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EBOOK de Gestão Sustentável.

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Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial 
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Grá�co 
TIAGO DA ROCHA
Autoria 
GABRIELLA ELDERETI MACHADO
STEPHANIE FREIRE BRITO
AUTORIA
Gabriella Eldereti Machado
Sou licenciada em Química, com uma experiência técnico-
pro昀椀ssional na área de Meio Ambiente de mais de três anos. Pós-graduada 
em Educação Ambiental e Educação, sou apaixonada pelo que faço e 
adoro transmitir minha experiência de vida àqueles que estão iniciando 
em suas pro昀椀ssões. Por isso, fui convidada pela Editora Telesapiens a 
integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder 
ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo!
Stephanie Freire Brito
Sou paraibana, formada em Administração pela Universidade 
Federal da Paraíba (2016), possuo MBA em Marketing e Inteligência de 
Mercado (2018) e Mestrado em Administração pela Universidade Federal 
de Campina Grande – UFCG (2021). Atualmente desenvolvo pesquisas 
cientí昀椀cas na área de gestão de cidades, indicadores de sustentabilidade, 
Smart Cities, Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), ministro 
cursos e palestras na área de negócios e atuo como professora conteudista. 
Sou empreendedora, e estou muito satisfeita em poder colaborar com o 
seu crescimento pro昀椀ssional através do estudo.
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez 
que:
OBJETIVO:
para o início do 
desenvolvimento de 
uma nova compe-
tência;
DEFINIÇÃO:
houver necessidade 
de se apresentar um 
novo conceito;
NOTA:
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE:
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA?
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográ昀椀cas e links 
para aprofundamen-
to do seu conheci-
mento;
REFLITA:
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser re昀氀etido ou dis-
cutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO:
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das últi-
mas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma 
atividade de au-
toaprendizagem for 
aplicada;
TESTANDO:
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
Gestão Ambiental .......................................................................................10
Conceitos e correntes da gestão ambiental .............................................................. 10
Antropocentrismo ........................................................................................................ 10
Ecocentrismo ................................................................................................................... 11
Malthusianismo e neomalthusianismo ......................................................... 13
Postura cornucopiana ............................................................................................... 14
Cenário histórico do debate ambiental ........................................................................... 14
Sistemas de Gestão Ambiental ............................................................. 20
Contextualização dos SGA’s ................................................................................................... 20
Série de normas ISO 14000 .....................................................................................................25
Concepção ambiental na gestão pública ........................................ 30
Contextualizando a gestão ambiental e a gestão pública............................... 30
Gestão pública sustentável nas cidades ....................................................34
Considerações sobre a gestão pública ..........................................................................37
Políticas públicas ambientais .................................................................41
Percurso teórico sobre as políticas públicas: conceitos e aplicações ..... 41
7
UNIDADE
03
Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade
8
INTRODUÇÃO
Você conhece o conceito de Gestão Ambiental? Já ouviu falar 
sobre Sistemas de Gestão Ambiental? O princípio norteador da Gestão 
Ambiental está relacionado à promoção da administração de atividades 
econômicas e sociais em diálogo com o uso racional dos recursos naturais, 
buscando alcançar a sustentabilidade nos processos econômicos. Tal 
alcance se dá através dos sistemas de gestão ambiental e das iniciativas 
do poder público, por meio de políticas públicas, que a gestão ambiental 
é possível. Vamos compreender melhor esses conceitos? Ao longo desta 
unidade letiva, você vai mergulhar nesse universo da gestão ambiental!
Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade
9
OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vinda (o). Nosso propósito é auxiliar você no 
desenvolvimento das seguintes objetivos de aprendizagem até o término 
desta etapa de estudos:
1. Apontar  a relevância do conceito de  Gestão  Ambiental  e a sua 
importância para alcance da sustentabilidade.
2. Explicar os conceitos fundamentais e o funcionamento dos 
sistemas de gestão ambiental.
3. Identi昀椀car a atuação e o papel do poder público para promoção da 
gestão ambiental.
4. Reconhecer as políticas públicas voltadas ao meio ambiente.
Então, preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? 
Ao trabalho! A persistência é o caminho para o êxito, vamos lá!
Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade
10
Gestão Ambiental 
OBJETIVO:
Ao término deste capítulo você será capaz de entender os 
principais paradigmas do debate ambiental, bem como a 
evolução do tema no mundo em termos institucionais e 
sociais. Estes conhecimentos serão fundamentais para 
o exercício de sua pro昀椀ssão. E então? Motivado para 
desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante!
Conceitos e correntes da gestão ambiental 
Começamos esta unidade contextualizando algumas visões 
ambientais, ou paradigmas ambientais, além do cenário histórico no qual 
a gestão ambiental é composta. 
As visões de mundo variam de pessoa para pessoa, de contexto para 
contexto. Um paradigma é um princípio 昀椀losó昀椀co no qual desenvolvemos 
opiniões, valores, comportamentos, baseados em correntes teóricas, 
princípios morais e hábitos. No debate ambiental, Ruppenthal (2014) 
apresenta quatro paradigmas ambientais bastante representativos: 
Antropocentrismo; Ecocentrismo; Malthusianismo e neomalthusianismo e 
a postura cornucopiana.
Para uma melhor compreensão sobre o motivo do debate ambiental 
ser tão imprescindível para a continuidade das atividades humanas e da 
vida, de modo geral, vejamos a seguir algumas dessas visões de mundo! 
Antropocentrismo
Essa teoria surge em um período da história em que o homem 
estava desenvolvendo alguns avanços, no que diz respeito a produção 
agrícola, era o 昀椀m da idade média. Guerras medievais e a peste negra 
dizimaram boa parte da população, além disso, a exploração de recursos 
naturais, animais, minerais e humanos era intensa. 
Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade
11
Essa visão, nesse contexto, sugere que o homem é o ser que 
está acima de todo o universo que o cerca, assim como demonstra a 
representação da 昀椀gura 1. No feudalismo, os senhores feudais tinham 
poder sobre seus servos, a monarquia e a igreja tinham poder sobre a 
sociedade e, na visão ambiental, o homem era considerado o centro 
de tudo, de todas as ações, da cultura, dos recursos, da história e do 
conhecimento, passando a ser conhecido, também, como egocentrismo. 
Figura 1 - Antropocentrismo: o homem acima de todas as espécies
Fonte: Ruppenthal (2014 p. 15)
Na modernidade o contexto do antropocentrismoindica que o 
homem é único animal racional entre os animais, desvalorizando as outras 
espécies e mantendo-o em posição dominante sobre tudo o que resta, o 
que leva a justi昀椀cativa da exploração ambiental e sua degradação. 
Ecocentrismo
Esse paradigma se opõe ao antropocentrismo, defendendo que o 
homem não está acima, mas sim, inserido entre as outras espécies da 
natureza, devendo respeitar a existência das outras espécies e, também, 
ser respeitado. Ou seja, o homem é um membro da natureza e seu valor 
é igual ao dos demais seres, por esse motivo, o seu comportamento deve 
estar em equilíbrio com as demandas das outras espécies, assim como 
demonstra a representação grá昀椀ca da 昀椀gura 2 abaixo. 
Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade
12
Figura 2 - Ecocentrismo: o homem faz parte da natureza
Fonte: Ruppenthal (2014 p. 17)
Na 昀椀gura 2, podemos perceber que há uma diferença em relação 
à representação grá昀椀ca que ilustra o paradigma do antropocentrismo. 
Ao invés de utilizar uma pirâmide colocando o homem como superior 
às outras espécies, o ecocentrismo ilustra em formato arredondado o 
equilíbrio que as relações da natureza colocam o homem com as outras 
espécies, sejam animais ou vegetais.
Ainda a respeito deste paradigma, Ruppenthal (2014) a昀椀rma o 
seguinte: 
O ecocentrismo reconhece que todas as espécies, 
incluindo humanos, são produto de um longo processo 
evolucionário e são interligados em seus processos de 
vida. A ideia de ética para com a terra e bom gerenciamento 
do meio ambiente são elementos chave dessa 昀椀loso昀椀a. 
O ecocentrismo está focado em uma comunidade 
biótica como um todo e tenta manter a composição 
do ecossistema e seus processos ecológicos. Signi昀椀ca 
que sendo a natureza o ponto central, o humano volta 
à condição de parte integrante do todo. Ao humano não 
é permitido explorar o resto da natureza de acordo com 
seu interesse, qualquer que seja. Pois essa exploração 
desequilibrará o todo, gerando mudanças em todos os 
componentes. (RUPPENTHAL, 2014 p.16)
Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade
13
Portanto, essa linha de pensamento político e 昀椀losó昀椀ca, não 
determina qualquer hierarquia, e apresenta valores concentrados 
na natureza de forma geral, incluindo também, o homem e as suas 
necessidades.
Malthusianismo e neomalthusianismo
Essa corrente de pensamento, é entendida como focada no 
pessimismo em relação ao futuro do mundo, do homem, das espécies, 
pois, se contrapõe com as práticas executadas para que o homem 
supra as suas necessidades e os seus prazeres. O Malthusianismo e o 
neomalthusianismo são paradigmas baseados nas teorias do economista 
inglês Thomas Malthus (1766 - 1834), que ao observa a expansão da 
população e o processo de superpopulação em determinado período 
da história, a昀椀rmou não haver meios de subsistência proporcionais. 
Ruppenthal (2014 p. 17) a昀椀rma que “Para Malthus, o controle da população 
devia ser realizado via aumento das taxas de mortalidade, que ele 
chamava de freios positivos, que signi昀椀cavam a miséria, as doenças e 
as guerras. ”
Figura 3 - Malthusianismo: crescimento populacional geométrico e crescimento de recursos 
aritmético.
