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AN02FREV001/REV 4.0 1 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA Portal Educação CURSO DE ARQUITETURA DE INTERIORES Aluno: EaD - Educação a Distância Portal Educação AN02FREV001/REV 4.0 2 CURSO DE ARQUITETURA DE INTERIORES MÓDULO I Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. AN02FREV001/REV 4.0 3 SUMÁRIO MÓDULO I 1 HISTÓRICO CRONOLÓGICO DE DESIGN DE INTERIORES 1.1 PERÍODO PRÉ-HISTÓRICO 1.2 DA MESOPOTÂMIA AO EGITO 1.3 GRÉCIA E ROMA 1.4 ARTE BIZANTINA 1.5 O PERÍODO GÓTICO 1.6 RENASCIMENTO 1.7 BARROCO 1.8 ROCOCÓ 1.9 ERA VITORIANA 1.10 ART NOUVEAU 1.11 ECLETISMO 1.12 ART DECO 1.13 MODERNISMO 1.14 HIGH-TECH 1.15 PÓS-MODERNISMO 1.16 DECONSTRUTIVISMO 1.17 CONTEMPORÂNEO 2 ESTILOS DECORATIVOS 2.1 CLÁSSICO 2.1.1 Estilo Luís XV 2.1.2 Estilo Luís XVI 2.1.3 Estilo Gustaviano 2.1.4 Estilo Império 2.1.5 Estilo Inglês 2.1.6 Estilo Biedermeier 2.2 ÉTNICO 2.3 MODERNO AN02FREV001/REV 4.0 4 2.4 ART DECO 2.5 CONTEMPORÂNEO 3 TENDÊNCIAS ATUAIS DA DECORAÇÃO DE INTERIORES 4 A PSICOLOGIA NO ATO DE PROJETAR MÓDULO ll 5 FUNDAMENTOS DE DESENHO TÉCNICO 6 REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DE ARQUITETURA 6.1 LINHAS 6.2 ESCALAS 7 ANTROPOMETRIA, ERGONOMIA E DIMENSIONAMENTO 7.1 DIMENSÕES DO CORPO HUMANO 7.2 SALA DE ESTAR 7.3 SALA DE JANTAR 7.4 COZINHA 7.5 SERVIÇO 7.6 BANHEIRO 7.7 DORMITÓRIO 7.8 GARAGEM 7.9 ADAPTAÇÃO PARA CADEIRANTES 8 A LINGUAGEM TÉCNICA APLICADA NO DESIGN DE INTERIORES MÓDULO lll 9 COMPOSIÇÃO DOS AMBIENTES 10 CONFORTO TÉRMICO 11 CONFORTO ACÚSTICO 12 ILUMINAÇÃO NATURAL E ARTIFICIAL 12.1 EFEITOS LUMINOTÉCNICOS 12.2 RECOMENDAÇÕES 13 CONFORTO VISUAL 14 O PAISAGISMO COMO ELEMENTO DE DECORAÇÃO MÓDULO lV AN02FREV001/REV 4.0 5 15 PRINCÍPIOS DE DESIGN 15.1 ELEMENTOS 15.1.1 Conformação do ambiente 15.1.2 Formologia 15.1.3 Traçado projetual 15.1.4 Cor 15.1.5 Luz 15.1.6 Textura 15.2 FUNDAMENTOS 15.2.1 Harmonia 15.2.2 Equilíbrio e Ritmo 15.2.3 Escala e Proporção 15.2.4 Unidade 15.2.5 Variedade 15.2.6 Interesse 15.2.7 Diferenças 15.2.8 Ordem 16 O ESTUDO E APLICABILIDADE DA COR 16.1 INFLUÊNCIA PSICOLÓGICA DAS CORES 16.2 ESQUEMAS DE ORGANIZAÇÃO 16.2.1 Esquema neutro 16.2.2 Esquema monocromático 16.2.3 Esquema policromático 16.2.4 Esquema análogo 16.2.5 Esquema complementar 16.2.6 Dicas importantes 16.3 RECOMENDAÇÕES DE PINTURA 17 A UTILIZAÇÃO DOS ELEMENTOS E SUA COMPOSIÇÃO ESPACIAL 17.1 MOBILIÁRIO 17.2 REVESTIMENTOS 17.3 ACESSÓRIOS 17.3.1 Tapetes 17.3.2 Quadros AN02FREV001/REV 4.0 6 17.3.3 Cortinas e persianas 18 PROJETO SUSTENTÁVEL REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AN02FREV001/REV 4.0 7 MÓDULO I 1 HISTÓRICO CRONOLÓGICO DO DESIGN DE INTERIORES A necessidade de um abrigo, de um local destinado à habitação, vem desde os tempos mais longínquos da humanidade. Seja a proteção contra o clima, inimigos ou perigos iminentes, o homem sempre formatizou espaços para que o abrigassem. Os espaços internos, que no início se apresentavam bastante práticos e adaptados às necessidades de primeira ordem, eram isentos de um apuro mais rebuscado nos quesitos de ornamentação. Ao longo dos anos, com o advento do progresso humano, naturalmente as necessidades mudaram e o refinamento apareceu em diversas épocas. Cada civilização, segundo seus costumes e crenças, adotou sistemas de construção e estilos compositivos, baseados nos seus conhecimentos e escolhas que satisfizesse aos seus anseios da melhor forma possível. Dessa vertente é que surgiram os principais estilos e desenhos de padrões arquitetônicos, ambientes internos e mobiliários, bem como ornamentos, cores e efeitos decorativos. O fato é que nos dias atuais ainda utilizamos alguns conceitos que há muito foram criados, e somados a isso, nossos próprios estilos e escolhas contemporâneas. Vamos situar de forma temporal as fases de maior relevância dentro de nosso estudo, passando desde a pré-história até os dias atuais. 