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Incidência da Neurocisticercose

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UNIVERSIDADE PAULISTA 
 
 
CLAUDIA ROBERTA LEME 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AVALIAÇÃO DA INCIDÊNCIA E DO CONHECIMENTO DA POPULAÇÃO SOBRE 
A CISTICERCOSE NO MUNICÍPIO DE RIBEIRÃO PRETO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RIBEIRÃO PRETO 
2018
 
 
CLAUDIA ROBERTA LEME 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AVALIAÇÃO DA INCIDÊNCIA E DO CONHECIMENTO DA POPULAÇÃO SOBRE 
A CISTICERCOSE NO MUNICÍPIO DE RIBEIRÃO PRETO 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso para 
obtenção do título de graduação em 
Biomedicina apresentado à Universidade 
Paulista – UNIP. 
 
 Orientador: Prof.ª Dr.ª Valéria C. Silva 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RIBEIRÃO PRETO 
2018 
 
 
CLAUDIA ROBERTA LEME 
 
 
 
 
 
 
 
AVALIAÇÃO DA INCIDÊNCIA E DO CONHECIMENTO DA POPULAÇÃO SOBRE 
A CISTICERCOSE NO MUNICÍPIO DE RIBEIRÃO PRETO 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso para 
obtenção do título de graduação em 
Biomedicina apresentado à Universidade 
Paulista – UNIP. 
 
Aprovado em: 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 ____________________ ___/__/___ 
 Prof. Nome do Professor 
Universidade Paulista – UNIP 
 
 ____________________ ___/__/___ 
Prof. Nome do Professor 
Universidade Paulista – UNIP 
 
 ____________________ ___/__/___ 
Prof. Nome do Professor 
Universidade Paulista - UNIP 
 
RIBEIRÃO PRETO 
2018 
 
 
DEDICATÓRIA 
 
Á meu Papai querido, Jeová Deus, sempre em primeiro lugar! Pela vida, pela 
proteção e disposição. 
E então á você, meu filho, Konrado Eduardo Leme. Que foi que é e que eternamente 
será minha fonte de inspiração, de garra, de vontade, de amor e de toda essa 
alegria que me invade para tudo ao que me proponho a fazer nessa vida. Este meu 
coração inteiramente seu, filho, dedica esta vitória você. 
De sempre pra sempre... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Primeiramente agradeço a Jeová Deus, pela oportunidade, pela saúde, 
determinação e força de que me dotou para superar as dificuldades e concluir mais 
essa etapa da minha vida. Obrigada, Senhor! Por transformar meu sonho em 
realidade! 
Agradeço de modo especial à minha mãe, Ana Maria Caetano, por todo o 
apoio, amor, disponibilidade e carinho que teve para comigo nesta jornada, 
responsabilizando-se inclusive pelos cuidados do meu filho, Konrado, durante todos 
esses anos de estudo. Mãe, sem a Senhora nada disso teria sido possível! Muito 
Obrigada! 
Agradeço a todos os meus queridos professores por serem verdadeiros 
exemplos a serem seguidos, pela orientação incansável, por todo o empenho, pela 
paciência... Aliás, muita paciência que tiveram comigo ao dividir com amor e carinho 
o maior dos tesouros: Sabedoria e Experiência! 
Ás meninas do Laboratório J. Sabbag, em especial a Dra. Juliana Amorim, 
que foi quem primeiramente me concedeu a oportunidade de vivenciar o que já 
havia aprendido na teoria. Agradeço a todas por terem me acolhido de maneira tão 
carinhosa e com total presteza terem me ensinado a realidade de nossa profissão! 
Estar entre vocês foi uma experiência maravilhosa e inesquecível! Agradeço a você, 
Luana, por diversas vezes colocar meus pés no chão. Obrigada! 
Um trabalho nunca é executado inteiramente sozinho, afinal, não somos 
autossuficientes. Durante este caminho árduo, pessoas abençoadas surgiram como 
anjos dispostos a me ajudar, de modo especial agradeço a vocês, MEUS AMIGOS: 
Marina Ribas, Beatriz, Márcia e Danilo por terem, como verdadeiros irmãos, tornado 
possível meu sonho da graduação e terem me ajudado a chegar até aqui, com o 
coração repleto de orgulho e satisfação pelos tesouros que essa faculdade me deu. 
 Com muito carinho, agradeço à minha orientadora, Valéria Cristina Silva, não 
somente por toda a paciência, dedicação e "puxões de orelha” como incentivo, mas 
também, por nunca ter desistido de mim. Por muito ter me ensinado tanto para a 
vida profissional quanto pessoalmente, e em quem encontrei não somente confiança 
e estímulo, mas, uma verdadeira amizade! Muito Obrigada, Valéria! Por tornar-se no 
decorrer destes anos uma amiga tão preciosa, tão querida e tão especial! Uma 
segunda mãe! 
E enfim, agradeço a todas as pessoas que fizeram parte desta minha grande 
viagem e que, de algum modo contribuíram para a minha formação! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Alguns homens veem as coisas como são e se perguntam: ‘Por que’”? 
 Eu sonho com as coisas que nunca foram e me pergunto: ' Por que não’?! " 
 
 
 George Bernard Shaw 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
A Cisticercose humana trata-se de uma das parasitoses mais comuns do sistema 
nervoso central e, é vista como um grave problema de saúde proveniente 
principalmente, de uma infraestrutura deficiente em saneamento. Sua infestação, no 
ser humano, ocorre quando o homem ingere os ovos da Taenia solium, ciclo este 
que se inicia quando o porco ingere fezes humanas contaminadas com os ovos da 
tênia adulta. Fatores como a migração e a maior frequência no turismo tem 
internacionalizado este platelminto que vem sendo encontrado não apenas em 
países de terceiro mundo como também, em países desenvolvidos em níveis cada 
vez maiores. Há relatos de neurocisticercose tanto em viajantes e migrantes para 
países industrializados quanto, relatos em migrações dentro dos países, que 
mobiliza pessoas de regiões endêmicas para mais centros urbanos. Este estudo 
teve como objetivo avaliar o conhecimento da população com relação à cisticercose. 
Foi possível correlacionar a evidente deficiência de entendimento da população 
quanto às características da referida parasitose por meio dos dados obtidos nesta 
pesquisa e, também por dados de trabalhos semelhantes a este. Pôde-se notar que, 
o complexo teníase-cisticercose nem sempre está relacionado somente às precárias 
condições sanitárias e ao baixo nível socioeconômico, mas, certamente à total 
ausência de informações sobre o tema, negligência esta que acaba se tornando 
responsável pelo consumo despreocupado de carne de má procedência, verduras e 
água contaminada, e por último, mas não menos importante, pela falta de cuidado 
com a higiene pessoal. 
 
 
 
Palavras-chaves: Cisticercose humana; Neurocisticercose; Taenia solium; 
Transmissão; Prevenção. 
 
 
ABSTRACT 
 
 
Human cysticercosis is one of the most common parasites of the central nervous 
system and is seen as a serious health problem mainly due to poor infrastructure in 
sanitation. Its infestation in humans occurs when the man ingests the eggs of Taenia 
solium, a cycle that begins when the pig ingests human feces contaminated with the 
eggs of the adult tapeworm. Factors such as migration and increased frequency in 
tourism have internationalized this plateau that has been found not only in third world 
countries but also in developed countries at increasing levels. There are reports of 
neurocysticercosis in both travelers and migrants to industrialized countries, as well 
as reports of intra-country migration that mobilizes people from endemic regions to 
more urban centers. This study aimed to evaluate the knowledge of the population 
regarding cysticercosis. It was possible to correlate the evident deficiency of 
understanding of the population regardingthe characteristics of said parasitosis by 
means of the data obtained in this research and also by data of similar works to this 
one. It should be noted that the teniasis-cysticercosis complex is not always related 
only to the precarious health conditions and to the low socioeconomic level, but 
certainly to the total lack of information on the subject, negligence that ends up being 
responsible for the carefree consumption of meat of bad origin, vegetables and 
contaminated water, and last, but not least, by the lack of care with personal hygiene. 
 
Keywords: Human Cysticercosis; Neurocysticercosis; Taenia solium; Transmission; 
Prevention. 
 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................10 
1.1 Histórias da 
cisticercose...................................................................................1414 
1.2 Evolução da Neurocisticercose ....................................................................... 14 
1.3 Sinais e sintomas da cisticercose ................................................................... 16 
1.4 Profilaxias da teníase e cisticercose ............................................................... 17 
1.5 Negligenciamento ............................................................................................. 17 
2 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................... 19 
3 OBJETIVOS ........................................................................................................... 20 
3.1 Objetivo Geral .................................................................................................... 21 
3.2 Objetivos Específicos ....................................................................................... 21 
4 MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................... 22 
4.1 Aspectos éticos ................................................................................................. 22 
4.2 Tipo de estudo ................................................................................................... 21 
4.3 Voluntários ......................................................................................................... 21 
4.4 Critérios de inclusão ......................................................................................... 21 
4.5 Critérios de exclusão ........................................................................................ 21 
4.6 Instrumentos de Coleta de Dados ................................................................... 21 
4.7 Procedimentos .................................................................................................. 21 
4.8 Análise de dados ............................................................................................... 22 
5 CRONOGRAMA .................................................................................................... 23 
6 RESULTADOS ....................................................................................................... 24 
7 DISCUSSÃO .......................................................................................................... 39 
8 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 45 
 REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 46 
 APENDICE A - TESTE DE AVALIAÇÃO DOS CONHECIMENTOS DA 
POPULAÇÃO SOBRE A CISTICERCOSE NO SISTEMA NERVOSO CENTRAL .. 48 
 
