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GESTÃO SUSTENTÁVEL 1 
 
 
Gestão sustentável 
 
 
 
 
 
 
GESTÃO SUSTENTÁVEL 2 
Aula 1: A racionalidade econômica do mundo globalizado 
 
Apresentação 
A responsabilidade social nas empresas surge no Brasil a partir de 1980 e impõe às 
organizações que pretendiam atuar no mercado global uma nova forma de atender 
aos padrões de regulação exigidos pelo mercado. À medida que as organizações 
passam a assumir novos padrões gestionários, podemos dizer que as ações 
socialmente responsáveis começam a substituir práticas inerentes à economia do 
mercado. 
O processo de globalização fez com as empresas da segunda metade do século XX 
assumissem novos contornos, e assim, dessem lugar às práticas socialmente 
responsáveis. 
Os objetivos estratégicos nesta nova vertente justificam-se pela alta demanda em 
tecnologias intensivas de capital e pelo acesso à matéria-prima com baixo custo. A 
reorganização dos processos produtivos no mercado global forjaram mudanças e 
fracionamentos do processo produtivo, promovendo a migração de cadeias produtivas 
dentro de um novo espectro de globalização. Tal fenômeno culminou em uma 
globalização caracterizada por efeitos perversos e que teve como ápice problemas 
sociais graves e altos custos ecológicos para a sociedade humana. 
 
São objetivos dessa aula: 
1. Reconhecer o princípio da racionalidade econômica e suas interfaces na 
economia global; 
2. Relacionar racionalidade econômica e bem-estar social. 
 
Conteúdo 
Apresentaremos algumas características desse processo, com o firme propósito de 
ampliar a análise sobre os impactos da globalização abrangente. São elas: 
 
 
GESTÃO SUSTENTÁVEL 3 
• As atividades produtivas passam a ser controladas por empresas transnacionais, 
que assumem o controle do lucro, impedindo assim qualquer possibilidade de 
uma distribuição igualitária de bens e serviços; 
• O desgaste dos valores e pilares que alicerçavam a política do bem-estar social, 
afastando o homem de suas garantias e direitos historicamente conquistados; 
• A adoção de tecnologias intensivas de capital; 
• O enfraquecimento dos movimentos sociais e do poder sindical; 
• O surgimento de uma nova racionalidade econômica, que assume a indiferença 
pelas questões sociais, anulando as conquistas preexistentes e promovendo um 
clima de mal-estar civilizatório, premissa da exclusão social; 
• Concentração de renda e do capital. 
 
O princípio da racionalidade econômica, de acordo com Melo Neto e Froes 
Para Celso Furtado, apud Melo Neto: 
 
O fenômeno da racionalidade econômica no mundo 
globalizado tem sua origem na natureza de um processo 
produtivo transnacional global, cujo dinamismo se traduz 
em novo desenho da alocação geográfica dos recursos e 
em forte concentração social da renda. 
 
O princípio da racionalidade econômica justifica-se mediante as ações desenvolvidas 
pelo homo economicus. Segundo esta hipótese, os indivíduos em sociedade buscam 
atender suas necessidades básicas, organizando suas escolhas por ordem de 
preferência e satisfação. 
Podemos concluir que a racionalidade econômica deve ser considerada uma forma 
utópica de realização, visto que somos influenciados pelo entorno ético ao qual 
pertencemos. 
Os indivíduos ou organizações são chamados à racionalidade para fundamentar as 
suas decisões de maneira lógica e objetiva. Dessa forma, a tomada de decisão sobre 
 
 
GESTÃO SUSTENTÁVEL 4 
diferentes processos produtivos ocorrerá como parte do modelo econômico vigente, 
tendo como principal ênfase a concentração de renda e do capital. 
Os principais norteadores da racionalidade econômica apontam para a concentração 
de renda, sem contar com qualquer aparato ético. 
 
A racionalidade econômica e ecologia humana 
No início de 2000, o tema assume novos contornos, como a sustentabilidade integral, 
local, global e, mais recentemente, sustentabilidade dos negócios e da vida em 
sociedade. Nesse sentido, a sustentabilidade apresenta-se como um conceito amplo, 
mas com uma essência evidente, ou seja, as ações presentes sendo pensadas quanto 
aos seus resultados para as gerações futuras. 
Apesar do crescente aumento de investimentos sociais corporativos, nacionais e 
internacionais, Melo Neto afirma que a comunidade empresarial está dividida em dois 
segmentos: 
 
➢ As empresas que privilegiam as atividades diretamente ligadas à rentabilidade 
dos seus negócios. Nesse caso, o exercício da responsabilidade social não faz 
parte do portfólio de negócios da empresa; 
➢ As empresas que veem a responsabilidade e a sustentabilidade social como 
funções estratégicas. Nesse segmento, as ações sociais desenvolvidas impelem 
a empresa às práticas de responsabilidade social e o desenvolvimento 
sustentável, assegurando assim a harmonia de três elementos: proteção 
ambiental, crescimento econômico e equidade social. 
 
Meadows, Meadows e Randers (1992) definem a sustentabilidade como uma 
estratégia de desenvolvimento que resulta na melhoria de qualidade da vida humana 
e na minimização simultânea dos impactos socioambientais. Nesse sentido, sugerem 
a gestão integrada, que representa a visão conexa e holística dos aspectos do 
desenvolvimento social, crescimento econômico e proteção ambiental. 
Até 1970, as organizações eram pensadas como empresas saudáveis se, no seu 
balanço, ficassem comprovados os lucros crescentes, um patrimônio estável e 
baixíssimo endividamento. 
 
 
GESTÃO SUSTENTÁVEL 5 
A partir de 1980, as organizações passaram a estruturar suas ações dentro das 
premissas da nova ordem econômica, também chamada de economia social, 
amparada nas premissas do Triple Bottom Line, também conhecido como os três Ps 
identificados como people (pessoas), planet (planeta) e profit (lucro). Esses requisitos 
são componentes indispensáveis à nova configuração das organizações sustentáveis. 
O conjunto de valores e práticas que estruturam os novos cenários da sustentabilidade 
organizacional potencializaram os mais diversos tipos gestionários, passando a 
incorporar em empresas, universidades, ONGs, Secretarias de Estado entre outros, 
com vistas a restabelecer o equilíbrio sustentável de forma sistêmica. 
O interesse pelo desenvolvimento sustentável e a aproximação entre as organizações 
e os princípios da sustentabilidade humana e organizacional advêm da necessidade de 
migrar para o mercado global, atendendo suas principais exigências. Tais demandas 
impulsionaram o mundo dos negócios para níveis progressivos de transparência em 
seus processos de negociação. 
Ao abordarmos as competências que são necessárias à manutenção da 
sustentabilidade organizacional, percebemos que esse processo se tornou irreversível, 
pois as demandas do novo século nos impõem o aprimoramento de práticas 
gestionárias que fundamentam a gestão sustentável, tornando imperiosa a busca por 
competências que alicercem o desenvolvimento através dos pilares social, econômico 
e ambiental. 
As premissas do agir organizacional estão baseadas nas três sustentabilidades 
referendadas anteriormente e propõem o equilíbrio capaz de conciliar desenvolvimento 
econômico e ambiental, reduzindo impactos e incentivando a criação de políticas que 
se comprometam com o uso sustentável firmados nos princípios da ecoeficiência, com 
o firme propósito de satisfazer as necessidades humanas e proporcionar qualidade de 
vida. 
Uma das premissas da sustentabilidade organizacional consiste no respeito às 
diferenças e às minorias, historicamente vitimadas em seus direitos básicos. 
 
Pilares da sustentabilidade humana segundo Melo Neto e Froes 
Os autores avançaram em seus estudos e pesquisasao desenvolver os pilares da 
sustentabilidade em três níveis, indicando as ações socialmente responsáveis. 
 
 
GESTÃO SUSTENTÁVEL 6 
I. No âmbito da proteção ambiental, as empresas devem adotar as 
seguintes ações: 
• Gestão de consumo de energia e de recursos naturais; 
• Gestão eficiente do uso de matérias-primas, reduzindo o custo do 
tratamento de resíduos; 
• Gestão de produtos ecologicamente corretos; 
• Gestão de resíduos e da saúde ambiental. 
 
II. Quanto ao desenvolvimento econômico, compete às empresas 
socialmente responsáveis e sustentáveis: 
 
• Gestão democrática do trabalho, gerando novas oportunidades de 
emprego e de renda; 
• Gestão de produtos e serviços; 
• Gestão da rede de parceiros e fornecedores; 
• Gestão e fomento da economia popular. 
 
III. No campo da equidade social, os desafios para as empresas 
consistem em: 
• Gestão de ações éticas, repudiando as práticas desonestas; 
• Gestão de ações afirmativas de contratação e desenvolvimento de 
grupos étnicos, de minoria e PNEES; 
• Gestão da diversidade cultural e de talentos; 
• Gestão de programas e projetos sociais de combate à miséria e à 
pobreza; 
• Gestão da mobilidade social; 
• Gestão participativa dos negócios. 
 
