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RECUPERAÇÃO JUDICIAL E FALÊNCIAS - Direito Empresarial

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da recuperação judicial, 
extrajudicial e falência 
• Mecanismos que o ordenamento jurídico traz para lidar com a crise na atividade 
empresarial. 
o Crise superável → recuperação judicial/extrajudicial 
o Crise insuperável → falência 
• Lei 11.101/2005 
o Âmbito de incidência → limitada aos empresários (pessoas físicas ou jurídicas 
que preenchem os requisitos do art. 966, CC) 
Obs: quando se trata de pessoa que desenvolve atividade civil, não se aplica essa 
lei, pois o regime legal aplicável é o civil, não o empresarial. 
o Excluídos da incidência da lei: 
1) Empresas públicas e sociedades de economia mista; 
2) Instituições financeiras, sociedades de capitalização, entidades de 
previdência complementar, entidades operadoras de plano de saúde e as 
concessionárias de energia elétrica 
A estes se aplica um regime específico de liquidação 
o Juízo competente → onde se encontra o principal estabelecimento do devedor 
 
FALÊNCIA 
• Processo de execução coletiva contra um devedor empresário insolvente. 
Obs: quando o sujeito desenvolve atividade civil e está insolvente, ele sofre o 
procedimento de execução coletiva próprio do processo civil. 
• Liquidação patrimonial forçada para satisfazer o máximo possível os seus credores → 
resposta à crise insuperável. 
• Objetivo da falência é, portanto, a maximização dos ativos (patrimônio arrecadado pelo 
devedor) para que haja o pagamento de seus credores de acordo com a ordem legal de 
preferência. 
• Princípios: 
o Princípio da celeridade → quando um devedor empresário está insolvente, é do 
interesse geral que esse processo de falência corra o mais rápido possível para 
que não haja o agravamento da situação de crise e meios de esvaziamento 
patrimonial. Para isso, a lei concede ao processo falimentar prioridade de 
tramitação. 
o Princípio da economia processual → economizar tempo e dinheiro evitando a 
prática de atos processuais desnecessários 
o Princípio do tratamento paritário dos credores → não se trata de tratamento 
igualitário, credores em situações iguais devem ser tratados igualmente e em 
situações desiguais, desigualmente. 
• Fases 
o Fase pré-falimentar → análise por parte do juiz do preenchimento dos 
requisitos que a lei impõe para o devedor para a decretação da falência. Se esses 
pressupostos estiverem devidamente cumpridos, o juiz decretará a falência, 
iniciando a fase falimentar; 
o Fase falimentar → prática dos atos necessários e imprescindíveis para a 
satisfação dos credores do falido; 
o Fase pós-falimentar → momento em que, apesar de já decretada a falência, 
continuam sendo produzidos alguns efeitos relacionados às obrigações do 
falido. 
• Fase pré-falimentar: 
o Pressupostos: 
▪ Legitimação passiva específica do devedor 
• Devedor deve ser empresário; 
• Empresário irregular pode falir? Ou só o empresário regular? Sim, o 
empresário irregular pode falir. Essa irregularidade que deriva da 
ausência de registro na junta comercial não pode ser usada para 
beneficiar quem está irregular. 
 
 
 
• Empresário indireto → sujeito que para não sofrer os riscos da 
atividade empresarial, desenvolve essa atividade se utilizando de 
um “laranja”. Ou seja, desempenha a atividade empresarial 
utilizando o nome de outro. 
Se no curso dessa atividade houver uma crise insuperável que 
enseje a decretação de falência, os credores vão requerer a 
decretação da falência somente do sujeito que tem seu nome 
utilizado para o desempenho da atividade empresarial ou 
também do empresário indireto (quem efetivamente 
desenvolve a atividade em nome de outrem)? Tema polêmico 
na doutrina, mas de maneira geral se vem aceitando que esse 
empresário indireto também possa ser atingido pelos efeitos da 
falência. 
• Empresário morto → o sujeito era empresário individual, morreu e 
se verificou que ele era insolvente. É possível que haja a decretação 
de falência de um sujeito que já morreu? Sim, mas isso tem que 
atender a um prazo de 1 ano da morte para que seja decretada a 
falência de um empresário que já morreu (para evitar confusão no 
inventário e etc). 
• Empresário que já encerrou suas atividades → é possível decretar a 
falência de um empresário que já encerrou suas atividades? Duas 
situações: 
1) Pelas obrigações que ele contrair após o encerramento de 
suas atividades empresariais, não é possível pedir sua 
Empresário irregular pode ser réu em um pedido de 
falência. A irregularidade é violação à lei. Se ele não 
pudesse ser declarado falido ele estaria sendo beneficiado 
por uma violação à lei. 
falência, porque no momento em que essas obrigações 
foram contraídas ele já não era empresário (lembre-se que 
a lei de falências só se aplica a devedores empresários). 
2) Pelas obrigações que já existiam no momento em que as 
atividades empresariais já foram encerradas, pode ser 
decretada a falência. A lei impõe um prazo de dois anos 
para que os credores exerçam esse direito de pedir a 
falência em face de um empresário que já encerrou suas 
atividades empresariais. 
Obs: Especificamente com relação às sociedades anônimas, a 
lei determina que uma vez encerrada suas atividades e dado 
baixa no registro, não é mais possível pleitear a falência. 
▪ Insolvência do devedor empresário → verificação se a situação 
econômica do empresário justifica a medida grave que é a falência. 
Deve-se observar: 
1) Se o devedor se encontra insolvente 
2) Se não há a possibilidade de recuperação judicial 
O direito brasileiro adotou alguns atos do empresário que fazem prova 
da sua insolvência, ou seja, algumas atitudes do empresário fazem o juiz 
entender que ele se encontra insolvente, passa por uma crise 
insuperável e que, portanto, deve haver a liquidação patrimonial 
forçada contra ele: 
1) Confissão de insolvência → o próprio empresário comparece em 
juízo confessando que passa por uma crise insuperável e que, 
portanto, seu patrimônio deve ser liquidado → processo de 
autofalência. 
2) Impontualidade injustificada → quando o empresário deixa, sem 
relevante razão de direito, de pagar dívida constante de título 
executivo líquido e certo com valor superior a 40SM. Título deve 
estar devidamente protestado para fins falimentares. 
Súmula 361, STJ: No caso de protesto para fins falimentares, deve 
haver a indicação no protesto de quem o recebeu, para sua devida 
regularidade. Se não houver a indicação, há um vício no protesto 
que impossibilita seu uso para justificar a impontualidade 
injustificada. 
Sem relevante razão de direito → se o pedido for fundamentado 
nesse inadimplemento, o réu pode argumentar em sua defesa, por 
exemplo, vício no título ou que o inadimplemento se deu por 
motivos relevantes. 
3) Prática de atos de falência → atos praticados pelo devedor 
empresário que contrariam a ideia de que a atividade econômica 
deve ser exercida de forma séria, regular. São atos que demonstram 
que aquele empresário desenvolve suas atividades de forma 
irresponsável, sem se preocupar com interesse das pessoas com 
quem ele negocia ou que ele está esvaziando seu patrimônio para 
prejudicar os seus credores. Exemplo: alienação do 
estabelecimento empresarial (trespasse) sem o consentimento dos 
credores; utilização de meios fraudulentos para realizar 
pagamentos; abandono injustificado do estabelecimento. 
4) Execução frustrada → o devedor foi objeto de uma execução 
frustrada, onde não foram encontrados bens suficientes para 
satisfazer os interesses do exequente. Aqui a lei não coloca um valor 
mínimo cobrado na execução e também não se exige o protesto, 
como na impontualidade injustificada. No máximo o que se exige é 
uma certidão do juízo que promoveu a execução atestando que ela 
foi frustrada. Se não for possível a juntada da certidão, o STJ vem 
aceitando que sejam juntadas cópias autenticadas da execução. 
Verificadas essas condutas do devedor empresário que demonstrem a 
sua insolvência, o juiz,se preenchidos os requisitos, fará a decretação 
judicial da falência. 
▪ Sentença que a decreta (alguns autores criticam dizendo que a sentença 
não é um pressuposto da própria decretação judicial de falência) 
• Sentença é proferida pelo juiz no âmbito de três processos distintos: 
1) No processo de recuperação judicial → convolação da 
recuperação judicial em falência → quando está em curso 
a recuperação judicial mas acontecem quatro situações: 
a. A Assembleia Geral de Credores deliberou pela 
decretação da falência do devedor 
b. Se, passado o prazo para a apresentação do Plano de 
Recuperação Judicial, o devedor não apresenta 
c. Houve a rejeição do Plano de Recuperação Judicial 
d. Descumprimento de obrigação prevista no plano 
dentro do prazo de 2 anos da concessão da 
recuperação judicial. 
 
