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Aula 02 Direito Administrativo

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XIII EXAME DE ORDEM UNIFICADO 
Intensivo Modular Semanal 
EXAME DE ORDEM 
Complexo Educacional Damásio de Jesus 
 
 
 
CURSO INTENSIVO MODULAR SEMANAL – XIII EXAME DE ORDEM UNIFICADO 
 
Disciplina Direito Administrativo 
Aula 02 
 
EMENTA DA AULA 
1. Atos administrativos; 
2. Poderes da Administração Pública. 
 
GUIA DE ESTUDO 
1. Atos administrativos: 
• Conceito: ato administrativo é uma declaração unilateral de vontade. A administração 
pública vai declarar/manifestar a sua vontade por meio dos atos administrativos. 
Exemplo: nomeação, exoneração, cassação. 
� Elementos de validade do ato administrativo: são requisitos que formam os atos 
administrativos. Necessários para sua existência são eles que dão a validade aos atos. 
• Competência (sujeito competente/agente competente): é a atribuição para o exercício 
de determinada atividade. A competência decorre da lei - “Não é competente quem 
quer, mas sim quem a lei confere competência”, ou seja, não pode ser modificada pela 
vontade das partes, deve ser necessariamente exercida pelos competentes. A 
competência exclusiva tem o mesmo sentido de competência em razão da matéria. A 
competência não pode ser transferida, sob pena de ser retirada. A competência 
admite apenas dois institutos: delegação e avocação - artigos 11 a 15 da Lei 9.784/99. 
- A delegação trata de passar competências e atribuições, não se confunde com 
transferência. A competência deve ser delegada ao mesmo nível hierárquico ou para 
subordinado. É um ato formal, necessariamente escrito e publicado no veículo oficial. 
A delegação é parcial, somente parte da competência é confiada. Quando há 
delegação existe a cumulação de competências (mais de um competente para exercer 
a atividade). A delegação é temporária e por essa razão pode ser desfeita a qualquer 
tempo através da revogação. A revogação não pode ser decretada em toda e qualquer 
situação, somente quando em situações de índole técnica, social, econômica, 
territorial e jurídica. Note! Ler artigo 13 da Lei 9.784/99, esse dispositivo prevê os atos 
que não podem ser objeto de delegação. 
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- Avocação trata da retirada de competência e atribuições (artigo 15 da Lei 9.784/99). 
Neste caso, retira-se competência do subordinado. Somente acontece em 
circunstâncias excepcionais e devidamente justificadas. 
• Finalidade: sempre baseado no interesse público. Se interesse privado o ato será 
invalido e ilegal. 
• Forma: é a exteriorização do ato. Em regra de forma escrita, excepcionalmente por 
meio de gestos, placas, atos verbais. O ato administrativo deve ser público para que 
tomem conhecimento. Atos secretos são ilegais. Publicação do ato é condição de sua 
EFICÁCIA (produção de efeitos) e não condição de validade, ou seja, mesmo que o ato 
seja ilegal se publicado produzirá efeitos até o Poder Público declarar sua ilegalidade. 
• Motivo: não se confunde com motivação. O motivo é o que leva o Poder Público a 
praticar o ato, já motivação é a exteriorização do motivo. Caso o ato tenha motivação 
falsa o ato será anulado com base na teoria dos motivos determinantes, que serve 
para anular o ato quando sua motivação é falsa ou mentirosa. 
• Objeto: é o conteúdo do ato. O objeto deve ser possível, determinado e legal. 
� Atributos do ato administrativo: são as qualidades do ato. 
• Presunção de legitimidade: o ato praticado deve estar em conformidade com a lei. A 
veracidade com os fatos narrados possuem presunção relativa (“iuris tantum”), sendo 
assim permite que o ato possa ser questionado. 
• Auto-executoriedade: divide-se em executoriedade e exigibilidade. A primeira quer 
dizer que o ato administrativo vai ser executado diretamente pela administração 
pública independentemente de autorização do judiciário. O segundo quer dizer que os 
atos são exigíveis e de cumprimento obrigatório. 
• Tipicidade: os atos são típicos. Portanto, previstos em lei, pautados pela lei. Segue o 
princípio da legalidade. 
• Imperatividade: trata-se do Poder de Império do Estado, supremacia e superioridade. 
Nem todo ato administrativo tem imperatividade, como exemplo aqueles atos de 
mero expediente, ao contrário do ato de desapropriação. 
 