 
 
 
 
 
GESTÃO SUSTENTÁVEL 7 
O estado do bem-estar social 
A ideologia do bem-estar e a filosofia do pleno emprego cederam lugar ao novo modelo 
de globalização e suas respectivas lógica e racionalidade. Tal lógica e racionalidade 
econômica, de caráter global, se sobrepõem aos valores mais substantivos, 
formadores de nacionalidade e do desenvolvimento social. 
O “estado de bem-estar social” (do inglês, welfare state) trata-se de uma nova 
perspectiva em que o Estado volta-se para o campo social e econômico, na qual a 
distribuição de renda para a população, bem como a prestação de serviços públicos 
básicos, é vista como uma forma de combate às desigualdades sociais. 
O estado do bem-estar social nos impele para uma nova racionalidade econômica, que 
se define em termos globais onde o núcleo decisório está fora do Estado. O 
fortalecimento do sistema econômico mundial de certa forma se contrapõe ao 
enfraquecimento das forças sociais e passa a investir na maximização das forças 
tecnológicas, prevalecendo assim a visão de mercado baseada nas estratégias das 
empresas transnacionais e multinacionais. 
Melo Neto e Froes (2001) enfatizam que o estado do bem-estar social investe na ética 
da responsabilidade social, pondo fim à “ética do dinheiro”. A partir desse novo 
paradigma, podemos perceber que as organizações passam a investir na solidariedade 
e no debate civilizatório. A adoção de comportamentos éticos contribui para o 
desenvolvimento de ações que se comprometam com a minimização de problemas 
sociais, a participação social e política, o envolvimento com projetos sociais e a redução 
de problemas sociais. Tais ações funcionariam como antídotos para a exclusão social, 
materializada pela alienação imposta, a deterioração das relações de trabalho, a 
adoção de comportamentos antiéticos, entre outros. 
A partir de 1990, as organizações contemporâneas passam a manter seu foco na ética 
da cidadania empresarial. A ênfase se dá na busca de soluções para os problemas 
relacionados à dinâmica empresa-comunidade, contemplando em suas práticas as 
vertentes internas e externas. 
 
Ações de responsabilidade social 
Segundo Melo Neto e Froes (2001), o exercício da responsabilidade social tem dois 
focos distintos: os projetos sociais e as ações comunitárias. 
 
 
GESTÃO SUSTENTÁVEL 8 
Para os autores, os projetos sociais são empreendimentos voltados para a busca de 
soluções em situações de alto risco. Tais problemas, se negligenciados ou enfrentados 
sem a determinação exigida pelas circunstâncias, agravam-se com o tempo e 
demandam soluções imediatas e de médio e longo prazos. 
 
Sustentabilidade organizacional 
No atual cenário, as empresas estão de alguma forma envolvidas no processo de 
globalização de seus negócios e com as exigências que deles derivam. Sendo assim, a 
preocupação com a qualidade de vida das populações adquire contornos mundiais. 
Concluímos que uma organização socialmente responsável não deve pensar em termos 
de lucro, mas precisa responsabilizar-se pelos impactos de seus negócios sobre os 
ambientes “eco-humanos” onde atua direta ou indiretamente. Há muito tempo que as 
organizações responsáveis trocaram sua gestão orçamentária por uma gestão 
estratégica. 
 
Aprenda Mais 
Assistir ao vídeo: Objetivos Globais para o Desenvolvimento Sustentável – ONU, 
disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=MKH97nZXRys>. Acesso em 27 
jun. 2017. 
 
Exercícios de Fixação 
Questão 1: 
O conceito de sustentabilidade em relação aos negócios está alicerçado em três 
pilares: 
a) Desenvolvimento econômico, social e ambiental. 
b) Desenvolvimento ambiental, lógico e a estrutura física da organização. 
c) Desenvolvimento histórico, ambiental e lógico. 
d) Desenvolvimento ideológico, social e ambiental. 
e) Desenvolvimento ambiental, social e a estrutura física da organização. 
 
Questão 2: 
 
 
GESTÃO SUSTENTÁVEL 9 
No âmbito da proteção ambiental, as empresas devem adotar as seguintes ações, 
exceto: 
a) Gestão de consumo de energia e de recursos naturais. 
b) Gestão eficiente do uso de matérias-primas, reduzindo o custo do tratamento 
de resíduos. 
c) Gestão econômica, evitando ao máximo os desperdícios e depositando os 
resíduos na natureza para futura degradação natural. 
d) Gestão de produtos ecologicamente corretos. 
e) Gestão de resíduos e da saúde ambiental. 
 
Questão 3: 
Quanto ao desenvolvimento econômico, compete às empresas socialmente 
responsáveis e sustentáveis possuir uma: 
a) Gestão parcialmente democrática do trabalho, gerando oportunidades de 
emprego e de renda, baseando- se no mérito do indivíduo. 
b) Gestão de produtos e serviços, separando resíduos úteis para a empresa e 
livrando-se do resto do lixo. 
c) Gestão e fomento da economia federal, a fim de contribuir para o crescimento 
do país. 
d) Gestão da rede de parceiros e fornecedores. 
e) Nenhuma das anteriores. 
 
Questão 4: 
No campo da equidade social, os desafios para as empresas consistem em, EXCETO: 
a) Gestão de ações éticas, repudiando as práticas desonestas. 
b) Gestão através da meritocracia. 
c) Gestão de ações afirmativas de contratação e desenvolvimento de grupos 
étnicos, de minoria e PNEES. 
d) Gestão da diversidade cultural e de talentos. 
e) Gestão de mobilidade social. 
 
Referências 
 
 
GESTÃO SUSTENTÁVEL 10 
ALMEIDA, Fernando. Os desafios da sustentabilidade: uma ruptura urgente. Rio 
de Janeiro: Elsevier, 2007. 
 
D’ARAUJO, Maria Celina. Capital social. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003. 
 
MELO NETO, Francisco P. de. Gestão da Responsabilidade Social Corporativa: o 
caso brasileiro. Qualitymark, 2001. 
 
ZOHAR, Danah. O ser quântico: uma visão revolucionária da natureza humana e da 
consciência, baseada na nova física. Rio de Janeiro: Best Seller, 2005. 
 
 
Aula 2 – A crise civilizacional da sociedade moderna 
 
Apresentação 
Vivemos uma crise ética e civilizacional sem precedentes na história da sociedade 
moderna. Fenômenos como conflitos étnicos e raciais provocados pela intolerância, 
discriminação e desvalorização da pessoa humana têm se constituído em urgências do 
mundo contemporâneo. Por essa razão, entendemos que todos os setores da 
sociedade organizada devem estar atentos às diferentes formas de violência, buscando 
resgatar uma cultura de paz e equilíbrio na sociedade humana.São objetivos dessa aula: 
1. Avaliar a crise civilizacional no contexto brasileiro; 
2. Identificar as diferentes manifestações da crise civilizacional, tais como: crise 
ecológica, crise econômica, crise no trabalho, dentre outras. 
 
Conteúdo 
O Brasil no contexto da crise civilizacional 
Para Leonardo Boff, vivemos num difuso mal-estar da civilização, que se materializa 
em ações responsáveis pelo descuido e pelo abandono social. Estas práticas 
materializam a exclusão social, afastando o homem de seus direitos e garantias sociais. 
 
 
GESTÃO SUSTENTÁVEL 11 
Algumas ações são emblemáticas e se transformam em vetores de marginalização e 
reprodução de miséria, gerando na sociedade índices alarmantes como a fome, a 
miséria, o desemprego, entre outros. Situações semelhantes se refletem em problemas 
sociais, comprometendo direitos universais como educação, trabalho, moradia, 
segurança. 
O mal-estar civilizatório reflete a ausência do Estado e o descompromisso da sociedade 
para com os segmentos excluídos da sociedade. A denúncia de práticas de indiferença 
e de descuidos para com os cidadãos nos levam ao reconhecimento de uma ética 
perversa que se expressa pelo descaso e pelo abandono. Tal situação justifica o 
enfraquecimento de valores e crenças que se traduzam na solidariedade universal em 
detrimento da ênfase no lucro e na exaltação da propriedade. Para Morin (2007-2011): 
 
A identificação de ameaças à sobrevivência da democracia, 
num clima de crescentes incertezas provocadas por crises 
contemporâneas, tem nos conduzido a estabelecer uma 
relação paradoxal entre a expansão democrática e as 
ameaças de maior ou menor impacto que produzem na 
sociedade brasileira sentimentos de impotência e 
insegurança. 
 
A partir das duas últimas décadas do século XX, passamos a presenciar mudanças 
significativas que alteraram o modus vivendi da sociedade, provocadas pelo avanço 
tecnológico, além dos efeitos da produção e disseminação do conhecimento que nos 
mantiveram articulados por uma revolução científica e tecnológica. 
Evoluímos de uma sociedade do conhecimento para uma sociedade de risco. Aspectos 
referentes à transitoriedade das relações e dos processos sociais, bem como os 
impactos da conectividade nas dimensões humanas e políticas, conduzem-nos para a 
formação de uma sociedade que se regula em rede. 
 
Crise civilizacional e democracia: os novos desafios 
 
• Identificar e combater as práticas de mal-estar social; 
 
 
GESTÃO SUSTENTÁVEL 12 
• Promover o fortalecimento de valores que sustentem a dignidade humana; 
• Resgatar a solidariedade internacional; 
• Combater a alienação imposta; 
• Fortalecer a ação dos movimentos sociais. 
 
As ações acima nos ajudam a estruturar cenários mais harmônicos e solidários, 
responsáveis por práticas inclusivas definidas por políticas públicas. A partir do 
exposto, entendemos que o resgate da cidadania se faz a partir do revigoramento do 
debate civilizatório, convidando todos os segmentos da sociedade para participar. A 
restauração da relação entre os setores da vida em sociedade se constitui como uma 
das principais dívidas sociais, pois impede o associativismo e a cooperação da 
solidariedade social. 
 
Os capitais da sustentabilidade humana 
 
Os capitais da sustentabilidade humana se distribuem em quatro dimensões básicas: 
 
1) O capital humano: caracterizado pela capacidade de as pessoas atuarem de 
forma efetiva na sociedade. Para que sua participação na sociedade se 
manifeste, é necessário que avance em sua escolaridade, e portanto, possa 
desenvolver habilidades e conhecimentos. As organizações que valorizam o 
capital humano deverão desenvolver ações de liderança que invistam em seu 
coletivo organizacional, desenvolvendo atividades de cunho social e cultural 
com o propósito de promover o fomento do desenvolvimento social; 
 
2) O capital social: percebido como fator de desenvolvimento das economias, 
tendo como base o investimento nas ações de investimentos sociais. Ações 
sociais baseadas na confiança demonstram a capacidade de os membros de um 
grupo se envolverem com questões coletivas não só no âmbito profissional, mas 
também no âmbito social; 
 
 
 
GESTÃO SUSTENTÁVEL 13 
3) O capital espiritual: é um elemento que possibilita compreender a 
espiritualidade para além da questão religiosa. As organizações 
contemporâneas buscam desenvolver a conexão entre o mundo físico e o 
espiritual, abrindo possibilidades de olhar para as organizações a partir de 
valores humanos; 
 
4) O capital emocional: a necessidade de desenvolver o capital humano, social 
e espiritual evoca o aprimoramento na área emocional, em face da necessidade 
de manifestar autoestima positiva e autocontrole. A capacidade relacional no 
trabalho e na sociedade se concretiza através de práticas de boa convivência e 
de cuidado, com ênfase para os aspectos de interação interpessoal e 
intrapessoal, aprofundando assim os conceitos de inteligência emocional. 
 