2) No pedido de autofalência → próprio devedor confessa seu 
estado de crise e pede a falência 
- O empresário irregular pode ter sua falência decretada, 
mas por estar irregular pede a legitimidade ativa para 
pleitear (pedir) a falência de terceiro. Mas no caso de 
autofalência, o empresário irregular pode ser autor de um 
pedido de autofalência (não pode pedir a falência de 
terceiro mas pode pedir a falência dele mesmo). 
- Em regra não há citação, mas há exceções em que é 
necessária a citação: a. sociedades empresárias; b. 
consórcio de responsabilidade ilimitada e algum sócio de 
responsabilidade ilimitada tenha se oposto ao pedido de 
auto falência → o sócio de responsabilidade ilimitada da 
sociedade falida vê produzidos contra si os efeitos da 
falência, pois para todos os efeitos ele também é 
considerado falido. Se uma sociedade vai fazer um pedido 
de autofalência, esse pedido tem que ter sido objeto de 
deliberação social, pois foge completamente aos atos 
ordinários de gestão e administração os quais os 
administradores podem fazer sem deliberação social (pedir 
a própria falência é um ato extraordinário). Em sociedades 
com sócios de responsabilidade ilimitada e que, portanto, 
serão considerados também falidos com o pedido de 
autofalência e este tiver se oposto ao pedido de 
autofalência da sociedade, esse sócio tem o direito de ser 
citado no pedido para impugná-lo e evitar que sejam 
produzidos contra ele os efeitos da autofalência à qual, no 
momento da deliberação social, ele se opôs. 
- Não é o simples fato do sujeito confessar a insolvência e 
pleitear a autofalência que faz com que a sentença seja 
automática. Esse pedido não vincula o juiz, que vai analisar 
os requisitos para a formulação do pedido e analisar o 
mérito da questão. 
3) Em pedido de falência promovido por terceiros → exige 
que o terceiro demostre na fase pré-falimentar que estão 
preenchidos os requisitos autorizadores da decretação da 
falência. 
a. Protocolo da petição inicial 
b. Citação do réu (já que o pedido é formulado por 
terceiro 
c. Réu pode adotar algumas posturas: 
i. Inércia → revelia (confissão ficta da 
matéria fática) 
ii. Apresentar impugnação à matéria fática 
alegada na petição inicial → contestação 
iii. Realizar, dentro do prazo de contestação, o 
depósito elisivo → impede a decretação da 
falência ao depositar o valor que está 
sendo cobrado, afastando a ideia de que o 
réu está insolvente. O depósito pode ser 
realizado junto da contestação (discussão a 
respeito do valor) ou sem a contestação 
(confessa a dívida, valor é levantado pelo 
autor). Com a contestação o juiz pode 
entender que o valor era devido (autor 
levanta os valores) ou que o valor não era 
devido (próprio réu levanta o valor 
depositado). Se não houve o depósito 
elisivo e o juiz entendeu que o valor era 
devido, será decretada a falência. O 
depósito impede a decretação da falência, 
independente de depois ser provado que o 
valor era efetivamente devido ou não. 
iv. Confessar a falência → juiz então analisa o 
mérito e os pressupostos para declarar ou 
não a falência. 
d. Juiz dá a sentença, que pode ser: 
i. Denegatória da falência (improcedente o 
pedido inicial de decretação da falência) → 
não estão preenchidos os pressupostos 
para a decretação da falência ou há algum 
vício que impede a decretação da falência 
ou houve depósito elisivo. 
 
- Se o juiz verificar que houve um dolo por parte do 
autor do pedido de falência de modo a prejudicar o réu, 
se há elementos claros que demonstram que houve 
uma malícia da parte do autor buscando prejudicar a 
imagem do réu e sua atividade no mercado ao pedir o 
pedido de falência, o juiz pode, na decisão denegatória 
de falência condenar o autor a indenizar o réu. O pedido 
de falência, por si só, já dificulta o exercício da atividade 
empresarial, podendo gerar danos de ordem material e 
moral. Assim, se houve um pedido doloso por parte do 
autor, o juiz pode condená-lo a indenizar o réu e o réu 
também pode mover ação própria indenizatória. 
 
ii. Decretação da falência → preenchidos 
todos os requisitos necessários. 
Pressupostos para a sentença (art. 99, 
11.101/2005): 
- Nomeia o administrador judicial → conduz a fase 
falimentar propriamente dita 
- Estabelece o termo legal (período suspeito) → período 
anterior à falência em que é analisado com mais cautela 
os atos praticados pelo devedor para evitar 
esvaziamento patrimonial → se necessário, decreta-se 
a ineficácia de atos que sejam praticados em prejuízo 
dos credores. A lei só estabelece prazo máximo para 
esse período, que de modo geral é de 90 dias. Contados 
de onde? Depende do fundamento da falência. Se for o 
caso de impontualidade injustificada, é considerado 
período suspeito o prazo de até noventa dias antes do 
primeiro protesto. Se for o caso de convolação de 
recuperação judicial em falência, é período suspeito é 
90 dias antes da distribuição do pedido de recuperação 
judicial. Se for o caso de autofalência ou de execução 
frustrada, é suspeito o período de 90 dias antes da 
distribuição do pedido de falência. 
- Fixa o prazo para que os credores do falido habilitem o 
seu crédito 
- Decreta medidas necessárias ao prosseguimento do 
processo falimentar (ex. medidas cautelares, suspensão 
da execução individual de algum credor, etc). 
- Sentença que decreta a falência deve ser publicada 
para que todos saibam do estado de falência do 
devedor, além de ser comunicada ao MP e à Fazenda 
Pública, além de ser arquivada no registro do 
empresário na junta comercial, para que todos que 
venham a tratar/negociar com esse empresário saibam 
do seu estado falimentar 
- Uma vez decretada a falência, o réu passa a ser 
chamado de falido. 
- Caso se trate de uma sociedade empresária falida, 
também serão considerados falidos todos os seus sócios 
de responsabilidade ilimitada. Os sócios de 
responsabilidade limitada, via de regra, não são 
considerados falidos com a falência da sociedade, mas 
poderão ser se eles forem alcançados pela 
desconsideração da personalidade jurídica da 
sociedade. 
- Os administradores da empresa falida têm alguns 
deveres que são comuns ao falido, como prestar 
informações, colaborar para o andamento do processo 
falimentar, etc, só que em regra eles não são 
considerados falidos, a não ser que sejam alcançados 
pela desconsideração da personalidade jurídica ou 
também sejam sócios de responsabilidade ilimitada. 
▪ Efeitos da decretação da falência 
• Efeitos pessoais 
- Falido é inabilitado para ao exercício de atividade empresarial 
(se exercer, pode incorrer em crime falimentar e exercício 
irregular da atividade) → enquanto empresário individual é 
proibido, mas nada impede que ele seja sócio de sociedade 
empresária (doutrina diz que isso é uma falha na lei) 
- Falido não pode ser corretor de seguros, corretor de navios, 
administrador de sociedades anônimas e se for condenado por 
crime falimentar também não pode participar da administração 
ou do conselho de direção ou da diretoria de sociedades 
empresárias- Falido não pode exercer tutela ou curatela 
- Capacidade processual → nos processos em que o falido é 
parte, ele vai ser substituído pela massa falida, mas permanece 
tendo o direito de intervir nesses processos 
- Falido perde seu sigilo de correspondência → a partir da 
decretação da falência, quem passa a ter o direito e o dever de 
abrir a correspondência do falido é o administrador judicial, 
nomeado pelo juiz. 
- Gera o dever geral de colaborar para o bom andamento do 
processo → dever de fornecer a lista de credores; fornecer 
todas as informações necessárias para o andamento do 
processo; fornecer informações sobre bens, livros, documentos 
que permita que ao administrador judicial identifique qual o 
ativo e qual o passivo do falido; dever de comparecer a todos 
os atos da falência, etc 
- Também há o dever do falido de comunicar (não é pedir 
autorização) ao juízo falimentar que vai se ausentar da sede do 
juízo. Obs: STJ tem jurisprudência no sentido de que o juiz pode 
negar essa ausência. 
- Direitos do falido: intervir nos processos em que a massa falida 
é parte; fiscalizar a atuação judicial; se manifestar sobre as 
habilitações de crédito e as contas do administrador judicial; 
providenciar todas as medidas necessárias para a conservação 
dos seus bens e dos seus direitos, etc. 
 
• Efeitos obrigacionais 
- Formação da massa de credores (massa falida subjetiva) → 
agrupamento dos credores 
Obs: nem todos os credores do falido são chamados para 
integrar a massa de credores porque não participam da falência 
as obrigações a título gratuito (falido deve mas não recebeu 
contraprestação em troca) nem os créditos que os credores 
tiveram para participar da falência (despesas para participar do 
processo falimentar) 
- Formação do juízo falimentar → uno e indivisível → produz a 
vis atrativa sobre os processos do falido. Ou seja, as ações em 
que a massa falida é parte serão processadas e julgadas no juízo 
falimentar (onde é processado o processo falimentar. Juízo 
falimentar atrai para si essas ações, sendo competente para 
julgar todas as ações nas quais a massa falida é parte. 
Isso fere o direito constitucional de sigilo de correspondência? 
Uma parte da doutrina diz que sim, mas de modo geral se 
entende que não, porque se pressupõe que se a correspondência 
é enviada para o estabelecimento comercial, ela não tem 
natureza pessoal, íntima, ela tem natureza comercial e portanto 
diz respeito ao processo falimentar. Entretanto, se o falido 
receber correspondência pessoal que for aberta pelo 
administrador judicial, por óbvio o administrador vai remeter a 
correspondência pessoal para a pessoa do falido. 
Exceções à força atrativa: ações que já estão em curso, sendo 
processadas em outro juízo (princípio da perpetuação da 
competência); causas fiscais; causas trabalhistas e causas sem 
conteúdo econômico → estas não são atraídas pelo juízo 
falimentar. 
- Vencimento antecipado das obrigações do falido → faz com 
que todas as obrigações em que o falido é devedor vençam 
antecipadamente. Mesmo que tenha sido previsto vencimento 
futuro, este é antecipado com a decretação da falência com o 
objetivo de permitir que seja feito o pagamento aos credores 
de forma isonômica, sem levar em consideração o critério 
temporal. 
Obs: Essa antecipação do vencimento não se aplica às 
obrigações em que o falido é credor, só às que ele é devedor. 
Essa antecipação do vencimento das obrigações em que o falido 
é devedor não pode prejudicar ou agravar a situação do falido. 
a. Não acontece a antecipação do vencimento das obrigações 
condicionais → obrigações subordinadas à condição 
(evento futuro e incerto) 
b. Antecipação do vencimento virá com um abatimento 
proporcional dos juros que acompanhavam a obrigação 
c. Antecipação do vencimento não atinge os co-devedores, 
que continuam com o vencimento originário. Exceção: 
títulos de créditos com co-devedores em que vai a falência 
o devedor principal → a falência do devedor principal do 
título provoca o vencimento antecipado em relação a todos 
os co-devedores. 
- Suspensão condicional dos juros → somente são contados os 
juros até o momento da decretação da falência. Esses juros que 
eventualmente seriam devidos somente serão pagos se não 
houver nenhum outro crédito a ser pago ao final da falência. 
- Suspensão do direito de retirada → suspende o direito que o 
sócio da sociedade falida tem de se retirar da sociedade. 
- Suspensão do direito de retenção → suspensão do direito de 
alguns credores de ficar com alguma coisa do devedor para 
força-lo a pagar → Para impedir que haja burla à ordem de 
pagamento e porque aquele bem que está sendo retido é de 
interesse da massa de credores como um todo. 
- Suspensão das ações e execuções movidas contra o falido → 
para evitar que haja violação à ordem de pagamento dos 
credores. Entretanto, não há suspensão de ações que versam 
sobre conteúdo não econômico ou quantias ilíquidas e ações 
cuja praça pública já está marcada (produto da alienação é 
direcionado à massa falida). 
• Efeitos patrimoniais 
- Falido perde a administração dos seus bens, que serão 
administrados pelo administrador judicial 
- Procedimento de arrecadação dos bens → patrimônio do 
falido é arrecadado para que possa ser direcionado à satisfação 
do interesse dos credores. 
Obs: enquanto não houver a alienação dos bens, o falido ainda 
é proprietário deles, mesmo que não os administre. 
 
