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Enzimas e Actividade enzimática André Silva e Francisco Monteiro • Em todas as células de um organismo vivo ocorre um número infindável de reacções químicas. Estas reacções implicam a quebra, e posteriormente, a formação de ligações. Energia de activação de uma reacção Energia de activação Reagentes Produtos • Para iniciar uma reacção química é necessário fornecer energia ao sistema – energia de activação. André Silva e Francisco Monteiro Energia de activação de uma reacção • A maior parte das reacções que ocorrem nos seres necessitam de uma elevada energia de activação. Esta ao ser elevada faz com que a velocidade da reacção seja muito lenta. • Para que estas reacções ocorram a velocidades compatíveis com a vida do ser é necessário a presença de catalisadores específicos- enzimas. Energia de activação Reagentes Produtos Não catalisada Catalisada ► Na presença da enzima a velocidade da reacção é muito superior à velocidade da reacção não catalisada. ► Actuam apenas sobre a cinética das reacções, aumentando as velocidades tornando possíveis reacções que seriam muito lentas na ausência do catalisador. Não alteram a termodinâmica. André Silva e Francisco Monteiro Ciclo Catalítico • As enzimas catalisam as reacções químicas, aumentando a velocidade de conversão dos substratos em produtos, sem se consumirem nesta reacção. Substrato Centro activo Enzima Produtos 1 - O substrato liga-se ao centro activo da enzima; 2- A ligação ao substrato induz a alteração da forma da enzima; 3 - Os aminoácidos do centro activo transformam o substrato; 4 - A enzima liberta os produtos da reacção e fica livre para ligar outra molécula de substrato e reiniciar o ciclo catalítico. André Silva e Francisco Monteiro Via Metabólica O substrato inicial é transformado pela enzima 1. O produto da enzima 1 é o substrato da enzima 2 e assim sucessivamente, o substrato de uma enzima é o produto da enzima anterior. Se, numa via metabólica, uma enzima não funcionar, vai acumular-se o produto da enzima anterior e nunca se chega ao produto final.. André Silva e Francisco Monteiro Propriedades das enzimas • Aumentam a velocidade das reacções através da diminuição da energia de activação; • Não são destruídas nas reacções; • Não alteram o equilíbrio químico das reacções; • São específicas para o substrato onde actuam; • A sua actividade é influenciada por factores ambientais. André Silva e Francisco Monteiro Estrutura das enzimas Enzima Centro activo Complexo Enzima- Substrato • As enzimas são moléculas proteicas, de estrutura tridimensional (estrutura terciária), sendo constituídas por uma ou mais cadeias polipeptídicas dobradas – forma globular. • O centro activo tem uma configuração complementar à do substrato. O centro activo apenas reconhece os substratos específicos. André Silva e Francisco Monteiro Interacção enzima - substrato 1 - Diminuição da concentração de substrato (consumidos); 2 - Produção de produtos a partir dos reagentes (substrato); 3 - Formação do complexo enzima-substrato que deixa de existir no final; 4 –Inicialmente, a concentração de enzima livre diminui, retomando os valores iniciais no final. André Silva e Francisco Monteiro Interacção enzima - substrato → Especificidade absoluta: a enzima actua apenas sobre um determinado substrato. Ex: Amilase salivar (actua apenas sobre o amido). → Especificidade relativa: a enzima actua sobre um conjunto de substratos química e estruturalmente semelhantes. Ex: Lipases (actuam sobre diferentes lípidos) ; Proteases (actuam sobre diferentes proteínas). • A especificidade da enzima está relacionada com a complementaridade entre enzima e substrato. André Silva e Francisco Monteiro Modelo de Fischer / chave - fechadura (1894) • Pressupõe que o centro activo e o substrato possuem formas complementares, sendo que o substrato se ajusta como uma chave se ajusta numa fechadura, havendo um encaixe perfeito. • O centro activo da enzima é uma estrutura rígida, onde apenas pode encaixar um substrato com uma forma complementar a esse centro. André Silva e Francisco Monteiro Modelo de Koshland / encaixe induzido (1959) • A interacção enzima-substrato é mais dinâmica, ou seja, o substrato interage com a enzima induzindo a que ocorram transformações estruturais no centro activo tornando-o complementar ao substrato aquando da ligação entre ambos. • O substrato determina a