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PODERES E ATOS ADMINISTRATIVOS

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PROFª. EMILLY ALBUQUERQUE – PODERES E ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
4 – PODERES ADMINISTRATIVOS 
 
Os Poderes Administrativos são inerentes à 
Administração Pública e possuem caráter instrumental, ou 
seja, são instrumentos de trabalho essenciais para que a 
Administração possa desempenhar as suas funções 
atendendo o interesse público. Os poderes são 
verdadeiros poderes-deveres, pois a Administração não 
apenas pode como tem a obrigação de exercê-los. 
 
A ordem jurídica confere aos agentes públicos certas 
prerrogativas para que estes, em nome do Estado, 
persigam a consecução dos fins públicos. 
 
Essas prerrogativas são outorgadas por lei, exigem a 
observância dos princípios administrativos e destinam-se 
a atingir o fim maior da Administração Pública: a satisfação 
do interesse público. Essas prerrogativas consubstanciam 
os chamados “Poderes do Administrador Público”. 
 
Por outro lado, a lei impõe ao administrador público 
alguns deveres específicos e peculiares para que, ao agir 
em nome do Estado e em benefício do interesse público, 
execute bem a sua missão. São os chamados Deveres 
Administrativos. 
 
Os poderes e deveres do administrados público são 
atribuídos à autoridade para que ela possa remover, por 
ato próprio, as resistências particulares à satisfação do 
interesse público. Essa é a ideia: conceder à 
administração pública certas prerrogativas para a melhor 
satisfação dos interesses públicos. 
 
4.1 Deveres do Administrador Público: 
 
- Poder-dever de agir: Enquanto no direito privado o 
poder de agir é uma mera faculdade, no Direito 
Administrativo é uma imposição, um dever de agir, para 
o agente público. 
 
- Dever de eficiência: Mostra-se presente na 
necessidade de tornar cada vez mais qualitativa a 
atividade administrativa, no intuito de se imprimir à 
atuação do administrador público maior celeridade, 
perfeição, coordenação, técnica, controle, etc. É um 
dever imposto a todos os níveis da administração 
pública. 
 
Como prova desta postura adotada pela CF, que 
elevou este dever ao status de princípio constitucional, o 
princípio da eficiência, pode-se citar a possibilidade de 
perda do cargo do servidor público estável em razão de 
insuficiência de desempenho; o estabelecimento, como 
condição de aquisição de estabilidade, de avaliação 
especial de desempenho. 
 
- Dever de probidade: Exige que o administrador 
público, no desempenho de suas atividades, atue 
sempre em consonância com os princípios da 
moralidade e honestidade administrativas. 
 
- Dever de prestar contas: Decorre da função do 
administrador público, como gestor de bens e 
interesses alheios, da coletividade. A regra é universal: 
“quem gere dinheiro público ou administra bens ou 
interesses da comunidade, deve prestar contas ao 
órgão competente para a fiscalização”. 
 
 
 
 
 
4.2 Classificação dos Poderes: 
 
a) Poder Vinculado ou Regrado: 
 
Não consiste exatamente num PODER, e sim em um 
DEVER. É o Poder que tem a Administração Pública de 
praticar certos atos "sem qualquer margem de liberdade". 
A lei encarrega-se de prescrever, com detalhes, se, 
quando e como a Administração deve agir, determinando 
os elementos e requisitos necessários. Ex : A prática de 
ato (portaria) de aposentadoria de servidor público. 
 
b) Poder Discricionário: 
 
É aquele pelo qual a Administração Pública de modo 
explícito ou implícito, pratica atos administrativos com 
liberdade de escolha de sua conveniência, oportunidade e 
conteúdo. 
 
Possui como limites a razoabilidade e a 
proporcionalidade no momento da tomada de decisões 
pelo agentes público. 
 
A discricionariedade é a liberdade de escolha dentro de 
limites permitidos em lei, não se confunde com 
arbitrariedade que é ação contrária ou excedente da lei. 
Ex : Autorização para porte de arma; Exoneração de um 
ocupante de cargo em comissão. 
 
Ressaltamos que mesmo na prática de um ato 
discricionário há exercício do poder vinculado, devido à 
obrigatoriedade de cumprimento do princípio da 
legalidade, previsto constitucionalmente. 
 
c) Poder Hierárquico: 
 
É aquele pelo qual a Administração distribui e escalona 
as funções de seus órgãos, ordena e rever a atuação de 
seus agentes, estabelece a relação de subordinação entre 
os servidores públicos de seu quadro de pessoal. No seu 
exercício dão-se ordens, fiscaliza-se, delega-se e avoca-
se. 
 
Ressaltamos que não há hierarquia no Judiciário e no 
Legislativo em relação às suas funções próprias, pois 
hierarquia é caráter privativo da função administrativa, 
como elemento básico da organização e da ordenação 
dos serviços administrativos. 
 
Desse modo, apenas se esses Poderes estiverem 
desempenhando função atípica ou imprópria relacionado 
a atividade administrativa, haverá hierarquia. 
 
d) Poder Disciplinar: 
 
É aquele através do qual a lei permite a Administração 
Pública aplicar penalidades às infrações funcionais de 
seus servidores e demais pessoas ligadas à disciplina dos 
órgãos e serviços da Administração. A aplicação da 
punição por parte do superior hierárquico é um poder-
dever, se não o fizer incorrerá em crime contra 
Administração Pública (Código Penal, art. 320). Ex: 
Aplicação de pena de suspensão ao servidor público. 
 
É um poder sempre motivado, aplicável pela 
Administração Pública nos seguintes casos: punir 
internamente as infrações funcionais de seus servidores; 
PROFª. EMILLY ALBUQUERQUE – PODERES E ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
punir infrações administrativas cometidas por particulares 
ligados à Administração Pública por vínculo específico, 
como por exemplo, os licitantes e contratantes. 
 
Poder disciplinar não se confunde com Poder 
Hierárquico. No Poder hierárquico a administração pública 
distribui e escalona as funções de seus órgãos e de seus 
servidores. No Poder disciplinar ela responsabiliza os seus 
servidores pelas faltas cometidas. 
 
e) Poder regulamentar ou Normativo: 
 
É aquele inerente aos Chefes dos Poderes Executivos 
(Presidente, Governadores e Prefeitos) para expedir 
decretos e regulamentos para complementar, explicitar 
(detalhar) a lei visando sua fiel execução. 
 
Consiste na edição de atos gerais e abstratos 
destinados a dar fiel cumprimento à lei. Não inova o direito, 
apenas o complementa, afinal, quem inova é o Poder 
Legislativo, através de sua função típica. 
 
A CF/88 dispõe que : 
 
“Art. 84 - Compete privativamente ao Presidente da 
República: 
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem 
como expedir decretos e regulamentos para sua fiel 
execução”; 
 
Além dos Decretos Regulamentares, a EC nº 32/2001 
determinou a criação do Decreto Autônomo, editado 
diretamente a partir do texto constitucional, sem base em 
lei, sem estar regulamentando qualquer lei. É ato primário 
e inova o direito. Trata-se portanto de uma exceção ao 
poder regulamentar. 
 
4.3 Poder de Polícia 
 
Poder de Polícia, para a doutrina majoritária, é o poder 
conferido à Administração Pública para condicionar, 
restringir, frenar o exercício de direitos e atividades dos 
particulares em nome dos interesses da coletividade. 
 
O poder de polícia não recai sobre o próprio indivíduo. 
Ele recai sobre os bens, direitos, interesses e atividades 
desse indivíduo, desde que as restrições se justifiquem, 
porque previstas em prol do interesse coletivo e pautadas 
pelo princípio da proporcionalidade/razoabilidade, e desde 
que estejam de acordo com os limites constitucionais e 
legais. 
 
Segundo o art. 78 do Código Tributário Nacional: 
“Considera-se poder de polícia a atividade da 
administração pública que, limitando o disciplinando 
direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou 
abstenção de fato, em razão de interesse público...” 
 
Em suma, o Poder de Polícia se dá através do qual a 
Administração Pública tem a faculdade de condicionar e 
restringir o uso e gozo de bens, atividades e direitos 
individuais, em benefício do interesse público. 
 
A extensãodo Poder de Polícia - A extensão é 
bastante ampla, porque o interesse público é amplo. 
 
As entidades meramente administrativas dotadas de 
personalidade jurídica de direito público (autarquias e 
fundações autárquicas) podem exercer poder de polícia, 
inclusive aplicar sanções administrativas, desde que 
recebam da lei tais competências. 
 
 
Segundo o CTN “Interesse público é aquele 
concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos 
costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao 
exercício de atividades econômicas dependentes de 
concessão ou autorização do Poder Público, `a 
tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos 
direitos individuais” (Código Tributário Nacional, art. 78 
segunda parte). 
 
4.3.1 Limites do Poder de Polícia 
 
Necessidade – a medida de polícia só deve ser adotada 
para evitar ameaças reais ou prováveis de perturbações 
ao interesse público. qualquer conduta além da 
necessidade será passível de aplicação de penalidade ao 
servidor responsável. 
 
Proporcionalidade/razoabilidade – é a relação entre a 
limitação ao direito individual e o prejuízo a ser evitado. 
 
Eficácia – a medida deve ser adequada para impedir o 
dano a interesse público. Para ser eficaz a Administração 
não precisa recorrer ao Poder Judiciário para executar as 
suas decisões, é o que se chama de auto-executoriedade. 
 
4.3.2 Segmentos do Poder de Polícia 
 
O Poder de Polícia subdivide-se em administrativo e 
judiciário. 
 
Desse modo, Polícia Administrativa é aquela que 
incide sobre bens, serviços e atividades do Estado. 
Exemplos: Polícia Militar, Polícia Rodoviária Federal, 
Corpo de Bombeiros, Guarda Municipal, Vigilância 
Sanitária, Polícia de Costumes etc. 
 
Vejamos um quadro, a título de exemplificação: 
 
POLÍCIA 
ADMINISTRATI
VA 
FUNÇÃO 
Vigilância 
Sanitária 
Vigilância à proteção da saúde pública 
Pesos e medidas 
Destinada à fiscalização dos padrões de 
medida, 
em defesa da economia popular 
Edilícia Relativa às edificações 
Trânsito 
Para garantia da segurança e ordem nas 
vias e rodovias 
Florestal Destinada a defesa da flora 
Caça e Pesca 
Vocacionada à proteção da fauna 
terrestre e aquática 
 
Por Polícia Judiciária entende-se aquela que incide 
sobre pessoas, de modo a coagi-las a praticar qualquer 
ato contrário à lei. Exemplos: Polícia Federal, Polícia Civil 
etc. 
 