 
• Efeitos processuais 
- Sentença que decreta a falência suspende o curso dos prazos 
prescricionais que estavam correndo em favor do falido. Os 
credores do falido terão mais tempo para perseguir contra ele 
a satisfação dos seus créditos. 
Obs: Essa suspensão da prescrição não atinge os créditos 
tributários, nem os créditos que o falido deve (ou seja, 
suspensão não se opera para suspender os créditos em que 
credor é o falido). 
Obs²: A suspensão é dos prazos prescricionais. Os prazos 
decadenciais não são suspensos. 
• Fase falimentar (strictu sensu) → medidas que são tomadas após a decretação da 
falência para atingir o objetivo dessa execução coletiva. 
o Apuração do passivo → verificado os credores, a extensão e a natureza de cada 
crédito 
▪ Verificação de crédito, que se desenvolve de forma administrativa e 
judicial. A fase administrativa é conduzida pelo administrador judicial e 
a fase judicial é decidida pelo juiz. 
1) Publicada a lista dos credores, que é fornecida pelo próprio falido 
→ falido tem o dever de apresentar em juízo a lista dos credores. 
Essa lista será publicada e dessa publicação é aberto o prazo de 15 
dias direcionado ao administrador judicial para que haja a 
habilitação de quem não foi incluído na lista e impugnações em 
relação aos créditos incluídos. 
2) Depois disso, o administrador analisa e publica uma nova lista. A 
partir dessa segunda lista, é aberto um prazo de 10 dias para as 
habilitações retardatárias e novas impugnações. Entretanto, tanto 
essas novas habilitações quanto as novas impugnações não são 
direcionadas ao administrador judicial, mas sim ao juiz. Dessa vez, 
• Juiz pode denegar ou decretar a falência com base na existência ou não dos pressupostos 
necessários. Entretanto, é possível que no curso do processo falimentar seja feito um pedido 
de recuperação judicial. 
• A sentença que denega a falência é recorrível por apelação, mas a que decreta a falência é 
recorrível via agravo de instrumento. 
• Bens afastados da arrecadação → bens impenhoráveis e alguns patrimônios de afetação. 
é o juiz que decide acerca das habilitações e impugnações 
retardatárias com relação à segunda lista publicada pelo 
administrador judicial. 
3) Com base na decisão judicial acerca das habilitações e impugnações 
retardatárias, será elaborado e publicado um novo quadro de 
credores chamado de “quadro consolidado de credores” que tem 
pretensão de ser definitivo.Entretanto, não impede que haja novas 
habilitações e impugnações, mas para isso é necessário 
ajuizamento de ação autônoma para esse fim (retificação do quadro 
de credores). 
o Apuração do ativo → verificados e arrecadados os bens necessários e 
suficientes para pagar os credores 
▪ A lei autoriza que o administrador judicial promova a arrecadação dos 
bens do falido (com exceção dos bens impenhoráveis) para que eles 
sejam direcionados à massa dos credores. 
▪ Se for necessário, o administrador judicial pode requisitar o auxílio da 
força policial, do oficial de justiça, etc. 
▪ Apesar da lei conferir esses poderes ao administrador judicial, também 
assegura ao falido o direito de comparecer e fiscalizar a arrecadação. 
▪ Todos os bens que estão na posse do falido serão arrecadados, pois 
presume-se que são dele. Só que se os bens forem de terceiros, é 
necessário a realização de ajustes na apuração do passivo, que se fazem 
com os pedidos de restituição e com os embargos de terceiro. 
▪ Se houver bens do falido que estão em posse de terceiros, é dever do 
falido que ele os informe ao administrador judicial. Entretanto, o 
administrador judicial não tem o poder de, por si só, desapossar 
terceiros desses bens do falido, necessitando que ele realize pedido ao 
juízo falimentar para a adoção das medidas necessárias à arrecadação 
desses bens. 
▪ Quando a arrecadação dos bens for realizada, será necessário realizar 
um inventário (lista) dos bens arrecadados e que haja a avaliação desses 
bens. 
▪ Administrador judicial pode fazer essa avaliação ou pode contratar 
peritos para que os bens sejam devidamente avaliados. 
▪ É possível que o estabelecimento empresarial seja lacrado para impedir, 
por exemplo, que o falido esvazie o patrimônio ou desvie bens para 
frustrar a arrecadação. Por outro lado, é possível que a atividade 
empresarial continue (pelo princípio da preservação da empresa), 
sendo possível que seja mais lucrativo, mais interessante para os 
credores do falido que o estabelecimento empresarial seja alienado 
funcionando, em atividade, de forma a arrecadar mais recursos. 
▪ A administração e a responsabilidade pela guarda e conservação dos 
bens arrecadados é do administrador judicial. 
▪ Sendo apurado o ativo, é possível que alguns bens exijam venda 
imediata → bens perecíveis, deterioráveis, sujeitos a desvalorização, 
com conservação arriscada, com conservação muito custosa, etc. Para 
que a venda imediata seja possível, a lei a condiciona à oitiva do comitê 
de credores e do falido no prazo de 48h. 
▪ Existem outras medidas além da arrecadação que permitem a juntada 
de mais dinheiro (aumento do passivo): 
• Ação de responsabilidade contra controladores, sócios de 
responsabilidade limitada ou contra administradores da sociedade 
falida. Se busca com essa ação de responsabilidade condenar 
sujeitos que tenham praticado atos danosos contra a sociedade e 
que portanto tem que responder não aos credores, mas à sociedade 
(aqui não está se falando de desconsideração da personalidade 
jurídica nem da extensão dos efeitos da falência a outras pessoas). 
Quem pode mover essa ação → a própria massa falida, 
representada pelo administrador judicial ou qualquer interessado 
(credores, MP, etc.) 
• Ineficácia de certos atos praticados pelo falido → a lei entende que 
é possível que esses atos tenham sido praticados de forma a 
prejudicar os credores. Essa decretação de ineficácia pode ser 
objetiva (não depende de prova de fraude pois esta é presumida) 
ou subjetiva (depende de prova da fraude) 
o Ineficácia objetiva → decretada nos próprios autos, não é 
necessária ação própria. Qualquer interessado pode pedir 
ou o juiz pode decretar de ofício. → atos praticados durante 
o termo legal (atos que configurem pagamento antecipado, 
pagamento dissimulado ou instituição ou reforço de 
garantia real) ou atos praticados até dois anos antes (atos a 
título gratuito, renúncia a herança ou legado, alienação do 
estabelecimento empresarial sem o pagamento ou 
consentimento dos credores, transferência de propriedade 
de imóveis ou reembolso de ações) 
o Ineficácia subjetiva → não se encaixam nas hipóteses de 
ineficácia objetiva. Juiz não pode decretar de ofício e a 
prova da fraude deve ser feita em ação própria (ação 
revocatória). 
• Ajustes na apuração → quando na apuração são arrecadados bens 
de terceiros que estão em posse do falido. 
o Embargos de terceiro → terceiro quer evitar que seus bens 
em posse do falido sejam arrecadados. 
o Pedidos de restituição → bens de terceiros em posse do 
falido já foram arrecadados e o terceiro quer que eles sejam 
restituídos. 
o Realização do ativo → alienação dos bens, conversão em dinheiro 
▪ Lei estabelece formas e modalidades de alienação. 
▪ Formas de alienação → ordem preferencial entre as formas em que os 
bens serão alienados 
1) Alienação da empresa, com a venda de seus estabelecimentos em 
bloco → venda de toda a massa falida em um bloco só, todos os 
bens reunidos. Vai ser alienado o estabelecimento empresarial 
como um todo. A ideia do legislador é tentar ao máximo manter a 
atividade empresarial funcionando, em observância ao princípio da 
preservação da empresa. 
2) Alienação da empresa, com a venda de suas filiais ou unidades 
produtivas isoladamente → conjuntos de bens aptos a assegurar o 
exercício da atividade econômica de forma parcial. Não é possível a 
venda integral, mas a alienação permite que a atividade 
empresarial continue a ser exercida em cada uma das filiais ou 
unidades produtivas. 
3) Alienação em bloco dos bens que integram cada um dos 
estabelecimentos do devedor → a atividade empresarial não 
continua. Reúnem-se os bens em grupos para que eles, agrupados, 
tenham um valor maior, mas a atividade não continua. 
4) Alienação individual → bens vendidos isolados. A atividade 
empresarial não continua. 
▪ Modalidades de alienação → aqui não há ordem de preferência. Quem 
escolhe é o juiz, depois de ouvir o Comitê de Credores. 
• Leilão 
• Propostas 
• Pregão 
• Modalidades alternativas → se forem adotadas modalidades 
alternativas, os credores serão ouvidos e terão que decidir → 2/3 
dos credores presentes tem que aprovar o uso dessa modalidade 
alternativa de alienação do ativo e ainda deve ser homologada pelo 
juiz. 
▪ Adotada qualquer modalidade de alienação do ativo, quem será o 
adquirente é o que apresentar a melhor proposta (lance mais alto). Essa 
proposta do adquirente não precisa ser superior ao preço da avaliação. 
O que é impedido é a alienação por preço vil → valor menor que o preço 
mínimo determinado pelo juiz. Se o juiz não determinar o preço mínimo, 
preço vil é o preço menor que 50% do valor da avaliação. 
▪ Em qualquer hipótese, o adquirente dos bens do falido não possui 
qualquer responsabilidade pelas obrigações do falido (STF, ADI 3934 → 
essa exclusão de responsabilidade é constitucional). Para evitar fraude, 
essa exclusão de responsabilidade não acontecerá (haverá a sucessão 
da responsabilidade) nos casos em que o adquirente for sócio da 
sociedade falida, sócio de sociedade controlada pelo falido ou parente 
em linha reta ou colateral até o quarto grau, consanguíneo ou afim, do 
falido ou de sócio da sociedade falida. 
▪ Realizado o ativo, é possível que haja impugnações. Essa impugnação só 
cabe em razão de ilegalidade na alienação. Qualquer credor, o falido e 
o MP tem legitimidade para impugnar em 48h da arrematação se houver 
ilegalidade na alienação. 
o Pagamento do passivo → pagamento dos credores com o dinheiro da alienação 
dos bens do falido, de acordo com a ordem legal de preferência 
▪ Há três categorias de créditos que devem ser pagos antes que comecem 
a ser pagos os credores que estão concorrendo entre si (créditos 
concursais): 
1) Créditos prioritários → recebem em primeiro lugar com o dinheiro 
já existente em caixa no momento da arrecadaçãoEssa ordem deve ser 
seguida. Ou seja, só 
recebem os credores 
que estão abaixo na 
ordem apenas 
quando todos os 
credores que estão 
acima dele 
receberem. A ideia 
não é tratamento 
igualitário, mas sim 
tratamento 
isonômico. 
• Créditos trabalhistas de natureza estritamente salarial 
vencidos nos últimos 3 meses até a decretação da falência 
até o limite de 5 salários-mínimos por trabalhador. 
• Despesas indispensáveis para o andamento do processo 
Obs: Existe uma discussão na doutrina sobre qual desses dois 
créditos deve ser pago em primeiro lugar. Mas, de modo geral, 
admite-se que os créditos trabalhistas sejam pagos primeiro. 
2) Pedidos de restituição de dinheiro 
• Ressarcimento do dinheiro que terceiros de boa-fé 
gastaram em atos declarados ineficazes 
• Adiantamento de câmbio à exportação 
• Dinheiro de terceiro em poder do falido sobre o qual o 
falido não tem disponibilidade 
3) Créditos extraconcursais → fora do concurso de credores. Sem eles, 
o processo falimentar não anda. 
• Serviços prestados à massa falida (inclusive a remuneração 
do administrador judicial) 
• Quantias fornecidas por credores 
• Despesas do processo (despesas tidas com a arrecadação, 
alienação e conservação dos bens, etc) 
• Honorários de sucumbência do processo de falência 
Não existe mais a isenção de pagamento de honorários de 
sucumbência no processo falimentar (antes existia) 
• Custas dos processos em que a massa falida seja parte e 
saia vencida 
• Obrigações que resultaram de atos jurídicos válidos 
praticados durante eventual processo de recuperação 
judicial 
• Obrigações tributárias relativas a fatos geradores ocorridos 
após a decretação da falência (ordem: federais, estaduais, 
municipais) 
4) Créditos concursais → concurso dos credores propriamente dito 
1. Créditos trabalhistas até 150 SM por trabalhador (o que 
ultrapassar esse limite vira crédito quirografário) 
Créditos de acidente de trabalho 
Créditos da Caixa Econômica Federal relativos ao FGTS devido 
pelo empregador 
Créditos relativos à pensão alimentícia 
Créditos referentes à remuneração do representante comercial 
Créditos de honorários advocatícios 
2. Créditos com garantia real até os limites dos bens gravados 
3. Créditos tributários com fato gerador anterior à decretação da 
falência 
4. Créditos com privilégio especial: 
- Créditos que dão direito a retenção 
- Créditos em favor de microempresa e empresa de pequeno 
porte 
- Notas de crédito rural 
- Crédito industrial, comercial e à exportação 
5. Créditos com privilégio geral: 
- Despesa com o funeral do falido; 
- Despesas com o luto do cônjuge e dos herdeiros 
- Gastos com a doença da qual o falido morreu 
- Gastos necessários à manutenção do falido e sua família nos 
últimos três meses antes da morte 
- Créditos de debêntures com garantia flutuante 
- Créditos do comissário 
- Créditos dos fornecedores de bens e serviços anteriores à 
recuperação judicial que continuaram a aprover o devedor de 
bens e serviços durante a recuperação judicial 
6. Credores quirografários → os que não tem garantia real e 
também não tem privilégio 
7. Multas (créditos sub-quirografários) 
8. Créditos subordinados → subordinados a não haver qualquer 
outro credor 
- Debêntures subordinadas 
- Letras financeiras com cláusula de subordinação 
- Créditos de acionistas ou administradores que não tem vínculo 
empregatício com a sociedade e que esses créditos decorram 
dessa condição de acionista ou administrador. 
▪ Respeitada essa ordem, os pagamentos são realizados. 
▪ Se não houver possibilidade de pagamento integral de qualquer 
categoria, as categorias posteriores não vão receber. 
▪ Praticado o último ato de alienação dos bens e pagamento dos 
credores, mesmo que nem todos os credores recebam, o administrador 
judicial encerra a falência. 
o Encerramento da falência 
▪ Deve ser feito através de sentença, que pressupõe dois momentos: 
• Prestação de contas do administrador judicial, que é feita em autos 
apartados 
• Aprovada a prestação de contas, o administrador judicial vai 
apresentar um relatório final nos próprios autos da falência. 
- Depois da prestação de contas aprovada e apresentação do relatório 
final, o administrador judicial poderá sacar os 40% de sua remuneração 
que ficaram depositados em conta judicial. 
▪ Depois da prestação de contas e apresentação do relatório final, o juiz 
irá sentenciar o encerramento da falência. 
• Encerrada a falência, os efeitos da decretação da falência, de um 
modo geral, são encerrados → volta a correr a prescrição, por 
exemplo. 
 
