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Região Profunda da Face 12 Visão Geral do Capítulo Descrições e Limites Fossa Temporal Fossa Infratemporal Músculos e Fáscias Músculos da Mastigação Fáscias Suprimento Vascular Artéria Maxilar Plexo Pterigóideo e Veia Maxilar Inervação Nervo Trigêmeo Mastigação Termos-chave Abaixador (Depressor) da Mandíbula representado pelo músculo pterigóideo lateral, o músculo da mastigação que funciona no início da abertura da boca. Artéria Maxilar e seus ramos suprem as estruturas localizadas no interior das fossas temporal e infratemporal, incluindo todos os músculos da mastigação. Adicionalmente, a artéria maxilar supre o meato acústico externo, a membrana timpânica e a ATM. Outros ramos da artéria maxilar se originam na região profunda da face, mas estão relacionados com outras regiões anatômicas e serão descritos nas respectivas regiões. Divisão Mandibular do Nervo Trigêmeo é a porção do nervo trigêmeo (nervo craniano V) que supre a inervação motora dos músculos da mastigação e a inervação sensitiva da ATM e da região lateral da cabeça. Ramos adicionais da divisão mandibular que se originam na fossa infratemporal estão relacionados com as outras regiões e serão descritos nas respectivas regiões. Elevadores (Levantadores) da Mandíbula correspondem aos músculos da mastigação, incluindo os músculos masseter, temporal e pterigóideo medial, que atuam primariamente no fechamento da boca. Fossa Infratemporal corresponde à região inferior e profunda em relação ao arco zigomático e à mandíbula. Ela contém as origens e inserções dos músculos da mastigação, com exceção do masseter. Seu conteúdo inclui os ramos da divisão mandibular do nervo trigêmeo (nervo craniano V), a artéria maxilar e seus ramos e o plexo venoso pterigóideo. Fossa Temporal corresponde à porção da face localizada acima da concha da orelha e do arco zigomático, uma região conhecida como “têmpora”. Ela é delimitada e recoberta pelo músculo temporal. Músculos da Mastigação correspondem a um conjunto de músculos bilaterais que agem nos movimentos da mandíbula, na articulação temporomandibular (ATM), em funções como a fonação, a mastigação e a deglutição. Todos esses músculos, exceto o músculo masseter, se originam na fossa temporal ou na fossa infratemporal, e todos os quatro músculos se inserem na mandíbula, nas proximidades da ATM. Plexo Venoso Pterigóideo fica localizado sobre ou próximo aos músculos pterigóideos e projeta-se nos espaços profundos da face. Este plexo venoso drena o sangue da região profunda da face e de outras regiões, como a região superficial da face, a cavidade nasal, a órbita, os seios paranasais etc. Além disso, o plexo venoso pterigóideo apresenta uma comunicação direta com o seio cavernoso, outro reservatório venoso no interior do crânio. Devido a sua extensa área de drenagem e a suas comunicações, o plexo venoso pterigóideo pode se constituir em uma via de propagação de infecções para o interior do crânio. Região Profunda da Face corresponde à região lateral da cabeça, situada profundamente em relação à mandíbula e ao arco zigomático; ela contém as origens e inserções de três dos quatro músculos da mastigação. Aregião a ser descrita neste capítulo é considerada profunda da face. Ela envolve estruturas situadas profundamente à mandíbula, incluindo três dos quatro músculos da mastigação. O quarto músculo da mastigação, o músculo masseter, fica situado superficialmente à mandíbula, mas será descrito aqui por motivos de continuidade. Além disso, um novo músculo da região profunda da face, recém-descoberto, será também descrito nesta seção. A função normal desse grupo muscular, uma parte do sistema estomatognático, é essencial para a boa saúde bucal. Um entendimento mais completo dessa região anatômica, de suma importância para os profissionais que cuidam da saúde, permite a compreensão das complexidades do sistema estomatognático em condições normais e patológicas. É imperativo que as pessoas que diagnosticam e tratam a anestesia inadequada, a má oclusão, os quadros dolorosos e a propagação de infecções nas proximidades da cavidade oral “conheçam a sua própria anatomia”. INERVAÇÃO REGIONAL E SUPRIMENTO VASCULAR Localizados na profundidade da face encontramos ramos das divisões maxilar e mandibular do nervo trigêmeo, transmitindo informações sensitivas dos dentes e das estruturas associadas da maxila e da mandíbula, respectivamente. Além disso, a divisão mandibular provê inervação para a articulação temporomandibular, outro importante componente do sistema estomatognático. A raiz motora do nervo trigêmeo une-se à divisão mandibular logo após a saída do crânio para distribuição aos músculos da mastigação e alguns outros músculos desenvolvidos no interior do mesoderma do primeiro arco faríngeo. O suprimento vascular dessa região, da mesma forma, supre parte da cavidade oral e os dentes, além de vascularizar a articulação temporomandibular, algumas partes da orelha e os músculos da mastigação. DESCRIÇÕES E LIMITES Fossa Temporal Resumo. A fossa temporal é a região situada lateralmente na face, acima do meato acústico externo e recoberta pelo músculo temporal. A região lateral da cabeça, anterior e superiormente situada em relação à concha da orelha, é comumente chamada de “têmpora”. Pele, fáscia e porções dos músculos extrínsecos da concha da orelha, nessa região, recobrem o músculo temporal em forma de leque, situado mais profundamente, e que se fixa aos ossos da região temporal (Figura 12.1). Superiormente, essa fossa é limitada pela linha temporal superior, enquanto seu limite inferior é arbitrariamente definido pelo arco zigomático, embora o músculo temporal se estenda inferiormente abaixo desse arco, ocupando a fossa infratemporal. O assoalho da fossa temporal é formado pelos ossos laterais da cabeça – partes do frontal, esfenoide, temporal e parietal. O prolongamento mais superior da origem do músculo temporal e de sua fáscia deixa marcas nesses ossos correspondendo às linhas temporais inferior e superior, respectivamente. Essas linhas se originam no processo zigomático do frontal e seguem posteriormente, como um arco, sobre o parietal, antes de adotar um trajeto descendente no temporal e continuar no processo zigomático deste osso. Fossa Infratemporal Resumo. A fossa infratemporal fica situada inferiormente ao arco zigomático e profundamente à mandíbula. A região abaixo do arco zigomático e profundamente à mandíbula é denominada fossa infratemporal (Figura 12.2 e Quadro 12.1). Esse espaço irregular, posteriormente à maxila, que forma a sua parede anterior, é limitado lateralmente pelo ramo e pelo processo coronoide da mandíbula, enquanto seu prolongamento medial corresponde à lâmina lateral do processo pterigoide do esfenoide. Superiormente, a fossa é