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Trabalho Recuperação Judicial e Falimentar

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RECUPERAÇÃO JUDICIAL
LEI 11.101, DE 9 DE FEVEREIRO DE 2005.
Regula a recuperação judicial, a extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária.
Esta lei é aplicada apenas a quem exerce a empresa, ou seja, empresário individual/sociedade empresária. Nem todas as atividades empresariais foram consideradas, tendo sido excluídas as empresas públicas (strictu sensu/economia mista), as instituições financeiras, públicas e privadas como as cooperativas de crédito, empresas de consórcio, entidades de previdência complementar, sociedades operadoras de planos de assistência à saúde, sociedades seguradoras, sociedades de capitalização, bem como todas equiparadas a estas, ou seja, não incidentes em razão de seu objeto.
Dentro da Lei Falimentar, encontramos referências a inatividade (previsto no art. 96, VIII e §1º), tais como:
Cessação das atividades mais de dois anos antes do pedido de falência, comprovada por documento hábil do Registro Público de Empresas, o qual não prevalecerá contra prova de exercício posterior ao ato registrado;
Sociedade anônima, depois de liquidado e partilhado seu ativo;
Espólio após um ano da morte do devedor.
Os itens “a” e “b”, são hipóteses de não incidência absoluta, pois não permitem sujeição à falência, nem admitem recuperação judicial. Atenta que o devedor, no momento do pedido, exerça regularmente suas atividades há mais de dois anos.
No item “c”, quanto ao espólio, mesmo após um ano da morte do devedor, embora não seja permitido ao credor ingressar com pedido de falência, resta a possibilidade de o cônjuge sobrevivente, o herdeiro ou o inventariante requererem não somente a autofalência como igualmente a recuperação judicial.
Princípio da Unidade do Juízo Falimentar abrange todas as medidas judiciais que visam a recuperação da empresa ou a decretação de sua falência. A distribuição de pedido de falência ou de recuperação judicial previne a jurisdição para qualquer outro pedido dessa natureza, relativo ao mesmo devedor. 
Princípio da Indivisibilidade: por indivisibilidade do juízo falimentar, entende-se o princípio que elege o juízo falimentar como único competente para conhecer todas as ações sobre bens, interesses e negócios do falido. Há, porém, a exclusão de alguns casos como:
Causas trabalhistas que se submetem ao Juízo Especial até o encerramento do processo de conhecimento;
Causas fiscais, por não se submeterem ao concurso de credores ou à habilitação nos processos falimentares;
Causas em que o falido figure como autor ou litisconsorte ativo, que não sejam reguladas pela Lei Falimentar (tais quais: restituição de bens, mercadorias e valores, revocatórias, rescisória de quadro geral de credores);
Causas em processamento que demandarem obrigação ilíquida permanecem no juízo em que foram primitivamente distribuídas e não são atraídas pelo juízo falimentar.
Esta quarta hipótese a Lei de Recuperação e Falência acolheu como fruto de construção jurisprudencial no sistema da lei anterior.
Princípio da Universalidade: diz respeito à imposição de uma só regra para todos os credores, submetendo-os a um mesmo juízo, embora nem todos os credores submetem-se a mesma verificação e habilitação no juízo falimentar, porque são excetuados quanto à regra da indivisibilidade (citada acima).
Entretanto, quanto à classificação e ao pagamento, todos os credores sujeitam-se ao regramento estabelecido na lei falimentar.
Não há excepcionalidade na aplicação da universalidade, os credores por restituição, trabalhistas, fiscais, com privilégios, quirografários ou subquirografários, todos se submetem ao juízo falimentar, ou seja, todos se sujeitam à classificação.
Uma empresa em crise econômico-financeira, somente um juízo é considerado competente é o do local do principal estabelecimento do devedor ou da filial do empresário individual ou sociedade empresária que tenha sede fora do Brasil, ou seja, o ponto central dos negócios, de onde partem todas as ordens, que regularizem o movimento dos estabelecimentos produtores.