4.3.3 Características ou atributos do Poder de Polícia 
 
a) Discricionariedade: Em regra, o ordenamento jurídico 
permite um juízo de conveniência e oportunidade na 
prática de atos decorrentes do poder de polícia, porém, 
PROFª. EMILLY ALBUQUERQUE – PODERES E ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
em alguns casos, a discricionariedade não se aplica, a 
exemplo da licença para dirigir veículo automotor, pois, 
preenchidos os requisitos legais, não é permitido à 
autoridade a sua não-expedição. 
 
b) Auto-executoriedade: Consiste no poder que 
possuem os atos administrativos de serem executados 
materialmente pela própria administração, 
independentemente de manifestação do Poder 
Judiciário. 
 
 
Ressalte-se que nem toda atuação de polícia 
administrativa pode ser autoexecutória. Exemplo: 
cobrança de multas, quando resistida pelo particular. A 
cobrança forçada será feita por ação judicial de execução. 
 
- Exigibilidade: Toma decisões criando obrigações sem 
precisar ir previamente ao Poder Judiciário. Aqui 
aparecem os meios indiretos de coerção, tal como a 
aplicação da multa. 
 
- Executoriedade: Permite a administração executar 
diretamente a sua decisão sem precisar do Poder 
Judiciário. Aqui aparece os meios diretos de coerção, 
podendo ser utilizado a força. Exemplos: dissolução de 
uma passeata; demolição de um prédio que ameaça 
desabar. 
 
c) Coercibilidade ou Imperatividade: A coercibilidade 
consiste na possibilidade de as medidas adotadas pela 
Administração serem impostas coativamente ao 
administrado, mediante o emprego da força, caso o 
particular resista ao ato de polícia. 
 
Também pode estar ausente no ato de polícia. 
Exemplos: atos preventivos de polícia administrativa. 
 
4.4 Uso e abuso de Poder 
 
Ocorre quando a autoridade, embora competente para 
praticar o ato, ultrapassa os limites de suas atribuições ou 
se desvia das finalidades administrativas. 
 
Para o jurista Gustavo Barchet, dize-se que há uso do 
poder quando o agente público, ao exercer suas funções, 
o faz de forma regular, em conformidade com as leis e 
princípios administrativos que regem a sua atuação. 
Figura oposta é o abuso de poder, vício que, uma vez 
verificado no ato, seja ele omissivo ou comissivo, leva à 
nulidade. 
 
O emprego do poder público, de forma 
desproporcional, sem amparo da lei, sem utilidade pública, 
evidentemente será ilícito, nulo, devendo assim ser 
declarado pela própria Administração ou pelo Poder 
Judiciário. 
 
O abuso de poder é gênero, que comporta suas 
espécies ou causas: 
 
- Excesso de Poder (vício de competência) - Ação do 
agente público fora dos limites de sua competência, 
invadindo a competência de outros agentes ou 
praticando atividades que a lei não lhe conferiu. O 
agente atua fora de sua competência. Ex.: Decreto 
Regulamentador expedido por um secretário de 
Estado. 
 
- Desvio de Poder (vício de finalidade) – Ação do 
agente público, embora dentro de sua competência, 
afastada do interesse público, praticando atos por 
motivos ou com fins diversos daqueles estabelecidos 
na lei. Também chamado de Desvio de Finalidade. Ex.: 
Ato para beneficiar a si próprio, um amigo ou parente; 
remoção “ex officio” de um servidor como forma de 
punição. 
 
O fim mediato almejado por todo ato administrativo é o 
interesse público e qualquer ato praticado pelo agente 
público com outra finalidade será nulo. 
 
Todo abuso de poder caracteriza uma ilegalidade, mas 
nem toda ilegalidade decorre de conduta abusiva. 
 
A conseqüência do abuso de poder é a invalidação do 
ato. Tal invalidação pode ser intentada na própria esfera 
administrativa, ou, junto ao Poder Judiciário. Além disso, o 
agente que atuar com abuso de poder poderá, conforme o 
caso, ter sua conduta tipificada também como ilícito penal. 
 
4.5 Modalidades de exercício do Poder de Polícia 
 
- Preventivo: O Poder de Polícia estabelece normas 
que limitam ou condicionam a utilização de bens 
(públicos ou privados) ou o exercício de atividades 
privadas que afetem a coletividade. 
 
O alvará divide-se em licença (ato vinculado e 
definitivo) e autorização (ato discricionário e precário, 
passível de revogação). 
 
- Repressivo: Aplicação de sanções administrativas, 
como consequência da prática de infrações a normas 
de polícia pelos particulares a ela sujeitos. Verificada a 
infração, lavra-se o auto. 
 
 
QUESTÕES 
 
01. (Analista Judiciário – Execução de Mandados – 
TRT/19ª Região) - A ocorrência de desvio de 
finalidade manifesta-se quando o ato 
administrativo é praticado 
(A) com objetivo diverso daquele explicitado na motivação, 
ou previsto na lei. 
(B) sem observância dos requisitos de legalidade quanto à 
matéria de mérito. 
(C) a despeito de terem sido verificados inexistentes os 
fatos que ensejaram sua edição. 
(D) de modo que seu resultado importa em violação de lei, 
regulamento ou outro ato normativo. 
(E) sem a observância das regras aplicáveis de 
competência, ou com excesso de poder. 
 
02. (Analista Judiciário – Execução de Mandados – 
TRF 4ª região/2010) - No que se refere aos poderes 
administrativos, é certo que 
(A) não há hierarquia nos Poderes Judiciário e Legislativo, 
tanto nas funções constitucionais, como nas 
administrativas. 
(B) o termo polícia judiciária tem o mesmo significado de 
polícia administrativa. 
(C) o poder disciplinar confunde-se com o poder 
hierárquico. 
(D) o poder discricionário não se confunde com a 
arbitrariedade. 
PROFª. EMILLY ALBUQUERQUE – PODERES E ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
(E) o poder será vinculado quando o Administrador pode 
optar dentro de um juízo de conveniênciae 
oportunidade. 
 
03. (Analista Judiciário – Execução de Mandados – 
TRT 21ª Região/2008) - O decreto 
I. será autônomo quando produza efeitos gerais e 
discipline matéria não regulamentada em lei. 
II. inominado é ato normativo originário quando 
comparado à lei. 
III. que produzir efeitos gerais será regulamentar, quando 
expedido nos termos da Constituição Federal, para fiel 
execução da lei. 
IV. somente poderá ser considerado ato administrativo 
propriamente dito quando tiver efeito concreto, 
enquanto que o decreto geral é ato normativo. 
V. é a forma de que se revestem os atos individuais ou 
gerais emanados dos chefes dos Poderes Executivo, 
Legislativo e Judiciário. 
Está correto APENAS o que se afirma em 
(A) I, II e III. 
(B) I, II e IV. 
(C) I, III e IV. 
(D) II, III e V. 
(E) III, IV e V. 
 
04. (Analista Judiciário –Área Judiciária – TRE 
Acre/2010) - A fim de explicar o modo de execução 
de uma lei, o Chefe do Poder Executivo deve 
expedir 
(A) uma resolução, que é ato administrativo do poder 
normativo ao qual os administrados devem obediência 
e que não depende de aprovação de outro órgão. 
(B) um projeto de lei sobre a matéria, que é manifestação 
expressa da legitimidade de seu poder-dever de 
iniciativa legislativa. 
(C) uma circular, que é ato administrativo interno e geral 
baseado no poder hierárquico e que explica o 
necessário para a aplicação da lei. 
(D) um decreto, que é ato administrativo geral e normativo 
e manifestação expressa de seu poder regulamentar. 
(E) uma instrução normativa, que é ordem escrita, geral, 
oriunda do poder disciplinar e determinadora do modo 
pelo qual a lei será aplicada. 
 
05. (Analista Judiciário – Área Judiciária –TRE 
BA/2008) - O poder hierárquico 
(A) permite a avaliação subjetiva da legalidade de ordens 
emanadas do superior. 
(B) determina o cumprimento de todas as ordens 
expressas emanadas do superior. 
(C) impõe o cumprimento de ordem superior, salvo se 
manifestamente ilegal. 
(D) confunde-se com o poder disciplinar, do qual é 
decorrência. 
(E) aplica-se também às funções próprias do Poder 
Judiciário e do Poder Legislativo. 
 
06. (Analista Judiciário – Área Judiciária –TRE 
BA/2008) - A revisão dos atos subordinados 
configura uma das faculdades do poder 
(A) discricionário. 
(B) de polícia. 
(C) disciplinar. 
(D) hierárquico. 
(E) regulamentar. 
 
07. (Analista Judiciário – Área Judiciária –TRE 
Ceará/2002) - É exemplo de atividade própria do 
poder de polícia, entendido como polícia 
administrativa, 
(A) a aplicação de multa contratual, em contrato 
administrativo, pela Administração ao particular 
contratado. 
(B) a restrição imposta, por agentes administrativos, à 
realização de uma passeata nas vias públicas. 
(C) o policiamento ostensivo realizado nas ruas pela 
polícia militar. 
(D) a atividade investigativa realizada pela polícia civil em 
um inquérito policial. 
(E) a prisão em flagrante de um criminoso por qualquer do 
povo. 
 
08. (Analista Judiciário – Área Judiciária – TRF 5ª 
Região / 2006) - NÃO é consequência do poder 
hierárquico de uma autoridade administrativa 
federal, o poder de 
(A) dar ordens aos seus subordinados. 
(B) rever atos praticados por seus subordinados. 
(C) resolver conflitos de competências entre seus 
subordinados. 
(D) delegar competência para seus subordinados editarem 
atos de caráter normativo. 
(E) aplicar penalidades aos seus subordinados, 
observadas as garantias processuais. 
 
09. (Técnico Judiciário – Área Administrativa – TRE 
CE/2002) - É exemplo de exercício do poder 
hierárquico da Administração a 
(A) aplicação de uma multa de trânsito. 
(B) aplicação de uma sanção contratual pela 
Administração em um contrato Administrativo. 
(C) revogação de um ato administrativo pela autoridade 
superior ao agente administrativo que o praticou. 
(D) anulação de um ato administrativo pelo Poder 
Judiciário. 
(E) anulação de um ato administrativo pelo próprio agente 
que o praticou. 
 
