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Analogia entre o filme Ponte dos Espiões e a ética e dever de Kant

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Analogia entre o filme “Ponte dos Espiões” e a “Ética e o dever de Kant”
Em ”Ponte dos Espiões” é narrado uma história que traz à tona questões plausíveis de discussão acerca da Ética e moral que podem ser analisadas segundo os pensamento de Kant.
A longa-metragem tem início de seu enredo no ano de 1957, prestes ao acontecimento da Guerra Fria evidenciando uma tensão entre os Estados Unidos e a União Soviética. Nesse momento histórico era comum a utilização de espiões que se integravam no país oposto afim de obter informações um sobre o outro, já que temiam sempre por um ataque mútuo, pois ambos possuíam grande aporte nuclear e militar. 
Assim dá início a história onde um espião soviético é capturado em solo americano e acusado de estar infiltrado nos Estados Unidos para fins de espionagem. Um advogado extremamente ético, obcecado por seguir as leis e ser honesto, é designado para fazer a defesa do espião russo e promete utilizar do que for preciso para que seu cliente seja inocentado. Podemos fazer a primeira analogia segundo os preceitos de Kant: o que todo advogado deve fazer de acordo com os preceitos do Estado de Direito é um ampla defesa, no entanto naquela época as propagandas anticomunistas eram fortíssimas nos meios de comunicação desta forma se questionavam o que seria correto a se fazer e para os americanos aquela situação era indiscutível uma vez que todos consideravam o espião culpado e consequentemente o advogado um traidor.
 	Ao mesmo tempo desse acontecimento nos Estados Unidos ocorre também na União Soviética a captura de um espião americano abrindo-se uma porta para tentar uma negociação de troca de espiões, a partir daí o advogado deverá criar uma ponte para fazer esta troca da melhor forma possível. O advogado vai até a União Soviética, colocando sua vida em risco para tentar de várias formas possíveis efetuar esta troca, antes que ambos os presos sejam torturados. Enquanto que o governo dos Estados Unidos queria apenas formalidade se dizendo cumprir o direito e dando o advogado ao “inimigo”, mas a realidade era que assim como todos os cidadãos americanos queriam a todo custo a condenação a pena de morte ao espião russo.
Entra em questão nesse momento questões discutíveis sobre o que seria ético e o dever correto a se fazer, o advogado acreditava estar fazendo seu melhor trabalho tentando sobretudo seguir a democracia porém tornava-se, tanto quanto o espião russo, alvo de críticas difamatórias e perseguidos por tentar a todo custo inocentar seu cliente. Aparentemente, ele é o único que acha que, neste caso como em qualquer outro, o advogado deve fazer o máximo para proteger seu cliente, independentemente de suas filiações ideológicas.
Segundo os preceitos de Kant o dever e a ética são denominações muitos subjetivas sendo preciso analisar todo o contexto exigindo um profundo conhecimentos de regras, normas e até mesmo da cultura. Kant diz que não devemos inventar regras e sim procurar o fundamento de todas as regras afim de encontrar as melhores respostas e tomar a decisão correta a se fazer, é por isso que Kant distingue máximas de leis morais, as máximas são os princípios da ação, os princípios concretos segundo os quais agimos. 
Dessa forma no enredo da drama para os cidadãos americanos as ações ocorridas são relativamente simples de serem solucionadas do ponto de vista lógico do que seria moralmente correto e óbvio a se fazer, mas pelas circunstâncias políticas e ideológicas acabam se tornando complexas e exigindo um grande conhecimento do dever e da ética pois precisam estar alinhadas em conformidade e não realizadas com fins egoístas.

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