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CARISMA E DESENCANTAMENTO DO MUNDO SOCIOLOGIA


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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO
Cledja Ferreira da Silva
Heloísa Abdala Aguiar
Karine Alice M. Florêncio Côrte
Marcos Renato da Silva
Paula Morais Palis
CARISMA E DESENCANTAMENTO DO MUNDO
UBERABA
2018
Sumario
1.	INTRODUÇÃO	3
2.	CARISMA	4
3.	DESENCANTAMENTO DO MUNDO	6
4.	CARISMA E DESENCANTAMENTO DO MUNDO E A ATUALIDADE BRASILEIRA	8
5.	CONCLUSÃO	12
REFERÊNCIAS	14
INTRODUÇÃO
O presente estudo pretende analisar o conceito de carisma e desencantamento do mundo a partir da conceituação de Max Weber, e paralelamente à isso, realizar uma abordagem desses mesmos conceitos na conjuntura atual brasileira.
Carisma refere-se a uma característica inata de certos indivíduos, que podem ser usadas tanto para o bem quanto para o mal. Desde épocas remotas o mundo foi de algum modo governado por pessoas com esse poder carismático, inclusive em seu contexto ambivalente. Bons exemplos a serem citados são Jesus Cristo e Adolf Hitler, sem dúvida alguma, indivíduos dotados de muito carisma. Na atualidade encontram-se vários exemplos de personalidades muito carismáticas como a primeira ministra da Alemanha Angela Merkel, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump e o ex-presidente brasileiro Luís Inácio Lula Da Silva (o Lula).
Desencantamento do mundo é a perca da crença na mágica ou espiritualidade em assuntos onde a ciência faz o serviço. A intelectualização coloca o conhecimento acima da crença e da fé. O mundo perdeu a crença de que tudo tem uma explicação divina, ou espiritual, a racionalidade é que prevalece. Deus passa a não ser responsabilizado por tudo, o mundo perdeu a inocência, o encantamento. Esse cenário extrapola as questões religiosas, e assumem fundamentação em questões relacionadas à economia e política.
Ao se enfatizar o caso do líder carismático brasileiro, o ex-presidente Lula, busca-se com este trabalho empreender uma compreensão sobre o fato de que os líderes carismáticos costumam surgir quando no decorrer de grandes crises sociais e institucionais, ou seja, em um momento da história que se evidencia um total desencantamento do mundo. Diante deste cenário apresentar-se-ão conceituações e análises que demonstrem ser as reflexões sociológicas de Weber assertivas quando relacionadas aos dias de hoje, em busca de elucidar a que tais concepções apresentam-se amplamente contemporâneas. 
CARISMA
Visando a compreensão de carisma é importante definir a dominação: 
(...) a dominação é um estado de coisas pelo qual uma vontade manifesta (mandato) do dominador ou dos dominadores influi sobre os atos de outros (do dominado ou dos dominados), de tal modo que, em um grau socialmente relevante, estes atos têm lugar como se os dominados tivessem adotado por si mesmos e como máxima de sua ação o conteúdo do mandato (obediência). (...) A dominação legítima pode justificar-se por três motivos de submissão ou princípios de autoridade – racionais, tradicionais ou afetivos. (...) “(QUINTANEIRO, BARBOSA e OLIVEIRA. 2009, p. 127 – 128)
A base tradicional constantemente ocorre pelo conformismo, no caso da carismática a atração e o fascínio são os determinantes regulares, já na base legal a convicção se encontra nas normas legais junto a sua capacidade funcional, em função de terem sido criadas racionalmente.
Para Quinteiro, Barbosa e Oliveira (2009) a forma tradicional e carismática tem como base os comportamentos, que em muitos casos apresentam antagonismo com o racional. As dominações racionais e tradicionais podem ser danificadas pela carismática, uma vez que esta indica a probabilidade de um rompimento efetivo das outras dominações. 
Quinteiro, Barbosa e Oliveira (2009) descrevem que para Weber o conhecimento cientifica e o desenvolvimento de formas de organização racionais e burocratizadas, contribui para o afastamento das práticas místicas da sociedade, a quebra desse ceticismo se torna possível por meio de uma figura carismática, que consiga reunir em sua proposta à atenção e o apoio da população. 
De acordo com Quinteiro, Barbosa e Oliveira (2009) estruturas institucionais podem sofrer rupturas, e seus métodos serem exíguos para manter o domínio, principalmente em função de condições de pressão, tensão ou sofrimento. Nestes casos o indivíduo da ação de ruptura é o líder dotado de carisma.
