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Hematopoiese, eritrograma leucograma

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HEMATOPOIESE E CÉLULAS DO SANGUE 
Composição do sangue 
O sangue é um tecido formado por três tipos de células que compõem os elementos figurados: 
 eritrócitos ou hemácias; 
 leucócitos (células brancas); 
-granulocitos ou polimorfonucleares (neutrófilos, eosinófilos, basófilos); 
-agranulocitos ou mononucleares (linfócitos e monócitos). 
 plaquetas: fragmentos de citoplasma dos megacariócitos (células grandes presentes na medula óssea) e apresentam vesículas 
cheias de substâncias vasoativas que atuam no aumento da inflamação possibilitando o recrutamento de células de defesa para o 
local. 
 Meio intercelular, o plasma, que por sua vez é composto de 91,5% de água, 7,5% de sólidos orgânicos (proteínas - albumina, 
globulinas, fibrinogênio e demais fatores de coagulação que respondem por 7%; os 0,5% restantes são um conjunto de 
substâncias nitrogenadas (ureia, cratinina), gorduras neutras, colesterol, fosfolipídeos, glicose, enzimas, vitaminas e hormônios. A 
parte restante compõe-se de sólidos inorgânicos, os minerais como Na, K, Mg, Cu, e HCO3 (bicarbonato). 
 
A partir da análise sanguínea é possível ter uma dimensão do funcionamento de vários órgãos. As enzimas presentes no sangue 
normalmente nos indicam a estrutura de um órgão, pois elas são produzidas no interior das células. E o que é excretado reflete a 
função do órgão. Insuficiência  tem relação com a função/ lesão  tem relação com a estrutura. 
Portanto, o hemograma é o exame de triagem mais comum e 
necessário por fornecer uma visão global da situação do paciente. 
Funções do Sangue 
Transporte: oxigênio, nutrientes, minerais e hormônios 
Remoção de resíduos 
Controle da temperatura 
Equilíbrio osmótico 
Manutenção do pH 
Defesa do organismo 
 
Volume sanguíneo 
O sangue é responsável por cerca de 7,5% do peso de um animal. Esse valor mantém-se estável, pela passagem de líquidos 
intersticiais para o meio vascular e vice e versa. Mas, alguns fatores, como a ingestão de líquidos, a produção de água metabólica 
e perda de água corporal podem determinar variações neste percentual. 
*Soro é o plasma sem o fibrinogênio (que se converte em fibrina responsável pela consolidação do trombo plaquetário). Como 
para se obter o soro é necessário que o sangue seja coagulado, consequentemente, o fibrinogênio presente será utilizado para 
formação do coagulo, ficando o soro sem a presença do fibrinogênio. 
Sistema hematopoiético 
As células do sangue possuem natureza temporária, portanto, para que se mantenha uma quantidade estável destas na 
circulação, é necessária a existência de um conjunto de órgãos e tecidos chamados de sistema hematopoiético/lítico, que tem a 
função de produzir e destruir glóbulosdo sangue e plaquetas, de modo a manter a população sempre constante. 
Medula óssea 
É o tecido existente no interior das cavidades ósseas, podendo ser divido em dois meios, o intravascular e o extravascular, sendo 
que neste último são produzidos os glóbulos brancos, vermelhos e plaquetas a partir das stem cells (a célula progenitora, que irá 
se reproduzir, proliferar, diferenciar e maturar). Uma stem cell liberada imatura na circulação não será funcional. Essa célula 
progenitora é totipotente1. 
 
1 Algumas células podem diferenciar-se em quaisquer uns dos tipos celulares existentes no organismo, são chamadas de células-tronco 
totipotentes e podem formar qualquer célula imaginável, incluindo tecidos extraembrionários, como é o caso da placenta. Entretanto, nem 
todas as células são totipotentes, sendo essa característica exclusiva do zigoto e das células formadas até a fase de mórula.Existem ainda 
A medula óssea é compartimentalizada em trabéculas e ilhas hematopoiéticas (estão próximas aos vasos, de onde são liberadas 
as células sanguíneas para a circulação). As células sanguíneas maduras são menores que as células jovens. Quanto mais 
próximas da linha hematopoiética, mais jovens são as células e vice-versa. 
Sistema monocítico fagocitário (SMF) 
É um conjunto de células com poder fagocitário que destrói os eritrócitos velhos ou anormais, desmembra a hemoglobina em 
globina e bilirrubina livre e armazena o ferro. O S.M.F. encontra-se espalhado por todo o organismo, mas sua maior concentração 
é nos órgãos linfáticos, principalmente o baço. 
Timo: está presente em animais jovens, é um órgão linfóide que tem a função de reconhecer e amadurecer os linfócitos T 
(produzidos na medula) a partir da apresentação destes aos antígenos. Depois de um tempo o timo regride por perda de sua 
função devido à adaptação imunológica do organismo. Nas aves corresponde a Bursa de Fabricius. 
Baço e linfonodos: são os locais de maior concentração do S.M.F. Mantém a sua capacidade hematopoiética embrionária por 
toda a vida adulta, que pode ser acionada nos casos de anemias regenerativas. O baço é ainda um importante local de reserva de 
eritrócitos (hematopoieseextramedular) e também o local onde ocorre a hemocaterese (destruição de eritrócitos velhos ou 
potencialmente perigosos ao organismo). Compreende o principal local de defesa do organismo contra hemoparasitos 
(anaplasma, erlichia, leptospira, leishmania, babesia). 
Os linfonodos irão apresentar antígenos aos linfocitos B, maturando-os, e estes irão produzir as imunoglobulinas (Ig): 
IgA: previnem invasão de microorganismos e penetração de toxinas nas células epiteliais. É a principal imunoglobulina encontrada 
nas secreções exócrinas. 
IgG: (resposta tardia após 15 dias) – mais abundantes no sangue e espaços extravasculares. É mais importante na resposta 
imune secundária. Participa da opsonização. É transferida via placentária. 
IgE: principal imunoglobulina de reações alérgicas e parasitárias. Menos comum nos tecidos (soro). Ligam-se aos mastócitos. 
IgM: (indica resposta recente) – principal Ig da resposta humoral. Ativa o sistema complemento. Promove aglutinação. 
 
Órgãos adjuvantes da hematopoiese 
Fígado: é o local de reserva de vitamina B12, ácido fólico e ferro, elementos necessários à hematopoiese extramedular e à 
síntese de hemoglobina. É o local predominante de produção de eritropoetina no feto. Nos animais adultos, produz ainda uma 
pequena quantidade desta glicoproteína, exceto no cão. Também mantém sua capacidade embrionária de hematopoiese. Atua na 
detoxificação das hemácias, separando a porção heme da porção globina, e a porção heme separa em ferro e bilirrubina, 
apresentando nesse órgão bilirrubina direta, indireta e conjugada. 
A partir do momento que o saco viteliníco deixa de produzir as células sanguíneas aumenta-se a participação do fígado nessa 
produção. O baço contribui com muito pouco em termo de produção das células até meses antes do nascimento. 
*Os órgãos hematopoiéticos extramedulares atuam quando na necessidade do organismo, como nas situações de trauma ou na 
fase senil. 
Mucosa estomacal: produz ácido clorídrico, que libera o ferro das moléculas complexas e o fator intrínseco, que facilita a 
absorção da vitamina B12. 
Mucosa intestinal: Absorve vitamina B12, folatos (ácido fólico) e ferro e ainda elimina boa parte da bilirrubina. 
Rim: produz eritropoetina e trombopoetina, e elimina uma parte da bilirrubina. Ele detecta a falta de oxigênio e a pressão a 
partir de sensores existentes nos túbulos. Sem rim, não se produz eritropoetina, principal hormônio que estimula a stem cell a 
produzir hemácia. 
Pulmões: podem atuar como órgãos linfóides a depender da idade do indivíduo. 
 
 
células-tronco pluripotentes, que não podem originartecidos extraembrionários e possuem a capacidade apenas de gerar as células dos 
folhetos embrionários (ectoderma, mesoderma e endoderma). 
 
Hematopoiese 
É a renovação, proliferação, diferenciação e maturação celular; formação das células sanguíneas, proliferação e diferenciação 
simultâneas, de células tronco que vão reduzindo sua potencialidade (quanto mais especializada menor a sua capacidade de se 
diferenciar). Pode ser dividida em duas fases, a hematopoiese pré-natal e a hematopoiese pós-natal. 
Os primeiros indícios da hematopoiese são extra-embrionários. São observadas (fase fetal pré-hepática), no saco vitelínico, a 
partir do 19º dia as primeiras ilhas de células eritropoiéticas, juntamente com os primeiros precursores dos leucócitos, assim como, 
no interior dos vasos sanguíneos a formação das primeiras células endoteliais. Logo a seguir vem a fase fetal hepática com a 
hematopoiese hepática, quando a eritropoiese predomina no fígado e a leucopoiese se torna mais evidente. Em seguida vem a 
fase fetal esplênica/ linfática, quando estes acontecimentos têm lugar também no baço e linfonodos. A última fase fetal, que é 
a medular começa aproximadamente na metade da gestação e perdura por toda a vida. 
 
A hematopoiese pós-fetal limita-se exclusivamente a medula óssea e pode ser dividida em três fases: a jovem (medula 
vermelha e ativa), que envolve a medula óssea de todos os ossos, a adulta (medula vermelha e amarela), quando a atividade 
hematopoiética se limita aos ossos chatos e as extremidades dos ossos longos. Nesta fase, as demais medulas ósseas são 
tomadas por tecido adiposo e se tornam amarelas. Porém, em casos de necessidade a medula amarela volta a ser vermelha, ou 
seja, recupera sua atividade hematopoiética, o que pode ocorrer com os demais órgãos que desempenharam funções 
hematopoiéticas na vida pré-natal. Ao longo da idade do indivíduo a medula vai deixando de ser amarela, tornando-se cinzenta até 
“ossificar” na fase senil. 
 
Nas aves e répteis, a hematopoese ocorre na medula óssea e na Bursa de fabricius (aves). Já nos peixes, ocorre no rim e no 
baço, enquanto os cartilaginosos (como o tubarão) a hematopoese ocorre na glândula epigonal. Nos anfíbios, a hematopoese é 
hepática. 
 