A expressão “econômico-financeira” abrange tanto as perdas que impedem o empresário de perseguir o objeto de sua empresa como também a insuficiência de recursos para o pagamento das obrigações assumidas e para o pagamento de credores. Fatores externos à atividade empresarial, podem acarretar a crise econômica na atividade e que, as vezes, deriva de causas internas, resultado da má gestão na administração.
Ao atuar sobre a empresa (aspecto funcional), existem alguns instrumentos legais de recuperação em juízo, tais quais:
- Supremacia da Recuperação da Empresa sobre o interesse do sujeito da atividade (aspecto subjetivo), o que permite o afastamento do empresário e de seus administradores, no caso de sua presença comprometer a eficiência do processo;
- Manutenção da fonte produtora (aspecto objetivo) e do emprego dos trabalhadores (aspecto corporativo), preservação dos elementos corpóreos e não corpóreos com a vedação à venda ou retirada de bens de propriedade de credores titulares da posição de proprietário fiduciário, de arrendador mercantil, proprietário em contato de venda com reserva de domínio, durante o período de suspensão;
- Incentivo à manutenção de meios produtivos à empresa, concedendo privilégio geral de recebimento em caso de falência aos credores em recuperação;
- Manutenção dos interesses dos credores, impedindo a desistência do devedor após o deferimento do processamento do pedido de recuperação, submetendo à assembléia de credores toda deliberação que afete o interesse dos credores.
Existem 4 princípios do Projeto do Código Comercial em tramitação no Congresso Nacional que disciplinam a crise da empresa:
Inerência do risco a qualquer atividade empresarial: pode ocorrer a crise em qualquer atividade econômica, havendo ou não descuido do empresário na sua administração. A crise pode surgir por circunstâncias macroeconômicas adversas mesmo o empresário atuando com zelo no seu negócio;
Impacto social da crise da empresa: a crise atinge a todos, primeiro o empresário partindo aos colaboradores (empregados e associados), fornecedores e outros interesses, como a localidade ou região em que está situado o estabelecimento empresarial, as finanças do Estado, na arrecadação previdenciária, etc.
Transparência nas medidas de prevenção e solução da crise: deve ser apresentada de forma transparente pelo empresário; e
Tratamento paritário dos credores: os credores devem ser tratados de forma paritária, ou seja, os titulares de créditos não podem ser discriminados entre os de igual classe.
O instrumento mais amplo de recuperação de empresa em juízo é o que denominamos “Recuperação Judicial Ordinária”. Existem outras modalidades também, como o plano especial, os pedidos de homologação de recuperação extrajudicial e, ainda, formas de acordo privado entre devedor e seus credores.
Existem requisitos comuns a todas as modalidades de recuperação, contudo, não se aplicam inteiramente à recuperação extrajudicial, bem como no “decurso de prazo” entre um pedido anterior e o atual, há regras especiais para cada modalidade: decurso de pelo menos 5 anos entre a concessão anterior e o novo pedido para a recuperação em juízo e de 2 anos para a recuperação extrajudicial.
São comuns, portanto:
Não ser falido, mas se for, demonstração de extinção de suas obrigações, por sentença transitada em julgado;
Não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio controlador, pessoa condenada por qualquer dos crimes previstos na Lei de Recuperação e Falência.