Os líderes precisam estar atentos para lidar com conflitos e aspectos intangíveis 
presentes nos relacionamentos. Ao investir no autodesenvolvimento das 
potencialidades e competências pessoais, ampliamos o potencial emocional. 
Somos seres dotados de intuição e fortemente mobilizados pelos intuitos do meio 
ambiente. Nossa capacidade de adaptação nos possibilita uma progressiva 
aprendizagem sobre o meio relacional e evoluindo em sua carga identitária. 
 
Atividade Proposta 
Analise o artigo 10 Histórias de Negócios Sustentáveis que moldaram 2015 da Harvard 
Business Publishing, através do link: <https://hbr.org/2015/12/10-sustainable-
business-stories-that-shaped-2015>. Acesso em 26 jun. 2017. 
Aprenda Mais 
Assistir ao vídeo: O que é gestão sustentável. Disponível em: 
<https://www.youtube.com/watch?v=1GsCxi7Jj8Y>. Acesso em 26 jun. 2017. 
 
Exercícios de Fixação 
Questão 1: 
Não é um dos capitais da sustentabilidade humana: 
 
 
 
GESTÃO SUSTENTÁVEL 14 
a) O capital humano. 
b) O capital social. 
c) O capital espiritual. 
d) O capital emocional. 
e) O capital cultural. 
 
Questão 2: 
A respeito dos capitais da sustentabilidade humana, qual das alternativas preenche 
perfeitamente o espaço em branco da frase abaixo? 
“___________, caracterizado pela capacidade de as pessoas serem cada vez mais 
instruídas e saberem gerar novas habilidades e conhecimentos”. 
 
a) O capital humano. 
b) O capital social. 
c) O capital socioeconômico. 
d) O capital emocional. 
e) O capital espiritual. 
 
Questão 3: 
“Observa-se que se, por um lado, o conceito de cidadania empresarial vem tendo 
maior receptividade pelas empresas, na medida em que está recebendo, na prática, 
uma conotação de gestão de relações comunitárias; por outro lado, o conceito de 
responsabilidade social se vem consolidando como um conceito intrinsicamente 
interdisciplinar, multidimensional e associado a uma abordagem sistêmica [...]. 
Conclui-se que o conceito de cidadania empresarial, para não ter sua prática limitada 
a projetos específicos, precisa ser desenvolvido num espectro mais amplo, permeando 
toda a organização, incorporando a performance social corporativa e tendo, como 
pano de fundo, o desenvolvimento sustentável. “ 
(ASHLEY, P.A.; COUTINHO, R.B.G.; TOMEI, P.A. Responsabilidade Social Corporativa 
e Cidadania Empresarial: uma análise conceitual comparativa. 2012.) 
 
 
 
 
GESTÃO SUSTENTÁVEL 15 
Considerando-se os aspectos expostos no texto acima, o conceito de responsabilidade 
social corporativa, para sua construção teórica e aplicação prática, além da sua 
incorporaçãoà orientação estratégica da empresa, requer: 
 
a) Execução rígida do planejamento das etapas de produção. 
b) Adoção de perspectivas normativas restritas aos interesses dos gerentes. 
c) Obrigatoriedade da incorporação dos trabalhadores como acionistas da empresa. 
d) Estratégias em busca da intensificação incessante do lucro. 
e) Desafios éticos para as diferentes dimensões do negócio. 
 
Questão 4: 
A crise civilizacional expressa diferentes racionalidades que mobilizam aspectos 
fundamentais da sociedade brasileira. Identifique a fator que diverge dessa premissa: 
 
a) Desemprego e exclusão social. 
b) Marginalização do social. 
c) Neutralização da ação do estado. 
d) Destruição dos valores da cidadania empresarial. 
e) Empoderamento das camadas populares. 
 
Referências 
ALMEIDA, Fernando. Os desafios da sustentabilidade: uma ruptura urgente. Rio 
de Janeiro: Elsevier, 2007. 
BAUMAN, Zygmunt. Globalização: As consequências humanas. Rio de Janeiro: Jorge 
Zahar, 1999, 145 p. 
IANNI, Octavio. Teorias da Globalização. 14. ed. Rio de Janeiro: Civilização 
Brasileira, 2007, 271 p. 
 
 
 
 
 
 
 
GESTÃO SUSTENTÁVEL 16 
Aula 3 – O protagonismo do Terceiro Setor 
 
Apresentação 
A partir de 1980, a sociedade brasileira vem se organizando para atender as crescentes 
demandas que envolvem serviços assistenciais que deveriam ser oriundos da gestão 
pública, mas que passaram a ser absorvidos por organizações não governamentais 
através de intelectuais e cidadãos comprometidos com o banimento da miséria e da 
exclusão social. 
 
São objetivos dessa aula: 
1. Reconhecer a capacidade transformacional do Terceiro Setor; 
2. Identificar as principais ações das ONGs na sociedade contemporânea e o 
impacto dessa intervenção. 
 
Conteúdo 
O que é o Terceiro Setor 
O Terceiro Setor é composto por associações e entidades e é classificado como 
Terceiro Setor ou Third Sector, conforme foi conceituado nos Estados Unidos, a partir 
de 1980. 
Estudos e pesquisas recentes demonstram que o desenvolvimento deste setor no Brasil 
ocorreu a partir da defesa dos direitos humanos e da promoção do meio ambiente e 
de desenvolvimento rural. 
As organizações que fazem parte do Terceiro Setor têm exercitado uma nova forma 
de apresentar seus relatórios, visto que o rigor na regulação das práticas adotadas 
necessita de maior transparência e controle da sociedade e do Estado. 
Tal controle evidencia a necessidade de “fazer mais com menos”, priorizando as 
verdadeiras necessidades dos diferentes segmentos assistidos, abolindo práticas 
acessórias, de efeito puramente cosmético. 
A Lei 13.019, de 31 de julho de 2014, em vigor a partir de janeiro de 2016 no que 
tange aos recursos federais e estaduais e entrará em vigor, a partir de 2017 para os 
recursos municipais, passou a regular as transferências voluntárias de recursos de 
entres federados para as organizações do Terceiro Setor. Suas principais contribuições 
 
 
GESTÃO SUSTENTÁVEL 17 
consistem em promover a transparência das ações desenvolvidas e dos recursos 
disponíveis, a medição e o controle dos resultados obtidos, bem como do impacto 
social das intervenções, da atuação em rede, entre outros. 
 
A gestão nas organizações do Terceiro Setor 
Reduzir a gestão dessas organizações a simples aplicação de técnicas gerenciais do 
setor estatal ou privado pode comprometer a efetividade da missão e os objetivos 
organizacionais. Segundo Drucker (1999), o Terceiro Setor é caracterizado por uma 
nova e revolucionária forma de economia, que passou a ser intitulada como economia 
social. Ele acrescenta ainda que este foi o setor que mais se desenvolveu, gerando 
novas oportunidades de emprego e multiplicou de forma exponencial as ações sociais. 
Torna-se fundamental, portanto, repensar criticamente a atuação e as propostas de 
cada entidade, principalmente no que tange à necessidade de propor uma gestão 
profissionalizada e apta a lidar com a complexidade social existente no escopo de cada 
um dos projetos sociais. A partir da nova lei, poderão participar na destinação de 
recursos públicos, desde que estejam alinhados com as diretrizes legais. 
 
Indicadores do Instituto Ethos 
Para o Instituto Ethos, o principal desafio da gestão corporativa consiste em 
administrar a diversidade, investindo no desenvolvimento de representantes de 
diferentes grupos étnicos, culturais e políticos através de políticas públicas e ações de 
inclusão social. 
O Instituto Ethos colabora conosco em deferentes demandas sociais e combate a 
violência e as desigualdades de gênero. Segundo seus princípios básicos, “a vantagem 
competitiva de uma empresa será determinada em grande medida pela qualidade da 
relação que ela mantém com as pessoas, interna e externamente. E essa qualidade 
está diretamente relacionada ao problema da inclusão ou exclusão de diferentes 
grupos sociais”. 
A valorização da diversidade é uma tendência, pois a necessidade de transformar as 
práticas de preconceito e estereótipo em ações cidadãs é uma urgência social. Os 
prejuízos gerados por posturas discriminatórias podem provocar danos graves à 
imagem da organização, comprometendo sua permanência no mercado. 
 
 
GESTÃO SUSTENTÁVEL 18 
As empresas devem ser percebidas como espaços inclusivos vocacionados à 
transformação social. Somente assim serão caracterizadas como empresas cidadãs e 
terão sua imagem reconhecida pela sociedade. 
 
Balanço social 
 
No balanço social, a empresa mostra o que faz por seus profissionais, dependentes, 
colaboradores e comunidade, dando transparência às atividades que buscam melhorar 
a qualidade de vida para todos. Ou seja, sua função principal é tornar pública a 
responsabilidade social empresarial, construindo maiores vínculos entre a empresa, a 
sociedade e o meio ambiente. 
 
O balanço social é uma ferramenta que, quando construída por múltiplos profissionais, 
tem a capacidade de explicitar e medir a preocupação da empresa com as pessoas e 
com a vida no planeta. 
 
A partir de 1960, nos EUA e na Europa, o repúdio da população à guerra do Vietnã 
deu início a um movimento de boicote à aquisição de produtos e ações de algumas 
empresas ligadas ao conflito. 
 