limitada pela superfície infratemporal da asa maior do esfenoide e por uma porção mais anterior e inferior da escama do temporal. A crista óssea que se estende através desses dois ossos, conhecida como crista infratemporal, delimita a extensão mais superior do teto da fossa. Inferiormente, a fossa infratemporal não tem um limite bem definido, mas se estende no interior da região cervical lateral até a faringe. Comunicações A fossa infratemporal se comunica com a fossa temporal à medida que o músculo temporal desce desde a sua origem na fossa temporal até a inserção no processo coronoide da mandíbula (Quadro 12.1). Figura 12.1 Fossa temporal. Figura 12.2 Fossa infratemporal. Quadro 12.1 Limites, Comunicações e Conteúdos da Fossa Infratemporal Região Limite Comunicações Conteúdos Superior Face infratemporal da asa maior do esfenoide e crista infratemporal além de uma pequena parte do temporal Cavidade cranianavia forame oval, forame espinhoso; fossa infratemporal Músculo temporal (parte inferior) Músculo pterigóideo medial Músculo pterigóideo lateral Artéria maxilar e seus ramos Plexo venoso pterigóideo Nervo corda do tímpano Gânglio ótico Nervo mandibular e seus ramos Nervo alveolar superior posterior Inferior Contínua com a região submandibular Medial Lâmina lateral do processo pterigoide Fossa pterigopalatina via fissura pterigomaxilar Lateral Ramo e processo coronoide da mandíbula Anterior Face posterior da maxila à fissura orbital inferior Órbita via fissura orbital inferior Posterior Contínua com as estruturas nas vizinhanças do processo estiloide Nervos e vasos que suprem o músculo temporal passam da fossa infratemporal para a fossa temporal perfurando a face profunda desse músculo. Dois forames se abrem no teto da face medial da região infratemporal da asa maior do esfenoide. O mais amplo desses forames, o forame oval, dá passagem à divisão mandibular do nervo trigêmeo, em sua saída do crânio, e à artéria meníngea acessória, em seu trajeto para o interior do crânio. O menor forame, o forame espinhoso, fica situado entre o forame oval e a espinha do esfenoide. Por ele passam a artéria meníngea média e o nervo meníngeo recorrente da fossa para o interior do crânio. A fossa se comunica com a órbita em sua porção mais superior e anterior, via fissura orbital inferior, entre a maxila e a asa maior do esfenoide. Através dessa fissura passa a divisão maxilar do nervo trigêmeo, em seu trajeto para o assoalho da órbita, bem como o ramo zigomático que se origina desse nervo. A fenda entre a maxila e a lâmina lateral do processo pterigoide é a fissura pterigomaxilar, comunicando-se com a fossa pterigopalatina medialmente. É através dessa fissura que a artéria maxilar emite seus ramos para a fossa, alcançando, eventualmente, a cavidade nasal, através do forame esfenopalatino. Quadro 12.2 Músculos da Mastigação Músculo Origem Inserção Vascularizaçã o Inervação Função Masseter Superficial: aponeurose tendínea do processo Face lateral do ramo e do ângulo da mandíbula, estendendo-se Ramo massetérico da artéria maxilar Ramo massetéric o da divisão Poderoso levantador (elevador da mandíbula) zigomático da maxila e dos dois terços anteriores da margem inferior do arco zigomático Profunda: face medial e margem inferior do terço posterior do arco zigomático anteriormente até o último dente molar e estendendo-se superiormente até a base do processo coronoide mandibular do nervo trigêmeo Temporal Linha temporal inferior e ossos da fossa temporal Como um tendão no processo coronoide e margem anterior do ramo da mandíbula, estendendo-se inferior e anteriormente até o terceiro dente molar Artérias temporais profundas anterior e posterior da artéria maxilar; esses vasos se anastomosam com o ramo temporal médio da artéria temporal superficial Nervos temporais profundos anterior e posterior da divisão mandibular do nervo trigêmeo Primariament e um levantador da mandíbula; algumas fibras (posterior e média) agem na retração Pterigóide o medial (interno) Fossa pterigóidea e superfície medial da lâmina lateral do processo pterigoide; um feixe se origina da parte lateral do processo piramidal do palatino e do túber da maxila adjacente Face medial do ramo da mandíbula estendendo-se superiormente como o ligamento esfenomandibular e inferiormente até o sulco milo- hióideo Ramo da artéria maxilar Nervo pterigóideo medial do tronco da divisão mandibular do nervo trigêmeo Primariament e um levantador da mandíbula Pterigóide o lateral (externo) Cabeça superior: asa maior do esfenoide e crista infratempor al Cabeça inferior: face lateral da lâmina lateral do processo pterigoide Cabeça superior: cápsula articular da articulação temporomandibul ar – disco e parte superior do colo da mandíbula Cabeça inferior: face anterior do colo da mandíbula Ramo da artéria maxilar Nervo pterigóideo lateral da divisão mandibular do nervo trigêmeo Cabeça superior: estabilizador da mandíbula Cabeça inferior: abaixador (depressor) da mandíbula e ligeira protrusão; inicia a abertura da boca O nervo alveolar superior posterior, que se origina do nervo maxilar como o último ramo que atravessa a fossa pterigopalatina, utiliza a fissura pterigomaxilar no seu trajeto em direção ao túber da maxila. MÚSCULOS E FÁSCIAS Músculos da Mastigação Resumo. Os músculos da mastigação e suas fáscias estão localizados nas fossas temporal e infratemporal. Os músculos da mastigação (Quadro 12.2), todos derivados do mesoderma do primeiro arco faríngeo, estão localizados no interior da região profunda da face, com exceção do músculo masseter, previamente descrito como posicionado lateralmente em relação à mandíbula. Esses músculos, exceto o masseter, se originam da parte óssea profunda nas fossas temporal e infratemporal e se inserem na face medial da mandíbula. Em contrapartida, o músculo masseter se origina no arco zigomático e se insere na face lateral da mandíbula (Figura 12.2). Este grupo de músculos (temporal, pterigóideo medial, pterigóideo lateral e masseter) é recoberto pelo epimísio, que se torna a fáscia que envolve o compartimento mastigador. O compartimento mastigador contém os quatro músculos da mastigação e o ramo da mandíbula (Figura 12.3). Fáscias Resumo. As fáscias que recobrem os músculos da mastigação e a glândula parótida são divisões da fáscia profunda. A fáscia envolve completamente os músculos da mastigação e o ramo da mandíbula. Ela se divide para recobrir os músculos pterigóideos, se reúne novamente e, em seguida, é fixada ao ligamento estilomandibular, auxiliando a formação do ligamento esfenomandibular. A fáscia temporal se distribui sobre a linha temporal superior, cobrindo o músculo temporal para se fixar no arco zigomático, em ambas as faces medial e lateral. A fáscia parotideomassetérica, fixada cranialmente ao arco zigomático, se