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A importância dos jogos e brincadeiras na educação infantil

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A importância dos jogos e brincadeiras na educação infantil
VARANDAS, Vanessa Cristina Borges¹ 
RU: 132009 AQUINO, Luciana²
RESUMO
Busquei neste trabalho fazer um histórico analisando a importância dos jogos e brincadeiras no desenvolvimento e aprendizagem na educação infantil. Teve como objetivo conhecer o significado do brincar, conceituar os principais termos utilizados para designar o ato de brincar, tornando-se também fundamental compreender o universo lúdico, onde a criança comunica-se consigo mesma e com o mundo, estabelece relações sociais, constrói conhecimentos, desenvolvendo-se integralmente, e ainda, os benefícios que o brincar proporcionam no ensino-aprendizagem infantil. Ainda este estudo traz algumas considerações sobre os jogos, brincadeiras e brinquedos e como influenciam na socialização das crianças, retratando diversos tópicos relativos ao tema como a questão do espaço para brincar, do brincar entre pais e filhos e os muitos benefícios que essa prática proporciona. 
 	A realização desse trabalho abriu meus olhos e me permitiu ver além do romance criado em torno desse tema. O estudo mais aprofundado me permitiu entender o porquê de defender essa bandeira e de como podemos utilizar a teoria a favor da prática. Acredito que esse trabalho mostrará que a imaginação, a criatividade, o desenvolvimento motor, a fantasia, o aprendizado de regras, a interação social, etc. são algumas das possibilidades que a brincadeira oferece, comprovando a importância dessa prática, independente das condições que o ambiente apresente. 
Palavras-Chave: Brincar, aprendizagem e desenvolvimento infantil, educação infantil.
1-	INTRODUÇÃO 
 	
A brincadeira é natural na vida das crianças. É algo que faz parte do seu cotidiano é espontâneo, prazeroso e sem comprometimento. 
Temos várias razões para brincar, isso é extremamente importante para o desenvolvimento cognitivo, motor, afetivo e social da criança. É na brincadeira que a criança expressa vontades e desejos construídos ao longo de sua vida, e quanto mais oportunidades tiver de brincar mais fácil será o seu desenvolvimento. Segundo Carneiro e Dodge (2007, pág. 59), “... o movimento é, sobretudo para criança pequena, uma forma de expressão e mostra a relação existente entre ação, pensamento e linguagem”. A criança consegue lidar com situações novas e inesperadas, age de maneira independente, e consegue enxergar e entender o mundo fora do seu cotidiano.
Neste sentido, o objetivo é analisar a importância do brincar na Educação Infantil, pois, é um período fundamental para a criança no que diz respeito ao seu desenvolvimento e aprendizagem.
2 - AS IMPLICAÇÕES DO ATO DE BRINCAR NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL
Nos dias de hoje as crianças entendem por brincadeira os jogos eletrônicos, fazendo com que as mesmas não se movimentem e com isso vão ficando sedentárias e muitas obesas. Com as brincadeiras tradicionais, como: pular corda, esconde-esconde, queimada, pique alto, etc, fazem com que as crianças se movimentem a todo tempo, gastando energia, proporcionando alegria e satisfação.
Sabemos que a brincadeira só faz bem, e só não entendemos porque em muitos lugares isso incomoda tanto algumas pessoas, pais, professores..., brincar é um direito da criança, apresentado na Lei 8.069, de 13 de julho de 1990, denominada Estatuto da Criança e do Adolescente, acrescenta no Capítulo II, Art. 16°, Inciso IV, que toda criança tem o direito de brincar, praticar esportes e divertir-se.
 A criança tem o direito de brincar, pois está amparada por lei, o brincar favorece a descoberta, a curiosidade, uma vez que auxilia na concentração, na percepção, na observação, e, além disso, as crianças desenvolvem os músculos, absorvem oxigênio, crescem, movimentam-se no espaço, descobrindo o seu próprio corpo. O brincar tem um papel fundamental neste processo, nas etapas de desenvolvimento da criança. Na brincadeira, a criança representa o mundo em que está inserida, transformando-o de acordo com as suas fantasias e vontades e com isso solucionando problemas. 
Há séculos o brincar está associado à criança. Mas foi através de uma ruptura de pensamento que a brincadeira passou a ser valorizada no espaço educacional das crianças menores. No passado, o brincar era apenas uma forma de fuga ou distração, não sendo conferido o caráter educativo. 