*O maior local de armazenamento de gordura (esta produzida pelo fígado) encontra-se na medula óssea, o que a faz diferenciar 
de um vaso ao ser punçada. A gordura atua na proteção da medula, limpeza e preenche os espaços, porém tende a reduzir com o 
passar do tempo dando espaço a células do sangue em uma situação necessária ou poderá ser substituída por osso. 
Faz-se punção de medula óssea na escápula (mas é de difícil acesso), na tuberosidade da cabeça do úmero, na crista ilíaca, no 
osso esterno e na cabeça do fêmur, porém, a melhor região para coleta de medula em grandes animais (equino, ruminantes e 
suínos) é no osso esterno, podendo ser realizada em pequenos animais, mas requer muito cuidado para não perfurar o coração, e 
pode ser também realizada para pequenos na crista ilíaca. 
*A stem cell mesenquimal do tecido gorduroso pode ser utilizada para reconstituição de tendão em equinos. 
 
Formação das células do sangue 
A teoria mais aceita é que exista na medula óssea uma célula pluripotencial indiferenciada, uma célula blástica (grande). Ao se 
dividir, esta célula dá origem a duas células: uma igual a si própria, destinada a manter a população constante e a uma outra 
célula chamada Unidade Formadora de Colônias (UFC). A UFC pode ser uma UFCe (linhagem eritrocítica); uma UFCmg 
(linhagem megacariocítica) ou uma UFCmm, (linhagem mielomonocítica), que por sua vez da origem a duas linhagens, 
amielocítica ou granulocítica e a monocítica. A célula tronco dá origem também a linhagem linfocítica, que originará os linfócitos. 
Após formadas, as UFCs seguem um processo de amadurecimento, com várias divisões, dando origem a um clone de células de 
seu grupo. 
 
Linfóides – os linfócitos T irão para o timo e os linfócitos B, seguem para o linfonodo ou baço. 
Mieloides serão separadas em: 
eritróide (hemácias – necessitam de ferro, eritropoetina e interleucina, assim como vitamina B12 e ácido fólico); 
megacariocítica (plaquetas – necessitam de trompoetina produzida pelo fígado); 
granulocítica (neutrófilos, eosinófilos e basófilos) e; 
monocítica (monócitos). 
 
O fator estimulante para a produção de eritrócitos é a eritropoietina. Este hormônio atua sobre a célula tronco da medula óssea, 
determinando a sua divisão e a produção da UFCe. O amadurecimento da célula tronco e precursora ocorre sob o estímulo de 
grandes concentrações de eritropoietina. As quatro divisões que ocorrem (de rubroblasto até metarubrócito) são mitóticas, e 
acontecem paralelamente com a maturação das células. 
Estes dois processos são caracterizados pelos seguintes eventos: perda dos nucléolos, diminuição do tamanho da célula e do 
núcleo, aumento na condensação da cromatina nuclear, diminuição da basofilia nuclear e aumento na policromasia, seguida então 
de normocromasia e síntese de hemoglobina. Ocorre, por fim, perda da capacidade mitótica. Tanto as divisões como a maturação 
dos eritrócitos ocorrem sob o estímulo de concentrações basais de eritropoietina. 
 
Quando há transporte insuficiente de O2 (hipóxia) para os tecidos, sensores renais localizados no aparelho 
justaglomerular dos rins sinalizam para que haja aumento na secreção de eritropoietina. A eritropoietina possui duas 
origens: é produzida na medula renal tanto na forma de eritropoietina ativa como de pró-eritropoietina, que é ativada por um fator 
sérico no momento da liberação, e nas células de Kupfer (macrófagos encontrados na luz dos capilares hepáticos que atuam 
metabolizando hemácias velhas, digerindo suas hemoglobinas e destruindo bactérias que penetrem pelo sistema venoso do 
fígado - sistema porta), produzem uma molécula precursora, que é ativada por um fator renal para produzir eritropoietina ativa. O 
rim é a única fonte de eritropoietina no cão, ao contrário das outras espécies. 
 
Linhagens das hemácias 
 
 Stem cells  Autorreplicação das stem cels  
Eritroblasto Pró-eritrócito  Eritrócito basofílico (mais 
diferenciado)  Eritrócito policromático (núcleo no meio) 
Eritrócito ortocromático ou metarrubrícito (núcleo em 
posição de saída/ lateralizado)  Reticulócito (célula já sem 
núcleo. Corada em azul devido à grande quantidade de 
ribossomos, que são ácidos)  eritrócito/ glóbulo vermelho/ 
hemácia (célula corada em marrom devido ao fe em H&E, mas 
de coloração vermelha no organismo). 
 
Reticulócito 
 
O metarubrícito não se divide mais, apenas amadurece, perde o núcleo e passa a se chamar reticulócito. A substância basófila 
dessas células é o RNA ribossômico, pode se apresentar em formas de grânulos. Quando corados pelo novo azul de metileno ou 
outro corante vital, esta substância basófila precipita-se em forma de retículos, daí o nome reticulócito, na cor azul. 
 
Essas células não são achadas normalmente na circulação de 
cavalos sadios, pois toda a maturação eritrocitária nesta 
espécie ocorre dentro da medula óssea. Os ruminantes 
demoram em responder a anemia, portanto, é difícil liberar 
reticulócitos na circulação. 
Em suínos sadios são observados cerca de 2% de reticulócitos na 
circulação. Já em cães e gatos normais podem ser encontrados em 
percentuais que variam de 0,5-1,5; sendo que nestes últimos 
animais se apresentam em duas formas: os reticulócitos 
agregados e ponteados e refletem diferenças significativas no 
estádio de maturação e tempo de vida no sangue. 
 
Os reticulócitos agregados (são mais jovens e retrata anemia recente – duram 
12hs na circulação) apresentam a substância basófila de forma lineare se 
maturam em ponteados (mais velhos, retratam uma anemia com mais de 12 
horas, e de 7 a 10 dias transformam-se em eritrócitos), que apresentam apenas 
pequenos pontos de retículo, sem formações lineares. 
 
Uma resposta ativa a anemia apresenta grande quantidade de reticulócitos ponteados e agregados ao mesmo tempo. 
 
 
Reticulócito agregado 
 Resposta dos reticulócitos a anemia 
 
A contagem de reticulócitos pode ser usada na avaliação da 
resposta individual a uma anemia em todos os animais e 
avaliação da terapia usada, com exceção dos equinos. Cerca 
de 20% da hemoglobina contida nos eritrócitos é ainda 
sintetizada nos reticulócitos. 
 
Os reticulócitos são hemácias jovens macrocíticas, de cor 
azulada, que transportam menor quantidade de O2, pois 
apresentam hemoglobina A que é a hemoglobina fetal, 
portanto, não tem a coloração da hemácia. A hemácia adulta 
estará hemoglobinizada, e na cor marrom dada pelo ferro da 
hemoglobina. 
*Existe uma reserva de reticulócitos na medula para na necessidade ser lançada na circulação, uma vez que estes necessitam de 
certo tempo para ser produzido. 
“Toda hemácia policromática (macrocítica, jovem) é um reticulócito, mas nem todo reticulócito é uma hemácia 
policromática. Isso porque depende do amadorecimento, que por sua vez, depende da hemoglobinização. 
**Até a fase de metarrubrícito a maturação deve obrigatoriamente ocorrer na medula óssea. Já os eritrócitos necessariamente não 
são maturados na medula, pode ocorrer na circulação, moderadamente. 
 
Valores de referência de Reticulócitos 
 
 
 
 
 
 
 
*Reticulócitos corrigidos têm relação com o Hematócrito (%). Já os 
reticulócitos absolutos têm relação com o número de hemácias. 
 
Eritrócitos 
 
Os reticulócitos se maturam em eritrócitos ou hemácias, células anucleadas (nos mamíferos, pois reptéis, anfíbios, aves e peixes 
apresentam hemácias nucleadas), flexíveis (possibilita a deformabilidade), bicôncava para facilitar a hematose (sangue arterial e 
venoso não se misturam), e sem inclusões de retículo. Os eritrócitos são as células mais numerosas no sangue (cerca de 5 
milhões por milímetro cúbico), e seu citoplasma é formado por 1/3 de hemoglobina que se localiza em sua maioria na periferia, e 
2/3 de água. 
*Hemácias de gatos são estreladas e são em menor quantidade em relação às demais espécies. 
*Hemácias de cães apresentam um halo central mais evidente que nas demais espécies. 
 
Vida média das hemácias na circulação 
A vida média das hemácias é de 120 dias, sendo que para transfusão, deve-se manter 
por no máximo 45 dias em média. 
 
Sua função é carrear hemoglobina, que por sua vez, transporta O2 dos pulmões para 
os tecidos e CO2 dos tecidos para os pulmões. À medida que a célula envelhece a 
flexibilidade vai diminuindo, não consegue mais atravessar os sinusóides do baço e é 
então fagocitada pelo SMF. 
 
Os eritrócitos são os maiores removedores de ácido lático do organismo. 
 
Quando ocorre morte de eritrócitos ainda no interior da medula, sem chegar à circulação, diz-se que ocorre uma eritropoiese 
ineficaz. A taxa de eritropoiese ineficaz é cerca de 10% na maioria das espécies, mas pode estar aumentada em algumas 
doenças. 
 
Eritropoiese anormal 
 
Na ausência dos fatores apropriados à eritropoiese, como os fatores nutricionais, este processo pode ocorrer de forma anormal, 
sendo lançadas na circulação eritrócitos com teor de hemoglobina incompleto ou células atípicas, deficientes em número ou com 
anormalidades fisiológicas. Na eritropoiese anormal, em alguns casos, pode ser produzido número excessivo de eritrócitos. 
 
Corpúsculo de Howell Jolly: são pedaços de núcleo com DNA na célula vermelha. Eles aparecem 
como um minúsculo ponto roxo. Em indivíduos com baços funcionando normalmente, quaisquer 
células contendo restos nucleares seriam eliminadas da circulação. Em pacientes que não tem baço 
(removido cirurgicamente) ou que não têm um baço funcional (atrofia esplênica de infartos 
recorrentes), Howell Jolly será visto em algumas hemácias. 
 
As hemácias com o corpúsculo não funcionam adequadamente, pois perdem sua flexibilidade. Refere-se a uma resposta a 
anemia decorrente da produção acelerada de hemácias. 
 
**Os felinos apresentam cerca de 2% de Howell Jolly normalmente na circulação, pois o baço dos felinos não é eficiente na 
identificação das hemácias com esse defeito. 
 
