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CURSO FARMÁCIA
 1º SEMESTRE 
 APS - ATIVIDADES PRÁTICAS SUPERVISIONADAS
LIMEIRA - SP
2014. 
Bioética dos Conflitos de Interesse na Industria
Farmacêutica
SUMÁRIO
Introdução 04
Desenvolvimento 06
- Conflitos éticos 07
- Descobertas cientificas 07
Objetivo 08
- Objetivos éticos 08 
Considerações finais 11 
Referencias bibliográficas 12
Anexos 13
Resumo 14
1. INTRODUÇÃO
O avanço tecnológico na área da saúde causou um confronte de informações para os médicos, sendo assim impossível para as áreas medicas acompanhar tamanhos avanços na medicina tecnológica, acelerando então a busca de melhoria na formação e qualidade dos médicos em todo mundo, visando à especialização, tentando acompanhar junto ao programa tecnológico o bem estar e a saúde da população voltada à formação humanista e reflexiva, atuando com princípios éticos em sua profissão. 
A indústria farmacêutica tende a se aproximar de pesquisadores ligados às escolas médicas e universidades. Para a indústria, essa aproximação traz a vantagem da parceria com instituições com alto prestígio; para as universidades e escolas médicas, há o benefício do apoio financeiro que possibilita a expansão dos programas de pesquisa e o incremento de descobertas científicas (MARQUES NETO, 2010).
Essa parceria entre indústria farmacêutica e a classe médica intensificou-se nas ultimas décadas, trazendo a tona situações com enorme potencial de Conflitos de Interesses, as quais são atualmente tema de estudo em diferentes áreas do conhecimento, como a bioética, a sociologia, a filosofia e o direito. (Marques Filho, 2010)
Dentre estas situações destaca-se: A propaganda de medicamentos, que podem comprometer o julgamento ou decisão de um profissional em suas atividades administrativas, gerenciais, de ensino, pesquisa, dentre outras (Marques Filho, 2010).
Entre as diversas táticas, além da publicidade maciça, a indústria farmacêutica utiliza médicos renomados que, de maneira aparentemente casual, instruem seus colegas e alunos a prescrever determinados medicamentos - são os speakers. Outras táticas são a distribuição de simples brindes até o financiamento de viagens, estadias, inscrições em congressos, simpósios, jornadas, financiamento de pesquisas, publicação de artigos científicos, livros, entre outras facilidades, desfigurando de modo sutil as características que o médico tem por dever observar para cumprir seu Código de Ética Profissional12(Rev. bras. educ.med. vol.34 no Rio de Janeiro /Dez. 2010).
O Código de Ética Médica (CEM) brasileiro, de 1988, deixa claro, em seu Artigo 1º do Capítulo I, que o médico, em sua essência, é um profissional a serviço da saúde do ser humano, em benefício da qual deverá agir com o máximo de zelo e o melhor de sua capacidade profissional; e que a medicina não pode, em qualquer circunstância ou de qualquer forma, ser exercida como comércio, segundo os Artigos 98 e 99 do Capítulo VIII. Entende-se com isso, também, que não se pode fazer uso da profissão e da relação médico-paciente para tirar vantagem pessoal e/ou financeira, isto é, influência direta para a compra de medicamentos, próteses e órteses, além da veiculação da profissão em anúncios de empresas comerciais de qualquer espécie, conforme o Artigo 136 do Capítulo XIII13. (Rev. bras. educ. med. vol.34 no. 4 Rio de Janeiro /Dez. 2010).
O elevado numero de infrações na propaganda de medicamento torna urgentes reflexões relativas à nova abordagem ao comercio de medicamentos e seu uso racional, questão de vital importância para a saúde publica, tão vulnerável aos efeitos da propaganda tendenciosa. Tal medida será importante para o aperfeiçoamento das medidas regulatórias e para a implementação de politicas educacionais de conscientização referentes a publicidades de medicamento
(Os dados obtidos evidenciam ainda a importância da criação de sistemas de monitoramento das campanhas publicitarias, visando garantir a veiculação das informações reais sem prejuízo para a população (Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas, 2005)).