 
 
11 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
 A evolução dos mercados interno e externo no Brasil têm evoluído 
gradativamente com o passar dos anos e com o aumento da tecnologia, porém, 
ainda assim, a fiscalização de nossos produtos é carente e tem sido uma importante 
vilã no que diz respeito á saúde pública1. 
 Uma pesquisa feita sobre a entrada/saída de produtos de origem animal 
ressaltou a importância da legalização dos estabelecimentos envolvidos com estes 
produtos e evidenciou o foco do problema: o abate clandestino de animais. O 
mesmo, frequentemente realizado em municípios de pequeno porte, tem aumentado 
os riscos de transmissão de vários patógenos importantes para o controle sanitário1. 
 Considerada uma zoonose de grande impacto à saúde pública e econômica, a 
Cisticercose é uma infecção ocasionada pela forma cística da Taenia solium, 
popularmente conhecida como solitária por ser raro o acometimento por mais de um 
verme. A Taenia é um platelminto de classe cestoda da família das tênias, os 
vermes adultos da T. saginata e T. solium causam poucos danos ao hospedeiro e 
morfologicamente constam de: escólex ou cabeça (órgão adaptado para a fixação 
do cestoda na mucosa do intestino, apresentando quatro ventosas formadas de 
tecido muscular, arredondadas e proeminentes), rostro (presente somente em T. 
solium, com 25 a 50 acúleos), colo (situado abaixo do escólex, sem segmentação, 
está em constante atividade reprodutiva, dando origem a proglótes jovens) e 
estróbilo (é o corpo da tênia, formado pelas proglótes, chegando a ter de 800 a mil 
proglótes e atingir 3 metros na T. solium ou até 8 metros na T. saginata, com mais 
de mil proglótes)2. (Figura 1) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
 
 
Figura 1: Morfologia da Taenia solium e Taenia saginata 
 
Fonte: www.teníase/sobiologia.com 
 
 A doença teníase é adquirida por meio da ingestão de alimentos e água 
contaminados com os ovos do parasita. Esta helmintíase caracterizada por seu 
polimorfismo, pode assumir o caráter de doença crônica grave por suas 
manifestações, sequelas e alta mortalidade devida sua exímia capacidade de 
penetrar a parede intestinal e invadir músculos, olhos, coração, fígado, pulmões e 
cérebro. As infecções oculares e cerebrais são as mais frequentes, sendo o SNC a 
região de maior escolha, inclusive intramedular, que acarreta, portanto, uma 
quantidade maior de repercussões clínicas1. 
 Ambas as doenças devem ser abordadas num mesmo contexto, pois tanto a 
teníase quanto a cisticercose são causadas pelo mesmo agente etiológico. São duas 
doenças distintas, com sintomas e epidemiologia totalmente diferentes, porém, 
causadas pela mesma espécie de cestódeo Já relatadas, existem 32 espécies de 
tênia, porém só duas delas são capazes de provocar doença no ser humano: Taenia 
saginata e Taenia solium. 3. 
 A diferença está na fase de vida infectante do parasita. Compreende-se Teníase 
quando a infecção for provocada pela forma adulta da T. solium ou da T. saginata no 
intestino delgado humano, que é o hospedeiro definitivo de ambas e, Cisticercose, 
13 
 
quando a infecção for provocada pela larva (cisticerco) nos hospedeiros 
intermediários normais, boi e porco, e acidentalmente em cães e humanos 3. 
 De acordo com alguns trabalhos publicados no Brasil, a maioria dos casos tem 
sido diagnosticados em São Paulo e no Rio de Janeiro mais especificamente 
provenientes de hospitais psiquiátricos, com taxas elevadas nas necropsias com 
frequências que variam entre 0,12 e 3,6 %1,2. 
 A parasitose intestinal (Teníase) causa retardo no crescimento e no 
desenvolvimento das crianças e baixa produtividade no adulto. Sua sintomatologia 
mais frequente é a observação de dores abdominais, náuseas, debilidade, perda de 
peso, flatulência, diarreia ou constipação. O prognóstico é bom. Excepcionalmente é 
causa de complicações cirúrgicas, resultantes do tamanho do parasita ou de sua 
penetração em estruturas do aparelho digestivo tais como apêndice, colédonoe 
ducto pancreático. . 
 A parasitose extra intestinal (Cisticercose) que é a infecção causada pela forma 
larvária da Taenia solium, é a forma mais grave desta zoonose onde ocorre o 
comprometimento cerebral, que pode evoluir desde sequelas graves a óbito4. 
 A neurocisticercose vem a ser uma condição provocada pela infecção do 
sistema nervoso pelo Cysticercus cellulosae, que recebe esta nomenclatura –
cellulosae- em razão de a larva da Taenia solium ser uma larva específica e a única 
capaz de se desenvolver no organismo do ser humano, a forma larvária do verme 
adulto da Taenia solium. As larvas da espécie da Taenia saginata recebe o nome 
de cisticercus bovis, então são espécies diferentes, onde somente a T. 
solium desenvolveu a capacidade de desenvolver-se em nosso organismo1. 
 Esta parasitose está fortemente relacionada a aspectos socioeconômicos, 
formas de cultivo e aos hábitos de higiene, condição que há tempos é considerada 
endêmica, pois, ao que se nota, nenhum estado da federação está isento dela. 
 Alguns estudos vêm sendo abordados com 
relação à Neurocisticercose evidenciando o gênero dos pacientes, local de primeiro 
contato com a doença, condições socioeconômicas, e etc. Em um estudo de 
incidência da neurocisticercose por 1000 habitantes na 13ª Regional de Saúde 
Cianorte, PR, Brasil, entre 1998 a 2003 observou-se que, com relação ao gênero, o 
mais atingido, de forma geral, para todos os municípios, foi o feminino com 59% dos 
casos notificados, e os casos ocorreram a partir dos 14 anos, sendo que a faixa 
etária mais atingida foi a de 25 a 46 anos5. 
14 
 
 A partir de uma análise nos municípios de Cianorte, observou-se que, dos 95% 
provenientes da zona urbana, 73% relataram terem residido na zona rural pelo 
menos 5 anos antes de terem mudado para a zona urbana5. Em outro estudo foram 
analisados 44 prontuários de pacientes com neurocisticercose, procedentes de 
Campina Grande e de outras cidades do Estado da Paraíba, Brasil, atendidos entre 
1990 e 2001. Foi evidenciado que dos 44 pacientes estudados, 23 (52,3%) 
apresentaram neurocisticercose provável, 31 (70,5%) eram procedentes da zona 
urbana de Campina Grande e 13 (29,5%) de outras cidades do Estado da Paraíba5. 
 Os autores desse estudo afirmam que a neurocisticercose, apesar de estar 
relacionada às condições socioeconômicas insatisfatórias, foi diagnosticada também 
em pacientes de nível socioeconômico mais elevado, pois havia entre eles 
profissionais liberais e estudantes universitários. Isso sinaliza total descontrole do 
ciclo teníase/cisticercose no estado da Paraíba e condições sanitárias inadequadas. 
 O referido estudo ainda descreve a idade de início dos sintomas que variou de 8 
meses a 58 anos e a manifestação clínica inaugural da neurocisticercose foi à crise 
convulsiva, que ocorreu como único sintoma em 28 (63,6%) dos pacientes. O tipo de 
convulsão mais frequente foi a generalizada, que ocorreu em 23 (57,5%) dos casos, 
seguida da crise parcial com generalização secundária em 13 (32,5%) 
deles, tornando este achado uma pequena amostra do grave descontrole do ciclo 
teníase/cisticercose não apenas no estado da Paraíba como em todo o país5. 
 Ainda outro estudo realizado no interior do estado de São Paulo, na cidade 
Ipuã, no período de Outubro de 2010 a Agosto de 2011, mostrou que a prevalência 
média de cisticercose bovina no estado de São Paulo foi de 4,80%, sendo que os 
núcleos de Franca e Barretos foram os que tiveram maior número de casos da 
enfermidade durante o período analisado. Além disso, o maior número de casos 
nestes núcleos coincidiu com o menor índice de desenvolvimento humano referente 
à educação, com a maior área de plantio de café (núcleo de Franca) e também 
como a maior área de cana-de-açúcar cultivada (núcleo de Barretos) nestes locais, o 
que por sua vez pode indicar que a presença da mão-de-obra temporária no meio 
rural, aliado a aspectos socioeconômico/cultural, pode contribuir para a 
disseminação e estabelecimento da cisticercose nestas áreas6. 
 Considerando o elevado número de casos assintomáticos que não são 
submetidos a critérios diagnósticos específicos, é difícil avaliar a letalidade por 
cisticercose. Não há dúvidas, porém, de que a neurocisticercose é a responsável 
15 
 
pela grande maioria dos óbitos, seja pela gravidade da mesma, seja em decorrência 
das complicações do seu tratamento. O que se pode concluir é que, a cisticercose 
humana mantém-se endêmica, provavelmente porque a carência de investimentos 
inviabiliza a execução adequada dos Programas de Saúde Pública7. 
 Várias pesquisas vêm sendo feitas na busca de medidas para encontrar um 
caminho satisfatório que reduza a incidência desta condição e a maneira mais eficaz 
é de interromper o ciclo teníase/cisticercose3. 
 