divide envolvendo a glândula parótida, à medida que ela passa sobre a superfície lateral do músculo masseter, para se tornar contínua com a fáscia cervical profunda, nas proximidades dos músculos supra-hióideos. A fáscia massetérica cobre o músculo masseter e envolve o ramo da mandíbula, inferiormente, onde ela continua com a fáscia pterigóidea (Figura 12.3). Ambos os músculos pterigóideos lateral e medial são envolvidos pela fáscia pterigóidea. Contudo, a fáscia é muito mais espessa na parte inferior do músculo pterigóideo medial, onde ela se torna contínua com as fáscia massetérica e cervical, assim como com o ligamento estilomandibular. À medida que a fáscia pterigóidea reflete sobre a parte superior do músculo pterigóideo medial, ela se divide para envolver o músculo pterigóideo lateral e fica fixada na origem óssea daquele músculo e na espinha do esfenoide. Essa última fixação é mais espessa, formando o ligamento esfenomandibular, que se estende da espinha do esfenoide à língula da mandíbula (Figura 13.3). A porção espessada da fáscia pterigóidea, localizada entre os dois músculos pterigóideos, se distribui entre a espinha do esfenoide e a lâmina lateral do processo pterigoide, sendo conhecida como ligamento pterigoespinhoso. Ocasionalmente, esse ligamento encontra-se ossificado. Quando isso acontece, um forame pterigoespinhoso está presente entre o ligamento e a crânio, conduzindo ramosdo nervo mandibular em direção aos músculos. Essa fáscia apresenta uma descontinuidade nas proximidades do colo da mandíbula para a passagem dos vasos maxilares em direção à fossa infratemporal. Situado entre o músculo temporal e a maior parte da superfície dos músculos pterigóideos encontramos o plexo venoso pterigóideo, conectando muitas das veias tributárias internas e externas do crânio, além da face, da região profunda da face, da órbita e da cavidade nasal. Músculo Temporal Resumo. O músculo temporal, um músculo da mastigação, se origina na fossa temporal e se insere no processo coronoide da mandíbula. O músculo temporal é um músculo em forma de leque que se origina dos ossos da ampla fossa temporal (Figuras 12.3 e 12.4). Especificamente, o local de origem se estende inferiormente, a partir da linha temporal inferior que segue por toda a fossa temporal, incluindo partes do parietal, da escama do temporal e da asa maior do esfenoide, incluindo a sua crista infratemporal e a face temporal do frontal. Ocasionalmente, algumas fibras se originam da face temporal posterior do processo frontal do zigomático. Esses feixes musculares convergem para se inserir, por meio de um tendão, no processo coronoide da mandíbula e acompanham, inferiormente, a sua face anterior e a margem anterior do ramo até o nível do terceiro molar (Figuras 12.2, 12.3 e 12.4 e Quadro 12.2). As fibras anteriores desse músculo são direcionadas em um plano vertical desde a sua origem até a inserção; as fibras médias dispõem-se em um plano oblíquo e as fibras posteriores em um plano próximo do horizontal. O músculo é, primariamente, um levantador da mandíbula; contudo, as partes posterior e média, devido à direção e ao alinhamento das suas fibras musculares, são associadas à função de retração da mandíbula. O músculo temporal é inervado pelos nervos temporais profundos anterior e posterior da divisão mandibular do nervo trigêmeo. O nervo entra no músculo em sua face profunda, na fossa temporal. A vascularização é fornecida pelos ramos das artérias temporais superficial e maxilar. A artéria temporal média se origina da artéria temporal superficial, que entra na parte superficial do músculo. As artérias temporais profundas anterior e posterior se originam da artéria maxilar, acompanhando os nervos temporais profundos anterior e posterior, e entram na face profunda do músculo, onde se anastomosam com a artéria temporal média. Músculo Masseter Resumo. O músculo masseter, o único músculo da mastigação localizado fora da região profunda da face, se origina do arco zigomático e se insere no ângulo e no ramo da mandíbula. A forma da região posterior da mandíbula se deve ao formato quadrangular do músculo masseter, que cobre o ângulo e o ramo da mandíbula (Figuras 12.1 e 12.3 e Quadro 12.2). O músculo masseter, como previamente descrito, é o único músculo da mastigação situado fora da região profunda da face, uma vez que ele se origina do arco zigomático e insere-se na superfície lateral da mandíbula. Este músculo possui, desde a sua origem, uma parte superficial e outra parte menor, mais profunda. A parte superficial se origina, por intermédio de uma aponeurose, do processo zigomático da maxila e dos dois terços anteriores da margem inferior do arco zigomático. A parte menor, mais profunda, se origina da margem inferior do terço posterior do arco zigomático e de toda a extensão da sua superfície medial. É referido que a origem da parte superficial está limitada posteriormente pela sutura zigomaticotemporal. A origem da parte profunda é limitada posteriormente pela inclinação anterior do tubérculo articular do arco zigomático. As fibras das partes superficial e profunda do músculo se unem para inserir- se na mandíbula, cobrindo amplamente o ângulo e acompanhando uma parte do ramo e do corpo, estendendo-se anteriormente até a região abaixo do último dente molar. Algumas fibras derivadas da parte profunda se inserem bem superiormente até a base do processo coronoide. É nessa região que as fibras do músculo temporal se originam da superfície interna do arco zigomático, podendo unir- se às fibras da parte profunda do músculo masseter; em tais casos, emprega-se o termo músculo zigomaticomandibular. O músculo masseter funciona como um poderoso levantador da mandíbula. As fibras superficiais atuam para direcionar a força sobre os dentes molares, enquanto as fibras profundas, mais verticais, produzem uma força de retração, especialmente na oclusão. O músculo é inervado pelo nervo massetérico da divisão mandibular do nervo trigêmeo. Esse nervo motor entra no músculo em sua face profunda adjacente à incisura da mandíbula, através da qual ele penetra em sua origem, na face profunda. O suprimento vascular para o músculo provém do ramo massetérico da artéria maxilar. A artéria e a veia acompanham o nervo em seu trajeto para o músculo. Músculo Pterigóideo Medial Resumo. O músculo pterigóideo medial, o músculo da mastigação situado mais profundamente, insere-se na face interna do ramo e do ângulo da mandíbula, como uma imagem em espelho do músculo masseter. O músculo pterigóideo medial (interno) se origina da parte mais profunda da região profunda da face, inserindo-se na face medial do ramo e do ângulo da mandíbula. Assim, ele é anatômica e funcionalmente um músculo análogo ao músculo masseter (Figuras 12.2, 12.3, 12.5 a 12.8 e Quadro 