 
 
 
• Fase pós-falimentar 
o É possível que haja, ao final da falência, obrigações do falido que ainda não 
tenham sido extintas. Mesmo após o encerramento da falência, é possível que 
haja obrigações pendentes, pois não foi possível a satisfação de todos os 
credores. 
o A extinção dessas obrigações que remanescerem após a sentença que encerra 
a falência vai depender de nova sentença. Ou seja, se após o encerramento da 
falência ainda houver obrigações pendentes vai ser necessário no futuro uma 
nova sentença que declare essas obrigações pendentes extintas. 
o Como haverá essa nova sentença? A lei prevê três hipóteses: 
▪ Se todos os créditos forem pagos 
▪ Se 50% dos créditos quirografários forem pagos 
▪ Decorrido o prazo de 5 anos do trânsito em julgado da sentença que 
encerra a falência ou 10 anos se o falido tiver sido condenado por crime 
falimentar. 
➔ No caso de uma dessas três hipóteses, o interessado poderá requerer ao 
juiz a decretação, por sentença, da extinção de todas as obrigações do 
falido. 
➔ É essa decretação de extinção de todas as obrigações do falido que faz com 
que cesse a inabilitação empresarial → somente depois de decretadas 
Administrador judicial → conduz os atos do processo de falência sob a supervisão do juiz. 
• Pessoa física ou jurídica; 
• Preferencialmente com qualificação técnica 
• Imparcial, idôneo e confiável 
• Tem direito a uma remuneração (40% dessa remuneração vai ficar depositada em uma 
conta judicial e só será liberada após a prestação de contas e apresentação do relatório 
final – no final do processo falimentar) – valor: no máximo 5% do valor dos bens da 
falência 
• Para fins penais, o administrador judicial é funcionário público. 
Credores 
• O processo falimentar é movido no interesse dos credores 
• Assembleia de Credores → chamada para deliberar sobre qualquer matéria que afete 
os interesses dos credores como um todo. Será obrigatoriamente ouvida sobre: 
o A constituição do Comitê de Credores 
o Quando for necessário a utilização de outras modalidades de realização do ativo 
além das modalidades regulares. 
o Deliberar sobre tomada de decisões requerida pelo administrador judicial, sobre 
requerimentos dos próprios credores que representem mais de 25% do valor total 
dos créditos. 
• Comitê de credores → fiscalização do processo de falência. Em alguns casos também 
tem função consultiva (nos casos de impugnação de crédito, pedidos de restituição, 
venda antecipada dos bens, etc) 
extintas as obrigações do falido é que ele poderá voltar a não estar 
impedido a exercer a atividade empresarial enquanto empresário 
individual, salvo quando essa inabilitação decorre de condenação por crime 
falimentar. 
o Nessa hipótese de condenação por crime falimentar, mesmo 
extintas as obrigações do falido ele ainda está inabilitado porque, 
neste caso, ele só pode exercer a atividade empresarial depois de 5 
anos da extinção da punibilidade ou da reabilitação penal. 
 