Fonte: Ruppenthal (2014 p. 17)
Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade
14
Uma revisitação a essa teoria, algum tempo depois, amenizou a 
força de suas a昀椀rmações, propondo que a superpopulação não levaria 
ao esgotamento imediato dos recursos e meios de subsistência, mas 
sim à sua escassez que promovem cenários progressivos de escassez, 
além de ser um fator determinante para a pobreza de alguns países e, 
consequentemente, de cenários de extrema pobreza.
Postura cornucopiana
Mais uma vez um paradigma ambiental contrapõe absolutamente a 
ideia de outro. No caso da postura cornucopiana, o pessimismo não tem 
lugar, o otimismo, tido até como exagerado, é o que rege essa visão de 
mundo desse paradigma, no que se diz respeito aos recursos e meios 
de subsistência em fontes naturais. Em outras palavras, esse paradigma 
acredita que qualquer problema de escassez dos recursos naturais será 
solucionado uma hora ou outra e, que sempre existirá alguma forma de 
substituir os recursos extraídos e explorados pelo homem. 
Ruppenthal (2014) explica o que é uma cornucópia e os fundamentos 
utilizados para estabelecer a ideia central desse paradigma: 
Cornucópia é um símbolo representativo de fertilidade, 
riqueza e abundância. Na mitologia grega consta que 
Almatéia (ninfa do Olimpo) alimentou Zeus com leite de 
cabra. Em troca desse favor, Zeus ofertou-lhe um poderoso 
objeto constituído por um chifre de cabra, que satisfazia 
todos os desejos de quem o possuísse. A Deusa Fortuna era 
representada por um vaso em forma de chifre de onde frutas 
e 昀氀ores espalham-se em abundância. Atualmente, simboliza 
a agricultura e o comércio, além de compor o símbolo das 
ciências econômicas. (RUPPENTHAL, 2014, p.18)
Cenário histórico do debate ambiental
A discussão em torno da evolução do debate ambiental é discutida, 
partindo do período chamado de revolução industrial, cujo contexto se tem 
a transição entre os processos de produção, a partir do desenvolvimento 
tecnológico nas indústrias.
Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade
15
VOCÊ SABIA?
Que o avanço industrial acarretou problemas como a 
poluição das águas, do solo e do ar, a geração do lixo e 
a superlotação do espaço urbano. A poluição gerada, 
nesse período, trouxe consequências a diversos países, 
impulsionando o início da discussão sobre os problemas 
ambientais.
A década de 70 é marcada pelo fervor de discussões progressistas 
que abrangiam desde os direitos das mulheres e dos movimentos sociais 
até às questões ambientais, debates e pautas puxadas pelos ativistas. 
Desse modo, em 1972, ocorre a Conferência de Estocolmo, na Suécia, que 
foi o primeiro grande evento a discutir os problemas ambientais. 
Outro destaque em relação à consolidação da gestão ambiental 
foi a Conferência das Nações Unidas sobre o meio ambiente e 
desenvolvimento, também conhecida como Eco-92, no Rio de Janeiro.
 Nessa reunião, houve decisões mais concisas, onde foram 
estabelecidas metas para a diminuição das emissões de carbono na 
atmosfera e elaborados documentos como a Carta da Terra e a Agenda 21. 
Esses acontecimentos citados anteriormente contribuíram para 
consolidação de pesquisas e estudos na área ambiental, bem como a 
criação de novas áreas para contemplar as temáticas, como foi o caso da 
gestão ambiental. 
A Gestão Ambiental é entendida como a área de conhecimento 
que tem como objetivo a resolução de problemas em empresas e 
organizações a partir de normas e especi昀椀cações ambientais, com base 
na legislação.
A concepção 昀椀losó昀椀ca da gestão ambiental está relacionada ao 
olhar para o meio ambiente, de modo que se entenda o Homem como 
parte da natureza, diferenciando-se da concepção de natureza como 
meio físico (FORNO, 2017). 
Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade
16
Desse modo, a natureza não é simplesmente entendida apenas 
devido aos seus recursos naturais, mas é um meio complexo de relações 
para além da biodiversidade. 
Como menciona Forno (2017), quando aparece, a palavra ambiente 
traz a referência das relações do entorno de cunho social. A partir do trecho 
acima, entendemos que o meio seria o entorno, no qual o ambiente estaria 
em relação naturalizada entre o que se produz, é produtor, resultando em 
tensões ambientais. 
Assim, a gestão ambiental, por meio de seus sistemas de gestão, 
mostra sua relevância no contexto das organizações produtivas, 
empresariais e unidades de produção agrícola e agroindustriais (NETTO; 
GOIS; LUCION, 2017).
Podemos perceber que a gestão ambiental está alicerçada no 
estabelecimento do ambiente equilibrado como um direito e bem de 
uso comum da população. Com o intuito de garantir que se cumpra a 
Constituição, na medida emque impõe a preservação e restauração dos 
processos ecológicos, proteção da fauna e da 昀氀ora, educação ambiental 
e a conscientização.
A gestão ambiental é caracterizada pelo conjunto de ações, o 
planejamento, a organização, o controle e a minimização dos impactos 
ambientais causados pelos processos produtivos (NETTO; GOIS; LUCION, 
2017).
Sendo um processo dinâmico e completo, a gestão ambiental 
se tornou fundamental à preservação do meio ambiente. No âmbito 
empresarial, a gestão ambiental é um instrumento facilitador dos 
processos corporativos, levando em conta os cuidados com o meio 
ambiente nas atitudes e nas decisões em todos os níveis de administração 
de uma organização. 
Trazendo os atributos da gestão, em sua base, o conjunto das 
políticas e das ações de caráter social, técnico e produtivo com o intento 
de alcançar um melhor desempenho ambiental (NETTO; GOIS; LUCION, 
2017).
Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade
17
Diante disso, podemos ver que a gestão ambiental é alicerçada 
em uma série de requisitos e bases, contribuindo para o processo de 
implementação de uma concepção sustentável. 
Os debates atuais estão relacionados ao uso de recursos naturais, à 
redução de custos em diálogo com a minimização dos impactos gerados e 
ao uso dos recursos de matérias-primas e recursos hídricos. Devido a isso, 
as empresas e os órgãos públicos adotam o sistema de gerenciamento 
ambiental.
Esse sistema de gerenciamento ambiental possui três níveis: o 
primeiro nível de eco gerenciamento é responsável pela 昀椀scalização e 
possíveis sanções se houver algum dano ambiental. 
O segundo nível é a legislação e seu cumprimento. O terceiro 
nível é a orientação da empresa e dos colaboradores referente às novas 
tecnologias voltadas a atender a demanda dos problemas ambientais. 
Ou seja, a atuação em conjunto da equipe em prol do alcance da 
sustentabilidade. 
Figura 4 - Gestão ambiental
Fonte: Freepik
Para promover, na prática, os processos de gestão ambiental, 
dispõem–se de métodos e objetivos facilitadores, tendo como objetivo 
principal o uso de recursos naturais de forma racional, e, para chegar a isso, 
Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade
18
deve-se aplicar métodos de manutenção da biodiversidade, podendo ser 
adotado os sistemas de reciclagem de resíduos sólidos; o uso sustentável 
de recursos naturais; o tratamento e reutilização da água; a criação de 
produtos que provoquem o mínimo possível de impacto ambiental; o uso 
de sistemas sem poluição ambiental e a formação dos funcionários sobre 
a sustentabilidade da empresa. 
Outro método utilizável é a criação de programas de pós-consumo 
para retirar do meio ambiente os produtos, ou partes deles, que possam 
contaminar o solo, rios. 
A ISO 14000 é um conjunto de normas técnicas e administrativas 
que estabelece parâmetros e diretrizes para a gestão ambiental para as 
empresas dos setores privado e público. 
VOCÊ SABIA?
As Normas Técnicas foram criadas pela International 
Organization for Standardization (ISO) que é a organização 
internacional para padronização.
Em suma, a gestão ambiental é conceituada como um sistema de 
administração empresarial que prioriza a sustentabilidade, fazendo uso 
de práticas e métodos administrativos que buscam reduzir o impacto 
ambiental das atividades econômicas na natureza.
RESUMINDO:
E então? Gostou dessa primeira competência? Agora, só para 
termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo 
deste primeiro capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você 
deve ter aprendido que existem diversas formas de ver o mundo, 
quanto ao debate ambiental. Vimos que os paradigmas ambientais, 
apesar de se contradizerem, se complementam. Podemos extrair 
que de alguma forma o antropocentrismo tem razão, quando 
a昀椀rma que o homem é dominante sobre outras espécies devido a 
sua capacidade intelectual, por outro lado, a ideia do ecocentrismo 
deve equilibrar suas ações, de forma que a força de suas 
Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade
19
subsistência, também é possível encontrar equilíbrio, entendendo 
que apesar de alguns recursos naturais se renovarem, eles devem 
ser utilizados de forma racional e cuidadosa, para que o próprio 
homem não sofra consequências sobre a escassez e esgotamento 
de recursos. 