Eliptocitose hereditária: ocorre na anemia falsiforme (não ocorre em animais). A hemácia não consegue transportar oxigênio. 
 
Esferocitose: hemácias pequenas (microcíticas), maciças e bem redondas sem o halo central, decorrente da retirada de pedaços, 
logo, não conseguem fazer a troca gasosa. Apresentam a quantidade normal de ferro e hemoglobina, indicando que são hemácias 
maduras que, por reações imunomediadas, acabam sendo modificadas pelo baço e então liberadas novamente na circulação. É 
normal, no baço de equinos. 
 
Leucócitos (glóbulos brancos) Vida média dos leucócitos 
 
Leucócitos compreendem a linha de defesa contra organismos 
estranhos: bactérias, vírus, parasitas e outros antígenos. São produzidos 
na medula óssea e transportados pela corrente sanguínea aos tecidos 
onde realizam suas principais funções. 
Deve-se ter na circulação menos células blásticas e mais das demais. 
O tempo de produção (5 a 7 dias) é importante para a observação do 
efeito dos antibióticos.Os neutrófilos são os leucócitos de primeira 
importância na defesa do organismo. 
*Os linfócitos estão em constante recirculação → vasos → linfonodos e vasos linfáticos → ducto torácico. 
 
 
 
 
 
 
Granulopoese (polimorfonucleares) 
 
Ocorre na medula óssea. Os leucócitos polimorfonucleares levam em 
torno de 5 a 7 dias para ir para circulação. Quando atingem a fase de 
bastonete, param de se dividir e apenas maturam. 
 
*Os eosinófilos e básofilos se diferenciam a partir do mielócito, e os 
neutrófilos a partir do mieloblasto. 
 
Regulação da granulopoese 
Os agentes quimiotáticos (TNF, Interferon, PAF, sistema 
complemento) irão estimular a migração das células de defesa para 
os tecidos lesados. Enquanto que os fatores estimulatórios (GM-CSF, 
G-CSF, M-CSF, IL-1 (normalmente liberadas em processos 
inflamatórios, especialmente na anemia da inflamação), IL-3, IL-4 e 5 
(eosinófilos e basófilos), IL-6) vão estimular o inicio das mitoses 
celulares, diminuem o tempo de maturação e trânsito, além de 
aumenta a mobilização da medula óssea para a liberação das células 
de defesa (leucócitos). 
A liberação do pool de reserva de neutrófilos ocorre dentro de horas. O aumento na produção destes só irá ocorrer entre 
2 e 4 dias, com o aparecimento de novas células na circulação em torno de 5 dias. Por isso, deve-se ter uma reserva, uma 
vez que é demorado o processo de produção e maturação. 
 
-Neutrófilos: pH=7 (grânulos não coram no citoplasma - claro). 
 Atuam na fagocitose de bactérias, também de fungos, leveduras, parasitas e vírus. 
 Atuam nos processos inflamatório e infeccioso. 
 Apresenta citotoxidade celular e enzimas proteolíticas presentes nos seus grânulos, promovendo 
necrose tecidual. 
 Liberam a lactoferrina que realiza o sequestro de ferro na anemia da inflamação. 
 As bactérias gram – estimulam os neutrófilos a liberar mais grânulos. 
 Vão para os tecidos, assim como os monócitos. É a primeira linha de defesa do organismo 
 Permanecem em média 10h na circulação. 
 
Para a sua saída da circulação para os tecidos ocorre: 
Ativação da célula endotelial → Rolamento ao longo da parede dos vasos→ Adesão entre o neutrófilo e a parede dos vasos → 
Diapedese → fagocitose nos tecidos lesados. 
 
Os neutrófilos são as células presentes em maior porcentagem no sangue dos animais. Assim sendo, a maioria das leucocitoses, 
vistas principalmente em cães e gatos, são devido à neutrofilia e da mesma forma, a maioria das leucopenias advindas de 
neutropenias. 
É natural que as alterações neste tipo de leucócito sejam melhor percebidas. Assim sendo, os termos desvio para a esquerda e 
desvio para a direita foram propostos para descrever as alterações no sangue 
na contagem diferencial destas células. Estes desvios são baseados na 
contagem total de leucócitos, na contagem diferencial de neutrófilos e no grau 
de maturação destes. 
Desvio à esquerda: representa a existência de muitas células (granulócitos, 
especialmente neutrófilos) jovens na circulação. Estas células não são 
funcionais, mas podem amadurecer na circulação, no entanto, deve-se 
aguardar o prazo de maturação. 
Desvio à direita: significa que existem muitos granulócitos velhos 
(hipersegmentados – com mais de 5 segmentos). 
 
Destruição da bactéria pelo mecanismo de explosão respiratória 
A fagocitose ocorre por um mecanismo oxigênio dependente, associado ao 
NADPH. Esse processo ocorre quando o neutrófilo não é capaz de debelar 
bactérias gram – com a liberação dos grânulos. Ocorre nesse contexto a liberação de radicais livres (hidroxila e outros). 
 
*Corpúsculo de Barr está presente nos neutrófilos das fêmeas, sequencial ao núcleo segmentado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Distribuição de neutrófilos no organismo 
Pool medular: Proliferação/ maturação e estocagem. 
*O tempo de maturação de neutrófilos ocorre entre 5 e 7 
dias. Estes devem permanecer na medula até que 
sejam necessários. 
*Nos ruminantes a fase de maturação dos neutrófilos é 
maior. 
Pool circulante: na circulação sanguínea 
*Presença de neutrófilos em grande quantidade por 
muito tempo na circulação, significa que o processo 
(inflamatório ou infeccioso) não foi debelado. 
Pool marginal: neutrófilos margeiam a parede dos 
vasos. O felino tem um pool marginal maior do que nas demais espécies, esses neutrófilos são liberados na circulação no 
momento de estresse. 
Pool tecidual: são recrutados para os tecidos que necessitam de maior defesa (intestino, pulmões e trato urinário). 
 
-Basófilos: grânulos são ácidos e se coram com base em roxo pela hematoxilina. 
Presentes em reações alérgicas (hipersensibilidade) e início do processo inflamatórios, liberando 
histamina (vasodilatadora nas alergias), e heparina (anticoagulante). 
Estão em menor quantidade na circulação. Sua diminuição não tem significado clínico. 
A basofilia não é observada normalmente, pois estas células estão presentes em número bastante reduzido na circulação dos 
animais domésticos. Em alguns casos, pode ser observada: nas mesmas ocasiões em que há eosinofilia, quando há lipemia nos 
cães ou ainda em casos de tuberculose. 
 
-Eosinófilos: grânulos são básicos corados em rosa ou laranja pelo ácido eosina. 
Presentes principalmente nas doenças alérgicas, onde há processos inflamatórios com 
hipersensibilização; nas infecções parasitárias (fase tecidual - L3), liberando toxinas protéicas, 
principalmente naqueles em que há lesão profunda de tecido e nas parasitoses intestinais (helmintos - 
IgE), embora nestas com menor intensidade e, nos choques anafiláticos2. 
Apresenta curto período na circulação (30 minutos). 
 
O reaparecimento dos eosinófilos no término da fase aguda da inflamação marca geralmente o início da recuperação do 
organismo. 
Já a eosinopenia ocorre na fase aguda das inflamações, após intenso estresse emocional ou físico, nas endotoxemias e nas 
situações em que há excesso de hormônios corticosteróides circulantes, sejam de origem endógena ou exógena. 
 
2 É uma reação alérgica grave que surge poucos segundos, ou minutos, após estar em contato com uma substância a que se tem alergia, 
como camarão, veneno de abelha ou alguns medicamentos, por exemplo. 
Nestes casos, os sintomas surgem rapidamente e incluem: Dificuldade em respirar com chiado; Coceira e vermelhidão na pele; Inchaço da 
boca, olhos e nariz; Sensação de bola na garganta; Dor abdominal, náuseas e vômitos; Aumento dos batimentos cardíacos; Tonturas e 
sensação de desmaio; Suores intensos; Confusão ou desmaio. 
Devido à gravidade dos sintomas e ao risco aumentado de ficar sem conseguir respirar, é importante iniciar o tratamento o mais rápido possível 
para evitar colocar em risco a vida da vítima. 
Os eosinófilos são ativados pelo sistema complemento, e estão presentes nos pulmões e intestino. Também fagocitam e 
destroem, mas não atuam sobre bactérias. Além disso, modulam a resposta inflamatória com a liberação de histaminase, 
fagocitose de complexos Ag-Ac, inibição de granulação de mastócitos e basófilos. 
 
 
 
 
 
 
 
Linfopoese 
 
Os linfócitos são produzidos na medula óssea seguem para o timo e órgãos linfóides, onde são maturados. Fazem o 
reconhecimento de organismos estranhos como bactérias, vírus e toxinas, iniciando o processo de ativação 
do sistema imune, na resposta imune humoral com produção de imunoglobulinas, e na imunidade celular, 
mediada por células. 
Compreendem a segunda barreira de defesa do organismo, ficando atrás dos neutrófilos. 
Estão presentes em grande quantidade na linfa. 
 Linfócitos Te B 
Os linfócitos B saem maduros da medula óssea enquanto os linfócitos T precisam migrar para o timo onde irão sofrer o processo 
de maturação. Os linfócitos B ainda se diferenciam em plasmócitos quando encontram um antígeno num órgão linfóide secundário 
e secretam anticorpos nos tecidos, fazendo parte da imunidade humoral. Representam 5 a 7% dos linfócitos e duram de 2 a 4 
dias. 
 
Os linfócitos T são cerca de 65 a 75% dos linfócitos. Atuam sobre as células estranhas (tumores) e infectadas por vírus, 
mantendo a resposta imune celular controlada. Os linfócitos TCD4 fazem parte da resposta imunitária, ativando células de defesa. 
E os linfócitos TCD8 atuam matando células infectadas. São esféricos e grandes. 
 