A sociedade moderna tem sofrido transformações em relação ao brincar e ao espaço que se têm para brincar, os pais têm pouco tempo para ficarem juntos com seus filhos e brincar. A escola acaba sendo fonte transmissora de cultura, onde ainda existem espaços para as crianças brincarem, tendo os professores à incumbência de ensinar e resgatar as brincadeiras populares, mas não só isso, como também o jogo deve fazer parte do cotidiano das crianças, e seria usado como uma nova forma de transmitir conhecimento, pois a atividade lúdica é fundamental ao aprendizado.
De acordo com Almeida (2005, p. 5): 
A brincadeira se caracteriza por alguma estruturação e pela utilização de regras. A brincadeira é uma atividade que pode ser tanto coletiva quanto individual. Na brincadeira a existência das regras não limita a ação lúdica, a criança pode modificá-la, ausentar-se quando desejar, incluir novos membros, modificar as próprias regras, enfim existe maior liberdade de ação para as crianças. 
A brincadeira na escola promove aspectos diversos na criança que serão de suma importância para o seu desenvolvimento biopsicosocial, sendo imprescindível para uma formação sólida e completa. 
Segundo Wajskop (2007, p.25): 
A criança desenvolve-se pela experiência social nas interações que estabelece, desde cedo, com a experiência sócio-histórica dos adultos e do mundo por eles criado. Dessa forma, a brincadeira é uma atividade humana na qual as crianças são introduzidas constituindo-se um modo de assimilar e recriar a experiência sócio-cultural dos alunos. 
Os jogos são ótimos para desenvolver o raciocínio lógico, e também para o desenvolvimento físico, motor, social e cognitivo, e atualmente a aplicação desta nova maneira de transmissão de conhecimento é até mais fácil pelos recursos e metodologias disponíveis para o professor. O brincar vai desde a sua prática livre até uma atividade dirigida, com regras e normas.
2.1- A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NO UNIVERSO LÚDICO (JOGOS, BRINCADEIRAS E BRINQUEDOS)
	Em relação aos benefícios do brincar, podemos dizer que estão ligados ao desenvolvimento infantil. Tanto o brincar pelo brincar, quanto o brincar dirigido (jogos), faz bem à criança e ao seu desenvolvimento em todos os aspectos. 
As brincadeiras e os jogos são sem dúvida a forma natural de despertar na criança a atenção para uma atividade. Os jogos devem ser gradativos: por meio de o simples brincar, para aprimorar a observação, a comparação, a imaginação e reflexão.
 Através de atividades lúdicas, as crianças desenvolvem a atenção a linguagem oral, o raciocínio, a habilidade, além de resgatar suas potencialidades e conhecimentos. Desenvolvem a imaginação, a espontaneidade, o raciocínio mental, a atenção, a criatividade e tanto a expressão verbal quanto a corporal.
 O educador que utiliza as brincadeiras em sala de aula trás para o campo do ensino-aprendizagem condições de conhecimento introduzindo as propriedades da ludicidade que contribui para uma melhor assimilação do conhecimento.
As atividades lúdicas têm um grande papel no ensino, sendo elas devem ser vistas como forma alegre e descontraída de aprender, sempre procurando desenvolver no aluno lado crítico e investigador, seriedade e respeito mútuo.
Brincar é uma importante forma de comunicação, é por meio da brincadeira que a criança pode reproduzir o seu cotidiano. 
Para definir a brincadeira infantil, ressaltamos a importância do brincar para o desenvolvimento integral do ser humano. Para isso, se faz necessário conscientizar educadores, pais, e sociedade em geral sobre à ludicidade que deve estar sendo vivenciada na infância, ou seja, de que o brincar faz partede uma aprendizagem prazerosa ,um ato de aprendizagem. Neste contexto, o brincar na educação infantil proporciona a criança estabelecer regras constituídas por si e em grupo, contribuindo na integração da criança na sociedade. Deste modo, à criança estará resolvendo conflitos e hipóteses de conhecimento e, ao mesmo tempo, desenvolvendo a capacidade de compreender pontos de vista diferentes. É importante perceber e incentivar a capacidade de criação das crianças, pois se constitui numa das formas de relacionamento e recriação do mundo, na perspectiva da lógica infantil. 
Carvalho (1992, p.14) afirma que:
(...) desde muito cedo o jogo na vida da criança é de fundamental importância, pois quando ela brinca, explora e manuseia tudo aquilo que está a sua volta, através de esforços físicos se mentais e sem se sentir coagida pelo adulto, começa a ter sentimentos de liberdade, portanto, real valor e atenção as atividades vivenciadas naquele instante.  
