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RDE_Familia_e_Sociedade_Tema_08

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1 
 
ROTEIRO DE ESTUDO 
 
Curso: SERVIÇO SOCIAL 
Série: 1ª 
Disciplina: FAMILIA E SOCIEDADE 
Professor EAD: Ma. Ana Lúcia Americo Antonio 
Tema: Tema 8: Os Papéis Sociais na Família: o Lugar da Mulher como Figura 
Estruturante 
Conteúdo: • A Mãe: papel social da mulher. 
• A Mãe como figura feminina na família. 
• A condição de gênero e as imposições sociais. 
 As transformações o papel de mãe e mulher na família contemporânea 
Roteiro do 
Tema 8 
 
 
 
 
 
 
 
 
Este tema deve possibilitar que você analise: 
• O papel de mãe, historicamente construído 
• Como a mãe é vista na família contemporânea 
• Ser mãe e mulher na família contemporânea 
• As transformações do papel de mãe na família atual 
 
Os Papéis Sociais na Família: o Lugar da Mulher como Figura 
Estruturante 
 Falar em papéis sociais na Família implica, como já se observou, 
designar aos seus membros determinados papéis, previamente marcados e 
historicamente elaborados. Por isso é muito difícil fugir de algumas referências 
consolidadas e, em alguns casos, do puro estereótipo. 
 
 O importante é saber que essas imagens do que é ser mãe são 
resultado de séculos. Que “ser mãe” é algo socialmente definido e esperado das 
mulheres e que sua relação na Família tem como base a expectativa sobre como 
isso deve ocorrer: o que é aceitável para uma mãe. 
 Da mesma forma, os filhos possuem funções pré-definidas no interior da 
estrutura familiar, essas funções têm relação direta com a expectativa dos pais e 
com a idade e as fases de desenvolvimento. 
 Pensar em papéis sociais é pensar em como se consolidam e os conflitos 
que surgem desta luta no interior da Família. Para o Assistente Social, é de 
suma importância compreender que nem sempre os “tipos ideais” são 
plausíveis na realidade concreta, que a perspectiva do que foge à regra é 
muito mais comum do que se imagina. 
 
 Não há como falar em Mãe e não ligar este papel ao feminino, ou 
melhor, à feminilidade que lhe cabe. Talvez porque sua definição já parta da 
prerrogativa da maternidade, mais do que Esposa, a mulher em uma Família é 
definida por sua relação com os filhos, ninguém além dela pode gerar, gestar e 
 
 
 
 
 
 
2 
 
parir. Sendo assim, a questão de gênero está diretamente ligada à definição 
deste papel social: Mãe e Mulher, sob a perspectiva das relações familiares são 
indissociáveis. 
 
 O senso comum, ajudado no século XX pela mídia, construiu e 
consolidou o estereótipo da mulher como o sexo frágil, o ente familiar que 
precisa da proteção masculina. Primeiro quem garante esta proteção é o pai – 
senhor da casa – posteriormente tal legado cabe ao marido – o senhor da casa. 
À mulher cabe a obediência e o subjugo de suas determinações, assim como o 
cumprimento das obrigações que lhes pertencem “naturalmente”. 
 
 Tais concepções formam um escopo de dizeres e práticas sobre o papel 
da mulher na Família que ganham grande complexidade quando observados 
mais profundamente. Vê-se que 
Elas também dispõem de possibilidades de ação não 
desprezíveis, tanto mais que a esfera privada e os 
papéis femininos conhecem uma constante 
revalorização no século XIX, aos olhos de uma 
sociedade interessada no utilitarismo, preocupada com 
os filhos e atormentada por suas próprias contradições 
(PERROT, 1991). 
 
A modernidade e as urgências materiais trazem à tona uma mulher, uma mãe 
de família bem diferente daquela impressa nos romances Românticos dos 
séculos XVIII e XIX. A mãe/mulher – pelo menos a proletária e a pequena 
burguesa – é também força de trabalho, em relação ao homem deve ser 
igualmente produtiva na sociedade industrial. Porém, ao mesmo tempo têm de 
garantir a manutenção do lar, a criação dos filhos e os cuidados com o marido... 
Sim! Está-se falando da mulher europeia do século XIX e não da mulher 
brasileira do século XX! Percebe-se dessa forma como o processo de 
industrialização e a necessidade produtiva alteram as relações familiares e os 
papéis sociais da mulher na Família. 
 
Mesmo nas casas onde as mulheres têm um ganho 
financeiro maior do que os maridos, ou mesmo 
naquelas onde os maridos estão desempregados, elas 
realizam uma quantidade muito maior de atividades no 
trabalho doméstico que eles. Ademais, homens e 
mulheres ainda desempenham distintas tarefas 
domésticas como se tais atividades fossem próprias de 
cada um deles. Assim, as mulheres seguem realizando 
tarefas como cozinhar, lavar e passar enquanto os 
homens desempenham tarefas como carpintaria e 
pequenos consertos (WAGNER e COLS., 2005) 
 
 Mais do que isso, a grande contradição que se vive hoje: 
mãe/mulher/trabalhadora/esposa; não é algo recente e nem menos 
contraditório do que há quase dois séculos atrás. A industrialização 
“acrescentou” ao papel da mulher na família, a condição de também “sustentar” 
o lar, de dividir com o marido as obrigações do trabalho “fora” de casa. No 
entanto, nesse ínterim, o homem não “dividiu” nenhuma outra função familiar, 
a não ser timidamente. 
 