A valorização dos aspectos humanísticos individuais, componentes da formação moral, pode ter um papel protetor contra desvios éticos, por funcionar como mais um argumento na árdua tarefa de se posicionar nas tomadas de decisão sobre a vida alheia, ato inerente ao cotidiano médico. (Ver.bras.educ.med.vol.34 nº4 Rio de Janeiro Oct./Dec.2010).
2. DESENVOLVIMENTO
O presente estudo tem como objetivo investigar a relação da bioética, a influencia da propaganda de medicamentos na rotina de prescrição medica, com destaque no papel da propaganda, do propagandista e o marketing da indústria farmacêutica na população, alertar sobre os cuidados que se deve ter em relação à propaganda de medicamentos aonde uma vez mal conduzida pode causar danos à saúde da população.
A indústria farmacêutica começa a gerar seus conflitos de interesses quando, primeiramente começa a desenvolver uma pesquisa clinica, seu objetivo é adquirir o registro de seus produtos, ou seja, obter o registro para a comercialização de um novo produto assim desenvolve um texto de bula na qual descreve o produto com total eficácia que abrange uma demanda muito grande de pacientes, colocando dados que afirmam seu uso e eficácia, assim a intenção da indústria e divulgar fármacos melhores, iguais aos já disponíveis com intenção de promover-se competitivamente no mercado. É ai que entram os médicos, universidades e alunos e as propagandas onde tudo isso afeta a percepção e induz a prescrição por médicos de determinados produtos.
A propaganda também e um meio das indústrias divulgarem seus produtos, mas a utilização desse meio e uma forma questionável que causa muitos conflitos, o paciente acaba induzido pela propaganda à compra por serem leigos.
2.1 Conflitos Éticos
As discussões de conflitos éticos surgiram no exercício da medicina, envolvendo profissionais formados e estudantes que já vivenciaram a pratica clinica.
Sendo questões éticas muito relevantes envolvendo medico-indústria farmacêutica, marketing, propaganda e propagandistas, como em situações clinicas na hora da prescrição medica, podendo não ser priorizado a ciência da saúde, mas sim o interesse influenciado por fatores que não são éticos.
A indústria por sua vez não prioriza apenas a vida e saúde da população, visa também aspectos financeiros, focados em propagar e vender mais seus produtos e visando retorno lucrativo do mesmo sendo evidentes os conflitos de interesse gerados que afetam a vida da população, por consequência interesses ilegítimos em prescrições. Ocasionando preocupação social e ética, pois o paciente tem como direito receber orientações adequadas a sua doença sem interferências secundaria que possam lhe prejudicar. 
2.1.1 Descobertas Científicas
É fato que os avanços nas descobertas cientificas contribuíram para o aumento e vida da população. Esses avanços são essenciais para se continuar a busca nos avanços tecnológicos da medicina e para se alcançar tais avanços e necessárias intensas pesquisas e investimentos por parte dos governos, fundações e indústrias farmacêuticas, ocasionando com isso conflitos deinteresses que ameaçam pesquisas gerando medos e desconfiança da população em relação aos resultados produzidos na qual os interesses médicos e de pesquisadores pode não coincidir com os anseios da população que ira pagar muito mais do que seria justo pelos benefícios adquiridos, não somente pela relação de custo em tratamento, mas também por praticas das indústrias farmacêuticas que não visam apenas à saúde, mas sim o lucro que obterão com isso.
2.1.2 OBJETIVO
2.1.3 Objetivos Éticos
É analisar determinadas situações de conflitos éticos que são considerados importantes e de maior relevância para discussões com futuros profissionais da área médica e saúde em geral contribuir para o conhecimento e reflexão sobre as resoluções do Conselho Federal de Medicina e do CEM a relação médico-indústria-e propaganda e propagandista como pode afetar sua prescrição, usar e comparar temas citados acima, da formação de médicos visando princípios e a vida com saúde dos aqueles que necessitam de medicamentos para sobreviver ou ter apenas uma qualidade de vida melhor.
A ética e introduzida no contexto indústria farmacêutica, com a função de melhorar e priorizar o ser humano em sua vida e saúde, usando a ciência como beneficio e ajuda e não como fins lucrativos, buscando novas tecnologias, tornado assim mais ético e justo o contato da sociedade, médico e indústria, principalmente se mudar os valores dados aos fins lucrativos e não a vida como seria o correto e certo a se fazer. 