10. (Técnico Judiciário – Área Administrativa – TRT 
5ª Região / 2008) - Ocorre desvio de finalidade na 
prática do ato administrativo, quando 
(A) o ato não se incluir nas atribuições legais do agente 
que o praticou. 
(B) o ato for omisso em relação a formalidades 
indispensáveis à sua existência. 
(C) a matéria de fato que fundamenta o ato é juridicamente 
inadequada ao resultado obtido. 
(D) o agente pratica o ato visando a objetivo diverso do 
estabelecido na regra de competência. 
(E) o resultado do ato importa em violação de lei, 
regulamento ou outro ato normativo. 
31/03/03 - 09:58 
11. (Técnico Judiciário – Área Administrativa – TRT 
5ª Região/2008) - Quando a Administração pode 
escolher entre duas ou mais opções, no caso 
concreto, segundo critérios de oportunidade e 
conveniência, pratica ato 
(A) discricionário. 
(B) vinculado. 
(C) arbitrário. 
(D) jurisdicional. 
(E) imperativo. 
 
12. (Defensor Público – Maranhão/2008) - As limitações 
ao direito de propriedade decorrentes do poder de 
polícia da Administração 
PROFª. EMILLY ALBUQUERQUE – PODERES E ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
(A) independem de lei, uma vez que compete à 
Administração definir as razões de interesse público 
ensejadoras de sua instituição. 
(B) dependem de um fundamento de interesse público e 
devem se restringir ao estritamente necessário ao seu 
atendimento. 
(C) são ilegais em razão do caráter absoluto do direito de 
propriedade. 
(D) podem ser instituídas por entidades privadas, que 
exerçam o poder de polícia por delegação. 
(E) independem de um fundamento de interesse público, 
pois subordinam-se às razões de conveniência e 
oportunidade do órgão competente. 
 
13. (Procurador Judicial do Município de Recife/2006) - 
“Considera-se poder de polícia a atividade da 
administração pública que, limitando ou 
disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula 
a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de 
interesse público (...)”. 
 
A partir da definição constante do art. 78 do Código 
Tributário Nacional, é correto afirmar que o poder 
de polícia 
(A) é atividade estritamente vinculada, que não admite 
discricionariedade por parte da Administração. 
(B) compreende a faculdade de editar regulamentos 
disciplinadores dos direitos individuais, observados os 
limites legais. 
(C) pode ser objeto de delegação de competência, 
inclusive para entidades externas à Administração 
Pública. 
(D) restringe-se à prática de atos materiais pela 
Administração, condicionadores de direitos, tais como 
licenças e autorizações. 
(E) não pode ter por objeto direitos e liberdades individuais 
garantidos pela Constituição, que estão imunes à 
atuação do Poder Executivo. 
 
14. (Procurador Judicial do Município de Recife/2008) - 
No exercício de seu poder normativo, o Presidente 
da República, por decreto, disciplina aspectos do 
funcionamento da Administração Pública federal, 
sem, com isso, importar aumento de despesas, 
extinguindo, aliás, cargos públicos ocupados por 
servidores cuja remuneração elevava os índices de 
despesa com pessoal para além dos limites fixados 
pela Lei de Responsabilidade Fiscal. O decreto em 
questão 
(A) violou o ordenamento constitucional, por disciplinar o 
funcionamento da Administração, o que é matéria de 
reserva legal. 
(B) violou o ordenamento constitucional, por extinguir os 
cargos em questão, o que contraria disposição 
expressa da Constituição Federal. 
(C) está de acordo com a Constituição, que prevê 
expressamente essa medida em defesa da 
responsabilidade fiscal. 
(D) está de acordo com a Constituição, ainda que não 
amparado expressamente por nenhum de seus 
dispositivos, pois se enquadra genericamente na 
competência do Presidente da República para editar 
decretos autônomos, que possuem eficácia imediata. 
(E) está de acordo com a Constituição, ainda que não 
amparado expressamente por nenhum de seus 
dispositivos, pois se enquadra genericamente na 
competência do Presidente da República para editar 
decretosautônomos, que devem ser aprovados pelo 
Congresso Nacional para produzir efeitos. 
 
15. (Procurador Judicial do Município de Recife/2008) - 
Considere as relações jurídicas estabelecidas 
entre: 
I. O Presidente da Republica e o Prefeito de um 
Município. 
II. O Prefeito de um Município e um Secretário desse 
Município. 
III. O Prefeito de um Município e o Presidente de uma 
autarquia desse Município. 
 
Conforme a doutrina administrativista, há vínculos de 
hierarquia 
(A) nas relações mencionadas nos itens I, II e III. 
(B) apenas nas relações mencionadas nos itens I e II. 
(C) apenas nas relações mencionadas nos itens II e III. 
(D) apenas na relação mencionada no item II. 
(E) apenas na relação mencionada no item III. 
 
16. (Juiz de Direito Substituto – TJ RN/2007) - De 
acordo com a Constituição Federal, configura 
hipótese de atuação do poder normativo do Poder 
Executivo, por decreto, independentemente de lei, 
a 
(A) criação de Ministérios. 
(B) extinção de cargos públicos vagos. 
(C) criação de cargos públicos. 
(D) fixação dos efetivos das Forças Armadas. 
(E) definição da organização administrativa dos Territórios. 
17. (Procurador do Estado – 3ª Classe – Maranhão SET 
/ 2005) - Considere um dispositivo constitucional 
que crie obrigação aos indivíduos, mas cuja 
aplicação dependa de disciplina legal. Suponha 
que ainda não exista lei a respeito dessa matéria. 
Numa situação hipotética, o Presidente da 
República, pretendendo ver aplicado tal 
dispositivo, formula consulta a parecerista que 
apresenta, entre outras, as seguintes conclusões: 
(i) o Presidente da República pode diretamente 
regulamentar a matéria por decreto, posto que o Direito 
brasileiro, com a Emenda Constitucional no 32/01, 
passou a acolher o regulamento autônomo; 
(ii) a competência do Presidente da República para 
expedir decretos regulamentares pode, como regra 
geral, ser delegada aos Ministros; 
(iii) os decretos regulamentares, por serem atos de 
competência privativa do Presidente da República, não 
são passíveis de controle pelo Poder Legislativo, 
submetendo-se apenas ao controle judicial de 
constitucionalidade. Das conclusões acima 
 
(A) apenas a (i) está de acordo com a Constituição 
Federal. 
(B) apenas a (ii) está de acordo com a Constituição 
Federal. 
(C) apenas a (iii) está de acordo com a Constituição 
Federal. 
(D) todas estão de acordo com a Constituição Federal. 
(E) nenhuma está de acordo com a Constituição Federal. 
 
18. (Defensor Público – 1ª Classe – Maranhão Set/2006) 
- Determinada autoridade administrativa presencia 
a prática de um ato ilícito por parte de um cidadão, 
passível de sanção no âmbito administrativo. 
Sendo assim, tratando-se de autoridade 
competente, decide aplicar-lhe e executar 
diretamente a pena. Tal procedimento 
(A) é compatível com o ordenamento constitucional 
brasileiro, fundamentando-se na auto-executoriedade 
dos atos administrativos. 
PROFª. EMILLY ALBUQUERQUE – PODERES E ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
(B) é compatível com o ordenamento constitucional 
brasileiro, fundamentando-se na auto-tutela dos atos 
administrativos. 
(C) é compatível com o ordenamento constitucional 
brasileiro, fundamentando-se na imperatividade dos 
atos administrativos. 
(D) é compatível com o ordenamento constitucional 
brasileiro, fundamentando-se na presunção de 
legalidade dos atos administrativos. 
(E) viola as disposições constitucionais acerca do devido 
processo legal, também aplicáveis no âmbito 
administrativo. 
 
19. (Procurador do Estado – 3ª Classe – PGE Bahia – 
Novembro/2006) - Constitui manifestação do poder 
de polícia administrativa: 
(A) rescisão unilateral de contratos administrativos. 
(B) avocação de atribuições, desde que não sejam da 
competência exclusiva do órgão subordinado. 
(C) edição de atos visando a disciplinar a restringir o uso e 
gozo de bens, atividades e direitos individuais. 
(D) expedição de atos normativos, com o objetivo de 
ordenar a atuação dos órgãos subordinados. 
(E) aplicação de sanções disciplinares. 
 
20. (Assessor Jurídico – Tribunal de Contas do 
Piauí/2010) - O desvio de poder, em matéria de atos 
administrativos, configura vício relativo ao 
elemento 
(A) agente. 
(B) forma. 
(C) objeto. 
(D) motivo. 
(E))finalidade. 
 
21. (Assessor Jurídico – Tribunal de Contas do 
Piauí/2010) - Determinada autoridade presencia a 
prática de um ilícito administrativo por um 
subordinado seu. Nesse caso, a aplicação da 
penalidade ao autor do ilícito 
(A) não depende de processo administrativo, incidindo a 
regra da "verdade sabida". 
(B) não depende de processo administrativo, incidindo o 
princípio da autotutela administrativa. 
(C) ainda assim depende de processo administrativo, no 
qual pode ser dispensada a manifestação do autor do 
ilícito, a critério da autoridade. 
(D) ainda assim depende de processo administrativo, no 
qual, porém, não será admitido recurso, incidindo a 
regra da "verdade sabida". 
(E) ainda assim depende de processo administrativo, no 
qual devem ser assegurados ao autor do ilícito o 
contraditório e a ampla defesa. 
 
22. (Auditor – Tribunal de Contas do Estado de 
Sergipe) - Observe o que segue: 
I. Poder regrado é aquele que a lei confere à 
Administração Pública para a prática de ato de sua 
competência, mediante livre valoração quanto à 
conveniência. 
II. Poder discricionário é aquele que o Direito concede à 
Administração, de modo implícito, para a prática de 
atos administrativos com liberdade na escolha de sua 
qualidade, competência e finalidade. 
III. Poder vinculado é aquele que o Direito Positivo confere 
à Administração Pública para a prática de ato de sua 
competência, determinando os elementos e requisitos 
à sua formalização. 
IV. Poder discricionário é o que o Direito concede à 
Administração, de modo explicito ou implícito, para a 
prática de atos administrativos com liberdade de 
escolha de sua conveniência, oportunidade e 
conteúdo. 
V. Poder vinculado consiste naquele concedido 
implicitamente pelo Direito à Administração, para a 
prática de atos administrativos mediante certo grau de 
liberdade quanto à conveniência e oportunidade. 
 