A sociedade exigia uma nova postura ética, e diversas empresas passaram a prestar 
contas de suas ações e objetivos sociais. A elaboração e divulgação anual de relatórios 
com informações de caráter social resultaram no que hoje se chama de balanço social. 
 
No Brasil, a ideia começou a ser discutida na década de 1970. Contudo, apenas em 
1980 surgiram os primeiros balanços sociais de empresas. 
 
A partir de 1990, as corporações de diferentes setores passaram a publicar o balanço 
social anualmente. A proposta, no entanto, só ganhou visibilidade nacional quando o 
sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, lançou através do IBASE, em junho de 1997, 
uma campanha pela divulgação voluntária do balanço social. Com o apoio e a 
 
 
GESTÃO SUSTENTÁVEL 19 
participação de lideranças empresariais, a campanha decolou e vem suscitando uma 
série de debates através da mídia, seminários e fóruns. 
 
Em 1998, para estimular a participação das corporações, o IBASE lançou o Selo 
Balanço Social - IBASE. O selo é conferido anualmente a todas as empresas que 
publicam o balanço social no modelo sugerido, dentro da metodologia e dos critérios 
propostos. 
 
Através deste selo, as empresas podem mostrar — em seus anúncios, embalagens, 
balanço social, sites e campanhas publicitárias — que investem em educação, saúde, 
cultura, esportes e meio ambiente, sua atuação socialmente responsável. 
 
 
 
Tabela1. (fonte: IBASE) 
 
2) Indicadores sociais 
internos 
Valor 
(Mil 
R$) 
% 
Sobre 
FPB 
% 
Sobre 
RL 
Valor 
(Mil 
R$) 
% 
Sobre 
RO 
% 
Sobre 
RL 
Alimentação 
 
MODELO IBASE 
1) Base de cálculo 2001 
Valor (Mil Reais) 
2000 
Valor (Mil Reais) 
Receita Líquida (RL) 
 
Resultado Operacional 
(RO) 
 
Folha de pagamento 
bruta (FPB) 
 
 
 
GESTÃO SUSTENTÁVEL 20 
Encargos sociais 
compulsórios 
 
Previdência privada 
 
Saúde 
 
Segurança e medicina no 
trabalho 
 
Educação 
 
Cultura 
 
Capacitação e 
desenvolvimento profissional 
 
Creches ou auxílio-creche 
 
Participação nos lucros e 
resultados 
 
Outros 
 
Total – Indicadores 
sociais internos 
 
Tabela 2. (fonte: IBASE) 
 
3) Indicadores sociais 
externos 
Valor 
(Mil 
R$) 
% 
Sobre 
FPB 
% 
Sobre 
RL 
Valor 
(Mil 
R$) 
% 
Sobre 
RO 
% 
Sobre 
RL 
Educação 
 
Cultura 
 
Saúde e Saneamento 
 
 
 
GESTÃO SUSTENTÁVEL 21 
Habitação 
 
Esporte 
 
Lazer e diversão 
 
Creches 
 
Alimentação 
 
Outros 
 
Total das contribuições para a 
sociedade 
 
Tributos (excluídos encargos 
sociais) 
 
Total – Indicadores 
sociais externos 
 
Tabela 3. (fonte: IBASE) 
 
4) Indicadores ambientais 
 
Relacionados com a operação 
 
Em programas e/ou projetos 
externos 
 
Total dos investimentos em meio 
ambiente 
 
Tabela 4. (fonte: IBASE) 
 
 
 
 
GESTÃO SUSTENTÁVEL 22 
5) Indicadores do corpo funcional 
Nº de empregados ao final do período 
 
Nº de admissões durante o período 
 
Nº de empregados terceirizados 
 
Nº de empregados acima de 45 anos 
 
Nº de mulheres que trabalham na 
empresa 
 
% de cargos de chefia ocupados por 
mulheres 
 
Nº de negros que trabalham na empresa 
 
% de cargos de chefia ocupados por 
negros 
 
Nº de empregados portadores de 
deficiência 
 
Tabela 5. (fonte: IBASE) 
 
6) Informações relevantes quanto ao exercício da cidadania empresarial 
Relação entre a maior e a menor 
remuneração na empresa 
 
Número total de acidentes de trabalho 
 
Os projetos sociais e ambientais 
desenvolvidos pela empresa foram 
definidos: 
( ) pela direção 
( ) direção e gerências 
( ) todos os 
empregados 
( ) pela direção 
( ) direção e 
gerências 
 
 
GESTÃO SUSTENTÁVEL 23 
( ) todos os 
empregados 
Os padrões de segurança e salubridade no 
ambiente de trabalho foram definidos: 
( ) pela direção 
( ) direção e gerências 
( ) todos os 
empregados 
( ) pela direção 
( ) direção e 
gerências 
( ) todos os 
empregados 
A previdência privada contempla: ( ) direção 
( ) direção e gerências 
( ) todos os 
empregados 
( ) direção 
( ) direção e 
gerências 
( ) todos os 
empregados 
Na seleção dos fornecedores, os mesmos 
padrões éticos e de responsabilidade 
social e ambiental adotados pela empresa: 
( ) não são 
considerados 
( ) são sugeridos 
( ) são exigidos 
( ) não são 
considerados 
( ) são sugeridos 
( ) são exigidos 
Quanto à participação dos empregados 
em programas de trabalho voluntário, a 
empresa: 
( ) não se envolve 
( ) apoia 
( ) organiza e incentiva 
( ) não se envolve 
( ) apoia 
( ) organiza e 
incentiva 
Tabela 6. (fonte: IBASE) 
 
Atividade Proposta 
Analise o modelo de balanço social da empresa Banco do Brasil, através do link: 
<http://www45.bb.com.br/docs/ri/ra2010/port/ra/06.htm>. Acesso em 26 jun. 2017. 
 
Aprenda Mais: 
Assistir ao vídeo: A história das coisas. Disponível em: 
<https://www.youtube.com/watch?v=7qFiGMSnNjw>. Acesso em 26 jun. 2017. 
 
 
GESTÃO SUSTENTÁVEL 24 
Exercícios de Fixação 
Questão 1: 
Complete a frase abaixo: 
“O ____________ é constituído por organizações sem fins lucrativos e não 
governamentais, que tem como objetivo gerar serviços de caráter público”. 
 
a) Terceiro Setor. 
b) Segundo Setor. 
c) Fundo Monetário Internacional. 
d) Empreendedorismo ambiental. 
e) Nenhuma das anteriores. 
 
Questão 2: 
No balanço social, a empresa mostra o que faz por seus profissionais, dependentes, 
colaboradores e comunidade, dando transparência às atividades que buscam melhorar 
a qualidade de vida para todos. 
 
a) Sua função principal é tornar pública a responsabilidade social empresarial, 
construindo maiores vínculos entre a empresa, a sociedade e o meio ambiente. 
b) Sua principal finalidade é tornar pública a economia da organização, construindo 
maiores vínculos entre a empresa e o tribunal de contas. 
c) Sua função principal é manter em sigilo a responsabilidade social empresarial, 
construindo de maneira ética maiores vínculos entre a empresa, a sociedade e o meio 
ambiente. 
d) Sua principal finalidade é analisar os gastos financeiros da empresa, permitindo 
assim organizar e planejar atividades que ajudem a população. 
e) Nenhuma das anteriores. 
 
 
 
 
 
 
 
GESTÃO SUSTENTÁVEL 25 
Questão 3: 
Em 1998, para estimular a participação das corporações, o IBASE lançou o Selo 
Balanço Social IBASE - Betinho. O selo é conferido anualmente a todas as empresas 
que publicam o balanço social no modelo sugerido pelo IBASE, dentro da metodologia 
e dos critérios propostos. 
 
a) Este selo tem como finalidade avaliar os investimentos que as empresas fazem em 
projetos sociais. 
b) Através deste selo, as empresas possuem descontos em tributos, fazendo com que 
queiram participar de atividades que busquem melhorar a qualidade de vida da 
população. 
c) Através deste selo, as empresas podem investir em educação, saúde, cultura, 
esportes e meio ambiente, mas em sigilo, sem expor à mídia os nomes dos 
beneficiados. 
d) Através deste selo, as empresas podem divulgar que investem em educação, saúde, 
cultura, esportes e meio ambiente. 
e) Nenhuma das anteriores. 
 
Questão 4: 
A respeito dos indicadores do instituto ETHOS, marque a alternativa correta. 
 
I - Trata-se de uma ferramenta de autodiagnóstico cuja principal finalidade é auxiliar 
as empresas a gerenciar os impactos sociais e ambientais decorrentes de suas 
atividades. 
II – Esses indicadores foram criados como uma ferramenta de aprendizado e 
autoavaliação da gestão no que se refere à incorporação da responsabilidade social ao 
planejamento estratégico e ao monitoramento geral da empresa. 
III – É formado a partir de um questionário (questões de profundidade, solidariedade 
e intensidade). 
 
 
 
 
 
GESTÃO SUSTENTÁVEL 26 
a) As alternativas I e II estão corretas. 
b) As alternativas I e III estão corretas. 
c) As alternativas II e III estão corretas. 
d) Só a alternativa I está correta. 
e) Só a alternativa III está correta. 
 