1.1 PERÍODO PRÉ-HISTÓRICO Nos espaços habitados pelo homem pré-histórico aparecem os primeiros registros de alguma intervenção artística em ambientes internos. Temos que sempre AN02FREV001/REV 4.0 8 ter em mente que, a evolução do homem e o consequente progresso da civilização, influenciaram e determinaram de forma significativa à qualidade da produção artística da humanidade. Nesse período, a limitação intelectual e o conhecimento empírico da natureza, foram traduzidos nas pinturas rupestres encontradas nas paredes das cavernas que serviam de abrigo ao homem. FIGURA 01: CAVERNA DE EL CASTILLO NA ESPANHA FONTE: Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cienciasaude/48794-pinturas-mais-antigas- do-mundo-tem-41-mil-anos.shtml>. Acesso em 05 fev. 2013. 1.2 DA MESOPOTÂMIA AO EGITO Dos povos que constituíam a Mesopotâmia, foram os Sumérios que melhor se destacaram culturalmente. Um pouco mais adiante surgem os Egípcios e podemos apontar um aprimoramento significativo na arquitetura e demais veias artísticas. Vamos encontrar exemplares de mobiliário, ornamentos e elementos compositivos evidentes nas edificações deixadas para a posteridade por esses povos. Seu período que compreende distintas formações demográficas vai do VI milênio a.C. até as últimas décadas a.C. AN02FREV001/REV 4.0 9 FIGURA 02: IMAGENS DIVERSAS FONTE: Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Templo_eg%C3%ADpcio>. Acesso em: 05 fev. 2013. 1.3 GRÉCIA E ROMA O grande avanço intelectual dessas civilizações permitiu que em diversas áreas o progresso se fizesse presente. A arquitetura acompanhou a evolução e o rebuscamento das formas, bem como a presença de elementos e suas composições, potencializaram conceitos clássicos difundidos em vários estilos subsequentes. A decoração interna de edificações da cidade de Pompeia, descobertas no século XVIII, revelam o apuro dos afrescos e apliques utilizados nas paredes, soterradas após a erupção do Vesúvio em 79 d.C. O emprego do mosaico foi muito difundido pela cultura romana. Os gregos deixaram vastos exemplares na escultura que era utilizada como elemento marcante na composição dos ambientes. As duas culturas evidenciaram a ostentação dos grandes impérios que representavam, por meio de composições de elementos e uso de cores marcantes. O império romano compreende o período que vai do século III a.C. até 476 d.C.- 1.476 d.C. O período helenístico vai de aproximadamente XXX milênio a.C. até o ano de 146 a.C. AN02FREV001/REV 4.0 10 FIGURA 03: POMPEIA FONTE: Disponível em: <http://giscreatio.blogspot.com.br/2010/07/arte-em-roma.html>. Acesso em: 05 fev. 2013. FIGURA 04: PARTHENON E AFRESCOS NA GRÉCIA FONTE: Disponível em: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=31968>. Acesso em: 06 fev. 2013. AN02FREV001/REV 4.0 11 1.4 ARTE BIZANTINA Vemos nesse período que vai do século II ao XV a presença forte de elementos dourados e a arte dos mosaicos, os quais apresentaram grande influência de Roma, Grécia e do Oriente. FIGURA 05: IMAGENS DIVERSAS FONTE: Disponível em: <http://www.culturamix.com/cultura/arte/arte-bizantina>.Acesso em 06 fev. 2013. AN02FREV001/REV 4.0 12 1.5 O PERÍODO GÓTICO O contexto histórico do período que compreende esse estilo, do século XII ao XV, reflete diretamente nas composições e formatações arquitetônicas. Temos uma grande produção voltada para temas religiosos. Interiores austeros e o emprego de ogivas nos tetos são marcantes nas edificações. Catedral de Notre Dame na França Catedral de Colonia na Alemanha. FIGURA 06 FIGURA 07 FONTE: Disponível em: <http://www.dombosco.com.br/curso/estudemais/historia/estilogotico.php>. Acesso em: 06 fev. 2013. 