De acordo com Gomes Filho (2014) para o pensador, sob um espectro divergente da maioria dos estudiosos do assunto, a relevância não se encontra na natureza do carisma em si, mas na consequente dominação e seus resultados. 
Ainda de acordo com o autor supramencionado Weber a partir de uma visão sociológica e histórica, considerou a dominação carismática um meio de entender os fenômenos sem precisar se aprisionar-se no elemento, que transforma um indivíduo em líder. Desta forma o centro de estudo compreende não a natureza do carisma, mas sua presença enquanto vínculo entre dominador e dominado. 
Segundo Quinteiro, Barbosa e Oliveira (2009) com a ênfase que atribui ao indivíduo extraordinário, que transcende os limites da rotina cotidiana, Weber abre espaço para um tipo de liderança capaz de produzir mudanças significativas em relações sociais marcadas pela racionalidade.
É importante ressaltar que para Weber, as camadas mais carentes da sociedade são mais suscetíveis de convergir com um indivíduo carismático que as salvarão com um discurso religioso e/ou político.
Uma característica interessante apontada pelo pensador é que mesmo com essa ascendência por meio do carisma, o indivíduo para garantir permanência nesse estado à parte do cotidiano deve buscar uma despersonalização e rotinização, para ganhar uma proximidade com a população (reconhecimento).
Mas apesar de e talvez graças ao seu caráter renovador e irracional, o carisma é engolido pela lógica férrea das instituições e obrigatoriamente é rotinizado ou adaptado ao cotidiano, sendo retomado o caminho da institucionalização tradicional ou racional. (QUINTEIRO, BARBOSA E OLIVEIRA, 2009, p. 124)
O carisma é obrigatoriamente adaptado ao cotidiano. A rotinização ocorre talvez justamente pela irracionalidade dele. Então, após a “revolução”, acontece o retorno da dominação tradicional ou racional.
DESENCANTAMENTO DO MUNDO
A análise de Weber sobre as ações individuais direciona em um sentido, que de acordo com o pensador, representa uma grande característica do mundo moderno: a racionalidade. Através de seus inúmeros estudos, Weber conceituou que o indivíduo tende a agir muito mais com relação a objetivos, ou seja, de forma mais racional. Nas sociedades anteriores, quando os dogmas religiosos transpunham a vida em sociedade, os indivíduos costumavam agir de acordo com as tradições ou movidos pelas emoções.
Segundo Quinteiro, Barbosa e Oliveira (2009) o desencantamento do mundo é a perda da crença em mágica ou espiritualidade em assuntos onde a ciência (técnica e cálculos) faz o serviço. A intelectualização coloca o conhecimento acima da crença e da fé.
O sentido em que o processo de evolução vem ocorrendo é tal que limita cada vez mais o alcance das escolhas efetivas abertas aos homens. Estes não só têm poucas alternativas como vão se tornando cada vez mais medíocres. Tudo isso é consequência do que se chama de desencantamento do mundo. A humanidade partiu de um universo habitado pelo sagrado, pelo mágico, excepcional e chegou a um mundo racionalizado, material, manipulado pela técnica e pela ciência. (QUINTANEIRO, BARBOSA e OLIVEIRA, 2009, p. 131)
As relações sociais se adéquam às expectativas do comportamento de cada um dos participantes. Este processo evolutivo se direciona no sentido de limitar de forma progressiva a importância das escolhas efetivas abertas aos indivíduos. Sendo assim amplia-se a inexpressividade humana e essa é a razão do que Weber chamou de desencantamento do mundo. Ou seja, a humanidade abandona o sagrado, o extraordinário, e passa a considerar o racional, as questões materiais, sendo assim manipuladopela ciência.
Para Weber “os valores últimos e mais sublimes retiraram-se da vida pública, seja para o reino transcendental da vida mística, seja para a fraternidade das relações humanas diretas e pessoais.” (WEBER, 2015, p. 165)
Com a evolução da tecnologia e das ciências, bem como com a intensificação da lógica capitalista, os antigos preceitos perderam lugar para uma nova forma de pensar e agir dos homens, que foi conceituada por Weber como racionalidade e que passou a ter domínio sobre o mundo moderno, ou seja, o mundo desencantado. 