12.2). Considerações Clínicas Infecção no Espaço Mastigador A fáscia profunda ao redor da mandíbula sofre uma divisão, formando duas lâminas no nível da sua margem inferior. Como consequência, os músculos da mastigação (temporal, masseter e pterigóideos medial e lateral) ficam encapsulados no interior de um compartimento denominado espaço mastigador (ver Figura 12.3). As duas lâminas se fundem novamente na margem superior do músculo temporal, de onde ele se origina do crânio. Além de conter os músculos da mastigação, esse espaço amplo também aloja a artéria maxilar e muitos dos seus ramos; a divisão mandibular do nervo trigêmeo e vários dos seus ramos; e grande parte do corpo adiposo da bochecha. O espaço mastigador também se comunica com muitos outros espaços no interior da cabeça e do pescoço que podem contribuir para a propagação de infecções e/ou de neoplasias originadas na cavidade oral. Tumores das glândulas salivares, abscessos, hemangiomas e disseminação metastática de carcinoma de células escamosas (especialmente do assoalho da boca, da fossa tonsilar e da parte nasal da faringe) podem propagar-se para o espaço mastigador. Pessoas com suspeita de infecções no espaço mastigador apresentam-se em mau estado de saúde e necessitam de atenção médica imediata. Figura 12.3 Músculos da mastigação e suas fáscias. Figura 12.4 Músculos temporal e masseter. Figura 12.5 Vista lateral dos músculos pterigóideos medial e lateral. Observe como as cabeças do músculo pterigóideo lateral se inserem no côndilo e no disco articular. Os locais específicos de origem são o processo piramidal do palatino na fossa pterigóidea e a face medial da lâmina pterigóidea lateral. Essa área de origem é ampla e se estende para o músculo tensor do véu palatino. Um feixe muscular anterior adicional se origina da parte lateral do processo piramidal e da região adjacente do túber da maxila. Embora a maior parte do músculo fique situada profundamente ao músculo pterigóideo lateral, o feixe anterior adicional fica localizado superficialmente a este músculo. O músculo pterigóideo medial é dirigido para baixo, para trás e lateralmente, para inserir-se na superfície medial do ramo da mandíbula. O local de inserção fica situado entre o ângulo da mandíbula, o sulco milo-hióideo e o forame da mandíbula. O ligamento esfenomandibular marca o limite maissuperior da inserção muscular. Ocasionalmente, uma estrutura tendínea marca o encontro das fibras dos músculos masseter e pterigóideo medial, na margem inferior do ângulo da mandíbula. Esse arranjo é referido como alça pterigomassetérica. Figura 12.6 Músculos pterigóideos medial e lateral (vista posteroinferior). O músculo pterigóideo medial funciona primariamente como um levantador da mandíbula. Suas fibras são direcionadas em um arranjo oblíquo; contudo, a força predomina em uma direção vertical. A inserção dos músculos masseter e pterigóideo medial – suspendendo o ângulo da mandíbula entre eles – forma uma alça mandibular, com esses dois músculos agindo sinergicamente, utilizando a articulação temporomandibular (ATM) como guia. O músculo pterigóideo medial recebe o seu suprimento motor de um nervo de mesmo nome, ramo da divisão mandibular do nervo trigêmeo, e que entra na sua face profunda. O músculo é vascularizado por um ramo da artéria maxilar. Músculo Pterigóideo Lateral Resumo. O músculo pterigóideo lateral possui duas cabeças em sua origem, que convergem para inserir-se no colo da mandíbula e em várias estruturas da ATM. O músculo pterigóideo lateral (externo) é um músculo curto, preenchendo o restante da fossa infratemporal e cobrindo uma grande parte do músculo pterigóideo medial. Esse músculo possui duas cabeças em sua origem. A cabeça menor, superior, se origina da região infratemporal da asa maior do esfenoide, estendendo-se lateralmente até a crista infratemporal. A cabeça maior, inferior, se origina da face lateral da lâmina lateral do processo pterigoide (Figuras 12.2, 12.3, 12.5 a 12.8 e Quadro 12.2). As fibras da cabeça superior seguem posterior e lateralmente em uma direção predominantemente horizontal, a partir da crista infratemporal. As fibras da cabeça inferior são direcionadas para trás lateralmente e ligeiramente para cima em seu trajeto em direção à mandíbula. Embora essas duas cabeças de origem sejam separadas uma da outra, suas fibras convergem à medida que elas se aproximam do local de inserção próximo à e na mandíbula. A cabeça superior se insere na cápsula articular da ATM, na margem anterior do disco articular e na parte superior do colo da mandíbula. A cabeça inferior se insere ao longo da superfície anterior do colo da mandíbula. Evidências recentes indicam que as duas cabeças permanecem separadas, mesmo no local de inserção, desempenhando diferentes funções, e podendo, ainda, ser inervadas separadamente. O músculo pterigóideo lateral é considerado tradicionalmente como um músculo “abaixador da mandíbula”, que faz protrusão da mandíbula e move este osso lateralmente, quando atua de forma unilateral. Evidências mais recentes suportam a hipótese de que o músculo pterigóideo lateral seja, de fato, composto por dois músculos distintos, com uma cabeça superior e outra inferior. A cabeça superior, fixada à cápsula articular e ao disco, é considerada um músculo estabilizador do processo condilar da mandíbula, enquanto a cabeça inferior é referida como um músculo que traciona a mandíbula e o disco para a frente, efetuando a abertura da boca. O músculo pterigóideo lateral é inervado por um ramo que entra na sua face profunda, proveniente da divisão mandibular anterior separadamente ou com um ramo do nervo bucal da divisão mandibular do nervo trigêmeo. O suprimento vascular é fornecido por um ramo da artéria maxilar, à medida que ela passa superficial ou profundamente ao músculo. Prolongamentos do corpo adiposo da bochecha preenchem os espaços entre os músculos da mastigação profundamente à mandíbula. As ATM são articulações bilaterais formadas pelas cabeças da mandíbula de cada lado e pelos temporais, correspondendo às eminências articulares de seus processos zigomáticos. Interposto às superfícies articulares encontramos um disco de tecido conectivo que é reforçado por fixações musculares, ligamentos e uma cápsula densa. As forças que agem nessa articulação produzem a abertura e o fechamento da boca, assim como os movimentos de lateralidade necessários à mastigação e produzidos por ações musculares bilaterais. Figura 12.7 Região profunda da face. Uma parte do arco zigomático e do ramo da mandíbula foi removida para revelar as estruturas profundas. Observe a artéria maxilar passando por baixo do músculo pterigóideo lateral. Figura 12.8 Artérias e nervos da região profunda da face. O músculo pterigóideo lateral foi removido para mostrar a divisão mandibular