1.6 RENASCIMENTO Período da história que se inicia no final do século XII e perdura até o século XVII, servindo de marco entre a Idade Média e Moderna. O nome dado ao período é em virtude das tendências artísticas que revivem o período clássico greco-romano. A AN02FREV001/REV 4.0 13 Itália foi o grande expoente com diversas obras importantes nas mais diversas áreas artísticas. FIGURA 08: INTERIOR DO VATICANO AN02FREV001/REV 4.0 14 FIGURA 09: EXEMPLO DO RENASCIMENTO Figura 08 e 09: FONTE: Disponível em: <http://www.brasilartesenciclopedias.com.br/internacional/>. Acesso em: 06 fev. 2013. 1.7 BARROCO Movimento contrário ao Renascimento compreendido entre os séculos XV e XVIII. Uso de efeitos dramáticos de luz, volumes cheios e vazados, ornamentação carregada dos espaços, enfim, ambientes impactantes beirando a teatralidade. AN02FREV001/REV 4.0 15 FIGURA 10: IMAGENS DIVERSAS FONTE: Disponível em: <http://www.freewords.com.br/artes/a-riqueza-da-arte-barroca>. Acesso em: 06 fev. 2013. 1.8 ROCOCÓ O século XVIII foi palco para o surgimento do Rococó na França. Trata-se de uma decoração que emprega as formas orgânicas sempre revestidas de grande ornamentação. O dourado foi muito utilizado. Suas características marcantes são: Ornamentação com linhas curvas e utilização de formatos orgânicos, como conchas, flores e folhagens. Sua ornamentação é mais descompromissada que a do barroco que é bem austera. Estilo que se vale das cores claras em tons pastéis e efeitos bucólicos. A decoração muitas vezes é bastante rebuscada carregando os ambientes de formas e efeitos. AN02FREV001/REV 4.0 16 FIGURA 11: PALÁCIO REAL DE QUELUZ EM PORTUGAL FIGURA 12: QUARTO REAL DO PALÁCIO Figura 11 e 12: FONTE: Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Pal%C3%A1cio_Real_de_Queluz>. Acesso em: 06 fev. 2013. AN02FREV001/REV 4.0 17 1.9 ERA VITORIANA Do século XIX ao XX, durante o reinado da Rainha Vitória na Inglaterra, surgiu uma série de tendências que marcaram os hábitos e gostos da classe burguesa, influenciando a decoração dos interiores britânicos e americanos. FIGURA 13 FONTE: Disponível em: <http://milideiasdecoracao.blogspot.com.br/2012/02/decoracao-de-interiores- em-estilo.html>. Acesso em: 13 mar. 2013. 1.10 ART NOUVEAU Acontece do final do século XIX e início do século XX. Prega o rompimento com o classicismo, tendo como fonte inspiradora as formas da natureza. AN02FREV001/REV 4.0 18 FIGURA 14 FONTE: Disponível em: <http://www.arquitetonico.ufsc.br/art-nouveau>. Acesso em: 13 mar. 2013. 1.11 ECLETISMO Estilo do século XX que reuniu diversos estilos passados em uma só composição. Uma verdadeira mistura de formas, que acabaram por criar um conceito de ritmo e harmonia nos ambientes. Caracteriza-se pelo rebuscamento das formas e uma ornamentação dos espaços. AN02FREV001/REV 4.0 19 FIGURA 15: ÓPERA DE PARIS FONTE: Disponível em: <http://www.impressionsdanse.com/2013/02/opera-paris-saison-2013-2014- romantique.html>. Acesso em: 13 mar. 2013. 