Os três instrumentos de recuperação de empresa em juízo distinguem-se nos aspectos relacionados a:
Á extensão econômica do exercício empresarial: reservado tão somente aos microempresários e aos empresários de pequeno porte, podendo preferir qualquer outra modalidade das oferecidas pela Lei de Recuperação e Falência;
Ao universo de credores: são distintos os credores sujeitos a cada uma das formas de recuperação em juízo, mas o mais abrangente é o que pertence à recuperação judicial;Ao curso da prescrição e das ações e execuções individuais dos credores: a recuperação ordinária suspende o curso da prescrição e, pelo prazo máximo de 180 dias, o curso de todas as ações e execuções em face do devedor, como também do sócio solidário. Na modalidade extrajudicial, isso ocorre somente em relação aos sujeitos ao pedido de homologação;
Meios de recuperação: no modelo ordinário, o devedor pode valer-se de inúmeros meios de recuperação enquanto o plano especial contempla uma única forma: dilação do prazo para pagamento dos credores, no máximo 36 parcelas mensais, iguais e sucessivas, corrigidas monetariamente e acrescidas de juros à taxa SELIC, podendo, ainda, conter proposta de abatimento do valor das dívidas;
Procedimento: com a apresentação do pedido, o magistrado determina, em todas as modalidade, publicação para conhecimento dos credores e eventuais objeções no prazo de 30 dias;
Restrições à administração da empresa: estas restrições à livre administração da empresa podem ser classificadas como voluntárias (quando de seu pedido em juízo), por imposição assemblear (as deliberadas pela assembléia geral de credores), legal (veda a alienação ou imposição de ônus sobre os bens do ativo permanente) e judicial (é a restrição que o magistrado pode impor, no plano especial, exigindo prévia autorização para que o devedor possa aumentar despesas ou contratar empregado).
Para o processamento de recuperação, o pedido inicial deve trazer as causas concretas da situação patrimonial do devedor e das razões da crise econômico-financeira dele, tais quais: 
documentos contábeis: demonstrações contábeis relacionadas dos três últimos exercícios sociais e as levantadas especialmente para instruir o pedido, compostas obrigatoriamente de (1) balanço patrimonial, (2) demonstração de resultados acumulados, (3) demonstração de resultado desde o último exercício social e (4) relatório gerencial de fluxo de caixa e de sua projeção;
Extratos atualizados das contas bancárias e de suas eventuais aplicações financeiras;
Livros em que foram inscritos os resultados e informações contábeis;
Quatro relações: (1) relação nominal de credores, (2) relação nominal dos empregados, (3) relação subscrita pelo devedor, de todas as ações judiciais em que este figure como parte, bem como as ações trabalhistas, (4) relações dos bens particulares dos sócios controladores e dos administradores do devedor, ações judiciais e certidões de regularidade no Registro Público de Empresas e de protestos.
Nos meios de recuperação é obrigatória a discriminação dos meios de recuperação. A análise da melhor opção deverá considerar a verdadeira causa da situação da empresa, indicando o remédio jurídico adequado. 
O plano de recuperação deverá ser apresentado no prazo improrrogável de 60 dias, contados da data da decisão que deferiu o processamento e deve conter: o detalhamento dos meios de recuperação, a demonstração de sua viabilidade econômica, mediante apresentação de documento técnico por especialista da área, possuidor de registro em órgão profissional de administração de empresas, contabilidade ou economia. Esse parecer técnico deve estar fundamentado em laudo econômico-financeiro e de avaliação dos bens do ativo do devedor que o acompanham.
Qualquer credor sujeito aos efeitos de recuperação pode apresentar objeção ao plano, fazendo-o no prazo de 30 dias.
A assembléia geral somente será convocada se houver objeções ao plano apresentado, na ausência das impugnações, o magistrado decidirá, sem a necessidade de ouvir os credores. 
Essa deliberação pelos credores exige a obediência aos seguintes princípios:
- Universalidade: todas as classes de credores sujeitos ao plano deverão ser ouvidos e aprovar a proposta;
- Voto exclusivamente por cabeça: a proposta deverá ser aprovada por maioria simples dos credores presentes, independentemente do valor de seu crédito;
- Voto por dupla maioria: a proposta deverá ser aprovada por credores que representem mais da metade do valor total dos créditos presentes à assembléia e, cumulativamente pela maioria simples dos credores presentes.