1.1 Histórias da cisticercose 
 
 O fato das doenças teníase e cisticercose provocarem diferentes sinais e 
sintomas e, serem também causadas por estágios diferentes do verme foi o que 
levou seus primeiros estudiosos a classificá-las com diferentes nomes, levando 
em consideração a descoberta de que, uma das formas da doença era causada pela 
larva, ou cisticerco do verme e, a outra forma era, por sua vez, causada pelo verme 
já adulto. Em 1588, o estudioso Rümler encontrou o parasita na dura-máter de um 
paciente epilético e sequencialmente após este achado, outro pesquisador da 
época, Panarolus, também observou os mesmos cisticercos no corpo caloso de seu 
paciente8. 
 A natureza parasitária da doença veio a ser comprovada anos mais tarde pelos 
estudiosos Hartmann, Ridi, Werner, Goeze, Tyson, Malpighi e outros pesquisadores. 
Malpighi em 1697 identificou o verme, Küchenmeistr em 1885, demonstrou que o 
cisticerco dos suínos originava o verme adulto nos humanos e nos anos de 1786 e 
1789, Werner e Goeze descobriram que as formas do parasita não se diferenciavam 
entre os porcos e seres humanos, que eram exatamente iguais8.  
 
1.2 Evolução da Neurocisticercose 
 
 O desenvolvimento da cisticercose depende da ação do suco gástrico sendo ele 
o responsável pelo início do trajeto todo.  O ovo, ao entrar em contato com este 
suco, perde sua cápsula e se transforma em um embrião, conhecido por oncosfera. 
Uma vez fora do ovo, o mesmo irá penetrar a mucosa gástrica e se direcionar para a 
corrente sanguínea. Somente então o corpo reconhecerá o embrião como não 
sendo seu e então, inicia um processo inflamatório contra o invasor 9 (Figura 2).   
16 
 
 A partir de então, o paciente pode vir a apresentar não somente as convulsões, 
mas, sinais de aumento de pressão intracraniana como dor de cabeça, vômitos, 
 torpor, alteração do comportamento, danos neurológicos, entre eles paralisias ou 
dormências em um segmento do corpo, rigidez do pescoço, entre outros 8.  
 
Figura 2: Ciclo da cisticercose 
 
Fonte: www.tuasaude.com 
 
 O ciclo da cisticercose humana tem início com a liberação dos ovos de Taenia 
solium nas fezes e sua posterior ingestão acidental pelo ser-humano. Já no intestino, 
os ovos liberam o embrião do parasito, o mesmo cai na corrente sanguínea e 
espalha-se pelo corpo do paciente. Se um ovo alcançar o cérebro, o cisticerco 
desenvolve-se neste órgão e origina a neurocisticercose, considerada a forma mais 
grave da doença. 
 Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a Neurocisticercose, é a 
doença parasitária mais frequente do Sistema Nervoso Central (SNC) e, é 
responsável por muitas internações hospitalares e sequelas neurológicas graves, 
onde sua principal manifestação é a convulsão. Por esse motivo, a enfermidadeé 
descrita em muitos Estados do Brasil 9. No Triângulo Mineiro, como exemplo, Gobbi 
publicou estatística relatando que em 2.306 necropsias foram encontrados 2,4% de 
17 
 
casos de cisticercose e destes 66% eram neurocisticercose10. Costa - Cruz também 
realizaram 3.937 necropsias em Uberlândia, e a análise de 2.862 registros com 
laudos completos e com idade acima de um ano revelou 1,4% de cisticercose, sendo 
89,7% com comprometimento do sistema nervoso central isolado ou associado a 
outras formas clínicas da doença11. Outros estudiosos calculam ainda que a 
incidência de neurocisticercose no Rio de Janeiro é de cerca de um caso por mês; 
No município de Ribeirão Preto, Estado de São Paulo, pensadores como 
Takayanagui e Chimelli obtiveram um coeficiente de prevalência de 54 
casos/100.000 habitantes através de notificação compulsória e uma prevalência de 
67 casos/100.000 habitantes através de necropsias12, 13. 
 A incidência da enfermidade continua expressivamente alta e sem tendências 
para decréscimo, pois, pelo menos 50% dos casos necessita mais do que uma 
internação hospitalar e mais do que uma intervenção cirúrgica. A instituição estima 
ainda que ocorra a cada ano 50.000 mortes devido a Neurocisticercose e que exista 
também, um número maior de pacientes que sobrevivam em condições de 
incapacidade devido aos ataques convulsivos ou outros danos neurológicos9. 
 Os sintomas não são vias de regra da infecção, há relatos de casos com a 
ausência deles, mas o comum é aparecerem, porém, não surgem imediatamente 
após a contaminação do indivíduo. Há um período de incubação que pode durar de 
quatro a cinco anos fazendo com que os primeiros sintomas só venham a surgir 
quando os cistos começarem a envelhecer e, com isso, provoque o início de uma 
resposta inflamatória do hospedeiro9. 
 
1.3 Sinais e sintomas da cisticercose 
 
 A Cisticercose pode ser assintomática ou apresentar sintomas como cefaleia, 
convulsões, hipertensão craniana, entre outros. Suas manifestações clínicas 
dependem da localização, do tipo morfológico, do número de larvas que infectaram o 
indivíduo, da fase de desenvolvimento dos cisticercos e da resposta imunológica do 
hospedeiro. Podendo apresentar complicações como deficiência visual, loucura, 
epilepsia, entre outras. Vale ressaltar que os sintomas da cisticercose não são os 
mesmos da teníase e que eles variam de acordo com o local da infecção. Quando 
se localiza no cérebro os sintomas são dor de cabeça, convulsões, confusão mental 
ou até, coma. No coração os sintomas são palpitações, dificuldade para respirar ou, 
18 
 
respiração com ruídos. Nos músculos a pessoa infectada pode apresentar dor local, 
inchaço, inflamação, cãibras, movimentos dificultosos. Na pele pode 
aparecer o inchaço que é facilmente confundido com cisto e no olho, a dificuldade 
para enxergar pode evoluir para a perda definitiva da visão15. 
 
1.4 Profilaxias da teníase e cisticercose 
 
 A prevenção da teníase consiste em adotar medidas como não ingerir carne 
crua ou malcozida, E no caso da cisticercose, ingerir agua mineral filtrada ou fervida, 
lavar muito bem as mãos após o uso do sanitário e antes das refeições, lavar bem 
os alimentos com água filtrada, etc. Para controlar a cisticercose também é essencial 
a prevenção e controle das teníases, posto que a cisticercose ocorra somente 
através da infecção pelos ovos da Taenia solium, que são depostos ao meio através 
da liberação das proglótes gravidas14. 
 
1.5 Negligenciamento 
 
 Boa parte da população desconhece a existência tanto das duas patologias 
quanto os sinais e sintomas que elas emitem, e acabam os colocando como fatores 
causais de qualquer outra enfermidade. 
 Em 20 de outubro de 1992, Welson Gasparini publicou no diário oficial do 
município uma lei que sanciona que, todos os pacientes diagnosticados com 
Neurocisticercose atendidos nos serviços de saúde da cidade de Ribeirão Preto, 
deveriam ser notificados obrigatoriamente ao Serviço de Vigilância Epidemiológica 
da Secretaria Municipal da Saúde, constando nesta notificação o preenchimento da 
ficha de investigação epidemiológica pelo médico assistente26. 
 Toda essa falta de informação deve-se ao fato de a neurocisticercose ser uma 
doença que tem sido escamoteada não somente em nossa região de Ribeirão Preto, 
mas, na grande maioria dos lugares. 
 Vários são os fatores que unidos a este, resultam nesse descaso e, estando em 
evidência, podemos citar a subnotificação, que é evidenciada pela ausência de 
notificações procedentes de alguns hospitais e de locais que oferecem serviços de 
neuroimagem. Segundo Fischman Neuropsiquiátrico 1996, existe um notável 
descaso de notificação por parte da classe médica e de outros profissionais da área 
19 
 
de saúde que, de acordo com os próprios, o fato se deve à falta de credibilidade, 
pois eles não esperam que providências sejam tomadas. Em Ribeirão Preto, a 
implantação da notificação representou apenas a primeira etapa de programa mais 
amplo de prevenção, denominado Ações de Controle da Teníase e da Cisticercose 
em Ribeirão Preto. Elaborado em 1988, em conjunto com os Serviços de Vigilância 
Epidemiológica do Município e do Estado de São Paulo, este projeto compreende a 
adoção simultânea e integrada de várias medidas voltadas ao combate da NCC17. 
 Diante do exposto, um constante trabalho educativo deve ser realizado 
diretamente com a população para que, o desânimo aqui notado por parte da 
sociedade e a evidente delegação de culpas e deveres não continue contribuindo 
para o aumento da incidência da patologia. 
 Propõe-se desta forma levar ao conhecimento de todos que há duas versões da 
doença explanando com maior ênfase, a cisticercose no sistema nervoso central, a 
neurocisticercose. Agregados a essa informação, incutir também os sintomas que 
ela produz, quais as suas consequências, qual o tratamento e quais as melhores e 
mais eficazes maneiras de prevenção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
 
2 JUSTIFICATIVA 
 
 Justamente pelo fato de tratar-se de uma doença ainda fora de controle em 
nossa cidade, pois os casos de neurocisticercose ainda apresentam 21% de 
atividade, a situação deve servir de alerta para a declarada necessidade da adoção 
de medidas de prevenção. As graves consequências individuais e para toda a 
sociedade que a cisticercose no sistema nervoso central acarreta, torna ainda mais 
imediata e reforçada a necessidade pela busca de soluções, pelo aumento da 
divulgação sobre as formas de transmissão, contato com a doença, e pela urgente 
necessidade de apertar o cerco com respeito à diligência médica no que diz respeito 
às notificações obrigatórias que compete a eles, pois o envolvimento dessa doença 
acomete mais frequentemente o paciente em seu período mais produtivo da vida, 
entre seus 20 e 49 anos. 
 Segundo as OPAS (Organização Pan-americana de Saúde) 1997, as 
informações epidemiológicas sobre o complexo teníase/cisticercose são incompletas 
e a falta de uniformidade destes estudos inviabiliza o planejamento de novas 
estratégias para prevenção além dos já citados. O não comprometimento ou, a 
escassez de melhorias nesta área da saúde, acaba deixando como método 
alternativo a investigação de cisticercose nas necropsias de hospitais gerais. A 
relevância de estudos como este caracteriza a necessidade da realização de uma 
busca sobre o conhecimento da população com relação às graves consequências 
que tanto a teníase quanto a cisticercose acarretam para o ser humano. Além disto,deve ser desenvolvido com o intuito de encontrar uma maneira eficaz de 
conscientizar a população quanto ás medidas de prevenção. 
 