1.12 ART DECO No século XX, após a Primeira Guerra Mundial, esse estilo ganhou força priorizando a produção em escala industrial de elementos decorativos em detrimento, da escala artesanal, utilizada até então. AN02FREV001/REV 4.0 20 FIGURA16 FONTE: Disponível em: <http://www.andthisisreality.com/2008_09_01_archive.html>. Acesso em: 13 mar. 2013. 1.13 MODERNISMO Foi um movimento que mobilizou todas as áreas artísticas, literatura e música no início do século XX. O desapego aos formalismos passados e o culto aos volumes limpos com linhas retas, atribuíam aos espaços um minimalismo formal. Os conceitos pregados por Le Corbusier, Mies Van der Rohe e Walter Gropius determinaram esse estilo. AN02FREV001/REV 4.0 21 FIGURA 17: AMBIENTE E MOBILIÁRIO PROJETADOS POR MIES VAN DER ROHE FONTE: Imagem própria do autor. (Arq. Fabiano Volpatto). 1.14 HIGH-TECH Uma característica, marcante dessa decoração do século XX, é o emprego de materiais industrializados na composição de elementos e dos próprios ambientes. Constata-se a presença da borracha, aço, plástico e acrílico. AN02FREV001/REV 4.0 22 FIGURA 18 FONTE: Disponível em: <http://noticias.vidrado.com/decoracao-e-design/decoracao-high-tech-em- preto-e-branco-2/>. Acesso em: 13 mar. 2013. 1.15 PÓS-MODERNISMO Surgiu como uma crítica ao rigor modernista, estabelecendo uma forma mais livre de composição. Faz uma releitura de algumas formas clássicas e às readapta ao estilo Pós-Moderno. Como os anteriores, também data do século XX. AN02FREV001/REV 4.0 23 FIGURA 19 FONTE: Disponível em: <http://www.damatex.com.br>. Acesso em: 13 mar. 2013. 1.16 DECONSTRUTIVISMO O século XX foi muito produtivo em novos estilos, e esse foi contra os ideais do anterior. Uma verdadeira bagunça organizada determinou a composição dos espaços. AN02FREV001/REV 4.0 24 FIGURA 20 FONTE: Disponível em: <http://www.abril.com.br/fotos/arquitetura-projeto-premiado-brasil/?ft=3- escada-shopping-01g.jpg>. Acesso em: 13 mar. 2013. 1.17 CONTEMPORÂNEO Nosso estilo mais recente, em que podemos encontrar uma composição que mistura elementos, formas e cores, em uma tentativa de buscar o equilíbrio e intimismo dos ambientes, focando sempre em uma personalização do espaço. É o jeito de trabalhar o design de interior de nossos tempos atuais. No decorrer de nossos estudos iremos aprofundar, de forma mais abrangente, os conceitos atuais e a nova forma de trabalhar a composição dos ambientes. Uma série de fatores é levada em consideração quando planejamos a intervenção em um espaço, desde a funcionalidade, conforto em seus mais diversos matizes e os distintos elementos que compõem o todo. AN02FREV001/REV 4.0 25 FIGURA 21 FONTE: Disponível em: <http://revistafenahabit.com.br/blog/2011/05/a-mistura-de-estilos/>. Acesso em: 14 mar. 2013. 2 ESTILOS DECORATIVOS As formas, os elementos, as cores, os adornos, enfim, a composição de todos os itens, que fazem parte de um ambiente, em uma determinada época, define o estilo decorativo. Vejamos a seguir as características de cada um deles. 2.1 CLÁSSICO Já vimos anteriormente que o termo clássico faz referência ao estilo greco- romano. Essa palavra também é empregada quando nos referimos a alguma coisa que segue padrões convencionais e eruditos, algo que marcou época. AN02FREV001/REV 4.0 26 2.1.1 Estilo Luís XV Período: século XVIII (1715-1774). Origem: França. Materiais: madeira (mogno, carvalho, pau-rosa e nogueira) e tecidos (tafetá,seda, brocado e cetim). Cores: tons pastéis (bege, azul, rosa e lilás). Mobiliário: linhas sinuosas com cunho feminino. Suas dimensões são menores e se adequam aos vestuários da época. Inspirações: delicadeza, leveza de formas e linhas sinuosas, remetendo ao universo feminino e a formas da natureza (conchas, flores, etc.). Jogo assimétrico e fluído, com movimento e elegância. Observações: o período do Reinado de Luís XV, o Rei Sol, é refletido nesse estilo. Período que coincide com o Rococó que foi criado na França. FIGURA 22 FONTE: Disponível em: <http://arqteturas.blogspot.com.br/2010/07/inspiracao-luis- xv.html#.URVN2qW9QYs>. Acesso em: 08 fev. 2013. AN02FREV001/REV 4.0 27 2.1.2 Estilo Luís XVI Período: século XVIII (1774-1785). Origem: França. Materiais: madeira (mogno, ébano, pau-cetim e nogueira) e tecidos (seda listrada ou floral e seda lisa). Cores: azul, dourado, rosa-velho e cinza. Mobiliário: linhas mais sérias, com cadeiras de espaldar reto e pernas em formato de colunas. No espaldar pode aparecer uma moldura retangular ou oval, ou ainda, vazado. Inspirações: motivos clássicos nos frisos e colunas, instrumentos musicais, guirlandas, medalhões, natureza. Observações: foi um período de extremo exagero e descomprometimento que antecipou a grande Revolução Francesa. AN02FREV001/REV 4.0 28 FIGURA 23 FONTE: Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Estilo_Lu%C3%ADs_XVI#Caracteriza.C3.A7.C3.A3o_formal_do_mobili.C 3.A1rio>. Acesso em: 09 fev. 2013. 2.1.3 Estilo Gustaviano Período: Gustavo III - século XVIII (1771-1792). Origem: Suécia. Materiais: madeira (com tratamento de pintura, decapé branco) e tecidos (seda e adamascados na corte, linho e algodão nas classes menos abastadas – padrão xadrez, listrado e liso). Cores: azul, branco, dourado e cinza. Mobiliário: inspiração no estilo Inglês e Luís XVI. AN02FREV001/REV 4.0 29 Inspirações: motivos clássicos com comedimento. Elementos: cabeças de águias, colunas, guirlandas e medalhões. Observações: formas, mais puras e com menos luxo, que o estilo francês. FIGURA 24 FONTE: Disponível em: <http://www.flickr.com/photos/lubirindelli/sets/72157624993186215/detail/>. Acesso em: 09 fev. 2013. 2.1.4 Estilo Império Período: Napoleão Bonaparte - século XIX (1804-1815). Origem: França. Materiais: madeira (mogno escuro ou avermelhado, nogueira, cedro). Bronzes. Cores: azul, amarelo, vermelho, roxo, violeta e verde. Mobiliário: simetria com aparência sólida, pernas retas afinadas na parte inferior e decalque de figuras humanas. Inspirações: esfinges, leões alados, abelhas, estrelas, águias imperial, a letra N e coroas de louro. http://www.flickr.com/photos/lubirindelli/sets/72157624993186215/detail/ AN02FREV001/REV 4.0 30 Observações: o período de conquistas de Napoleão inspira a decoração, que mescla elementos da cultura étnica egípcia com elementos greco- romanos. AN02FREV001/REV 4.0 31 FIGURA 25 FONTE: Imagem própria do autor. (Arq. Fabiano Volpatto). AN02FREV001/REV 4.0 32 2.1.5 Estilo Inglês Período: século XVIII e XIX. Origem: Inglaterra. Materiais: madeira (mogno e pau-cetim) e tecido (tafetá e damasco). Cores: azul acinzentado, verde (Hepplewhite e Sheraton), marrom e vermelho escuro (Regency). Mobiliário: Linhas delicadas e leves principalmente no mobiliário de Hepplewhite e Sheraton. Inspirações: Três plumas de Príncipe de Gales, trigo, flores, fitas, guirlandas, motivos clássicos (Hepplewhite e Sheraton). Observações: predominância da escola neoclássica com distintas influências. AN02FREV001/REV 4.0 33 FIGURA 26 FONTE: Imagem própria do autor. (Arq. Fabiano Volpatto). 