Em matéria de poderes administrativos, APENAS são 
corretas as assertivas 
(A) I e II 
(B) I e V 
(C) II e III 
(D))III e IV 
(E) IV e V 
 
23. (Subprocurador – Tribunal de Contas do Estado de 
Sergipe – Janeiro/2009) - No exercício de seu poder 
regulamentar, cabe ao chefe do Poder Executivo 
federal 
(A) sancionar leis cujos projetos foram aprovados pelo 
Congresso Nacional. 
(B) decretar o estado de defesa e o estado de sítio. 
(C) celebrar tratados e convenções internacionais. 
(D) expedir decretos para a execução das leis. 
(E) decretar e executar a intervenção federal. 
 
24. (Advogado – DESENBAHIA/2010) - A avocação de 
um ato decorre do poder 
(A) de polícia, quando houver motivos que levem o 
administrador público a limitar qualquer atividade 
privada ou estatal. 
(B) discricionário, podendo ser avocada qualquer 
atribuição, ainda que conferida a determinado órgão ou 
agente. 
(C) regulamentar, em que se substitui a competência 
inferior pela superior, com todas as consequências 
dessa substituição. 
(D) vinculado, mas que não desonera o inferior de toda a 
responsabilidade pelo ato avocado pelo superior. 
(E) hierárquico, não podendo ser avocada atribuição que a 
lei expressamente confere a determinado órgão ou 
agente. 
28/11/02 - 
25. (Advogado – DESENBAHIA) - O ato de polícia 
administrativa tem como características, dentre 
outras, 
(A) incidir nas pessoas e em todos os setores da 
sociedade. 
(B) submeter-se apenas ao controle judicial por ser 
sempre vinculado. 
(C) ser editado pela Administração Pública ou por quem 
lhe faça as vezes. 
(D) ser essencialmente repressivo, não cabendo em 
caráter preventivo. 
(E) comportar sanções desde que estejam previstas em 
decretos. 
28/11/02 – 
26. (Procurador do Estado do Rio Grande do 
Norte/2009) - A atividade do Estado consistenteem 
limitar o exercício dos direitos individuais em 
benefício do interesse público é chamada de: 
(A) Poder hierárquico. 
(B) Poder de polícia. 
(C) Serviço público. 
(D) Atividade de fomento. 
(E) Poder regulamentar. 
 
27. (Analista Judiciário – Jud - TRE-PE/2008) - No que 
tange aos poderes administrativos, é INCORRETO 
afirmar que 
PROFª. EMILLY ALBUQUERQUE – PODERES E ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
(A) o conceito legal de poder de polícia encontra-se no 
Código Tributário Nacional, por ser o exercício desse 
poder um dos fatos geradores da taxa. 
(B) a principal diferença, embora não absoluta, entre as 
polícias administrativa e a judiciária está no caráter 
preventivo, de regra, da primeira e no repressivo da 
segunda. 
(C) os meios de atuação do poder de polícia são os atos 
normativos em geral e os atos administrativos e 
operações materiais de aplicação da lei ao caso 
concreto. 
(D) o poder de polícia é exercido pelo Estado nas áreas 
administrativa e judiciária, sendo que a polícia 
administrativa é privativa de corporações 
especializadas como a polícia civil e a militar. 
(E) são atributos do poder de polícia a discricionariedade, 
a auto-executoriedade e a coercibilidade, além do 
fato de corresponder a uma atividade negativa. 
 
28. (Analista Judiciário – Jud - TRE-PE/2008) - O poder 
disciplinar na Administração Pública é cabível 
para 
(A) regulamentar lei ou ato normativo de forma 
independente ou autônoma, inovando a ordem 
jurídica por estabelecer normas ainda não 
disciplinadas em lei. 
(B) instaurar inquérito administrativo, processar e aplicar 
penalidades apenas aos servidores públicos que 
infringem os respectivos estatutos. 
(C) apurar infrações e aplicar penalidades aos servido- 
res públicos e demais pessoas sujeitas à disciplina 
administrativa a exemplo das pessoas que com ela 
contratam. 
(D) investigar irregularidades e aplicar penas aos servi- 
dores públicos e particulares, mesmo aqueles não 
sujeitos à disciplina interna da Administração Pública. 
(E) limitar ou disciplinar direito, interesse ou liberdade, 
com o objetivo de regular a prática de ato ou abstenção 
de fato, em razão do interesse público. 
29. (Analista Judiciário – Jud/Exec Mand – TRF 4ª 
R/2007) - No que tange aos poderes 
administrativos, considere as seguintes 
proposições: 
I. A prerrogativa de que dispõe o Executivo para ordenar 
e rever a atuação de seus agentes, estabelecendo 
uma relação de subordinação, corresponde ao poder 
disciplinar. 
II. O poder regulamentar autoriza os Chefes dos Poderes 
Executivos a explicar a lei para sua correta e fiel 
execução. 
III. O poder de polícia autoriza a Administração a 
condicionar, frenar o uso e gozo de bens, atividade e 
direitos individuais, em prol da coletividade ou do 
próprio Estado. 
IV. A discricionariedade permite que o administrador 
público pratique o ato com liberdade na escolha de sua 
conveniência, oportunidade, conteúdo e forma. 
 
Estão corretas APENAS as afirmações 
(A) I e II. 
(B) I e III. 
(C) I, III e IV. 
(D) II e III. 
(E) II, III e IV. 
 
30. (Procurador do Estado de São Paulo/2009) - As 
medidas de polícia administrativa 
(A) são marcadas pelo atributo da exigibilidade, que 
dispensa a Administração de recorrer ao Poder 
Judiciário para executá-las. 
(B) podem ser apenas implementadas mediante prévia 
autorização judicial, por não serem auto-executórias. 
(C) podem ser auto-executórias, de acordo com a 
decisão arbitrária da autoridade administrativa. 
(D) são auto-executórias, se necessárias para a defesa 
urgente do interesse público. 
(E) tipificam hipótese de indevida coação administrativa, 
quando auto-executadas pelo administrador sem 
autorização legal. 
 
31. (Analista Judiciário – TRT AP – 2011) No que 
concerne aos poderes discricionário e vinculado, é 
correto afirmar que 
(A) o ato discricionário, quando autorizado pelo direito, é 
legal e válido; o ato arbitrário é sempre ilegítimo e 
inválido. 
(B) para a prática de ato vinculado, a autoridade pública 
não está adstrita à lei em todos os seus elementos 
formadores. 
(C) no ato discricionário, há liberdade de atuação quanto a 
todos os requisitos dos atos administrativos. 
(D) o ato discricionário, em qualquer hipótese, é imune à 
apreciação judicial. 
(E) a atividade discricionária, por implicar em liberdade ao 
administrador público, não se sujeita aos princípios 
gerais do Direito e aos preceitos da moralidade 
administrativa. 
 
32. (Analista Judiciário – TRT AP – 2011) NÃO constitui 
objetivo do poder hierárquico o ato (ou a conduta) 
de 
(A) ordenar. 
(B) sancionar. 
(C) controlar. 
(D) coordenar. 
(E) corrigir. 
 
33. (Analista Judiciário – TRT RN – 2011) Sobre o poder 
de polícia, considere: 
I. A diferença entre a polícia administrativa e a polícia 
judiciária se dá, dentre outros elementos, pela 
ocorrência ou não de ilícito penal. 
II. A Polícia Militar não atua na esfera da polícia 
administrativa, sendo corporação especializada. 
III. A polícia administrativa não envolve os atos de 
fiscalização. 
IV. A auto-executoriedade é um dos atributos do poder de 
polícia. 
 
Está correto o que se afirma APENAS em 
(A) I, II e III. 
(B) I e IV. 
(C) II, III e IV. 
(D) II e IV. 
 
34. (Analista Judiciário – Direito – 2011) Sobre o 
controle administrativo da Administração Pública é 
INCORRETO afirmar que 
(A) o recurso hierárquico impróprio é dirigido para a 
mesma autoridade que expediu o ato recorrido. 
(B) o recurso hierárquico próprio é dirigido para a 
autoridade imediatamente superior, dentro do mesmo 
órgão em que o ato foi praticado. 
(C) a representação, em regra, é denúncia de 
irregularidade feita perante a própria Administração. 
(D) a revisão é recurso a que faz jus servidor público 
punido pela Administração, para reexame da decisão. 
(E) a expressão coisa julgada administrativa significa que 
a decisão se tornou irretratável pela própria 
Administração. 
PROFª. EMILLY ALBUQUERQUE – PODERES E ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
 
 
GABARITO: 
 
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 
A D C D C D B D C D 
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 
A B B B D B E E C E 
21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 
E D D E C B D C D D 
31 32 33 34 
A B D A 
 
 
5 – ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
5.1 Conceito: 
 
É toda manifestação unilateral de vontade da 
Administração Pública que, agindo nessa qualidade, tenha 
por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, 
extinguir e declarar direitos, ou impor obrigações aos 
administrados ou a si própria. 
 
- Quem edita: a Administração Pública; 
- Como: debaixo de regras de Direito Público; 
- Para que: preservação dos interesses da 
coletividade. 
 
Celso Antônio Bandeira de Mello conceitua ato 
administrativo como toda “declaração do Estado, ou de 
quem lhe faças as vezes, no exercício de prerrogativas 
públicas, manifestada mediante providências jurídicas 
complementares da lei, a título de lhe dar cumprimento, 
sujeito a controle de legitimidade por órgão jurisdicional”. 
 
Para Hely Lopes Meirelles ato administrativo consiste 
em “toda manifestação unilateral de vontade da 
Administração Pública que, agindo nessa qualidade, tenha 
por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, 
extinguir e declarar direitos, ou impor obrigações aos 
administrados ou a si própria”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Maria Sylvia Zanella Di Pietro entende o ato como uma 
“declaração do Estado ou de quem o represente, que 
produz efeitos jurídicos imediatos, com observância da 
Lei, sob regime jurídico de direito público e sujeita a 
controle pelo Poder Judiciário”. 
 
As regras que comandam a edição desses atos são de 
Direito Público, logo, não são as mesmas que comandam 
os atos dos particulares. As regras de Direito Público 
conferem atributos e requisitos de validade que não se 
estendem aos particulares. 
 