Vimos também que a Gestão Ambiental é entendida como a 
área de conhecimento que tem como objetivo a resolução de 
problemas em empresas e organizações a partir de normas e 
especi昀椀cações ambientais, com base na legislação. O cenário 
histórico no qual a gestão ambiental é instalada inicia no período 
chamado de revolução industrial, cujo contexto se tem a transição 
entre os processos de produção, a partir do desenvolvimento 
tecnológico nas indústrias. A poluição gerada, nesse período, 
trouxe consequências a diversos países, impulsionando o início 
da discussão sobre os problemas ambientais. A década de 1970 é 
marcada pelo fervor de discussões progressistas que abrangiam 
desde os direitos das mulheres e movimentos sociais até questões 
ambientais, debates e pautas puxadas pelos ativistas. Desse modo, 
em 1972, ocorreu a Conferência de Estocolmo, na Suécia, que foi 
o primeiro grande evento a discutir os problemas ambientais. Em 
relação à consolidação da gestão ambiental, foi a Conferência das 
Nações Unidas sobre o meio ambiente e desenvolvimento, também 
conhecida como Eco-92, no Rio de Janeiro. Nessa Conferência, 
foram estabelecidas metas para a diminuição das emissões de 
carbono na atmosfera e elaborados documentos como a Carta 
da Terra e a Agenda 21. Nesse contexto, a gestão ambiental está 
alicerçada no estabelecimento do ambiente equilibrado como um 
direito e bem de uso comum da população. E, tem como intuito 
garantir que se cumpra a Constituição, na medida em que impõe a 
preservação e a restauração dos processos ecológicos, proteção 
da fauna e da 昀氀ora, educação ambiental e a conscientização. Sendo 
um processo dinâmico e completo, a gestão ambiental se tornou 
fundamental para a preservação do meio ambiente. No âmbito 
empresarial, a gestão ambiental é um instrumento facilitador 
dos processos corporativos, levando em conta os cuidados com 
o meio ambiente nas atitudes e decisões em todos os níveis de 
administração de uma organização. Com destaque para a ISO 
14000, é um conjunto de normas técnicas e administrativas que 
estabelece parâmetros e diretrizes para a gestão ambiental e para 
as empresas dos setores privado e público. A gestão ambiental é 
conceituada como um sistema de administração empresarial que 
prioriza a sustentabilidade.
Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade
20
Sistemas de Gestão Ambiental
OBJETIVO:
Ao término deste novo capítulo você será capaz de entender 
os conceitos de Sistemas de Gestão Ambiental, bem como 
as indicações de cada um dos sistemas mais utilizados 
pelos gestores ambientais em cada um de seus contextos. 
Estes conhecimentos serão fundamentais para o exercício 
de sua pro昀椀ssão. E então? Motivado para desenvolver esta 
competência? Vamos lá. Avante!
Contextualização dos SGA’s
Após entender os fundamentos do debate ambiental, seus 
conceitos, principais paradigmas e evolução do tema nos marcos 
temporais mais importantes de sua história, vamos compreender como 
esse tema passa a fazer parte das pro昀椀ssões, tornando-se um pilar 
essencial para o desempenho das atividades produtivas do presente e 
do futuro.
A gestão ambiental é executada por meio da utilização de algumas 
normas e diretrizes que envolvem atividades administrativas realizadas 
pelas organizações, com o objetivo de obter resultados positivos em 
relação ao meio ambiente. Ou seja, a gestão ambiental busca incluir nos 
processos já existentes algumas iniciativas que minimizem os impactos 
negativos causados à natureza por meio de sua atuação, além de prevenir 
problemas ambientais que possam deixar prejuízos futuros. 
Antes de iniciarmos a exposiçãosobre os conceitos de Sistemas de 
Gestão Ambiental, convém conhecer melhor sobre o que se trata o sistema. 
Um sistema é um conjunto de partes inter-relacionados que 
funcionam juntos para atingir um objetivo comum. 
Podemos citar diversos exemplos de sistema: sistema nervoso, 
sistema digestivo, sistema solar, mas vamos citar um sistema mais voltado 
para o tema de nossa disciplina: uma empresa. A empresa é considerada 
Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade
21
um sistema aberto, de acordo com a teoria geral dos sistemas por sofrer 
in昀氀uências em seu ambiente interno que é composto por diversas partes, 
que compreendem os seus setores, processos, recursos etc., e também no 
seu ambiente externo, composto por tendências, política, economia e etc. 
Após compreender o que é um sistema convém entender o que é 
um sistema de gestão ambiental. 
De acordo com Ruppenthal (2014 p. 41) “O sistema de gestão 
ambiental é um conjunto de procedimentos que visa a ajudar a organização 
empresarial a entender, controlar e diminuir os impactos ambientais de 
suas atividades, produtos ou serviços”. 
A melhoria de processos é um objetivo constante no mundo das 
organizações. É possível visualizar isso muito bem quando observamos a 
movimentação da tecnologia em relação aos seus avanços, por exemplo, 
hoje compramos um celular e daqui a um mês, um semestre, um ano, 
encontraremos versões ainda mais avançadas desse recurso tecnológico. 
Isso quer dizer que a empresa melhorou seus processos e evoluiu o seu 
produto.
A função da gestão ambiental e da utilização dos sistemas de gestão 
ambiental buscam esse mesmo objetivo: melhorar continuamente os 
seus processos, visando cada vez mais um bom desempenho ambiental. 
Os sistemas de gestão ambiental têm a função de auxiliar as organizações 
a conquistar melhores condições de gerenciamento em relação ao seu 
aspecto ambiental e os impactos causados pelas suas atividades. Mas, 
não é só isso, a melhoria contínua dos seus processos e serviços pode 
trazer também melhores resultados 昀椀nanceiros para a organização.
No entanto, um SGA não é algo simples de ser feito. Apesar da 
existência da série de normas ISSO 14000, lançada no ano de 1996, a sua 
formulação ou implementação demanda de alguns pontos importantes, 
tais quais: 
 • Formulação de política empresarial especí昀椀ca.
 • De昀椀nição de objetivos e estratégias.
 • Sistema de coordenação de desempenho das atividades.
Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade
22
 • Sistema de avaliação de resultados.
 • Integração das partes da empresa com as atividades que 
envolverão o SGA.
A gestão ambiental consciente e e昀椀ciente só é possível por meio 
de alguns processos, tais como: gerência, administração, organização, 
planejamento. Esses processos são possíveis por meio dos sistemas de 
gestão ambiental. 
Os sistemas de gestão ambiental são criados no Brasil, a partir de 
1980, impulsionados pelas ocorrências de conferências e eventos na 
área e fruto de pesquisas acadêmicas que contribuíram para a criação 
(FORNO, 2017).
SAIBA MAIS:
Você sabia que é possível que você já esteja implementando 
um sistema de gestão ambiental no seu dia a dia? Através 
do vídeo indicado você entenderá melhor sobre esse 
sistema de gestão e sobre como visualizar a sua aplicação 
no processo pro昀椀ssional em uma organização. Assista ao 
vídeo clicando aqui. 
Na década de 1980, ocorreu, em nível mundial, a mobilização de 
diversos setores da sociedade em prol da resolução dos problemas 
ambientais, originando sistemas de gestão ambiental, como é citado 
anteriormente. Em conjunto aos sistemas de gestão ambiental, são 
criadas também políticas públicas na área ambiental. 
IMPORTANTE:
A lista de políticas ambientais: Política Nacional do Meio 
Ambiente (PNMA); Sistema Nacional do Meio Ambiente 
(SISNAMA); Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA).
A partir dos anos 1990, a concepção de que o sistema de gestão 
ambiental deveria estar atrelado às políticas públicas se modi昀椀ca, e se 
tem a ideia de que os empreendimentos estariam fazendo seu trabalho 
Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade
23
de casa e cumprindo as exigências impostas pela legislação ambiental 
(FORNO, 2017).
O que é expresso acima tem a ver com o fortalecimento dos 
sistemas de gestão, na década de 1990, visto que já estavam em vigor 
desde 1980. O primeiro item a ser observado pelo aplicador do sistema 
de gestão ambiental é a ponderação das possibilidades disponíveis do 
ponto de vista do meio ambiente em comparação com as possibilidades 
de mercado (FORNO, 2017).
E, desse modo, ocorre a articulação imediata entre geração de 
impactos ambientais e sistemas de gestão ambientais. O sistema de 
gestão ambiental contempla a questão da destinação adequada dos 
resíduos sólidos ou líquidos. 
Os benefícios com a implementação de um SGA estão intimamente 
ligados a uma mudança de comportamento. Seguindo os seguintes 
itens: Melhoria na organização interna; Melhoria da imagem; Aumento 
da satisfação e con昀椀ança dos clientes; Aumento da motivação e 
envolvimento no sistema, por parte dos colaboradores internos; con昀椀ança 
no sistema e re昀氀exão sobre o mesmo; Melhoria da posição competitiva, 
face aos concorrentes não certi昀椀cados; Redução de custos; Acesso 
a determinados mercados e concursos, em face de um sistema com 
base em critérios internacionalmente aceitos; Minimização do impacto 
ambiental das atividades.
IMPORTANTE:
Os sistemas de gestão ambiental têm como prioridade 
a destinação de resíduos na seguinte ordem: redução; 
reutilização; reciclagem; tratamento dos resíduos sólidos.
As formas mais conhecidas de disposição de resíduos sólidos 
são: o aterro sanitário, que é a disposição 昀椀nal correta a se fazer, possui 
tratamento do chorume e do gás metano.
Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade
24
Figura 5 - Aterro sanitário
Fonte: Freepik 
O seguinte modo de armazenamento e destinação dos resíduos são 
os aterros controlados, que é o meio termo entre o aterro sanitário e o lixão, 
contendo cobertura de terra. O lixão a céu aberto possui os resíduos a céu 
aberto sem nenhum projeto de destinação e sem proteção de solo e do ar. 
O processo de logística reversa é o instrumento de desenvolvimento 
econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, 
procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos 
resíduos sólidos para reaproveitamento, aproveitando ao máximo seu 
ciclo produtivo antes da destinação 昀椀nal.
Figura 6 - Logística reversa
Fonte: Freepik
Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade
25
Para realizar o funcionamento ativo da gestão ambiental por meio 
dos sistemas de gestão ambiental, esses processos ocorrem por meio de 
planejamento com o objetivo de conquistar o selo verde. O selo verde é 
fornecido pela International Organization for Standardization – ISO. 
A partir dos processos de gestão ambiental, foram criados sistemas 
como o ciclo APVE – Agir, Planejar, Veri昀椀car, Executar. Contém uma 
metodologia para execução e avaliação dos processos do sistema. 
O processo de sistemas de gestão ambiental começa com a 
certi昀椀cação, no qual esse processo auxilia as organizações na identi昀椀cação 
e no gerenciamento dos impactos ambientais oriundos de seus processos 
produtivos. 