21 
 
3 OBJETIVOS 
 
3.1 Objetivos Gerais 
 
 Fazer um levantamento do conhecimento da população em relação 
à neurocisticercose, e correlacionar a possível deficiência de entendimento com o 
aumento na incidência de casos reais na região de Ribeirão Preto - SP. 
 
 3.2 Objetivos Específicos 
 
 Avaliar o grau de conhecimento da população sobre as doenças teníase e a 
cisticercose. 
 Avaliar o conhecimento da população sobre as formas de transmissão das duas 
doenças. 
 Avaliar o conhecimento da população sobre a neurocisticercose. 
 
4 MATERIAL E MÉTODOS 
 
4.1 Aspectos éticos 
 
 A questão abordada neste estudo contou com o envolvimento de seres 
humanos, para tanto, os procedimentos realizados seguiram os Critérios do Comitê 
de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade Paulista – UNIP conforme Resolução 
N° 466, de 12 de dezembro de 2012, baseadas na segurança do individual e coletivo 
quanto à confidencialidade de dados obtidos na pesquisa, autonomia, não 
maleficência, dentre outros aspectos que visam assegurar os direitos dos sujeitos de 
pesquisa. A coleta de dados só aconteceu após a aprovação do Comitê de Ética em 
Pesquisa (CEP), precedida pela informação de todos os termos e aspectos do 
estudo por parte do pesquisador (Anexo A) e, a identidade dos voluntários não foi 
divulgada. 
 
 
 
 
22 
 
4.2 Tipos de estudo 
 
 Tratou-se de uma pesquisa transversal, de caráter exploratório descritivo, com 
uma análise quantitativa de dados. 
 
4.3 Voluntários 
 
 Nesta investigação a amostra foi composta por 100 voluntários de ambos os 
sexos, com idade superior a 18 anos, no município de Ribeirão Preto - SP. Os 
resultados foram colhidos de forma dirigida e estratificada. 
 
4.4 Critérios de inclusão 
 
 Foram utilizados como critérios de inclusão voluntários com idade igual 
ou superior a18 anos em moradores da cidade de Ribeirão Preto – SP que 
aceitaram participar de forma voluntária da pesquisa e aceitaram os termos, 
descritos no TCLE. 
 
4.5 Critérios de exclusão 
 
 Foram excluídos da pesquisa pessoas com 0 a 17anos incompletos, indivíduos 
que porventura não compreenderam as informações descritas pelo pesquisador ou 
se negaram a assinar o TCLE, bem como aqueles que foram incapazes de 
responder por si mesmos. 
 
4.6 Instrumentos de Coleta de Dados 
 
 Para a coleta de dados foi utilizado um questionário autoexplicativo (Apêndice) 
composto por 21 questões em formato de testes. 
 
4.7 Procedimentos 
 
 O projeto de pesquisa foi submetido ao Comitê de Ética da Universidade 
Paulista via Plataforma Brasil e a pesquisa foi iniciada somente após a aprovação do 
23 
 
projeto pelo Comitê de Ética, respeitando a Resolução CNS n° 466/12 e o que diz 
respeito à coleta de dados. Este estudo foi realizado em diferentes bairros da 
cidade. Para tanto, primeiramente foi dada uma breve explicação aos participantes 
sobre a coleta de dados sanando todas as dúvidas que surgiram. Depois foi 
entregue o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). 
 Esse documento forneceu todas as informações aos participantes em relação 
aos esclarecimentos sobre a pesquisa, permitindo que qualquer dúvida fosse 
esclarecida e oferecendo respaldo legal aos participantes e ao pesquisador. Os 
participantes foram informados também quanto à manutenção do sigilo, à 
participação voluntária, o direito de se recusar a responder qualquer pergunta do 
questionário ou de desistir de colaborar na investigação sem qualquer tipo de ônus, 
ressaltando que mediante a sua participação não teria qualquer ganho financeiro e 
que sua participação não lhe acarretaria nenhum dano pessoal. Uma vez o indivíduo 
tendo aceitado a participar e assinado o TCLE, a ele foi entregue o questionário 
(Apêndice) para ser respondido, não foram sanadas dúvidas em relação às questões 
contidas no questionário. 
 
4.8 Análises de dados 
 
 A análise dos dados obtidos foi realizada com o uso do programa Microsoft 
Office Excel®. Os resultados foram expressos a partir de cálculos de percentuais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
 
 
5. CRONOGRAMA 
 
 Fases da execução da 
pesquisa 
 
A
g
o
/2
0
1
7
 
S
e
t/
2
0
1
7
 
O
u
t/
2
0
1
7
 
N
o
v
./
2
0
1
7
 
D
e
z
/2
0
1
7
 
J
a
n
./
2
0
1
8
 
F
e
v
./
2
0
1
8
 
M
a
r/
2
0
1
8
 
A
b
r.
/2
0
1
8
 
M
a
i.
/2
0
1
8
 
J
u
n
./
2
0
1
8
 
Escolha da Área 
Temática e do Tema da 
Pesquisa 
X X 
Formulação do 
Problema de 
Pesquisa 
X X 
Revisão da Literatura X X X X X X X X 
Redação da Introdução X 
Elaboração da 
Justificativa 
 X X 
Determinação do 
Objetivo 
 X 
Elaboração das 
Hipóteses 
 X 
Descrição da 
Metodologia 
 X 
Formatação e entrega 
do Projeto de Pesquisa 
 X X 
Qualificação oral do 
Projeto de Pesquisa 
 X X 
Coleta e Seleção de 
Dados 
 X X X X X 
Análise e Interpretação 
dos Dados 
 X X X 
Redação do Trabalho X X X 
Formatação do 
Trabalho Final 
 X X 
Apresentação e Entrega 
do Trabalho 
 X X 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
 
 
6 RESULTADOS 
 
 A investigação abordou aspectos sociais, econômicos, médico-preventivos e de 
conhecimento acerca do complexo teníase/cisticercose, sendo os mesmos 
posteriormente analisados para se verificar o nível de conhecimento sobre o tema 
abordado. 
 Foram aplicadas 21 questões em formato de testes a 100 participantes com 
idades entre 18 e 87 anos. Desse total, 58 pertenciam ao gênero masculino e 42 ao 
gênero feminino e amostra foi segmentada pela idade como ilustrado na figura 3. A 
faixa etária que representou maior percentual de respostas ao questionário aplicado 
foi das pessoas com idade acima de 50 anos (43%), seguido pelas pessoas com 
idades entre 17 a 30 anos (28%) e os entrevistados com idades entre 31 a 49 anos 
corresponderam a 29% no total da amostra. 
 
 
 
 
Figura 3 – Segmentação da amostra quanto à faixa etária 
 
 
 Dentre todos os outros países, o Brasil é um dos que apresenta maior número 
de parasitoses humanas devido ao seu caráter de país em desenvolvimento e aos 
seus aspectos políticos e socioeconômicos. Neste contexto, nos bairros com 
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
17 a 30 anos 31 a 49 < 50 anos
P
o
rc
e
n
ta
ge
m
 (
%
) 
Idade 
26 
 
maiores índices de pobreza, desemprego e de distribuição de renda irregular, as 
parasitoses tornam-se ainda mais graves. Segundo dados do IBGE, o salário 
mínimo no Brasil no ano de 2018 é de R$ 954.00. De acordo com as informações 
coletadas, 17% dos entrevistados informaram contar com 1 salário mínimo para a 
manutenção da família e do lar, 35% dessas pessoas vivem com 1 a 2 salários, 30% 
recebem por mês de 2 a 3 salários e 18% revelaram possuir renda mensal de 5 
salários mínimos ou mais (Figura 4).. 
 
 
 
 
 
Figura 4 – Avaliação da situação socioeconômica dos entrevistados. 
 
 
 
 O nível de escolaridade dos entrevistados (Figura 5) que representou maior 
percentual foi o dosque cursaram o ensino médio somando 47%, seguidos pelas 
pessoas que cursaram o ensino fundamental num total de 32% e, os entrevistados 
que cursaram ensino superior totalizaram 21%. No geral, os entrevistados estavam 
familiarizados com as doenças teníase ou solitária, porém, revelaram nunca ter 
ouvido falar sobre a cisticercose, nem mesmo em seus anos escolares. 
 Lembrando aqui de que grande parte dos voluntários que responderam o 
questionário foram indivíduos com mais de 50 anos que estudaram até o ensino 
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Até 1 salário 1 a 2 salários 2 a 3 salários < 5 salários
P
o
rc
e
n
ta
ge
m
 (
%
) 
27 
 
fundamental e/ou ensino médio residentes de alguns dos bairros mais humildes de 
Ribeirão Preto, sendo eles: Ribeirão Verde, Tanquinho e Pq. Avelino Palma. 
Enquanto que os participantes residentes em áreas mais nobres da cidade sendo 
elas: City Ribeirão, Jardim Canadá e Jardim Irajá, já ouviram falar à respeito das 
duas doenças, porém, ainda assim revelaram desconhecimento e confusão quanto 
ao ciclo biológico, modos de transmissão e prevenção da parasitose. Fato este que 
demonstra uma vez mais a necessidade de melhorias em campanhas educativas 
para a população em geral na região. 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 5 – Avaliação do grau de escolaridade dos voluntários da pesquisa. 
 