É possível distinguir três formas de aprovação do plano de recuperação:
- aprovação tácita: pelo decurso do prazo de trinta dias da publicação do aviso do art. 53;
- aprovação assemblear: aprovação por todas as classes submetidas ao plano;
- aprovação assemblear-judicial: aprovação de 1 voto favorável de credores que representem mais da metada do valor de todos os créditos presentes à assembléia, independentemente de classes.
Aprovado o plano, o devedor deve apresentar certidões negativas de débitos tributários, seguindo-se a prolação de sentença de concessão.
O devedor permanece em estado de recuperação judicial por 2 anos, contados da data de concessão para cumprir as obrigações previstas no plano aprovado.
Durante este período o descumprimento de qualquer cláusula acarreta a convolação em falência. Ao contrário e se cumpridas as obrigações, o magistrado proferirá sentença, decretando o encerramento da recuperação judicial.
Após decorrido o biênio, se o devedor deixar de cumprir obrigação prevista no plano de recuperação, não cabe providência no âmbito da universalidade (princípio) de credores, mas execução individual, em processo autônomo, ou pedido de falência do devedor.
A lei prevê a conversão de concordata em recuperação judicial, vedando, pedido baseado no plano especial de recuperação, vale dizer que os concordatários somente poderá requerer a recuperação judicial na modalidade mais ampla, a denominada ordinária.
O devedor – de qualquer porte: seja ele microempresário, empresário de pequeno porte ou grande empresário - que cumpre regularmente suas obrigações no âmbito de processo de concordata preventiva pode valer-se de pedido de recuperação judicial, desde que o requeira na modalidade ordinária.
Os requisitos e as regras de processamento são comuns às modalidades de recuperação judicial ordinária e especial, impondo ao devedor que declare sua intenção de valer-se do procedimento especial ao apresentar seu pedido inicial.
As principais distinções entre os planos de recuperação judicial ordinário e especial são:
A legitimidade ativa para o plano especial, destinado aos microempresários e empresários de pequeno porte;
A extensão do universo de credores abrangidos;
A simplificação do procedimento; e
A possibilidade de adoção de um único meio de recuperação – dilatório/remissório: que é a dilação do prazo para pagamento dos credores em até 36 meses e proposta de abatimento do valor das dívidas.
Na Recuperação Extrajudicial a proposta e a negociação de meios que proporcionem ao devedor a recuperação de seu empreendimento são realizadas diretamente com os credores, antes de sua homologação em juízo.
As modalidade de plano de recuperação extrajudicial são duas, que podem ser apresentadas por instrumento público ou particular: individualizado e por classe de credores:
- 1º restringe-se â adesão individual de credores e certos termos e condições.
- 2º é obtido pela assinatura de credores que representem mais de três quintos de todos os créditos constituídos até a data do pedido, obrigando a totalidade dos credores da espécie consignada no documento de adesão.
Homologado por sentença, o plano gera efeitos imediatos, que não se suspendem pela interposição de recursos:
Constitui-se título executivo judicial;
Impede a alienação de bem objeto de garantia real, a supressão da garantia ou sua substituição sem a aprovação expressa do credor titular da respectiva garantia;
Mantém a variação cambial dos créditos em moeda estrangeira, salvo se o credor titular aprovar mudança, inserindo-a no plano de recuperação extrajudicial;
Pactuado, pode alcançar efeitos anteriores à homologação, limitadamente à modificação do valor ou da forma de pagamento dos credores signatários;
Ao estabelecer a alienação judicial de filiais ou unidade produtivas do devedor, a forma de venda obedecerá ao que dispõe o art. 142, que é regra geral para a mesmaocorrência em todas as modalidade de recuperação em juízo e no processo de falência.
Ao pedido, contendo justificativa, devem acompanhar:
Documento que contenha termos e condições do plano, subscrito pelos credores;
Exposição da situação patrimonial do devedor;
Demonstrações contábeis relativas ao último exercício social e as levantadas especialmente para instruir o pedido;
Documentos que comprovem os poderes dos subscritores para inovar ou transigir, relação nominal completa dos credores, com a indicação do endereço de cada um, a natureza, a classificação e o valor atualizado do crédito, discriminando sua origem, o regime dos respectivos vencimentos e a indicação dos registros contábeis de cada transação pendente.
