diferentes estercos sobre as variáveis do IVG, %G, AP, NF, CLA, CLB e 
CLT, podem ser visualizados na Tabela 1. 
 
Tabela 1 – Valores das médias de IVG = Ìndice de Velocidade de Germinação; %G = Porcentagem de 
Germinação; AP= Altura das plântulas; NF= Número de folhas; CLA= Clorifla A; CLB= Clorofila B; 
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CLT= Clorofila Total; em relação ao efeito dos substratos das mudas de Ipê-Amarelo (Handroanthus 
chrysotrichus (Mart. Ex A.DC.) Mattos). 
Substratos IVG %G AP (cm) NF CLA CLB CLT 
T1 0.04 b 80 a 3.07 a 3.47 a 16.20 a 3.04 a 19.24 a 
T2 0 c 0 b 0 b 0 b 0 b 0 b 0 b 
T3 0.08 a 100 a 3.89 a 5.33 a 22.02 a 4.45 a 26.47 a 
T4 0.06 ab 86.67 a 3.98 a 5.27 a 19.84 a 4.11 a 23.95 a 
T5 0.05 b 86.67 a 3.31 a 4.20 a 20.71 a 4.62 a 25.33 a 
Médias seguidas de letras iguais na coluna, não diferem entre si pelo teste de tukey a 5% de 
probabilidade. 
T1=50% esterco caprino + 50% areia; T2= 50% esterco de coelho + 50% areia; T3= 50% esterco de 
bovino + 50% areia; T4= 50% vermiculita + 50% areia e T5= 100% areia. 
 
Verificando a variável IVG, pode-se observar que houve uma diferença significativa entre os 
tratamentos, entretanto T3 E T4 apresentaram os melhores resultados. A menor velocidade de 
germinação foi analisada nos substratos T5, T1e seguido do T2. A menor velocidade de germinação foi 
analisada nos substratos T5, T1e seguido do T2. Segundo Oliveira et al. (2008) quanto maior o índice, 
utilizado por Maguire, maior será a velocidade de germinação das sementes. Com relação aos substratos 
que apresentaram um baixo IVG podem ter se dado em função da temperatura do ambiente, onde os 
aspectos físicos como a porosidade ou a retenção e distribuição da água, relacionada à elevada 
temperatura, pode ter sido inapropriado para a germinação, retardando seu processo e impedindo a 
semente de expressar seu máximo potencial. 
 Os substratos T1, T3, T4 e T5, não diferiram entre si nas seguintes variáveis %G, AP, NF, CLA, 
CLB e CLT, possuindo as melhores médias. 
 O uso de produtos de origem vegetal e animal, como o esterco bovino, promove o abastecimento 
equilibrado dos nutrientes às plantas e reduz de modo considerável as perdas por lixiviação, pois melhora 
as funções química, física e biológica desses solos. O esterco apresenta efeitos benéficos com 
microrganismos do solo, podendo diminuir a sua densidade, melhorar a sua estrutura, proporcionar a 
estabilidade de seus agregados, aumentar a capacidade de infiltração de água, aeração e melhorar a 
penetração radicular (ANDREOLA et al., 2000). Os substratos com qualidade química e física irão 
proporcionar uma boa capacidade de retenção de água e aeração, como também alta quantidade de 
nutrientes disponíveis para a planta. 
 Com um comportamento totalmente oposto aos demais substratos, o T2 apresentou resultados 
inferiores em todas as variáveis analisadas na tabela, não havendo nenhuma germinação no período 
analisado, sendo assim, obteve resultados nulos em todos os quesitos de avaliação. Segundo Júnior et al. 
(2006) o substrato pode induzir ou anular a germinação das sementes, onde atributos como aeração, 
estrutura, capacidade de retenção de água, grau de infestação de patógenos, entre outros, podem 
beneficiar ou prejudicar a germinação das sementes. 
 
Conclusões 
Por meio dos resultados obtidos se torna viável a indicação do substrato T3 (50% esterco de 
bovino + 50% areia) ou T4 (50% vermiculita + 50% areia), onde os mesmos proporcionaram melhores 
resultados em todas as variáveis analisadas. 
 
Agradecimentos 
A orientadora Priscila Alves Barroso, a docente Bruna Anair Souto Dias, a Universidade Federal 
do Piauí (UFPI-CPCE), e a comissão organizadora pela oportunidade ofertada. 
 
Literatura citada 
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ANDREOLA, F.; COSTA, L.M.; OLSZEVSKI, N.;JUCKSCH, I. A cobertura vegetal de inverno 
e aadubação orgânica e, ou, mineral influenciando asucessão feijão/milho. Revista Brasileira de 
Ciênciado Solo, Viçosa, v.24, n.4, p.867-874, 2000. 
FERREIRA, L; CHALUB, D; MUXFELD, R. Informativo Técnico Rede de Sementes da 
Amazônia. Nº 5, 2004. 
GONÇALVES, J. L. M. et al. Produção de mudas de espécies nativas: substrato, nutrição, 
sombreamento e fertilização. IN: GOLÇALVES, J. L. M. e BENEDETTI, V. (org). Nutrição e 
fertilização florestal. Piracicaba: 2005. cap.11, p. 309-350. 
MORAIS, F. A. de et al. Fontes e proporções de esterco na composição de substratos para 
produção de mudas de jaqueira. Rev. Bras. Ciênc. Agrár., Recife, v. 7, p.784-789, jun. 2012. Disponível 
em: <http://www.redalyc.org/html/1190/119025455012/>. Acesso em: 13 nov. 2018. 
OLIVEIRA, A. K. M.; SCHELEDER, E. J. D.; FAVERO, S. Caracterização morfológica, 
viabilidade e vigor de sementes de Tabebuia chrysotricha (Mart. ex. DC.) Standal. Revista Árvore, 
Viçosa, v. 32, n. 6, p. 1011-1018, 2008. 
WAGNER JÚNIOR, A. et al. Influência do substrato na germinação e desenvolvimento inicial de 
plantas de maracujazeiro amarelo (Passiflora edulis Sims f. flavicarpa Deg). Ciênc. Agrotec, Lavras, v. 
20, n. 4, p.643-647, jul/ago 2006. Disponível em: 
<http://www.scielo.br/pdf/cagro/v30n4/v30n4a08.pdf>. Acesso em: 13 nov. 2018.

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