do nervo trigêmeo. Os locais de origem e de inserção desses músculos na mandíbula definem os movimentos articulares. De maneira geral, as funções são de abertura e de fechamento da boca; contudo, existem pequenas variações entre esses músculos quando agem antagônica ou sinergicamente com outros músculos de cada um dos lados da cabeça (ver Capítulo 13). Músculo Esfenomandibular Recentemente, um músculo adicional, o esfenomandibular, foi descoberto na região profunda da face. Previamente, este músculo foi descrito como parte do músculo temporal; contudo, dissecções cuidadosas demonstraram que se trata de um músculo distinto. O músculo esfenomandibular se origina da face infratemporal da asa maior do esfenoide e possui uma inserção tendínea na crista temporal da mandíbula. O suprimento vascular desse músculo deriva de pequenos ramos da artéria maxilar, em comum com os vasos destinados ao músculo pterigóideo medial. Seu suprimento nervoso ainda não foi definido. SUPRIMENTO VASCULAR Resumo. As estruturas da região profunda da face recebem o seu suprimento vascular de ramos da artéria maxilar. O suprimento vascular da região profunda da face se origina de ramos da artéria maxilar, acompanhados de pequena contribuição da artéria temporal média para a parte superior do músculo temporal. Artéria Maxilar Resumo. A artéria maxilar, um ramo terminal da artéria carótida externa, segue profundamente à mandíbula e passa através da glândula parótida. A artéria é descrita como consistindo em três porções e termina emitindo vários ramos no interior da fossa pterigopalatina. A artéria maxilar (Quadro 12.3), a maior dos dois ramos terminais da artéria carótida externa, se origina desta artéria, profundamente ao colo da mandíbula, incluída no interior da glândula parótida. A artéria maxilar, logo após a sua saída, faz uma curva anteriormente, passando entre o ramo da mandíbula e o ligamento esfenomandibular, no seu trajeto em direção à fossa pterigopalatina, onde ela se divide nos ramos terminais (Figura 12.9). Ao longo do seu trajeto nessa fossa, ela emite ramos para a orelha, a ATM, as meninges, os músculos da mastigação, os dentes e estruturas de suporte da mandíbula, o músculo bucinador, a bochecha e a túnica mucosa da boca. Como ramos terminais, a ramificação da artéria no interior da fossa pterigopalatina supre os dentes e as estruturas de suporte da maxila, a cavidade nasal e o palato. O maior ramo terminal entra no assoalho da órbita como artéria infraorbital, que, eventualmente, sai em direção à face. A seguinte discussão está restrita, em grande parte, às descrições da artéria e de seus ramos que suprem as estruturas profundas da face. Excluindo-se algumas exceções, os ramos terminais foram ou serão detalhados nos capítulos apropriados. Considerações Clínicas Disfunção Temporomandibular As situações relacionadas com um mau funcionamento da ATM são denominadas disfunções temporomandibulares (DTM). Os sintomas são numerosos e incluem (mas não se restringem a) aumento na sensibilidade, sensação dolorosa na musculatura da mandíbula (músculos da mastigação), incapacidade de abrir ou fechar a boca, dor à mordida, cefaleia, estalidos ou crepitação ao mastigar ou bocejar e sons de atrito durante a mastigação. As causas de DTM nemsempre são evidentes, mas podem incluir bruxismo, atritar os dentes durante o sono, trincar os dentes em momentos de estresse, lesões na face e/ou na mandíbula, fraturas de mandíbula, lesão em “chicotada”, artrite reumatoide, crescimento assimétrico da mandíbula, má oclusão, perda dentária, uso de próteses mal ajustadas e doença periodontal. Qualquer dessas condições ou sua combinação pode produzir uma DTM aguda e, se deixada progredir a um estado crônico, pode dificultar o manuseio e, eventualmente, ser adicionada de um fator psicológico. Indivíduos portadores de sintomas de DTM deveriam consultar um dentista ou um especialista em DTM. Quadro 12.3 Artéria Maxilar Porção Trajeto Ramos Distribuição Porção Mandibular; Primeira Parte Origina-se profundamente, no interior da glândula parótida, seguindo atrás do ramo da mandíbula, próximo ao processo condilar e superficialmente ao ligamento esfenomandibular. Artéria auricular profunda Supre a ATM, a parede do meato acústico externo e a membrana timpânica. Artéria timpânica anterior Entra na cavidade timpânica para suprir a membrana timpânica e as estruturas associadas. Artéria alveolar inferior Entra no forame da mandíbula. Bifurca-se na artéria incisiva, suprindo os dentes mandibulares e os tecidos de suporte, e na artéria mentual, que sai da mandíbula no forame mentual, para suprir o mento. A artéria milo-hióidea, que supre o músculo milo-hióideo, é o ramo que se origina da artéria alveolar inferior antes da entrada no forame da mandíbula. Artérias meníngeas média e acessória As artérias meníngeas média e acessória se originam separadamente ou por meio de um tronco comum. A artéria meníngea média entra no crânio através do forame espinhoso. A artéria meníngea acessória entra através do forame oval. Ambas suprem as meninges. Porção Pterigóidea; Segunda Parte Pode seguir superficial ou profundamente ao músculo pterigóideo lateral no seu trajeto em direção à fossa pterigopalatina. Artérias temporais profundas As artérias temporais profundas anterior e posterior passam anterior e posteriormente à medida que ascendem profundamente ao músculo temporal, suprido por estas artérias. Artérias pterigóideas Ramos curtos que fornecem o suprimento vascular para os músculos pterigóideos medial e lateral. Artéria massetérica Esta artéria acompanha o nervo de mesmo nome através da incisura da mandíbula para suprir o músculo masseter. Artéria bucal Acompanha o nervo bucal, passando em estreita associação com o tendão do músculo temporal em seu trajeto para o músculo bucinador, provendo o suprimento vascular para este músculo e a túnica mucosa adjacente da boca. Porção Pterigopalatina; Terceira Porção Segue no interior da fossa pterigopalatina, através da fissura pterigomaxilar. Artéria alveolar superior posterior Ramos da terceira parte são emitidos à medida que ela entra na fissura pterigomaxilar. Segue ao longo do túber da maxila para entrar no forame alveolar superior posterior. Supre o seio maxilar, os dentes molares e pré-molares e a gengiva adjacente. Artéria infraorbital É a continuação da artéria maxilar, embora possa se originar de um tronco comum com a artéria ASP (alveolar superior posterior). Entra no assoalho da órbita, através da fissura infraorbital e, em seguida, deixa a órbita através do canal infraorbital, chegando à face pelo forame infraorbital. Durante o trajeto no assoalho da órbita, ela emite ramos orbitais que suprem o músculo oblíquo inferior e a glândula lacrimal. Os ramos alveolares superiores anteriores suprem o