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Resumo Introdução ao Estudo do Direito
(Aula 1)
O Direito é um fato ou fenômeno social que só existe na sociedade e que estabelece os limites de ação de cada um de seus membros.
Significados da palavra Direito:
Normativo: Normas elaboradas pela sociedade ou pelo estado
Subjetivo: Possibilidade de agir
Expressão do justo: Justiça
Ciência: Ramo do conhecimento científico
Fato social: O direito é um setor da vida social 
Em outras palavras, podemos dizer que o Direito é um conjunto de normas que tem por objetivo a disciplina e a organização da vida em sociedade, solucionando os conflitos de interesses e promovendo a justiça. Existe, então, o Direito como uma ciência cujo objeto de estudo é o fenômeno jurídico. Essa ciência busca sistematizar o conhecimento sobre o direito como um fenômeno jurídico, para compreensão e utilização.
O Direito e as ciências afins
Essas ciências auxiliam o Direito em sua interpretação e aplicação na prática do dia a dia:
FILOSOFIA DO DIREITO
O filósofo se preocupa com a valoração jurídica dos bens da vida, existentes na sociedade, tais como a justiça, o bem comum, o interesse social, a liberdade, entre outros, preocupando-se com as correntes filosóficas e ideológicas. O que interessa à Filosofia são os fundamentos, A razão de ser das leis
CIÊNCIA DO DIREITO
A Ciência do Direito, também chamada de Dogmática Jurídica, estuda a norma jurídica e sua aplicação aos casos particulares, conforme concebida pelo legislador, em determinada sociedade e sua interpretação e aplicação, tal como ela está historicamente realizada. Normalmente é associada ao positivismo jurídico, que, a partir de uma distinção entre fato e valor, teria buscado excluir ou pelo menos diminuir a influência da moral e dos valores no Direito, ou seja, esta fundada em um fenômeno objetivo e não em valores subjetivos e relativos.
HISTÓRIA DO DIREITO
A História do Direito é uma disciplina jurídica que pesquisa e a análise dos institutos jurídicos do passado.
PSICOLOGIA JURÍDICA
A Psicologia Jurídica estuda os fenômenos mentais que são juridicamente relevantes, estabelecendo um elo facilitador do trabalho do legislador e dos intérpretes do 
Direito.
(Aula 2)
Relação entre o Direito e a Moral
Direito e Moral constituem dois diferentes conceitos, mas não estão separados.
Moral se define como o conjunto de práticas, costumes e padrões de conduta, ou seja, ética. Trata-se de algo que varia no tempo e no espaço, cada povo possui sua moral, que evolui no curso da história, criando novos modos de agir e pensar.
O dever moral não é exigível por ninguém, reduzindo-se a dever de 
consciência, ao tu deves, enquanto o dever jurídico deve ser observado sob pena de o devedor sofrer os efeitos da sanção, aplicável pelos órgãos especializados da sociedade.
O Direito, apesar de acolher alguns preceitos morais fundamentais, garantidos com sanções eficazes, aplicáveis por órgãos institucionais, tem campo mais vasto que a Moral, pois disciplina também matéria técnica e econômica indiferente à Moral.
Ética e Moral em Kant
Kant, na Fundamentação da Metafísica dos Costumes, reconheceu, pela primeira vez na filosofia, que todo ser racional possui um valor absoluto. Mesmo 
sendo finito e limitado, ressalvou que o ser humano possui o privilégio de ter leis assumidas livremente por sua própria razão.
• Racionalidade Moral
Estar livre para escolher e agir é o que caracteriza o ser humano, o que o filósofo denomina de autonomia moral. 
Para o filósofo alemão, imperativo categórico é o dever de toda pessoa agir conforme os princípios que ela quer que todos os seres humanos sigam, que ela quer que sejam “lei da natureza humana”. 
A influência da Moral no Direito
A Moral e o Direito entrelaçam-se e interpenetram-se de diversas maneiras. As normas morais tendem a se converter em normas jurídicas, como aconteceu, por exemplo, com o dever do pai de cuidar do filho, e com a indenização por acidente de trabalho. No entanto, ainda não há uma norma jurídica específica que prescreva que o pai deve ter afeto pelo filho. 
Direito e Moral são instrumentos de controle social que pertencem ao campo da 
ética e que não se excluem.
Direito: Instrumento de Controle Social
O Direito é um dos instrumentos de controle social, cujo principal objetivo é o estabelecimento de normas de conduta visando prevenir o conflito e 
viabilizar a existência em sociedade, segurança e justiça.