 
RECUPERAÇÃO JUDICIAL 
• Conjunto de mecanismos previstos pela lei com a finalidade de superar a crise de 
empresas viáveis → lei não prevê esses mecanismos para qualquer empresa . As crises 
consideradas insuperáveis não serão beneficiadas com os mecanismos de recuperação, 
pois geraria prejuízos para toda a sociedade. 
• A leibeneficia com os mecanismos de recuperação judicial as empresas em que há uma 
viabilidade na superação de sua crise, há uma possibilidade plausível de superação 
daquela situação de emergência financeira e patrimonial. 
• A recuperação judicial pressupõe, além da possibilidade de superação da crise, o 
consentimento dos credores do devedor em crise e a concessão judicial → Recuperação 
judicial não é automática, não depende somente da vontade da empresa em crise. 
Obs: Não é necessário que todos os credores consintam, mas é necessário um número 
mínimo, razoável de credores, suficiente para garantir a seriedade das medidas 
tomadas, concorde com o plano de recuperação apresentado. 
Obs²: O Poder Judiciário não recupera a empresa, mas apenas supervisiona, fiscaliza, a 
tomada e cumprimento dessas medidas para possibilitar que a atividade econômica seja 
efetivamente recuperada. 
• Objetivos: 
o Superar a crise; 
o Evitar a crise; 
o Preservação da empresa → objetivo primordial. Garantir que a atividade 
empresarial seja preservada, para a manutenção dos postos de trabalho, 
continuidade da produção de bens e serviços e geração de tributos → Relação 
com a função social da empresa. 
o Assegurar que os credores do devedor saiam minimamente satisfeitos → 
podem até não receber todo o seu crédito, mas concordam com a recuperação 
judicial com a perspectiva de não sair completamente no prejuízo, recebendo 
parcelas daquilo que lhe é devido. 
• Princípios que orientam a RJ: 
o Princípio da função social da empresa → decorre diretamente da função social 
da propriedade 
o Princípio da preservação da empresa → preservar em funcionamento a 
atividade econômica. 
Obs: a ideia é a preservação da empresa, mas não necessariamente do 
empresário. Direito prioriza que a atividade empresarial seja mantida, 
entretanto, a atividade empresarial não se confunde com o seu titular. Por isso 
que uma das possíveis medidas da RJ é o afastamento do titular para que a 
atividade empresarial continue sob nova direção. 
• Fases do processo de recuperação judicial: 
o Pedido de recuperação judicial 
▪ Requisitos: 
• Só pode pedir RJ os sujeitos que estão abrangidos pela Lei 
11.101/2005. 
• Necessário que o sujeito que pleiteia a recuperação judicial 
esteja regular a pelo menos 2 anos. 
• Sujeito não pode ser falido → até porque sujeito falido está 
impedido de exercer regularmente atividade empresarial. Se já 
tiver sido falido, vai poder exercer atividade empresarial 
quando suas obrigações estiverem extintas. 
No caso de sujeito falido, ele já exerceu de forma insatisfatória 
a atividade empresarial e a lei presume que ele não tem a 
seriedade nem a competência para superar a crise econômico-
financeira. 
• Sujeito não pode ter sido condenado por crime falimentar → 
no caso de empresário individual ele mesmo não pode ter sido 
condenado e no caso de sociedade empresária, a sociedade não 
pode ter como sócio nem administrador pessoa condenada por 
crime falimentar 
Lei presume a inidoneidade para o exercício adequado da 
atividade empresarial, principalmente no enfrentamento de 
uma crise econômico-financeira. 
• Sujeito não tenha sido beneficiado por outro plano de 
recuperação judicial nos últimos 5 anos 
• Sujeito não tenha sido beneficiado por um plano de 
recuperação judicial especial nos últimos 5 anos (antes o prazo 
era de 8 anos) 
Lei quer evitar que um sujeito que esteja em constantes crises 
continue exercendo a atividade empresarial daquela forma. 
▪ Competência para julgar o pedido de RJ → juízo competente para 
processar e julgar tanto a recuperação judicial quanto a falência é o 
local do principal estabelecimento do devedor. 
▪ Legitimidade ativa → o próprio empresário. Em caso da morte: 1. se for 
empresário individual: herdeiros, cônjuge/companheiro e 
inventariante. 2. Se for sócio de sociedade empresária: sócio 
remanescente. 
Credor NÃO pode pleitear recuperação judicial. 
MP NÃO pode pleitear recuperação judicial. 
▪ Credores abrangidos pela recuperação judicial → de um modo geral, 
todos os credores são abrangidos pela recuperação judicial desde que 
seus créditos já existam à época do pedido. 
Obs: Créditos ainda não vencidos, de um modo geral, são abrangidos 
pela recuperação judicial, exceto, por óbvio, caso se trate de hipótese 
de inexigibilidade ou exclusão do crédito. 
▪ Credores não abrangidos pela recuperação judicial 
• Créditos não exigíveis → credores de obrigações a título 
gratuito e créditos relativos a despesas tidas pelos credores 
para ingresso no processo. 
• Créditos excluídos da recuperação judicial em razão da sua 
natureza → créditos fiscais (indisponíveis, não podem ser 
negociados), credores proprietários (credores de alienação 
fiduciária em garantia, arrendamento mercantil, venda com 
reserva de domínio, promessa de compra e venda de imóvel) 
▪ Petição inicial, estruturalmente falando, não tem requisitos específicos. 
Precisa cumprir os requisitos essenciais genéricos previstos no CPC. 
Entretanto, o art. 51 da lei 11.101/2005 estabelece alguns documentos 
que devem necessariamente instruir a petição inicial (documentos 
imprescindíveis). 
 
 
 
 
 
▪ Possibilidade de desistência do pedido após o ajuizamento → até a 
decisão que defere o processamento da recuperação judicial (não é a 
concessão da RJ!!) o autor pode livremente desistir do pedido de 
recuperação. Depois que o processamento da recuperação judicial for 
deferido, ele só vai poder desistir do pedido de recuperação judicial 
ouvidos os credores. 
 Art. 51. A petição inicial de recuperação judicial será instruída com: 
 I – a exposição das causas concretas da situação patrimonial do devedor e das 
razões da crise econômico-financeira; 
 II – as demonstrações contábeis relativas aos 3 (três) últimos exercícios sociais e as 
levantadas especialmente para instruir o pedido, confeccionadas com estrita observância 
da legislação societária aplicável e compostas obrigatoriamente de: 
 a) balanço patrimonial; 
 b) demonstração de resultados acumulados; 
 c) demonstração do resultado desde o último exercício social; 
 d) relatório gerencial de fluxo de caixa e de sua projeção; 
 III – a relação nominal completa dos credores, inclusive aqueles por obrigação de 
fazer ou de dar, com a indicação do endereço de cada um, a natureza, a classificação e 
o valor atualizado do crédito, discriminando sua origem, o regime dos respectivos 
vencimentos e a indicação dos registros contábeis de cada transação pendente; 
 IV – a relação integral dos empregados, em que constem as respectivas funções, 
salários, indenizações e outras parcelas a que têm direito, com o correspondente mês de 
competência, e a discriminação dos valores pendentes de pagamento; 
 V – certidão de regularidade do devedor no Registro Público de Empresas, o ato 
constitutivo atualizado e as atas de nomeação dos atuais administradores; 
 VI – a relação dos bens particulares dos sócios controladores e dos administradores 
do devedor; 
 VII – os extratos atualizados das contas bancárias do devedor e de suas eventuais 
aplicações financeiras de qualquer modalidade, inclusive em fundos de investimento ou 
em bolsas de valores, emitidos pelas respectivas instituições financeiras; 
 VIII – certidões dos cartórios de protestos situados na comarca do domicílio ou sede 
do devedor e naquelas onde possui filial; 
 IX – a relação, subscrita pelo devedor, de todas as ações judiciais em que este figure 
como parte, inclusive as de natureza trabalhista, com a estimativa dos respectivos valores 
demandados. 
 § 1o Os documentos de escrituração contábil e demais relatórios auxiliares, na forma 
e no suporte previstos em lei, permanecerão à disposição do juízo, do administrador 
judicial e, mediante autorização judicial, de qualquer interessado. 
 § 2o Com relação àexigência prevista no inciso II do caput deste artigo, as 
microempresas e empresas de pequeno porte poderão apresentar livros e escrituração 
contábil simplificados nos termos da legislação específica. 
 § 3o O juiz poderá determinar o depósito em cartório dos documentos a que se 
referem os §§ 1o e 2o deste artigo ou de cópia destes. 
 