Série de normas ISO 14000
As ações dos sistemas de gestão ambiental estão voltadas à redução 
dos riscos ambientais e à gestão empresarial. A partir disto pode ocorrer a 
certi昀椀cação dos produtos e serviços da empresa que adota o sistema de 
gestão ambiental, passando a ser reconhecida internacionalmente: a série 
de normas ISO 14000.
A série de normas ISO 14000 é lançada com o objetivo de criar um 
sistema aplicado às organizações, de modo que a responsabilidade com 
o papel ambiental de suas atividades seja cumprida através da melhoria 
de processos, que buscam promover impactos positivosem relação à 
interferência e desrespeito ao meio ambiente que o circunda.
IMPORTANTE:
O processo de certi昀椀cação é reconhecido internacionalmente, 
e além de conduzir melhoria de processos e benefícios 
às atividades da organização quanto ao meio ambiente, 
também possibilita que elas sejam reconhecidas no 
mercado por seu fator de diferenciação, uma vez que 
muitas outras empresas somente atendem à legislação 
ambiental, mas não possuem certi昀椀cação. 
Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade
26
As normas ISO 14000 fornecem o suporte com as diretrizes 
necessárias para que a própria organização desenvolva o seu SGA, ou 
melhore o existente. O foco principal é no processo de melhoria contínua, 
que busca aperfeiçoar os processos, e o SGA existente, em busca de 
desempenhos e resultados mais alinhados aos objetivos, às estratégias e 
às políticas da organização.
A elaboração ou melhoria do SGA em uma organização requer a 
obediência à algumas etapas. Com base nas diretrizes das normas ISO, 
Barbieri (2015) cita os principais requisitos para a implementação de um 
SGA, são eles: 
Do contexto da organização: 
 • Visa identi昀椀car os fatores que condicionam o alcance dos 
resultados pretendidos pelo SGA.
 • É uma atribuição da alta direção que se desdobra em quatro sub-
requisitos, como mostra o quadro sobre estrutura da ISO – seções 
e subseções, começando pelo entendimento da organização e 
seu contexto.
 • Essas questões incluem as questões ambientais que afetam ou 
podem afetar a organização.
Do contexto da liderança:
 • Responsabilizar-se por prestar contas pela e昀椀cácia do SGA.
 • Assegurar que a política ambiental e os objetivos ambientais sejam 
estabelecidos e compatíveis com o direcionamento estratégico e 
o contexto da organização.
 • Assegurar a integração dos requisitos do SGA nos processos de 
negócios da organização.
 • Assegurar que recursos necessários para o SGA estejam 
disponíveis.
 • Comunicar a importância de uma gestão ambiental e昀椀caz e 
conforme os requisitos do SGA.
 • Assegurar que o SGA alcance os resultados pretendidos.
 • Dirigir e apoiar pessoas a contribuírem para a e昀椀cácia do SGA.
Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade
27
 • Promover melhoria contínua.
 • Apoiar outros países pertinentes da gestão que demonstram 
como sua liderança se aplica às áreas sob sua responsabilidade.
Com base no modelo ISO 14001, que contempla requisitos 
necessários para a incorporação de um sistema de gestão ambiental. 
Como órgão normativo, se tem a ABNT – Associação Brasileira de Normas 
Técnicas, na qual institui a ISO. Observe a série de normas ISO, nas 
descrições a seguir:
 • ISO 14001:1996 - Sistemas de Gestão Ambiental - Especi昀椀cação e 
diretrizes para uso.
 • ISO 14001:2004 - Sistemas de Gestão ambiental.
 • ISO 14004:1996- Sistemas de Gestão Ambiental - Diretrizes gerais 
sobre princípios, sistemas e técnicas de apoio.
 • ISO 19011:2002 – Diretrizes para auditoria em sistema de gestão da 
qualidade e ou ambiental.
 • ISO 14015:2001 - Gestão Ambiental - Análise ambiental de lugares 
e organizações.
 • ISO 14020:2000 - Rotulagem e declarações ambientais - Princípios 
gerais.
 • ISO 14021:1999 - Rotulagem e declarações ambientais - 
Autodeclarações das exigências ambientais.
 • ISO 14024:1999 - Rotulagem e declarações ambientais - Tipo I 
Rotulagem ambiental - princípios e procedimentos ISO/DIS 14025 
- Rotulagem e declarações ambientais - Tipo III Declarações 
ambientais – princípios e procedimentos. 
 • ISO 14031:1999 - Gestão Ambiental - Avaliação do desempenho 
ambiental- Diretrizes ISO/TR 14032:1999 - Gestão Ambiental - 
Exemplos de avaliação de desempenho ambiental - (EPE). 
 • ISO 14040:1997 - Gestão Ambiental - Análise do ciclo de vida - 
Princípios e estrutura;
 • ISO/DIS 14040 - Gestão Ambiental - Análise do ciclo de vida - 
Princípios e estrutura.
Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade
28
 • ISO 14041:1998 - Gestão Ambiental - Análise do ciclo de vida - 
Objetivos, de昀椀nição do escopo e análise do inventário.
 • ISO 14042:2000 - Gestão Ambiental- Análise do ciclo de vida - 
Análise dos impactos.
 • ISO 14043:2000 - Gestão Ambiental- Análise do ciclo de vida - 
Interpretação do ciclo de vida.
 • ISO/DIS 14044 - Gestão Ambiental - Análise do ciclo de vida – 
Requerimentos e diretrizes.
 • ISO/TR 14047: 2003 - Gestão Ambiental- Análise do ciclo de vida- 
Exemplos de aplicação da ISO 14042.
 • ISO/TS 14048:2002 - Gestão Ambiental - Análise do ciclo de vida - 
Formato dos dados da documentação.
 • ISO/TR 14049:2000 - Gestão Ambiental - Análise do ciclo de vida - 
Exemplos de aplicação da ISO 14041, de昀椀nição de metas e escopo 
e análise do inventário.
 • ISO 14050:2002 - Gestão Ambiental – vocabulário.
 • ISO/AWI 14050 - Gestão Ambiental – vocabulário.
 • ISO/TR 14062: 2002 - Gestão ambiental - Integrando dos aspectos 
ambientais no projeto e desenvolvimento de produtos.
 • ISO/DIS 14063- Gestão ambiental – Comunicação ambiental – 
Diretrizes e exemplos. 
 • ISO/DIS 14064 - Diretrizes para medição, veri昀椀cação e relatório 
de entidades e projetos emissões de gás da estufa (Greenhouse 
gases - Part 1: Specification with guidance at the organization level 
for quantification and reporting of greenhouse gas emissions and 
removals).
Desse modo, o sistema de gestão ambiental se constrói por 
meio do esforço integrado e contínuo de toda a organização de um 
empreendimento ou órgão, o que possibilitou a excelência ambiental na 
medida em que atua no quadro da prevenção e da melhoria contínua do 
seu desempenho em relação ao desenvolvimento sustentável. 
Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade
29
RESUMINDO:
Chegamos ao 昀椀nal de mais uma seção desta unidade, na qual tratamos 
inicialmente os aspectos conceituais e introdutórios sobre a gestão 
ambiental e os sistemas de gestão ambiental, que são criados e 
implementados para promover melhoria contínua nas empresas, 
visando melhoria no processo de gestão e gerenciamento dos 
impactos ambientais promovidos por sua atuação produtiva, além 
de ser bené昀椀co para os resultados da empresa. A gestão ambiental 
consciente e e昀椀ciente ocorre por meio de processos como: gerência, 
administração, organização, planejamento. Esses processos são 
possíveis por meio dos sistemas de gestão ambiental, que são 
criados no Brasil a partir de 1980, impulsionados pelas ocorrências de 
conferências e eventos na área e fruto de pesquisas acadêmicas que 
contribuíram para a criação (FORNO, 2017). Na década de 1980, ocorreu, 
em nível mundial, a mobilização de diversos setores da sociedade em 
prol da resolução dos problemas ambientais, originando sistemas 
de gestão ambiental, como é citado anteriormente. O fortalecimento 
dos sistemas de gestão ocorreu na década de 1990. Os sistemas de 
gestão ambiental têm, como prioridade, a destinação de resíduos 
na seguinte ordem: redução; reutilização; reciclagem; tratamento 
dos resíduos sólidos. As formas mais conhecidas de disposição de 
resíduos sólidos são: o aterro sanitário, que é a disposição 昀椀nal correta 
a se fazer, possui tratamento do chorume e do gás metano. Os aterros 
controlados são o modo de armazenamento que é o meio termo entre 
o aterro sanitário e o lixão, contendo cobertura de terra. O processo 
de logística reversa é o instrumento de desenvolvimento econômico 
e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e 
meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos 
sólidos para reaproveitamento, aproveitando ao máximo seu ciclo 
produtivo antes da destinação 昀椀nal. Com destaque ao selo verde, é 
fornecido pela International Organization for Standardization – ISO. 
A partir dos processos de gestão ambiental, foram criados sistemas 
como o ciclo APVE – Agir, Planejar, Veri昀椀car, Executar. O processo de 
sistemas de gestão ambiental começa com a certi昀椀cação, no qual esse 
processo auxilia as organizações na identi昀椀cação e no gerenciamentodos impactos ambientais oriundos de seus processos produtivos. As 
ações dos sistemas de gestão ambiental estão voltadas à redução dos 
riscos ambientais e à gestão empresarial. Nesse contexto, vimos que 
a série de normas ISO 14000 busca auxiliar as organizações a cumprir 
seus compromissos ambientais, direcionando-os para a criação e 
implementação de sistemas que objetivem envolver a organização 
e sua liderança de modo que melhorias sejam alcançadas sobre seu 
desempenho ambiental em alinhamento com as estratégias, objetivos 
e políticas da organização. A partir disto, pode ocorrer a certi昀椀cação 
dos produtos e serviços da empresa que adota o sistema de gestão 
ambiental, passando a ser reconhecida internacionalmente, com base 
no modelo ISO14001, a qual contempla requisitos necessários para a 
incorporação de um sistema de gestão ambiental.
Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade
30
Concepção ambiental na gestão pública
OBJETIVO:
Nesta competência, vamos aprender que a concepção 
ambiental, voltada à gestão pública, será permeada pelo 
contexto da evolução das medidas de proteção ambiental. 
E que essa consciência tem início com a capacidade que 
os seres humanos possuem de interferirem na natureza, 
baseada em somente usufruir dos recursos. Diante disso, 
ocorre a retirada dos recursos para sustento e para a 
sobrevivência, ou seja, a exploração e o consumo de 
recursos sem o pensamento da conservação. Então, vamos 
aprender mais esta competência? Avante!
Contextualizando a gestão ambiental e a 
gestão pública
Conforme vimos no início da disciplina, o debate ambiental segue 
uma evolução temporária juntamente ao processo de evolução das 
formas de produção e trabalho da sociedade. O século dezoito, marcado 
pela intensi昀椀cação dos meios de produção com a revolução industrial, 
levou ao aumento populacional e crescimento de ambientes urbanos, 
que não haviam sido planejados. Nesse contexto, a exploração ambiental 
aumentou em altos níveis, bem como o surgimento de problemas sociais, 
tornando-se indispensável a participação de lideranças políticas e de 
poderes públicos para a gestão desse novo cenário.
Inicialmente, não parece que as estruturas políticas precisavam 
ser desenhadas para resolver problemas de ordem ambiental, mas 
quando lembramos que o meio ambiente é composto por recursos e 
pessoas, que formam uma sociedade e precisam de leis e normas de 
comportamento, entendemos que esses recursos e pessoas fazem parte 
do meio ambiente. 
Meio ambiente, na visão interdisciplinar de Ruppenthal (2014 p.55) 
inclui “os objetos materiais e seu meio, assim como as relações, condições 
e limites que devem ser conhecidos e interpretados pela sociedade. Nesse 
Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade
31
contexto, o ambiente natural engloba fatores bióticos (meio biológico), 
fatores abióticos (meio físico) e o ambiente antrópico (relações sociais, 
econômicas e culturais)”. 
Embora possamos compreender que os líderes da gestão pública 
e seus fundamentos lidem com aspectos do meio ambiente, é necessário 
entender que não necessariamente eles agem de acordo com demandas 
e elementos especí昀椀cos da gestão ambiental e do desenvolvimento 
sustentável. A preocupação sobre os recursos naturais, normalmente 
são um foco menor, na estrutura política atual, e a inserção da gestão 
ambiental nesse meio busca evidenciar atenções à essas questões, que 
interagem criticamente em outras: as sociais, econômicas, institucionais e 
etc, seguindo a lógica do tripé da sustentabilidade. 
Figura 7 - Tripé da sustentabilidade
Economicamente 
viável 
Socialmente justo
Ambientalmente 
responsável
Desenvolvimento 
Sustentável
Fonte: Elaborado pelas autoras (2021)
VOCÊ SABIA?
Em 1994 o sociólogo britânico John Elkington cunhou o 
termo ´Tiple botton Line’ conhecido como TBL, a昀椀rmando 
que as organizações e as atividades de produção da 
sociedade, para estarem alinhadas ao desenvolvimento 
sustentável, deveriam passar a equilibrar em suas 
estratégias e políticas organizacionais a mesma atenção 
entre economia, pessoas e meio ambiente. Ele defende 
que, dessa forma, o desenvolvimento se sustentaria por 
muito mais tempo e seria mais justo. 
Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade
32
Esse modelo de desenvolvimento que propõe a integração dos 
elementos em torno das questões sociais e ambientais surge como 
uma resposta ao tradicional modelo de desenvolvimento puramente 
econômico baseado na relação de produção e consumo resultando na 
percepção de um cenário ambiental deteriorado (Barbieri e Silva, 2011). 
A inserção da gestão ambiental na gestão pública busca, 
pontualmente, interferir nos pilares desequilibrados do tripé da 
sustentabilidade. A atenção ao pilar ambiental ocorre, baseado na 
perspectiva do desenvolvimento de sistemas e modelos de produção mais 
e昀椀cientes, com a adoção de metodologias de produção que considere o 
impacto ecológico, mas que não deixe de ser economicamente viável.
A inclusão do fator social no modelo de desenvolvimento 
sustentável se retrata à necessidade de igualdade de acesso ao consumo, 
e prevê solução para as questões de desigualdade social. Nesse sentido, 
a sustentabilidade enquanto se refere à uma perspectiva que seja 
socialmente justa, visa a distribuição equitativa de renda, que possibilita a 
redução das disparidades dos padrões de vida da população, visto que, 
no mesmo cenário é possível encontrar pessoas com alto padrão de vida 
e pessoas que vivem em situação e extrema pobreza. 
Diante desse cenário de extrema pobreza e outros problemas de 
ordem socioambiental, a convenção realizada pelas Nações Unidas, 
no ano de 2000, estabeleceu a criação de uma agenda de ações que 
deveriam ser executadas pelo poder público, instituições e sociedade, 
denominada Pacto Global, na qual elaborou a criação dos Objetivos de 
Desenvolvimento do Milênio. 
Essa agenda foi revista e reformulada em 2015, quando em uma 
Assembleia Geral da ONU institucionaliza a agenda que irá representar 
uma nova maneira coerente de pensar sobre como questões tão 
diversas como pobreza, educação e mudança climática se encaixam; 
ele envolve metas econômicas, sociais e ambientais em 17 Objetivos de 
Desenvolvimento Sustentável (ODS) como um “todo indivisível” (Nilsson, 
Griggs e Visbeck, 2016). Os ODS são ações para os próximos 15 anos e tem 
como base o legado os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) 
Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade
33
criados com iniciativa da ONU em 2000, com o apoio de 193 nações, o 
objetivo é concluir ações do plano anterior. 
Os ODS são um conjunto de objetivos globais comuns a todos 
os países: desenvolvidos e em desenvolvimento, pobres e ricos. Elas 
implicam o envolvimento de nações e autoridades locais, do setor 
público e de cidadãos, empresas multinacionais e empresas familiares. A 
estrutura dos ODS promove desenvolvimento econômico, inclusão social 
e proteção ambiental em todas as nações do mundo, em uma atmosfera 
de paz e justiça, instituições fortes e colaboração internacional. A 昀椀gura 8 
demonstra a esquematização ilustrando cada um dos 17 objetivos: 
Figura 8 - Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)
Fonte: Nações Unidas (2021)
Para que as ações políticas atendam esses requisitos, é necessário 
envolve-las na gestão pública, com elaboração de políticas, leis, órgãos 
e diretrizes que estejam alinhadas aos problemas desencadeados no 
âmbito do meio ambiente. A elaboração das políticas públicas, exige que 
seja realizada uma decisão sobre o que é prioritário para o poder público, 
de acordo com o cenário real da população e com os recursos disponíveis.
Após isso, deve-se priorizar os problemas imediatos, para 
então formular soluções, desenvolver programas, alocar recursos, 
criar estratégias e linhas de ação que, depois de implementadas e 
posteriormente avaliadas, minimizem ou eliminem os problemas em 
Meio Ambiente,Desenvolvimento e Sustentabilidade
34
questão, com determinados prazos e recursos 昀椀nanceiros, tecnológicos, 
materiais e humanos. 
Sobre a formulação de políticas públicas no cenário brasileiro, 
Santos Santana et al. (2017) a昀椀rma que: 
No Brasil, a formulação, a implantação e o acompanhamento 
das políticas públicas de nível federal estão a cargo dos 
ministérios, secretarias especiais, autarquias, agências 
reguladoras e conselhos. Os ministérios integram a 
cúpula administrativa, sendo diretamente subordinados 
ao presidente da República, auxiliando no exercício do 
Poder Executivo. Possuem autonomia técnica, 昀椀nanceira 
e administrativa para executar as ações nas suas áreas de 
competência. Também é de sua competência estabelecer 
estratégias, diretrizes e prioridades na aplicação de recursos 
públicos, bem como criar normas, acompanhar e avaliar 
programas federais. (SANTOS SANTANA et al., 2017, p. 13)
O acontecimento do fórum mundial Eco-92, na cidade do Rio de 
Janeiro, consolida a ligação entre ecologia e economia, e formaliza o 
conceito de desenvolvimento sustentável. Sendo este um dos marcos 
históricos mais evidentes do debate ambiental para o mundo, levou 
à criação de diversas medidas nesse âmbito, bem como a criação do 
Ministério do Meio Ambiente, em novembro de 1992, aqui no Brasil. 
Esse ministério tem como principal missão: 
Promover a adoção de princípios e estratégias para o 
conhecimento, a proteção e a recuperação do meio 
ambiente, o uso sustentável dos recursos naturais, 
a valorização dos serviços ambientais e a inserção 
do desenvolvimento sustentável na formulação e na 
implementação de políticas públicas, de forma transversal 
e compartilhada, participativa e democrática, em todos os 
níveis e instâncias de governo e sociedade. (BRASIL, 2017)
Gestão pública sustentável nas cidades
A atenção da gestão ambiental, na gestão das cidades é importante, 
pois as cidades são o palco de muitos problemas ambientais, tanto os 
voltados para o meio social, quanto os voltados para o meio ambiental. 
Recentemente, Barber (2013) argumentou que o governo da cidade 
Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade
35
é crucial para resolver os problemas globais e a昀椀rma que “os prefeitos 
governam o mundo”.