ILUSTRAÇÕES
Gráfico 1
Porcentagem de propaganda de medicamentos sem exigência de receita medica que infringem os artigos: Art.12 e Art.10º(Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas 2005)
Gráfico 2
Porcentagem de propaganda de medicamentos com exigência de receita medica que infringem o artigo Art.13º, inciso I (Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas 2005).
Gráfico 3
Porcentagem de propaganda de medicamentos de venda livre, de acordo com suas classes terapêuticas (Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas 2005).
Gráfico 4
Porcentagem de propaganda de medicamentos de venda livre, de acordo com suas classes terapêuticas (Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas 2005).
TABELA I - Representação da distribuição da porcentagem do total de materiais que infringiram os artigos 4º, inciso I e artigo 3º, inciso I da RDC nº 102, conforme tipo de medicamentos quanto à venda.
	
	Artigo 4° I
	Artigo 3° I
	Porcentagem Total
	Venda Livre
	6,3%
	49,3%
	45%
	Venda com Receita
	4,3%
	5,1%
	55%
	Porcentagem Total
	17,5%
	17,5%
	100%
 Nº Total de Propagandas = 211
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
As situações de conflitos éticos apresentados acima descreve uma preocupante situação, embora os profissionais da área médica sejam extremamente essenciais à sociedade, junto com as novas tecnologias e novos medicamentos nos mercados, não devem se deixar influenciar e se diminuir em sua profissão, não permitindo serem influenciados a agirem sem ética diante delas em troca de benefícios, agindo contra interesses da sociedade induzindo ao consumo errado de produtos com consequências e prejuízos sérios a saúde.
Sendo necessário coibir os excessos cometidos pelas indústrias farmacêuticas e a troca por vantagens aos médicos ao prescreverem determinados produtos ou marcas, pois esse tipo de ação gera competitividade em busca desenfreada por lucros aumentando a busca por novos medicamentos e ou o relançamento de produtos já existentes como “novos”.
Somente diante de uma legislação seria, será possível coibir esses excessos, separando os interesses lucrativos do bem estar dos pacientes, sendo muito preocupantes esses conflitos e complexos.
E necessária à criação de normas sobre a interação medico-indústria farmacêutica, propagandistas e marketing em cima de um determinado produto ou marca.
E de direito e dever o paciente ser tratado como ser humano e não como lucro, tanto para médicos e indústrias farmacêuticas. 
Enfim enquanto se fizer as coisas em prol dos lucros e trocas de favores e não da pessoa em si sempre haverá divergências de interesses nesses setores
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
Internet:
FILHO MARQUES 2010; vol.16nº3 pg.295-302-2012 - Revista Brasileira de Ciências da Saúde 2012. Disponível em:
Google: A Saúde Publica e a Ind. Farmacêuticas: Implicações Bioéticas na Produção do Cuidado.
 Internet: 
NETO MARQUES 2010, - Revista Brasileira de Clinica Medica 2010; 8(2): 148-53 – Disponível em:
Google: A dimensão bioética dos conflitos de interesses na relação entre medico e indústria farmacêutica.
Internet:
Revista Brasileira Educação Medica 2010; vol.34 nº4 – Disponível em:
Google: - Médicos e indústria farmacêutica: Percepções éticas de estudantes de medicina 
Internet:
Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas 2005; vol.41 nº3 – Disponível em.
Google: - Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas-Monitoração de Propaganda e Publicidade de Medicamentos
Internet:
Revista Brasileira Educação Médica 2010; vol.34 nº4 – Disponível em:
Google: Médicos e indústria farmacêutica: Percepções éticas de estudantes de medicina 
ANEXOS
PESQUISA
Research Volume 16 Número 3 Páginas 295-302 2012
ISSN 1415-2177
Revista Brasileira de Ciências da Saúde
A Saúde Pública e a Indústria Farmacêutica:
Implicações Bioéticas na Produção do Cuidado
Public Health and the Pharmaceutical Industry: Bioethic Implications
in the Production of Care
A indústria farmacêutica tende a se aproximar de pesquisadores ligados às escolas médicas e universidades.
Para a indústria, essa aproximação traz a vantagem da parceria com instituições com alto prestígio; para as universidades e escolas médicas, há o benefício do apoio financeiro que possibilita a expansão dos programas de pesquisa e o incremento de descobertas científicas (MARQUES NETO, 2010).