 
 
 
 Neste trabalho também foi abordado a questão de itens que a pessoa possuía 
em casa e sua situação de moradia, se própria ou alugada. Foi observado que a 
maioria dos entrevistados (54%) são proprietários de suas residências e que 46% 
residirem em casas alugadas. Segundo a questão sobre bens materiais, 79% dos 
entrevistados responderam possuir ao menos um item do questionário, sendo eles: 1 
Ensino Fundamental Ensino Médio Ensino Superior
32 47 21
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
P
o
rc
e
n
ta
ge
m
 (
%
) 
28 
 
computador, 1 refrigerador e 1 televisor, com exceção do automóvel, onde dos 100 
participantes, 57% disseram possuir um veículo. 
 
 
 
Figura 6 – Avaliação quanto à moradia. 
 
 
 
Neste trabalho analisou-se o número de participantes que se alimentam de 
carne suína e, dentre eles, quais as preferências por carne bem passada, mal 
passada e/ou ao ponto como mostrado na figura 7. Conforme observado na figura, 
identificamos que (40%) não consomem a carne de porco. Dentre os 60% que a 
ingerem, 46,6% preferem a carne bem passada, 5% afirmaram consumi-la mal 
passada e 48,4% dos indivíduos disseram gostar da carne ao ponto. Nenhum dos 
participantes mencionou comer a carne crua. Estes resultados sugerem que a 
maioria dos entrevistados não estão sujeitos a terem a teníase causada pela Taenia 
solium. 
 
 
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Própria Alugada
P
o
rc
e
n
ta
ge
m
 (
%
) 
29 
 
 
Figura 7 – Avaliação do consumo de carne suína. 
 
 No tocante aos hábitos de higiene pessoal (Figura 8) 82% das pessoas 
disseram ser algo natural o ato de lavagem das mãos após o uso do sanitário e 
antes de manusear ou consumir qualquer tipo de alimento, 15% disseram realizar a 
lavagem mas, esquecerem-se às vezes e 3% afirmaram não considerarem o hábito 
necessário. Estes resultados indicam que ao menos 18% das pessoas negligenciam 
o hábito de lavar as mãos não agindo condizentemente à tamanha importância deste 
ato. 
 
 
Figura 8 – Avaliação quanto ao hábito de higienização das mãos. 
 
Sim Não
Bem
Passada
Mal
Passada
Ao Ponto
Entrevistados 60 40 28 3 29
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
P
o
rc
e
n
ta
ge
m
 (
%
) 
Natural As vezes Desnecessário
Entrevistados 82 15 3
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
P
o
rc
e
n
ta
ge
m
 (
%
) 
30 
 
 Os voluntários desta pesquisa foram avaliados quanto ao consumo de frutas, 
verduras e legumes crus e 23% dos indivíduos abordados revelaram não consumir 
esses alimentos crus enquanto que 77% deles o fazem. Notou-se especificamente 
que no bairro Ribeirão Verde, uma boa parte dos entrevistados consome frutas, 
verduras e legumes oriundos de produção artesanal em uma das feiras do local. A 
referida horta não possui cercas suficientes de proteção, o que não impede o acesso 
de humanos ou animais se porventura os mesmos quiserem adentrá-la em qualquer 
que seja o horário. (Figura 9) 
 
 
 
 
Figura 9 – Avaliação quanto ao consumo de alimentos crus. 
 
 
 
 Como podemos observar na figura 10, 77% dos participantes da pesquisa tem o 
hábito de comer alimentos como frutos, verduras e legumes crus. Dentre estes, 
62,4% os higieniza somente com água, 22,1% disseram lavar bem esses alimentos 
com água e sabão e 15,5% destes consumidores realizam a lavagem com água e 
cloro. Estes resultados sugerem que a maioria dos participantes não toma as 
precauções necessárias para se evitar a aquisição de doenças parasitárias. 
 
 
 
Sim Não
Entrevistados 77 23
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
P
o
rc
e
n
ta
ge
m
 (
%
) 
31 
 
 
Figura 10 – Avaliação quanto ao cuidado no manuseio de alimentos. 
 
 
 
 Neste trabalho foi perguntado aos voluntários da pesquisa se eles sabiam do 
que se tratavam os termos teníase e cisticercose e 85% dos mesmos disseram 
saber ou já ter ouvido falar em teníase ou doença causada por solitária e 15% 
destes não sabiam o que significa. Da mesma forma, perguntou-se sobre o termo 
cisticercose e foi observado que 61% responderam saber ou ter uma noção do que 
se tratava, os outros 39% responderam negativamente a essa questão. Conforme 
observado na figura 7, o consumo da carne suína mal passada e ao ponto em união 
com o resultado da figura 8, que versa sobre os hábitos de higienização das mãos, 
onde 15% admitiram esquecerem-se às vezes do ato e, 3% afirmaram não 
considerarem o hábito necessário, podem estar contribuindo para a silenciosa 
ocorrência da cisticercose na população. Esse trabalho complementa e sensibiliza 
sobre a importância de adotarmos hábitos de higiene pessoal e cuidados básicos 
principalmente nos ambientes domiciliares ao preparar os alimentos a serem 
ingeridos e na qualidade da água consumida. (Figura 11) 
 
Água Água e sabão Água e Cloro
Entrevistados 48 17 12
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
P
o
rc
e
n
ta
ge
m
 (
%
) 
32 
 
 
Figura 11 – Avaliação sobre o grau de conhecimento das doenças teníase e cisticercose. 
 
 Neste trabalho foi analisado o conhecimento dos voluntários no que se refere ao 
fato de duas doenças serem causadas pelo mesmo agente etiológico (Figura 12) e 
46% dos entrevistados responderam que tinham esse conhecimento, enquanto os 
outros 54% responderam que não. Estes resultados indicam que mais da metade da 
população avaliada desconhece a importância desta informação. 
 
 
 
 
Figura 12 – Avaliação quanto ao agente causador da doença. 
 
 
 No que diz respeito às formas de transmissão da teníase (Figura 13), foi 
proposta uma questão com cinco alternativas, dentre as quais foi possível notar que 
grande parte da população estudada fica confusa quanto às diferenças de contrair 
Teníase Cisticercose
Entrevistados 85 61
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
P
o
rc
e
n
ta
ge
m
 (
%
) 
Sim Não
Entrevistados 46 54
0
1020
30
40
50
60
70
80
90
100
P
o
rc
e
n
ta
ge
m
 (
%
) 
33 
 
as duas doenças. Os seguintes resultados foram obtidos: 20% das pessoas 
disseram ser através do compartilhamento de talheres e roupas íntimas, 43% 
acreditam ser por meio da ingestão acidental de ovos do parasita presente nos 
alimentos ou água contaminados, 32% afirmam ser por meio da ingestão acidental 
das larvas do mesmo presente na carne crua ou malcozida e, 5% disseram ser 
através de relações sexuais. Percebe-se com os valores atingidos, o quão leiga a 
população estudada se encontra com relação às formas de transmissão dessa 
parasitose. 
 
 
 
Figura 13: Avaliação do conhecimento da população quanto à forma transmissão da teníase. 
 
 
 A figura 14 mostra o conhecimento da população à respeito das formas de 
transmissão da cisticercose. Foi observado que 24% dos entrevistados acreditam 
que a cisticercose é adquirida por meio do compartilhamento de talheres e roupas 
intimas, 35% responderam ser por meio da ingestão acidental de ovos do parasita 
em água e/ou alimentos contaminados ou ainda por refluxo, 36% disseram ser pela 
ingestão das larvas do verme em carnes cru-malcozida e 5% das pessoas afirmaram 
ser através de relações sexuais. Estes resultados sugerem que a maioria da 
população confunde a forma de transmissão da teníase com a cisticercose. 
 Ao comparar os resultados obtidos na questão 11 da entrevista, que se trata das 
formas de adquirir a teníase com a questão 12, relacionados ao presente gráfico, 
podemos notar que a grande maioria dos inquiridos teve dificuldade em diferenciar 
Talheres e
Roupas
Intímas
Ovos parasitas
na água
Larvas em
carne crua
Relações
sexuais
Entrevistados 20 43 32 5
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
P
o
rc
e
n
ta
ge
m
 (
%
) 
34 
 
não somente as maneiras de se adquirir ambas as infecções como também, em 
diferenciá-las entre si. 
 
 
Figura 14: Avaliação do conhecimento da população quanto à transmissão da cisticercose 
 
 
 Com relação ao conhecimento da sintomatologia da cisticercose (Figura 15), 
37% dos entrevistados alegaram saber identificá-los e 63% não reconhecem os 
sintomas da doença. Sequencialmente a essa questão, perguntou-se aos 
entrevistados se os mesmos já tiveram ou conheciam quem tenha sido acometido 
pela doença. 13% confirmaram histórico da doença e 2 indivíduos, relataram ter 
passado por cirurgia para a extirpação das larvas do parasita. 87% acreditam não ter 
entrado em contato com o verme, 34% revelaram conhecer algumas pessoas que já 
sofreram ou sofrem com a enfermidade e 66% disseram não estar familiarizados 
com a doença. 
 