REFERÊNCIAS 
QUEIROZ, Marco. Empreendedorismo social e desenvolvimento. In: VOLTOLINI, 
Ricardo (Org.). Terceiro Setor: planejamento e gestão. São Paulo: Senac, 2004. 
KORTEN, David, apud KISIL, Marcos. Organização social e desenvolvimento 
sustentável: projetos de base comunitária. In: Evelyn B. Ioschpe (Org.) 2000. 
Terceiro Setor: desenvolvimento social sustentado. São Paulo: Paz e Terra, 1997. 
SILVA, Antônio L. de P. Gestão e sustentabilidade. Publicação Interna da Oficina 
de Mobilização de Recursos. Ashoka Empreendimentos Sociais, 2002.Aula 4 – Gerenciamento do comportamento ético 
 
Apresentação 
Sabemos que as organizações deste século buscam atender, para além de suas 
obrigações legais e financeiras, às suas responsabilidades éticas, morais e sociais. A 
sobrevivência e a evolução dos negócios estão associadas cada vez mais a sua 
capacidade de adotar e aperfeiçoar condutas marcadas pela solidariedade, humildade, 
justiça e pela preservação da integridade e dos direitos das pessoas. 
Não devemos confundir ética e moral: a ética não cria a moral e nem estabelece seus 
princípios, normas ou regras: ela já se encontra numa dada sociedade ou grupo. 
As responsabilidades éticas correspondem às ações socialmente responsáveis, às 
políticas e condutas desejadas na sociedade democrática. Essas responsabilidades 
éticas refletem não só o código ético das organizações, mas também o sistema de 
crenças que sustentam tais práticas. Os valores presentes no sistema de crenças de 
uma organização sustentam as práticas manifestas nas organizações, pois como 
sabemos moral e ética se complementam. 
 
 
GESTÃO SUSTENTÁVEL 27 
Concluindo, podemos afirmar que os valores morais de um grupo dentro ou fora das 
organizações definem o que é ético, e somente a partir deste momento os Códigos de 
Ética são elaborados com padrões de conduta mais rigorosos. 
De acordo com autores que pesquisam sobre ética, podemos afirmar que os programas 
de responsabilidade social corporativa são fundamentais, principalmente no momento 
em que a sociedade atravessa uma séria crise de valores. A sobrevivência dos negócios 
depende, portanto, da capacidade de adotar e aperfeiçoar posturas éticas que 
legitimem uma imagem de empresa cidadã. 
As pressões que emanam da sociedade exigem adotar um novo ethos que passou a 
reger o mundo globalizado. Dessa forma, a política adotada pela empresa, bem como 
os estilos de lideranças adotados, passam a ser repensados em prol de novos modelos 
de negócios pautados em atitudes éticas e moralmente corretas. 
 
São objetivos dessa aula: 
1. Identificar a importância do comportamento ético nas organizações; 
2. Avaliar a conduta ética nas empresas, combatendo os contravalores que 
comprometem e violam o código ético das organizações. 
 
Conteúdo 
 
O comportamento ético das empresas 
A partir do momento em que as organizações passarem a adotar e difundir 
comportamentos éticos, as ações praticadas nelas devem ser confiáveis e duradouras, 
dispostas em três vetores éticos, a saber: 
 
• Adoção de valores éticos referentes aos direitos humanos, às liberdades e 
garantias individuais, às obrigações contratuais e à obediência aos princípios 
legais; 
• Difusão de valores éticos junto aos diversos públicos nos quais atua; 
• Transferência de valores éticos, desenvolvendo a capacidade de incorporar 
valores à cultura organizacional. 
 
 
 
GESTÃO SUSTENTÁVEL 28 
O gerenciamento ético deve combater a ética da irresponsabilidade, recusando-se a 
adotar: 
 
• O estímulo à competição desenfreada; 
• O foco nos negócios, centrados apenas nos resultados; 
• O abuso de poder e o cerceamento da autonomia; 
• O predomínio de comportamentos individualistas e egocêntricos; 
• A violação dos direitos humanos e do trabalhador; 
• As ações que causam prejuízos ao meio ambiente; 
• A fabricação de produtos nocivos à saúde e segurança das pessoas. 
 
Os alvos do comportamento ético empresarial devem funcionar como focos 
estratégicos, pois o maior envolvimento com estes setores reflete o respeito aos 
padrões éticos universais e às premissas da cidadania empresarial. O envolvimento 
das organizações deve ocorrer desde as relações com a comunidade local até a 
sociedade global. O fato de estarmos conectados e submissos aos diferentes 
ambientes culturais presentes no mundo globalizado nos obriga a pensar o 
gerenciamento ético das organizações como uma forma de exigência. 
 
Se estamos falando de gerenciamento ético, sempre haverá um contexto influenciador, 
sensível às culturas externas e sujeito aos princípios e valores da sociedade global. Por 
essa razão, devemos investir em princípios que sejam norteadores da responsabilidade 
social corporativa em contextos nos quais as ações se justifiquem pelo compromisso 
com a equidade e a dignidade humana. 
 
A globalização transformou de forma irreversível os cenários culturais em que as 
empresas se inserem. O conceito de cultura organizacional nos remete aos valores 
éticos e culturais baseados em pilares como ética e moralidade. Concluímos que a 
responsabilidade social corporativa tem de ser pensada em relação ao seu 
pertencimento no mundo culturalmente definida por normas e valores que refletem 
sistemas culturais mais amplos e abrangentes. 
 
 
GESTÃO SUSTENTÁVEL 29 
A ética a irresponsabilidade social externa 
Segundo Melo Neto e Froes, uma empresa socialmente responsável deve manifestar 
sua conduta responsável também no seu relacionamento com seus clientes, 
fornecedores, parceiros, governo, sociedade e comunidade. De acordo com os autores, 
suas práticas irresponsáveis consistem em: 
 
• Utilizar práticas de marketing de causa, buscando resultados imediatos; 
• Desrespeitar os contratados e, por conseguinte, a legislação vigente; 
• Manifestar mau atendimento aos clientes; 
• Fabricar produtos nocivos à saúde à segurança das pessoas; 
• Utilizar patrocínio oportunista. 
 
Devemos destacar que algumas empresas, consideradas éticas e que historicamente 
atuam com integridade no mercado, cometem eventualmente erros que podem 
concorrer para deslizes éticos e ser enquadrados dentro de práticas irresponsáveis, 
puníveis em caráter rigoroso. Vale ressaltar que, se a empresa estiver fraudando sua 
imagem, idealizando uma postura ética que não lhe representa, será fortemente 
desmascarada por sua atitude manipuladora. Nesses casos, percebemos que a 
empresa busca por motivo fútil: fidelizar clientes de maneira enganosa. 
 
Sabemos que uma organização se mantém na sociedade pela obediência aos princípios 
legais e às práticas socialmente responsáveis. Devemos, portanto, expressar em 
nossas relações com os colaboradores e demais stakeholders, através de ações que 
mantenham rigorosamente o compromisso ético. 
 
Contrapondo a irresponsabilidade, teremos que investir em líderes capazes de 
reproduzir a cultura ética da instituição, criando espaços de inclusão e 
desenvolvimento, por meio de uma gestão participativa, em que a inovação, a gestão 
democrática e a cultura de pertencimento possam reproduzir nas empresas um modelo 
de gestão participativa no qual os líderes devem consolidar a consolidação de padrões 
éticos e moralmente aceitos. 
 
 
GESTÃO SUSTENTÁVEL 30 
Vigie seus pensamentos, porque eles se tornarão palavras; 
vigie suas palavras, porque elas se tornarão atos; vigie 
seus atos, porque eles se tornarão seus hábitos; vigie seus 
hábitos, porque eles se tornarão seu caráter; vigie seu 
caráter, porque ele será o seu destino”. (poeta anônimo) 
 
 
Figura 1. Os alvos do comportamento ético empresarial 
 
Ética da irresponsabilidade social externa 
Aprendemos com os autores que referendam esse estudo que uma empresa que 
pretenda ser percebida como uma organização eticamente responsável deverá 
estabelecer um modelo de gestão que enfatize a transparência e a garantia de direitos 
e oportunidades para todos os colaboradores, clientes, parceiros, colaboradores, além 
de todos os membros da sociedade. 
 
As práticas socialmente irresponsáveis podem ser facilmente identificadas por nós, 
pois traduzem interesses exclusivamente voltados para a cumulação de capital. São 
elas:Comportamento 
ético e totalmente 
responsável
Junto à 
sociedade 
global
Junto à 
comunidade
Junto aos 
concorrentes
Junto aos 
consumidores
Junto ao 
meio 
ambiente
Junto ao 
governo
Junto aos 
parceiros
 
 
GESTÃO SUSTENTÁVEL 31 
Figura 2. Gestão da Responsabilidade Social Corporativa: o caso brasileiro (fonte: MELO NETO & 
FROES) 
 
 
Uso do patrocínio oportunista 
Interpretação dos fatos de forma unilateral, arbitrária e 
fraudulenta 
Sonegação fiscal 
Uso de práticas comerciais impróprias 
Qualquer ação de beneficiar-se causando prejuízo a clientes, 
fornecedores ou parceiros 
Uso de práticas de marketing de causa, de forma esporádica e que 
e que busca resultados imediatos. Como resultado de sua ética 
Desrespeito aos contratados e à legislação vigente 
Imposições descabidas a fornecedores, clientes e demais 
parceiros 
Mau atendimento aos clientes 
A fabricação de produtos nocivos à saúde e à segurança das 
pessoas 
 
 
GESTÃO SUSTENTÁVEL 32 
A gestão da ética como estratégia 
Para Melo Neto, organizações atraem para si novos significados ao investirem em um 
programa de gestão da ética que compreenda ações como: 
❖ Elaboração de código de conduta; 
❖ Investimentos nas áreas sociais; 
❖ Viabilizar projetos nas áreas sociais; 
❖ Doação de recursos para entidades sociais e projetos sociais locais. 
 
A responsabilidade social corporativa se baseia na construção de relações confiáveis e 
duradouras da cidadania empresarial, com o intuito de assimilar os valores éticos 
referentes aos direitos humanos, às liberdades e garantias individuais e à obediência 
aos princípios legais que orientam práticas socialmente responsáveis. 
 
Atividade Proposta 
Analise o artigo da Harvard Bussiness Review – Iniciativas de Negócios Sustentáveis 
falhará a menos que os líderes mudem sua mentalidade, disponível em: 
<https://hbr.org/2013/11/sustainable-business-initiatives-will-fail-unless-leaders-
change-their-mindset>. Acesso em 26 jun. 2017. 
 