2.1.6 Estilo Biedermeier Período: século XVIII e XIX. Origem: Alemanha e Áustria. Materiais: Bi cromatismo na utilização de madeiras: nogueira, cerejeira, detalhes em ébano. Cores: uso do brilho. Branco, cinza, roxo e prata. Mobiliário: Móveis simples e confortáveis de linhas austeras. AN02FREV001/REV 4.0 34 Inspirações: estilo clássico e império (golfinho, grifo e cisne) convivem com motivos barrocos (conchas, frontões bipartidos). Observações: Estilo neoclássico com culto à simplicidade. FIGURA 27 FONTE: Imagem própria do autor. (Arq. Fabiano Volpatto). AN02FREV001/REV 4.0 35 2.2 ÉTNICO Esse estilo volta-se para as peculiaridades das tribos e dos ancestrais humanos. Explora as tipologias, materiais, elementos e cores características da cultura observada. FIGURA 28 FONTE: Disponível em: <http://atdigital.com.br/designdecor/?p=971>. Acesso em 14 mar. 2013. AN02FREV001/REV 4.0 36 FIGURA 29 FONTE: Disponível em: <http://atdigital.com.br/designdecor/?p=971>. Acesso em: 14 mar. 2013. FIGURA 30 FONTE: Disponível em: <http://decoracaos.com/decoracao-estilo-etnico/>. Acesso em: 14 mar. 2013. 2.3 MODERNO Está compreendido dentro do período europeu de 1920 – 1950. No Brasil corresponde especificamente a década de 20. Segue fielmente ao Movimento Modernista com as mesmas características da arquitetura. Cores neutras: preto. Branco, bege. AN02FREV001/REV 4.0 37 FIGURA 31 FONTE: Imagem própria do autor. (Arq. Fabiano Volpatto). FIGURA 32 FONTE: Disponível em: <http://www.bomestaremcasa.com.br/?p=281>. Acesso em: 14 mar. 2013. AN02FREV001/REV 4.0 38 2.4 ART DECO Período: século XX (1925). Origem: França. Materiais: Raiz de imbuia, pau-marfim, ébano, pedras preciosas, cromo, laca. Couro, vidro. Tecidos brocados, veludos e as peles. Cores: laranja, roxo e verde-limão em pequenos detalhes. Mobiliário: Linhas geométricas, retas e simples. Inspirações: Forte ligação com temas geométricos. Observações: Estilo neoclássico com culto à simplicidade. FIGURA 33 FONTE: Disponível em: <http://oblogdeco.blogspot.com.br/2010/12/art-deco.html>. Acesso em: 14 mar. 2013. AN02FREV001/REV 4.0 39 FIGURA 34 FONTE: Disponível em: <http://www.olivre.com/estilo-de-decoracao-art-deco/>. Acesso em: 14 mar. 2013. 2.5 CONTEMPORÂNEO É a maneira de decorar da nossa atualidade. Somente o tempo poderá dizer se virá a ser um estilo. Caracteriza-se pela pluralidade e busca pela harmonia. Ainda que seja uma tendência de nossos dias e se caracterize pela falta de um conceito específico, leva em conta muitos dos princípios inerentes ao design de interiores. A boa decoração independe de estilo, de época ou de escolhas dos elementos compositivos. A boa decoração necessita sim, de uma coerência e bom- senso do profissional na escolha dos diversos componentes que integram o todo. AN02FREV001/REV 4.0 40 FIGURA 35 FONTE: Disponível em: <http://mulher.uol.com.br/casa-e- decoracao/album/marilia_veiga_vlnovaconceicao_album.htm>. Acesso em: 14 mar. 2013. AN02FREV001/REV 4.0 41 FIGURA 36 FONTE: Disponível em: <http://leitequenteenews.blogspot.com.br/2010/04/arquitetura-decoracao- tendencia.html>. Acesso em: 14 mar. 2013. 3 TENDÊNCIAS ATUAIS DA DECORAÇÃO DE INTERIORES O mercado brasileiro vem se tornando um grande atrativo na área de design deinteriores. A explicação, para essa crescente, é o fato da economia se manter estável e também, ao grande impulso dado pela construção civil nos últimos anos. A população passou a interessar-se mais pelo conforto, bem-estar e aconchego no interior de seus lares, fazendo com que o mercado de móveis, adornos e demais elementos compositivos se desenvolvesse de forma vertiginosa. O desejo de se sentir bem fisicamente e psicologicamente, seja em casa, no escritório ou em ambientes sociais proporciona ao profissional de design a oportunidade de inserir-se em um mercado altamente rentável. AN02FREV001/REV 