 Rev. Bras. Clín. Med. 2010; 8(2): 148-53
 A dimensão bioética dos conflitos de interesses na relação entre médico e indústria farmacêutica*
The bioethics dimension of the conflicting interests in the relation between physicians and pharmaceutical industry
José Marques Filho1 
 Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo, São Paulo, SP.
Essa parceria entre a indústria farmacêutica e a classe médica intensificou-se nas últimas décadas, trazendo à tona situações com enorme potencial de Conflitos De Interesses, as quais são atualmente tema de estudo de diferentes áreas do conhecimento, tais como a bioética, a sociologia, a filosofia e o direito.
Dentre estas situações destacasse:
A propaganda de medicamentos, que podem comprometer o julgamento Ou decisão de um profissional em suas atividades administrativas, gerenciais, de ensino, de pesquisa, dentre outras (MARQUES FILHO, 2010-).
Rev. bras. educ. med. vol.34 no.4 Rio de Janeiro Oct./Dec. 2010
RESEARCH
 Médicos e indústria farmacêutica: percepções éticas de estudantes de medicina
Physicians and the pharmaceutical industry: ethical perceptions of medical students 
Entre as diversas táticas, além da publicidade maciça, a indústria farmacêutica utiliza médicos renomados que, de maneira aparentemente casual, instruem seus colegas e alunos a prescrever determinados medicamentos - são os speakers. Outras táticas são a distribuição de simples brindes até o financiamento de viagens, estadias, inscrições em congressos, simpósios, jornadas, financiamento de pesquisas, publicação de artigos científicos, livros, entre outras facilidades, desfigurando de modo sutil as características que o médico tem por dever observar para cumprir seu Código de Ética Profissional12. 
O Código de Ética Médica (CEM) brasileiro, de 1988, deixa claro, em seu Artigo 1º do Capítulo I, que o médico, em sua essência, é um profissional a serviço da saúde do ser humano, em benefício da qual deverá agir com o máximo de zelo e o melhor de sua capacidade profissional; e que a medicina não pode, em qualquer circunstância ou de qualquer forma,ser exercida como comércio, segundo os Artigos 98 e 99 do Capítulo VIII. Entende-se com isso, também, que não se pode fazer uso da profissão e da relação médico-paciente para tirar vantagem pessoal e/ou financeira, isto é, influência direta para a compra de medicamentos, próteses e órteses, além da veiculação da profissão em anúncios de empresas comerciais de qualquer espécie, conforme o Artigo 136 do Capítulo XIII13. 
Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas
Brazilian Journal of Pharmaceutical Sciences
vol. 41, n. 3, jul./set., 2005
Monitoração de propaganda e publicidade de medicamentos:
Departamento de Farmácia, Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Universidade de São Paulo.
Monitoração de Propaganda e Publicidade de Medicamentos 347 RDC n° 102, publicada em 01/12/2000 (em vigor desde dia 01/06/2001) e demais legislações sanitárias vigentes, juntamente com as bibliografias científicas pertinentes (ANVISA – www.anvisa.com.br). 
O elevado número de infrações na propaganda de medicamentos torna urgentes reflexões relativas à nova abordagem ao comércio de medicamentos e seu uso racional, questão de vital importância para a saúde pública, tão vulnerável aos efeitos da propaganda tendenciosa. Tal medida será importante para o aperfeiçoamento das medidas regulatórias e para a implementação de políticas educacionais
de conscientização referente à publicidade de medicamentos.
Os dados obtidos evidenciam, ainda, a importância da criação de sistemas de monitoramento das campanhas publicitárias, visando garantir a veiculação das informações reais sem prejuízo para população.
Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas
Brazilian Journal of Pharmaceutical Sciences
vol. 41, n. 3, jul./set., 2005
Monitoração de propaganda e publicidade de medicamentos:
 Departamento de Farmácia, Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Universidade de São Paulo.
Monitoração de Propaganda e Publicidade de Medicamentos 347 RDC n° 102, publicada em 01/12/2000 (em vigor desde o dia 01/06/2001) e demais legislações sanitárias vigentes, juntamente com as bibliografias científicas pertinentes (ANVISA – www.anvisa.com.br). 