As Instituições Sociais
As instituições são vigas estabelecidas pelo costume, pela razão e pelos sentimentos, que estruturam a sociedade. A mais antiga das instituições seria a família e a mais relevante de todas seria o Estado.
O Direito é uma das instituições criadas pela sociedade para o Controle Social.
Funções Sociais do Direito
O Direito existe, em tese, mais para prevenir do que para corrigir, mais para
evitar que os conflitos ocorram, do que para compô-los.
Funções e finalidades específicas que competem ao Direito
Ordenamento Jurídico
Cumpre ao Estado a tarefa de estabelecer o Ordenamento Jurídico, que é o conjunto de normas de conduta juridicamente relevantes para a sociedade, realizado por procedimentos próprios, no processo legislativo.
(Aula 3)
Conceito de Direito Natural
É o direito justo por natureza, que independe da vontade do ser humano ou do legislador, que é derivado da natureza humana (jusnaturalismo) ou dos princípios da razão (jusracionalismo). As principais características do Direito Natural são a estabilidade e imutabilidade. Ou seja, não sofre alterações ao longo da história e do desenvolvimento da sociedade, diferente das teorias do direito posteriores.
Exemplos: direito à vida, direito à defesa, direito à liberdade.
A Ideia do Direito Natural: Jusnaturalismo
A Teoria do Direito Natural é muito antiga, está presente na literatura jurídica Civilização Europeia.
O movimento procura atender ao bem comum, em todos os tempos, a todos os homens, por um direito mais justo, capaz de protegê-los contra o arbítrio do governo.
Três concepções básicas sobre o Direito Natural ao longo da História:
1. Concepção cosmológica
O Direito Natural foi sempre tido, pelos defensores desta teoria, como superior ao direito positivo, absoluto e universal por corresponder à natureza humana. 
2. Concepção teológica
Direito Natural = Direito Divino
Essa concepção traduz que existe uma ordem sobrenatural que condiciona o mundo físico e o próprio agir das pessoas, sendo os deuses os responsáveis pela criação das regras de conduta, e que autoridades humanas são porta-vozes desta vontade superior.
3. Concepção racionalista
Parte da existência de uma lei natural associada à própria existência humana. 
O Positivismo Jurídico
Surgiu na Idade Moderna, por uma preocupação em sistematizar e racionalizar o direito, negando a importância do caso a caso, a começar pela ideia do Direito Natural, que teria questões de ordem moral, e impediam a criação de um direito impessoal e igual para todos.
Na visão positivista, a Ciência do Direito estuda a correlação entre as normas que 
compõem a ordem jurídica vigente.
Em relação à Justiça, a atitude do Positivismo Jurídico é a de ceticismo absoluto.
Correntes do Positivismo Jurídico
1. Escola Histórica Do Direito
Opunha-se à codificação e à Teoria do Direito Natural e defendia 
a formação e transformação do direito, marcado pelo “espírito do povo” 
2. Escola da Exegese
Ligada um projeto político, de unificação do direito 
privado francês e que se valeu de uma técnica nova de elaboração das leis, chamada Código, que é um documento completo de toda a disciplina jurídica de uma área do direito, pondo fim a outras fontes históricas do direito, como Direito Romano, Direito Costumeiro e o Direito Natural.
3. Pandectismo Jurídico (Jurisprudência Conceitual)
O Pandectismo defendia a imperatividade dos conceitos jurídicos, ou seja, afirmava que todo Direitoestá contido apenas na lei, construídos a 
partir do estudo das Instituições do Direito Romano, mescladas com a 
tradição doutrinária germânica.
Normativismo Jurídico
O Normativismo Jurídico Kelseniano é a defesa da construção de parâmetros metodológicos próprios para a Ciência do Direito, expressos na denominada Teoria 
Pura do Direito.
Pontos principais da Teoria Pura do Direito
Kelsen priorizava o aspecto estrutural do ordenamento jurídico e a correlação entre 
suas normas, independentemente de concepções ideológicas e de regimes políticos.
Pirâmide de Kelsen
Teoria da Interpretação de Kelsen
A pirâmide de Kelsen representa um sistema normativo em que há normas de hierarquia diversas. No topo da pirâmide está a Constituição. Em nível intermediário estão as leis. Em níveis inferiores os decretos editados pelo Poder Executivo, por exemplo.