� Extinção dos atos administrativos: ocorre através da anulação, revogação, cassação, 
caducidade e contraposição. 
• Cassação: extinção de um ato para punição, é a retirada do ato administrativo em 
virtude do descumprimento, por parte do beneficiário do ato, de algum de seus 
requisitos previamente estabelecidos por lei. 
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• Contraposição: trata da retirada do ato administrativo em virtude da edição de outro 
ato com efeitos contrapostos. 
• Caducidade: a extinção ocorre através de leis, trata-se da retirada do ato 
administrativo em virtude de norma superveniente. 
• Anulação: realizada pela própria administração ou poder judiciário – Súmula 473 STF. 
O ato é anulado quando é ilegal. Os seus efeitos são “ex tunc”. O direito da 
Administração de anular seus atos tem prazo de 5 anos, de acordo com artigo 54 da Lei 
9784/99, a contar da data que o ato foi praticado e não da data que o vício foi 
descoberto. 
• Revogação: realizada pela própria Administração Pública – Súmula 473 do STF. O ato é 
revogado ainda que legal, por questões de oportunidade ou conveniência. Os seus 
efeitos são “ex nunc”. Não existe prazo para revogar os atos administrativos. O 
judiciário não revoga ato administrativo, mas revoga os seus próprios atos quando em 
sua função atípica de administrar. 
� Convalidação dos atos administrativos (artigo 55 da Lei 9784/99): é tornar o ato válido. 
Para que os atos sejam convalidados são necessários os seguintes requisitos: defeito 
sanável, não ter causado prejuízo a terceiros e não haver violação ao interesse público. 
A convalidação é um ato discricionário. O ato neste caso é ilegal e consequentemente 
se o Poder Público não o convalidar será anulado. Seus efeitos são “ex tunc”. 
 
2. Poderes da Administração Pública: 
• Poder vinculado: poder regrado ou amarrado na lei, ou seja, a administração somente 
pode fazer o que a lei estabelece. Exemplo: aposentadoria compulsória do servidor 
público aos 70 anos de idade. 
• Poder discricionário: o administrador pode optar, dentro de um juízo de conveniência 
e oportunidade. Continua obedecendo à lei, caso contrário é considerado arbitrário. A 
lei neste caso limita a liberdade do administrador. 
• Poder hierárquico: é aquele entre uma relação de ascendência e subordinação entre 
órgãos ou agentes (hierarquia), com o fim de distribuir funções, fiscalizar, rever e 
corrigir (neste último caso através do poder disciplinar). Trata-se de poder interno. 
• Poder disciplinar: é poder interno que tem por fim a punição do servidor infrator, 
embora tenha certa discricionariedade em relação a aplicação de sanções, o poder 
disciplinar é obrigatório. 
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• Poder de Polícia: refere-se ao controle estatal das atividades e dos interesses 
individuais, com a finalidade de fiscalizar seus limites ou de restringi-los por interesse 
público. Esse poder tem os seguintes atributos: coercibilidade (possibilidade de 
imposição do ato até mesmo por uso da força), auto-executoriedade (faculdade de 
executar diretamente o ato) e discricionariedade (juízo de conveniência e 
oportunidade). 
• Poder regulamentar: é poder privativo do Chefe doPoder Executivo, previsto no artigo 
84, incisos IV (decreto regulamentar) e VI (decreto autônomo) da CF. O decreto 
regulamentar serve para explicar a lei para sua fiel execução. O decreto autônomo (EC 
32/01) serve para organizar a administração pública e extinguir cargos desde que 
estejam vagos. Note! O decreto autônomo pode ser delegado para o Advogado Geral 
da União, a Procuradoria Geral da República e para os Ministros de estado. O decreto 
regulamentar não pode ser delegado, portanto é de competência exclusiva. 
Observação: cargo público é criado através de lei, portanto deveria ser extinto por lei 
(princípio da simetria). Entretanto os cargos vagos podem ser extintos mediante 
decreto (decreto autônomo).

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