 
 
 
 
 
 
Em filhotes e animais em crescimento observa-se linfocitose fisiológica, pois neles a atividade imunogênica é mais intensa. O 
mesmo ocorre após vacinações ou imunizações, independentes da natureza do antígeno. 
A linfocitose patológica ocorre quando o agente agressor é antigênico, como por exemplo, nas erlichioses e de modo especial 
nas viroses; infecções crônicas; linfoadenopatias inespecíficas, locais ou generalizadas. Algumas protozoonoses são 
caracterizadas por linfocitose persistente, ainda que moderada, podem ser citadas como exemplo a doença de Chagas e a 
toxoplasmose. 
A linfopenia ou linfocitopenia ocorre na fase aguda das inflamações, em viroses imunodepressoras e em processos infecciosos 
graves. O aumento no nível de corticosteróides circulantes, seja endógeno como no hiperadrenocorticismo ou iatrogênico é um 
fator determinante de linfopenia. 
 
Monocitopoese 
 
Os monócitos são produzidos na medula óssea a partir de células tronco pluripotentes (stem-cell), que irão 
originar células percussoras mielóides. Estas células vão gerar os monoblastos, que por sua vez se 
transformarão em pró-monócitos, e posteriormente em monócitos que irão permanecer pouco tempo no 
sangue periférico, migrando para os tecidos e transformando-se em macrófago. O monócito só se 
transforma em macrófago, caso algum tecido do organismo esteja sendo agredido por algum corpo estranho (vírus, bactérias, 
fungos). Neste caso, o monócito migra da corrente sanguínea para o tecido agredido. Regulama resposta imune e fazem parte do 
SMF (realiza limpeza no fim da inflamação – remoção dos debris celulares) e tem ação microbicida. 
 
 
 
 
 
Os monócitos são as maiores células do sangue, apresentam citoplasma azulado e podem apresentar-se normalmente redondos 
e reniformes. Os macrófagos podem se dividir no processo inflamatório e se presentes na circulação representa quadro de 
septicemia. 
 
Os macrófagos em ação contra organismos invasores atuam: 
-Liberando enzimas, IFN, IL-1, complemento e prostaglandinas; 
-Realizam a filtração de toxinas e bactérias nos pulmões e no fígado, atuando no SMF. 
-Também são capazes de ativar plasminogênio, que converte-se em plasmina para atuar na eliminação do trombo. 
 
A monocitose é observada principalmente na fase de recuperação das inflamações, quando os macrófagos iniciam o trabalho de 
"limpeza" da região inflamada. Outras situações em que há monocitose são: desnutrição e caquexia, inflamações inespecíficas ou 
doenças crônicas, como a tuberculose e sífilis congênita, e leucemia monocítica. Também aparece em processos inflamatórios, 
como, o Lúpus Eritematoso. 
A monocitopenia não é alteração significante, pois pequenos números destas células são normalmente observados. 
 
Relação Neutrófilos:Linfócitos na circulação 
 
Carnívoros N > L (Maior quantidade de neutrófilos do que linfócitos) 
Equinos N = L 
Ruminantes N < L (Maior quantidade de linfócitos do que neutrófilos) 
Os macrófagos recebem diferentes denominações de acordo com o tecido em que estão (no sistema nervoso recebem o nome de 
microglia; células de Kupffer, no fígado; e células de Langerhans, na epiderme). 
 
Trombopoese (plaquetas) 
 
As plaquetas são produzidas na medula óssea, no fígado e no baço. 
São numerosas na circulação e sobrevivem de 8 a 11 dias. 
 
Os megacariócitos se encontram na medula óssea e são células com 
núcleo grande e citoplasma cheio de grânulos. Quanto maior o 
núcleo, mais viáveis serão as plaquetas. As plaquetas compreendem 
restos de citoplasma liberados em situação de hemorragia, envolvidas 
no processo de hemostasia e na formação de trombos. 
São altamente sensíveis a fatores químicos. 
 
*Na mitose ocorre a divisão da célula em duas. Enquanto na endomitose ocorre a divisão do núcleo em pares no interior da 
própria célula. 
 
 
 
 
 
 
 
Macroplaquetas: são grandes plaquetas, são jovens. Uma plaqueta do tamanho de uma hemácia é dita grande. 
Plaquetas adultas são pequenas. 
 
 
 
ANEMIA 
 
 Compreende um sintoma de diversas doenças, que se refere à diminuição do número de hemácias, da concentração de 
hemoglobina e do hematócrito em relação aos valores de referência, que resulta em diminuição da oxigenação dos tecidos. 
A anemia é resultante de uma doença primária, responsável pela destruição de eritrócitos, ou pela perda de sangue decorrente 
de hemorragia, ou pela diminuição da produção de eritrócitos ou ainda por alguma combinação desses eventos. Os sinais clínicos 
normalmente estão relacionados com a diminuição da oxigenação dos tecidos ou com os mecanismos compensatórios a ela 
associados, podendo incluir: 
- mucosas pálidas, letargia, intolerância ao exercício, aumento da FR ou dispneia, aumento da FC e sopros induzidos pelo 
aumento da turbulência do sangue. Outros sinais clínicos não específicos, tais como perda de peso, anorexia, febre e 
linfadenopatia3, podem estar presentes caso o animal tenha uma doença sistêmica primária. Sinais clínicos específicos 
associados à hemólise podem incluir esplenomegalia, icterícia e urina escurecida, devido à hemoblobinúria ou bilirrubinúria. 
O tratamento e a definição de prognósticos adequados são facilitados quando se estabelece a anemia como o resultado da 
destruição de eritrócitos (hemólise), pela perda sanguínea (hemorragia) ou pela menor produção de eritrócitos, 
estabelecendo-se então o diagnóstico da doença de base. 
O estímulo fundamental para a eritropoiese é a tensão/ crise tecidual de oxigênio (PO2). A hipóxia tecidual desencadeia a 
produção de eritropoietina, um fator humoral responsável pela produção de eritrócitos. 
 
Classificação patofisiológica das anemias 
 
1. Perda sanguínea ou Anemias hemorrágicas (regenerativas) 
A hemorragia pode ser aguda ou crônica. A hemorragia aguda pode ser causada por traumas, úlceras gastrointestinais, cirurgias, 
defeitos na hemostasia (intoxicação por Warfarina, samambaia), enquanto que as causas de hemorragia crônica podem ser: 
parasitismo, úlceras gastrointestinais, hematúria, neoplasias, etc. 
Os achados laboratoriais nas anemias por perda de sangue incluem: resposta regenerativa, a qual ocorre após dois a três 
dias; redução na concentração de proteína plasmática total, se a hemorragia for externa, pois deste modo não há reutilização de 
certos componentes (ferro e proteína plasmática), os quais podem ser reabsorvidos na hemorragia interna. 
Poucas horas após a perda de sangue os valores do 
eritrograma permanecem normais, embora ocorra o 
movimento intravascular de fluido para o espaço 
extravascular, assim a anemia não é evidente nos 
primeiros momentos da perda aguda de sangue. 
A expansão do volume plasmático para um nível normal é 
indicada devido à diminuição da concentração de proteínas 
plasmáticas, seguida pela diminuição dos parâmetros do 
eritrograma. Esta redução da proteína é evidente em uma 
hora após a perda aguda. Se continuar a hemodiluição, há 
uma significante queda nos valores do eritrograma e 
proteínas plasmáticas em quatro horas. 
 
A amostra de sangue colhida um ou dois dias após hemorragia revela anemia normocítica normocrômica acompanhada 
por hipoproteinemia. A resposta dos reticulócitos ocorre após três dias. A concentração de proteína tende a aumentar em 
dois a três dias e geralmente retorna ao normal em cinco a sete dias, antes dos parâmetros dos eritrócitos terem sido 
restaurados. Persistindo a proteína reduzida, sugere uma continuidade da perda de sangue. 
 
- Anemia Aguda: ocorre um pico de eritropoetina para compensar a rápida perda de sangue, ocorrendo assim, a liberação de um 
grande número de hemácias jovens. Pode resultar em choque hipovolêmico e hipotensão. Quadro macrocítico hipocrômico após 
24hs do processo agudo. Inicialmente não há mudança. 
 
3 Qualquer processo patológico que afeta os nódulos linfáticos. 
Causas: procedimento cirúrgico ou traumas; lesões hemostáticas, desordens da coagulação, deficiência de vitamina K (dicumarol, 
warfarina), CID (Coagulação intravascular disceminada). 
- Anemia Crônica: ocorre perda gradual de sangue com espoliação de ferro constante, com perda para o exterior, não ocorrendo 
regeneração, visto que as hemácias não se formam sem o ferro. 
A anemia se mantém, com constante liberação de eritropoetina para compensar. No entanto, num esforço físico intenso pode 
resultar em morte súbita. É comum observar um quadro “normocítico normocrômico”. 
Causas: lesões gastrointestinais (neoplasias, úlceras, parasitismo); neoplasias com sangramento cavitário (hemangiossarcoma no 
cão); distúrbios hemostáticos (trombocitopenias, coagulopatias); parasitas hematófagos (carrapatos, pulgas, parasitas 
gastrointestinais - Haemonchus, Ancylostoma); queimaduras. 
 
2. Destruição acelerada dos eritrócitos ou Anemias hemolíticas (Regenerativa) 
A anemia por destruição acelerada dos eritrócitos é causada 
pela hemólise, que pode ser intra ou extravascular 
(fagocitose). 
A hemólise intravascular pode ser causada por bactérias como 
Clostridium perfringens, Clostridium hemolyticum, Leptospira 
sp; produtos químicos como a fenotiazina, cebola, azul de 
metileno, cobre; imunomediada,causada por transfusão 
incompatível ou isoeritrólise neonatal. 
A hemólise extravascular é causada por parasitas de 
eritrócitos, como por exemplo, Haemobartonella sp, 
Anaplasma sp, Eperythrozoon sp. 
Os achados laboratoriais presuntivos de anemia hemolítica são: resposta regenerativa, se o tempo for suficiente para apresentar 
esta resposta da medula óssea; concentração normal de proteína; leucocitose neutrofílica com desvio à esquerda, devido ao 
estímulo da medula óssea; hiperbilirrubinemia, hemoglobinúria e hemoglobinemia (na hemólise intravascular); coloração vermelha 
do plasma; hiperbilirrubinemia (cor amarela do plasma) associada com uma diminuição do VG sugere uma fagocitose aumentada 
dos eritrócitos. Observa-se a lâmina, buscando-se evidências de parasitas eritrocitários, eritrócitos fragmentados, esferócitos e 
corpúsculos de Heinz. 
*A leptospirose causa hemólise aguda de hemácias. 
Drogas e químicos - muitos são oxidantes – fenotiazina; acetominofen, em gatos e cães; azul de metileno, em gatos e cães; 
vitamina K, em cães; cobre, chumbo, zinco; abelhas; cebola. 
*Observa-se bastante ponteado basofílico em bovinos com intoxicação por cobre. 
Plantas tóxicas (muitas são oxidantes) e acidentes ofídicos. 
Doenças metabólicas - falha hepática, no cavalo, hiperesplenismo, torção esplênica, no cão. 
Defeitos intraeritrocitários - deficiência da piruvatoquinase em cães e gatos, deficiência da fosfofrutoquinase, em cães, deficiência 
da glicose-6-fosfatase de hidrogenase, no cavalo. 
Destruição imunomediada do eritrócito – AHIM, primariamente em cães, isoeritrólise neonatal, primariamente em cavalos e gatos, 
lúpus eritematoso, primariamente em cães, reação transfusional, penicilina e cefalosporina; idiopáticas. 
Outras causas - intoxicação por água em bovinos, administração de fluído hipotônico em grandes animais. 
*Defeitos de eritrócitos é raro. Normalmente acontece a agressão ao eritrócito. 
*Anemias hemolíticas são mais agudas que as imunomediadas. 
*A icterícia no plasma é observada antes mesmo das mucosas. 
 