Relatórios desenvolvidos pela Organização das Nações Unidas 
revelam que 55% da população mundial concentra-se atualmente nas 
cidades e, devido ao crescimento populacional, estima-se que esse 
número seja de 68% até 2050 UNDESA (2018). Além disso, de toda a 
superfície terrestre, as cidades ocupam apenas 2% do solo, no entanto, 
são responsáveis pela produção de 80% do PIB global, consomem 75% 
dos recursos naturais, produzem 50% dos resíduos globais e respondem 
por 60-80% dos gases de efeito estufa (UNEP-DTIE, 2017).
Figura 9 - O Impacto das cidades para o mundo
Fonte: Elaborado pelas autoras (2021)
No âmbito municipal, a unidade organizacional responsável pelo 
desenvolvimento da política do meio ambiente é a Secretaria Municipal 
do Meio Ambiente: 
A 昀椀m de garantir à população qualidade de vida, as 
ações e programas implementados pela Secretaria estão 
voltadas para difundir práticas sociais e econômicas não 
prejudiciais à natureza, visando a promoção, conservação, 
preservação e recuperação da qualidade ambiental, 
controlando a poluição ambiental e desenvolvendo 
campanhas educativas, com incentivo à participação 
comunitária no planejamento, execução e vigilância das 
atividades que tenham como objetivo à proteção e a 
recuperação ambiental, em parceria com outros órgãos 
dos governos municipal, estadual e federal e com a 
sociedade civil. (BRASIL, 2017)
Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade
36
A consolidação da prática da gestão ambiental não acontece com a 
ausência dos governos públicos e da sociedade civil, que devem trabalhar 
em ações integradas a partir de objetivos comuns. Essa implementação 
não é algo simples, pois a problemática ambiental é dotada de extrema 
complexidade. Por esse motivo, se faz tão necessária a busca de práticas 
que colaborem para processos de gestão ambiental participativos, nos 
quais a própria sociedade indica suas necessidades e seus pontos de força. 
Os mecanismos de participação popular nos modelos de 
governança atuam exigindo das pessoas e organizações envolvidas, um 
compromisso, transparência e responsabilidade com a causa ambiental, 
além da efetividade de entender horizontalmente as decisões sobre as 
ações que precisam ser implementadas, visto que quem entende melhor 
sobre um problema é quem está passando por ele.
A problemática ambiental é uma dimensão a mais na gestão das 
cidades e na implementação de agendas políticas. Em atenção a isso, 
as administrações públicas, com a coordenação, 昀椀scalização e ajuste de 
projetos, atrelados a capacitação dos técnicos e pro昀椀ssionais envolvidos 
na gestão, buscam incentivar e direcionar setores produtivos, instituições 
e cidadãos a agir com atenção à conservação dos recursos naturais, por 
isso é essencial na atualidade. 
Por esse contexto, o planejamento governamental para a gestão 
das cidades tem a possibilidade de estabelecer convênios com objetivos 
semelhantes aos do desenvolvimento sustentável, que ofereçam 
mecanismos para o crescimento econômico e institucional do município, 
porém com atenção ao atendimento das demandas da sociedade e, 
buscando preservar os recursos naturais de forma responsável. 
Se for possível, garantir que os gestores públicos tenham a devida 
capacitação para planejar, organizar, dirigir e controlar as políticas públicas 
ambientais, dentro dos parâmetros legais, muito provavelmente a gestão 
ambiental estará prepara para manter a credibilidade e o nível de qualidade 
ambiental que se é esperado, o qual deve ser: alinhada aos setores 
econômicos, sociais e culturais, de forma que os projetos implementados 
tenham continuidade para alcançar as metas estabelecidas à longo prazo, 
visando a conservação ambiental e o bem-estar social.
Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade
37
Considerações sobre a gestão pública
O contexto da gestão pública muda após décadas de exploração 
devido à ocorrência de catástrofes ambientais e o aumento dos índices de 
poluição. Os estágios de concepção ambiental ajudam a compreender 
de que modo esse contexto se modi昀椀ca, se tem, então, os seguintes 
estágios: 
 • Primeiro estágio - é caracterizado pela preocupação com as 
forças da natureza e a consciência de segurança e respeito ao 
meio ambiente. 
 • O segundo estágio - é de昀椀nido como crescimento da con昀椀ança dos 
seres humanos em relação à adaptação do meio às necessidades. 
Nesse contexto, se tem o aparecimento da agricultura e o avanço 
populacional das cidades.
 • O terceiro estágio está focado no desenvolvimento, urbanização, 
industrialização e mineração com a premissa de progresso a 
qualquer custo.
 • O quarto estágio - é o da responsabilidade social, ética ambiental 
e consciência coletiva, com o objetivo de retornar os recursos 
ameaçados. 
O poder público toma a frente para remediar ou melhorar a situação 
do meio ambiente no momento em que percebe ser necessário arcar 
com as consequências desse uso desenfreado. 
Com isso, temos nos anos 1970 a implementação do processo 
de saneamento básico principalmente em áreas do chamado países 
subdesenvolvidos. Porém, nesse contexto, os conhecimentos sobre as 
possíveis soluções e ações para remediar os problemas ambientais eram 
poucos.
A década de 70 foi con昀椀gurada como o período de controle ou 
remediação dos problemas, com o controle da poluição industrial e a 
gestão reativa frente aos problemas. 
Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade
38
Na década de 1980, temos o foco no planejamento e a prevenção, 
com os seguintes itens:
 • Estudos de Impactos Ambientais.
 • Gerenciamento de resíduos sólidos.
 • Controle da poluição do Solo.• Minimização de resíduos.
Nos anos de 1990, por sua vez, é implementado o sistema de 
conceitos com a inserção da sustentabilidade, com isso temos a relevância 
das seguintes ações:
 • Atuação responsável. 
 • Gerenciamento Integrado.
 • Auditoria Ambiental.
 • Avaliação do Ciclo de Vida do Produto.
 • Sistema de Gerenciamento Ambiental.
A partir dessas premissas, o poder público toma algumas normativas 
como regras a serem cumpridas nos setores, com base no sistema de 
gestão ambiental, visto anteriormente. São elas: 
A inserção efetiva da Política Ambiental, no qual a administração se 
compromete com a melhoria ambiental.
O Planejamento nos setores conduz a orientação das ações, 
operações e identi昀椀cação dos aspectos e impactos com base nas 
premissas legais do meio ambiente. 
A partir disso, é possível avaliar e propor alternativas, assim como 
de昀椀nir metas por meio da elaboração de planos e propostas.
Com a etapa de implementação e operação, o setor inicia o 
desenvolvimento do plano de ação abrangendo seus objetivos. A 
veri昀椀cação é o processo de avaliação e monitoramento das operações e 
metas a serem alcançadas. 
Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade
39
Diante da análise, é veri昀椀cado o processo que o setor ou a instituição 
está a percorrer, prevendo sua melhoria e aprimoramento. 
Conclui-se, a partir de uma organização e empenho do poder 
público, que é possível fortalecer e construir sistemas de gestão 
ambiental em diversos espaços. Isso faz com que o meio ambiente seja 
uma prioridade da organização. 
SAIBA MAIS:
Quer saber mais sobre a implementação de gestão 
ambiental nas cidades? Sugerimos que assista ao vídeo 
da série IBGE Explica intitulado por: “Cidades sustentáveis 
– IBGE Explica”. O vídeo expõe de forma dinâmica e rápida 
fundamentos importantes sobre o cumprimento dos 
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável na gestão das 
cidades. O vídeo está disponível clicando aqui.
RESUMINDO:
Chegamos ao 昀椀m de mais um capítulo dessa unidade. Até 
aqui você vem gostando do que está sendo estudado? 
Agora, para garantir que você realmente entendeu o tema 
de estudo deste capítulo, vamos resumir mais uma vez 
todo o assunto que trabalhamos. Iniciamos o debate com 
um embasamento teórico e contextualizado acerca dos 
aspectos que envolve o meio ambiente, a gestão ambiental 
e a gestão pública. Vimos as causas e efeitos dos problemas 
desencadeados pela atuação da sociedade buscando 
suprir suas necessidades sobre os recursos ambientais e 
sobre a própria sociedade, com demandas desencadeadas 
pelo processo de extrema pobreza. No entanto, foi possível 
compreender que existem mecanismos de atuação que 
podem ser utilizados pela gestão pública para promover 
um modelo de desenvolvimento que seja economicamente 
viável, socialmente justo e ambientalmente responsável.
 
Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade
40
Além disso, diversos planos de ação e objetivos vêm sendo 
delineados nas convenções globais em prol de melhor 
desempenho de gestão, como os Objetivos de Desenvolvimento 
Sustentável. Também vale relembrar que os efeitos das 
cidades são bastante signi昀椀cativos sobre o globo inteiro, e 
que a gestão aplicada em cada uma delas pode modi昀椀car 
todo esse cenário para melhor. Neste item, você conheceu, 
também, o contexto da gestão pública e sua contribuição à 
gestão ambiental. O poder público muda sua concepção e 
atuação frente ao meio ambiente impulsionado pela mudança 
nas ações diante da exploração devido à ocorrência de 
catástrofes ambientais e o aumento dos índices de poluição. 