▪ Uma vez ajuizado o pedido de recuperação judicial, opera-se de pleno 
direito uma restrição ao poder de disponibilidade do devedor → 
devedor perde sua liberdade de dispor livremente dos bens do seu ativo 
não circulante. 
Determinados bens cuja natureza, por si só, não é circular (alienação 
não é imediata, cotidiana) não podem ser vendidos pelo autor do 
pedido de recuperação judicial depois que ele protocola a petição 
inicial. A alienação só é possível após a oitiva dos credores. Isso 
acontece para evitar esvaziamento patrimonial. 
Obs: A lei limita a alienação relacionada aos ativos não circulantes. Ou 
seja, com relação aos ativos circulantes, eles podem ser negociados 
independentemente de autorização. 
▪ Formulado o pedido de recuperação judicial e estando em tudo em 
ordem (petição inicial, documentação necessária, preenchidos os 
requisitos para a recuperação judicial, etc), o juiz vai, de forma objetiva, 
deferir o processamento da recuperação judicial. 
Nesse momento, não é a recuperação judicial que está sendo 
concedida. Aqui simplesmente se defere o processamento da 
recuperação judicial. A recuperação judicial em si só será concedida se, 
após a apresentação do plano de recuperação judicial, ele for aprovado. 
▪ Decisão de processamento da recuperação judicial 
• Conteúdo → art. 52 da lei 11.101/2005 
o Nomear o administrador judicial 
o Determinar a intimação do MP 
o Determinar a comunicação por carta à Fazenda Pública 
o Outras 
• Publicidade → necessário que a recuperação judicial seja 
publicizada pois há um notório interesse público a respeito 
dela, não só com relação à administração pública, mas também 
aos possíveis credores do devedor. 
o Lei determina que a decisão que defere o 
processamento da recuperação judicial seja publicada 
através de editar na imprensa oficial que contenha o 
resumo do pedido de recuperação judicial e a lista de 
credores com os respectivos créditos (valores e 
classificação) → objetivo é permitir que eventuais 
credores não listados pelo devedor se habilitem no 
processo e que credores que foram incluídos 
equivocadamente com relação ao valor ou classificação 
do crédito possam retificar as informações. 
o Lei também determina que haja a comunicação à junta 
comercial para que ocorra a anotação no registro da 
empresa da sua recuperação judicial → objetivo é 
permitir que todos aqueles que negociam com a 
empresa saibam que ela está em recuperação judicial. 
o Obrigatório que o empresário atue no mercado e em 
todos os atos que praticar incluindo em seu nome 
empresarial a expressão “em recuperação judicial”. 
• Efeitos 
o Nomeação do administrador judicial 
o Dispensa das certidões negativas de débito tributário 
para que o devedor exerça as suas atividades 
Exceções em que o devedor continua tendo que 
apresentar as certidões negativas de dívidas 
tributárias: contratação com o poder público ou 
receber incentivos ou benefícios fiscais ou creditícios. 
o Suspensão das ações e execuções em favor do devedor 
em recuperação judicial pelo prazo de 180 dias 
▪ Súmula 581, STJ → essa suspensão não impede 
o prosseguimento de ações e execuções 
ajuizadas em face de terceiros devedores 
solidários, ou coobrigados de modo geral, por 
garantia cambial, real ou fidejussória 
o Apresentação de contas mensalmente pelo devedor → 
possibilitar o exercício da fiscalização mais 
efetivamente durante todo o processo de recuperação 
judicial. 
o Suspensão da prescrição que corria contra os credores 
da recuperação judicial (não se suspende a prescrição 
em que o credor é o devedor da recuperação judicial) 
o Força atrativa do juízo recuperacional → juízo que 
processa e julga a recuperação judicial passa a ter força 
atrativa para processar e julgar qualquer ação que 
possa afetar o patrimônio do devedor em recuperação. 
É semelhante à força atrativa do juízo falimentar, mas 
mais restrita, considerando que só diz respeito às ações 
que possam afetar o patrimônio do recuperando. 
Obs: não está previsto na lei esse último efeito, mas a 
doutrina e a jurisprudência vêm reconhecendo-o. 
▪ Administrador judicial → auxilia o juiz na recuperação judicial, 
principalmente fiscalizando a atuação do devedor. 
• Escolha → pelo juiz, livremente, entre pessoas de sua 
confiança. Pode ser pessoa física ou jurídica. A escolha é livre, 
mas deve ser feita dentro de certos parâmetros: 
o Preferência por pessoas com qualificação técnica 
o Idoneidade 
o Imparcialidade → lei proíbe que parentes, 
consanguíneos ou afins, em linha reta ou colateral, do 
devedor ou de seus administradores, controladores ou 
representantes legais, bem como amigos, inimigos ou 
dependentes exerçam o cargo de administrador 
judicial. 
o Confiabilidade → lei proíbe que exerça as funções de 
administrador judicial sujeitos que em uma falência ou 
recuperação judicial prévias tenham sido destituídos, 
não tenham prestado conta ou cujas contas foram 
rejeitadas nos últimos 5 anos. 
• Nomeação → de modo geral, na decisão que defere o 
processamento da recuperação judicial, mas nada impede que 
essa nomeação seja feita em decisão posterior****. 
Contra essa nomeação cabe reclamação → devedor, credores 
ou MP podem interpor reclamação contra a nomeação do 
administrador judicial. Juiz oportunizará manifestação do 
administrador judicial e proferirá decisão em 24hrs (prazo 
impróprio) acerca da substituição do administrador judicial cuja 
nomeação foi impugnada. Se não houver impugnação, ele será 
investido em suas funções. 
• Investidura → é intimado para tomar posse. Assina no cartório 
o termo de compromisso. 
• Competência 
o Fiscalizar a atuação do devedor 
o Auxiliar o juiz no processo recuperacional, participando 
da verificação de créditos, prestando e recebendo 
informações, contratando auxiliares, etc. 
• Remuneração → lei não estabelece um valor mínimo, mas o 
valor máximo é, em regra, 5% do crédito submetido à 
recuperação. 
Exceção: quando o devedor for enquadrado como 
microempresa ou empresa de pequeno porte, a remuneração 
máxima do administrador judicial é 2% do valor do crédito 
submetido a recuperação judicial. 
Obs: também vale aqui a mesma regra do processo de falência: 
40% da remuneração do administrador judicial ficará 
depositado em conta judicial e só será liberado no final do 
processo após a prestação de contas e apresentação do 
relatório final. 
• Substituição → não é sanção. O sujeito não pode mais exercer 
a função de administrador judicial por conta de 
situações/imposições fáticas que não dependem de falhas ou 
de atos nocivos praticados por eles. Não pressupõe a prática de 
ilícitos. 
o Renúncia 
o Morte 
o Incapacidade 
o Falência 
o Pedido de recuperação judicial pelo administrador 
o Perda da confiança 
o Conveniência processual 
Faz jus à remuneração (não é integral, obviamente. É 
proporcional ao tempo trabalhado). Exceção → lei retira do 
administrador judicial que renuncia imotivadamente o direito à 
remuneração 
• Destituição → caráter sancionatório. Pratica atos inadequados 
ao exercício da sua função. Desobedece aos preceitos da lei de 
recuperação e falências, descumpre deveres, comete omissão 
ou negligência ou pratica atos lesivos à atividade do devedor e 
de terceiros. 
o A destituição ocorre através de decisão motivada do 
juiz e após oitiva do administrador judicial que se busca 
destituir (respeitar o contraditório) 
o Sujeito perde o direito à remuneração. Se tiver 
recebido algo, deve devolver. 
o Fica impedido de exercer função de administradorjudicial pelo prazo de 5 anos. 
▪ Credores 
• São definidos através do processo de verificação de crédito 
• São reunidos na Assembleia Geral e no comitê de Credores. 
• Assembleia Geral: 
o Órgão máximo dos credores que estão sujeitos à 
recuperação judicial 
o Deliberam sobre questões relevantes ao andamento do 
processo de recuperação judicial. 
o Participam da Assembleia todos os credores abrangidos 
pela recuperação judicial (credores não abrangidos não 
fazem parte da Assembleia Geral) 
o Não podem votar na Assembleia os credores 
retardatários (salvo os trabalhistas), os credores não 
abrangidos pela recuperação judicial e os credores 
cujos créditos não são alterados pelo plano. 
o Se houver aprovação unânime do plano de recuperação 
judicial (ou seja, não houver impugnações), a 
convocação da Assembleia Geral de Credores não é 
necessária. 
• Comitê de Credores → órgão intermediário de representação 
dos interesses dos credores, composto por alguns credores, 
que exerce a função consultiva e de controle dos atos do 
devedor. Isso porque se fosse necessário convocar a assembleia 
para todos os atos da recuperação judicial, ela demoraria 
muito, seria muito custosa e muito trabalhosa. 
 