Hemólise aguda x Hemólise crônica 
-hipóxia rápida -compensação lenta 
-compensação rápida -presença de reticulócitos 
-metarrubricitos e reticulócitos -ausência de metarrubrícito 
**Hipóxia rápida  Compensação  Aumento da FR, taquicardia, eritropoetina  Rápidos sinais de regeneração. Presença de 
metarrubrícito. 
Sinais clínicos da Anemia por destruição 
Hemoglobinemia/úria (Intravascular) 
Icterícia (extravascular - baço) 
Hepato/esplenomegalia 
Hipertermia 
 
Corpúsculo de Heinz: é o chamado “peitinho da hemácia” decorrente de lesão oxidativa da 
hemoglobina, irreversivelmente. Quando a hemoglobina se liga a um componente fenólico, a 
hemácia perde a forma e flexibilidade. No SMF essa formação oxidativa deve ser eliminada, o que a 
torna uma hemácia microcítica. É um quadro comum de intoxicação por ingestão de cebola em cães 
e gatos. 
A hemoglobina de felinos é mais susceptível às lesões oxidativas, pois possuem oito radicais 
sulfidrila. Dessa forma, é normal a presença do corpúsculo de Heinz em até 2% das hemácias de felinos. 
*Hemólise intravascular  o plasma é hemolisado entre 24 e 48hs  torna-se um plasma ictérico  urina com hemoglobinúria 
(urina vermelha)  hemoglobina é lesiva ao rim  pode resultar em IR. 
 
 VG (Volume Globular) ou Ht (Hematócrito): representa a quantidade de hemácias existentes em 100 ml de sangue total, 
ou seja, o valor é dado em %. 
O volume crítico de hemácias é de 15% para todas as espécies. Esse quadro pode ser incompatível, sendo necessária a 
transfusão sanguínea, principalmente em um animal claramente descompensado. No entanto, animais podem sobreviver com VG 
abaixo de 15%, porém depende da sua resposta a anemia. 
ANEMIA NÃO É DIAGNÓSTICO! É UM SINAL CLÍNICO! 
Quanto à intensidade relacionada ao % de hematócrito (Ht) ou VG, a anemia pode ser classificada em: 
 
 
 
 
 
CINCO SINAIS DA REGENERAÇÃO: 
1) Aumento de reticulócitos (cães e gatos); 
2) Ponteado basofílico (bovinos); 
3) Metarrubrícitos; 
4) Corpúsculos de Howell-Jolly; 
5) Anisocitose e policromasia. 
*Hiperplasia eritróide na medula óssea (equinos) os equinos não lançam hemácias jovens na circulação, o que torna difícil 
identificar uma regeneração. Deve-se acompanhar o VG e o RDW. Para avaliação da resposta a anemia deve-se realizar 
acompanhamento do hematócrito e observar o aumento progressivo do mesmo. Ou pode ser feita a punção da medula 
óssea para verificar a sua produção celular. 
 
*Característica de regeneração: MACROCÍTICA HIPOCRÔMICA. 
 
-Classificação morfológica da anemia 
(TAMANHO) 
 VCM (Volume Corpuscular Médio): é o índice mais importante, pois auxiliar na observação do tamanho das hemácias e no 
diagnóstico da anemia. O resultado é dado em femtolitro. 
MACROCÍTICA: predominância de hemácias grandes e roxas, geralmente jovens, recém-produzidas. Presente em reticulocitose, 
metarrubrícitos, hipertireoidismo, deficiência de fatores de multiplicação (vit. B e ácido fólico – anemia megaloblástica), 
determinadas raças, animais jovens. 
NORMOCÍTICA: célula grande em caninos, sendo que os caprinos apresentam a menor hemácia das espécies domésticas. 
MICROCÍTICA: predominância de hemácias pequenas. Ocorre em anemias crônicas, principalmente ferropriva (deficiência de 
ferro e cobre). Quanto maior a quantidade, mais grave. É fisiológica em animais idosos e algumas raças. 
*ANISOCITOSE: é a diferença de tamanho entre as hemácias. Quanto mais grave a anemia, maior a ocorrência. 
*POIQUILOCITOSE: compreende a diferença de forma das hemácias. Já os caprinos normalmente apresentam hemácias em 
forma de foice. 
 
 HCM (Hemoglobina Corpuscular Média): peso da hemoglobina na hemácia. Não é comumente utilizado. 
 
 CHCM (Concentração de Hemoglobina Corpuscular Média): é a concentração de hemoglobina dentro de uma hemácia. Na 
esferocitose o CHCM é geralmente elevado. 
(COR) 
Como a coloração da hemácia depende da quantidade de hemoglobina, são classificadas em: 
HIPERCRÔMICA: não ocorre fisiologicamente, pois as hemácias não conseguem carrear mais do que seu limite. Trata-se de 
amostras ictéricas, lipêmicas, hemolisadas ou turvas (corpúsculo de heinz). 
 
NORMOCRÔMICA: hemácias com concentração de hemoglobina normal 
 
HIPOCRÔMICA: são hemácias não hemoglobinada. É a chamada hemoglobina fetal. A célula apresenta-se na cor azul/roxo. 
Hemácias com deficiência de ferro não tem cor, sendo também hipocrômica. 
 
POLICROMASIA ou POLICROMATOFILIA: diferença de cores entre as hemácias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Classificação quanto à causa: 
Perda de sangue 
Destruição / hemólise Regenerativas (pico da resposta de 2 a 3 
dias) 
Deficiência na produção Não regenerativas (deve diferenciar 
do processo agudo) 
**Anemias degenerativas podem tornar-se arregenerativas se 
houver problema relacionado a medula óssea. 
 
Anemias mascaradas pela desidratação: 
A desidratação apresenta valores que podem mascarar uma anemia, visto 
que, na desidratação com a perda de volume sanguíneo, 
consequentemente, as hemácias e proteínas vão se concentrar na 
circulação, apresentando uma VG normal com valores próximos ao limite 
inferior. 
Entretanto, ao manter o animal em fluidoterapia, observará uma queda no 
VG, pois aumenta-se o volume sanguíneo, diluindo as hemácias e 
proteínas presentes. Portanto, deve-se ter atenção em relação aos sinais 
clínicos e os valores de VG, de forma a evitar erros de interpretação dos 
resultados, consequentemente, erros no tratamento oua falta dele. 
Principais proteínas do sangue: 
Albumina: carreia diversas substâncias na corrente sanguínea. Seu aumento na circulação indica desidratação, visto que reduz 
o volume sanguíneo e aumenta-se a concentração de proteínas plasmáticas, ou seja, ocorre uma hemoconcentração, e aumento 
do VG. Proteína total aumentada reflete desidratação. 
Globulina: são liberadas por linfócitos B (IgG, IgM, IgE, IgA) e seus valores aumentados caracterizam infecção. Enquanto que 
as α-globulinas e as β-globulinas, são fundamentais para avaliar quadros de inflamação em cães e gatos. Deve-se realizar o 
exame de eletroforese para diferenciar um do outro. 
*Toda inflamação tem uma infecção, mas nem toda infecção apresenta inflamação. 
Fibrinogênio: é uma proteína de fase aguda, presente na cascata de coagulação e no processo inflamatório. Comumente 
dosado para avaliar processo inflamatório em ruminantes e equinos, e os processos hemostáticos em todas as espécies. 
*Dosagem de albumina e globulina (proteínas totais) é normalmente realizada nos exames bioquímicos. 
*No plasma a dosagem de proteína total vai constar o fibrinogênio, pois não houve coagulação. Dessa forma, a dosagem de 
proteínas vai apresentar-se aumentada, mas não pode considerar uma desidratação. 
*No soro será dosado apenas as proteínas séricas (albumina e globulina sem o fibrinogênio, pois este já foi utilizado no processo 
de coagulação para separar o soro). 
 
Significado do aumento/ redução das proteínas plasmáticas: 
 
Condição Globulina Albumina Fibrinogênio 
Aumento -Infecção 
-Inflamação 
-Desidratação -Inflamação 
Diminuição -Deficiência de imunidade 
passiva (neonatos); 
-Imunossupressão. 
-Deficiência na produção (ex. 
cirrose); 
-Falha na ingestão; 
-Perda (verminoses, IR, intestinal); 
-Não absorção. 
-Consumo na cascata de coagulação; 
-CID (Coagulação Intravascular 
Disseminada) – por consumo. 
-Erro na escolha do tubo para dosagem 
(falha técnica – usar EDTA) 
 
Anemias hemolíticas – Imunomediadas (AHIM) 
 
Ocorrem comumente em transfusão sanguínea, onde ocorre reação antígenos anticorpo. As transfusões sanguíneas em gatos, 
mesmo entre tipos sanguíneos compatíveis poderá haver incompatibilidade, pois eles apresentam antígenos contra. 
As anemias hemolíticas são mais agudas que as imunomediadas. As imunomediadas podem ser classificadas em: 
Primárias (idiopáticas ou auto-imunes) – comum nas raças Cockers e Sheepdogs. 
Secundárias: drogas, vacinas e agentes infecciosos. 
 