Distribuído o pedido, o magistrado determina a publicação de edital em órgão oficial e, conforme a expressão nacional ou regional da empresa, em jornal de grande circulação nacional, ou das localidades da sede e filiais do devedor, convocando todos os credores a apresentarem eventuais impugnações no prazo de trinta dias.
O devedor terá vistas nos autos de impugnação por cinco dias, voltando os autos conclusos ao magistrado para decidir no qüinqüídio subseqüente, homologando ou indeferindo o pedido, cabendo apelação, sem efeito suspensivo.
Se o pedido for indeferido, devolve-se aos credores o direito de exigir o valor original sem alterações, deduzindo-se eventuais valores pagos aos credores.
São causas que acarretam a decretação da falência do devedor em recuperação judicial:
A não apresentação do plano no prazo improrrogável de 60 dias depois da publicação da decisão que deferir o processamento;
Apresentação do plano e sua rejeição pela assembléia geral; 
Deliberação da assembléia geral: que se distingue da anterior, no tocante ao momento e ao quorum. Neste caso a decretação de falência é aprovada pelos votos favoráveis de credores que representem mais da metade do valor total dos créditos presente à assembléia geral, em oportunidade diversa daquela que deliberou acerca do plano de recuperação judicial. Não se trata de deliberar sobre o plano, mas sim de assembléia convocada especialmente para o fim de discutir e aprovar a resolução do regime e sua convolação em falência;
Descumprimento das obrigações no biênio após a concessão.
Verificação de Créditos aplica-se à falência e aos procedimentos de Recuperação judicial. que possui três fases:
Fase inicial: chamamento de credores; inicia-se na recuperação judicial com a publicação do edital contendo a decisão que defere o pedido (conta-se o prazo de 15 dias para as habilitações tempestivas dos credores. No dia seguinte ao encerramento, inicia-se novo prazo, agora de 45 dias para que o administrador judicial publique edital contendo a relação de todos os credores habilitantes. Da publicação desse edital seguem-se mais 10 dias para que os credores, tais quais, comitê, devedor ou seus sócios e o Ministério Público apresentem suas impugnações), e, na falência, do edital que a decreta.
Segunda fase: mesmo que tríplice encaminhamento. Decorrido o prazo para a apresentação dos pedidos de impugnação à relação dos créditos que foram habilitados, abrem-se três caminhos: a) ausência de impugnações – o juiz homologa a relação; b) impugnação de alguns créditos – o juiz manda dar vista aos credores impugnados com o prazo de 5 dias, seguindo-se vista ao devedor, comitê de credores também com prazo de 5 dias, e parecer do administrador judicial, igual prazo. Embora a lei não mencione o Ministério Público (pois possui função fiscalizatória nos autos), ser ouvido após o Administrador; c) em relação aos créditos não impugnados, os autos são remetidos para decisão judicial.
Terceira fase: é a decisão judicial: créditos não impugnados serão incluídos. Em relação aos créditos impugnados, o juiz deve fixar os aspectos controvertidos, decidindo eventuais decisões processuais pendentes, e, se necessário, determinar provas a serem produzidas.
Apesar de estarmos vivendo em uma sociedade individualista e capitalista onde cada um está preocupado com seus próprios interesses, verifica - se uma crescente preocupação com o sentimento de justiça, com o objetivo de fazer prevalecer os princípios elencados na Constituição Federal.
Partindo-se dessa preocupação é que nos questionamos até que ponto a nova lei de falências e recuperação judicial da à assembléia geral de credores como órgão democrático na recuperação judicial não está vinculado a essa sociedade individualista e capitalista, não deixando assim permear a função social que as empresas em crise econômico-financeira têm em relação a mesma sociedade.

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