 Ainda que a mulher tenha rendimentos maiores que o homem, estes 
 
 
 
 
 
 
3 
 
ainda são considerados no discurso familiar como um complemento ao 
orçamento. 
 
 Por outro lado, as tarefas domésticas desempenhadas pelos maridos são 
percebidas como uma “ajuda”, expressando a isenção deste da responsabilidade 
no desempenho de tais atividades (2005). 
 Grande parte das funções antes exclusivas das mulheres foi delegada ao 
Estado: creches, escolas, assistência social, saúde entre outros papéis que antes 
pertenciam quase que exclusivamente à mulher/mãe são divididos com o 
Estado, este último provém o bem-estar das novas gerações para que as 
famílias do presente possam produzir e as proles futuras mantenham-se 
saudáveis física e psiquicamente, garantindo a reposição da força de trabalho. 
 
 Os direitos trabalhistas são mais do que conquistas... a licença 
maternidade permite à mãe a dedicação exclusiva ao filho sem que lhe falte os 
rendimentos, é também a garantia de que os todos os cuidados iniciais serão 
dispensados àqueles que dentro em breve farão parte da população 
economicamente ativa! Em países europeus como França, Suécia, Holanda, 
dentre outros, a licença maternidade pode chegar a 18 meses consecutivos, 
visto que alguns Estados Nacionais colocaram a conta na posta do lápis e viram 
que é menos dispendioso fornecer à mãe uma licença prolongada do que ter 
que construir e manter creches para que elas possam voltar ao trabalho. O 
Estado de Bem-Estar Social pode ser custoso em curto prazo, mas em longo 
prazo permite a consolidação de uma mão de obra altamente qualificada e 
emocionalmente equilibrada. 
 
 No Brasil, algumas conquistas trabalhistas vêm ao encontro de tais 
perspectivas, a ampliação facultativa da licença maternidade, a garantia da 
amamentação de duas em duas horas, a obrigatoriedade dos municípios em 
assistir à população com a oferta do ensino infantil de 0 a 5 anos. Todos esses 
benefícios garantidos pelo Estado permitem à mãe trabalhar também “fora” de 
casa, suprir as necessidades da prole e continuar a desempenhar seus papéis. 
 Percebe-se a relação industrialização e complexidade dos papéis da 
mulher, observando os dados do Censo 2000 no Brasil 
. Verificou-se que nas unidades da Federação mais industrializadas, o percentual 
de mulheres que são responsáveis pelo sustento do lar é maior ; 
 
O século XIX e a industrialização criaram uma nova mulher. Para as burguesas: 
“agora, administram a casa, o grande número de empregados e a família 
igualmente numerosa” (PERROT, 1991). Já a mãe proletária: precisa multiplicar 
suas funções para dar conta dos inúmeros trabalhos que lhe competem. Na 
grande cidade, prover o lar não é papel exclusivo do homem, é preciso dividi-lo 
com a mulher e, em alguns casos (noBrasil a média é de 17%) é ela, a 
mulher/mãe, a “chefe” da família – já que esta expressão está intrinsecamente 
ligada à questão econômica. 
, 
 Para melhor compreender e aperfeiçoar seu conhecimento sobre o tema 
reflita leia o capítulos da parte I de seu Livro-Texto, a família sofreu 
mudanças estruturais, principalmente em seu papel para as políticas 
sociais, a assistência à família tem como princípio o respeito às 
diferenças e particularidades de cada contexto, tal como a perspectiva 
dos impactos gerados pelas transformações econômicas e sociais no 
Brasil das últimas décadas, correspondente ao tema 8. 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 Faça a Leitura Complementar que se apresenta no PLT 267, Política 
Social, Família e Juventude, dos autores Mione Apolinário Sales, Maurílio 
Castro de Matos e Maria Cristina Leal, editora Cortez, 2010. 
 
. 
 Realize as atividades propostas no Caderno de Atividades para o Tema 
8: “Os Papéis Sociais na Família: o Lugar da Mulher como Figura 
Estruturante”. As atividades são um valioso instrumento para que você 
não apenas fixe os conceitos abordados pelo tema, mas os transforme 
em competências sólidas na sua formação profissional. 
Bibliografia Básica 
Política Social, Família e Juventude, dos autores Mione Apolinário Sales, Maurílio Castro de Matos e 
Maria Cristina Leal, editora Cortez, 2010, Livro-Texto n. 267 
Bibliografia Complementar 
 
LÉVI-STRAUSS, Claude. As Estruturas Elementares do Parentesco. Vozes: São Paulo, 1976. 
ENGELS. F. A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado. Bertrand Brasil: São Paulo, 
1995. 
ROUSSEAU, Jean-Jacques. Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os 
homens. São Paulo: Martins Fontes, 1999. 
BOURDIEU. Escritos de educação. Petrópolis: Vozes, 1999. 
CARVALHO, Inaiá Maria Moreira de; ALMEIDA, Paulo Henrique. Família e Proteção Social. In: São 
Paulo em Perspectiva, 17 (2): 109-122, 2003. 
PERROT, Michele. “Os Atores”. In: História da vida Privada: da Revolução Francesa à Primeira 
Guerra. vol. 4; Cia das Letras: São Paulo, 1991. 
 
Quer saber mais sobre o assunto? Então: 
Leia o Artigo: 
NARVAZ, Martha Giudice; KOLLER, Sílvia Helena. Famílias e patriarcado: da prescrição normativa à 
subversão criativa. Psicol. Soc., Porto Alegre, v. 18, n. 1, Apr. 2006. Disponível em: 
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
71822006000100007&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 8 out. 2014

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