Desse modo, os estágios de concepção ambiental ajudam a 
compreender de que modo esse contexto se modi昀椀ca, se tem 
então os seguintes estágios: O primeiro estágio é caracterizado 
pela preocupação com as forças da natureza e a consciência 
de segurança e respeito ao meio ambiente. O segundo estágio 
é de昀椀nido como crescimento da con昀椀ança dos seres humanos 
em relação à adaptação do meio às necessidades. O terceiro 
está focado no desenvolvimento, urbanização, industrialização 
e mineração com a premissa de progresso a qualquer 
custo. O quarto estágio é o da responsabilidade social, ética 
ambiental e consciência coletiva, com o objetivo de retornar 
os recursos ameaçados. Nos anos 1970, a implementação do 
processo de saneamento básico principalmente em áreas do 
chamado países subdesenvolvidos. Porém, nesse contexto, 
os conhecimentos sobre as possíveis soluções e ações 
para remediar os problemas ambientais eram poucos. Na 
década de 1970, foi con昀椀gurada como o período de controle 
ou remediação dos problemas, com o controle da poluição 
industrial e a gestão reativa frente aos problemas. Na década 
de 1980, temos o foco no planejamento e na prevenção, 
com os seguintes itens: Estudos de Impactos Ambientais; 
Gerenciamento de resíduos sólidos; Controle da poluição 
do Solo; Minimização de resíduos. Já nos anos de 1990, é 
implementado o sistema de conceitos com a inserção da 
sustentabilidade; com isso, temos a relevância das seguintes 
ações: Atuação responsável; Gerenciamento Integrado; 
Auditoria Ambiental; Avaliação do Ciclo de Vida do Produto; 
Sistema de Gerenciamento Ambiental. É possível concluir, ao 
昀椀nal deste item, que é possível, a partir de uma organização e 
empenho do poder público, fortalecer e construir os sistemas 
de gestão ambiental em diversos espaços, tornando o meio 
ambiente uma prioridade da organização.
Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade
41
Políticas públicas ambientais
OBJETIVO:
Nesta competência vamos trabalhar mais um aspecto 
de estudo do campo da gestão ambiental na gestão 
pública, que são os aspectos dos das políticas ambientais. 
Posteriormente, entenderemos a importância da promoção 
de educação ambinetal nesse processo. Isso será 
importante para a construção de sua visão sistêmica 
sobre as ações de desenvolvimento sustentvel no mundo 
em sua prática pro昀椀ssional. Vamos aprender mais esta 
competência? Avante!
Percurso teórico sobre as políticas 
públicas: conceitos e aplicações
As políticas públicas voltadas ao meio ambiente emergem do 
uso descontrolado dos recursos naturais renováveis e não renováveis. 
Acrescido de problemas sociais como a explosão demográ昀椀ca, as 
políticas públicas tiveram que se adaptar ao novo contexto. 
Retomaremos alguns momentos históricos que culminaram na 
construção de políticas públicas, iniciando na década de 1940, auge da 
II Guerra Mundial. Esse momento possibilitou a criação de um sistema 
econômico internacional e a fundação das primeiras associações de 
proteção ambiental. 
No contexto dos anos 1950, mais precisamente em 1956, na 
Inglaterra, em meio à poluição atmosférica, oriunda da indústria, que 
culminou na morte de pessoas, foi gerado sum dos primeiros efeitos da 
poluição industrial, o qual estimulou diversos debates sobre a qualidade 
do ar e a aprovação da lei do ar puro.Na década de 1960, essa preocupação 
da comunidade internacional frente aos limites do desenvolvimento 
do planeta começou a tomar maior espaço no contexto mundial. E nos 
Estados Unidos, teve a criação da Agência de Proteção ambiental (EPA) 
Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade
42
e a aprovação das Leis: Clean Air Act, Clean Water Act, Toxic Substance 
Control Act. 
VOCÊ SABIA?
O marco dessa nova conduta em relação ao meio 
ambiente, em 1962, foi impulsionado pela publicação do 
livro Primavera Silenciosa, de Rachel Carson, esse livro 
desencadeou o processo de discussão sobre os efeitos das 
ações humanas no ambiente. 
No Brasil, em meados de 1965, é promulgada a Lei Federal do 
Código Florestal Brasileiro, consequentemente em 1967 a Lei da proteção 
da fauna.
Na década de 1970, em meio à crise do petróleo e do modelo 
energético da época, resulta na procura de novas fontes de energia e de 
uma utilização mais racional. 
Por meio de discussões na ONU e a promoção da discussão 
dessas questões na Conferênciasobre o Meio Ambiente Humano em 
1972. Essa conferência gerou a Declaração sobre o Ambiente Humano e 
estabeleceu o Plano de Ação Mundial com o objetivo de inspirar e orientar 
a humanidade para a preservação e melhoria do ambiente humano. 
As recorrentes preocupações da época eram: crescimento 
populacional e o aumento dos níveis de poluição e o esgotamento dos 
recursos naturais. Em 1973, surge o conceito de ecodesenvolvimento, o 
qual referia-se, principalmente, às regiões subdesenvolvidas, trazendo 
a crítica à sociedade industrial, sendo a precursora do conceito de 
desenvolvimento sustentável.
Ao longo desse processo, foram estipulados alguns itens como 
caminho para chegar ao ecodesenvolvimento, os quais são apresentados 
a seguir: 
 • Satisfação das necessidades básicas. 
 • Solidariedade com as gerações futuras. 
Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade
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 • Participação da população envolvida.
 • Preservação dos recursos naturais e do meio ambiente. 
 • Elaboração de um sistema social que garanta emprego.
 • Segurança social e respeito a outras culturas.
 • Programas de educação ambiental. 
A partir desse contexto é formulado, no Brasil, o primeiro setor 
público a abarcar as questões ambientais, que foi a Secretaria Especial do 
Meio Ambiente - SEMA. 
Temos fatos marcantes na evolução das regulamentações no Brasil 
como a Lei 6.938, Política Nacional de Meio Ambiente Brasileira, instituída 
no ano de 1981. E posteriormente, nessa mesma década, a fundação do 
Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). 
As Políticas Públicas são de昀椀nidas como diretrizes e princípios 
norteadores da ação do poder público.
A Política Pública Ambiental é o documento estratégico da gestão 
ambiental e transcende o debate sobre os problemas de preservação 
ambiental.
Em esfera nacional, temos: 
 • Como órgão superior, o Conselho de Governo, formado pela Casa 
Civil e todos os Ministros, o qual tem como função assessorar o 
Presidente da República na formulação da Política Nacional do 
Meio Ambiente.
 • Como Órgão Consultivo e Deliberativo, o Conselho Nacional 
do Meio Ambiente (CONAMA) reúne os diferentes setores da 
sociedade e tem caráter normatizador dos instrumentos da Política 
Ambiental. O CONAMA é a entidade que estabelece padrões e 
normas federais.
O CONAMA é um colegiado representativo dos setores federais, 
estaduais e municipais, empresarial e sociedade civil. É presidido pelo 
Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade
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Ministro do Meio Ambiente e composto pelas seguintes instâncias: 
Plenário, Câmaras Técnicas e Grupos de Trabalho.
Ainda há o Órgão Central, que contempla o Ministério do Meio 
Ambiente (MMA), o qual é o agente formulador de Políticas Públicas 
Ambientais. Ele é o Órgão Executor, que abrange o Instituto Brasileiro do 
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), e possui a 
tarefa de executar e fazer executar as Políticas Ambientais.
Em esfera Estadual, se tem as Secretarias e Fundações Estaduais 
do Meio Ambiente com a função de executar a Política Ambiental, para 
monitorar o meio ambiente e realizar educação ambiental.
Na esfera Municipal, com Secretarias e Fundações Municipais do 
Meio Ambiente, responsáveis pelo controle e 昀椀scalização das atividades 
de proteção e melhoria da qualidade ambiental. Desse modo, temos a 
ação, em conjunto, das políticas públicas como mediadoras para a solução 
dos con昀氀itos ambientais, atendendo às demandas socioambientais.
Nesse contexto, se tem a inserção da educação ambiental como 
uma forma de conscientização sobre os problemas ambientais. Vamos 
conhecer melhor essa área e suas políticas públicas.
As temáticas que envolvem os estudos sobre Educação Ambiental 
são diversi昀椀cadas e abrangentes em relação aos contextos envolvidos, 
sendo importante ressaltar os deslocamentos dos espaços educativos, 
ou seja, a Educação Ambiental pode ser debatida e problematizada em 
diversos espaços na escola, ampliando e popularizando-a.
Atendendo aos apontamentos da Lei 9.795 (27 de abril de 
1999, Capítulo I. Art. I), o qual menciona que a Educação Ambiental 
é contextualizada por meio de processos em que o indivíduo e a 
coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, 
atitudes e competências voltadas à conservação do meio ambiente, ao 
uso comum do povo, e à qualidade de vida e sustentabilidade. 
A Educação Ambiental é de昀椀nida como transformação social, 
que vai além das compreensões e cuidados com o meio ambiente e a 
biodiversidade, mas realiza um processo de construção de valores sociais. 
Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade
45
Essas re昀氀exões ocorrem por meio da participação dos sujeitos em ações 
coletivas concretizadas em diversos setores da sociedade, como ressalta 
Loureiro (2005, p.69):
A Educação Ambiental é práxis educativa e social que tem por 
昀椀nalidade a construção de valores, conceitos, habilidades e atitudes 
que possibilitem o entendimento da realidade de vida e atuação lúcida 
e responsável de atores sociais individuais e coletivos no ambiente 
(LOUREIRO, 2005, p.69). 
Desse modo, a educação com vistas ao cuidado ao meio ambiente 
ocorre na prática educativa, seja nas escolas ou na comunidade, através do 
ensino formal ou no ensino informal, nos chamados saberes tradicionais, 
carregados por cada cultura sobre o meio ambiente. 
A Educação Ambiental é caracterizada como um tema transversal, 
que deve ser trabalhada de forma interdisciplinar, abordando temas como 
a saúde, orientação sexual, cultura, meio ambiente, desfragmentando a 
imagem pré-concebida desse tipo de educação e, com isso, pode-se 
dinamizar a gama de conhecimentos. Como menciona Medina (1996):
A educação ambiental, como tema transversal, possibilita 
a opção por diferentes situações desejadas, balizadas por 
valores como responsabilidade, cooperação, solidariedade 
e respeito à vida, integrando os conteúdos disciplinares e 
os temas transversais. (MEDINA, 1996, p. 20)
A Educação Ambiental incentiva a autonomia, a participação e a 
responsabilidade dos cidadãos, através de uma perspectiva planetária, 
expressão do autor Sorrentino (2005). 
