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Diretor Executivo DAVID LIRA STEPHEN BARROS Gerente Editorial CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA Projeto Grá�co TIAGO DA ROCHA Autoria GABRIELLA ELDERETI MACHADO STEPHANIE FREIRE BRITO AUTORIA Gabriella Eldereti Machado Sou licenciada em Química, com uma experiência técnico- pro昀椀ssional na área de Meio Ambiente de mais de três anos. Pós-graduada em Educação Ambiental e Educação, sou apaixonada pelo que faço e adoro transmitir minha experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas pro昀椀ssões. Por isso, fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo! Stephanie Freire Brito Sou paraibana, formada em Administração pela Universidade Federal da Paraíba (2016), possuo MBA em Marketing e Inteligência de Mercado (2018) e Mestrado em Administração pela Universidade Federal de Campina Grande – UFCG (2021). Atualmente desenvolvo pesquisas cientí昀椀cas na área de gestão de cidades, indicadores de sustentabilidade, Smart Cities, Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), ministro cursos e palestras na área de negócios e atuo como professora conteudista. Sou empreendedora, e estou muito satisfeita em poder colaborar com o seu crescimento pro昀椀ssional através do estudo. ICONOGRÁFICOS Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez que: OBJETIVO: para o início do desenvolvimento de uma nova compe- tência; DEFINIÇÃO: houver necessidade de se apresentar um novo conceito; NOTA: quando forem necessários obser- vações ou comple- mentações para o seu conhecimento; IMPORTANTE: as observações escritas tiveram que ser priorizadas para você; EXPLICANDO MELHOR: algo precisa ser melhor explicado ou detalhado; VOCÊ SABIA? curiosidades e indagações lúdicas sobre o tema em estudo, se forem necessárias; SAIBA MAIS: textos, referências bibliográ昀椀cas e links para aprofundamen- to do seu conheci- mento; REFLITA: se houver a neces- sidade de chamar a atenção sobre algo a ser re昀氀etido ou dis- cutido sobre; ACESSE: se for preciso aces- sar um ou mais sites para fazer download, assistir vídeos, ler textos, ouvir podcast; RESUMINDO: quando for preciso se fazer um resumo acumulativo das últi- mas abordagens; ATIVIDADES: quando alguma atividade de au- toaprendizagem for aplicada; TESTANDO: quando o desen- volvimento de uma competência for concluído e questões forem explicadas; SUMÁRIO Gestão Ambiental .......................................................................................10 Conceitos e correntes da gestão ambiental .............................................................. 10 Antropocentrismo ........................................................................................................ 10 Ecocentrismo ................................................................................................................... 11 Malthusianismo e neomalthusianismo ......................................................... 13 Postura cornucopiana ............................................................................................... 14 Cenário histórico do debate ambiental ........................................................................... 14 Sistemas de Gestão Ambiental ............................................................. 20 Contextualização dos SGA’s ................................................................................................... 20 Série de normas ISO 14000 .....................................................................................................25 Concepção ambiental na gestão pública ........................................ 30 Contextualizando a gestão ambiental e a gestão pública............................... 30 Gestão pública sustentável nas cidades ....................................................34 Considerações sobre a gestão pública ..........................................................................37 Políticas públicas ambientais .................................................................41 Percurso teórico sobre as políticas públicas: conceitos e aplicações ..... 41 7 UNIDADE 03 Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 8 INTRODUÇÃO Você conhece o conceito de Gestão Ambiental? Já ouviu falar sobre Sistemas de Gestão Ambiental? O princípio norteador da Gestão Ambiental está relacionado à promoção da administração de atividades econômicas e sociais em diálogo com o uso racional dos recursos naturais, buscando alcançar a sustentabilidade nos processos econômicos. Tal alcance se dá através dos sistemas de gestão ambiental e das iniciativas do poder público, por meio de políticas públicas, que a gestão ambiental é possível. Vamos compreender melhor esses conceitos? Ao longo desta unidade letiva, você vai mergulhar nesse universo da gestão ambiental! Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 9 OBJETIVOS Olá. Seja muito bem-vinda (o). Nosso propósito é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes objetivos de aprendizagem até o término desta etapa de estudos: 1. Apontar a relevância do conceito de Gestão Ambiental e a sua importância para alcance da sustentabilidade. 2. Explicar os conceitos fundamentais e o funcionamento dos sistemas de gestão ambiental. 3. Identi昀椀car a atuação e o papel do poder público para promoção da gestão ambiental. 4. Reconhecer as políticas públicas voltadas ao meio ambiente. Então, preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? Ao trabalho! A persistência é o caminho para o êxito, vamos lá! Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 10 Gestão Ambiental OBJETIVO: Ao término deste capítulo você será capaz de entender os principais paradigmas do debate ambiental, bem como a evolução do tema no mundo em termos institucionais e sociais. Estes conhecimentos serão fundamentais para o exercício de sua pro昀椀ssão. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! Conceitos e correntes da gestão ambiental Começamos esta unidade contextualizando algumas visões ambientais, ou paradigmas ambientais, além do cenário histórico no qual a gestão ambiental é composta. As visões de mundo variam de pessoa para pessoa, de contexto para contexto. Um paradigma é um princípio 昀椀losó昀椀co no qual desenvolvemos opiniões, valores, comportamentos, baseados em correntes teóricas, princípios morais e hábitos. No debate ambiental, Ruppenthal (2014) apresenta quatro paradigmas ambientais bastante representativos: Antropocentrismo; Ecocentrismo; Malthusianismo e neomalthusianismo e a postura cornucopiana. Para uma melhor compreensão sobre o motivo do debate ambiental ser tão imprescindível para a continuidade das atividades humanas e da vida, de modo geral, vejamos a seguir algumas dessas visões de mundo! Antropocentrismo Essa teoria surge em um período da história em que o homem estava desenvolvendo alguns avanços, no que diz respeito a produção agrícola, era o 昀椀m da idade média. Guerras medievais e a peste negra dizimaram boa parte da população, além disso, a exploração de recursos naturais, animais, minerais e humanos era intensa. Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 11 Essa visão, nesse contexto, sugere que o homem é o ser que está acima de todo o universo que o cerca, assim como demonstra a representação da 昀椀gura 1. No feudalismo, os senhores feudais tinham poder sobre seus servos, a monarquia e a igreja tinham poder sobre a sociedade e, na visão ambiental, o homem era considerado o centro de tudo, de todas as ações, da cultura, dos recursos, da história e do conhecimento, passando a ser conhecido, também, como egocentrismo. Figura 1 - Antropocentrismo: o homem acima de todas as espécies Fonte: Ruppenthal (2014 p. 15) Na modernidade o contexto do antropocentrismoindica que o homem é único animal racional entre os animais, desvalorizando as outras espécies e mantendo-o em posição dominante sobre tudo o que resta, o que leva a justi昀椀cativa da exploração ambiental e sua degradação. Ecocentrismo Esse paradigma se opõe ao antropocentrismo, defendendo que o homem não está acima, mas sim, inserido entre as outras espécies da natureza, devendo respeitar a existência das outras espécies e, também, ser respeitado. Ou seja, o homem é um membro da natureza e seu valor é igual ao dos demais seres, por esse motivo, o seu comportamento deve estar em equilíbrio com as demandas das outras espécies, assim como demonstra a representação grá昀椀ca da 昀椀gura 2 abaixo. Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 12 Figura 2 - Ecocentrismo: o homem faz parte da natureza Fonte: Ruppenthal (2014 p. 17) Na 昀椀gura 2, podemos perceber que há uma diferença em relação à representação grá昀椀ca que ilustra o paradigma do antropocentrismo. Ao invés de utilizar uma pirâmide colocando o homem como superior às outras espécies, o ecocentrismo ilustra em formato arredondado o equilíbrio que as relações da natureza colocam o homem com as outras espécies, sejam animais ou vegetais. Ainda a respeito deste paradigma, Ruppenthal (2014) a昀椀rma o seguinte: O ecocentrismo reconhece que todas as espécies, incluindo humanos, são produto de um longo processo evolucionário e são interligados em seus processos de vida. A ideia de ética para com a terra e bom gerenciamento do meio ambiente são elementos chave dessa 昀椀loso昀椀a. O ecocentrismo está focado em uma comunidade biótica como um todo e tenta manter a composição do ecossistema e seus processos ecológicos. Signi昀椀ca que sendo a natureza o ponto central, o humano volta à condição de parte integrante do todo. Ao humano não é permitido explorar o resto da natureza de acordo com seu interesse, qualquer que seja. Pois essa exploração desequilibrará o todo, gerando mudanças em todos os componentes. (RUPPENTHAL, 2014 p.16) Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 13 Portanto, essa linha de pensamento político e 昀椀losó昀椀ca, não determina qualquer hierarquia, e apresenta valores concentrados na natureza de forma geral, incluindo também, o homem e as suas necessidades. Malthusianismo e neomalthusianismo Essa corrente de pensamento, é entendida como focada no pessimismo em relação ao futuro do mundo, do homem, das espécies, pois, se contrapõe com as práticas executadas para que o homem supra as suas necessidades e os seus prazeres. O Malthusianismo e o neomalthusianismo são paradigmas baseados nas teorias do economista inglês Thomas Malthus (1766 - 1834), que ao observa a expansão da população e o processo de superpopulação em determinado período da história, a昀椀rmou não haver meios de subsistência proporcionais. Ruppenthal (2014 p. 17) a昀椀rma que “Para Malthus, o controle da população devia ser realizado via aumento das taxas de mortalidade, que ele chamava de freios positivos, que signi昀椀cavam a miséria, as doenças e as guerras. ” Figura 3 - Malthusianismo: crescimento populacional geométrico e crescimento de recursos aritmético. Fonte: Ruppenthal (2014 p. 17) Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 14 Uma revisitação a essa teoria, algum tempo depois, amenizou a força de suas a昀椀rmações, propondo que a superpopulação não levaria ao esgotamento imediato dos recursos e meios de subsistência, mas sim à sua escassez que promovem cenários progressivos de escassez, além de ser um fator determinante para a pobreza de alguns países e, consequentemente, de cenários de extrema pobreza. Postura cornucopiana Mais uma vez um paradigma ambiental contrapõe absolutamente a ideia de outro. No caso da postura cornucopiana, o pessimismo não tem lugar, o otimismo, tido até como exagerado, é o que rege essa visão de mundo desse paradigma, no que se diz respeito aos recursos e meios de subsistência em fontes naturais. Em outras palavras, esse paradigma acredita que qualquer problema de escassez dos recursos naturais será solucionado uma hora ou outra e, que sempre existirá alguma forma de substituir os recursos extraídos e explorados pelo homem. Ruppenthal (2014) explica o que é uma cornucópia e os fundamentos utilizados para estabelecer a ideia central desse paradigma: Cornucópia é um símbolo representativo de fertilidade, riqueza e abundância. Na mitologia grega consta que Almatéia (ninfa do Olimpo) alimentou Zeus com leite de cabra. Em troca desse favor, Zeus ofertou-lhe um poderoso objeto constituído por um chifre de cabra, que satisfazia todos os desejos de quem o possuísse. A Deusa Fortuna era representada por um vaso em forma de chifre de onde frutas e 昀氀ores espalham-se em abundância. Atualmente, simboliza a agricultura e o comércio, além de compor o símbolo das ciências econômicas. (RUPPENTHAL, 2014, p.18) Cenário histórico do debate ambiental A discussão em torno da evolução do debate ambiental é discutida, partindo do período chamado de revolução industrial, cujo contexto se tem a transição entre os processos de produção, a partir do desenvolvimento tecnológico nas indústrias. Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 15 VOCÊ SABIA? Que o avanço industrial acarretou problemas como a poluição das águas, do solo e do ar, a geração do lixo e a superlotação do espaço urbano. A poluição gerada, nesse período, trouxe consequências a diversos países, impulsionando o início da discussão sobre os problemas ambientais. A década de 70 é marcada pelo fervor de discussões progressistas que abrangiam desde os direitos das mulheres e dos movimentos sociais até às questões ambientais, debates e pautas puxadas pelos ativistas. Desse modo, em 1972, ocorre a Conferência de Estocolmo, na Suécia, que foi o primeiro grande evento a discutir os problemas ambientais. Outro destaque em relação à consolidação da gestão ambiental foi a Conferência das Nações Unidas sobre o meio ambiente e desenvolvimento, também conhecida como Eco-92, no Rio de Janeiro. Nessa reunião, houve decisões mais concisas, onde foram estabelecidas metas para a diminuição das emissões de carbono na atmosfera e elaborados documentos como a Carta da Terra e a Agenda 21. Esses acontecimentos citados anteriormente contribuíram para consolidação de pesquisas e estudos na área ambiental, bem como a criação de novas áreas para contemplar as temáticas, como foi o caso da gestão ambiental. A Gestão Ambiental é entendida como a área de conhecimento que tem como objetivo a resolução de problemas em empresas e organizações a partir de normas e especi昀椀cações ambientais, com base na legislação. A concepção 昀椀losó昀椀ca da gestão ambiental está relacionada ao olhar para o meio ambiente, de modo que se entenda o Homem como parte da natureza, diferenciando-se da concepção de natureza como meio físico (FORNO, 2017). Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 16 Desse modo, a natureza não é simplesmente entendida apenas devido aos seus recursos naturais, mas é um meio complexo de relações para além da biodiversidade. Como menciona Forno (2017), quando aparece, a palavra ambiente traz a referência das relações do entorno de cunho social. A partir do trecho acima, entendemos que o meio seria o entorno, no qual o ambiente estaria em relação naturalizada entre o que se produz, é produtor, resultando em tensões ambientais. Assim, a gestão ambiental, por meio de seus sistemas de gestão, mostra sua relevância no contexto das organizações produtivas, empresariais e unidades de produção agrícola e agroindustriais (NETTO; GOIS; LUCION, 2017). Podemos perceber que a gestão ambiental está alicerçada no estabelecimento do ambiente equilibrado como um direito e bem de uso comum da população. Com o intuito de garantir que se cumpra a Constituição, na medida emque impõe a preservação e restauração dos processos ecológicos, proteção da fauna e da 昀氀ora, educação ambiental e a conscientização. A gestão ambiental é caracterizada pelo conjunto de ações, o planejamento, a organização, o controle e a minimização dos impactos ambientais causados pelos processos produtivos (NETTO; GOIS; LUCION, 2017). Sendo um processo dinâmico e completo, a gestão ambiental se tornou fundamental à preservação do meio ambiente. No âmbito empresarial, a gestão ambiental é um instrumento facilitador dos processos corporativos, levando em conta os cuidados com o meio ambiente nas atitudes e nas decisões em todos os níveis de administração de uma organização. Trazendo os atributos da gestão, em sua base, o conjunto das políticas e das ações de caráter social, técnico e produtivo com o intento de alcançar um melhor desempenho ambiental (NETTO; GOIS; LUCION, 2017). Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 17 Diante disso, podemos ver que a gestão ambiental é alicerçada em uma série de requisitos e bases, contribuindo para o processo de implementação de uma concepção sustentável. Os debates atuais estão relacionados ao uso de recursos naturais, à redução de custos em diálogo com a minimização dos impactos gerados e ao uso dos recursos de matérias-primas e recursos hídricos. Devido a isso, as empresas e os órgãos públicos adotam o sistema de gerenciamento ambiental. Esse sistema de gerenciamento ambiental possui três níveis: o primeiro nível de eco gerenciamento é responsável pela 昀椀scalização e possíveis sanções se houver algum dano ambiental. O segundo nível é a legislação e seu cumprimento. O terceiro nível é a orientação da empresa e dos colaboradores referente às novas tecnologias voltadas a atender a demanda dos problemas ambientais. Ou seja, a atuação em conjunto da equipe em prol do alcance da sustentabilidade. Figura 4 - Gestão ambiental Fonte: Freepik Para promover, na prática, os processos de gestão ambiental, dispõem–se de métodos e objetivos facilitadores, tendo como objetivo principal o uso de recursos naturais de forma racional, e, para chegar a isso, Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 18 deve-se aplicar métodos de manutenção da biodiversidade, podendo ser adotado os sistemas de reciclagem de resíduos sólidos; o uso sustentável de recursos naturais; o tratamento e reutilização da água; a criação de produtos que provoquem o mínimo possível de impacto ambiental; o uso de sistemas sem poluição ambiental e a formação dos funcionários sobre a sustentabilidade da empresa. Outro método utilizável é a criação de programas de pós-consumo para retirar do meio ambiente os produtos, ou partes deles, que possam contaminar o solo, rios. A ISO 14000 é um conjunto de normas técnicas e administrativas que estabelece parâmetros e diretrizes para a gestão ambiental para as empresas dos setores privado e público. VOCÊ SABIA? As Normas Técnicas foram criadas pela International Organization for Standardization (ISO) que é a organização internacional para padronização. Em suma, a gestão ambiental é conceituada como um sistema de administração empresarial que prioriza a sustentabilidade, fazendo uso de práticas e métodos administrativos que buscam reduzir o impacto ambiental das atividades econômicas na natureza. RESUMINDO: E então? Gostou dessa primeira competência? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste primeiro capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que existem diversas formas de ver o mundo, quanto ao debate ambiental. Vimos que os paradigmas ambientais, apesar de se contradizerem, se complementam. Podemos extrair que de alguma forma o antropocentrismo tem razão, quando a昀椀rma que o homem é dominante sobre outras espécies devido a sua capacidade intelectual, por outro lado, a ideia do ecocentrismo deve equilibrar suas ações, de forma que a força de suas Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 19 subsistência, também é possível encontrar equilíbrio, entendendo que apesar de alguns recursos naturais se renovarem, eles devem ser utilizados de forma racional e cuidadosa, para que o próprio homem não sofra consequências sobre a escassez e esgotamento de recursos. Vimos também que a Gestão Ambiental é entendida como a área de conhecimento que tem como objetivo a resolução de problemas em empresas e organizações a partir de normas e especi昀椀cações ambientais, com base na legislação. O cenário histórico no qual a gestão ambiental é instalada inicia no período chamado de revolução industrial, cujo contexto se tem a transição entre os processos de produção, a partir do desenvolvimento tecnológico nas indústrias. A poluição gerada, nesse período, trouxe consequências a diversos países, impulsionando o início da discussão sobre os problemas ambientais. A década de 1970 é marcada pelo fervor de discussões progressistas que abrangiam desde os direitos das mulheres e movimentos sociais até questões ambientais, debates e pautas puxadas pelos ativistas. Desse modo, em 1972, ocorreu a Conferência de Estocolmo, na Suécia, que foi o primeiro grande evento a discutir os problemas ambientais. Em relação à consolidação da gestão ambiental, foi a Conferência das Nações Unidas sobre o meio ambiente e desenvolvimento, também conhecida como Eco-92, no Rio de Janeiro. Nessa Conferência, foram estabelecidas metas para a diminuição das emissões de carbono na atmosfera e elaborados documentos como a Carta da Terra e a Agenda 21. Nesse contexto, a gestão ambiental está alicerçada no estabelecimento do ambiente equilibrado como um direito e bem de uso comum da população. E, tem como intuito garantir que se cumpra a Constituição, na medida em que impõe a preservação e a restauração dos processos ecológicos, proteção da fauna e da 昀氀ora, educação ambiental e a conscientização. Sendo um processo dinâmico e completo, a gestão ambiental se tornou fundamental para a preservação do meio ambiente. No âmbito empresarial, a gestão ambiental é um instrumento facilitador dos processos corporativos, levando em conta os cuidados com o meio ambiente nas atitudes e decisões em todos os níveis de administração de uma organização. Com destaque para a ISO 14000, é um conjunto de normas técnicas e administrativas que estabelece parâmetros e diretrizes para a gestão ambiental e para as empresas dos setores privado e público. A gestão ambiental é conceituada como um sistema de administração empresarial que prioriza a sustentabilidade. Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 20 Sistemas de Gestão Ambiental OBJETIVO: Ao término deste novo capítulo você será capaz de entender os conceitos de Sistemas de Gestão Ambiental, bem como as indicações de cada um dos sistemas mais utilizados pelos gestores ambientais em cada um de seus contextos. Estes conhecimentos serão fundamentais para o exercício de sua pro昀椀ssão. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Vamos lá. Avante! Contextualização dos SGA’s Após entender os fundamentos do debate ambiental, seus conceitos, principais paradigmas e evolução do tema nos marcos temporais mais importantes de sua história, vamos compreender como esse tema passa a fazer parte das pro昀椀ssões, tornando-se um pilar essencial para o desempenho das atividades produtivas do presente e do futuro. A gestão ambiental é executada por meio da utilização de algumas normas e diretrizes que envolvem atividades administrativas realizadas pelas organizações, com o objetivo de obter resultados positivos em relação ao meio ambiente. Ou seja, a gestão ambiental busca incluir nos processos já existentes algumas iniciativas que minimizem os impactos negativos causados à natureza por meio de sua atuação, além de prevenir problemas ambientais que possam deixar prejuízos futuros. Antes de iniciarmos a exposiçãosobre os conceitos de Sistemas de Gestão Ambiental, convém conhecer melhor sobre o que se trata o sistema. Um sistema é um conjunto de partes inter-relacionados que funcionam juntos para atingir um objetivo comum. Podemos citar diversos exemplos de sistema: sistema nervoso, sistema digestivo, sistema solar, mas vamos citar um sistema mais voltado para o tema de nossa disciplina: uma empresa. A empresa é considerada Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 21 um sistema aberto, de acordo com a teoria geral dos sistemas por sofrer in昀氀uências em seu ambiente interno que é composto por diversas partes, que compreendem os seus setores, processos, recursos etc., e também no seu ambiente externo, composto por tendências, política, economia e etc. Após compreender o que é um sistema convém entender o que é um sistema de gestão ambiental. De acordo com Ruppenthal (2014 p. 41) “O sistema de gestão ambiental é um conjunto de procedimentos que visa a ajudar a organização empresarial a entender, controlar e diminuir os impactos ambientais de suas atividades, produtos ou serviços”. A melhoria de processos é um objetivo constante no mundo das organizações. É possível visualizar isso muito bem quando observamos a movimentação da tecnologia em relação aos seus avanços, por exemplo, hoje compramos um celular e daqui a um mês, um semestre, um ano, encontraremos versões ainda mais avançadas desse recurso tecnológico. Isso quer dizer que a empresa melhorou seus processos e evoluiu o seu produto. A função da gestão ambiental e da utilização dos sistemas de gestão ambiental buscam esse mesmo objetivo: melhorar continuamente os seus processos, visando cada vez mais um bom desempenho ambiental. Os sistemas de gestão ambiental têm a função de auxiliar as organizações a conquistar melhores condições de gerenciamento em relação ao seu aspecto ambiental e os impactos causados pelas suas atividades. Mas, não é só isso, a melhoria contínua dos seus processos e serviços pode trazer também melhores resultados 昀椀nanceiros para a organização. No entanto, um SGA não é algo simples de ser feito. Apesar da existência da série de normas ISSO 14000, lançada no ano de 1996, a sua formulação ou implementação demanda de alguns pontos importantes, tais quais: • Formulação de política empresarial especí昀椀ca. • De昀椀nição de objetivos e estratégias. • Sistema de coordenação de desempenho das atividades. Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 22 • Sistema de avaliação de resultados. • Integração das partes da empresa com as atividades que envolverão o SGA. A gestão ambiental consciente e e昀椀ciente só é possível por meio de alguns processos, tais como: gerência, administração, organização, planejamento. Esses processos são possíveis por meio dos sistemas de gestão ambiental. Os sistemas de gestão ambiental são criados no Brasil, a partir de 1980, impulsionados pelas ocorrências de conferências e eventos na área e fruto de pesquisas acadêmicas que contribuíram para a criação (FORNO, 2017). SAIBA MAIS: Você sabia que é possível que você já esteja implementando um sistema de gestão ambiental no seu dia a dia? Através do vídeo indicado você entenderá melhor sobre esse sistema de gestão e sobre como visualizar a sua aplicação no processo pro昀椀ssional em uma organização. Assista ao vídeo clicando aqui. Na década de 1980, ocorreu, em nível mundial, a mobilização de diversos setores da sociedade em prol da resolução dos problemas ambientais, originando sistemas de gestão ambiental, como é citado anteriormente. Em conjunto aos sistemas de gestão ambiental, são criadas também políticas públicas na área ambiental. IMPORTANTE: A lista de políticas ambientais: Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA); Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA); Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). A partir dos anos 1990, a concepção de que o sistema de gestão ambiental deveria estar atrelado às políticas públicas se modi昀椀ca, e se tem a ideia de que os empreendimentos estariam fazendo seu trabalho Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 23 de casa e cumprindo as exigências impostas pela legislação ambiental (FORNO, 2017). O que é expresso acima tem a ver com o fortalecimento dos sistemas de gestão, na década de 1990, visto que já estavam em vigor desde 1980. O primeiro item a ser observado pelo aplicador do sistema de gestão ambiental é a ponderação das possibilidades disponíveis do ponto de vista do meio ambiente em comparação com as possibilidades de mercado (FORNO, 2017). E, desse modo, ocorre a articulação imediata entre geração de impactos ambientais e sistemas de gestão ambientais. O sistema de gestão ambiental contempla a questão da destinação adequada dos resíduos sólidos ou líquidos. Os benefícios com a implementação de um SGA estão intimamente ligados a uma mudança de comportamento. Seguindo os seguintes itens: Melhoria na organização interna; Melhoria da imagem; Aumento da satisfação e con昀椀ança dos clientes; Aumento da motivação e envolvimento no sistema, por parte dos colaboradores internos; con昀椀ança no sistema e re昀氀exão sobre o mesmo; Melhoria da posição competitiva, face aos concorrentes não certi昀椀cados; Redução de custos; Acesso a determinados mercados e concursos, em face de um sistema com base em critérios internacionalmente aceitos; Minimização do impacto ambiental das atividades. IMPORTANTE: Os sistemas de gestão ambiental têm como prioridade a destinação de resíduos na seguinte ordem: redução; reutilização; reciclagem; tratamento dos resíduos sólidos. As formas mais conhecidas de disposição de resíduos sólidos são: o aterro sanitário, que é a disposição 昀椀nal correta a se fazer, possui tratamento do chorume e do gás metano. Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 24 Figura 5 - Aterro sanitário Fonte: Freepik O seguinte modo de armazenamento e destinação dos resíduos são os aterros controlados, que é o meio termo entre o aterro sanitário e o lixão, contendo cobertura de terra. O lixão a céu aberto possui os resíduos a céu aberto sem nenhum projeto de destinação e sem proteção de solo e do ar. O processo de logística reversa é o instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos para reaproveitamento, aproveitando ao máximo seu ciclo produtivo antes da destinação 昀椀nal. Figura 6 - Logística reversa Fonte: Freepik Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 25 Para realizar o funcionamento ativo da gestão ambiental por meio dos sistemas de gestão ambiental, esses processos ocorrem por meio de planejamento com o objetivo de conquistar o selo verde. O selo verde é fornecido pela International Organization for Standardization – ISO. A partir dos processos de gestão ambiental, foram criados sistemas como o ciclo APVE – Agir, Planejar, Veri昀椀car, Executar. Contém uma metodologia para execução e avaliação dos processos do sistema. O processo de sistemas de gestão ambiental começa com a certi昀椀cação, no qual esse processo auxilia as organizações na identi昀椀cação e no gerenciamento dos impactos ambientais oriundos de seus processos produtivos. Série de normas ISO 14000 As ações dos sistemas de gestão ambiental estão voltadas à redução dos riscos ambientais e à gestão empresarial. A partir disto pode ocorrer a certi昀椀cação dos produtos e serviços da empresa que adota o sistema de gestão ambiental, passando a ser reconhecida internacionalmente: a série de normas ISO 14000. A série de normas ISO 14000 é lançada com o objetivo de criar um sistema aplicado às organizações, de modo que a responsabilidade com o papel ambiental de suas atividades seja cumprida através da melhoria de processos, que buscam promover impactos positivosem relação à interferência e desrespeito ao meio ambiente que o circunda. IMPORTANTE: O processo de certi昀椀cação é reconhecido internacionalmente, e além de conduzir melhoria de processos e benefícios às atividades da organização quanto ao meio ambiente, também possibilita que elas sejam reconhecidas no mercado por seu fator de diferenciação, uma vez que muitas outras empresas somente atendem à legislação ambiental, mas não possuem certi昀椀cação. Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 26 As normas ISO 14000 fornecem o suporte com as diretrizes necessárias para que a própria organização desenvolva o seu SGA, ou melhore o existente. O foco principal é no processo de melhoria contínua, que busca aperfeiçoar os processos, e o SGA existente, em busca de desempenhos e resultados mais alinhados aos objetivos, às estratégias e às políticas da organização. A elaboração ou melhoria do SGA em uma organização requer a obediência à algumas etapas. Com base nas diretrizes das normas ISO, Barbieri (2015) cita os principais requisitos para a implementação de um SGA, são eles: Do contexto da organização: • Visa identi昀椀car os fatores que condicionam o alcance dos resultados pretendidos pelo SGA. • É uma atribuição da alta direção que se desdobra em quatro sub- requisitos, como mostra o quadro sobre estrutura da ISO – seções e subseções, começando pelo entendimento da organização e seu contexto. • Essas questões incluem as questões ambientais que afetam ou podem afetar a organização. Do contexto da liderança: • Responsabilizar-se por prestar contas pela e昀椀cácia do SGA. • Assegurar que a política ambiental e os objetivos ambientais sejam estabelecidos e compatíveis com o direcionamento estratégico e o contexto da organização. • Assegurar a integração dos requisitos do SGA nos processos de negócios da organização. • Assegurar que recursos necessários para o SGA estejam disponíveis. • Comunicar a importância de uma gestão ambiental e昀椀caz e conforme os requisitos do SGA. • Assegurar que o SGA alcance os resultados pretendidos. • Dirigir e apoiar pessoas a contribuírem para a e昀椀cácia do SGA. Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 27 • Promover melhoria contínua. • Apoiar outros países pertinentes da gestão que demonstram como sua liderança se aplica às áreas sob sua responsabilidade. Com base no modelo ISO 14001, que contempla requisitos necessários para a incorporação de um sistema de gestão ambiental. Como órgão normativo, se tem a ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas, na qual institui a ISO. Observe a série de normas ISO, nas descrições a seguir: • ISO 14001:1996 - Sistemas de Gestão Ambiental - Especi昀椀cação e diretrizes para uso. • ISO 14001:2004 - Sistemas de Gestão ambiental. • ISO 14004:1996- Sistemas de Gestão Ambiental - Diretrizes gerais sobre princípios, sistemas e técnicas de apoio. • ISO 19011:2002 – Diretrizes para auditoria em sistema de gestão da qualidade e ou ambiental. • ISO 14015:2001 - Gestão Ambiental - Análise ambiental de lugares e organizações. • ISO 14020:2000 - Rotulagem e declarações ambientais - Princípios gerais. • ISO 14021:1999 - Rotulagem e declarações ambientais - Autodeclarações das exigências ambientais. • ISO 14024:1999 - Rotulagem e declarações ambientais - Tipo I Rotulagem ambiental - princípios e procedimentos ISO/DIS 14025 - Rotulagem e declarações ambientais - Tipo III Declarações ambientais – princípios e procedimentos. • ISO 14031:1999 - Gestão Ambiental - Avaliação do desempenho ambiental- Diretrizes ISO/TR 14032:1999 - Gestão Ambiental - Exemplos de avaliação de desempenho ambiental - (EPE). • ISO 14040:1997 - Gestão Ambiental - Análise do ciclo de vida - Princípios e estrutura; • ISO/DIS 14040 - Gestão Ambiental - Análise do ciclo de vida - Princípios e estrutura. Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 28 • ISO 14041:1998 - Gestão Ambiental - Análise do ciclo de vida - Objetivos, de昀椀nição do escopo e análise do inventário. • ISO 14042:2000 - Gestão Ambiental- Análise do ciclo de vida - Análise dos impactos. • ISO 14043:2000 - Gestão Ambiental- Análise do ciclo de vida - Interpretação do ciclo de vida. • ISO/DIS 14044 - Gestão Ambiental - Análise do ciclo de vida – Requerimentos e diretrizes. • ISO/TR 14047: 2003 - Gestão Ambiental- Análise do ciclo de vida- Exemplos de aplicação da ISO 14042. • ISO/TS 14048:2002 - Gestão Ambiental - Análise do ciclo de vida - Formato dos dados da documentação. • ISO/TR 14049:2000 - Gestão Ambiental - Análise do ciclo de vida - Exemplos de aplicação da ISO 14041, de昀椀nição de metas e escopo e análise do inventário. • ISO 14050:2002 - Gestão Ambiental – vocabulário. • ISO/AWI 14050 - Gestão Ambiental – vocabulário. • ISO/TR 14062: 2002 - Gestão ambiental - Integrando dos aspectos ambientais no projeto e desenvolvimento de produtos. • ISO/DIS 14063- Gestão ambiental – Comunicação ambiental – Diretrizes e exemplos. • ISO/DIS 14064 - Diretrizes para medição, veri昀椀cação e relatório de entidades e projetos emissões de gás da estufa (Greenhouse gases - Part 1: Specification with guidance at the organization level for quantification and reporting of greenhouse gas emissions and removals). Desse modo, o sistema de gestão ambiental se constrói por meio do esforço integrado e contínuo de toda a organização de um empreendimento ou órgão, o que possibilitou a excelência ambiental na medida em que atua no quadro da prevenção e da melhoria contínua do seu desempenho em relação ao desenvolvimento sustentável. Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 29 RESUMINDO: Chegamos ao 昀椀nal de mais uma seção desta unidade, na qual tratamos inicialmente os aspectos conceituais e introdutórios sobre a gestão ambiental e os sistemas de gestão ambiental, que são criados e implementados para promover melhoria contínua nas empresas, visando melhoria no processo de gestão e gerenciamento dos impactos ambientais promovidos por sua atuação produtiva, além de ser bené昀椀co para os resultados da empresa. A gestão ambiental consciente e e昀椀ciente ocorre por meio de processos como: gerência, administração, organização, planejamento. Esses processos são possíveis por meio dos sistemas de gestão ambiental, que são criados no Brasil a partir de 1980, impulsionados pelas ocorrências de conferências e eventos na área e fruto de pesquisas acadêmicas que contribuíram para a criação (FORNO, 2017). Na década de 1980, ocorreu, em nível mundial, a mobilização de diversos setores da sociedade em prol da resolução dos problemas ambientais, originando sistemas de gestão ambiental, como é citado anteriormente. O fortalecimento dos sistemas de gestão ocorreu na década de 1990. Os sistemas de gestão ambiental têm, como prioridade, a destinação de resíduos na seguinte ordem: redução; reutilização; reciclagem; tratamento dos resíduos sólidos. As formas mais conhecidas de disposição de resíduos sólidos são: o aterro sanitário, que é a disposição 昀椀nal correta a se fazer, possui tratamento do chorume e do gás metano. Os aterros controlados são o modo de armazenamento que é o meio termo entre o aterro sanitário e o lixão, contendo cobertura de terra. O processo de logística reversa é o instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos para reaproveitamento, aproveitando ao máximo seu ciclo produtivo antes da destinação 昀椀nal. Com destaque ao selo verde, é fornecido pela International Organization for Standardization – ISO. A partir dos processos de gestão ambiental, foram criados sistemas como o ciclo APVE – Agir, Planejar, Veri昀椀car, Executar. O processo de sistemas de gestão ambiental começa com a certi昀椀cação, no qual esse processo auxilia as organizações na identi昀椀cação e no gerenciamentodos impactos ambientais oriundos de seus processos produtivos. As ações dos sistemas de gestão ambiental estão voltadas à redução dos riscos ambientais e à gestão empresarial. Nesse contexto, vimos que a série de normas ISO 14000 busca auxiliar as organizações a cumprir seus compromissos ambientais, direcionando-os para a criação e implementação de sistemas que objetivem envolver a organização e sua liderança de modo que melhorias sejam alcançadas sobre seu desempenho ambiental em alinhamento com as estratégias, objetivos e políticas da organização. A partir disto, pode ocorrer a certi昀椀cação dos produtos e serviços da empresa que adota o sistema de gestão ambiental, passando a ser reconhecida internacionalmente, com base no modelo ISO14001, a qual contempla requisitos necessários para a incorporação de um sistema de gestão ambiental. Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 30 Concepção ambiental na gestão pública OBJETIVO: Nesta competência, vamos aprender que a concepção ambiental, voltada à gestão pública, será permeada pelo contexto da evolução das medidas de proteção ambiental. E que essa consciência tem início com a capacidade que os seres humanos possuem de interferirem na natureza, baseada em somente usufruir dos recursos. Diante disso, ocorre a retirada dos recursos para sustento e para a sobrevivência, ou seja, a exploração e o consumo de recursos sem o pensamento da conservação. Então, vamos aprender mais esta competência? Avante! Contextualizando a gestão ambiental e a gestão pública Conforme vimos no início da disciplina, o debate ambiental segue uma evolução temporária juntamente ao processo de evolução das formas de produção e trabalho da sociedade. O século dezoito, marcado pela intensi昀椀cação dos meios de produção com a revolução industrial, levou ao aumento populacional e crescimento de ambientes urbanos, que não haviam sido planejados. Nesse contexto, a exploração ambiental aumentou em altos níveis, bem como o surgimento de problemas sociais, tornando-se indispensável a participação de lideranças políticas e de poderes públicos para a gestão desse novo cenário. Inicialmente, não parece que as estruturas políticas precisavam ser desenhadas para resolver problemas de ordem ambiental, mas quando lembramos que o meio ambiente é composto por recursos e pessoas, que formam uma sociedade e precisam de leis e normas de comportamento, entendemos que esses recursos e pessoas fazem parte do meio ambiente. Meio ambiente, na visão interdisciplinar de Ruppenthal (2014 p.55) inclui “os objetos materiais e seu meio, assim como as relações, condições e limites que devem ser conhecidos e interpretados pela sociedade. Nesse Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 31 contexto, o ambiente natural engloba fatores bióticos (meio biológico), fatores abióticos (meio físico) e o ambiente antrópico (relações sociais, econômicas e culturais)”. Embora possamos compreender que os líderes da gestão pública e seus fundamentos lidem com aspectos do meio ambiente, é necessário entender que não necessariamente eles agem de acordo com demandas e elementos especí昀椀cos da gestão ambiental e do desenvolvimento sustentável. A preocupação sobre os recursos naturais, normalmente são um foco menor, na estrutura política atual, e a inserção da gestão ambiental nesse meio busca evidenciar atenções à essas questões, que interagem criticamente em outras: as sociais, econômicas, institucionais e etc, seguindo a lógica do tripé da sustentabilidade. Figura 7 - Tripé da sustentabilidade Economicamente viável Socialmente justo Ambientalmente responsável Desenvolvimento Sustentável Fonte: Elaborado pelas autoras (2021) VOCÊ SABIA? Em 1994 o sociólogo britânico John Elkington cunhou o termo ´Tiple botton Line’ conhecido como TBL, a昀椀rmando que as organizações e as atividades de produção da sociedade, para estarem alinhadas ao desenvolvimento sustentável, deveriam passar a equilibrar em suas estratégias e políticas organizacionais a mesma atenção entre economia, pessoas e meio ambiente. Ele defende que, dessa forma, o desenvolvimento se sustentaria por muito mais tempo e seria mais justo. Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 32 Esse modelo de desenvolvimento que propõe a integração dos elementos em torno das questões sociais e ambientais surge como uma resposta ao tradicional modelo de desenvolvimento puramente econômico baseado na relação de produção e consumo resultando na percepção de um cenário ambiental deteriorado (Barbieri e Silva, 2011). A inserção da gestão ambiental na gestão pública busca, pontualmente, interferir nos pilares desequilibrados do tripé da sustentabilidade. A atenção ao pilar ambiental ocorre, baseado na perspectiva do desenvolvimento de sistemas e modelos de produção mais e昀椀cientes, com a adoção de metodologias de produção que considere o impacto ecológico, mas que não deixe de ser economicamente viável. A inclusão do fator social no modelo de desenvolvimento sustentável se retrata à necessidade de igualdade de acesso ao consumo, e prevê solução para as questões de desigualdade social. Nesse sentido, a sustentabilidade enquanto se refere à uma perspectiva que seja socialmente justa, visa a distribuição equitativa de renda, que possibilita a redução das disparidades dos padrões de vida da população, visto que, no mesmo cenário é possível encontrar pessoas com alto padrão de vida e pessoas que vivem em situação e extrema pobreza. Diante desse cenário de extrema pobreza e outros problemas de ordem socioambiental, a convenção realizada pelas Nações Unidas, no ano de 2000, estabeleceu a criação de uma agenda de ações que deveriam ser executadas pelo poder público, instituições e sociedade, denominada Pacto Global, na qual elaborou a criação dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. Essa agenda foi revista e reformulada em 2015, quando em uma Assembleia Geral da ONU institucionaliza a agenda que irá representar uma nova maneira coerente de pensar sobre como questões tão diversas como pobreza, educação e mudança climática se encaixam; ele envolve metas econômicas, sociais e ambientais em 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) como um “todo indivisível” (Nilsson, Griggs e Visbeck, 2016). Os ODS são ações para os próximos 15 anos e tem como base o legado os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 33 criados com iniciativa da ONU em 2000, com o apoio de 193 nações, o objetivo é concluir ações do plano anterior. Os ODS são um conjunto de objetivos globais comuns a todos os países: desenvolvidos e em desenvolvimento, pobres e ricos. Elas implicam o envolvimento de nações e autoridades locais, do setor público e de cidadãos, empresas multinacionais e empresas familiares. A estrutura dos ODS promove desenvolvimento econômico, inclusão social e proteção ambiental em todas as nações do mundo, em uma atmosfera de paz e justiça, instituições fortes e colaboração internacional. A 昀椀gura 8 demonstra a esquematização ilustrando cada um dos 17 objetivos: Figura 8 - Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) Fonte: Nações Unidas (2021) Para que as ações políticas atendam esses requisitos, é necessário envolve-las na gestão pública, com elaboração de políticas, leis, órgãos e diretrizes que estejam alinhadas aos problemas desencadeados no âmbito do meio ambiente. A elaboração das políticas públicas, exige que seja realizada uma decisão sobre o que é prioritário para o poder público, de acordo com o cenário real da população e com os recursos disponíveis. Após isso, deve-se priorizar os problemas imediatos, para então formular soluções, desenvolver programas, alocar recursos, criar estratégias e linhas de ação que, depois de implementadas e posteriormente avaliadas, minimizem ou eliminem os problemas em Meio Ambiente,Desenvolvimento e Sustentabilidade 34 questão, com determinados prazos e recursos 昀椀nanceiros, tecnológicos, materiais e humanos. Sobre a formulação de políticas públicas no cenário brasileiro, Santos Santana et al. (2017) a昀椀rma que: No Brasil, a formulação, a implantação e o acompanhamento das políticas públicas de nível federal estão a cargo dos ministérios, secretarias especiais, autarquias, agências reguladoras e conselhos. Os ministérios integram a cúpula administrativa, sendo diretamente subordinados ao presidente da República, auxiliando no exercício do Poder Executivo. Possuem autonomia técnica, 昀椀nanceira e administrativa para executar as ações nas suas áreas de competência. Também é de sua competência estabelecer estratégias, diretrizes e prioridades na aplicação de recursos públicos, bem como criar normas, acompanhar e avaliar programas federais. (SANTOS SANTANA et al., 2017, p. 13) O acontecimento do fórum mundial Eco-92, na cidade do Rio de Janeiro, consolida a ligação entre ecologia e economia, e formaliza o conceito de desenvolvimento sustentável. Sendo este um dos marcos históricos mais evidentes do debate ambiental para o mundo, levou à criação de diversas medidas nesse âmbito, bem como a criação do Ministério do Meio Ambiente, em novembro de 1992, aqui no Brasil. Esse ministério tem como principal missão: Promover a adoção de princípios e estratégias para o conhecimento, a proteção e a recuperação do meio ambiente, o uso sustentável dos recursos naturais, a valorização dos serviços ambientais e a inserção do desenvolvimento sustentável na formulação e na implementação de políticas públicas, de forma transversal e compartilhada, participativa e democrática, em todos os níveis e instâncias de governo e sociedade. (BRASIL, 2017) Gestão pública sustentável nas cidades A atenção da gestão ambiental, na gestão das cidades é importante, pois as cidades são o palco de muitos problemas ambientais, tanto os voltados para o meio