Aprenda Mais 
Assistir ao vídeo: Conheça as metas do milênio. Disponível em: 
<https://www.youtube.com/watch?v=gB_P8rVRp8g>. Acesso em 26 jun. 2017. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GESTÃO SUSTENTÁVEL 33 
Exercícios de Fixação 
Questão 1: 
O exercício da responsabilidade social pressupõe um comportamento ético pela 
organização. Os seguintes vetores éticos alicerçam tal prática, EXCETO: 
 
a) Adoção de valores éticos. 
b) Difusão de valores éticos. 
c) Transferência de valores éticos. 
d) Assimilação de valores éticos. 
e) Solução de problemas sociais. 
 
Questão 2: 
O comportamento ético empresarial não se materializa nas relações: 
 
a) Junto à sociedade global. 
b) Junto à comunidade. 
c) Junto aos consumidores. 
d) Junto aos parceiros estratégicos. 
e) Junto à mídia. 
 
Questão 3: 
A ética da irresponsabilidade social denuncia um sistema capaz de produzir indivíduos 
egocêntricos, prepotentes e soberbos, comprometendo em caráter definitivo o 
processo de democratização da sociedade. Identifique os principais fatores que 
caracterizam essas práticas: 
 
a) Criação de um ambiente de trabalho propício ao abuso de poder. 
b) Promoção da mobilidade e ascensão funcional. 
c) Programas de inclusão para micro e pequenos empresários. 
d) Programas de difusão da cultura da diversidade e da equidade. 
e) Nenhuma das alternativas. 
 
 
 
GESTÃO SUSTENTÁVEL 34 
Questão 4: 
A ética empresarial vem se constituindo como área definitiva para a cidadania 
empresarial. Identifique os principais valores que sustentam tal definição. 
 
a) Relacionamento da empresa com a comunidade, com foco no desenvolvimento 
humano. 
b) Valorização do mercado com foco no lucro. 
c) Promoção da cidadania e da ética social. 
d) Aplicação de princípios éticos ao ambiente interno e externo. 
e) Formação da consciência ética e social dos colaboradores. 
 
REFERÊNCIAS 
ARRUDA, M.C.C. Código de Ética: um instrumento que adiciona valor. São Paulo: 
Negócio, 2002. 
LEISINGER, K. M.; SCHMITT, K. Ética empresarial: responsabilidade global e 
gerenciamento moderno. Petrópolis: Vozes, 2001. 
VÁZQUEZ, A. Ética. 23. ed. Rio de janeiro: Civilização Brasileira, 2002. 
 
Aula 5 – Desenvolvimento sustentável: do conceito à prática 
 
Apresentação 
 
O desenvolvimento sustentável desenvolve práticas relativas aos pilares social, 
ambiental e acadêmico, com o propósito de garantir o equilíbrio não só no crescimento 
econômico, mas principalmente nas ações cidadãs das organizações contemporâneas, 
que buscam o equilíbrio socioambiental e o crescimento econômico. Desta forma, 
adotamos as práticas da gestão sustentável que alavancam o perfil das empresas do 
século XXI. 
 
 
 
 
 
 
GESTÃO SUSTENTÁVEL 35 
São objetivos dessa aula: 
1. Identificar o princípio tripolar do desenvolvimento sustentável; 
2. Reconhecer as práticas organizacionais referentes à adoção do 
desenvolvimento sustentável. 
 
Conteúdo 
Aspectos do negócio sustentável 
A transparência das ações desenvolvidas nas organizações pode evidenciar o quanto 
somos responsáveis e comprometidos com o desenvolvimento da sustentabilidade nos 
negócios e na sociedade humana. 
As organizações assumiram, a partir do século XXI, o centro das referências que 
investem em empresas éticas e cidadãs, embora ainda exista uma série de 
questionamentos sobre os verdadeiros motivos que orientam tais práticas. As 
expectativas que passam a regular tais empresas são sensíveis às expectativas da alta 
direção, passando a formular estratégias que direcionem recursos e possibilidades de 
realização. 
O comportamento dos consumidores está criando novas relações com as empresas no 
mundo inteiro e delineando os contornos de uma nova ordem econômica. Na Europa, 
questões de segurança envolvendo os direitos dos consumidores já estão na pauta de 
negociações comerciais, e suas conclusões interferem no sistema de trocas mundiais. 
O novo contexto econômico se caracteriza por uma rígida postura dos clientes, voltada 
à expectativa de interagir com organizações que sejam éticas, que tenham boa 
imagem institucional no mercado e que atuem de forma ambientalmente responsável. 
A gestão das empresas na era da economia digital e da gestão socioambiental deve 
encarar com normalidade a organização de fronteiras ampliadas. De fato, um novo 
tipo de relacionamento está surgindo entre a organização e seus fornecedores, clientes 
e demais instituições do seu meio ambiente de atuação. 
O conceito de responsabilidade social interna e externa aponta para um modelo 
ecocêntrico, superando de forma categórica o modelo antropocêntrico, centrado nos 
interesses da empresa e dos indivíduos a ela integrados. Nesse caso, percebe-se o fim 
das premissas mercantilistas centradas no lucro e no consumo. 
 
 
GESTÃO SUSTENTÁVEL 36 
A abordagem ecocêntrica exige um novo modelo de organização, enfatizando novas 
premissas responsáveis pela promoção do uso eficiente de recursos materiais, pela 
redução de riscos ambientais e de saúde pública. Dessa forma, as lideranças devem 
buscar a plena sintonia entre o desempenho das comunidades e a preservação do 
planeta. 
Tais relacionamentos deverão capacitar as organizações a desenvolver enfoques 
abrangentes para os seus mercados, tendo como foco clientes comuns, a criação de 
novos mercados, bem como o compartilhamento de informações sobre a necessidade 
de manter o negócio sustentável, entre outras possibilidades. 
 
 
Figura 3. Visão sistêmica da sustentabilidade organizacional 
 
TripleBottom Line 
Chamado também de tripé da sustentabilidade; a imagem do tripé é perfeita para 
entender a sustentabilidade. Nele estão contidos os aspectos econômicos, ambientais 
e sociais que devem interagir, de forma holística, para satisfazer o conceito. 
Uma empresa será sustentável se for economicamente saudável, ou seja, se possuir 
um bom patrimônio e um lucro sempre crescente, marcado pela lucratividade social. 
 
 
GESTÃO SUSTENTÁVEL 37 
A perna ecológica do tripé trouxe, então, um problema e uma constatação: se os 
empresários e os governantes não cuidarem do aspecto ambiental, poderão vivenciar 
crises econômicas por falta de matéria-prima e talvez sem consumidores, além de 
contribuir para a destruição do planeta. 
 
 
Figura 4. Desenvolvimento sustentável 
 
Relatório Brundtland 
O Relatório Brundtlandt é resultado do trabalho da Comissão Mundial sobre o Meio 
Ambiente e Desenvolvimento, da ONU, presidida por Gro Harlem Brundtlandt e 
Mansour Khalid, daí o nome final do documento. A comissão foi criada em 1983, após 
uma avaliação dos 10 anos da Conferência de Estocolmo, com o objetivo de promover 
audiências em todo o mundo e produzir um resultado formal das discussões. 
Elaborado pela Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, o 
Relatório Brundtland aponta para a incompatibilidade entre desenvolvimento 
sustentável e os padrões de produção e consumo, trazendo à tona mais uma vez a 
necessidade de uma nova relação “ser humano - meio ambiente”. 
O relatório Brundtland enfatizou problemas ambientais, como o aquecimento global e 
a destruição da camada de ozônio (conceitos novos para a época), e expressou 
preocupação em relação ao fato de a velocidade das mudanças estar excedendo a 
 
 
GESTÃO SUSTENTÁVEL 38 
capacidade das disciplinas científicas e de nossas habilidades de avaliar e propor 
soluções, como está na publicação Perspectivas do Meio Ambiente Mundial – GEO 3 
do PNUMA. 
 
Atividade Proposta 
Analise o artigo da Harvard Bussiness Review – O que as empresas precisam saber 
sobre Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, disponível em: 
<https://hbr.org/2015/11/what-businesses-need-to-know-about-sustainable-
development-goals>. Acesso em 26 jun. 2017. 
 
Aprenda Mais 
Assistir ao vídeo: Desenvolvimento sustentável – ONU. Disponível em: 
<https://youtu.be/yFsgT4S_X3s>. Acesso em 26 jun. 2017. 
 
Exercícios de Fixação 
Questão 1: 
Como vimos nas aulas, existem desafios para a ecossustentabilidade. Qual das 
alternativas abaixo aponta para esse(s) desafio(s)? 
 
a) Avaliação do impacto das consequências que os produtos da empresa possam 
provocar no meio ambiente. 
b) Atendimento aos chamados da sociedade com relação aos eventuais prejuízos ou 
descasos ambientais. 
c) Definição de indicadores internos para a mensuração do desempenho da empresa 
na gestão ambiental. 
d) Redução de custos na prevenção de acidentes ambientais e na prestação de 
serviços. 
e) Todas as alternativas. 
 
 
 
 
 
 
GESTÃO SUSTENTÁVEL 39 
Questão 2: 
Na década de 1980, a ONU criou a comissão Brundtland. A comissão apresentou um 
documento chamado: 
 
a) Relatório Brundtland ou nosso futuro comum. 
b) Metas do milênio. 
c) Declaração universal dos direitos do homem. 
d) A carta da terra. 
e) Nenhuma das alternativas. 
 
Questão 3: 
O Triple Bottom Line ficou também conhecido como os 3P (ou, em português, PPL), 
abreviação de: 
 
a) Pessoas (social), planeta (ambiental) e lucro (econômico). 
b) Pessoas (biológico), animais (ecológico) e gastos (financeiro). 
c) Pessoas (econômico), planeta (biológico) e lucro (financeiro). 
d) Social (sociedade), animais (ecológico) e dinheiro (econômico). 
e) Nenhuma das anteriores. 
 