Os atos administrativospodem ser: típicos e atípicos; 
unilateral ou bilateral; vinculado e discricionário. Os atos 
típicos são aqueles praticados pela administração no uso 
de seus poderes estatais. Os atos atípicos, também 
chamados de ato da administração, são os que não 
envolvem esses poderes; sendo regidos pelo direito civil e 
comercial e pelas normas usuais de direito público. 
 
5.2 Ato e Fato Administrativo 
 
Após a apresentação do conceito atribuído ao Ato 
Administrativo, faz-se necessário apresentar as diferenças 
do Ato e do Fato Administrativo. 
 
Sobre o assunto é preciso advertir que a doutrinadora 
Maria Sylvia Zanella Di Pietro diferencia fato 
administrativo de fato da administração, sendo que o 
primeiro ocorreria somente quando o fato produziria 
efeitos jurídicos, enquanto que o segundo, o contrário. 
 
Já os Atos da Administração possuem um conceito 
mais abrangente e representam todo e qualquer ato 
praticado no exercício da função administrativa. Nesse 
sentido, o ato administrativo é uma espécie de ato da 
administração, conforme segue: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROFª. EMILLY ALBUQUERQUE – PODERES E ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
5.3 Requisitos ou elementos do Ato Administrativo: 
 
Todo ato administrativo é formado por requisitos ou 
elementos. Prevalece o entendimento que os requisitos ou 
elementos do ato administrativo são: 
 
- Competência: 
 
Competência é o conjunto de atribuições das pessoas 
jurídicas, órgãos e agentes, fixados pelo direito positivo. 
Desse modo, nenhum ato pode ser realizado validamente 
sem que o agente disponha de poder legal para praticá-lo. 
 
É importante destacar que os poderes são conferidos 
aos agentes públicos na medida de suas atribuições e 
cada agente público possui poderes específicos definidos 
por lei. Assim, a competência decorre sempre da lei, não 
podendo o próprio órgão estabelecer, por si, suas 
atribuições. É também inderrogável, seja pela vontade da 
Administração ou por acordo com terceiros. 
 
Por fim, temos que esclarecer que a competência pode 
ser objeto de delegação (transferência de atribuições) ou 
de avocação (atrair atribuição de outrem), desde que não 
se trate de competência conferida a determinado órgão ou 
agente, com exclusividade, pela Lei. 
 
Destacamos ainda o disposto no art. 13 da Lei nº 
9.784/99, que trata de matérias impossibilitadas de 
delegação: a edição de atos de caráter normativo; a 
decisão de recursos administrativos; as matérias de 
competência exclusiva do órgão ou autoridade. 
 
- Finalidade: 
 
É o objetivo do interesse público a atingir (sentido 
amplo). É o resultado, definido em lei, que o ato produzir 
(sentido restrito). Se o ato administrativo for praticado com 
outro objeto, que não seja o interesse público, o agente 
incidirá em desvio de poder, e o ato será considerado nulo. 
 
- Forma: 
 
É o meio pelo qual se exterioriza a vontade do agente. 
A Administração Pública exige a forma escrita e solene 
para seus atos, o que possui exceções, como na Lei de 
Processo Administrativo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Excepcionalmente, admitem-se formas não-escritas, 
como as verbais (ordens dadas pelo chefe ao seu 
subordinado), gestuais (guarda de trânsito gesticulando 
para automóveis seguirem no fluxo do trânsito), placas etc. 
 
- Motivo: 
 
É o pressuposto de fato e de direito que fundamenta o 
ato administrativo. A análise dos motivos mostra-se 
relevante para se constatar a aplicação do princípio da 
impessoalidade e da moralidade administrativa. 
 
A ausência de motivo em um ato ou mesmo a indicação 
de um motivo falso faz surgir o vício. Trata-se da Teoria 
dos Motivos Determinantes, em que a obrigatoriedade da 
existência dos motivos alegados é que determinam a 
prática do ato administrativo. Só é válido o ato, se os 
motivos acontecerem. Mesmo nos atos discricionários, 
onde o motivo é facultativo, se o agente decidir motivar, 
este deverá ser verdadeiro, sob pena de nulidade do ato. 
 
- Objeto: 
 
É o efeito jurídico imediato do ato administrativo, que 
cria, modifica ou extingue uma relação jurídica. Trata-se 
do resultado prático do ato e consiste na própria alteração 
no mundo jurídico a que o ato se propõe. 
 
OBS.: Diferenças entre Ato Jurídico e Ato Administrativo: 
 
O primeiro requisito do ato administrativo é a 
competência (equivalente ao agente capaz do Código 
Civil). O ato será inválido se for praticado por quem não 
tem legitimidade para tal. 
O segundo requisito do ato administrativo é o objeto. 
Para a Administração objeto lícito é aquele que a lei 
expressamente determina. Para o particular objeto lícito é 
todo aquele que a lei não proíbe. 
 
O terceiro requisito de validade é a forma. Para a 
Administração a forma é somente aquela expressamente 
prevista em lei. Para os particulares é a não proibida por 
lei. 
 
Geralmente a forma utilizada pela Administração é a 
escrita, existindo exceções. 
 
Exemplo: os apitos e gestos de um guarda de trânsito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROFª. EMILLY ALBUQUERQUE – PODERES E ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
5.4 O silêncio do Ato Administrativo 
 
Uma questão interessante que merece ser analisada 
no tocante ao ato administrativo é a omissão da 
Administração Pública ou, o chamado silêncio 
administrativo. 
 
Essa omissão é verificada quando a administração 
deveria expressar uma pronuncia quando provocada por 
administrado, ou para fins de controle de outro órgão e, 
não o faz. 
Para Celso Antônio Bandeira de Mello, o silêncio da 
administração não é um ato jurídico, mas quando produz 
efeitos jurídicos, pode ser um fato jurídico administrativo. 
 
5.5 Atributos do Ato Administrativo: 
 
Não aparecem de forma gratuita, pois a Administração 
preserva os interesses da coletividade. 
 
- Presunção de legitimidade/veracidade: 
 
Todos os atos administrativos nascem com a 
presunção de legitimidade, ou seja, a presunção de que 
nasceram de acordo com as devidas normas legais. A 
presunção não é absoluta, admitindo prova em contrário 
(“juris tantum”). Até que essa prova apareça, os atos 
pressupõem-se legítimos e são de cumprimento 
obrigatório. Ex.: Execução de Dívida Ativa – cabe ao 
particular o ônus de provar que não deve ou que o valor 
está errado. 
 
Alguns doutrinadores utilizam a expressão presunção 
de legitimidade como sinônima de veracidade. Entretanto, 
outros fazem uma distinção sutil, tal como Maria Sylvia 
Zanella Di Pietro e Celso Antônio Bandeira de Mello: 
presunção de legitimidade diz respeito à conformidade do 
ato com a lei, enquanto que a veracidade diz respeito aos 
fatos. 
 
- Imperatividade: 
 
É o atributo pelo qual os atos administrativos se 
impõem a terceiros, independentemente de sua 
concordância. Ex.: Secretário de Saúde quando dita 
normas de higiene – decorre do exercício do Poder de 
Polícia – pode impor obrigação para o administrado. É o 
denominado poder extroverso da Administração. 
 
Destacamos que a qualidade da imperatividade do ato 
administrativo o distancia dos atos privados, vez que 
nesses, alguém só estará obrigado a fazer algo se 
concordar com essa determinação. Exceção a esta regra 
são os atos negociais, como a licença, a permissão e a 
autorização, que só podem ser praticados se existir um 
encontro de vontades entre particular e Administração. 
 
- Auto-executoriedade: 
 
Consiste na possibilidade que certos atos 
administrativos poderem ser postos em execução pela 
própria Administração, sem necessidade de intervenção 
do Poder Judiciário. 
 
A justificativa de existência desse atributo reside no 
Princípio da Separação dos Poderes (art. 2º da CF/88), 
autorizando o Poder Executivo (Administração Pública) a 
praticar suas ações sem precisar de manifestação ou 
autorização do Poder Judiciário. 
 
Ex.: para lavrar um auto de infração em uma discoteca 
tocando músicas acima do volume permitido, o fiscal não 
precisa de nenhuma autorização,nem mesmo judicial. 
 
Vale lembrar que o único controle que o Judiciário pode 
fazer dos atos da Administração é o controle de legalidade, 
ou seja, esse controle só pode existir quando o ato é ilícito. 
 
Observações: 
 
Para Marçal Justen Filho só deve ser aplicada em 
situações excepcionais e observados os princípios da 
legalidade e da proporcionalidade. Não há auto-
executoriedade sem lei que a preveja, e mesmo assim a 
auto-executoriedade só deverá ser aplicada quando não 
existir outra alternativa menos lesiva. 
 
José dos Santos Carvalho Filho cita como exemplo do 
exercício da auto-executoriedade, a destruição de bens 
impróprios para o consumo público, a demolição de obra 
que apresenta risco iminente de desabamento. A vigente 
Constituição traça limites à executoriedade em seu art. 5º, 
LV, contudo mencionada restrição constitucional não 
suprime o atributo da auto-executoriedade do ato 
administrativo, até porque, sem ele, dificilmente poderia a 
Administração em certos momentos concluir seus projetos 
administrativos. 
- Tipicidade: 
É o atributo do ato administrativo que determina que o 
ato deve corresponder a uma das figuras definidas 
previamente pela lei, como aptas a produzir determinados 
resultados, sendo corolário, portanto, do princípio da 
legalidade. 
A sua função é impossibilitar que a Administração 
venha a praticar de atos inominados, representando, pois, 
uma garantia ao administrado, já que impede que a 
Administração pratique um ato unilateral e coercitivo sem 
a prévia previsão legal. Representa, também, a segurança 
de que o ato administrativo não pode ser totalmente 
discricionário, pois a lei define os limites em que a 
discricionariedade poderá ser exercida. 
Esses atributos só existem nos atos unilaterais, não 
sendo encontrados nos contratos. 
Obs.: Não confundir exigibilidade com tipicidade. 
A exigibilidade é um dos aspectos da auto-executorie-
dade, referindo-se aos meios à disposição da 
Administração para fazer valer o seu "império", mas com 
a utilização, em todo caso, de meios indiretos de coerção. 
Em síntese, ao ultrapassar um sinal no vermelho, além 
da infração, em vermelho ficará a conta, em face da 
aplicação de multa pela Administração, enfim, a 
Administração pode aplicar diretamente a multa, visando 
ao seu reenquadramento às normas vigentes, sob pena de 
dissolução da sociedade. 
PROFª. EMILLY ALBUQUERQUE – PODERES E ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
Todavia, observe que a multa não pode ser, via de 
regra, cobrada diretamente, ou seja, não possui 
EXECUTORIEDADE quanto à cobrança, dependendo da 
ajuda do Judiciário para a devida execução. A multa é 
exigível, mas não auto-executável. Mas, com certeza, 
empurra-nos ao cumprimento da obrigação imposta, pois, 
em determinados casos, não podemos sequer renovar a 
licença anual, existe forma mais "INDIRETA". 
Por sua vez, a tipicidade, atributo pertinente aos ATOS 
UNILATERAIS, diz respeito ao fato de para cada objetivo 
traçado pela Administração existe instrumento adequado 
para o seu alcance. Exemplo: se é demissão, faz-se por 
Decreto; se é nomeação de comissão de sindicância, faz-
se por Portaria; se é desapropriação, faz-se por Decreto; 
se visa diligência a outros órgãos, faz-se Ofício; e assim 
em diante. Em suma, para cada finalidade, existe um 
instrumento próprio. 
Di Pietro, acertadamente, assevera que a tipicidade 
garante maior segurança jurídica aos administrados, 
atendendo ainda ao princípio da legalidade. 
 