(...) A crescente intelectualização e racionalização não indicam, portanto, um conhecimento maior e geral das condições sob as quais vivemos. Significa mais alguma coisa, ou seja, o conhecimento ou crença em que, se quiséssemos, poderíamos ter esse conhecimento a qualquer momento. Significa principalmente, portanto, que não há forças misteriosas incalculáveis, mas que podemos, em princípio, dominar todas as coisas pelo cálculo. Isto significa que o mundo foi desencantado. Já não precisamos recorrer aos meios mágicos para dominar ou implorar aos espíritos. (...) Os meios técnicos e os cálculos realizam o serviço. Isto, acima de tudo, é o que significa a intelectualização. (QUINTANEIRO, BARBOSA e OLIVEIRA, 2009, p. 131)
Isso significa dizer que a reflexão sobre o desencantamento do mundo não é meramente um estudo sobre religião ou religiões, e sim um estudo, uma análise de um conceito de entendimento da sociedade e mais especificamente falando da modernidade.
Em suma uma sociedade que se baseia em interpretações mágicas e forças misteriosas é uma sociedade tradicional, o que para Weber representa uma sociedade estabelecida sobre conceituações metafísicas, irracionais e intangíveis. Essa nova forma surge como uma interpretação para o fenômeno do desencantamento que a religião opera sobre a magia.
Por outro âmbito nas instituições do mundo pré-moderno que se baseavam na tradição ocorre também uma transposição, que dá lugar a uma complexa rede organizacional que se estrutura pela burocracia e pela hierarquia. O que significa que de acordo com Weber no fenômeno de desencantamento do mundo uma nova força opera sobre os indivíduos, movida pela moderna atitude racional e científica.
CARISMA E DESENCANTAMENTO DO MUNDO E A ATUALIDADE BRASILEIRA
Max Weber buscou conceder à sociologia um reconhecimento científico, tornando-se um marco de referência. Procurou demonstrar que o comportamento humano em sociedade é entendido sob a concepção geral que esses homens têm da existência. Procurou estabelecer uma coerente distinção entre o conhecimento científico, e os julgamentos de valor sobre a realidade.
Quando se busca fazer um comparativo dos estudos de Weber sobre carisma e desencantamento do mundo com a atual realidade brasileira são necessárias algumas considerações e exemplos que exponham essa relação sociológica.
A sociologia de acordo com Weber ponderou sobre o indivíduo e a sua ação como fator central de pesquisa. Em função disto buscou enfatizar que o legítimo ponto de partida da sociologia referia-se a percepção da ação dos indivíduos e não a análise das “instituições sociais” ou do “grupo social”.
A despeito da dimensão iluminista do seu pensamento, na qual a história revela-se como um progresso, existe um Weber pessimista que aponta para as consequências negativas, mas inevitáveis, do progresso de racionalização, o que dá à sua obra, certamente crítica, um tom de resignação. (QUINTANEIRO, BARBOSA e OLIVEIRA, 2009, p. 130)
Apesar de ser um iluminista e a favor da racionalidade Max Weber já enxergava a individualização das pessoas que a racionalidade e o progresso traria no mundo atual, e que na verdade aconteceu.
Com o progresso e racionalização o mundo passou a olhar para os acontecimentos pela lógica, e deixando assim a velha crença que tudo o que acontecia era destino ou vontade de Deus, a sociedade hoje não se pauta na crença e sim na lógica racional, o desencantamento do mundo, é a perda da crença na magia, ou espiritualidade em assuntos onde a ciência faz o serviço. A intelectualização coloca o conhecimento acima da crença e da fé.
No entanto, a história não é apenas progresso linear em direção aos mundos burocráticos: há descontinuidades e estados de crise, quando as “estruturas institucionais consolidadas podem desintegrar-se, e as formas rotineiras de vida mostrar-se insuficientes para dominar um estado de crescentes tensões, pressão ou sofrimento”, O agente da ruptura é o líder, herói ou profeta portador do CARISMA. (QUINTANEIRO, BARBOSA e OLIVEIRA, 2009, p. 131)
Para Max Weber, quando ocorre uma crise nessa estrutura progressista e racional, fazendo este estado de descrença e desencantamento do mundo ficar abalado, propicia-se o aparecimento do carisma, ou seja, um líder carismático que chega com o herói, salvador. 
No caso do Brasil alguns líderes demonstraram características e históricos que se assimilam com as especificações de carisma. De acordo com Boff (2018) na política brasileira dois nomes tem grande representatividade como líderes carismáticos, são eles: Getúlio Vargas, considerado como um presidente que beneficiou particularmente a classe trabalhadora com diversas alterações na legislação trabalhista e que ficou conhecido como “pai dos pobres”; e mais recentemente outra grande representatividade de indivíduo dotado de carisma é possível citar uma figura pública que Luís Inácio Lula Da Silva, ex-presidente do Brasil.