Em uma perspectiva planetária, não basta contemplar o olhar do 
homem branco ocidental. É necessário incluir as mulheres, os negros, 
os jovens, os idosos, as crianças, os homossexuais, os países do sul, o 
interior, a periferia, os artistas, os paci昀椀stas e outras minorias étnicas, 
ouvindo-os em suas especi昀椀cidades e aprendendo a expressar seus 
sonhos, demandas e propostas (SORRENTINO, 2005, p.16).
O autor fornece subsídios que facilitam o entendimento da 
complexidade das relações que permeiam o meio ambiente e a 
Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade
46
possibilidade de discussão desses temas através da educação ambiental 
devido ao seu potencial de ser multidisciplinar. 
As re昀氀exões sobre a Educação Ambiental e o processo educativo 
tornam-se relevantes, atualmente, na medida em que se discute a 
proposta de uma educação voltada para a mediação do conhecimento, 
e não para o depósito de conteúdos, ou seja, a prática educativa a partir 
das vivências cotidianas, abrangendo, assim, relações entre a educação e 
os outros âmbitos sociais, econômicos, políticos e culturais (RAYS, 2009).
Desse modo, a educação ambiental é resultado dos processos 
educativos de ensino e aprendizagem que possibilitam a conscientização 
dos indivíduos sobre os problemas ambientais. 
Figura 10 - Educação ambiental na prática
Fonte: Freepik
Sendo assim, em complemento às re昀氀exões anteriores, temos 
o signi昀椀cado da constituição cidadã, por meio da educação ambiental, 
como a ação de cada indivíduo como um agente do conhecimento, e se 
constituindo em uma nova construção das relações dos seres humanos 
com o seu ambiente natural e social (MEDINA, 2002).
Diante disso, tal contexto é relevante para a efetuação da Educação 
Ambientalno contexto crítico e dialógico, e a adoção de posturas éticas, 
pessoais e de coletividade dinâmicas, como resultado desse processo de 
formação em que cada um torna-se sujeito principal de sua aprendizagem.
Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade
47
É, a partir do cotidiano, que se devem chegar às problemáticas a 
serem debatidas, visto que a realidade do contexto em que se vive é um 
ponto a destacar-se em qualquer abordagem sobre Educação Ambiental, 
como menciona Moraes (2008, p.21). “O cotidiano das pessoas é de昀椀nido 
pelo contexto, pelo discurso cultural e pela linguagem que já dominam” 
(MORAES, 2008, p.21). 
Nesse contexto, podemos considerar que um processo educativo 
no sentido da preservação ambiental leva em conta a educação que 
ensine a pensar e contextualizar o conhecimento para estabelecer 
relações com a realidade, por meio da crítica e do questionamento. 
Figura 11 - Educação ambiental e a prática educativa
Fonte: Freepik 
Por sua vez, Edgar Morin (1995) destaca que é necessário propor 
interrogações sobre as possibilidades dos indivíduos em conhecer, 
colocando o sujeito no centro de todos os conhecimentos e saberes, 
fato que se opõe ao princípio redutor de aprendizagem do paradigma 
tradicional, ressaltando que é necessário reintegrar a relação sujeito e 
objeto (MORIN, 1998). 
Esse autor ajuda a pensar sobre a natureza como um sistema 
complexo, devido às suas relações com a sociedade e a cultura. 
Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade
48
Começaremos a seguir a conhecer os programas ambientais, que 
incentivam a educação ambiental, desenvolvidos com o fomento do 
Ministério do Meio Ambiente.
A Agenda 21 propõe o planejamento para a construção de 
sociedades sustentáveis em diferentes bases geográ昀椀cas, que conciliam 
métodos de proteção ambiental, justiça social e e昀椀ciência econômica.
O programa Água Doce, que visa o acesso à água de boa qualidade 
para o consumo humano, promovendo e disciplinando a implantação, 
a recuperação e a gestão de sistemas de dessalinização ambiental e 
socialmente sustentáveis para atender, prioritariamente, as populações 
de baixa renda em comunidades difusas do semiárido.
O programa Águas Subterrâneas, voltado para os mecanismos de 
articulação entre os entes envolvidos com as águas subterrâneas e a 
gestão integrada deste recurso, haja vista que os aquíferos quase sempre 
extrapolarem os limites das bacias hidrográ昀椀cas, estados e países, embora 
a legislação determine que o domínio seja dos estados. 
O Programa Áreas Protegidas da Amazônia é o maior de conservação 
de 昀氀orestas tropicais do Planeta e tem como objetivo proteger 60 milhões 
de hectares da Amazônia brasileira. 
Figura 12 - Amazônia
Fonte: Freepik
Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade
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A bolsa verde, que é o Programa de Apoio à Conservação Ambiental 
Bolsa Verde, concede, a cada trimestre, um benefício de R$300 às famílias 
em situação de extrema pobreza que vivem em áreas consideradas 
prioritárias para conservação ambiental. 
O cadastro ambiental rural, que é um registro eletrônico, obrigatório 
para todos os imóveis rurais, tem por 昀椀nalidade integrar as informações 
ambientais referentes à situação das Áreas de Preservação Permanente 
- APP, das áreas de Reserva Legal, das 昀氀orestas e dos remanescentes de 
vegetação nativa, das Áreas de Uso Restrito e das áreas consolidadas das 
propriedades e posses rurais do país. 
SAIBA MAIS:
O cadastro ambiental rural é criado pela Lei 12.651/2012, 
no âmbito do Sistema Nacional de Informação sobre Meio 
Ambiente - SINIMA, e se constitui em base de dados 
estratégica para o controle, monitoramento e combate ao 
desmatamento das 昀氀orestas e demais formas de vegetação 
nativa do Brasil, bem como para o planejamento ambiental 
e econômico dos imóveis rurais. Para ler o texto completo, 
acesse clicando aqui. 
Desse modo, por meio desses programas, pode-se assegurar a 
integração equilibrada das múltiplas dimensões da sustentabilidade com 
o meio ambiente.
Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade
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RESUMINDO:
E então, gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? 
Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o 
tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. 
Você deve ter aprendido que as políticas públicas voltadas ao 
meio ambiente emergem do uso descontrolado dos recursos 
naturais renováveis e não renováveis. Acrescido de problemas 
sociais como a explosão demográ昀椀ca, as políticas públicas tiveram 
que se adaptar ao novo contexto. Retomamos alguns momentos 
históricos que culminaram na construção de políticas públicas; 
iniciamos na década de 1940, auge da II Guerra Mundial, momento 
que possibilitou a criação de um sistema econômico internacional e 
a fundação das primeiras associações de proteção ambiental. Nos 
anos 1950, na Inglaterra, em meio à poluição atmosférica oriunda 
da indústria, que culminou na morte de pessoas, um dos primeiros 
efeitos da poluição industrial, foi estimulado diversos debates 
sobre a qualidade do ar e a aprovação da lei do ar puro em, que foi 
em 1956. Na década de 1960, por sua vez, essa preocupação da 
comunidade internacional frente aos limites do desenvolvimento 
do planeta começa a tomar maior espaço no contexto mundial. No 
Brasil, em meados de 1965, é promulgada a lei federal do código 
昀氀orestal brasileiro, consequentemente, em 1967, a Lei da proteção 
da fauna. Na década de 1970, em meio à crise do petróleo e 
do modelo energético da época, resulta na procura de novas 
fontes de energia e de uma utilização mais racional. Por meio de 
discussões na ONU e a promoção da discussão dessas questões 
na Conferência sobre o Meio Ambiente Humano, em 1972. Essa 
conferência gerou a Declaração sobre o Ambiente Humano e 
estabeleceu o Plano de Ação Mundial com o objetivo de inspirar e 
orientar a humanidade para a preservação e melhoria do ambiente 
humano. Em 1973, surge o conceito de ecodesenvolvimento, 
referia-se principalmente às regiões subdesenvolvidas, trazendo 
a crítica à sociedade industrial, sendo a precursora do conceito 
de desenvolvimento sustentável. As temáticas que envolvem 
os estudos sobre Educação Ambiental são diversi昀椀cadas e 
abrangentes em relação aos contextos envolvidos, sendo 
importante ressaltar os deslocamentos dos espaços educativos, 
ou seja, a Educação Ambiental pode ser debatida e problematizada 
em diversos espaços na escola, ampliando e popularizando-a. A 
Educação Ambiental é de昀椀nida como transformação social, que 
vai além das compreensões e cuidados com o meio ambiente e a 
biodiversidade, mas realiza um processo de construção de valores 
sociais. Desse modo, podemos considerar que um processo 
educativo no sentido da preservação ambiental leva em conta a 
educação que ensine a pensar e contextualizar o conhecimento 
para estabelecer relações com a realidade, por meio da crítica e 
do questionamento.
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REFERÊNCIAS
BARBIERI, J.C. Gestão Ambiental Empresarial: Conceitos, Modelos 
e Instrumentos. São Paulo: Saraiva, 2015.
BARBIERI, J.C.; SILVA, D. Desenvolvimento sustentável e educação 
ambiental: uma trajetória comum com muitos desa昀椀os.  Revista de 
Administração Mackenzie, v. 12, p. 51-82, 2011.
BRASIL. Lei n. 9795 - 27 de abril de 1999. Dispõe sobre a educação 
ambiental. Política Nacional de Educação Ambiental. Diário O昀椀cial da 
União, Brasília, DF, 1999. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/leis/l9795.htm Acesso em 21 out. 2021.
FORNO, M. A. R. Fundamentos em gestão ambiental. Porto Alegre: 
Editora da UFRGS, 2017.
LOUREIRO, C. F. B. Educação ambiental e movimentos sociais 
na construção da cidadania ecológica e planetária. São Paulo: Cortez, 
2005.
MEDINA, N. M. Amazônia: uma proposta interdisciplinar de 
educação ambiental. Brasília: IBAMA, 1996.
MEDINA, N. M. Formação de Multiplicadores para educação 
ambiental.

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