seio maxilar, os dentes caninos e incisivos e a gengiva adjacente. Ao sair pelo forame infraorbital, ela emite ramos para alguns músculos adjacentes da face e para as pálpebras, bem como para as regiões nasal e labial superior. Artéria do canal pterigoide Uma pequena artéria passa através da parede posterior da fossa pterigopalatina para suprir a tuba auditiva, a faringe, a orelha média e o seio esfenoidal. Artéria palatina descendente Assume um trajeto descendente no canal pterigopalatino, onde se divide nas artérias palatianas maior e menor. A artéria palatina maior sai em direção ao palato através do forame palatino maior para suprir a mucosa do palato, a gengiva e as glândulas do palato duro. Ela se anastomosa com a artéria nasopalatina no canal incisivo. A artéria palatina menor sai em direção ao palato mole pelo forame palatino menor. Ela supre o palato mole e a tonsila palatina. Ela se anastomosa com o ramo palatino ascendente da artéria facial. Ramo faríngeo Um pequeno ramo passando através do canal faríngeo para suprir a tuba auditiva, a faringe, a orelha média e o seio esfenoidal. Artéria esfenopalatina Passa no interior da cavidade nasal, através do forame esfenopalatino, para vascularizar porções das conchas e dos meatos nasais via ramos nasais e septais. O principal e mais longo dos ramos, a artéria nasopalatina, segue um trajeto descendente no interior do canal incisivo, onde se anastomosa com os ramos da artéria palatina maior. A artéria maxilar é descrita como consistindo em três segmentos, à medida que ela segue através das regiões mandibular, pterigóidea e pterigopalatina. Porção Mandibular Resumo. A porção mandibular da artéria maxilar (localizada profundamente à mandíbula) envia ramos para as meninges, os dentes mandibulares, as estruturas de suporte, o músculo milo-hióideo e o lábio inferior, assim como o mento, para se anastomosar com ramos de outras origens. A porção mandibular segue atrás da mandíbula entre o seu ramo e o ligamento esfenomandibular. Os ramos que se originam desta porção incluem as artérias auricular profunda e timpânica anterior (descritas no Capítulo 21). Originando-se também desta porção encontramos as artérias meníngeas média e acessória. Ambas as artérias ascendem para entrar no crânio através dos forames espinhoso e oval, respectivamente. A distribuição dessas artérias foi descrita no Capítulo 9. Outra artéria que se origina desta porção da artéria maxilar é a artéria alveolar inferior, que emite a artéria milo-hióidea antes da entrada no forame mandibular. A artéria milo-hióidea segue ao longo do sulco milo-hióideo em direção ao músculo milo-hióideo, que ela supre. No interior do canal da mandíbula, a artéria alveolar inferior supre o osso, os dentes e as estruturas adjacentes de suporte, alcançando o nível do primeiro pré-molar, onde ela se divide em um ramo incisivo e um ramo mentual. O ramo incisivo continua para vascularizar os dentes anteriores e as estruturas de suporte. O ramo mentual sai da mandíbula através do forame mentual em direção à face para se anastomosar com as artérias labial inferior e submentual, vascularizando o mento. Ocasionalmente, a artéria lingual pode originar-se da artéria alveolar inferior nas proximidades da sua origem na porção mandibular da artéria maxilar. Quando está presente, essa artéria adota um trajeto descendente para auxiliar a vascularização da mucosa da boca. Porção Pterigóidea Resumo. A porção pterigóidea da artéria maxilar vasculariza os músculos da mastigação e o músculo bucinador. Os ramos que se originam do segmento pterigóideo da artéria maxilar são responsáveis pela vascularização dos músculos da mastigação e do músculo bucinador. O trajeto dessa porção da artéria não é constante, uma vez que elapode passar superficial ou profundamente ao músculo pterigóideo lateral (ver Figuras 12.7 e 12.8). A artéria massetérica se origina dessa porção da artéria maxilar e passa através da incisura da mandíbula para entrar no músculo masseter. As artérias temporais profundas anterior e posterior acompanham os nervos de mesmo nome para entrar na face profunda do músculo temporal, anastomosando-se com o ramo temporal médio da artéria temporal superficial. As artérias pterigóideas curtas se originam desta porção para vascularizar os músculos pterigóideos medial e lateral, assim como o músculo esfenomandibular. A artéria bucal acompanha o nervo bucal à medida que ele passa para entrar no músculo bucinador. Embora o nervo bucal não inerve esse músculo, ele é vascularizado pela artéria bucal, bem como a pele e a mucosa da boca adjacente. Essa artéria vasculariza os dentes pré-molar e molar, os tecidos de suporte adjacentes e o seio maxilar. Porção Pterigopalatina Resumo. A porção pterigopalatina da artéria maxilar entra na fossa pterigopalatina e termina emitindo vários ramos que suprem os dentes molares e pré-molares maxilares, os tecidos de suporte e o seio maxilar. Esta porção da artéria maxilar entra na fossa pterigopalatina via fissura pterigomaxilar. À medida que o vaso entra na fossa, ele emite vários ramos, como a artéria alveolar superior posterior, que assume um trajeto descendente sobre o túber da maxila e penetra no forame alveolar superior posterior, juntamente com o nervo homônimo. Essa artéria supre os dentes molares e pré- molares, os tecidos de suporte adjacentes e o seio maxilar. As demais artérias desta porção serão descritas nos Capítulos 14 e 16. Plexo Pterigóideo e Veia Maxilar Resumo. O plexo venoso pterigóideo, situado sobre as faces dos músculos pterigóideos e no interior dos espaços profundos da face, recebe tributárias de uma série de regiões, incluindo todos os ramos venosos que acompanham os ramos da artéria maxilar. O plexo venoso pterigóideo é uma rede densa de veias situada sobre as faces dos músculos pterigóideos lateral e medial e que se estende nos espaços profundos da face, no interior da fossa infratemporal (Figura 12.10). O plexo recebe tributárias venosas dos vasos correspondentes aos ramos da artéria maxilar de mesmos nomes. O plexo está em comunicação direta ou indireta com uma vasta área, incluindo a cavidade craniana, o seio cavernoso, a cavidade nasal, a órbita, os seios paranasais, a veia facial, as veias faciais profundas e as veias angulares. A veia maxilar é um tronco venoso curto que acompanha a artéria maxilar à medida que ela se situa atrás da mandíbula. Essa veia conecta o plexo venoso pterigóideo à veia temporal superficial, formando, assim, a veia retromandibular. Figura 12.9 A artéria maxilar e seus ramos na região profunda da face. Considerações Clínicas Anestesia Administração inapropriada de agentes anestésicos, no caso de manuseio de um dente molar maxilar, pode propiciar que a agulha puncione o plexo venoso pterigóideo, resultando em um hematoma com