Boff (2018) retrata Lula como uma figura carismática não apenas para a população brasileira, assim como tem esse reconhecimento no cenário internacional. Um fator importante na sua composição como líder carismático é a sua origem, provém das classes abandonadas pelas elites.
O ex-presidente em questão surgiu numa época que nosso povo vivia subjugado por uma ditadura militar, onde o trabalhador não tinha seus direitos respeitados. Lula, como é conhecido, foi um operário filiado ao sindicato dos metalúrgicos de São Bernardo do Campo, mas seu carisma e poder de oratória logo o colocariam na presidência do sindicato, e alguns anos depois, do Brasil.
Ao situar-se em oposição aos poderes hierárquicos tradicionais dos mágicos ou sacerdotes, o profeta ou salvador “colocou seu carisma pessoal contra a dignidade deles, consagrada pela tradição, a fim de romper ou colocá-los a seu serviço (QUINTANEIRO, BARBOSA e OLIVEIRA, 2009, p. 132)
Boff (2018) considera que Lula representa um líder carismático para a maioria da população brasileira, sendo que seu carisma ultrapassa fronteiras, tendo reconhecimento nacional e internacional como defensor das classes oprimidas.
O revolucionismo emocional é seguido pela rotina tradicionalista da vida cotidiana; o líder cruzado e a própria fé desaparecem ou, o que é ainda mais verdadeiro, a fé torna-se parte da fraseologia convencional. (...) Essa situação é especialmente rápida nas lutas de fé, porque elas são habitualmente levadas ou inspiradas por líderes autênticos, isto é, profetas da revolução. Nesse caso tal como ocorre com a máquina de todo líder, uma das condições para o êxito é a despersonalização e rotinização, em suma, a proletarização psíquica, no interesse da disciplina. Depois de ascenderem ao poder, os seguidores de um cruzado habitualmente degeneram facilmente numa camada comum de saqueadores. (QUINTANEIRO, BARBOSA e OLIVEIRA, 2009, p. 132 – 133)
Toda liderança pressupõe objetivos, ou seja, aonde se quer chegar ou o que se pretende alcançar. O líder carismático costuma conduzir os indivíduos para um determinado fim. Por isso, o propósito é tão importante. Mesmo que este propósito seja, tido como maligno, ainda assim é um propósito e seu líder conseguirá atrair diversas pessoas que compactuam deste.
Desta forma durante sua trajetória na liderança do país, a história de Lula passa por uma reviravolta em função de casos de corrupção, lavagem de dinheiro e benefícios indevidos. Atualmente, em função de tudo o que tem sido descoberto, noticiadoe divulgada sendo verdade ou não, alterou de certo modo a concepção de carismático que muitos tinham a respeito de Luis Inácio.
(...) Fica aqui evidente que Lula tem tanto carisma quanto sabedoria para fingir estar fazendo algo quando na verdade pensa em outro, fica claro aqui seu poder de faz e seu poder de induzir as pessoas ás deixando pensar que ele se importa com os menos favorecidos, quando na verdade ele só trabalha e governa para cidadãos da alta elite e para si mesmo. (Lula..., 2018)
Com relação ao Desencantamento do Mundo e a realidade brasileira, Weber ao analisar a questão da racionalidade, enfatiza o “desencantamento do mundo", com as evoluções cientificas e as transformações ocasionadas pelo capitalismo às instituições acabam por serem integralizadas a sistemas burocráticos. Em termos gerais, consiste em dizer que a organização passa a funcionar com práticas estabelecidas de maneira complexa e rígidas, como é o caso dos sistemas burocráticos.
Com relação à questão religiosa, os avanços oriundos de outras áreas como as ciências naturais e as artes, o indivíduo se vê diante de um mundo desprovido de forças externas, de divindades, de encanto; o que pode ser entendido como um processo de intelectualização. Essa intelectualização, juntamente com a racionalização está inserida na consciência ou na fé de que basta querer para poder, afinal, tudo pode ser determinada pela razão.
Todas essas situações alteraram e alteram a realidade vivenciada, em especial no que tange ao desenvolvimento deste estudo, na atual realidade brasileira.