As AHIM podem ser arregenerativas! Isso quando ocorre problema na medula, conjuntamente com outros fatores, como: 
•Hemobartonela + FIV/FeLV 
•AHIM contra precursores 
•Hemólise aguda 
*Na Erlichia spp ocorre parasitismo intraleucocitário, e trata-se de uma anemia arregenerativa, assim como ocorre com a 
Leishmaniose. Ambas afetam baço, linfonodos e medula óssea, atuando em reação imunomediadas. Caracteriza-se como 
NORMOCÍTICA NORMOCRÔMICA. Na leptospirose ocorre icterícia, e caracteriza-se como MICROCÍTICA HIPOCRÔMICA. 
Características da AHIM 
• Hiperproteinemia (aumento de ppt) 
• Hiperglobulinemia (aumento de globulinas – processo 
infeccioso/ inflamatório) 
• Esferocitose (patognomônica da doença), aglutinação em 
salina 
• Coomb’s positiva - Não utilizada mais atualmente 
• Leucocitose e neutrofilia – processo infeccioso 
•Trombocitopenia (Evan’s, CID) 
 
Aglutinação x rouleaux 
 
A aglutinação é caracterizada por ligações covalentes duplas, não sendo possível a separação das hemácias. Ocorre reação AG-
AC, caracterizada por processos infecciosos. Pode está associada ao rouleaux. 
Já o rouleaux apresenta hemácias empilhadas por ligação covalente simples, podendo ocorrer a separação destas. Está 
associado ao aumento de fibrinogênio e a processos inflamatórios. 
*Gatos e cavalos já apresentam normalmente uma grande quantidade de rouleaux, e apresenta-se mais aumentada na 
inflamação. 
 
Esferocitose 
Hemácias pequenas e bem redondas sem o halo central, logo, não conseguem fazer a troca gasosa. Apresentam a quantidade 
normal de ferro e hemoglobina, indicando que são hemácias maduras que, por reações imunomediadas, acabam sendo 
modificadas pelo baço e então liberadas novamente na circulação. 
Somente observadas em cães. Ocorrem em AHIM (sinal patognomônico). Possuem menor capacidade de deformação, e portanto, 
são retiradas da circulação pelo baço em funcionamento adequado. 
Outras causas de Anemia Hemolítica: Lesões mecânicas; Microangiopatias (CID); Causas congênitas. 
 
3. Diminuição da produção dos eritrócitos: 
-Eritropoiese reduzida decorrente de doença renal crônica 
(falta de eritropoietina) ou deficiência de proteínas, minerais 
(Fe, Cu, Co, Se), vitaminas (A, E, B12, ácido fólico, niacina, 
piridoxina, tiamina, ácido ascórbico). 
-Anemia por doença inflamatória (inflamação e neoplasia) 
-Deficiências endócrinas (hipotireoidismo4, 
hipoadrenocorticismo, hipoandrogenismo). 
-Dano citotóxico da medula (drogas anticâncer citotóxica, 
toxicidade por estrógeno, cloranfenicol, em gatos, usualmente 
não anêmicos, fenilbutazona, trimetroprim-sulfadiazina, 
radiação em cães). 
-Agentes infecciosos (Ehrlichia spp, em cães, cavalos e gatos, FeLV, tricostrongiloides, parasitas não sugadores de sangue nos 
ruminantes). 
-Mielopatias (leucemias mielógenas, leucemias linfóides, mieloma múltiplo, linfoma metastático – irá ocupar o espaço, 
consequentemente não haverá espaço e nutrientes para a produção dos eritrócitos), e mastocitoma. 
-Imunomediada (aplasia seletiva eritróide em cães). 
-Eritropoiese ineficaz por desordem da síntese do heme (deficiência do ferro, cobre e piridoxina) ou desordem da síntese do ácido 
nucléico (deficiência de folato e vitamina B12). 
 
4
 A glândula da tireoide não produz hormônios suficientes. 
 
Anemia Ferropriva e Anemia Megaloblástica 
 
 
 
 
 
 
 
 
Anemia ferropriva: Uma hemoglobina precisa de 4 moléculas de ferro. Na deficiência de ferro, não haverá moléculas suficientes 
para produzir hemoglobina normal. Dessa forma, divide-as em hemácias menores que requerem menor quantidade de 
hemoglobina. É caracterizada como MICROCÍTICA HIPOCRÔMICA. 
Anemia megaloblástica: corresponde a deficiência de ácido fólico e vitamina B12. O ácido fólico direciona as mitoses, evitando 
defeitos genéticos. Sem o ácido fólico e a vit. B12 não ocorre a correta divisão celular, deixando as hemácias grandes. Anemia 
MACROCÍTICA NORMOCRÔMICA. 
Algumas raças apresentam hemácias normalmente grandes e outras raças, pequenas. 
A FIV assemelha-se a falta de vitamina B12 e ácido fólico. 
Hemácia em alvo em grandes quantidades (células cujas membranas são grandes havendo uma palidez e um alvo central mais 
corado) aparece em hemoglobinopatias, nas síndromes talassêmicas e em pacientes com doença hepática. A hemácia em alvo 
já sinaliza para a perda de ferro. 
 
RDW – Red Cell Distribution Width 
 Mede a intensidade da anisocitose (diferença de tamanho das hemácias); 
 Variação do tamanho das hemácias; 
 Coeficiente de variação do tamanho das hemácias; 
 Mais sensível que o VCM e o VHCM para avaliar a resposta da medula óssea. 
 
Ponteado basofílico 
 
São restos de ribossomos e polirribossomos que apresentam tom azulado formando agregados finos e irregulares no eritrócito. A 
enzima pirimidina 5'-nucleotidase que está presente nos reticulócitos, cataboliza estes ribossomas e polirribossomas. 
Apresenta-se nos ruminantes em resposta intensa a anemia. Em VG próximo ao mínimo não será perceptível sua liberação, pois 
não retrata uma resposta aguda. Para saber se corresponde a uma anemiaregenerativa ou não, deve-se realizar a contagem de 
reticulócitos. Normalmente o ponteado basofilíco está relacionado a uma resposta a hemorragias pontuais. No pós-parto pode 
ocorre uma leucocitose. 
*Intoxicação por chumbo também promove a liberação de ponteado basofilíco, pois ocorre a inibição da enzima pirimidina 5'-
nucleotidase. 
 
Anemia não regenerativa 
Deve-se pensar na medula óssea primeiramente! 
São condições que decorrem em anemia não regenerativa: 
RDW = dp volume das hemácias 
---------------------------------------------------------- 
média do volume das hemácias (VCM) 
 
 
-Hipoplasia ou aplasia medular 
-Eritropoese ineficaz 
-Baixa resposta à eritropoetina na medula óssea 
-Diminuição da vida média das hemácias 
-Diminuição do ferro sérico (anemia ferropriva) 
-Aumento dos estoques medulares de ferro 
-Aumento de IL-1, interferon, lactoferrina – ligam-se ao ferro 
e estocam na medula 
-Aumento de TNF – estimula atividade fagocitária 
(hemácias) 
 
Anemia da inflamação 
 
*A Erhlichiose é a principal causa de anemia da inflamação. 
No processo inflamatório existe o aumento de substâncias inflamatórias (IL-1, interferon, lactoferrina – que ligam-se ao ferro e o 
estocam na medula óssea na forma de hemossiderina). O organismo tem ferro, mas este encontra-se estocado, não sendo 
liberado para a síntese de eritrócitos. Nessa condição a injeção de ferro não resolve, e sim, irá promover um desequilíbrio 
eletroquímico. 
As citocinas inflamatórias vão promover: inibição da eritropoiese; sequestro do ferro sérico; lesões oxidativas de hemoglobina; 
ativação do SMF. 
A anemia da inflamação é difícil ser tratada, é a anemia da doença crônica. Compreende uma das formas de anemia mais comum 
nos animais, sendo discreta a moderada. Caracterizada como NORMOCÍTICA NORMOCRÔMICA. 
Está também associada a neoplasias - síndromes paraneoplásicas (hipercalcemia, hipoglicemia, hipergamaglobulinemia, anemia, 
eritrocitose, leucocitose, neutrofilia, trombocitopenia). 
É comum em até 20% nos cães ou 17% em gatos. Pode ou não estar acompanhada de leucocitose. 
Pode ser provocada por: 
IRC, quimioterápicos 
Agentes infecciosos: parvovírus, Erhlichiose (fase crônica) 
Lesões citotóxicas na medula 
Leucemias, mielofibrose 
Irradiação, nuclear e raios gama 
Distúrbios endócrinos – hipotiroidismo 
Intoxicação por estrógeno 
Hepatites 
 
Insuficiência renal crônica (IRC) promove: 
 Deficiência de EPO (a eritropoietina é produzida na medula renal) e consequente diminuição da eritropoese; 
 Perda de sangue (úlceras); 
Diminuição da vida média das hemácias por lesões oxidativas em decorrência da deficiência de metabolização renal. Na uremia 
ocorre lise de hemácias por lesão oxidativa – acidose metabólica; 
 Maior tempo de adaptação para promover mecanismos de compensação. 
 
Outros sinais: 
Halitose e alterações do TGI 
AZOTEMIA (elevação de uréia e creatinina) 
Poliúria / Isostenúria 
Hiperfosfatemia 
Em felinos: 
Menor vida média das hemácias 
Maior lesão oxidativa. 
Distúrbios medulares 
Hipoplasia/aplasia eritróide decorre de: 
-IRC (deficiência de EPO) 
-FeLV (linfoma ou leucemia linfóide) / PIF 
-Aplasia pura da série vermelha (cães, gatos e humanos) 
-Drogas 
-Doenças imunomediadas 
-Causas idiopática 
 
Hipoplasia/aplasia total decorre de: 
-Drogas (estrógeno, antibióticos, etc.) 
-FeLV/Ehrlichia, etc. 
-Doenças Imunomediadas 
-Causas idiopática 
-Mielofibrose (processo degenerativo da medula óssea) e 
osteopetrose (substituição por tecido ósseo) causadas por 
doenças infecciosas ou de origem idiopática.
 