o Plano de recuperação judicial 
▪ Uma vez deferido o processamento da recuperação judicial, o devedor 
tem o dever de apresentar tempestivamente em juízo o plano de 
recuperação judicial. 
▪ A maioria da doutrina diz que o plano de recuperação judicial é a base, 
a parte mais importante do processo de recuperação judicial. 
▪ Fabio Ulhoa: um bom plano de recuperação judicial não é garantia do 
sucesso da recuperação judicial e superação da crise. Mas, um mau 
plano é certeza absoluta de que a crise não será superada e a atividade 
irá fracassar. 
▪ Proposta das medidas necessárias para enfrentar e superar a crise, 
proposta do devedor para acordo com os seus credores com relação às 
suas dívidas. 
▪ Conteúdo → a lei permite uma grande liberdade de escolha de meios 
de recuperação judicial. Entretanto, a lei também determina conteúdos 
obrigatórios do plano de recuperação judicial. Se faltar alguns desses 
elementos, o plano será considerado incompleto. Quais são: 
• Laudo econômico-financeiro 
• Laudo de avaliação dos bens 
Necessária a juntada desses laudos para que o juízo e os 
credores saibam do real estado do devedor e do seu 
patrimônio, pois é com base nisso que haverá a análise de 
viabilidade da empresa. 
• Demonstração de viabilidade econômica das medidas → é ônus 
do devedor demostrar quais serão os efeitos positivos que a 
concessão da recuperação trará para a atividade econômica e 
para os credores abrangidos pelo plano. 
• Meios de recuperação → providências que o devedor vai adotar 
para que a empresa supere a crise pela qual passa. Art. 50, lei 
11.101/2005 → rol exemplificativo de meios de recuperação 
que o devedor pode adotar, não são os únicos meios. 
▪ Limitações ao plano de recuperação judicial → liberdade para 
elaboração do plano de recuperação, apesar de ser ampla, não é 
ilimitada. 
• Créditos trabalhistas e de acidente de trabalho: 
o Vencidos antes do pedido de recuperação judicial → 
não pode ter prazo para pagamento superior a 1 ano 
o Créditos trabalhistas de natureza exclusivamente 
salarial vencidos nos últimos 3 meses anteriores ao 
pedido de recuperação judicial, no limite de até 5 SM 
por trabalhador tem o prazo máximo de pagamento de 
30 dias. 
• Garantias reais 
o Na alienação de bem objeto de garantia real é 
necessário que haja aprovação expressa do credor 
titular dessa garantia real para que a garantia seja 
suprimida ou substituída. 
• Variação cambial → conversão do crédito que era em moeda 
estrangeira para moeda nacional 
o A variação cambial adotada para converter os créditos 
em moeda estrangeira para moeda nacional será 
conservada como parâmetro de indexação da 
correspondente obrigação e só pode ser afastada se o 
credor titular do respectivo crédito aprovar 
expressamente no plano de recuperação judicial. 
▪ Prazo para apresentação do plano de recuperação judicial em juízo → 
60 dias a partir da decisão que defere o processamento da recuperação 
judicial. Esse prazo é imprescindível, pois a perda deste prazo acarreta 
na convolação da recuperação judicial em falência. 
Obs: nada impede que, uma vez apresentado o plano, ele seja 
modificado posteriormente. Inclusive, a discussão com os credores 
possibilita justamente alterações no plano apresentado. 
▪ Apresentado tempestivamente o plano de recuperação judicial em 
juízo, será publicado um edital informando aos credores que o plano de 
recuperação judicial foi apresentado → começa a correr, a partir daí, 
para os credores, o prazo de 30 dias para que eles se manifestem sobre 
o plano apresentado pelo devedor. 
▪ Se ninguém se opuser ao plano de recuperação judicial nesses 30 dias, 
ele é considerado aprovado tacitamente. E se os credores 
expressamente se manifestarem pela aprovação dentro do prazo de 30 
dias, obviamente ele também será aprovado. 
▪ Mas, é possível que nesse prazo alguns credores apresentem 
impugnações ao plano de recuperação judicial. A impugnação não 
significa que o plano foi rejeitado e que a recuperação judicial não será 
concedida. Se houver impugnação, haverá a exigência de discussão do 
plano entre os credores e o devedor para que ao final dessa discussão 
haja uma nova votação para a aprovação ou rejeição do plano 
apresentado. 
▪ A impugnação deve ser necessariamente motivada. 
▪ Qualquer credor, independentemente da extensão e natureza do 
crédito, desde que seja abrangido pelo plano de recuperação judicial, 
pode impugná-lo. 
▪ Nenhuma objeção, por si só, é capaz de conduzir à imediata rejeição do 
plano. 
▪ A impugnação leva à convocação da Assembleia Geral dos Credores 
para a discussão e eventual modificação do plano. 
▪ Na Assembleia, os credores e o devedor irão discutir sobre o conteúdo 
do plano, sobre os meios adotados, condições de pagamento, etc. Ao 
final dos debates e modificações no plano, será convocada uma votação 
para que, na Assembleia Geral, os credores determinem se aprovam ou 
rejeitam o plano. 
▪ Para a votação na Assembleia Geral, os credores são divididos em 4 
classes: 
• I – credores trabalhistas e de acidente de trabalho; 
• II – credores com direito real de garantia (até o valor do bem 
dado em garantia) 
• III – todos os outros credores que não fazem parte das outras 
classes, inclusive os credores com direito real de garantia cujo 
crédito supere o valor do bem dado em garantia (caráter 
residual) 
• IV – credores que se enquadram como microempresa e 
empresa de pequeno porte 
▪ Dentro dessa divisão de classes, os credores decidirão se aprovam ou 
rejeitam o plano. Plano é considerado aprovado se todas as classes 
aprovarem o plano → todas as classes devem necessariamente aprovar 
o plano para que a recuperação judicial seja concedida. Se uma classe 
reprovar o plano, ele será considerado reprovado como um todo. 
▪ Dentro de cada classe de credores existe um critério específico para a 
aprovação do plano. 
• Classes I e IV → aprovação do plano é por “cabeça”, o cômputo 
dos votos para a aprovação ou rejeição do plano envolve 
exclusivamente o número de credores presentes. Ou seja, não 
leva em consideração o valor do crédito. 
• Classes II e III → levam em consideração dois critérios: o 
número de credores votantes e, cumulativamente, o valor do 
crédito. 
▪ Entretanto, mesmo que esse quórum da Assembleia de Credores não 
seja atingido, é possível que o juiz considere o plano de recuperação 
judicial aprovado → juiz pode, excepcionalmente, considerar o plano 
aprovado mesmo tendo havido rejeição na Assembleia de Credores se 
preenchidos alguns requisitos, cumulativamente: 
• Foto favorável de credores que representem mais da metade 
do valor de todos os créditos presentes. 
• Aprovaçãodo plano pela maioria das classes votantes 
• Dentro da classe que reprovou o plano, é necessário que tenha 
havido a aprovação por pelo menos 1/3 dessa classe, adotando 
os critérios de cada uma das classes. 
• Plano de recuperação judicial não pode prever tratamento 
diferenciado entre os credores da classe que rejeitou o plano. 
→ Lei dá ao juiz a possibilidade de suprir a ausência de aprovação 
do plano pela Assembleia porque preenchidos os requisitos, 
considera-se que houve a aprovação por uma quantidade mínima 
razoável de credores para permitir que haja a vinculação de todos 
ao adotar os mecanismos necessários para a preservação da 
atividade econômica. 
▪ Após a votação, o plano pode ser aprovado ou rejeitado. Se o plano foi 
rejeitado e não foram preenchidos os requisitos para o juiz aprovar o 
plano apesar da rejeição pela Assembleia, o juiz decretará a falência do 
devedor. 
▪ Por outro lado, se houver a aprovação do plano, seja tacitamente, 
expressamente, pela Assembleia ou pelo juiz, haverá uma nova decisão 
judicial que concederá a recuperação judicial ao devedor. 
o Concessão e cumprimento do plano de recuperação judicial 
▪ Após a aprovação do plano de recuperação judicial, o devedor deverá 
apresentar em juízo a Certidão Negativa de Dívidas Tributárias para que 
seja conferida a recuperação judicial. 
▪ A lei 11.101/2005 prevê a possibilidade de uma lei que determine o 
parcelamento especial das dívidas tributárias. Entretanto, essa lei ainda 
não existe, sendo por isso que existe uma decisão recente do STJ que 
diz que por conta da ausência dessa lei que permite o parcelamento 
especial das dívidas tributárias pode ser dispensada a apresentação 
dessas certidões negativas enquanto não for editada essa lei específica. 
▪ Através de decisão judicial, será concedida a recuperação judicial. Essa 
decisão é recorrível através de agravo de instrumento. 
▪ Efeitos da concessão da recuperação judicial: 
• Todos os credores são vinculados à recuperação judicial → 
mesmo os que votaram contra a aprovação do plano estão 
sujeitos a ele 
• Ocorrerá a novação das obrigações sujeitas ao plano → 
extinção da obrigação anterior pois em seu lugar existirá uma 
nova obrigação (a contida no plano) 
o No direito civil, as garantias da obrigação original não 
permanecem na obrigação nova. Entretanto, na 
recuperação judicial, os créditos novados permanecem 
com as garantias e direitos da obrigação original → 
manutenção das garantias, ainda que a obrigação 
original seja extinta por força da obrigação. 
o Essa novação é condicional, porque se por qualquer 
motivo a recuperação judicial for convolada em 
falência, a novação deixa de produzir efeitos e a 
obrigação original volta a existir. 
• O plano de recuperação judicial forma um título executivo 
judicial 
• A alienação de filiais e unidades produtivas do devedor deverá 
ser realizada, conduzida e fiscalizada no âmbito do processo de 
recuperação judicial para evitar esvaziamento patrimonial em 
prejuízo dos seus credores. 
• NÃO é efeito imediato da concessão da recuperação judicial o 
afastamento do devedor ou de seus administradores do 
exercício da atividade empresarial. As hipóteses em que isso 
pode ocorrer estão no art. 64 da lei 11.101/2005. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Art. 64. Durante o procedimento de recuperação judicial, o devedor ou seus 
administradores serão mantidos na condução da atividade empresarial, sob 
fiscalização do Comitê, se houver, e do administrador judicial, salvo se 
qualquer deles: 
 I – houver sido condenado em sentença penal transitada em julgado por 
crime cometido em recuperação judicial ou falência anteriores ou por crime 
contra o patrimônio, a economia popular ou a ordem econômica previstos na 
legislação vigente; 
 II – houver indícios veementes de ter cometido crime previsto nesta Lei; 
 III – houver agido com dolo, simulação ou fraude contra os interesses de 
seus credores; 
 IV – houver praticado qualquer das seguintes condutas: 
 a) efetuar gastos pessoais manifestamente excessivos em relação a sua 
situação patrimonial; 
 b) efetuar despesas injustificáveis por sua natureza ou vulto, em relação 
ao capital ou gênero do negócio, ao movimento das operações e a outras 
circunstâncias análogas; 
 c) descapitalizar injustificadamente a empresa ou realizar operações 
prejudiciais ao seu funcionamento regular; 
 d) simular ou omitir créditos ao apresentar a relação de que trata o inciso 
III do caput do art. 51 desta Lei, sem relevante razão de direito ou amparo de 
decisão judicial; 
 V – negar-se a prestar informações solicitadas pelo administrador judicial 
ou pelos demais membros do Comitê; 
 VI – tiver seu afastamento previsto no plano de recuperação judicial. 
 Parágrafo único. Verificada qualquer das hipóteses do caput deste 
artigo, o juiz destituirá o administrador, que será substituído na forma prevista 
nos atos constitutivos do devedor ou do plano de recuperação judicial. 
 