O material coletado foi organizado e anexado junto a um formulário e a um parecer, que analisa as infrações cometidas pelas propagandas.
Essas informações foram enviadas para a ANVISA juntamente com os relatórios mensais.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados demonstrados nesse trabalho foram divididos entre medicamentos de venda sem exigência de receita e medicamentos de venda sob prescrição médica, de acordo com a forma como a legislação os diferencia.
A propaganda analisada durante todo o período do projeto distribuiu-se em: 55,1% coletadas em consultórios médicos, hospitais públicos e congressos; 15,8 % retiradas de jornais e revistas; 8,9%, de emissoras de rádio; 20,2%, da televisão.
Observa-se, na Tabela I, que 3,6% do material analisado diz respeito a medicamentos não registrados na ANVISA (Artigo 4º, inciso I) e que 17,5% não apresentam a principal contraindicação do produto anunciado (artigo 3º, inciso I).
Diferenciações feitas por categoria de venda permitiram constatar que a propaganda de medicamentos de venda livre cometeu 49,4% das infrações mencionadas deste último artigo.
A Figura 1 relaciona a porcentagem das principais infrações cometidas pela propaganda de medicamentos sem exigência de receita médica. Verifica-se que 44,2% das campanhas publicitárias não apresentavam o número de registro de medicamentos na ANVISA (Art. 12º a); 27,3% infringiam.
o Artigo 10º inciso I e 17,8% infringia o inciso X desse mesmo artigo.
O artigo 12° (a) refere-se à propaganda, publicidade e promoção de medicamento de venda sem exigência de receita e determina a inclusão do nome comercial de medicamento, número de registro na ANVISA e nome dos princípios ativos segundo a DCB, e, na sua falta, a DCI. Segundo Art. 10º inciso I é vetado estimular e/ou induzir o uso indiscriminado de medicamento e o emprego de doses e indicações que não
constam no registro do medicamento junto à ANVISA; o Art. 10º inciso X veta o uso de linguagem direta ou indireta relacionando o uso de medicamento ao desempenho físico, intelectual, emocional, sexual ou à beleza de uma pessoa, exceto quando forem propriedades aprovadas pela ANVISA.
Grande parte das propagandas com exigência de prescrição médica está em desacordo com a legislação sanitária vigente, principalmente, com o Artigo 13º letras (b)-45,6%, (d)-20,0%, (e)-36,0% e (f)-23,0%.
Art. 13º I (b) – Deve incluir o nome do princípio ativo, segundo a DCB ou, na sua falta, a DCI, o nome genérico e o número de registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária Art. 13º I (e) – Deve incluir os cuidados e advertências; Art. 13º I (f) – Deve incluir a posologia do medicamento anunciado; Art. 13º I (d) – Deve incluir as contraindicações do medicamento.
A Figura 3 distribui as propagandas captadas, de venda livre, de acordo com as classes terapêuticas.
Observa-se que os anti-inflamatórios apresentaram a maior incidência de publicidade (27%), o que o demonstra perigo deste tipo de propaganda, já que contribui para a automedicação e consequente risco à.
saúde da população.
TABELA I - Representação da distribuição da porcentagem do total de materiais que infringiram os artigos 4º, inciso I e artigo 3º, inciso I da RDC nº 102, conforme tipo de medicamentos quanto à venda.
Artigo 4º I Artigo 3º I Porcentagem Total
Venda livre 6,3% 49,3% 45%
Venda com receita 4,3% 5,1% 55%
Porcentagem total 3,6% 17,5% 100%
Nº Total de Propagandas = 211
FIGURA 2 - Porcentagem de propaganda de medicamentos com exigência de receita médica que infringem o artigo Art. 13°, inciso I.
FIGURA 3 - Porcentagem de propaganda de medicamentos de venda de livre, de acordo com suas classes terapêuticas.
A Figura 4 relaciona a propaganda de medicamentos de venda com receita médica com suas respectivas classesterapêuticas. Observa-se que os antibióticos são a classe de maior divulgação (26%). Os resultados obtidos serão importantes, futuramente, na implementação de políticas de educação e conscientização da população em relação aos perigos da automedicação. É importante salientar que, embora as preferências dos consumidores brasileiros sejam influenciadas primeiramente pelos prescritores e balconistas de farmácia (Gomes, et al., 2000) a mídia exerce certamente papel preponderante.