5.6 Discricionariedade e Vinculação 
 
Para melhor estudar o ato administrativo e suas 
conseqüências, principalmente ressaltando as diferenças 
entre os atos vinculados e os discricionários, parte-se da 
premissa de que o regime de direito público objetiva, em 
sua grande parte, impedir que o sujeito que atua no órgão 
público seja orientado para satisfação de suas vontades 
individuais, mas sim, que busque resultados favoráveis a 
toda coletividade. 
 
Desse modo, um ato administrativo pode se apresentar 
como discricionário ou vinculado, de acordo com a sua 
origem e extensão. Vejamos: 
 
a) Vinculado ou Regrado 
 
É aquele que o administrador não tem liberdade de 
escolha, estando a sua vontade adstrita exclusivamente à 
lei. Ex: concessão de aposentadoria quando preenchidos 
os requisitos legais. 
 
A lei determina os elementos e requisitos necessários 
à sua formalização, ou seja, já estabelece um único modo 
de agir pelo administrador diante do caso concreto. Com 
efeito, a lei regulou o ato de tal forma que não há espaços 
para juízos de conveniência e oportunidade. 
 
b) Discricionário 
 
A Administração concede ao administrador a liberdade 
de escolha de conveniência, oportunidade e conteúdo, 
possibilitando um juízo de valor que deve ser exercido 
dentro dos limites da lei e de forma que melhor atenda ao 
interesse público. Ex: permissão de uso de bem público 
(colocar mesas na calçada); exoneração de ocupantes de 
cargo comissionado. 
 
O poder discricionário é exercido sempre que a 
atividade administrativa resultar da opção, permitida pela 
lei, realizada pelo administrador; a discricionariedade não 
é absoluta, pois estará sempre vinculada ao fim que se 
destina. 
 
Não se confunde com a arbitrariedade, que é a ação 
contrária ou excedente da lei. 
 
O ato praticado com discricionariedade (motivo e 
forma) pode ser modificado pelo Judiciário? A justiça 
somente anula atos ilegais, não podendo revogar atos 
Inconvenientes ou inoportunos, mas formal e 
substancialmente legítimos. 
 
5.7 Classificação dos Atos 
 
a) Quanto aos Destinatários: 
 
- Gerais: Destinam-se a uma parcela grande de sujeitos 
indeterminados e todos aqueles que se vêem 
abrangidos pelos seus preceitos. Exemplos: edital, 
regulamentos, instruções. 
 
- Individuais: Destina-se a uma pessoa em particular ou 
a um grupo de pessoas determinadas. Exemplos: 
demissão, exoneração e outorga de licença. 
 
b) Quanto ao Alcance: 
 
- Internos: Os destinatários são os órgãos e agentes da 
Administração, não se dirigindo a terceiros. Exemplos: 
circulares, portarias, instruções. 
 
- Externos: Alcançam os administrados de modo geral 
(só entram em vigor depois de publicados). Exemplos: 
Admissão, licença. 
 
c) Quanto ao objeto: 
 
- Império: Aquele que a Administração pratica no gozo 
de suas prerrogativas, em posição de supremacia 
perante o administrado. Exemplos: desapropriação, 
interdição, requisição. 
 
- Gestão: São os praticados pela Administração em 
situação de igualdade com os particulares, sem usar a 
sua supremacia. Exemplos: alienação e aquisição de 
bens, certidões. 
 
- Expediente: Aqueles praticados por agentes 
subalternos, consistentes em atos de rotina interna. 
Exemplo: protocolo. 
 
d) Quanto ao regramento: 
 
- Vinculado: Quando não há, para o agente, liberdade de 
escolham devendo este se sujeitar às determinações 
da lei. Exemplos: licença, pedido de aposentadoria. 
 
- Discricionário: Quando há liberdade de escolha (na lei) 
para o agente, no que diz respeito ao mérito 
(conveniência e oportunidade). Exemplo: autorização. 
 
e) Quanto à forma: 
 
- Simples: Produzido por um único órgão e decorrente 
de uma única manifestação de vontade. Podem ser 
simples singulares ou simples colegiais. Exemplo: 
despacho; exoneração de servidor ocupante de cargo 
em comissão; ato que altera o horário de atendimento 
da repartição pública, emitido por uma única pessoa; 
direção das Agências Reguladoras. 
 
- Composto: Produzido por um órgão, mas dependente 
da ratificação de outro órgão para se tornar exequível. 
PROFª. EMILLY ALBUQUERQUE – PODERES E ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
Exemplo: dispensa de licitação; autorização; visto; 
homologação. 
 
- Complexo: Resultam da soma de vontade de 2 ou mais 
órgãos. Não deve ser confundido com procedimento 
administrativo. Exemplo: escolha em lista tríplice; a 
nomeação de Ministro do STF, feita pelo Presidente da 
República, após aprovação da maioria absolutado 
Senado. 
 
f) Quanto à apresentação 
 
- Ato válido: É aquele que está em total conformidade 
com o ordenamento jurídico. 
 
- Ato nulo: Nasce com vício insanável. 
 
- Ato inexistente: Possui apenas aparência de 
manifestação de vontade da Administração Pública, 
mas na verdade não se origina de um agente público, 
mas por alguém que se passa por tal condição. 
 
- Ato anulável: Contém vício sanável, podendo ser 
objeto de convalidação. 
 
- Ato perfeito: Seu processo de formação está concluído. 
 
- Ato eficaz: Já está disponível para a produção de seus 
efeitos próprios. A produção de efeitos não depende de 
evento posterior. 
 
- Ato pendente: É um ato perfeito, mas ineficaz, ou seja, 
está concluído (perfeito), mas ainda não pode produzir 
efeitos (ineficaz), porque depende de autorização, 
aprovação etc. 
 
- Ato exaurido (consumado): Já produziu todos os 
efeitos que poderia. Está finalizado. 
 
5.8 Invalidação 
 
Dentre as várias formas de extinção dos atos 
administrativos duas se destacam especialmente: 
 
a) Anulação: 
 
Consiste na supressão do ato administrativo, com 
efeito retroativo (efeito ex tunc), por razões de legalidade 
e legitimidade. Pode ser examinado tanto pelo Poder 
Judiciário como pela Administração Pública. 
 
- Fundamento: Razões de ilegalidade, o ato é ilícito. 
 
- Legitimidade: Administração Pública e Poder 
Judiciário. 
 
- Efeitos: “Ex tunc”, a anulação retroage até a data de 
publicação, os efeitos são anulados e não se pode 
invocar direito adquirido. O efeito retroage para 
eliminar todos os efeitos por ele gerados. 
 
- Prazo: Estabelecido pela Lei 9784/99, é de 5 anos. É 
importante esse prazo para privilegiar o princípio da 
segurança das relações jurídicas. 
 
b) Revogação: 
 
É a extinção de um ato administrativo legal e perfeito, 
por razões de conveniência e oportunidade, pela 
Administração, no exercício do poder discricionário. 
 
O ato revogado conserva os efeitos produzidos durante 
o tempo em que se operou. A partir da data da revogação 
é que cessa a produção de efeitos do ato até então perfeito 
e legal. A revogação não pode atingir os direitos 
adquiridos, em razão de sua proteção constitucional. 
 
Não admite revogação: atos consumados; atos 
vinculados; atos que geraram direitos adquiridos; meros 
“atos administrativos” (que simplesmente declararam 
situação existente, como certidões e atestados). 
 
- Fundamento: Conveniência e oportunidade, o ato é 
lícito. 
 
- Legitimidade: Somente a Administração Pública. 
 
- Efeitos: “Ex nunc”, a revogação é válida daquele 
momento em diante; os efeitos anteriores serão 
mantidos e se pode invocar direito adquirido. 
 
- Prazo: Não há prazo, as razões podem ser alteradas a 
qualquer momento. 
 
Observações: 
 
A auto tutela, princípio não expresso do Direito 
Administrativo, vem do fato da Administração poder anular 
seus atos por razões de ilegalidade. 
 
Para o Poder Judiciário anular um ato ele deve ser 
provocado por terceiros. 
 
Estamos falando aqui de controle de legalidade. 
 
Pergunta: Pode existir direito adquirido em relação à 
anulação de ato? 
 
Resposta: Não, pois se trata de efeito “ex tunc”, 
retroagindo até quando o ato foi editado. Como 
eliminamos os efeitos do ato não se pode falar em direito 
adquirido. 
 
A Súmula 473 súmula do STF contempla anulações e 
revogações: 
 
Súmula 473 STF 
 
A administração pode anular seus próprios atos 
quando eivados de vícios que os tornam ilegais porque 
deles não se originam direitos ou revogá-los por motivos 
de conveniência e oportunidade respeitados os direitos 
adquiridos e ressalvada em todos os casos a apreciação 
judicial. 
 