▪ Cumprimento do plano de recuperação 
• Período de observação → período de 2 anos após a concessão 
da recuperação judicial dentro do qual se observa de forma 
mais cuidadosa e atenta se o devedor vem cumprindo as suas 
obrigações previstas no plano de recuperação. Se dentro desse 
período houver descumprimento de obrigação prevista no 
plano de recuperação, a recuperação judicial será convolada 
em falência. 
• Após o período de observação, é possível que ainda haja 
obrigações que devem ser cumpridas. Se houver, entretanto, o 
descumprimento de obrigações constantes no plano após os 2 
anos do período de observação, não haverá a convolação da 
recuperação judicial em falência. Entretanto, como o plano de 
recuperação é um título executivo judicial, o credor poderá 
executar o seu crédito através do procedimento de 
cumprimento de sentença. 
▪ Extinção da recuperação judicial → a recuperação judicial não é eterna, 
tem tempo. Então, em algumas situações ela será extinta. 
• Pagamento integral dos créditos (qualquer que seja o prazo) 
• Se dentro dos 2 anos (período de observação) o sujeito cumprir 
de forma adequada todas as suas obrigações 
▪ Convolação da recuperação judicial em falência → há um pedido de 
recuperação judicial, eventualmente há um processo de recuperação 
judicial já concedido, mas apesar desse momento de recuperação 
judicial, há fatos graves que impõem que essa recuperação judicial seja 
convertida em falência. Pode acontecer em 4 hipóteses: 
• Perda do prazo para apresentar o plano de recuperação judicial 
→ devedor tem o prazo de 60 dias após o deferimento do 
processamento da recuperação judicial para apresentação em 
juízo do plano de recuperação judicial. Se ele perde esse prazo 
e não apresenta o plano tempestivamente, a lei entende que 
esse devedor não tem o comprometimento e a seriedade 
necessários para enfrentar um processo de recuperação judicial 
e, portanto, determina que o juiz convolará a recuperação 
judicial em falência. 
• Rejeição do plano de recuperação judicial pela Assembleia 
Geral de Credores → se o plano apresentado sofre impugnação 
de alguns credores não significa que haverá convolação em 
falência, sendo convocada a Assembleia Geral de Credores para 
o plano ser discutido e negociado. Entretanto, se na Assembleia 
de Credores, na votação após as negociações, houver a rejeição 
do plano de recuperação judicial e não estiverem preenchidos 
os requisitos para a aprovação do plano pelo juiz, o juiz deverá 
convolar a recuperação judicial em falência. 
• Deliberação da Assembleia de Credores → não se confunde 
com a hipótese anterior pois nela a Assembleia está rejeitando 
o plano de recuperação. Nessa hipótese foi colocado em 
votação na Assembleia se é do interesse dos credores ou não 
que seja decretada a falência do devedor. 
• Descumprimento de obrigação prevista no plano derecuperação judicial nos 2 anos após a recuperação ter sido 
concedida → lei, credores e juiz entendem que o devedor não 
tem a idoneidade, a competência, a capacidade e a seriedade 
financeira e moral necessárias para suportar o processo de 
recuperação judicial e, portanto, a única saída cabível é a 
convolação daquela recuperação judicial em falência. 
• Consequências da convolação da recuperação judicial em 
falência: 
o Atos praticados durante o período de recuperação 
judicial que estejam de acordo com a lei 11.101/2005 
são presumidos válidos, ainda que haja a convolação 
em falência. 
o A novação advinda da recuperação judicial se torna 
ineficaz → se há a convolação da recuperação judicial 
em falência, a obrigação nova que surgiu a partir da 
aprovação do plano de recuperação judicial deixa de 
existir e ressurge a obrigação original, com todos os 
seus acessórios e qualidades existentes até o momento 
da concessão da recuperação judicial. 
o Os créditos que surgirem após a concessão da 
recuperação judicial, se houver a convolação da 
recuperação judicial em falência, serão considerados 
créditos extraconcursais → os créditos assumidos pelo 
devedor em recuperação judicial após a concessão da 
recuperação judicial serão considerados 
extraconcursais. 
o Os créditos de fornecedores que já eram fornecedores 
antes da concessão da recuperação judicial e que 
continuaram fornecendo produtos e serviços ao 
devedor em recuperação judicial durante o período da 
recuperação judicial terão, no caso de convolação da 
recuperação judicial em falência, privilégio especial de 
recebimento de seus créditos. 
• Recuperação Judicial Especial 
o Aplicável a microempresas e empresas de pequeno porte → LC 123/2006 dá um 
tratamento diferenciado, mais favorável, às microempresas e empresas de 
pequeno porte → exercentes de atividade econômica que tem rendimento 
bruto mais reduzido. Esses sujeitos empresários que se enquadram como 
microempresas e empresas de pequeno porte nem sempre terão recursos 
suficientes para encarar um processo de recuperação judicial comum. É por isso 
que a lei determina que eles sejam beneficiados com um plano de recuperação 
judicial especial (mais simples, célere e menos custoso) 
o Sujeitos que podem ser beneficiados com o plano de recuperação judicial 
especial: sujeitos enquadrados como microempresas e empresas de pequeno 
porte e que, além disso, preencham todos os outros requisitos para a concessão 
da recuperação judicial comum → deve preencher os requisitos genéricos para 
a concessão da recuperação judicial e ser enquadrado como microempresa ou 
empresa de pequeno porte. 
o Peculiaridades da recuperação judicial especial: 
▪ Pedido → na petição inicial é necessário que o sujeito peça 
expressamente sua subordinação ao plano de recuperação judicial 
especial. Isso porque a recuperação judicial especial é uma opção 
(sujeito pode optar pela recuperação judicial especial ou não) 
▪ Processamento → o processamento só produz efeitos com relação aos 
credores abrangidos por essa recuperação judicial. 
▪ Plano especial → ele deve ser apresentado também em 60 dias, mas ele 
tem uma possibilidade de conteúdo mais restrita. Não é qualquer meio 
de recuperação judicial que pode ser adotada, como na recuperação 
judicial comum. Na recuperação judicial especial o que pode ser 
negociado entre o devedor e seus credores é uma moratória (dilação do 
prazo para começar o pagamento), um parcelamento dos pagamentos 
e um abatimento (redução) do valor dos créditos. 
Obs: antigamente a lei dizia que a taxa de juros para esse parcelamento 
seria de 1% a.m., mas a lei foi modificada e a taxa de juros que será 
utilizada nesse parcelamento é a taxa Selic. 
Aqui os meios de recuperação são mais restritos, pois as partes não tem 
a mesma liberdade de adoção de vários meios distintos como na 
recuperação judicial comum. Inclusive, é por essa razão que a 
recuperação judicial especial é uma opção, não é obrigatória. Mas, o 
legislador entende que negociar essa moratória (prazo maior para 
começar o pagamento) – lei impõe que essa moratória será de, no 
máximo, 180 dias –, o parcelamento dos créditos e o abatimento do 
valor da dívida são suficientes para que o devedor se capitalize (ou seja, 
haja fluxo de caixa, entrada de dinheiro suficiente que possibilite o 
pagamento, mas também entende que essas medidas protegem o 
interesse dos credores porque assegura que eles a médio prazo vão 
receber, ainda que de forma parcelada. Quem aceitar receber de forma 
parcelada terá seus créditos atualizados, corrigidos, com a incidência da 
taxa Selic de juros → lei concede mecanismos mais restritos para a 
recuperação judicial especial, mas entende que esses mecanismos são 
suficientes para o enfrentamento da crise, assegurando também o 
interesse dos credores. 
▪ Procedimento → bastante parecido com o procedimento da 
recuperação judicial comum, a única peculiaridade, que torna a 
recuperação judicial especial mais grave, é que se dentro de uma classe 
de credores houver a impugnação de mais da metade dos credores ao 
plano de recuperação judicial especial, o juiz irá automaticamente 
convolar a recuperação judicial em falência → não irá nem convocar a 
Assembleia de Credores. 
 
 
RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL 
• Acordos celebrados extrajudicialmente entre o devedor e seus credores, podendo ser 
levados à homologação do Poder Judiciário 
• No regime falimentar anterior (lei anterior que regia a falência), esses acordos 
extrajudiciais eram considerados atos de falência. Hoje não são mais considerados atos 
de falência. A lei permite que sejam celebrados acordos extrajudiciais entre o devedor 
e seus credores, podendo, eventualmente, serem levados à homologação do Poder 
Judiciário para que tenham força de título executivo judicial. 
• Se o devedor conseguir entrar em acordo com todos os seus credores, essa recuperação 
extrajudicial estará perfeita e finalizada e não precisará passar pelo crivo do Poder 
Judiciário → se houver unanimidade na concordância dos credores e do devedor, 
recuperação extrajudicial estará definitivamente celebrada e poderá ser cumprida 
perfeitamente, tendo força de título executivo extrajudicial, não sendo necessário que 
seja levada ao conhecimento do Poder Judiciário. Mas, se as partes quiserem, elas 
podem levar ao Poder Judiciário para que o juiz homologue a recuperação extrajudicial 
(é uma homologação facultativa quando houve unanimidade no acordo entre os 
credores e o devedor). 
• Se não há a concordância unânime dos credores e do devedor, essa recuperação 
extrajudicial precisará ser levada ao Poder Judiciário para que o juízo homologue se 
todos os requisitos estiverem preenchidos. 
• Requisitos para que o juiz homologue: 
o Requisitos subjetivos → relacionados ao sujeito (devedor). Exigidos pela lei para 
demostrar que o devedor tem idoneidade para se submeter com confiança e 
sem prejuízo aos credores à recuperação extrajudicial. 
▪ Exercício regular da atividade empresarial a mais de 2 anos 
▪ Não ser falido, nem ser condenado por crime falimentar 
▪ Não ter obtido recuperação judicial/recuperação judicial especial nos 
últimos 5 anos 
▪ Não ter sido beneficiado com outra recuperação extrajudicial nos 
últimos 2 anos 
▪ Não estar pendente pedido de recuperação judicial → não se pode usar 
dois caminhos ao mesmo tempo. 
o Requisitos objetivos → referentes ao próprio plano de recuperação extrajudicial 
▪ Plano ter sido aprovado por credores que representem mais de 3/5 dos 
créditos de cada classe de credores. 
▪ Proibição de previsão no plano de pagamento antecipado → para evitar 
fraudes e tratamento benéfico, prejudicando credores em detrimento 
de outros. 
▪ Proibição de previsão de tratamento desfavorável a credores não 
abrangidos pelo plano → evitar conluio fraudulento entre o devedor e 
os credores abrangidos pelo plano. 
▪ Se

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