notável aumento de volume. O trajeto da agulha criaria a possibilidade da propagação de infecções fatais para o seio cavernoso. Figura 12.10 Os seios venosos da dura-máter com as suas comunicações. Observe o plexo venoso pterigóideo e suas comunicações com a região profunda da face, a região superficial da face e o seio cavernoso. INERVAÇÃO v Resumo. A maior parte da inervação sensitiva e toda a inervação motora das estruturas da região profunda da face são supridas por ramos da divisão mandibular do nervo trigêmeo. Nervo Trigêmeo Resumo. O nervo trigêmeo (nervo craniano V) apresenta três divisões: oftálmica, maxilar e mandibular. A maior parte das estruturas profundas da face é suprida por ramos da divisão mandibular, com pequena contribuição da divisão maxilar. Divisão Mandibular Resumo. A divisão mandibular do nervo trigêmeo é a única divisão que contém ambos os componentes: sensitivo e motor. Os dois componentes se unem após atravessar o forame oval para formar o tronco do nervo mandibular. A divisão mandibular do nervo trigêmeo sai do crânio através do forame oval. As raízes sensitiva e motora passam separadamente através do forame antes de se unirem em um tronco no interior da fossa infratemporal. O tronco é muito curto e se divide em dois principais componentes. O componente anterior é principalmente motor com alguns ramos sensitivos, enquanto o componente posterior é principalmente sensitivo com alguns ramos motores. Dois ramos se originam do tronco: o ramo meníngeo e o nervo pterigóideo medial. ■O ramo meníngeo retorna à cavidade craniana através do forame espinhoso, acompanhando a artéria meníngea média. No interior da cavidade craniana, ele provê inervação sensitiva para a dura-máter. ■O nervo pterigóideo medial se origina da parte medial do tronco, passando através do gânglio ótico adjacente em seu trajeto para o músculo pterigóideo medial. Dois pequenos ramos se originam do nervo pterigóideo medial nas proximidades de sua origem: ■O nervo para o músculo tensor do tímpano e o nervo para o músculo tensor do véu palatino. O primeiro segue para a tuba auditiva, sobre o músculo de mesmo nome, na orelha média. O segundo nervo entra no músculo tensor do véu palatino nas proximidades da sua origem. Divisão Anterior Resumo. A divisão anterior do nervo mandibular (predominantemente motora) inerva todos os músculos da mastigação, exceto o músculo pterigóideo medial. Ela também contém fibras sensitivas para a pele e a mucosa da bochecha. A divisão anterior do nervo mandibular provê inervação motora para todos os músculos da mastigação (com possível exceção do músculo esfenomandibular). Essa divisão também apresenta um componente sensitivo para a pele e a mucosa da bochecha. Originando-se dessa divisão temos os nervos massetérico, temporal profundo, pterigóideo lateral e bucal. ■O nervo massetérico passa superiormente ao músculo pterigóideo lateral e, então, lateralmente à incisura da mandíbula, enviando um pequeno ramo para a ATM, antes de entrar nas partes profundas do músculo masseter. ■Os nervos temporais profundos, em geral um ramo anterior e outro posterior (algumas vezes também um ramo intermédio) que ascendem entre as duas cabeças do músculo pterigóideo lateral para entrar na face profunda do músculo temporal. Ocasionalmente, esses nervos podem se originar do nervo massetérico ou do nervo bucal. ■O nervo pterigóideo lateral entra na face profunda do músculo que o recobre. ■O nervo bucal passa entre as duas cabeças do músculo pterigóideo lateral e, em seguida, continua anteriormente ultrapassando a margem do músculo masseter e forma um plexo na superfície do músculo bucinador. Aqui, ele se comunica livremente com o nervo facial, enviando ramos sensitivos para o nervo facial, para inervar a pele da bochecha. O nervo, então, perfura o músculo para prover a inervação sensitiva da mucosa da bochecha e da gengiva adjacente. Divisão Posterior Resumo. A divisão posterior do nervo mandibular possui apenas um único nervo motor que supre o músculo milo-hióideo e o ventre anterior do músculo digástrico. Os componentes sensitivos inervam as meninges, a ATM, os dentes mandibulares e os tecidos de suporte, a pele da região temporal, a orelha externa e a membrana timpânica, além dos dois terços anteriores da língua. Ela também se comunica com os nervos glossofaríngeo e facial. A divisão posterior do nervo mandibular é predominantemente sensitiva, possuindo apenas um único nervo motor – o nervo milo-hióideo, que supre o músculo milo-hióideo e o ventre anterior do músculo digástrico. Originando-se desta divisão encontramos os nervos auriculotemporal, lingual e alveolar inferior.■O nervo auriculotemporal se origina da divisão posterior do nervo mandibular, geralmente por meio de duas raízes que se unem após ter contornado a artéria meníngea média, antes de esta artéria entrar no forame espinhoso. O nervo auriculotemporal, então, segue profundamente ao músculo pterigóideo lateral à medida que ele passa posterior e profundamente à glândula parótida. O nervo, em seguida, torna-se superficial, entre a concha da orelha e a articulação temporomandibular, abaixo do arco zigomático. Então, ele passa superficialmente ao arco zigomático, acompanhando a artéria temporal superficial, para se distribuir na região lateral da cabeça. Próximo de sua origem, o nervo auriculotemporal recebe conexões do gânglio ótico. Trata-se de fibras pós-ganglionares parassimpáticas a serem distribuídas à glândula parótida, por intermédio do nervo auriculotemporal (ver Quadro 18.2). À medida que o nervo passa através da glândula, essas fibras são emitidas para provocar uma estimulação secretora da glândula. As fibras pré-ganglionares são derivadas do nervo glossofaríngeo e alcançam o gânglio ótico por intermédio do nervo petroso menor. ■O nervo auriculotemporal também se comunica com o nervo facial no interior da glândula parótida. Essas fibras sensitivas são enviadas ao nervo facial para posterior distribuição na face. À medida que o nervo auriculotemporal passa pela concha da orelha e a ATM, ele envia os ramos auriculares anteriores para a pele da concha da orelha e do meato acústico externo, além de ramos articulares. Acima do arco zigomático, o nervo se ramifica nos nervos temporais superficiais que se distribuem para a pele da região lateral da cabeça. ■O nervo lingual se origina profundamente ao músculo pterigóideo lateral e segue um trajeto descendente para passar superficialmente sobre o músculo pterigóideo medial quando ele segue anteriormente em direção à região submandibular. O nervo lingual se une ao nervo corda do tímpano enquanto ele está encoberto pelo músculo pterigóideo lateral. O nervo corda do tímpano, um ramo do nervo facial, torna-se aparente na face profunda da espinha do esfenoide. O nervo conduz