A Súmula inicialmente trata de anulação e na 
seqüência de revogação. O trecho final também é 
importante, garantindo que se direitos adquiridos de 
terceiros não forem respeitados o Judiciário poderá ser 
acionado. O artigo 5° inciso XXXV da CF diz: 
 
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder 
Judiciário lesão ou ameaça a direito; 
 
Convalidação: convalidar é tornar válido o que 
inicialmente não era. Um ato editado inicialmente viciado 
que posteriormente tem seu vício sanado pode tornar-se 
válido. 
 
PROFª. EMILLY ALBUQUERQUE – PODERES E ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
Pergunta: É possível a convalidação de atos 
administrativos? 
 
Resposta: O artigo 55 da Lei 9784/99 admite a 
convalidação dizendo que será possível se e somente se 
o vício inicialmente apresentado pelo ato puder ser 
corrigido. 
 
Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não 
acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo a 
terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis 
poderão ser convalidados pela própria Administração. 
 
c) Convalidação: Ocorre nos casos em que o ato 
apresenta-se viciado na sua origem, entretanto, o vício 
apresentado consiste em vício sanável, podendo ser 
validado pela Administração Pública. 
 
Quanto aos requisitos de validade dos atos 
administrativos, a convalidação é possível quando o vício 
for de: 
 
- Competência: basta modificar quem editou o ato; 
- Forma: o ato permanece o mesmo, bastando modificar 
sua forma; 
 
Os vícios nos requisitos de finalidade e objetivo não 
podem ser convalidados pois modificariam a estrutura do 
ato: 
 
- Vício de finalidade: não se pode falar em convalidação, 
já que a finalidade não seria pública; 
- Vício no objeto: se o objeto for alterado, o ato não é 
mais o mesmo e a convalidação não pode ocorrer. 
 
d) Cassação: É a extinção do ato quando o seu 
beneficiário deixa de cumprir os requisitos que deveria 
permanecer atendendo. 
 
e) Caducidade: Ocorre quando uma nova legislação 
impede a permanência da situação anteriormente 
consentida pelo poder público. Exemplo: Permissão 
consentida, mas que a lei impede o uso pelo particular. 
 
f) Contraposição: Um ato, emitido com fundamento em 
uma determinada competência, extingue outro ato, 
anterior, editado com base em competência diversa, 
ocorrendo a extinção porque os efeitos daqueles são 
opostos aos deste. Exemplo: exoneração, que tem 
efeitos contrapostos à nomeação. 
 
5.9 Espécies de Atos 
 
A) ATOS NORMATIVOS: são aqueles que contêm um 
comando geral, visando à correta aplicação da lei. O 
objetivo imediato de tais atos é explicitar a norma legal 
a ser observada pela administração. Exemplos: 
Decretos, deliberações. 
 
- DECRETOS: são atos administrativos, da competência 
exclusiva dos Chefes do Executivo, destinados a 
prover situações gerais ou individuais, abstratamente 
previstas de modo expresso, explícito ou implícito, pela 
legislação. 
 
 
 
O decreto pode se enquadrar na categoria dos atos 
normativos (gerais), mas também pode ter caráter 
individual, quando for para especificar uma situação 
determinada, como ocorre com o decreto expropriatório. 
 
- INSTRUÇÃO NORMATIVA: são atos administrativos 
expedidos pelos Ministros de Estado para a execução 
de leis, decretos e regulamentos, mas são também 
utilizados por outros órgãos superiores para o mesmo 
fim. 
 
- REGIMENTOS: são atos administrativos normativos 
de atuação interna. Destinam-se a reger o 
funcionamento de órgãos colegiados e de corporações 
legislativas. Não obrigam os particulares em geral, 
atingindo unicamente as pessoas vinculadas à 
atividade regimental. 
 
- RESOLUÇÕES: são atos administrativos normativos 
expedidos pelas altas autoridades do Executivo (mas 
não pelo Chefe do Poder Executivo, que expede 
decretos) ou pelos presidentes de tribunais, órgãos 
legislativos e colegiados administrativos, para 
disciplinar matéria de sua competência específica. 
 
Não se deve confundir a resolução editada em sede 
administrativa com a resolução prevista no art. 59, VII da 
CF. Esta equivale, sob o aspecto formal, à lei, pois é 
compreendida no processo de elaboração das leis, 
previsto no Texto Constitucional. 
 
B) ATOS ORDINATÓRIOS: são atos que visam a 
disciplinar o funcionamento da Administração e a 
conduta funcionalde seus agentes. São provimentos, 
determinações ou esclarecimentos que se endereçam 
aos servidores públicos, a fim de orientá-los no 
desempenho de suas funções. 
 
Tais atos só atuam no âmbito interno das repartições e 
só alcançam os servidores hierarquizados à chefia que os 
expediu. Não obrigam os particulares, nem os funcionários 
submetidos a outras chefias. Não criam, normalmente, 
direitos ou obrigações para os administrados, mas geram 
deveres e prerrogativas para os agentes administrativos a 
que se dirigem. Assim, não podem disciplinar o 
comportamento de particulares por constituírem 
determinações internas. Exemplos: instruções e portarias. 
 
- INSTRUÇÕES: são ordens escritas e gerais a respeito 
do modo e da forma de execução de determinado 
serviço público, expedidas pelo superior hierárquico, 
com a finalidade de orientar os subalternos no 
desempenho das atribuições que lhes estão 
destinadas e assegurar a unidade de ação no 
organismo administrativo. As instruções não são 
utilizadas somente no âmbito interno; por vezes, são 
utilizadas para decisões de repercussão externa, 
sobretudo nos órgãos que tratam de assuntos 
financeiros e econômicos. Às circulares se aplica a 
mesma regra. 
 
- CIRCULARES: são ordens escritas, de caráter 
uniforme, expedidas a determinados funcionários ou 
agentes administrativos, incumbidos de certo serviço 
ou do desempenho de certas atribuições, em 
circunstâncias especiais. 
 
- PORTARIAS: são atos internos pelos quais os chefes 
de órgãos, repartições ou serviços expedem 
determinações gerais ou especiais a seus 
subordinados, ou designam servidores para funções e 
PROFª. EMILLY ALBUQUERQUE – PODERES E ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
cargos secundários. Também dão início a sindicâncias 
e a processos administrativos. 
 
- AVISOS: são atos emanados dos Ministros de Estado 
a respeito de assuntos referentes aos respectivos 
ministérios. 
 
- ORDENS DE SERVIÇO: são determinações especiais 
dirigidas aos responsáveis por obras ou serviços 
públicos autorizando seu início, ou contendo 
imposições de caráter administrativo ou especificações 
técnicas sobre o modo de sua realização. 
 
- OFÍCIOS: são comunicações escritas que as 
autoridades fazem entre si, entre subalternos e 
superiores e entre a Administração e particulares, em 
caráter oficial. 
 
- DESPACHOS: são decisões que as autoridades 
executivas (ou legislativas e judiciárias, em função 
administrativa) proferem em papéis, requerimentos e 
processos sujeitos à sua apreciação. Despacho 
normativo é aquele que, embora proferido em caso 
individual, a autoridade competente determina que se 
aplique aos casos idênticos, passando a vigorar como 
norma interna da Administração para situações 
análogas subsequentes. 
 
C) ATOS NEGOCIAIS: são atos praticados contendo uma 
declaração de vontade do Poder Público, coincidente 
com a pretensão particular. Tais atos, embora 
unilaterais, encerram um conteúdo tipicamente 
negocial, de interesse recíproco da Administração e do 
administrado, mas não adentram na esfera contratual. 
São e continuam sendo atos administrativos (e não 
contratos administrativos), mas de uma categoria 
diferenciada dos demais, porque geram direitos e 
obrigações para as partes e as sujeitam aos 
pressupostos conceituais do ato, a que o particular se 
subordina incondicionalmente. 
 
Tais atos podem ser: 
 
1) VINCULADOS: quando a lei estabelecer os requisitos 
para sua formação e se o interessado preencher as 
condições fixadas na lei, surgirá o direito à pretensão 
solicitada. 
 
2) DISCRICIONÁRIOS: quando sua expedição ficar a 
critério da autoridade competente; 
 
3) DEFINITIVOS: quando embasar-se num direito 
individual do requerente e não couber a revogação com 
base em critérios de conveniência e oportunidade por 
parte da Administração. 
 
4) PRECÁRIOS: quando couber revogação por parte da 
Administração. 
 
Os atos negociais são específicos, só ocasionando 
efeitos jurídicos entre as partes, Administração e 
Administrado, impondo a ambos a observância das 
condições de execução, sob pena de cassação do ato. 
 
- LICENÇA: é o ato administrativo vinculado e definitivo, 
por meio do qual o Poder Público, verificando que o 
interessado atendeu a todas as exigências legais, 
possibilita o desempenho de determinada atividade, 
que não poderia ser realizada sem consentimento 
prévio da Administração, como, por exemplo, o 
exercício de uma profissão ou o direito de construir. 
 
A licença resulta de um direito subjetivo do 
administrado, razão pela qual a Administração não pode 
negá-la quando o requerente satisfaz a todos os requisitos 
legais para sua obtenção. 
 
O direito do requerente é anterior à licença, mas o 
desempenho da atividade somente se legitima se o Poder 
Público exprimir o seu consentimento favorável ao 
administrado. Por essa razão, o ato é de natureza 
declaratória. 
 
Quanto à licença para construir, doutrina e 
jurisprudência a têm considerado como mera faculdade de 
agir e, por conseguinte, suscetível de revogação enquanto 
não iniciada a obra licenciada, ressalvando-se ao 
prejudicado o direito à indenização pelos prejuízos 
causado. 
 
- AUTORIZAÇÃO: é o ato administrativo discricionário e 
precário pelo qual o Poder Público torna possível ao 
pretendente a realização de certa atividade ou 
utilização de determinados bens particulares ou 
públicos. 
 
Na autorização, assim como ocorre com a licença, o 
particular necessita do consentimento estatal para que 
possa realizar a atividade pretendida, na medida em que 
estará praticando conduta ilícita se não possuir anuência 
prévia da Administração. 
 
São exemplos: o uso especial de bem público, como 
ruas e praças, autorização para estacionamento de 
veículos particulares em terreno público, autorização para 
porte de armas. 
 
A autorização é ato constitutivo, uma vez que estará 
estabelecendo uma nova situação jurídica, sendo a 
licença ato declaratório, na media em que o Estado 
apenas reconhece um direito do particular de realizar a 
atividade. 
 