A consequência é que normas de hierarquia inferior deverão observar as de hierarquia superior. Se uma norma inferior entra no ordenamento jurídico e viola a superior, aquela não pode ser apta a produzir efeitos jurídicos. Se a norma superior é inaugurada no sistema normativo e viola a inferior, ocorre a ab-rogação (revogação integral) ou derrogação (revogação parcial) desta.
A Teoria Tridimensional de Miguel Reale
A Teoria Tridimensional do Direito de Miguel Reale é tida como a melhor 
sistematização da visão culturalista sobre o Direito. Nessa teoria toda experiência jurídica pressupõe a correlação entre os 3 elementos.
Segundo a teoria tridimensional, o Direito se compõe da conjugação harmônica dos três aspectos básicos e primordiais: 
o aspecto fático (fato) ou seja, o seu nicho social e histórico;
o aspecto axiológico (valor) ou seja, os valores buscados pela sociedade, como a Justiça; 
o aspecto normativo (norma) ou seja, o aspecto de ordenamento do Direito.
Teoria dos Círculos e do Mínimo Ético
Círculos Concêntricos
Betham diz que o direito esta contido na moral. 
Segundo Lucas Paoly essa teoria de assemelha a um ovo, sendo a clara a moral e a gema o direito.
Círculos Secantes
Du Pasquer afirma que existe uma intercessão entre direito e moral porem existem casos que são Direitos e que não são parte da moral e aspectos morais que não estão normatizados.
Círculos Independentes
Hans Kelsen, criador da ‘Teoria Pura do Direito’ diz que Direito é o que está normatizado e Moral são os atos que são praticados de acordo com princípios éticos, ainda que haja aspectos morais que sejam normatizados, Direito é Direito e Moral é Moral.
Teoria do Mínimo Ético
Teoria de Jellinek que afirma que o Direito representa o mínimo de moral imposto para que a sociedade possa viver em harmonia.
O direito se preocupa em legislar, normatizar o mínimo de moral necessária para que a população consiga viver em harmonia. É importante lembrar que por senso comum a teoria dos círculos que se encaixam com a teoria do Mínimo ético é a dos círculos concêntricos de Betham.
(Aula 4)
Diferenças entre o Direito Natural e o Direito Positivo
Para o positivista, a lei é em si o único valor.
Direito Substantivo e Direito Adjetivo
O Direito Material (substantivo) define as normas de conduta na convivência social.
Já o Direito Processual (adjetivo) visa assegurar o cumprimento das normas, ou seja, se preocupa em garantir a obediência das normas do direito material. 
Direito Objetivo e Direito Subjetivo
O Direito Objetivo é composto pelas normas jurídicas, as leis, que devem ser obedecidas 
rigorosamente por todos os seres humanos que vivem na sociedade que adota essas leis. O seu 
descumprimento, dá origem a sanções.
O Direito Subjetivo, também chamado facultas agendi (faculdade de agir) é o poder de exigir 
uma determinada conduta do outrem, conferido pelo Direito Objetivo, pela norma jurídica.
Elementos do Direito Subjetivo:
Sujeito= Pessoa física ou pessoa jurídica;
Objeto= O bem jurídico sobre o qual o sujeito exerce o poder conferido.
Relação entre Direito Positivo e Direito Objetivo
 
 
Direito Objetivo é gênero do qual o Direito Positivo (as normas jurídicas emanadas do 
Estado) é espécie, assim como os costumes e, por exemplo, cláusulas contratuais entre 
particulares.
Direito Público e Privado
Direito público – Direito pelo qual se concentra de forma objetiva a estrutura originária do Estado, para regular os órgãos e suprir os direitos fundamentais, por meio de princípios e regras, para atender o direito estatal e suprir o direito de cada cidadão e de toda coletividade. É regulado pelo art. 37 da Constituição Federal (principio da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e efetivação) 
Direito privado – Direito pelo qual atende a necessidade do cidadão e de toda coletividade, tendo a representação por meio do Código Civil. É o direito pelo qual o cidadão está regulado em toda sua capacidade civil, desde o nascimento até a sua sucessão patrimonial em virtude da morte, como também os atos praticados em sua vida civil.
(Aula 5)
Conceito de Norma Jurídica
A Norma Jurídica é um comando, um imperativo dirigido às ações dos indivíduos e das pessoas jurídicas e demais entes. 
É uma regra de conduta social; sua finalidade é regular as atividades dos sujeitos em suas relações sociais. A Norma Jurídica imputa certa ação ou comportamento a alguém, que é seu destinatário.