4.0 42 O decorador é o profissional que possui uma formação acadêmica que o referencia para projetar e executar a composição plástica dos espaços interiores. Em sua formação adquire conhecimentos que o torna um especialista na composição visual do espaço. Dados a cerca desse mercado são bastante sugestivos. O número de lojas especializadas em decoração de ambientes aumenta a cada dia e traz junto disso a abertura de grandes centros e shoppings voltados exclusivamente para esse nicho de mercado. Dados estatísticos da ABD (Associação Brasileira de Design de Interiores) dão conta que, dos aproximadamente 15 mil profissionais atuantes na área: 40% são arquitetos; 55% são designers ou técnicos de interiores; 5% são autodidatas. Desse montante, 79% são do sexo feminino e 21% do sexo masculino. Quanto ao nosso atual estilo de decorar, mencionado no capítulo anterior, podemos afirmar que nossa maior característica atual é a mistura e releitura de estilos de forma harmoniosa. A mistura proporciona o equilíbrio. A mescla de estilos pode ser usada em todos os cômodos de uma casa, sempre respeitando a identidade de seu morador. Uma possibilidade é introduzir determinados itens de época junto de peças atuais, caracterizando uma nova identidade ao local. Dessa forma, a mistura do vintage com o contemporâneo, sinaliza o encontro de elementos de época com peças confeccionadas nas padronagens atuais, em materiais como a madeira, vidro, metal, sintéticos, etc., respeitando as linhas mais retas e limpas de nossa época. A grande verdade é que na maioria das vezes, o melhor caminho é aderirmos ao velho jargão: O menos é mais. O que quer dizer que, na dúvida, opte pelo clean, pelas linhas simples, por ambientes não carregados. AN02FREV001/REV 4.0 43 4 A PSICOLOGIA NO ATO DE PROJETAR Desde os tempos mais remotos, como vimos na cronologia do primeiro capítulo, o homem tem a necessidade de imprimir seus anseios, de alguma forma, no seu ambiente de convívio. A escolha do mobiliário, dos itens de adorno, das cores e disposição de elementos demarca e personifica de alguma forma o ambiente em que ele se insere. Quando o homem imprime as suas marcas no habitat onde mora faz com que o objeto inanimado chamado de casa sofra uma mudança, transforme-se em um lar, pois somente se consegue isso, solidificando as suas subjetividades no ambiente em que mora. Cabe ao decorador entender essa metamorfose. Deve ter inerente ao seu ser, a capacidade de enxergar de forma objetiva o que, e de que forma, pode proporcionar ao morador, tudo o que ele aspira para seu lar. A sensibilidade para captar tais propósitos é de extrema importância para o êxito da missão. Para fazer com que os ambientes sejam uma extensão de nossa personalidade, é vital que a decoração faça sua parte nos âmbitos físicos, sociais e psicológicos, no que tange a composição dos espaços. Cada cômodo da casa possui seu significado, sua identidade, e revela o limite de cada ocupante. Antes de projetar qualquer coisa é indispensável conseguir captar o estilo, os elementos de maior conectividade, as formas e cores que melhor expressam a linguagem do ambiente a ser concebido. Por isso, uma entrevista com o morador, acerca de suas rotinas, seus gostos, seu estilo de morar e viver são de suma importância, para que se possa propor uma correta composição. Composição essa que deve obedecer ao ritmo e harmonia necessários, para que o aconchego e a funcionalidade dos espaços atendam às necessidades de seus ocupantes. FIM DO MÓDULO I
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