A sociedade atravessa por momentos onde ambição econômica é um dos fatores do desencantamento do mundo nos dias de hoje. Como exemplo de análise no contexto atual brasileiro pode ser citado: questões como a educação na atualidade com seu senso crítico que representa com muita clareza a força do conceito desencantamento do mundo; as novas formatações éticas religiosas, que exercem grande influência sobre a visão de mundo que contribuíram à formação desse padrão de racionalidade; intensificação das concentrações urbanas, como um segundo passo para a sobreposição da relação homem–natureza.
Dessa forma, é possível considerar que a racionalidade moderna decorre de um desencantamento do mundo, e no caso do Brasil cabem diversos estudos sociológicos que consentem com o pensamento de Weber, uma vez que o país passa por um processo progressivo de alteração da ótica individualista da salvação, transpondo paradigmas mediados pela ciência racional. 
CONCLUSÃO
É possível concluir por meio deste estudo que a história se revela em um processo onde a humanidade sai de um universo habitado pela magia e o sagrado e passa a fazer parte de um mundo onde a racionalidade, o material e a ciência é que dominam. Substituídas agora pelo conhecimento cientifico e formas burocratizadas de desenvolvimento. Para Weber o desencantamento do mundo gera um progresso e racionalização onde se passa a olhar para os acontecimentos pela lógica, e com isso abandonando a crença que tudo o que acontecia, era destino ou vontade de Deus.
O carisma é a qualidade de quem possui virtudes e habilidades excepcionais, poderes sobrenaturais, raros. Através da irracionalidade o carisma é adaptado ao cotidiano. Com a busca do conhecimento adquire-se experiência estando carregado de coisas a sua volta porem utilizando-se pouco dessa realidade que lhe traz exaustão da vida.
A ausência da fé provocada pela objetividade cientifica permite que o mundo seja visto sem sentido, desencantado e através disso que aparece uma elaboração da modernidade e de seu espirito, a cultura capitalista. O desencantamento do mundo para Weber determina ao homem o poder sobre tudo ao formar a razão de que não há poder superficial, enigmático e que possa influir na vida o que é o oposto do pensamento que dominava antigamente.
As consequências do encantamento da religião são representadas pela queda sobre o significado da vida e o método baseado na religião tira a magia que consequentemente ocasiona o desapontamento da religião pela ciência. Tornando-se assim a ciência assume uma condição de atestação da verdade enquanto a religião torna-se objeto de instancia interior. A ciência então impede de dar sentido ao mundo e o indivíduo vive então em mundo sem definição. Permitem-se então formas de refletir a vida com a percepção da modernidade.
Desta forma, ao relacionarmos os conceitos estudados à atual realidade brasileira, verifica-se a existência e o poder de dominação de líderes carismáticos como os ex-presidentes Getúlio Vargas e Lula, defensores de trabalhadores e classes dominadas. Bem como é possível identificar um desencantamento do mundo, advindo da racionalidade que revela-se em diversas questões, tanto religiosas, por meio das inúmeras alterações que os tempos modernos trazem, como por assuntos relacionados ao meio ambiente, ao descontentamento com a política e a presença de líderes que não atendem ao carisma inicial. Weber embora tenha estudado estes conceitos há muitos anos, apresenta-se de modo atual na realidade do Brasil e do mundo, quando são analisados os conceitos por ele empregados.
REFERÊNCIAS
BOFF, Leonardo. Lula, o carismático líder servidor. Carta Maior, 2018. Disponível em: <https://www.cartamaior.com.br/?%2FEditoria%2FPolitica%2FLula-o-carismatico-lider-servidor%>. Acesso em: 27 jun. 2018.
GOMES FILHO, Robson Rodrigues. Carisma e dominação carismática: perspectivas teórico – metodológicas do conceito Weberiano de carisma e sua efetivação histórica nos estudos de religião. Revista de Teoria da História, n. 11, Maio/2014. Goiânia. Disponível em: < https://www.revistas.ufg.br/teoria/article/view/30193/16565>. Acesso em: 27 jun. 2018.
KUJAWSKI, Gilberto de Mello. Lula “o carismático”. Migalhas, 2018. Disponível em: <http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI124488,41046-Lula+o+carismatico> Acesso em: 26 jun. 2018.
QUINTANEIRO, Tania, BARBOSA, Maria Ligia, OLIVEIRA, Márcia Gardênia. Um toque de clássicos. In:______. MAX WEBER. Belo Horizonte: UFMG, 2009. p. 130 - 133.
WEBER, Max. Ciência e Política: Duas vocações. trad. Marco Antônio Casa nova. São Paulo: Martin Claret, 2015.