Questão 4: 
Elaborado pela Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, o 
Relatório Brundtland, trazendo à tona a necessidade de uma nova relação “ser humano 
- meio ambiente”, aponta para: 
 
a) A incompatibilidade entre desenvolvimento sustentável e os padrões de produção e 
consumo abusivos. 
b) A poluição do ar causada pelas indústrias, sendo esse o maior problema ambiental 
existente. 
c) A incoerência que é a relação natureza - homem, em que o homem precisa dela 
para viver, mas a destrói, assunto muito discutido em Filosofia. 
d) O desenvolvimento social, industrial e suas conquistas territoriais. 
 
 
GESTÃO SUSTENTÁVEL 40 
e) Nenhuma das alternativas. 
 
REFERÊNCIAS 
BURSZTYN, Marcel (org.). Para pensar o Desenvolvimento Sustentável. São 
Paulo: Brasiliense, 1993. 
SILVA, Christian Luiz da; SOUZA-LIMA, José Edmilson de. Políticas Públicas e 
Indicadores para o Desenvolvimento Sustentável. Saraiva. 
 
Aula 6: Gestão corporativa da diversidade e da equidade social: o desafio do 
século XXI 
 
Apresentação 
A frequente busca pela igualdade de oportunidades para todas as pessoas que 
compõem a sociedade cresce de forma exponencial junto às empresas brasileiras. 
Questões como etnia, orientação sexual, origem social, gênero, entre outros, alinham 
ações estratégicas de combate à discriminação no acesso e na permanência dos 
cidadãos. 
 
São objetivos dessa aula: 
1. Identificar ações estratégicas que desenvolvam planos de ação voltados para a 
promoção da cidadania ativa e da emancipação social; 
2. Estabelecer estratégias que resultem no fomento à igualdade e a justiça social; 
3. Listar boas práticas que contribuam para o respeito à diversidade nas empresas. 
 
Conteúdo 
Desafios da gestão da Responsabilidade Social Corporativa 
As organizações cidadãs buscam articular o Estado, o mundo empresarial e a sociedade 
civil, visando um desenvolvimento que seja socialmente justo, economicamente viável 
e ecologicamente prudente, em que o bem-estar da sociedade atual e futura constitua 
o objetivo final do processo. 
 
 
GESTÃO SUSTENTÁVEL 41 
Atualmente, as empresas são atores principais no cenário de equidade social, devido 
a seus recursos tecnológicos e econômicos e a sua influência nos setores políticos e 
de comunicações. 
 
Dimensões da responsabilidade social empresarial 
A partir do momento em que se incorpora ao conceito da responsabilidade social 
empresarial, delineiam-se as seguintes dimensões de ação: 
 
❖ Público interno; 
❖ Meio ambiente; 
❖ Fornecedores e consumidores; 
❖ Comunidade; 
❖ Governo e sociedade; 
❖ Estratégia e transparência. 
 
Os desafios da gestão de responsabilidade social corporativa 
Seus pressupostos são claros: 
 
❖ O investimento em projetos sociais externos aumenta a autoestima, estimula e 
motiva os colaboradores da empresa; 
❖ A atuação da cidadania empresarial da organização predispõe seus empregados 
ao desenvolvimento da cidadania individual; 
❖ O desenvolvimento das competências humanas essenciais (trabalho de equipe, 
criatividade, inovação, interação etc.) é decorrente da ação social externa da 
empresa. 
 
Os novos instrumentos de gestão da responsabilidade e sustentabilidade 
social 
De acordo com o novo paradigma da responsabilidade e sustentabilidade social, as 
empresas que adotam este modelo devem criar e aprimorar novos mecanismos de 
gestão. Vejamos quais são estes mecanismos no âmbito de cada uma das dimensões 
do modelo: proteção ambiental, desenvolvimento econômico e equidade social. 
 
 
GESTÃO SUSTENTÁVEL 42 
Segundo Melo Neto e Froes (2004), os novos instrumentos da responsabilidade e 
sustentabilidade social se estruturam da seguinte forma: 
 
a) No campo da proteção ambiental, as empresas devem adotar os seguintes 
mecanismos: 
 
✓ Gestão do consumo de energiae de recursos naturais, reduzindo seus insumos 
e produtos ambientais; 
✓ Gestão eficiente do uso das matérias-primas, que reduz o custo do tratamento 
de resíduos e da proteção; 
✓ Gestão de produtos ecologicamente corretos; 
✓ Gestão de resíduos e efluentes; 
✓ Gestão da saúde ambiental. 
 
b) Quanto ao desenvolvimento econômico, compete às empresas socialmente 
responsáveis e sustentáveis: 
 
✓ Gestão democrática do trabalho, gerando novas oportunidades de emprego e 
renda; 
✓ Gestão e fomento da economia popular; 
✓ Gestão da rede de parceiros e fornecedores; 
✓ Gestão de preços, cobrando preços justos pelos seus produtos e serviços. 
 
 
 
GESTÃO SUSTENTÁVEL 43 
 
Figura 5. Ações de Gestão da Responsabilidade Social com base nos Valores e 
Princípios 
 
 
 
Figura 6. Ações de Gestão da Responsabilidade Social com foco no público interno 
 
 
 
 
GESTÃO SUSTENTÁVEL 44 
 
Figura 7. Ações de Gestão da Responsabilidade Social com foco no meio ambiente 
 
 
 
 
Figura 8. Ações de Gestão da Responsabilidade Social com foco nos 
consumidores/clientes 
 
 
 
GESTÃO SUSTENTÁVEL 45 
As empresas do século XXI assumiram alguns programas de desenvolvimento que 
buscam simplificar e padronizar as estruturas funcionais, com o propósito de aumentar 
a mobilidade de emprego, promovendo ainda o aprimoramento profissional através do 
desenvolvimento de competências e habilidades intercambiáveis. A ênfase na liderança 
de pessoas também se tornado uma forte demanda. Para promover tais mudanças, o 
novo realinhamento das organizações passa pela redefinição das métricas que 
possuem seu principal foco no valor do negócio e de seus stakeholders. 
 
 
 
 Figura 9. Os novos instrumentos de gestão da responsabilidade social 
 
 
Desafios para a ecossustentabilidade 
✓ Avaliação do impacto das consequências que os produtos da empresa possam 
provocar no meio ambiente; 
OPORTUNIDADES DE INCLUSÃO SOCIAL 
Internas Externas 
- Promoção da mobilidade e 
ascensão funcional 
- Atendimento e 
aconselhamento psicológico 
- Custeio do ensino de jovens 
funcionários 
- Difusão da cultura da 
diversidade 
- Adaptação funcional 
- Reciclagem e adaptação 
- Fóruns de discussão e 
debates 
- Contratação de novos funcionários 
- Diversidade nos negócios 
- Inclusão de micro e pequenos 
empresários 
- Treinamento e certificação de 
pequenos empresários 
- Fomento do associativismo e 
desenvolvimento da economia 
popular 
- Capacitação 
- Contratação de aprendizes e de 
estagiários 
- Adoção do programa “Primeiro 
Emprego” 
 
 
GESTÃO SUSTENTÁVEL 46 
✓ Atendimento dos chamados da sociedade com relação aos eventuais prejuízos 
ou descasos ambientais; 
✓ Definição de indicadores internos para a mensuração do desempenho da 
empresa na gestão ambiental; 
✓ Redução de custos na prevenção de acidentes ambientais e na prestação de 
serviços. 
 
1. Valorizar o seu capital humano: as pessoas devem ser tratadas como 
indivíduos, com identidade própria, sujeitos a erros e acertos, ao longo de suas 
vidas nas organizações, sendo por este motivo afetados pelo ambiente que os 
rodeia, tanto externo quanto interno à organização. A BS 8.800 indica parâmetros 
para a sua empresa proporcionar as melhores condições para que as pessoas 
executem seu trabalho com tranquilidade e desenvolvam todo o seu potencial. 
 
2. Melhorar o rendimento do trabalho: com a aplicação da BS 8.800, a execução 
dos serviços ocorre de maneira mais segura e facilitada. Ao garantir estas 
condições, o resultado do trabalho se direciona para os objetivos da organização. 
 
3. Garantir o sucesso da organização: com as pessoas motivadas e seguras em 
seu local de trabalho, a organização certamente atingirá as suas metas quanto ao 
mercado e concorrentes. 
 
4. Melhorar a imagem da organização perante a sociedade: pessoas que 
sentem que a organização está preocupada com seu bem-estar e segurança 
trabalham melhor, garantindo assim um bom atendimento aos clientes e a boa 
imagem da empresa perante a sociedade. 
 
A organização precisa: 
 
• Cumprir os requisitos legais, contratuais, sociais e financeiros de segurança e 
higiene no trabalho; 
 
 
GESTÃO SUSTENTÁVEL 47 
• Adotar sistemas de gestão de higiene e trabalho que permita cumprir os 
requisitos legais, sendo este compatível com os outros tipos de sistema de 
gestão existentes, o que permite a existência de um sistema de gestão 
integrado; 
• Adotar boas práticas de higiene, segurança e saúde do trabalho, por parte da 
organização e dos colaboradores. 
 
Os instrumentos das ações afirmativas 
• Criação de “fóruns de debate sobre a diversidade”; 
• Criação de cursos especiais de capacitação profissional e gerencial para 
funcionários jovens, de ambos os sexos; 
• Formação de redes de cooperação técnica e de solidariedade envolvendo 
diferentes grupos de funcionários; 
• Criação de cursos de reciclagem para funcionários idosos ainda em atividade na 
empresa. 
 
 
 
Figura 10. Instrumentos de promoção da inclusão social externa 
 
 
 
GESTÃO SUSTENTÁVEL 48 
Atividade Proposta 
Analise o artigo da Harvard Business Review, Você pode ser verde sem também ser 
transparente? disponível em: <https://hbr.org/2008/06/can-you-be-green-without-
also>. Acesso em 26 jun. 2017. 
Aprenda Mais 
Assistir ao vídeo Ilha das flores, disponível em: 
<https://www.youtube.com/watch?v=e7sD6mdXUyg>. Acesso em 26 jun. 2017. 
 