social, quanto os voltados para o meio ambiental. Recentemente, Barber (2013) argumentou que o governo da cidade Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 35 é crucial para resolver os problemas globais e a昀椀rma que “os prefeitos governam o mundo”. Relatórios desenvolvidos pela Organização das Nações Unidas revelam que 55% da população mundial concentra-se atualmente nas cidades e, devido ao crescimento populacional, estima-se que esse número seja de 68% até 2050 UNDESA (2018). Além disso, de toda a superfície terrestre, as cidades ocupam apenas 2% do solo, no entanto, são responsáveis pela produção de 80% do PIB global, consomem 75% dos recursos naturais, produzem 50% dos resíduos globais e respondem por 60-80% dos gases de efeito estufa (UNEP-DTIE, 2017). Figura 9 - O Impacto das cidades para o mundo Fonte: Elaborado pelas autoras (2021) No âmbito municipal, a unidade organizacional responsável pelo desenvolvimento da política do meio ambiente é a Secretaria Municipal do Meio Ambiente: A 昀椀m de garantir à população qualidade de vida, as ações e programas implementados pela Secretaria estão voltadas para difundir práticas sociais e econômicas não prejudiciais à natureza, visando a promoção, conservação, preservação e recuperação da qualidade ambiental, controlando a poluição ambiental e desenvolvendo campanhas educativas, com incentivo à participação comunitária no planejamento, execução e vigilância das atividades que tenham como objetivo à proteção e a recuperação ambiental, em parceria com outros órgãos dos governos municipal, estadual e federal e com a sociedade civil. (BRASIL, 2017) Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 36 A consolidação da prática da gestão ambiental não acontece com a ausência dos governos públicos e da sociedade civil, que devem trabalhar em ações integradas a partir de objetivos comuns. Essa implementação não é algo simples, pois a problemática ambiental é dotada de extrema complexidade. Por esse motivo, se faz tão necessária a busca de práticas que colaborem para processos de gestão ambiental participativos, nos quais a própria sociedade indica suas necessidades e seus pontos de força. Os mecanismos de participação popular nos modelos de governança atuam exigindo das pessoas e organizações envolvidas, um compromisso, transparência e responsabilidade com a causa ambiental, além da efetividade de entender horizontalmente as decisões sobre as ações que precisam ser implementadas, visto que quem entende melhor sobre um problema é quem está passando por ele. A problemática ambiental é uma dimensão a mais na gestão das cidades e na implementação de agendas políticas. Em atenção a isso, as administrações públicas, com a coordenação, 昀椀scalização e ajuste de projetos, atrelados a capacitação dos técnicos e pro昀椀ssionais envolvidos na gestão, buscam incentivar e direcionar setores produtivos, instituições e cidadãos a agir com atenção à conservação dos recursos naturais, por isso é essencial na atualidade. Por esse contexto, o planejamento governamental para a gestão das cidades tem a possibilidade de estabelecer convênios com objetivos semelhantes aos do desenvolvimento sustentável, que ofereçam mecanismos para o crescimento econômico e institucional do município, porém com atenção ao atendimento das demandas da sociedade e, buscando preservar os recursos naturais de forma responsável. Se for possível, garantir que os gestores públicos tenham a devida capacitação para planejar, organizar, dirigir e controlar as políticas públicas ambientais, dentro dos parâmetros legais, muito provavelmente a gestão ambiental estará prepara para manter a credibilidade e o nível de qualidade ambiental que se é esperado, o qual deve ser: alinhada aos setores econômicos, sociais e culturais, de forma que os projetos implementados tenham continuidade para alcançar as metas estabelecidas à longo prazo, visando a conservação ambiental e o bem-estar social. Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 37 Considerações sobre a gestão pública O contexto da gestão pública muda após décadas de exploração devido à ocorrência de catástrofes ambientais e o aumento dos índices de poluição. Os estágios de concepção ambiental ajudam a compreender de que modo esse contexto se modi昀椀ca, se tem, então, os seguintes estágios: • Primeiro estágio - é caracterizado pela preocupação com as forças da natureza e a consciência de segurança e respeito ao meio ambiente. • O segundo estágio - é de昀椀nido como crescimento da con昀椀ança dos seres humanos em relação à adaptação do meio às necessidades. Nesse contexto, se tem o aparecimento da agricultura e o avanço populacional das cidades. • O terceiro estágio está focado no desenvolvimento, urbanização, industrialização e mineração com a premissa de progresso a qualquer custo. • O quarto estágio - é o da responsabilidade social, ética ambiental e consciência coletiva, com o objetivo de retornar os recursos ameaçados. O poder público toma a frente para remediar ou melhorar a situação do meio ambiente no momento em que percebe ser necessário arcar com as consequências desse uso desenfreado. Com isso, temos nos anos 1970 a implementação do processo de saneamento básico principalmente em áreas do chamado países subdesenvolvidos. Porém, nesse contexto, os conhecimentos sobre as possíveis soluções e ações para remediar os problemas ambientais eram poucos. A década de 70 foi con昀椀gurada como o período de controle ou remediação dos problemas, com o controle da poluição industrial e a gestão reativa frente aos problemas. Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 38 Na década de 1980, temos o foco no planejamento e a prevenção, com os seguintes itens: • Estudos de Impactos Ambientais. • Gerenciamento de resíduos sólidos. • Controle da poluição do Solo.• Minimização de resíduos. Nos anos de 1990, por sua vez, é implementado o sistema de conceitos com a inserção da sustentabilidade, com isso temos a relevância das seguintes ações: • Atuação responsável. • Gerenciamento Integrado. • Auditoria Ambiental. • Avaliação do Ciclo de Vida do Produto. • Sistema de Gerenciamento Ambiental. A partir dessas premissas, o poder público toma algumas normativas como regras a serem cumpridas nos setores, com base no sistema de gestão ambiental, visto anteriormente. São elas: A inserção efetiva da Política Ambiental, no qual a administração se compromete com a melhoria ambiental. O Planejamento nos setores conduz a orientação das ações, operações e identi昀椀cação dos aspectos e impactos com base nas premissas legais do meio ambiente. A partir disso, é possível avaliar e propor alternativas, assim como de昀椀nir metas por meio da elaboração de planos e propostas. Com a etapa de implementação e operação, o setor inicia o desenvolvimento do plano de ação abrangendo seus objetivos. A veri昀椀cação é o processo de avaliação e monitoramento das operações e metas a serem alcançadas. Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 39 Diante da análise, é veri昀椀cado o processo que o setor ou a instituição está a percorrer, prevendo sua melhoria e aprimoramento. Conclui-se, a partir de uma organização e empenho do poder público, que é possível fortalecer e construir sistemas de gestão ambiental em diversos espaços. Isso faz com que o meio ambiente seja uma prioridade da organização. SAIBA MAIS: Quer saber mais sobre a implementação de gestão ambiental nas cidades? Sugerimos que assista ao vídeo da série IBGE Explica intitulado por: “Cidades sustentáveis – IBGE Explica”. O vídeo expõe de forma dinâmica e rápida fundamentos importantes sobre o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável na gestão das cidades. O vídeo está disponível clicando aqui. RESUMINDO: Chegamos ao 昀椀m de mais um capítulo dessa unidade. Até aqui você vem gostando do que está sendo estudado? Agora, para garantir que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir mais uma vez todo o assunto que trabalhamos. Iniciamos o debate com um embasamento teórico e contextualizado acerca dos aspectos que envolve o meio ambiente, a gestão ambiental e a gestão pública. Vimos as causas e efeitos dos problemas desencadeados pela atuação da sociedade buscando suprir suas necessidades sobre os recursos ambientais e sobre a própria sociedade, com demandas desencadeadas pelo processo de extrema pobreza. No entanto, foi possível compreender que existem mecanismos de atuação que podem ser utilizados pela gestão pública para promover um modelo de desenvolvimento que seja economicamente viável, socialmente justo e ambientalmente responsável. Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 40 Além disso, diversos planos de ação e objetivos vêm sendo delineados nas convenções globais em prol de melhor desempenho de gestão, como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Também vale relembrar que os efeitos das cidades são bastante signi昀椀cativos sobre o globo inteiro, e que a gestão aplicada em cada uma delas pode modi昀椀car todo esse cenário para melhor. Neste item, você conheceu, também, o contexto da gestão pública e sua contribuição à gestão ambiental. O poder público muda sua concepção e atuação frente ao meio ambiente impulsionado pela mudança nas ações diante da exploração devido à ocorrência de catástrofes ambientais e o aumento dos índices de poluição. Desse modo, os estágios de concepção ambiental ajudam a compreender de que modo esse contexto se modi昀椀ca, se tem então os seguintes estágios: O primeiro estágio é caracterizado pela preocupação com as forças da natureza e a consciência de segurança e respeito ao meio ambiente. O segundo estágio é de昀椀nido como crescimento da con昀椀ança dos seres humanos em relação à adaptação do meio às necessidades. O terceiro está focado no desenvolvimento, urbanização, industrialização e mineração com a premissa de progresso a qualquer custo. O quarto estágio é o da responsabilidade social, ética ambiental e consciência coletiva, com o objetivo de retornar os recursos ameaçados. Nos anos 1970, a implementação do processo de saneamento básico principalmente em áreas do chamado países subdesenvolvidos. Porém, nesse contexto, os conhecimentos sobre as possíveis soluções e ações para remediar os problemas ambientais eram poucos. Na década de 1970, foi con昀椀gurada como o período de controle ou remediação dos problemas, com o controle da poluição industrial e a gestão reativa frente aos problemas. Na década de 1980, temos o foco no planejamento e na prevenção, com os seguintes itens: Estudos de Impactos Ambientais; Gerenciamento de resíduos sólidos; Controle da poluição do Solo; Minimização de resíduos. Já nos anos de 1990, é implementado o sistema de conceitos com a inserção da sustentabilidade; com isso, temos a relevância das seguintes ações: Atuação responsável; Gerenciamento Integrado; Auditoria Ambiental; Avaliação do Ciclo de Vida do Produto; Sistema de Gerenciamento Ambiental. É possível concluir, ao 昀椀nal deste item, que é possível, a partir de uma organização e empenho do poder público, fortalecer e construir os sistemas de gestão ambiental em diversos espaços, tornando o meio ambiente uma prioridade da organização. Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 41 Políticas públicas ambientais OBJETIVO: Nesta competência vamos trabalhar mais um aspecto de estudo do campo da gestão ambiental na gestão pública, que são os aspectos dos das políticas ambientais. Posteriormente, entenderemos a importância da promoção de educação ambinetal nesse processo. Isso será importante para a construção de sua visão sistêmica sobre as ações de desenvolvimento sustentvel no mundo em sua prática pro昀椀ssional. Vamos aprender mais esta competência? Avante! Percurso teórico sobre as políticas públicas: conceitos e aplicações As políticas públicas voltadas ao meio ambiente emergem do uso descontrolado dos recursos naturais renováveis e não renováveis. Acrescido de problemas sociais como a explosão demográ昀椀ca, as políticas públicas tiveram que se adaptar ao novo contexto. Retomaremos alguns momentos históricos que culminaram na construção de políticas públicas, iniciando na década de 1940, auge da II Guerra Mundial. Esse momento possibilitou a criação de um sistema econômico internacional e a fundação das primeiras associações de proteção ambiental. No contexto dos anos 1950, mais precisamente em 1956, na Inglaterra, em meio à poluição atmosférica, oriunda da indústria, que culminou na morte de pessoas, foi gerado sum dos primeiros efeitos da poluição industrial, o qual estimulou diversos debates sobre a qualidade do ar e a aprovação da lei do ar puro.Na década de 1960, essa preocupação da comunidade internacional frente aos limites do desenvolvimento do planeta começou a tomar maior espaço no contexto mundial. E nos Estados Unidos, teve a criação da Agência de Proteção ambiental (EPA) Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 42 e a aprovação das Leis: Clean Air Act, Clean Water Act, Toxic Substance Control Act. VOCÊ SABIA? O marco dessa nova conduta em relação ao meio ambiente, em 1962, foi impulsionado pela publicação do livro Primavera Silenciosa, de Rachel Carson, esse livro desencadeou o processo de discussão sobre os efeitos das ações humanas no ambiente. No Brasil, em meados de 1965, é promulgada a Lei Federal do Código Florestal Brasileiro, consequentemente em 1967 a Lei da proteção da fauna. Na década de 1970, em meio à crise do petróleo e do modelo energético da época, resulta na procura de novas fontes de energia e de uma utilização mais racional. Por meio de discussões na ONU e a promoção da discussão dessas questões na Conferênciasobre o Meio Ambiente Humano em 1972. Essa conferência gerou a Declaração sobre o Ambiente Humano e estabeleceu o Plano de Ação Mundial com o objetivo de inspirar e orientar a humanidade para a preservação e melhoria do ambiente humano. As recorrentes preocupações da época eram: crescimento populacional e o aumento dos níveis de poluição e o esgotamento dos recursos naturais. Em 1973, surge o conceito de ecodesenvolvimento, o qual referia-se, principalmente, às regiões subdesenvolvidas, trazendo a crítica à sociedade industrial, sendo a precursora do conceito de desenvolvimento sustentável. Ao longo desse processo, foram estipulados alguns itens como caminho para chegar ao ecodesenvolvimento, os quais são apresentados a seguir: • Satisfação das necessidades básicas. • Solidariedade com as gerações futuras. Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 43 • Participação da população envolvida. • Preservação dos recursos naturais e do meio ambiente. • Elaboração de um sistema social que garanta emprego. • Segurança social e respeito a outras culturas. • Programas de educação ambiental. A partir desse contexto é formulado, no Brasil, o primeiro setor público a abarcar as questões ambientais, que foi a Secretaria Especial do Meio Ambiente - SEMA. Temos fatos marcantes na evolução das regulamentações no Brasil como a Lei 6.938, Política Nacional de Meio Ambiente Brasileira, instituída no ano de 1981. E posteriormente, nessa mesma década, a fundação do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). As Políticas Públicas são de昀椀nidas como diretrizes e princípios norteadores da ação do poder público. A Política Pública Ambiental é o documento estratégico da gestão ambiental e transcende o debate sobre os problemas de preservação ambiental. Em esfera nacional, temos: • Como órgão superior, o Conselho de Governo, formado pela Casa Civil e todos os Ministros, o qual tem como função assessorar o Presidente da República na formulação da Política Nacional do Meio Ambiente. • Como Órgão Consultivo e Deliberativo, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) reúne os diferentes setores da sociedade e tem caráter normatizador dos instrumentos da Política Ambiental. O CONAMA é a entidade que estabelece padrões e normas federais. O CONAMA é um colegiado representativo dos setores federais, estaduais e municipais, empresarial e sociedade civil. É presidido pelo Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 44 Ministro do Meio Ambiente e composto pelas seguintes instâncias: Plenário, Câmaras Técnicas e Grupos de Trabalho. Ainda há o Órgão Central, que contempla o Ministério do Meio Ambiente (MMA), o qual é o agente formulador de Políticas Públicas Ambientais. Ele é o Órgão Executor, que abrange o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), e possui a tarefa de executar e fazer executar as Políticas Ambientais. Em esfera Estadual, se tem as Secretarias e Fundações Estaduais do Meio Ambiente com a função de executar a Política Ambiental, para monitorar o meio ambiente e realizar educação ambiental. Na esfera Municipal, com Secretarias e Fundações Municipais do Meio Ambiente, responsáveis pelo controle e 昀椀scalização das atividades de proteção e melhoria da qualidade ambiental. Desse modo, temos a ação, em conjunto, das políticas públicas como mediadoras para a solução dos con昀氀itos ambientais, atendendo às demandas socioambientais. Nesse contexto, se tem a inserção da educação ambiental como uma forma de conscientização sobre os problemas ambientais. Vamos conhecer melhor essa área e suas políticas públicas. As temáticas que envolvem os estudos sobre Educação Ambiental são diversi昀椀cadas e abrangentes em relação aos contextos envolvidos, sendo importante ressaltar os deslocamentos dos espaços educativos, ou seja, a Educação Ambiental pode ser debatida e problematizada em diversos espaços na escola, ampliando e popularizando-a. Atendendo aos apontamentos da Lei 9.795 (27 de abril de 1999, Capítulo I. Art. I), o qual menciona que a Educação Ambiental é contextualizada por meio de processos em que o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas à conservação do meio ambiente, ao uso comum do povo, e à qualidade de vida e sustentabilidade. A Educação Ambiental é de昀椀nida como transformação social, que vai além das compreensões e cuidados com o meio ambiente e a biodiversidade, mas realiza um processo de construção de valores sociais. Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 45 Essas re昀氀exões ocorrem por meio da participação dos sujeitos em ações coletivas concretizadas em diversos setores da sociedade, como ressalta Loureiro (2005, p.69): A Educação Ambiental é práxis educativa e social que tem por 昀椀nalidade a construção de valores, conceitos, habilidades e atitudes que possibilitem o entendimento da realidade de vida e atuação lúcida e responsável de atores sociais individuais e coletivos no ambiente (LOUREIRO, 2005, p.69). Desse modo, a educação com vistas ao cuidado ao meio ambiente ocorre na prática educativa, seja nas escolas ou na comunidade, através do ensino formal ou no ensino informal, nos chamados saberes tradicionais, carregados por cada cultura sobre o meio ambiente. A Educação Ambiental é caracterizada como um tema transversal, que deve ser trabalhada de forma interdisciplinar, abordando temas como a saúde, orientação sexual, cultura, meio ambiente, desfragmentando a imagem pré-concebida desse tipo de educação e, com isso, pode-se dinamizar a gama de conhecimentos. Como menciona Medina (1996): A educação ambiental, como tema transversal, possibilita a opção por diferentes situações desejadas, balizadas por valores como responsabilidade, cooperação, solidariedade e respeito à vida, integrando os conteúdos disciplinares e os temas transversais. (MEDINA, 1996, p. 20) A Educação Ambiental incentiva a autonomia, a participação e a responsabilidade dos cidadãos, através de uma perspectiva planetária, expressão do autor Sorrentino (2005). Em uma perspectiva planetária, não basta contemplar o olhar do homem branco ocidental. É necessário incluir as mulheres, os negros, os jovens, os idosos, as crianças, os homossexuais, os países do sul, o interior, a periferia, os artistas, os paci昀椀stas e outras minorias étnicas, ouvindo-os em suas especi昀椀cidades e aprendendo a expressar seus sonhos, demandas e propostas (SORRENTINO, 2005, p.16). O autor fornece subsídios que facilitam o entendimento da complexidade das relações que permeiam o meio ambiente e a Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 46 possibilidade de discussão desses temas através da educação ambiental devido ao seu potencial de ser multidisciplinar. As re昀氀exões sobre a Educação Ambiental e o processo educativo tornam-se relevantes, atualmente, na medida em que se discute a proposta de uma educação voltada para a mediação do conhecimento, e não para o depósito de conteúdos, ou seja, a prática educativa a partir das vivências cotidianas, abrangendo, assim, relações entre a educação e os outros âmbitos sociais, econômicos, políticos e culturais (RAYS, 2009). Desse modo, a educação ambiental é resultado dos processos educativos de ensino e aprendizagem que possibilitam a conscientização dos indivíduos sobre os problemas ambientais. Figura 10 - Educação ambiental na prática Fonte: Freepik Sendo assim, em complemento às re昀氀exões anteriores, temos o signi昀椀cado da constituição cidadã, por meio da educação ambiental, como a ação de cada indivíduo como um agente do conhecimento, e se constituindo em uma nova construção das relações dos seres humanos com o seu ambiente natural e social (MEDINA, 2002). Diante disso, tal contexto é relevante para a efetuação da Educação Ambientalno contexto crítico e dialógico, e a adoção de posturas éticas, pessoais e de coletividade dinâmicas, como resultado desse processo de formação em que cada um torna-se sujeito principal de sua aprendizagem. Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 47 É, a partir do cotidiano, que se devem chegar às problemáticas a serem debatidas, visto que a realidade do contexto em que se vive é um ponto a destacar-se em qualquer abordagem sobre Educação Ambiental, como menciona Moraes (2008, p.21). “O cotidiano das pessoas é de昀椀nido pelo contexto, pelo discurso cultural e pela linguagem que já dominam” (MORAES, 2008, p.21). Nesse contexto, podemos considerar que um processo educativo no sentido da preservação ambiental leva em conta a educação que ensine a pensar e contextualizar o conhecimento para estabelecer relações com a realidade, por meio da crítica e do questionamento. Figura 11 - Educação ambiental e a prática educativa Fonte: Freepik Por sua vez, Edgar Morin (1995) destaca que é necessário propor interrogações sobre as possibilidades dos indivíduos em conhecer, colocando o sujeito no centro de todos os conhecimentos e saberes, fato que se opõe ao princípio redutor de aprendizagem do paradigma tradicional, ressaltando que é necessário reintegrar a relação sujeito e objeto (MORIN, 1998). Esse autor ajuda a pensar sobre a natureza como um sistema complexo, devido às suas relações com a sociedade e a cultura. Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 48 Começaremos a seguir a conhecer os programas ambientais, que incentivam a educação ambiental, desenvolvidos com o fomento do Ministério do Meio Ambiente. A Agenda 21 propõe o planejamento para a construção de sociedades sustentáveis em diferentes bases geográ昀椀cas, que conciliam métodos de proteção ambiental, justiça social e e昀椀ciência econômica. O programa Água Doce, que visa o acesso à água de boa qualidade para o consumo humano, promovendo e disciplinando a implantação, a recuperação e a gestão de sistemas de dessalinização ambiental e socialmente sustentáveis para atender, prioritariamente, as populações de baixa renda em comunidades difusas do semiárido. O programa Águas Subterrâneas, voltado para os mecanismos de articulação entre os entes envolvidos com as águas subterrâneas e a gestão integrada deste recurso, haja vista que os aquíferos quase sempre extrapolarem os limites das bacias hidrográ昀椀cas, estados e países, embora a legislação determine que o domínio seja dos estados. O Programa Áreas Protegidas da Amazônia é o maior de conservação de 昀氀orestas tropicais do Planeta e tem como objetivo proteger 60 milhões de hectares da Amazônia brasileira. Figura 12 - Amazônia Fonte: Freepik Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 49 A bolsa verde, que é o Programa de Apoio à Conservação Ambiental Bolsa Verde, concede, a cada trimestre, um benefício de R$300 às famílias em situação de extrema pobreza que vivem em áreas consideradas prioritárias para conservação ambiental. O cadastro ambiental rural, que é um registro eletrônico, obrigatório para todos os imóveis rurais, tem por 昀椀nalidade integrar as informações ambientais referentes à situação das Áreas de Preservação Permanente - APP, das áreas de Reserva Legal, das 昀氀orestas e dos remanescentes de vegetação nativa, das Áreas de Uso Restrito e das áreas consolidadas das propriedades e posses rurais do país. SAIBA MAIS: O cadastro ambiental rural é criado pela Lei 12.651/2012, no âmbito do Sistema Nacional de Informação sobre Meio Ambiente - SINIMA, e se constitui em base de dados estratégica para o controle, monitoramento e combate ao desmatamento das 昀氀orestas e demais formas de vegetação nativa do Brasil, bem como para o planejamento ambiental e econômico dos imóveis rurais. Para ler o texto completo, acesse clicando aqui. Desse modo, por meio desses programas, pode-se assegurar a integração equilibrada das múltiplas dimensões da sustentabilidade com o meio ambiente. Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 50 RESUMINDO: E então, gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que as políticas públicas voltadas ao meio ambiente emergem do uso descontrolado dos recursos naturais renováveis e não renováveis. Acrescido de problemas sociais como a explosão demográ昀椀ca, as políticas públicas tiveram que se adaptar ao novo contexto. Retomamos alguns momentos históricos que culminaram na construção de políticas públicas; iniciamos na década de 1940, auge da II Guerra Mundial, momento que possibilitou a criação de um sistema econômico internacional e a fundação das primeiras associações de proteção ambiental. Nos anos 1950, na Inglaterra, em meio à poluição atmosférica oriunda da indústria, que culminou na morte de pessoas, um dos primeiros efeitos da poluição industrial, foi estimulado diversos debates sobre a qualidade do ar e a aprovação da lei do ar puro em, que foi em 1956. Na década de 1960, por sua vez, essa preocupação da comunidade internacional frente aos limites do desenvolvimento do planeta começa a tomar maior espaço no contexto mundial. No Brasil, em meados de 1965, é promulgada a lei federal do código 昀氀orestal brasileiro, consequentemente, em 1967, a Lei da proteção da fauna. Na década de 1970, em meio à crise do petróleo e do modelo energético da época, resulta na procura de novas fontes de energia e de uma utilização mais racional. Por meio de discussões na ONU e a promoção da discussão dessas questões na Conferência sobre o Meio Ambiente Humano, em 1972. Essa conferência gerou a Declaração sobre o Ambiente Humano e estabeleceu o Plano de Ação Mundial com o objetivo de inspirar e orientar a humanidade para a preservação e melhoria do ambiente humano. Em 1973, surge o conceito de ecodesenvolvimento, referia-se principalmente às regiões subdesenvolvidas, trazendo a crítica à sociedade industrial, sendo a precursora do conceito de desenvolvimento sustentável. As temáticas que envolvem os estudos sobre Educação Ambiental são diversi昀椀cadas e abrangentes em relação aos contextos envolvidos, sendo importante ressaltar os deslocamentos dos espaços educativos, ou seja, a Educação Ambiental pode ser debatida e problematizada em diversos espaços na escola, ampliando e popularizando-a. A Educação Ambiental é de昀椀nida como transformação social, que vai além das compreensões e cuidados com o meio ambiente e a biodiversidade, mas realiza um processo de construção de valores sociais. Desse modo, podemos considerar que um processo educativo no sentido da preservação ambiental leva em conta a educação que ensine a pensar e contextualizar o conhecimento para estabelecer relações com a realidade, por meio da crítica e do questionamento. Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade 51 REFERÊNCIAS BARBIERI, J.C. Gestão Ambiental Empresarial: Conceitos, Modelos e Instrumentos. São Paulo: Saraiva, 2015. BARBIERI, J.C.; SILVA, D. Desenvolvimento sustentável e educação ambiental: uma trajetória comum com muitos desa昀椀os. Revista de Administração Mackenzie, v. 12, p. 51-82, 2011. BRASIL. Lei n. 9795 - 27 de abril de 1999. Dispõe sobre a educação ambiental. Política Nacional de Educação Ambiental. Diário O昀椀cial da União, Brasília, DF, 1999. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/leis/l9795.htm Acesso em 21 out. 2021. FORNO, M. A. R. Fundamentos em gestão ambiental. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2017. LOUREIRO, C. F. B. Educação ambiental e movimentos sociais na construção da cidadania ecológica e planetária. São Paulo: Cortez, 2005. MEDINA, N. M. Amazônia: uma proposta interdisciplinar de educação ambiental. Brasília: IBAMA, 1996. MEDINA, N. M. Formação de Multiplicadores para educação ambiental.
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