Mieloftise (neoplasias / leucemias) 
Linfoproliferativas e Mieloproliferativas 
Mieloma múltiplo 
Histiocitose 
Mastocitose sistêmica 
Metástase de carcinomas, etc 
 
Síndromes mielodisplásicas – SMD 
Medula hipercelular, porém displásica 
FIV, FeLV, Ehrlichia 
Pré-leucêmica 
Idiopática 
Anemia hemolítica contra precursores (apresenta medula 
hipercelular e interrupção da maturação) 
 
Mielograma é realizado a partir de infiltrado de células neoplásicas, analisando atipias / displasia. O leucograma pode estar 
normal! 
Distúrbios endócrinos 
Hipotireoidismo: a glândula da tireoide não produz hormônios suficientes. 
Hipoadrenocorticismo: ou doença de Addison, é uma patologia resultante da ausência de produção e/ou secreção de 
glucocorticóides e mineralocorticóides pelas glândulas adrenais. 
Diminuição do metabolismo 
Anemias discretas a moderadas 
NORMOCÍTICAS NORMOCRÔMICAS 
 
Desnutrição: 
Dieta pobre em: proteínas, vitaminas e minerais, e calorias. 
Hiporexia / Anorexia 
Má absorção 
Perda pelo TGI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
*AHIM contra precursores eritróides → hiperplasia eritróide + interrupção da maturação. 
Ocorre por fim: 
 Interrupção total da produção de hemácias 
 Diminuição da velocidade de produção 
 Diminuição da sobrevida das hemácias 
 
Anemia semi-regenerativa 
Anemia ferropriva é considerada semi-regenerativa, e decorre da deficiência de ferro, que pode resultar da: 
-Perda de sangue crônica 
-Úlceras, parasitas, neoplasias... 
-Causas nutricionais, mais raras em animais (exceto leitões) 
- Tempo de adaptação (mecanismos de compensação) 
A anemia ferropriva é Microcítica hipocrômica, além da 
trombocitose (aumento de plaquetas). 
 
 
Policitemia 
Corresponde ao aumento do número de hemácias, nível de hemoglobina e hematócrito. 
A policitemia aumenta a viscosidade do sangue requerendo maior força de contração e afetando a filtração renal. 
Classificação 
-Relativa (é reversível) → proteínas totais aumentadas 
Relativa à desidratação (perda de líquidos corporais) e a contração esplênica (joga mais hemácia na circulação). 
Causas: vômito (é mais sério que a diarreia, pois perde-se cloreto, provocando hipocloremia – desequilíbrio eletrolítico); diarreia; 
redução da ingestão de água; desvio de líquidos para o interstício ou cavidades (choques, queimaduras, ascite); sudorese 
excessiva. 
Contração esplênica (adrenalina e noradrenalina influenciam na esplenocontração). O baço armazena grande volume de 
eritrócitos e, portanto possui um reserva para situações de estresse, nas quais há liberação de adrenalina e a oxigenação dos 
tecidos precisa se elevar, o baço se contrai e libera eritrócitos na corrente sanguínea. Nestes casos, não haveria tempo hábil para 
síntese de hemácias pela medula óssea. 
*O cavalo é quem mais responde a esplenocontração. 
-Absoluta (proteínas totais normais) 
 Primária → Policitemia vera ou verdadeira: associa-se a neoplasia de medula óssea. Caracterizada por excessiva 
proliferação das células tronco hematopoieticas da série eritróide. Esta mieloproliferação é independente da produção de 
eritropoetina. 
 Secundária 
 Hipóxia → tem produção ELEVADA de EPO e, consequentemente, de hemácia, secundária a uma IC ou problemas 
respiratórios, e a altas altitudes. 
Neoplasia renal → também ocorre produção elevada de EPO e hemácias, sem estímulo de hipóxia. 
*Tretalogia de Follot está associada a policitemia. 
 
Para tratamento da policitemia: 
-Flebotomia: consiste na retirada de sangue para alcançar o VG normal e diminuir a viscosidade sanguínea, que pode resultar em 
falência de órgãos. Esse sangue retirado não pode ser utilizado. 
Na policitemia vera indica-se a quimioterapia. 
Policitemia por neoplasma renal trata-se de um quadro mais delicado, necessita realizar a retirada do tumor, de forma que não 
ocorra o comprometimento total do rim. 
-A medida dos gases arteriais é útil para se verificar a oxigenação do sangue assim como a dosagem de eritropoetina. 
Normalmente nas policitemiasrelativas, a saturação de oxigênio e os valores da dosagem de eritropoetina são normais, enquanto 
na policitemia primária a saturação de oxigênio é normal e a dosagem de eritropoetina é ligeiramente abaixo do normal; por outro 
lado, nas policitemias secundarias fisiologicamente apropriadas a saturação de oxigênio é baixa e a dosagem de eritropoetina é 
alta e nas fisiologicamente inapropriadas, a saturação de oxigênio é normal, mas a dosagem de eritropoetina é alta. 
 
 
 
Leucograma 
Corresponde a contagem de leucócitos na circulação. Juntamente com as hemácias e as plaquetas, compreendem um 
hemograma completo (análise laboratorial das células que compõem o sangue). 
CONCEITOS PARA INTERPRETAÇÃO DE LEUCOGRAMA 
 
→ leucocitose; linfocitose; monocitose. 
→ neutrofilia; eosinofilia; basofilia. 
 
→ leucopenia; eosinopenia; monocitopenia; linfopenia; neutropenia; basopenia. 
 
 Os valores relativos de leucócitos são dados em % 
e tem pouco significado clínico. Já os valores relativos (uL) 
são os que realmente importam para o diagnóstico. 
 O valor relativo tem importância para verificar a 
inversão da relação N:L em ruminantes, os quais 
apresentam mais linfócitos do que neutrófilos. 
A contagem diferencial de leucócitos feita manualmente 
deve ser baseada na identificação de 100 células. A partir 
da contagem diferencial de leucócitos, expressa em 
porcentagem (contagem relativa) e o número total da 
contagem de leucócitos por ml de sangue, obtêm-se o 
número total de cada leucócito por ml de sangue (contagem 
absoluta), determinando-se assim se houve um aumento ou 
decréscimo no número total daquele leucócito em particular. 
Os erros de interpretação são menos prováveis de ocorrer quando os valores absolutos são usados, pois eles permitem a 
avaliação mais precisa que os valores relativos. 
 Calculo de leucócitos relativos 
35 ------ 100% 
 x ------ 5% → 35 x 5 = 175 : 100 = 1,75% 
 
Os leucócitos totais dependem: 
-espécie e idade do animal; 
-variação circadiana e sazonal (influência do cortisol); 
-condições fisiológica; 
-condição patológica; 
-níveis de produção e liberação pela medula óssea; 
- relação entre pool marginal e pool circulante (felinos tem 
maior pool marginal); 
-vida média dos leucócitos na circulação 
-migração para os tecidos 
-tipo celular predominante (vai indicar o problema que o 
animal apresenta). 
Pode-se observar elevação na contagem total de leucócitos como resultado de exercício muscular intenso, excitação, apreensão/ 
medo ou alterações emocionais, gestação e parto. Esta elevação é considerada leucocitose fisiológica com neutrofilia, é 
transitória. Normalmente associada à liberação de cortisol, e principalmente em felinos jovens. 
A leucocitose patológica decorre de: processo inflamatório ou infeccioso, lLeucograma de estresse, necrose tecidual, processos 
imunomediados (AHIM), leucemia, etc. 
 
Leucograma de estresse clássico 
*Quadro típico também pelo uso de corticóides e Hiperadrenocorticismo. 
LEUCOCITOSE 
NEUTROFILIA - por demarginação de neutrófilos, mobilização da medula e diminuição da diapedese. 
LINFOPENIA - decorrente da lise e seqüestro. 
EOSINOPENIA - menor liberação pela medula, pois é seqüestrado na medula. 
MONOCITOSE 
 
 Todos apresentam neutrofilia, os bovinos podem 
não ter; 
 Gato e eqüino pode não ter linfopenia; 
 Monocitose ocorre no cão e no gato, o eqüino não 
tem, e o bovino tem monocitopenia ou não; 
 Eosinopenia ocorre no cão, no bovino pode não 
ter, o gato e o eqüino não tem. 
 
*O único caso de DESVIO A DIREITA (presença de 
grande quantidade de neutrófilos hipersegmentados) 
ocorre no leucograma de estresse. 
 
*Único caso de DESVIO A DIREITA e DESVIO A ESQUERDA juntos ocorre no leucograma de estresse do cão. 
*O uso de corticóides provoca baixa da imunidade, pois os neutrófilos e monócitos não vão para o tecido quando solicitado (não 
ocorre a diapedese), e os linfócitos não vão para a circulação. Além disso, o NADPH é bloqueado no sistema dependente de 
oxigênio, e os eosinófilos são seqüestrados na medula. 
 
Desvio à esquerda REGENERATIVO 
 
Caracterizado por leucocitose com neutrofilia e predomínio de formas maduras (soma das células jovens menor que das células 
maduras). Compreende uma resposta adequada à inflamação. Pode ser um desvio: 
 
◦ Leve (até bastonetes) 
◦ Moderado (até metamielócitos) 
◦ Intenso (mielócitos ou mais jovens) 
Reação leucemóide: é uma reação escalonada – presença de mais células adultas. É uma reação semelhante a leucemia, só que 
esta apresenta uma reação não escalonada, com mais células jovens. 
 
*A piometra pode caracteriza uma reação leucemóide, quando o animal alcançar mais de 60.000 leucócitos, principalmente na 
piometra fechada (cérvix fechada no momento da infecção). Provoca leucocitose com liberação tóxica. Compreende um desvio 
regenerativo. 
Na piometra aberta (cérvix aberta no momento da infecção) os leucócitos estão normais ou diminuídos, caracterizando um desvio 
degenerativo. 
 