fibras relacionadas com a sensação do paladar e fibras pré-ganglionares parassimpáticas destinadas à glândula submandibular (ver Quadro 18.2). ■O nervo lingual provê a sensibilidade geral dos dois terços anteriores da língua, as áreas adjacentes da boca e a gengiva lingual. Fibras sensitivas relacionadas com o paladar oriundas da corda do tímpano são distribuídas aos dois terços anteriores da língua pelo nervo lingual. Fibras pré-ganglionares parassimpáticas deixam o nervo e entram no gânglio submandibular, onde fazem sinapses com os corpos dos neurônios pós-ganglionares parassimpáticos, cujas fibras secretoras são distribuídas às glândulas submandibular, sublingual e salivares menores do assoalho da boca. Detalhes da via seguida pelo nervo lingual estão mais bem descritos no Capítulo 15. ■O nervo alveolar inferior se origina profundamente ao músculo pterigóideo lateral e lateralmente ao nervo lingual. Esse nervo passa entre o ligamento esfenomandibular e o ramo da mandíbula para entrar no forame da mandíbula. No interior do canal da mandíbula o nervo distribui os seus ramos para os dentes mandibulares, as estruturas de suporte e a gengiva. ■Um ramo do nervo alveolar inferior, o nervo mentual, emerge do forame mentual para prover a sensibilidade da pele do mento e do lábio inferior. Os ramos incisivos continuam anteriormente no canal da mandíbula para inervar os dentes caninos e incisivos, as estruturas de suporte e a gengiva. Antes de o nervo alveolar entrar no forame da mandíbula, ele emite o nervo milo-hióideo, o único componente motor da divisão posterior. Esse nervo motor segue ao longo do sulco para o nervo milo-hióideo, antes de entrar no músculo milo-hióideo. Após cruzar sua face superficial, o nervo também fornece inervação motora para o ventre anterior do músculo digástrico. Divisão Maxilar Resumo. A divisão maxilar do nervo trigêmeo pode ser observada na região profunda da face à medida que ela passa através da fossa pterigopalatina. Aqui, um pequeno ramo deixa o nervo e segue ao longo do túber da maxila para prover a inervação sensitiva da mucosa da bochecha. Uma divisão desse ramo entra no forame do nervo alveolar superior para suprir o seio maxilar, a gengiva, os tecidos de suporte e os três dentes molares. Uma pequena contribuição da divisão maxilar do nervo trigêmeo é observada na região profunda da face. À medida que o nervo maxilar passa na fossa pterigopalatina, um pequeno ramo se origina dele e passa lateralmente na região profunda da face, através da fissura pterigomaxilar. Esse nervo alveolar superior posterior segue um trajeto descendente sobre o túber da maxila para entrar no forame alveolar superior posterior; alguns ramos continuam para inervar a gengiva e a mucosa da bochecha. Aquelas fibras que entram no forame se distribuem para o seio maxilar, os dentes, as estruturas de suporte e a gengiva, alcançando o limite do primeiro dente molar, onde ocorre a formação de um plexo dental juntamente com os nervos alveolares superiores anterior e médio, inervando o restante do seio maxilar, os dentes, as estruturas de suporte e a gengiva. MASTIGAÇÃO Resumo. O processo de ingestão, mordida, mastigação e deglutição é complexo e iniciado de forma consciente e, em seguida, segue um padrão aprendido, envolvendo uma atividade automática e rítmica, associada a um controle neurológico dos músculos da mastigação acompanhado pela ação de vários grupos de músculos acessórios. Um complexo circuito neurológico, incluindo entradas (inputs) de informações sensitivas especializadas do interior dos ligamentos periodontais, age para prevenir a destruição do sistema mastigatório. Embora não seja o objetivo deste livro detalhar os padrões temporais precisos e a coordenação de eventos no processo mastigatório, uma descrição mais generalizada será oferecida. O leitor que desejar mais detalhes será conduzido às Referências Selecionadas, no final deste livro. Considerações Clínicas Lesão do Nervo Mandibular A divisão mandibular do nervo trigêmeo (nervo craniano V) pode ser lesada por uma variedade de causas, incluindo traumatismo na região lateral da cabeça ou da face; fratura da mandíbula; fratura dos ossos da face; tumores; e infecções meníngeas. Os sintomas desse tipo de lesão incluem a paralisia dos músculos da mastigação no lado acometido, causando um desvio da mandíbula para o lado oposto; perda da sensibilidade na região inferior da face, na pele da região temporal, do mento, do lábio inferior, da mucosa bucal e da gengiva do mesmo lado da lesão. Ainda teríamos perda da sensibilidade geral dos dois terços anteriores da língua e dos dentes mandibulares do lado afetado. A intensidade dos sintomas está relacionada com a gravidade da lesão. O processo complexo da mastigação envolve muitos grupos musculares, ao lado de um grupo comumente conhecido como “músculos da mastigação”. O processo é iniciado conscientemente; contudo, os movimentos e a atividade rítmica são controlados por um circuito neural complexo, na parte central do sistema nervoso. O processo exato varia individualmente, mas uma vez que o padrão seja estabelecido, ele permanece constante para um indivíduo em particular. Isso não implica que o processo seja estático; na verdade ele é continuadamente alterado, considerando que as alterações no interior do sistema estomatognático são constantes e dinâmicas, por toda a vida. O processo se inicia com a ingestão ou pela laceração dos alimentos pelos dentes anteriores e continua à medida que o alimento é mobilizado pelos músculos em contato com as bochechas e a língua para posicionar o alimento entre os dentes molares e pré-molaresdas duas arcadas maxilar e mandibular. Os músculos da mastigação (masseter, temporal, pterigóideo medial) então atuam para elevar a mandíbula, movê-la de um lado para o outro (levantadores contralaterais e pterigóideo medial ipsilateral), abaixá-la (pterigóideo lateral, digástrico, milo-hióideo e gênio-hióideo), protraí-la (pterigóideo lateral) e retraí-la (parte do músculo temporal), efetuando a ação de triturar em um padrão coordenado. Maiores informações a respeito dos músculos envolvidos nos padrões de movimentos exatos podem ser encontradas no Capítulo 13 a respeito da ATM. As forças aplicadas ao bolo alimentar são cuidadosamente monitoradas por receptores especiais (propriocepção) localizados no interior dos ligamentos periodontais e nos próprios músculos, prevenindo possíveis destruições do sistema estomatognático. O processo de mastigação prepara o alimento para a deglutição, reduzindo o bolo ingerido a menos de dois centímetros de diâmetro. Mastigar também serve para manter o alimento em contato com a saliva na boca e estimula a secreção de sucos digestivos no interior do sistema digestório.
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