Exemplo: Ao se dirigir ao destinatário, a Norma Jurídica proíbe e obriga, onde aquele que deve cumprir estará diante de:
Uma proibição (ex: Proibido fumar neste estabelecimento.); ou
Uma obrigação (ex: Obrigatório o uso de crachá para a entrada neste setor.).
Segundo o Direito Positivo, a Norma Jurídica é o padrão de conduta social imposto pelo Estado, para que seja possível a convivência em sociedade.
Paulo Nader conceitua como sendo a conduta exigida ou o modelo imposto de organização social.
Características substanciais da Norma Jurídica
Generalidade: Da generalidade da norma, deduzimos o princípio da isonomia da lei, segundo o qual todos são iguais perante a lei.
Abstratividade: As Normas Jurídicas visam estabelecer uma fórmula padrão de conduta aplicável a qualquer membro da sociedade. Regulam casos como ocorrem, via de regra, no seu denominador comum. 
Bilateralidade: A norma possui dois lados: um representado pelo Direito Subjetivo e o outro pelo Dever Jurídico, e um não pode existir sem o outro, pois regula a conduta de um ou mais sujeitos em relação à conduta de outro(s) sujeito(s)
• Sujeito ativo (portador do Direito Subjetivo)
• Sujeito passivo (possuidor do Dever Jurídico)
Coercibilidade: Possibilidade de uso de coação. Essa possui dois elementos: psicológico e material. O primeiro exerce a intimidação, pelas penalidades previstas para as hipóteses de violações das Normas Jurídicas. O elemento material é a força que é acionada quando o destinatário da regra não a cumpre espontaneamente.
Atributividade: A Norma Jurídica é atributiva por atribuir às partes de uma relação jurídica, direitos e deveres recíprocos. Ou seja, atribui à outra parte o Direito de exigir o seu cumprimento.
Os diversos critérios de classificação das Normas Jurídicas
Normas de conduta: Normas primárias, exatamente porque cumprem a finalidade básica das regras de direito, que é a disciplina de comportamentos na sociedade.
Estrutura da norma = hipótese (fato) + dispositivo (sanção)
Ex: É proibido pisar na grama. Multa 1 SM
Normas de organização: Chamadas também de secundárias, fixam competências e atribuições no âmbito do Estado, que prevalece o império da lei, estando as autoridades públicas subordinadas ao princípio de legalidade estrita, ou seja, suas ações somente podem ocorrer nos limites fixados pela lei.
Quanto ao tipo de comando da norma
Norma Imperativa: Aquela que exige do destinatário uma conduta positiva ou uma ação, sendo antijurídica qualquer atitude diferente daprescrita na lei ou, até mesmo sua omissão.
Ex: Tributação, onde a norma exige do contribuinte o recolhimento do tributo e a conformidade com o montante previsto na lei. A omissão em ambos os casos caracteriza uma violação à ordem jurídica.
Norma Proibitiva: Premissa oposta à da norma imperativa: Neste caso, a norma pressupõe uma omissão por parte do destinatário da prática de conduta prevista na norma jurídica. A hipótese legalmente estabelecida não pode ocorrer, do contrário terá por consequência a aplicação de uma sanção jurídica. Neste caso, o direito exige o não agir por parte do destinatário.
Ex: Proibição do fumo em determinados lugares. Fixa uma penalidade em dinheiro (multa) aquele que praticar o ato.
Norma Permissiva: Compreende as situações em que a ordem jurídica cria um padrão de agir, porém permite que o destinatário opte por uma atuação diferente, como previsto no princípio da autonomia privada. 
Ex: Destinação dos bens no casamento e na sucessão patrimonial por morte. Nos dois casos, sucessivamente, a legislação cria regimes jurídicos padronizados, porém, no primeiro caso permite a celebração de um pacto antenupcial e no segundo caso permite a elaboração de testamentos antes da morte do destinatário.
Em relação à Norma Permissiva, no sentido de que o princípio da legalidade, que é um dos pilares do Estado de Direito, funda-se na premissa de que todos são livres para agir até onde a lei limita, ou seja, no princípio de que ninguém é obrigado a fazer ou a deixar fazer alguma coisa, senão em virtude da lei.