- PERMISSÃO: é o ato administrativo discricionário e 
precário, pelo qual o Poder Público faculta ao particular 
o uso especial de bens públicos, a título gratuito ou 
remunerado, visando ao interesse da coletividade ou à 
prestação de serviços públicos. 
 
A permissão e a autorização também podem se 
confundir, uma vez que os dois atos podem ter por objeto 
a utilização de bens públicos. Na autorização, a utilização 
do bem público ocorre para o interesse privado 
(predominante) do particular, como, por exemplo, a 
autorização para colocação de mesas de bar na calçada. 
Por outro lado, na permissão, faculta-se a utilização 
privativa de bem público com finalidade de interesse 
público, a exemplo do que se dá com a utilização de praça 
para feira ou festa de uma igreja que visa à arrecadação 
de alimentos e verbas para pessoas necessitadas. 
 
- APROVAÇÃO: é o ato administrativo pelo qual o Poder 
Público verifica a legalidade e o mérito de outro ato ou 
de situações e realizações materiais de seus próprios 
órgãos, de outras entidades ou de particulares, 
dependentes de seu controle, e consente na sua 
execução ou manutenção. Pode ser prévia ou 
subsequente, discricionária consoante os termos em 
que é instituída, pois, em certos casos, limita-se à 
PROFª. EMILLY ALBUQUERQUE – PODERES E ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
confrontação de requisitos específicos na norma legal 
e, noutros, estende-se à apreciação de oportunidade e 
conveniência. 
 
- ADMISSÃO: é ato administrativo vinculado, por meio 
do qual o Poder Público, verificando a satisfação de 
todos os requisitos legais pelo particular, defere-lhe 
determinada situação jurídica de seu exclusivo ou 
predominante interesse, como ocorre no ingresso aos 
estabelecimentos de ensino mediante concurso de 
habilitação. 
- VISTO: é ato administrativo pelo qual o Poder Público 
controla outro ato da própria administração ou do 
administrado, aferindosua legitimidade formal, para 
dar-lhe exequibilidade. Incide sempre sobre um ato 
anterior e não alcança seu conteúdo. É ato vinculado. 
 
- HOMOLOGAÇÃO: é ato administrativo de controle, 
pelo qual a autoridade superior examina a legalidade e 
a conveniência, ou somente aspectos de legalidade de 
ato anterior da própria Administração, de outra 
entidade ou de particular, para dar-lhe eficácia. Não 
admite alteração no ato controlado pela autoridade 
homologante, que apenas pode confirmá-lo ou rejeitá-
lo, para que a irregularidade seja corrigida por quem a 
praticou. 
 
- DISPENSA: é o ato administrativo que exime o 
particular do cumprimento de determinada obrigação 
até então exigida por lei, como, por exemplo, a 
dispensa do serviço militar. É ato discricionário. 
 
- RENÚNCIA: é ato pelo qual o Poder Público extingue 
unilateralmente um crédito ou um direito próprio, 
liberando, definitivamente, a pessoa obrigada perante 
a Administração. A renúncia não admite condição e é 
irreversível, uma vez consumada. Tratando-se de 
renúncia por parte da Administração, há dependência, 
sempre, de lei autorizadora. 
 
- PROTOCOLO ADMINISTRATIVO: é o ato pelo qual o 
Poder Público acerta com o particular a realização de 
determinado empreendimento ou atividade ou a 
abstenção de certa conduta, no interesse recíproco da 
Administração e do administrado signatário do 
instrumento protocolar. Esse ato é vinculante para 
todos que o subscrevem, pois gera alterações e 
direitos entre as partes. 
 
D) ATOS ENUNCIATIVOS: são todos aqueles em que a 
Administração se limita a certificar ou a atestar fato, ou 
emitir uma opinião sobre determinado assunto, sem se 
vincular ao seu enunciado. 
 
Também chamados atos de pronúncia, certificam ou 
atestam uma situação existente, não contendo 
manifestação de vontade da Administração Pública. 
 
- CERTIDÕES: são cópias ou fotocópias fiéis e 
autenticadas de atos ou fatos constantes de processo, 
livro ou documento que se encontre em repartições 
públicas. Podem ser de inteiro teor, ou resumidas, 
desde que expressem fielmente o que se contém no 
original de onde foram extraídas. Em tais atos o Poder 
Público não manifesta sua vontade, limitando-se a 
trasladar para o documento a ser fornecido ao 
interessado o que consta de seus arquivos. 
 
- ATESTADOS: são atos pelos quais a Administração 
comprova um fato ou uma situação de que tenha 
conhecimento por seus órgãos competentes. Difere da 
certidão porque o atestado comprova um fato ou uma 
situação existente, mas não constante de livros, papéis 
ou documentos em poder da Administração. 
 
- PARECERES: são manifestações de órgãos técnicos 
sobre assuntos submetidos à sua consideração. Tem 
caráter meramente opinativo, salvo quando tiver 
caráter vinculante. 
 
- APOSTILAS: são atos enunciativos ou declaratórios de 
uma situação anterior criada por lei. Equivale à 
averbação. 
E) ATOS PUNITIVOS: constituem uma sanção imposta 
pela administração em relação àquele que infringe as 
disposições legais, sejam servidores ou particulares. 
Visam a punir e reprimir as infrações administrativas ou 
a conduta irregular de seus servidores ou dos 
particulares, perante a administração. Ex: multa, 
interdição, demolição e etc. 
 
QUESTÕES 
 
01. (Analista Judiciário – Área Administrativa – TRT 
21ª Região/2008) - Na matéria sobre os elementos 
do ato administrativo, pode-se dizer que 
(A) as competências são derrogáveis e não podem ser 
objeto de avocação. 
(B) basta apenas sua capacidade, seja o sujeito agente 
político ou pessoa pública. 
(C)) a competência decorre sempre da lei, mas no âmbito 
federal pode ser definida por decreto. 
(D) o objeto será sempre lícito e moral, mas cabível ou 
não, certo ou incerto. 
(E) a finalidade é o efeito jurídico imediato que o ato 
produz, o objeto é o efeito mediato. 
 
02. (Analista Judiciário – Área Administrativa – TRT 
21ª Região/2008) - Considere os seguintes atos 
administrativos: 
I. O Secretário de Estado aprova o procedimento 
licitatório. 
II. O Senado Federal decide a respeito da destituição do 
Procurador Geral da República. 
III. A Administração Municipal faculta a proprietário de 
terreno a construção de edifício. 
 
Esses atos referem-se, respectivamente, à 
(A) aprovação, homologação e concessão. 
(B)) homologação, aprovação e licença. 
(C) admissão, dispensa e permissão. 
(D) dispensa, homologação e autorização. 
(E) licença, dispensa e aprovação. 
 
03. (Analista Judiciário – Área Administrativa – TRT 
21ª Região/2008) - No que tange à anulação e à 
revogação dos atos administrativos, considere o 
que segue: 
I. A incompetência relativa do agente ou a incapacidade 
relativa do contratante são causas de anulação. 
II. O recurso ex officio interposto pela autoridade que 
houver praticado o ato pode resultar na revogação. 
III. Os vícios resultantes de erro, dolo, simulação ou 
fraude são causas de revogação. 
IV. O pedido de reconsideração feito pela parte pode 
resultar na revogação. 
V. O recurso voluntário, interposto pela parte a quem 
tiver prejudicado o ato, e a avocação, são causas de 
anulação. 
PROFª. EMILLY ALBUQUERQUE – PODERES E ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
 
Está correto APENAS o que se afirma em 
(A)) I, II e IV. 
(B) I, II e V. 
(C) I, III e V. 
(D) II, III e IV. 
(E) III, IV e V. 
 
04. (Analista Judiciário – Área Administrativa – TRT 
24ª Região/2008) - O motivo, um dos requisitos do 
ato administrativo, pode ser conceituado como o 
(A) fim público último ao qual se subordina o ato da 
Administração, que é nulo na sua ausência. 
(B) objeto do ato, que deve coincidir sempre com a 
vontade da lei. 
(C) conteúdo intransferível e improrrogável que torna 
possível a ação do Administrador. 
(D)) pressuposto de fato e de direito em virtude do qual a 
Administração age. 
(E) revestimento imprescindível ao ato, visto que deixa 
visível sua finalidade para ser aferida pelos 
administrados. 
 
05. (Analista Judiciário – Área Administrativa – TRT 
24ª Região/2009) - O Prefeito Totonho Filho, 
cumprindo todas as formalidades, desapropriou 
um imóvel para construir uma escola no local. 
Esse ato administrativo pode ser classificado 
como ato 
(A) de expediente. 
(B) vinculado. 
(C) de gestão. 
(D) complexo. 
(E)) de império. 
 
06. (Analista Judiciário – Área Administrativa – TRT 
24ª Região/2009) - Uma resolução é um ato 
administrativo que pode ser classificado como 
(A) permissivo, podendo ser interno ou externo, quanto 
aos efeitos. 
(B) ordinatório e seus efeitos são internos à 
Administração. 
(C)) normativo, podendo ser interno ou externo, quanto 
aos efeitos. 
(D) enunciativo, podendo ser vinculado ou não, conforme 
a extensão de sua eficácia. 
(E) punitivo e seus efeitos podem ser a interdição de 
atividade ou a imposição de multa. 
 
07. (Analista Judiciário – Área Administrativa – TRF 1ª 
Região) - No que tange a invalidação do ato 
administrativo é certo que 
(A)) à Administração cabe revogar ou anular o ato, e ao 
Judiciário somente anulá-lo. 
(B) ao Judiciário cabe revogar ou anular o ato, e à 
Administração somente anulá-lo. 
(C) cabe tanto à Administração como ao Judiciário 
revogar ou anular o ato. 
(D) à Administração cabe somente a revogação do ato, 
enquanto que ao Judiciário apenas sua anulação. 
(E) ao Judiciário cabe somente a revogação do ato, 
enquanto à Administração apenas sua anulação. 
 
08. (Analista Judiciário – Área Administrativa – TRT 
20ª Região/2007) - No Direito brasileiro, a 
anulação, pelo Poder Judiciário, de um ato 
administrativo discricionário praticado pelo Poder 
Executivo, 
(A) apenas é possível com a concordância da 
Administração. 
(B)) é possível, independentemente de quem a provoque 
ou da concordância da Administração. 
(C) não é possível. 
(D) apenas é possível por provocação da Administração. 
(E) apenas é possível por provocação do destinatário do 
ato. 
 
09. (Analista Judiciário – Área Administrativa – TRT

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