Se os profissionais de saúde e a população em geral não estiverem adequadamente informados, a promoção e a publicidade de alguns produtos poderão provocar o consumo exagerado ou inadequado, inclusive potencialmente concentrado em pequeno número de fornecedores. (Gomes, et al., 2000).
Uma questão extremamente relevante a se considerar consiste na abordagem relativa à identificação de problemas relacionados à terapia medicamentosa, a qual exige a integração da equipe de saúde, bem como conhecimentos atualizados do farmacêutico.
 FIGURA 1 - Porcentagem os propaganda de medicamentos de venda com receita médica, de acordo com suas classes terapêuticas. A Figura 1 relaciona a porcentagem das principais infrações cometidas pela propaganda de medicamentos sem exigência de receita médica. 
FIGURA 2 - Porcentagem de propaganda de medicamentos com exigência de receita médica que infringem o artigo Art.
FIGURA 3 - Porcentagem de propaganda de medicamentos de venda de livre, de acordo com suas classes terapêuticas.
FIGURA 4 - Porcentagem os propaganda de medicamentos de venda com receita 
médica, de acordo com suas classes terapêuticas.
Rev. bras. educ. med. vol.34 no.4 Rio de Janeiro Oct./Dec. 2010
RESEARCH
Médicos e indústria farmacêutica: percepções éticas de estudantes de medicina
Physicians and the pharmaceutical industry: ethical perceptions of medical students
valorização dos aspectoshumanísticos individuais, componentes da formação moral, pode ter um papel protetor contra desvios éticos, por funcionar como mais um argumento na árdua tarefa de se posicionar nas tomadas de decisão sobre a vida alheia, ato inerente ao cotidiano médico.
RESUMO
Nos dias atuais e muito comuns ver debates de informações envolvendo conflitos éticos em função do método utilizado pelas indústrias farmacêuticas, sendo esses em parcerias com médicos, centro de pesquisas, pesquisadores e universidades, esses conflitos geram receios e o interesse em analisar a participação dos profissionais na área da saúde, como médicos e a relação das propagandas com tudo isso.
A interação medico-indústria farmacêutica gera conflitos de interesses na atuação direta como patrocinadores de pesquisas cientificas e avaliando o uso de fármacos como testes em seres vivos 
Com tantos avanços tecnológicos as indústrias farmacêuticas usam de subterfúgios, sejam elas com médicos, propagandas e pesquisadores, não tratando apenas a descoberta de novos medicamentos com intuito de sanar ou melhorar a vida da população, mas enxerga apenas o lucro com suas descobertas cientificas e ate mesmo relançando um produto já existente como novo no mercado para obter lucros maiores com ele, com tanto avanço das tecnologias voltadas às medicações, um empasse se, pois a logica do mercado farmacêutico, tendo servido cada vez menos para os propósitos de saúde da população e sim para interesses de geração e poderes alienando a colonização medica impedindo tratamentos e conhecimentos que poderiam ser partilhados para o bem geral, que buscasse sempre a saúde em primeiro plano e não comercial. 
A promoção da saúde hoje é vinculada com a imagem medicalização e propaganda sendo assim as grandes indústrias farmacêuticas se interessa não somente em produzir mercadorias, mas sim em propaga-las e nos lucros desviando o foco estabelecido inicialmente pela própria indústria.
São essenciais esses debates e as pesquisas onde relatam o consumo de medicamentos com e sem prescrição, onde entra a propaganda que muitas vezes induz não somente aos médicos a prescreverem determinados produtos e aos mais leigos a consumir sem se preocupar com os efeitos adversos desde que venda.
É de extrema importância fazer debates relacionados a esses interesses, pois as indústrias farmacêuticas precisam tornar-se mais transparentes e mias ética nas suas atitudes, mesmo sendo controverso lidar com esses interesses.
Assim e fato perceber que a relação indústria farmacêuticos médicos e saúde são interesses que se difundem sendo necessário à busca incessante de éticas que assegurem o bem estarem do paciente, assim como sua vida e não represente apenas um cifrão.
Bioética dos Conflitos de Interesse na Industrias Farmacêuticas	Página 1