 
 
 
Talheres e
Roupas
Intímas
Ovos
parasitas na
água
Larvas em
carne crua
Relações
sexuais
Entrevistados 24 35 36 5
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
P
o
rc
e
n
ta
ge
m
 (
%
) 
35 
 
 
Figura 15 – Avaliação do conhecimento da população quanto aos sintomas da cisticercose. 
 
 
 
Neste trabalho também foi considerado à respeito das consequências graves 
que a cisticercose pode acarretar (Figura 16), a pergunta foi realizada para saber se 
o entrevistado tinha ciência de que a referida parasitose pode, em alguns casos 
causar a morte. 58% revelou conhecer esses dados e 42% desconheciam sobre 
esta informação. 
 
 
 
 
 
Figura 16 – Avaliação quanto a gravidade da doença cisticercose. 
Sim Não Já teve Conhece quem teve
Entrevistados 37 63 13 34
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Entrevistados
Sim Não
Entrevistados 58 42
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
P
o
rc
e
n
ta
ge
m
 (
%
) 
36 
 
 No tocante à necessidade do repasse de informações sobre a parasitose, a 
resposta foi unânime. Todos os 100 entrevistados reconhecem a importância de 
aprimorar seus conhecimentos quanto ao ciclo, transmissão e prevenção da doença. 
 Referente às vias de comunicação para que essas informações cheguem a 
todos (Figura 17), 12% relataram se inteirar do assunto por meio de jornais e 
revistas, 40% através das redes sociais, 1% pela TV e rádio e 47% disseram ter tido 
essas informações somente na escola. 
 
 
 
 
Figura 17 – Avaliação quanto aos meios de comunicação de onde obtiveram informações a respeito 
das parasitoses 
 
 
 Em relação ao uso de antiparasitários pela população avaliada foi possível 
observar que 27 % dos participantes fazem o uso de antiparasitários uma vez ao 
ano, 23 % fazem o uso a cada seis meses, 26% fazem uso sempre que consideram 
necessário, 11% somente com orientação médica após exame parasitológico e 13 % 
ao apresentarem sintomas como dores de barriga, fezes alternadas entre moles e 
duras, cansaço e às vezes aumento do volume da barriga. (Figura18). Estes 
resultados indicam que grande parte da população estudada não considera 
necessário o comparecimento ao consultório médico para a correta instrução e 
Sim Não
Jornais
e
revistas
Redes
sociais
TV e
rádio
Escola
Entrevistados 100 12 40 1 47
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
P
o
rc
e
n
ta
ge
m
 (
%
) 
Entrevistados
37 
 
posterior administração de antiparasitários, o que pode acarretar no 
desenvolvimento de resistência do parasita aos medicamentos utilizados. 
 
 
 
Figura 18 – Avaliação quanto ao consumo de antiparasitários. 
 
 
 Com relação aos critérios escolhidos para fazer uso de vermífugos (Figura 19), 
foi constatado que 11% das pessoas tomam o cuidado de passarem por consulta 
médica antes de fazerem uso dos antiparasitários, 21% relataram procurar 
informações quanto à necessidade ou não do uso com seus farmacêuticos de 
confiança, 37% disseram fazer uso do mesmo medicamento indicado por amigos e, 
31% alegaram seguir os conselhos de seus familiares. Estes resultados indicam que 
o hábito de fazer uso de antiparasitários tornou-se algo rotineiro, ao menos entre os 
89% indivíduos entrevistados. Fato este preocupante no que diz respeito aos efeitos 
e imprevistos indesejados, pois o medicamento administrado erroneamente e com 
frequência pode além de não curar, piorar a saúde do indivíduo. 
 
 
 
 
 
 
Uma vez ao
ano
A cada 6
meses
Sempre que
necessário
Somente
após
consulta
Quando
surgem
sintomas
Entrevistados 27 23 26 11 13
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
P
o
rc
e
n
ta
ge
m
 (
%
) 
38 
 
 
Figura 19 – Avaliação quanto à indicação para o uso de antiparasitários. 
 
 
 A cisticercose é a doença com os maiores índices de frequência sobre o 
sistema nervoso central, além disso, é considerada a mais grave das infecções 
parasitárias do sistema nervoso humano e acomete grande número de pessoas 
produzindo algumas vezes grave sintomatologia. Neste estudo, 76% da população 
entrevistada afirmaram nunca terem sido informados da existência de duas doenças 
causadas por um mesmo parasito, 17% acreditam que essa informação até existe, 
mas, que poderia receber melhor atenção dos órgãos públicos e 7% respondeu ser 
excelente a veiculação de maiores informações relacionado às verminoses em 
nossa cidade (Figura 20). Diante desta situação, considera-se importante a 
implantação de medidas efetivas para o controle da enfermidade, principalmente no 
que se refere à educação da população sobre seus aspectos epidemiológicos e 
métodosde prevenção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Médico Farmacêutico Amigos Família
Entrevistados 11 21 37 31
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
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o
rc
e
n
ta
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m
 (
%
) 
39 
 
 
Figura 20 – Avaliação quanto à qualidade de informações obtidas pela população. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nunca ouviu falar
Poderia ser
melhor
É excelente
Entrevistados 76 17 7
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
P
o
rc
e
n
ta
ge
m
 (
%
) 
40 
 
 
7 DISCUSSÃO 
 
As infecções por parasitas são fortemente associadas às más condições 
socioeconômicas que surgem como um grave problema de saúde pública nos 
países em desenvolvimento devido à falta de políticas de educação sanitária. A alta 
prevalência das enteroparasitoses entre as populações que apresentam baixo nível 
socioeconômico e cultural esta relacionada à higiene, a educação, ao padrão de vida 
e ao saneamento básico, podendo somar a estes a pobreza, o analfabetismo, a 
fome e a injustiça social16. 
 Na pesquisa realizada sobre a renda dos participantes, por exemplo, encontrou-
se um total de 17% que sobrevivem com um salário e outro resultado de 18% que 
alegaram receber mais de 5 salários que, segundo dados do IBGE corresponde hoje 
a um valor de R$ 954.0017. 
 A respeito das variáveis consideradas como fatores de risco para a manutenção 
da cisticercose, é possível deduzir que grande parte dos voluntários investigados 
nesta pesquisa, principalmente os moradores dos bairros mais humildes onde as 
residências são localizadas próximas a córregos, matas, hortas particulares, está 
inserida no contexto que favorece não somente a manutenção, como também a 
propagação da referida parasitose. 
 Nessa mesma perspectiva, o presente trabalho pôde promover a reflexão dos 
participantes quanto ao ciclo, formas de transmissão e medidas de prevenção 
quanto ao patógeno. Pois o que se observou no momento do preenchimento do 
questionário foi que, além de haver desconhecimento sobre a prevalência da 
neurocisticercose pelos 47% com ensino fundamental, 32% com ensino médio e 
21% com ensino superior, há também considerável falta de informações sobre a 
enfermidade tanto para o público periférico quanto para o público melhor 
estabilizado. 
 A Organização Panamericana da Saúde (OPAS) considera a inexistência da 
notificação da cisticercose na América Latina um obstáculo para o bom 
planejamento de estratégias de prevenção18. 
 Neste trabalho levou-se em conta a faixa etária dos voluntários que 
responderam o questionário, que foi a partir dos 18 anos completos, não 
abrangendo então participantes em idades escolares em nenhum dos bairros 
41 
 
visitados, tratando-se de 3 bairros da zona norte e 3 bairros da zona sul de Ribeirão 
Preto. 
 Quanto ao consumo das carnes suíno-bovina foi observado que entre os 60% 
dos consumidores, 48,9% divididos entre os que afirmaram consumi-la mal 
passada/ao ponto, não consideram antes do consumo duas importantes questões: o 
tempo de cozimento adequado e a origem do alimento. Fato relevante mediante as 
informações passadas quanto á churrascos consistentes de boi no rolete, porco no 
rolete e que, segundo as informações relatadas, a carne caipira é mais saborosa. 
 Pôde se notar também total equivoco sobre o tema entre 67,5% dos 40 
entrevistados que responderam não consumir a carne suína com o intuito de evitar 
adquirir o parasita. Percebe-se aqui uma vez mais total necessidade em divulgar 
melhor informações sobre as formas de transmissão e prevenção das 
enteroparasitoses em razão da total falta de entendimento sobre o tema. 
 Sequencialmente a esse assunto, a pesquisa não demonstrou qualquer relação 
com o grau de escolaridade e/ou idade dos participantes sobre essa questão. Pois 
ao serem questionados, conclui-se que mais da metade dos entrevistados, 54% 
divididos entre indivíduos com ensino fundamental, ensino médio e ensino superior 
com idades entre 18 e 87 anos, revelaram de semelhante maneira desconhecimento 
e confusão quanto às informações pertinentes a parasitose. 
 Quanto aos hábitos alimentares destes 40 indivíduos, levou-se em consideração 
a possibilidade de algumas respostas oferecidas pelos sujeitos investigados não 
terem sido sinceras, pois, foi constatado que alguns desses participantes ficaram 
envergonhados de dizer que consumiam o alimento pelo fato de associarem a 
ingestão desse tipo de carne ao desenvolvimento da neurocisticercose, por eles 
denominada de “bichinho na cabeça”. 
 Desta forma, para a redução do risco de infecção é necessário intensificar a 
inspeção dos abatedouros de carne, assim como o desenvolvimento da 
infraestrutura sanitária e educação da população19. 
 No que se refere à higienização das mãos, a proporção de respostas afirmativas 
teve um bom prognóstico, 82%, porém ainda assim, nos deparamos com 
preocupantes 18% entre pessoas que responderam esquecer-se da lavagem ou 
simplesmente, não encararem a necessidade e seriedade do ato como sendo 
obrigatório. Um trabalho pertinente ao tema foi realizado nos EUA, pela Sociedade 
42 
 