Desvio à esquerda DEGENERATIVO 
Caracterizado por leucograma normal ou leucopênico 
Há o predomínio de formas jovens (soma das células jovens é maior ou igual as células adultas). Compreende uma resposta 
inadequada à inflamação. 
 Depleção da medula óssea - apresenta uma resposta aguda em bovinos. Deve-se averiguar se trata de um caso de mau 
prognóstico em bovinos. 
 Exaustão da medula óssea 
 Mau prognóstico 
 
Desvio à direita 
Presença de neutrófilos hipersegmentados, ou seja, células velhas, com mais de cinco lobulações. 
◦ Corticóide endógeno ou exógeno 
◦ Resolução do processo com diminuição da quimiotaxia e da migração 
 
Alterações morfológicas dos Leucócitos: 
 
Neutrófilos tóxicos  decorrentes de toxinas bacterianas (principalmente Gram -). Indica toxidade da medula, 
ou por produção muito rápida das células ou pela presença de toxina na medula. 
Granulações Tóxicas – neutrófilos com núcleo em forma de rosca, decorrente da infecção por gram -, e 
grânulos com basofilia intensa. 
Corpúsculos de Döhle – é normal em felinos até 12% 
Vacuolizações citoplasmáticas 
Basofilia citoplasmática 
Monócitos ativados 
Linfócitos reativos 
Inclusões virais - Inclusão de Lentz (inclusão do vírus da cinomose, caracterizando-se como um indicativo precoce da doença). 
Hemoparasitas (intraleucocitários) – Hepatozoon canis, Ehrlichia canis 
Degeneração 
Linfófictos atípicos da Leucemia 
Manchas de Grümprecht? Relacionada a leucemia? 
 
Reação leucemóide 
Caracterizada por leucocitose acentuada (~> 60.000/mL) 
Compreende uma resposta inflamatória exacerbada 
Apesar do crescente número de neutrófilos a inflamação não está sendo debelada 
Infecções localizadas graves (piometra, abcessos...) 
Anemia hemolítica imunomediada 
Normalmente associado a um desvio à esquerda (escalonado) 
Alterações tóxicas 
 
AULAS PRÁTICAS: LABORATÓRIO CLÍNICO 
 
Os grandes vasos têm menor possibilidade de coagulação, assim como, a jugular é o vaso de eleição para coleta de sangue, uma 
vez que tem menor chance de fibrina. 
Não é indicada a coleta em artérias, visto que, na veia como apresenta sangue pobre em oxigênio e metabólitos do organismo, 
torna-se mais seguro encontrar os sinais de desordem do organismo, uma vez que, essas alterações circulam no sangue. Mas 
existem coletas específicas em artérias. 
 
 
 
 
 
 
 
Anticoagulantes 
 
EDTA 
É o ácido etilenodiaminotetracético. Este anticoagulante é o mais utilizado na rotina dos laboratórios, pois possuem um excelente 
poder preservador da morfologia e características de coloração das célulasvermelhas e brancas. Atuam como quelantes, evitando 
a cascata de coagulação do sangue ao se combinar com o cálcio (quela o cálcio). Não se deve exceder o nível recomendado de 
EDTA, pois o excesso prejudica a determinação do hematócrito, provocando uma falsa diminuição deste, devido ao 
"encarquilhamento celular". As quantidades recomendadas são: 1 gota de uma solução a 10% para 5 ml de sangue ou 1 mg de pó 
por ml de sangue. Na rotina laboratorial o tubo que o contém é identificado por uma tampa de borracha de cor roxa. Utilizado para 
exames hematológicos (hemograma completo) e de fibrinogênio. 
 
Heparina 
Evita a coagulação do sangue ao interferir na conversão de pró-trombina em trombina. Afeta de forma intensa e prejudicial as 
qualidades de coloração dos leucócitos, por isto é usado em provas bioquímicas, dosagem de metais no sangue, hormônios, 
hemograma de aves e animais silvestres(EDTAhemolisa hemácias de silvestres)e hrmogasometria(principal). Não dosa cálcio. 
Tem um custo bastante elevado. Por estes motivos, é utilizado na rotina como anticoagulante, sem apresentar propriedades 
preservativas. Na rotina laboratorial o tubo que o contém é identificado por uma tampa de borracha de cor verde. 
*Heparina diluída em solução fisiológica não é indicada para grandes animais, uma vez que pode causar heparinização do 
sangue, resultando em hemorragia e morte do animal. 
 
Fluoreto de sódio 
Atua como anticoagulante e conservador de glicose (impede a glicólise feita pelas hemácias), por isto é usado quando se deseja a 
determinação da glicemia. Na rotina laboratorial o tubo que o contém é identificado por uma tampa de borracha de cor cinza. 
 
Citrato de sódio 
Quelante de cálcio usado nos exames de coagulograma para avaliar a capacidade de hemostasia (dosar os fatores de 
coagulação). Deve ser usado refrigerado e o mais rápido possível. 
 
Sem anticoagulante/ Com ativador de coágulo 
 
Tubo na cor vermelha 
Contém ativador de coágulo, e é usado para dosagens bioquímicas (proteínas, enzimas, ureia, creatinina, etc), sorológicas e 
hormonais. 
 
Tubo na cor amarela 
Com ativador de coágulo e gel separador, e é usado para dosagens bioquímicas, sorológicas. 
 
Colheita de sangue 
O local de punção varia de acordo com a espécie, quantidade de sangue a ser colhido e a finalidade laboratorial da amostra. 
 
Equinos: Principalmente na veia jugular, quando se deseja maiores quantidades e temporal (latero-cranial a órbita ocular). Para 
pequenas quantidades e pesquisa de hemoparasitas pode-se realizar uma pequena incisão na borda das orelhas, realizando-se o 
esfregaço do sangue obtido logo em seguida. 
*Equinos em exercício hemolisa rápido as hemácias. 
Bovinos: utiliza-se a veia jugular, a veia mamária e a veia coccígea ou caudal. Para pesquisa de hemoparasitas utiliza-se também 
a borda das orelhas. 
Pequenos ruminantes: veia jugular. 
Cães: Quando se deseja realizar pesquisas de hemoparasitas ou alguns testes sorológicos, como por exemplo, para a 
Leishmaniose Visceral, realiza-se um pequeno corte na ponta da orelha, recolhendo o sangue em um papel de filtro no segundo 
caso e realizando um esfregaço sanguíneo normal no primeiro. Para obtenção de maiores quantidades de sangue utiliza-se as 
veias jugular, cefálica, femural ou safena. 
Gatos: Para maiores quantidades, utiliza-se a veia jugular, femural, safena e cefálica. Para pesquisas de hemoparasitas, faz-se o 
mesmo procedimento que os outros animais. 
Suínos: Veia cava cranial, veia mamária e margem da orelha. Para pesquisas de hemoparasitas, faz-se o mesmo procedimento 
que os outros animais. 
Aves: jugular e veia braquial. 
Coelhos: ponta de orelha e cardíaca. 
 
Técnica de punção 
A realização de anti-sepsia no local antes que a agulha seja introduzida na veia é de suma importância na colheita do sangue. 
Seria desejável que a área a ser puncionada fosse depilada antes da anti-sepsia com álcool ou álcool iodado, mas na rotina 
hospitalar, este procedimento nem sempre é feito; sendo resguardado para momentos em que se necessite melhor visualização 
do vaso a ser puncionado. 
Após a escolha do local adequado e realização da anti-sepsia, faz-se então o garrote, isto é, a compressão da veia escolhida 
cranialmente ao local desejado. Se for necessário, pode-se distender a pele sobre a veia, para que esse fique mais firme. Em 
seguida, introduzir a agulha na pele com o bisel posicionado para cima, puncionando a veia. Soltar o garrote, recolher o sangue, 
retirar a agulha e comprimir a região, para evitar a formação de hematomas. 
 
Cuidados a serem observados durante a colheita visando evitar a hemólise e danos aos leucócitos 
• Necessita-se que o animal esteja em jejum para que se tenha um resultado mais fidedigno. 
• Observar se a agulha possui diâmetro adequado à quantidade de sangue que se deseja e ao calibre da veia escolhida; 
• Aderir bem a seringa ao canhão da agulha; 
• Deixar o sangue fluir com o mínimo de vácuo; 
• Evitar o bombeamento do sangue; 
• Evitar o excesso de pressão na seringa, pois isto poderá provocar o colabamento da parede da veia contra o bisel da agulha; 
• Se o sangue parar de fluir, rotacionar cuidadosamente a seringa e a agulha, procurando posicionamento mais adequado; 
• Em suínos, pode ocorrer entupimento da agulha por tecido adiposo e coágulos de sangue quando se tente puncionar mais que 
uma vez. Este último fato pode acontecer também nos outros animais, especialmente os pequenos; 
• Retirar a agulha da seringa antes de colocar o sangue no recipiente. Para hemograma usa-se o sangue total. Já para a maioria 
dos demais exames hematológicos usa-se o soro (plasma sem fibrinogênio). 
• A vida útil do sangue para hemograma é de até 24hs, de forma a preservar ao máximo as características da amostra. O 
segregação para hemograma deve ser feito em até 2hs. No caso de urina, está deve ser usada até no máximo 2hs. 
• Deve-se respeitar o volume de sangue indicado nos tubos, de modo a condizer com a quantidade de anticoagulante existente 
nos tubos, visto que, caso coloque-se uma quantidade menor de sangue, o anticoagulante pode promover intumescimento ou 
lise das hemácias. Nem pode colocar além da quantidade, pois tenderá ao anticoagulante não fazer o efeito esperado e a 
amostra coagular. 
• Não realizar colheita em animal que fez exercício recente, aguardar em torno de 30 min para reestabelecer os parâmetros 
normais 
• A homogeneização da amostra para hemograma deve ser realizada 10 vezes por inversão do tubo (é contado a cada ciclo 
completo de sobe-desce. 
• O sangue total não deve ser congelado, mas sim manter refrigerado a 8°C. Já o soro pode ser congelado e não poderá sofrer 
choque no descongelamento. Para tanto, deve-se manter refrigerado para descongelar. Após o congelamento ocorrem perdas 
da atividade, hemólose, degeneração (luz, temperatura e enzimas). 
 
Alterações em Amostras de Soro Sanguíneo 
 
Quando uma amostra de soro sanguíneo encontra-se fora dos padrões da normalidade, ela pode apresentar-se: 
 
Amostras hemolisadas: são ocasionadas devido à lise das hemácias. Esta alteração pode ocorrer por diversos motivos, como 
uma venopunção realizada erroneamente, tempo prolongado do uso do garrote/torniquete (não se deve ultrapassar 1-2 minutos), 
calor e por "tapinhas" no braço do paciente antes da venopunção, por exemplo. 
 
Amostras ictéricas: estão relacionadas com o aumento da bilirrubina na amostra de soro, que pode ocorrer devido à uma anemia 
hemolítica, por destruição intensa de hemácias (hemólise), como também por doenças hepáticas. 
 
Amostras lipêmicas: apresentam um aumento lipídico (triglicerídeos). Essa alteração pode também estar relacionada ao jejum, 
uma vez que um jejum prolongado resulta em uma

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