 	Carvalho (1992, p.28) acrescenta, mais adiante:
(...) o ensino absorvido de maneira lúdica, passa a adquirir um aspecto significativo e afetivo no curso do desenvolvimento da inteligência da criança, já que ela se modifica de ato puramente transmissor a ato transformador em ludicidade, denotando-se, portanto em jogo.
Quando se brinca, involuntariamente fornece várias informações a seu respeito, no entanto, o brincar pode ser útil para estimular seu desenvolvimento, tanto no ambiente familiar, quanto no ambiente escolar.
 	É brincando que se aprende a respeitar regras, a ampliar o seu relacionamento social e a respeitar a si mesmo e ao outro. Por meio lúdico a criança começa a expressar-se com maior facilidade, discordar de opiniões, ouvir, respeitar e exercer sua liderança. Em contrapartida, em um ambiente mais sério, as crianças acabam evitando expressar seus pensamentos e sentimentos e realizar qualquer outra atitude com medo de serem constrangidos. 
Zanluchi (2005, p.91) afirma que “A criança brinca daquilo que vive; extrai sua imaginação lúdica de seu dia-a-dia.”, portanto, as crianças, tendo a oportunidade de brincar, estarão mais preparadas emocionalmente para controlar suas atitudes e emoções dentro do contexto social, obtendo assim melhores resultados gerais no desenrolar da sua vida.
Podemos perceber é que as palavras brincar e brincadeira veem agregados a significados positivos e negativos. Assim, entende-se que o ato de brincar anda numa linha muito tênue entre a alegria que ele proporciona e o tom de descaso que pode aparentar. Essa maneira de julgar a brincadeira é cultural. Depois que se deixa de ser criança, brincar se torna algo proibido e inaceitável. No entanto, o que vemos, é a necessidade de deixar a brincadeira de lado e “levar as coisas mais a sério” com apenas alguns anos de vida. Então essa é uma visão de que a brincadeira é uma atividade oposta à aprendizagem, ao trabalho, sendo menos relevante na nossa prática e isso causa a diminuição dos espaços de brincar. Tenho percebido que depois da nova lei que mudou a idade de acesso ao ensino fundamental de sete anos para seis anos, que de acordo com a LDB, art.32, “O ensino fundamental, com duração mínima de nove anos, obrigatório e gratuito na escola pública, a partir dos seis anos...”, é de que as crianças chegam mais novas e se deparam com uma grande diferença, pois na Educação Infantil eles eram estimulados a brincar e no Ensino Fundamental são totalmente reprimidos. 
De acordo com Toledo (2008, p.6):
 A aprendizagem é comprometida, neste sentido, como algo linear e o desenvolvimento infantil constituído por etapas. Assim, até os seis anos ainda é permitido à criança brincar, porém, na Fase I a brincadeira passa a ser vista de forma negativa. 
Muitos professores dizem que a brincadeira atrapalha o aprendizado. E essa afirmação é valida, pois quem já não disse: “que mania feia de fazer tudo na brincadeira”. Os próprios pais estranham o “exagero na quantidade de brincadeiras na educação infantil” e questionam os porquês desse método. Muitas vezes, o ler e escrever são colocados na frente de outros aprendizados e mesmo que tentemos explicar que é preciso desenvolver outras áreas e amadurecê-las para o momento da alfabetização, é possível ouvir que o mundo lá fora não quer saber disso! 
De acordo com Vigotski (1987, p.35): 
O brincar é uma atividade humana criadora, na qual imaginação, fantasia e realidade interagem na produção de novas possibilidades de interpretação, de expressão e de ação pelas crianças, assim como de novas formas de construir relações sociais com outros sujeitos, crianças e adultos. 
Em contrapartida aos discursos dos pais de que o aluno só vai aprender se deixar de lado a brincadeira, Vigotski afirma que a brincadeira proporciona aprendizado fazendo com que a criança se relacione com o outro, entenda as relações humanas, seu papel nelas, construindo sua identidade. Muitos querem separar o brincar do aprender e dizem que escola não lugar de brincadeira. 
Segundo Toledo (2008, p.12): 
Ao considerar as brincadeiras das crianças como algo que atrapalha a aprendizagem, a escola começa a separar os momentos que são para “aprender” dos que são para “brincar”. Porque esses momentos precisam ser separados? Porque as crianças precisam deixar de brincar para serem transformados no adulto? Porque o adulto não pode brincar? 