Exercícios de Fixação 
Questão 1: 
A respeito do conceito de sustentabilidade social, pode-se afirmar que é: 
 
a) Uma base conceitual voltada para a melhoria da qualidade de vida e para a 
redução de problemas como a pobreza, a desigualdade e a exclusão social. 
b) Uma característica ou condição de um processo ou de um sistema que gera 
a sua existência, em certo nível, por prazo indeterminado e dependente. 
c) A capacidade do ser humano interagir com a natureza, não preservando o 
meio ambiente para comprometer os recursos naturais das gerações futuras. 
d) A necessidade de gerar energia de forma que não degrade o meio ambiente, 
produzindo renda, contribuindo assim com a economia local. 
e) Definir ações e atividades humanas que visam suprir as necessidades 
atuais sem a preocupação com o meio ambiente. 
 
Questão 2: 
No campo da ação afirmativa interna, as empresas devem dispor de uma série de 
instrumentos. Analise as afirmações e marque a alternativa correta. 
 
I. Criação de políticas de equidade social, voltadas para o combate às práticas 
gerenciais discriminatórias. 
II. Criação de cursos especiais de capacitação profissional e gerencial para funcionários 
jovens, de ambos os sexos. 
 
 
GESTÃO SUSTENTÁVEL 49 
III. Criação de “políticas de portas abertas”, por meio das quais qualquer funcionário, 
ao se sentir prejudicado por práticas que envolvam sua condição de raça, sexo e 
formação, deve pedir demissão, sem perder seus direitos trabalhistas. 
IV. Adoção de uma política salarial com o foco na equidade. 
 
Dessas afirmações, estão corretas: 
a) I, III e IV. 
b) I, II e III. 
c) III e IV. 
d) I, II e IV. 
e) I e III. 
 
Questão 3: 
A respeito dos instrumentos de promoção da inclusão social externa, qual das 
alternativas não promove essa inclusão? 
a) Políticas de cotas apenas raciais. 
b) Redes sociais de contratação de mão-de-obra. 
c) Editais de licitação solidária. 
d) Programas de desenvolvimento da economia popular. 
e) Comitês de recrutamento e seleção. 
 
Questão 4: 
É um desafio para a ecossustentabilidade:a) Valorização do capital humano. 
b) Melhora no rendimento do trabalho. 
c) Garantia de pleno acesso aos direitos. 
d) Melhora da imagem da organização perante a sociedade. 
e) Todas as alternativas estão corretas. 
 
 
 
 
 
 
GESTÃO SUSTENTÁVEL 50 
REFERÊNCIAS 
BORGER, F. G. Responsabilidade social: efeitos da atuação social na dinâmica 
empresarial. São Paulo: Saraiva, 2001. 
 
BURSZTYN, Marcel (org). Para pensar o Desenvolvimento Sustentável. São 
Paulo: Brasiliense, 1993. 
 
 
Aula 7: Gestão sustentável 
 
Apresentação 
As mudanças corporativas ocorridas a partir das últimas décadas do século XX 
contribuíram para a adoção de modelos gestionários compatíveis com o 
desenvolvimento sustentável em suas premissas básicas, com o firme propósito de 
garantir o equilíbrio entre o desenvolvimento econômico, social e ambiental, 
transformando as organizações em empresas sustentáveis. 
 
São objetivos dessa aula: 
1. Estabelecer as dimensões da gestão sustentável; 
2. Reconhecer a liderança para o desenvolvimento sustentável; 
3. Descrever a sustentabilidade sob a ótica organizacional; 
4. Identificar as relações entre os stakeholders. 
 
Conteúdo 
O debate sobre o tema é acirrado pela conceituação econômica do termo 
desenvolvimento. Os economistas veem surgir a necessidade de elaborar um modelo 
de desenvolvimento que inclua todas as variáveis econômicas e sociais. Sob o prisma 
econômico, o desenvolvimento é, basicamente, o aumento do fluxo de renda real, isto 
é, o incremento na quantidade de bens e serviços por unidade de tempo à disposição 
de determinada coletividade. 
 
 
 
 
GESTÃO SUSTENTÁVEL 51 
As dimensões da gestão sustentável 
Os teóricos afirmam que a dimensão ecológica, ou ambiental, pode ser dividida em 
três subdimensões: 
 
A primeira foca a ciência ambiental e inclui ecologia, diversidade do hábitat e 
florestas; 
A segunda inclui a qualidade do ar e da água (poluição) e a proteção da saúde 
humana por meio da redução de contaminação química e da poluição; 
A terceira foca a conservação e a administração de recursos renováveis e não 
renováveis e pode ser chamada de sustentabilidade dos recursos. A 
sustentabilidade ecológica, como uma das três dimensões, estimula empresas 
a considerar o impacto de suas atividades no ambiente e contribui para a 
integração da administração ambiental na rotina de trabalho. 
 
Liderança para o desenvolvimento sustentável 
A liderança sustentável vem fortalecer a atuação empresarial nas questões ligadas ao 
desenvolvimento social, política e cultural. A empresa deve criar um ambiente 
que proporcione bem-estar ao trabalhador e seus familiares, assumindo a 
responsabilidade em combater todas as formas de discriminação e de estímulo à 
diversidade e riqueza étnica e cultural da sociedade. 
Segundo Drucker (2000, p. 21), o novo pluralismo requer o que se pode chamar de 
"responsabilidade cívica": ser generoso com a comunidade na busca do próprio 
interesse ou na realização da tarefa que lhe cabe. Assim, apesar de o líder necessitar 
de atributos básicos, tais como uma visão de futuro, confiança em si mesmo e 
capacidade de alinhamento dos funcionários, o líder deverá, concomitantemente, ser 
capaz de trabalhar com novas parcerias, obtendo sucesso por uma rede de relações. 
(HESSELBEIN, 2000, DRUCKER, 2000) 
 
Em síntese, o líder sustentável promove ações que visem resultados através de ações 
socialmente corretas e culturalmente aceitas. 
 
 
 
 
GESTÃO SUSTENTÁVEL 52 
A sustentabilidade sob a ótica organizacional 
A gestão sustentável inspira e desafia a equipe, transmitindo a visão de forma que 
todos se inspirem a cumpri-la. 
A equipe de alta performance está diretamente ligada à liderança do gestor. É 
essencial para a organização que se mantenha um ambiente corporativo de 
desenvolvimento e aprendizagem, com capacidade de gerir pessoas e processos, 
prezando pelo bem geral da empresa. 
A empresa deve ter um bom relacionamento com seus fornecedores, refletindo seus 
valores a todos os participantes de sua cadeia produtiva. Em relação a clientes e 
consumidores, exige-se que a empresa invista em desenvolvimento e melhorias dos 
serviços e produtos que causem o mínimo de danos ao meio ambiente e à saúde dos 
usuários/ clientes. 
As certificações sociais como a ISO 14.000 têm como objetivo atestar que a 
organização, além de ter procedimentos internos corretos, também enfoque os 
seguintes processos: 
 
• Processo produtivo: relações trabalhistas, respeito aos direitos humanos, 
contratação de mão-de-obra, inclusive de fornecedores, gestão ambiental, 
natureza do produto ou serviço; 
• Relações com a comunidade: natureza das ações desenvolvidas, problemas 
sociais solucionados, beneficiários, parceiros, foco das ações; 
• Relações com os empregados: benefícios concedidos ao trabalhador e 
estendidos a sua família, clima e qualidade de vida organizacional, 
empregabilidade. 
 
A nova ótica da sustentabilidade empresarial baseia-se em: 
• Bom relacionamento com a comunidade ao redor; 
• Bom relacionamento com os organismos ambientais; 
• Estabelecimento de uma política ambiental; 
• Eficiente sistema de gestão ambiental; 
• Garantia de segurança aos empregados e comunidades vizinhas; 
 
 
GESTÃO SUSTENTÁVEL 53 
• Uso de tecnologias limpas e investimento em proteção ambiental. 
 
As relações entre os stakeholders 
O cenário organizacional é composto por uma gama de atores que se 
relacionam, denominados stakeholders. Num processo de desenvolvimento 
organizacional, o stakeholder pode ser considerado como elemento conceitual 
fundamental na análise de relacionamento e poder entre as organizações e os 
atores com os quais uma empresa está envolvida. (HUSTED, 2001; MITCHELL, 
AGLE & WOOD, 1997) 
As relações com os stakeholders, segundo Rodriguez et al. (2002), acontecem em três 
níveis principais: no nível consubstancial, no contratual e no contextual. Estas relações 
irão depender das especificidades de cada organização. 
 
No primeiro nível, o consubstancial, incluem-se os shareholders e investidores, os 
empregados e os parceiros estratégicos. Os autores dão especial atenção aos 
empregados, destacando a necessidade de respeitar seus valores pessoais e de mantê-
los em constante processo de aprendizagem em uma sociedade de informação. 
No segundo nível ou contratual, encontram-se os fornecedores e serviços 
terceirizados, as instituições financeiras e os clientes. O enfoque dado pelos autores 
sugere que, para o desenvolvimento sustentável, a relação entre fornecedores e a 
organização deve ser muito mais de parceria baseada em confiança, com participação 
ativa das partes, abandonando o modelo de competição. 
 
No terceiro e último nível, chamado de contextual, encontram-se os líderes de 
opinião, como a mídia, as comunidades locais, países e sociedade, além da 
administração pública. Neste nível, os autores dão atenção ao papel da empresa 
perante estes stakeholders, uma vez que os negócios são parte integrante do sistema 
natural e social. 
 
 
 
 
 
 
GESTÃO SUSTENTÁVEL 54 
Atividade Proposta 
Aprenda Mais 
Assistir ao vídeo: Uma verdade inconveniente, disponível em: 
<https://www.youtube.com/watch?v=aA2IelLfKAY>. Acesso em 26 jun. 2017. 
 
Exercícios de Fixação 
Questão 1: 
Os teóricos afirmam que a dimensão ecológica, ou ambiental, pode ser dividida em 
três subdimensões da Gestão Sustentável. A primeira foca a ciência ambiental e inclui 
ecologia. A segunda inclui a qualidade do ar e da água. E a terceira: 
 
a) Foca a conservação e a administração de

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