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Quanto à amplitude da norma
Quanto ao elemento espacial da norma
Norma de Direito Internacional: Normas estabelecidas com base em tratados, convenções e costumes internacionais, cujo fundamento se encontra no princípio da “autolimitação da soberania”, em que os Estados se submetem voluntariamente às regras de direito internacional, a elas aderindo e recepcionando no Direito interno, de acordo com os procedimentos previstos na legislação de cada país.
Norma de Direito Interno (Federal, Estadual, Municipal): As normas editadas por um determinado ente da federação terão sua aplicação no território respectivo, sendo a legislação federal aplicável em todo o território nacional.
Quanto ao elemento temporal da norma
Norma Permanente: O usual é que uma norma ao entrar em vigor, assim permaneça até que outra norma a revogue.
Norma Temporária: Situação excepcional no Direito, onde uma norma cuja vigência é limitada no tempo por disposição expressa daquele que a criou ou pelo esgotamento das hipóteses concretas por ela alcançadas. Uma norma prevendo uma anistia ou um parcelamento de um débito fiscal normalmente terá uma data limite para que os interessados requeiram o benefício.
(Aula 6)
Sistema Jurídico = Ordenamento Jurídico
O ordenamento jurídico é formado por normas que vigoram em um mesmo Estado, com interdependência entre elas e uma serve de fundamento de validade para a outra.
Sistemas Jurídicos:
Sistema Estático: A norma é validada se for considerada justa e de acordo com a concepção do Direito Natural.
Sistema Dinâmico: A validade da norma é determinada por critérios formais, pelo grau de autoridade de quem a elaborou, não mais pelo seu conteúdo.
Modelo do Sistema Jurídico na atualidade
Na atualidade, pode-se dizer que a visão sistemática do ordenamento jurídico tem uma estrutura dinâmica no que tange à hierarquização normativa e à interdependência entre as normas, com traços estáticos.
Hoje em dia, a importância dos valores para o direito é reconhecida e esses valores se expressam na forma de princípios de direito dotados de normatividade, extraídos da constituição e das demais normas jurídicas.
A validade do Ordenamento Jurídico
Todo o nosso Direito Positivo, para ter validade, deriva-se dos princípios constitucionais.
Relação de Produção e Execução entre as Normas
Todas as normas de um ordenamento são, a uma só vez, produtivas e executivas, à exceção daquela no grau mais alto (Norma Fundamental).
Validade do Ordenamento Jurídico
Estrutura de Kelsen
O primeiro doutrinador a lecionar que o sistema jurídico era composto por normas superiores e inferiores interligadas e estruturadas entre si foi Merkel. Entretanto, essa estrutura ganhou ênfase por intermédio de Hans Kelsen.
Sobre a Pirâmide de Kelsen
Com o sistema jurídico de hierarquia, as normas de direito encontram sempre seu fundamento em outras normas jurídicas. As normas inferiores encontram seu fundamento de validade em outras normas de escalão superior.
Desde a norma mais simples até a própria Constituição ocorre o fenômeno da "pirâmide jurídica". Representa-se esta estrutura hierárquica de um ordenamento por meio de uma pirâmide. O topo é ocupado pela norma fundamental e a base pelos atos executivos.
Normas Constitucionais: Ocupam o grau mais elevado da hierarquia das normas jurídicas. Todas as demais devem subordinar-se às normas presentes na Constituição Federal, não podem contrariar os preceitos constitucionais. Quando contrariam, costuma-se dizer que a norma inferior é inconstitucional.
Normas Complementares: Leis que complementam a Constituição Federal. Deve estar prescrita na Constituição, ou seja, a Constituição declara expressamente que tal ou qual matéria será regulada por lei complementar.
Normas Ordinárias: Normas elaboradas pelo Poder Legislativo. Exemplo: Código Civil, Código Penal, Código Tributário etc.
Normas Regulamentares: São os regulamentos estabelecidos pelas autoridades administrativas em desenvolvimento da lei. Exemplo: Decretos e portarias.
Normas individuais: São as normas que representam a aplicação concreta das demais normas do Direito à conduta social das pessoas. Exemplo: sentenças, contratos etc.
Limites do Poder Normativo
Quando a Constituição atribui a um órgão inferior um poder normativo, não o faz de forma ilimitada, estabelecendo os limites dentro dos quais ele poderá ser exercido.
Limites Materiais: Traduz o conteúdo da norma que a autoridade em posição hierarquicamente inferior tem competência para editar.
Limites Formais: Prescrevem o modo ou procedimento pelo qual as normas de hierarquia inferior podem ser editadas pelos órgãos legislativos, no que se refere à iniciativa do processo legislativo, à tramitação de projetos e ao quórum de aprovação, bem como à competência para legislar.