A escola é uma comunidade onde diferentes personagens interagem de maneira que sempre há troca de saberes. Sendo assim, a convivência entre professores, alunos, pais e funcionários proporciona várias experiências para a vida dessas pessoas. 
Segundo Wajskop (2007, p.26): 
Nesta perspectiva, a brincadeira encontraria um papel educativo importante na escolaridade das crianças que vão se desenvolvendo e conhecendo o mundo nesta instituição que se constrói a partir exatamente dos intercâmbios sociais que nela vão surgindo: a partir das diferentes histórias de vida das crianças, dos pais e dos professores que compõem o corpo de usuários da instituição e que nela interagem cotidianamente.
Além da interação, que a brincadeira, o brinquedo e o jogo proporcionam, são mecanismos fundamentais para desenvolver a memória, a linguagem, a atenção, a percepção, a criatividade e habilidade para melhor desenvolver a aprendizagem. Brincando e jogando a criança terá oportunidade de desenvolver capacidades indispensáveis a sua futura atuação profissional. Nessa perspectiva, as brincadeiras, os brinquedos e os jogos vêm contribuir para o importante desenvolvimento das estruturas psicológicas e cognitivas do aluno.
A ludicidade é uma necessidade do ser humano em qualquer idade, principalmente na infância, na qual ela deve ser vivenciada, não apenas como diversão, mas com objetivo de desenvolver as potencialidades da criança, visto que o conhecimento é construído pelas relações inter-pessoais que se estabelecem durante toda a formação integral.
Portanto, a introdução de jogos e atividades lúdicas no cotidiano escolar é muito importante, devido à influencia que os mesmos exercem frente aos alunos, pois quando eles estão envolvidos emocionalmente na ação, torna-se mais fácil e dinâmico o processo de ensino e aprendizagem. A educação infantil deve considerar o lúdico como parceiro e utilizá-lo para atuar no desenvolvimento e na aprendizagem do aluno.
2.2- ENSINO-APRENDIZAGEM ATRAVÉS DO BRINCAR NA INFÂNCIA
Na educação de modo geral, o brincar é um grande aliado da aprendizagem, visto que permite, através do lúdico, vivenciar a aprendizagem como processo social.  A proposta do lúdico é promover uma alfabetização significativa na prática educacional. O lúdico promove o rendimento escolar além do conhecimento, oralidade, pensamento e o sentido. 
Assim, Goés (2008, p 37), afirma ainda que:
(...) a atividade lúdica, o jogo, o brinquedo, a brincadeira, precisam ser melhorado, compreendidos e encontrar maior espaço para ser entendido como educação. Na medida em que os professores compreenderem toda sua capacidade potencial de contribuir no desenvolvimentoinfantil, grandes mudanças irão acontecer na educação e nos sujeitos que estão inseridos nesse processo.
 	Compreender a importância do brincar possibilita aos professores intervir de maneira apropriada, não interferindo e descaracterizando o prazer que o lúdico proporciona. Portanto, o brincar utilizado como recurso pedagógico não deve ser dissociado da atividade lúdica que o compõe, sob o risco de descaracterizar-se, afinal, a vida escolar regida por normas e tempos determinados, por si só já favorece este mesmo processo, fazendo do brincar na escola um brincar diferente das outras ocasiões. 
 	Para Vygotsky (1998), o educador poderá fazer o uso de jogos, brincadeiras, histórias e outros, para que de forma lúdica a criança seja desafiada a pensar e resolver situações problemáticas, para que imite e recrie regras utilizadas pelo adulto.
 	É possível entender que o brincar auxilia a criança no processo de aprendizagem. Ele vai proporcionar situações imaginárias em que ocorrerá no desenvolvimento cognitivo e facilitando a interação com pessoas, as quais contribuirão para um acréscimo de conhecimento.
 	Brincar não é apenas ter um momento reservado para deixar a criança à vontade em um espaço com ou sem brinquedos é sim um momento que podemos ensinar e aprender muito com elas. A atividade lúdica permite que a criança se prepare para a vida, entre o mundo físico e social. Observamos, deste modo que a vida da criança gira em torno do brincar, é por essa razão que se têm utilizado a brincadeira na educação, por ser uma peça importante na formação da personalidade, tornando-se uma forma de construção de conhecimento.
 	Finalizando Gonzaga (2009, p. 39), aponta:
(...) a essência do bom professor está na habilidade de planejar metas para aprendizagem das crianças, mediar suas experiências, auxiliar no uso das diferentes linguagens, realizar intervenções e mudar a rota quando necessário. Talvez, os bons professores sejam os que respeitam as crianças e por isso levam qualidade lúdica para a sua prática pedagógica.