Americana de Microbiologia, o mesmo divulgou os resultados de um estudo que 
avaliou o comportamento de 6 mil pessoas. Câmeras foram instaladas na área dos 
lavatórios em banheiros públicos e as imagens revelaram hábitos de homens e 
mulheres que não escolheram escalas sociais... Um terço dos homens e 12% das 
mulheres não lavaram as mãos após o uso do sanitário. Informação que constatou 
que nem sempre as informações alegadas são reais20. Considerando os resultados 
obtidos pela presente pesquisa e pelo semelhante trabalho citado, torna-se 
impossível saber se as informações passadas pelos 82% são realmente verídicas, 
ou se entre os mesmos houve inverdades. 
 A informação do controle e possível erradicação desta doença são baseadas 
principalmente na educação sanitária e bons hábitos de higiene. Assim, este ponto 
surge como um grave problema de saúde pública devido à falta de peso nas 
políticas que realmente promovam uma educação sanitária eficaz. Busca-se, através 
dessas ações, a recomendação e a adoção de medidas que visem à prevenção e 
controle das doenças ou seus agravos21. 
 Quanto ao consumo e manuseio de alimentos crus, notou-se um forte 
desentendimento sobre a relação hortaliças/cisticercose. Percebe-se que a 
população adotou a cisticercose como sendo a doença proveniente do porco, e 
somente do porco. Dos 77% de indivíduos que assumiram a ingestão, os dados 
mostraram-se alarmantes. Somente 15,5% responderam realizar a lavagem correta 
dos mesmos com água clorada enquanto que os outros 84,5%, responderam com 
naturalidade realizá-las somente com água (62,4%), não levando em consideração 
que a mesma possa estar contaminada e estar disseminando a infecção em seus 
alimentos, com água e sabão (22,1%) ou até mesmo, não realizá-la de acordo com o 
tempo disponível para o preparo e consumo do alimento. Segundo a Organização 
Mundial da Saúde, através de uma estimativa pode-se afirmar que mais de 350 mil 
pessoas em todo o mundo morreram em decorrência da ingestão de alimento 
contaminado no ano de 2010, dentre estes, frutas, verduras e legumes22. 
 Por ser de total importância que a população entenda a real gravidade desta 
infecção, instruções como higienizar não somente as mãos como também, 
superfícies da cozinha, utensílios de uso frequente, separar os alimentos prontos 
para o consumo dos ainda crus para não havercontaminação cruzada (até mesmo 
na geladeira), dar atenção ao estado de conservação das embalagens, lavar 
43 
 
verduras e legumes com água e cloro, quanto à carne atentar para a origem do 
alimento, mantê-lo congelado, e depois comer foram algumas das instruções 
transmitidas no ato da aplicação do questionário diante ás perguntas dos 
entrevistados. 
 Relacionado ao conhecimento da população quanto ao complexo teníase-
cisticercose, foi questionado aos 100 participantes se eles sabiam do que se 
tratavam os termos, ao que 54% respondeu não estarem familiarizados com a 
doença, apesar disso não foi verificada correlação entre essa variável e casos na 
população. Sendo encontrados neste estudo apenas 13% com histórico de 
cisticercose, e 4% que afirmam terem tido convulsões, porém desconhecem o 
motivo, pois realizam seus exames de acordo com pedidos médicos, mas nada é 
encontrado. Diante desse cenário, o presente trabalho realizou um diagnóstico da 
situação sobre o conhecimento que a população detém relacionado á doença e suas 
várias complicações, avaliando o perfil dos consumidores com questões que 
abrangeram as características do hábito de consumo e de alguns fatores de risco 
para a ocorrência da infecção em humanos. 
 No que se trata de transmissão do complexo, observou-se que uma das causas 
desta total falta de informação sobre a enfermidade deve-se aos poucos ou 
inexistentes trabalhos que deveriam ser realizados pelos órgãos responsáveis da 
manutenção da saúde pública. Constataram-se 68% de indivíduos que afirmaram 
que o mesmo ocorra através de talheres (20%), ingestão de ovos do parasita (43%) 
e relações sexuais (5%), abrangendo o percentual mínimo de 32% de acertos 
quanto à questão. Com respeito à cisticercose, o grau de entendimento foi 
baixíssimo semelhantemente a teníase, sendo encontrados 65% de indivíduos que 
acreditam que a transmissão da verminose ocorra por meio de talheres (24), 
ingestão do verme adulto (36%) e relações sexuais (5%), restando somente 35% 
detentores da informação correta. Porém, mesmo dentre estes 32% para a teníase e 
pelos 35% para a cisticercose, verificou-se a indecisão no momento da resposta, o 
que nos leva a descartar 100% de certeza no resultado dessas afirmativas. O que 
pôde ser observado é que no geral, salvo algumas exceções, as pessoas realmente 
desconhecem formas de transmissão, sintomas, ciclo biológico, o próprio agente e 
sua capacidade de causar duas doenças, as graves complicações a respeito dessa 
doença, etc. Estes resultados comprovam a importância da pesquisa no município e 
questiona o porquê de Ribeirão Preto, mesmo sendo uma cidade dotada de alto 
44 
 
nível de urbanização e de saneamento ambiental, mostrar-se tão desfalcada com 
relação a maiores informações para seus habitantes sobre as parasitoses em geral, 
como por exemplo, a cisticercose. Estudos deste tipo são importantes porque visam 
preservar a saúde pública por detectar os potenciais riscos e assim ser possível a 
adoção de medidas preventivas entre a população. 
 A administração inadequada de medicamentos é um grave problema de saúde 
pública prevalente no mundo todo23. Com relação à indicação para o uso de 
antiparasitários e a administração dos mesmos por vezes indiscriminados, chegou-
se a conclusão de que 68% dos ribeirão-pretanos entrevistados costumam utilizá-los 
por conta própria, induzidos por amigos (37%), familiares (31%) e alguns por 
farmacêuticos (21%), adquirindo-os em farmácias comerciais. Apenas um ínfimo 
relato de 11% alegou não consumi-los sem instrução ou indicação médica. Não 
fosse o bastante, a situação mostra-se pior com relação à frequência com que estas 
pessoas fazem o uso da medicação. Dos 89%, 29,2% alegam a automedicação 
sempre que consideram necessário, outros 14,6% deste total de 89% afirmaram 
fazer uso em toda situação que apresentam sintomas pertinentes á verminoses. 
 Em razão da evidente falta de entendimento sobre a questão levantada, nota-se 
que a ausência do conhecimento sobre o tema proposto é ainda maior do que o 
esperado. Os participantes foram alertados quanto aos potenciais riscos destes 
hábitos inadequados causarem o aumento da resistência dos parasitos a essas 
drogas causando consequentemente, sua ineficiência diante uma real necessidade. 
 De acordo com a questão proposta sobre a qualidade de informações sobre as 
verminoses no município, os dados obtidos permitiram observar o real motivo de a 
cisticercose ser considerada hoje a mais grave das infecções parasitárias do sistema 
nervoso humano. Intrigantemente constatamos em 100 voluntários entrevistados, 
76% de pessoas quase que totalmente leigas no que se referiu á cisticercose. Foi 
possível verificar que a maioria dos entrevistados detém leve informação sobre a 
teníase, mas no que se trata da cisticercose, não houve ao menos 1% que tenha 
respondido corretamente todo o questionário. Boa parte soube identificar o ciclo, 
formas de transmissão, prevenção, mas, no universo geral do trabalho, o 
conhecimento correto quanto às características únicas da cisticercose não foi em 
momento algum evidenciado. 
 No decorrer da pesquisa foi possível associar a ausência de um levantamento 
adequado e a insuficiência de dados à população como sendo fatores cruciais de 
45 
 
favorecimento ao descontrole na incidência da parasitose. Pois, foi claramente 
possível notar que os indivíduos entrevistados são inteiramente carentes de 
instruções no que se refere à cisticercose. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
46 
 
8 CONCLUSÃO 
 
Através da execução deste trabalho foi possível chegar às seguintes conclusões: 
- Notou-se que o conceito errôneo de que a cisticercose é transmitida ao homem 
somente pelo consumo de carne suína contaminada, deve-se à falta de 
conhecimento e de esclarecimento sobre o ciclo de vida deste parasita e também 
sobre as formas de contaminação da doença. 
- Que escolaridade e idade não interferiram no desconhecimento sobre a parasitose, 
pois tanto os mais jovens, que saíram a pouco tempo do ano letivo, quanto aqueles 
que já terminaram a mais tempo demostraram a mesma falta de noção sobre o 
tema. 
- Sobre a higienização das mãos, não foi possível chegar a um resultado confiável 
em razão de algumas pessoas terem sido sinceras ao dizer que não consideram o 
ato importante e a possibilidade de outras terem faltado com a verdade. 
- A respeito do consumo de alimentos crus, notou-se que a maioria dos indivíduos 
não relaciona seu manuseio e lavagem incorreta à doença. 
- Sobre o próprio agente e sua característica peculiar em causar duas doenças 
diferentes, formas de transmissão, sintomas e prevenção da doença, comprovou-se 
evidente carência nos 100 indivíduos entrevistados. 
- Observou-se que as regiões escolhidas para a prática da investigação carecem de 
medidas efetivas para o controle da enfermidade, principalmente no tocante à 
educação da população sobre a importância da doença, seus aspectos 
epidemiológicos e métodos de prevenção. 
 No decorrer do trabalho foi possível associar a ausência de um levantamento 
adequado e a insuficiência de dados à população como sendo fatores de 
favorecimento ao descontrole na incidência da parasitose. 
 Os resultados obtidos durante as 21 questões propostas sugerem que, a 
qualidade de informações sobre as verminoses em geral na cidade de Ribeirão 
Preto, é falha e requer maior atenção dos órgãos competentes. 
 