forma do centro activo da enzima e posteriormente, a sua forma final. • Pesquisas recentes sugerem que também a enzima leva a que ocorram transformações no substrato, havendo uma verdadeira interacção enzima-substrato. André Silva e Francisco Monteiro Holoenzimas (apoenzimas + cofactores) • Algumas enzimas para além de serem constituídas pela molécula proteica (apoenzima), são também constituídas por substâncias não proteicas (cofactores). • Estes dois componentes isolados não possuem poder catalítico. Apenas quando estes dois estão em conjunto a enzima (holoenzima) se torna activa. ► Exemplos de cofactores: • Iões metálicos (Mg 2+ ; Fe 2+; Cu 2+) • Compostos orgânicos não proteicos como as vitaminas. André Silva e Francisco Monteiro Inibição da actividade enzimática • As substâncias que provocam a diminuição da actividade enzimática designam-se por inibidores enzimáticos. Inibição enzimática Não reversível Destruição da enzima Ex: Gás cianídrico Reversível Competitiva Não Competitiva André Silva e Francisco Monteiro Inibição da actividade enzimática – Reversível competitiva • Uma molécula estruturalmente semelhante com o substrato liga-se ao centro activo da enzima impedindo a ligação do substrato • Compete com o substrato, diminuindo a actividade enzimática. André Silva e Francisco Monteiro Inibição da actividade enzimática – Reversível não competitiva • O inibidor liga-se a sítios específicos de algumas enzimas (centro alostérico) induzindo alterações ou distorções do centro activo. Altera-os impedindo a ligação do substrato. • Diminui a actividade enzimática. • Não há competição entre o inibidor e o substrato. André Silva e Francisco Monteiro Inibição da actividade enzimática – Inibição do produto final ► O produto de uma reacção (ou de uma via metabólica) pode inibir a acção de uma enzima, interrompendo a continuação das reacções, até que o excesso desse produto seja gasto pela célula e active novamente a actividade enzimática. ► Processa-se segundo um mecanismo de feedback negativo. ► Este controlo evita a produção excessiva de certas moléculas e permite à célula poupar energia. ► O produto final liga-seà enzima 1 inibindo-a. André Silva e Francisco Monteiro Indução da actividade enzimática • Conseguida a partir da ligação de indutores à enzima • A ligação do indutor provoca alterações no centro activo, induzindo a actividade enzimática. André Silva e Francisco Monteiro Factores ambientais que afectam a actividade enzimática • A actividade enzimática é também influenciada por factores ambientais do meio. ► Factores ambientais : Temperatura, pH, concentração de substrato. André Silva e Francisco Monteiro Factores ambientais : Temperatura • A velocidade da reacção aumenta com o aumento da temperatura, dado que a energia de activação também aumenta o que conduz a uma elevada actividade enzimática. • No caso do homem, a temperatura óptima situa-se próxima dos 37ºC. Temperaturas superiores causam a desnaturação da enzima, ficando esta inactiva (destruída). • Baixas temperaturas tornam as enzimas inactivas. André Silva e Francisco Monteiro Factores ambientais : pH W – Pepsina X – Amílase salivar Z - Tripsina • O pH influencia a carga dos aminoácidos, afectando o centro activo da enzima, influenciando a actividade enzimática. • Assim, há enzimas cuja actividade óptima se obtém em meio ácido (Ex: Pepsina) outras em meio neutro (Ex: Amílase salivar) e outras em meio básico (Ex: Tripsina). André Silva e Francisco Monteiro Factores ambientais : Concentração de substrato • A velocidade de reacção é tanto maior quanto maior for o teor em enzimas, enquanto houver substrato disponível. • A velocidade da reacção é proporcional à concentração de substrato até um determinado valor máximo, a velocidade torna-se constante. • A velocidade máxima é conseguida quando todas as moléculas da enzima estiverem ocupadas na catálise. • Com os centros activos ocupados, atinge-se o ponto de saturação, por mais que a concentração de substrato aumente a velocidade é constante. André Silva e Francisco Monteiro Bibliografia ► MATIAS,O.;MARTINS,P, Biologia 12, Areal Editores, Porto, Portugal, 2012. ► SILVA,A.D. e outros, Terra, Universo de Vida – Biologia 12º Ano, Porto Editora, Porto, Portugal, 2012. ► VALENTIM, P. Produção de alimentos e sustentabilidade – apresentação powerpoint, Leiria, Portugal, 2010.
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