 	Importante para o desenvolvimento, físico, intelectual e social, o jogo vem ampliando sua importância deixando de ser um simples divertimento e tornando-se ponte entre a infância e a vida adulta. 
	 De acordo com Kishimoto (2002) o jogo é considerado uma atividade lúdica que tem valor educacional, a utilização do mesmo no ambiente escolar traz muitas vantagens para o processo de ensino, o jogo mobiliza esquemas mentais, e estimula o pensamento, a ordenação de tempo e espaço, integra várias dimensões da personalidade, afetiva, social, motora e cognitiva.
  	O desenvolvimento da criança e seu aprendizado ocorrem quando participa do jogo ativamente, seja discutindo as regras do jogo, seja propondo soluções para resolvê-los. É de extrema importância que o professor também participe e que proponha desafios. O papel do educador neste caso será de incentivador da atividade. A intervenção do professor é necessária e conveniente no processo de ensino-aprendizagem, além da interação social, ser indispensável para o desenvolvimento do conhecimento.
 	De acordo com o Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil (BRASIL, 1998, p. 23, v.01):
Educar significa, portanto, propiciar situações de cuidado, brincadeiras e aprendizagem orientadas de forma integrada e que possam contribuir para o desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal de ser e estar com os outros em uma atitude básica de aceitação, respeito e confiança, e o acesso, pelas crianças aos conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural.
 	O educador é a peça fundamental nesse processo, devendo ser um elemento essencial. Educar não se limita em repassar informações ou mostrar apenas um caminho, mas ajudar a criança a tomar consciência de si mesmo, e da sociedade. É oferecer várias ferramentas para que a pessoa possa escolher caminhos. Nessa perspectiva, segundo o Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil (BRASIL, 1998, p. 30, v.01):
O professor é mediador entre as crianças e os objetos de conhecimento, organizando e propiciando espaços e situações de aprendizagens que articulem os recursos e capacidades afetivas, emocionais, sociais e cognitivas de cada criança aos seus conhecimentos prévios e aos conteúdos referentes aos diferentes campos de conhecimento humano. Na instituição de educação infantil o professor constitui-se, portanto, no parceiro mais experiente, por excelência, cuja função é propiciar e garantir um ambiente rico, prazeroso, saudável e não discriminatório de experiências educativas e sociais variadas.
O processo de ensino e aprendizagem deve ser construído. O percurso a ser seguido nesse processo estará demarcado pelas possibilidades das crianças, isto é, pelo seu nível de desenvolvimento potencial.
 	O educador deve estar ao lado do aluno, acompanhando seu desenvolvimento, para levantar problemas que o leve a formular hipóteses. Brinquedos adequados para idade, com objetivo de proporcionar o desenvolvimento infantil e a aquisição de conhecimentos em todos os aspectos.
 	Podemos então verificar que a ludicidade, as brincadeiras, os brinquedos e os jogos são meios que a criança utiliza para se relacionar com o ambiente físico e social de onde vive, despertando sua curiosidade e ampliando seus conhecimentos e suas habilidades nos aspectos físico, social, cultural, afetivo, emocional e cognitivo, e assim, temos os fundamentos teóricos para deduzirmos a importância que deve ser dada à experiência da educação infantil.
3- CONSIDERAÇÕES FINAIS
 	A partir de pesquisa bibliográfica vemos que a criança aprende enquanto brinca. De alguma forma a brincadeira se faz presente e acrescenta elementos indispensáveis ao relacionamento com outras pessoas, é por meio da brincadeira que a criança envolve-se no jogo e partilha com o outro, se conhece e conhece o outro.
Além da interação que a brincadeira, o brinquedo e o jogo proporcionam, é fundamental como mecanismo para desenvolver a memória, a linguagem, a atenção, a percepção, a criatividade e habilidade para melhor desenvolver a aprendizagem. Brincando e jogando a criança terá oportunidade de desenvolver capacidades indispensáveis a sua futura atuação profissional, tais como atenção, afetividade, o hábito de concentrar-se, dentre outras habilidades. Nessa perspectiva, as brincadeiras, os brinquedos e os jogos vêm contribuir significativamente para o importante desenvolvimento das estruturas psicológicas e cognitivas do aluno.