 
 
 
 
47 
 
REFERÊNCIAS 
 
1. Silva, CLSP. 2003;p.55 -59. Complexo teníase-cisticercose no contexto da saúde 
pública, sob inspeção federal e avaliação da prova de evaginação em 
metacestoides. 
 
2. Brites AD. 23/04/2009 Tênia: Vermes do grupo dos platelmintos. 
 
3. Pinheiro, P. 23 Outubro 2017 Teníase e cisticercose. Ciclo, sintomas e tratamento 
 
4. Revista do Sistema Único de Saúde no Brasil Volume 17 – Nº 3 – Jul./Set.2008. 
Epidemiologia e Serviços de Saúde 
 
5. Segantim, A; Melo SR. Arq. Ciência Saúde Unipar Umuarama 9(3), set./dez.2005. 
Prevalência da Neurocisticercose na Região de Cianorte – PR no período de 1998 a 
2003 
 
6. Ferreira MM; Revoredo T.B; Ragazzi J.P; Soares VE; Ferraldo AS; Lopes WDZ & 
Mendonça RP 2014. Pesq. Vet. Bras. 34(12): 1181-1185. Prevalência, distribuição 
espacial e fatores de risco para cisticercose bovina no estado de São Paulo. 
 
7. Pfuetzenreitr, MR 1997. Aspectos socioculturais e econômicos de pacientes com 
diagnóstico preliminar de cisticercose cerebral em Lages, Santa Catarina, Brasil. 
 
8. Brotto, W. Arq. Neuro-Psiquiatr. Vol. 5 nº. 3 São Paulo Jul./Set. 1947 Aspectos 
Neurológicos da Cisticercose. 
 
9. Pfuetzenreitr MR; Pires FDA. Ciência Rural, Santa Maria, v. 30, n. 3, p. 541-548, 
2000 Epidemiologia da teníase/cisticercose por Taenia solium e Taenia saginata. 
 
10. Gobbi, H; Adad, SJ; Neves, RR; Almeida, HO Rev. Pat. Trop. 9 (l - 2), Jan./Jun 
1980. Ocorrência de Cisticercose em pacientes necropsiados em Uberaba, MG 
 
11. Arq. Neuropsiquiatria 1998; 56(3-B): 577-584 Contribuição da necropsia na 
consolidação da notificação compulsória em Ribeirão Preto-SP. 
 
12. Redação Minuto Saudável, 29/06/2017 O que é Cisticercose: causa sintomas e 
mais 
 
13. Martinelli, CE. Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto. Implantação do Roteiro de 
Notificação Compulsória dos casos de Neurocisticercose. Ato número 397. 
 
14. Marques, F. Ed. 111/ Maio 2005. Parasita dissimulado. A neurocisticercose, 
doença escamoteada pelo descaso e a dificuldade de diagnóstico, começa a mostrar 
sua real dimensão. 
 
48 
 
15. Takayanagui OM; Castro e Silva AA; Santiago. RC; Odashima NS; Terra VC; 
Takayanagui AMM. Notificação Compulsória da Cisticercose em Ribeirão Preto-SP. 
 
16. Ferreira, PS. Complexo teníase-cisticercose na zona rural do município de 
Matias Barbosa – Minas Gerais. 2011. 
 
17. IBGE. 03 set. 2013 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Estatística, 
População, Censo 2010. 
 
18. Vers. 3.0 Washington: OPS/OMS, 1994 Organización Panamericana de La 
Salud. Epidemiologia y control de la teniasis/cisticercosis en America Latina. 
 
19. Parasitologia Veterinária 106 (1): 45-54. Jun/2002 Inquérito epidemiológico da 
cisticercose suína em duas comunidades rurais do Oeste dos Camarões 
20. Torrico, R. 26 maio 2012 Comportamento Não lavar as mãos. 
21. Lei nº 8.080, 19 de setembro de 1990 Conselhos Nacional de Saúde 
 
22. Dias, MBGS. Hosp. Sírio Libanês Frutas e Legumes sem sanitização e carne mal 
passada podem transmitir doenças graves 
 
23. Rev. Saúde Pública vol.51 supl.2 São Paulo 2017 Epub Nov 13, 2017 
Polifarmácia: uma realidade na atenção primária do Sistema Único de Saúde 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
49 
 
APENDICE A 
 
TESTE DE AVALIAÇÃO DOS CONHECIMENTOS DA POPULAÇÃO SOBRE A 
CISTICERCOSE NO SISTEMA NERVOSO CENTRAL 
 
Questionário: 
 
Idade: ______ anos 
Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino 
 
Renda salarial: 
( ) Até 1 salário mínimo ( ) 1 a 2 salários mínimos 
( ) 2 a 3 salários mínimos ( ) Mais de 5 salários mínimos 
 
Escolaridade: 
( ) Ensino fundamental completo ( ) Ensino fundamental incompleto 
( ) Ensino médio completo ( ) Ensino médio incompleto 
( ) Ensino superior completo ( ) Ensino superior incompleto 
 
1. Você mora em casa própria ou alugada? 
(A) Própria. 
(B) Alugada. 
 
2. Dos itens abaixo, quais e quantos você possui em sua residência? 
Computador/Notebook ( )1 ( )2 ( )3 ou mais 
Refrigerador ( )1 ( )2 ( )3 ou mais 
Televisor ( )1 ( )2 ( )3 ou mais 
Automóvel ( )1 ( )2 ( )3 ou mais 
 
 
3. Sua família tem o hábito de se alimentar de carne suína? 
(A) Sim. 
(B) Não. 
 
50 
 
 
 
4. Você prefere a carne bem passada, mal passada ou ao ponto? 
(A) Bem passada. Ou seja, tostada por fora, rígida ao toque e de coloração marrom 
em seu interior. 
(B) Mal passada. Ou seja, carne selada. Tostada por fora apresentando em seu 
interior aspecto avermelhado e com presença de sangue. 
(C) Ao ponto. Ou seja, bordas bem tostadas, faixa levemente rosada no centro do 
corte e apresenta maciez ao toque. 
 
5. Para você, o hábito de lavar as mãos após o uso do sanitário, antes de manusear 
e de consumir qualquer alimento é algo: 
(A) Natural. 
(B) Faz, mas ás vezes se esquece. 
(C) Não considera necessário. 
 
6. Você e sua família tem costume de comer alimentos crus (frutas, verduras e 
legumes)? 
Sim. 
Não. 
 
7. Quais cuidados você e sua família adotam antes do consumo de alimentos crus? 
(A) Lavar somente com água. 
(B) Lavar com água e sabão. 
(C) Lavar com água e cloro 
(D) Outro. Qual?________________ 
 
8. Você sabe o que é teníase ou doença causada por solitária? 
(A) Sim. 
(B) Não. 
 
9. Você sabe o que é cisticercose? 
(A) Sim. 
(B) Não. 
51 
 
 
10. Você sabia que essas doenças são causadas pelo mesmo agente, porém, são 
doenças diferentes? 
(A) Sim. 
(B) Não. 
 
11. De acordo com os seus conhecimentos, por quais destas formas uma pessoa 
pode adquirir a teníase? 
(A) Compartilhando talheres e roupas íntimas. 
(B) Ingerindo os ovos do parasita em alimentos ou água contaminados. 
(C) Ingerindo as larvas do parasita através de carne crua/mal cozido. 
(D) Por manter relações sexuais desprotegidas com parceiro que tenha a doença. 
(E) Todas as alternativas estão corretas. 
 
12. De acordo com seus conhecimentos, por quais destas formas uma pessoa pode 
adquirir a cisticercose? 
(A) Ingerindo os ovos do parasita em alimentos ou água contaminados, ou por 
refluxo ou por não lavar corretamente as mãos após uso do vaso sanitário. 
(B) Ingerindo as larvas do parasita através de carne crua/mal cozido 
(C) Por manter relações sexuais desprotegidas com parceiro que tenha a doença. 
(D) Compartilhando talheres e roupas íntimas. 
(E) Todas alternativas estão corretas 
 
13. Você sabia que alguns dos sintomas da cisticercose são dores de cabeça, dores 
abdominais, confusão mental e crises convulsivas? 
(A) Sim. 
(B) Não. 
 
14. Você já teve ou conhece alguém que já tenha tido cisticercose? 
(A) Sim. 
(B) Não. 
 
 
 
52 
 
15. Você sabia que a cisticercose pode afetar vários órgãos e causar desde 
cegueira, sequelas e até o óbito? 
(A) Sim. 
(B) Não. 
 
16. Considera importante saber mais sobre as doenças causadas por esses 
parasitas? 
(A) Sim. 
(B) Não. 
 
17. Por qual via de comunicação você obtém conhecimento sobre as parasitoses? 
(A) Jornais e Revistas. 
(B) Redes sociais. 
(C) Televisão e rádio. 
(D) Escola. 
(E) Outros meios. Qual? ______________ 
 
18. Você tem o hábito de tomar antiparasitários? 
(A) Sim 
(B) Não 
 
19. Se sua resposta foi sim para a questão anterior, com que frequência faz uso dos 
antiparasitários? 
(A) Uma vez ao ano. 
(B) A cada 6 meses 
(C) Sempre que considera necessário. 
(D) Somente com orientação médica após exame parasitológico. 
(E) Ao apresentar sintomas como: dores de barriga, fezes alternadas em moles e 
duras, cansaço e ás vezes, aumento do volume

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