 	Sabendo-se que a ludicidade é uma necessidade do ser humano em qualquer idade, mas principalmente na infância, na qual ela deve ser vivenciada, não apenas como diversão, mas com objetivo de desenvolver as potencialidades da criança, visto que o conhecimento é construído pelas relações inter-pessoais e trocas recíprocas que se estabelecem durante toda a formação integral da criança.
 	Portanto, a introdução de jogos e atividades lúdicas no cotidiano escolar é muito importante, devido à influencia que os mesmos exercem frente aos alunos, pois quando eles estão envolvidos emocionalmente na ação, torna-se mais fácil e dinâmico o processo de ensino e aprendizagem.
 	Conclui-se que o aspecto lúdico voltado para as crianças facilita a aprendizagem e o desenvolvimento integral nos aspectos físico, social, cultural, afetivo e cognitivo. Enfim, desenvolve o indivíduo como um todo, sendo assim, a educação infantil deve considerar o lúdico como parceiro e utilizá-lo amplamente para atuar no desenvolvimento e na aprendizagem da criança.
4. APÊNDICE 
Segue algumas sugestões que poderão auxiliar o professor no cotidiano da sala de aula, bem como fora dela. 
Caixa de Sensações: o professor pode encapar uma caixa de tênis fazendo um furo em forma de círculo, com dez centímetros de diâmetro. O professor deverá organizar materiais como retalhos, flocos de algodão, pedaços de lixa, tampinhas, caixinhas e outros objetos e ir colocando-os por uma das extremidades, a fim de que a criança, com a mão do outro lado, identifiqueo material. 
Toca do Coelho: Dispor bambolês no pátio da escola de forma que fiquem duas crianças em cada um e que sobre uma fora do bambolê. Ao sinal do professor, as crianças deverão trocar de toca, entrando duas em cada um. Sempre sobrará uma criança fora da toca.
 	De onde vem o cheiro? A professora irá passar perfume em um paninho e o esconderá na sala, num lugar fácil, onde os alunos deverão descobrir de onde vem o cheiro. 
Dentro e Fora: Fazer uma forma geométrica bem grande no chão e pedir que as crianças entrem na delimitação desse espaço. Se quiser o professor poderá fazer outra forma dentro da que já fez onde irá pedir que os alunos adentrem também, explorando ainda que se a forma é pequena eles irão ficar apertados. 
Biscoitinho queimado: O educador esconde um brinquedo qualquer (o "biscoitinho queimado"), enquanto os participantes estão de olhos fechados. Depois grita: "Biscoitinho queimado!", e os outros têm que tentar encontrá-lo. Quando uma criança chega perto do "biscoitinho queimado", o educador grita seu nome e fala: "Está quente!". Se estiver longe, ele grita "Está frio!". Quem encontrar o brinquedo primeiro ganha.
Apanhador de batatas: Os participantes devem amassar várias folhas de jornal e revistas (serão as "batatas"). O educador deve distribuir as "batatas" em vários lugares. A um sinal do educador, os participantes, divididos em duas equipes, devem apanhar as "batatas" e colocá-las no cesto destinado ao seu grupo. Vence a equipe que apanhar o maior número de "batatas".
5. anexos
6. REFERÊNCIAS
ALMEIDA, M. T. P. O Brincar na Educação Infantil. Revista Virtual EFArtigos. Natal/RN- volume 03- número 01- maio, 2005.
BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei n° 8069, de 13 de julho de 1990.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei n° 9394, de 20 de dezembro de 1996.
VYGOTSKY, L. S. apud BORBA, Ângela Meyer. O brincar como um modo de ser e estar no mundo. In: Brasil MEC/ SEB. Ensino fundamental de nove anos: orientações para a inclusão da criança de seis anos de idade/ organização Jeanete Beauchamp, Sandra Denise pagel, Aricélia Ribeiro do Nascimento. _ Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2007. p. 35.
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação infantil/Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. - Brasília: MEC/SEF, 1998, volume: 1 e 2.
BORBA, Ângela Meyer. O brincar como um modo de ser e estar no mundo. In: Brasil MEC/ SEB. Ensino fundamental de nove anos: orientações para a inclusão da criança de seis anos de idade/ organização Jeanete Beauchamp, Sandra Denise pagel, Aricélia Ribeiro do Nascimento. _ Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2007.
KISHIMOTO 1993, apud CARVALHO, Levindo Diniz. UFMG -GT-07: Educação de crianças de 0 a 6 anos. Agência financiadora: CNPq.
Brincadeiras para educação infantil. Disponível na internet via: http://educador.brasilescola.uol.com.br
http://br.pinterest.com
http://novaescola.org.br

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