Norma Fundamental e Poder Constituinte
Segundo Kelsen, a Norma Fundamental tem por competência validar a Constituição. É hipotética e um pressuposto que surge para não haver futuros questionamentos referentes a validade da Constituição e é inspirada pelas teorias de Kant (Crítica da Razão Pura). Assim, Kelsen se utilizou da Relação Hipotética de Kant para validar a Norma Fundamental, explicando que “se relações hipotéticas são pressupostos do conhecimento humano, também é licito utilizar este pressuposto no conhecimento do Direito”. 
O Poder Constituinte é analisado dentro da preocupação com as relações reais de poder na sociedade, que têm o seu retrato no texto da Constituição. Tal poder é exercido com o fim de adequar a uma nova realidade social e os valores com o que está disposto por escrito juridicamente, sendo exercido pela convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte, que será responsável pela elaboração de um documento que representa a vontade do povo, cujas formas de expressão são:
- Criar uma nova constituição;
- Garantir uma constituição;
- Eliminar uma constituição.
Visão Sistémica do Direito:
Normas, Regras e Princípios. Conceitos e Distinções
Duas espécies de distintas do gênero norma, habitam o sistema jurídico: 
Regras e Princípios.
As regras disciplinam uma determinada situação; quando ocorre essa situação, a norma tem incidência; quando não ocorre, não tem incidência.
Quando duas regras conflitam, ao caso concreto uma só será aplicável (uma afasta a aplicação da outra), ou seja, o conflito entre regras deve serresolvido pelos meios clássicos de interpretação: a lei especial derroga a lei geral, a lei posterior afasta a anterior etc.
Princípios são as diretrizes gerais de um ordenamento jurídico (ou de parte dele). Seu espectro de incidência é muito mais amplo que o das regras. Entre eles pode haver "colisão", não conflito. Quando colidem, não se excluem.
Os Princípios desempenham funções estratégicas, a saber: Fundamentadora, Interpretativa e Supletiva (ou Integradora).
Por força da função fundamentadora dos princípios, outras normas jurídicas neles encontram o seu fundamento de validade.
Ex.: O artigo 261 do CPP – Código de Processo Penal (que assegura a necessidade de defensor ao acusado) tem por fundamento os princípios constitucionais da ampla defesa, do contraditório, da 
igualdade etc.
Os princípios não só orientam a interpretação do ordenamento jurídico, mas também cumprem o papel de suprir lacunas do sistema (função supletiva 
ou integradora). No decisão judicial, o juiz pode valer-se do suplemento dos princípios 
gerais de direito (CPP, art. 3º).
	
No caso do conflito entre princípios, diversamente das regras, este ocorre no plano do seu "peso" valorativo que entre eles —os princípios colidentes —deverá ser ponderado e não no plano da validade, como no caso do conflito entre regras.
Princípio da Plenitude do Ordenamento Jurídico
O Ordenamento Jurídico não pode ficar sem dar solução a qualquer litígio ou conflito capaz de abalar o equilíbrio, a ordem e a segurança da sociedade. 
Por isso, ele contém a possibilidade de solução para todas as questões que surgirem na vida de relação social, suprindo as lacunas deixadas no Direito.
Regras da completude no Brasil
No direito brasileiro, vigoram normas que fornecem ao juiz o instrumental necessário para que ele decida o caso concreto, mesmo nas situações em que não haja legislação tratando do tema porque o magistrado não pode se recusar a julgar 
o caso, sob o argumento de lacuna ou obscuridade da lei para o julgamento.
O julgador deverá se valer das chamadas fontes secundárias ou subsidiárias de 
direito, que são instrumentos técnicos de aplicação os quais garantem a completude do ordenamento jurídico.
Teoria da Relação Jurídica
Aula 07
As Relações Jurídicas
Religiosas, Morais, Sentimentais, Profissionais, Administrativas ou Sociais
A relação jurídica é um vínculo que une duas ou mais pessoas, cuja relação se estabelece por fato jurídico, cuja amplitude relacional é regulada por normas jurídicas, 
que operam e permitem efeitos jurídicos.
No plano objetivo (relativo ao objeto): Relação jurídica é toda relação social tutelada ou regulada pelo Direito
No plano subjetivo (relativo aos sujeitos): Relação jurídica é o vínculo entre duas ou mais pessoas conferindo-se a uma ou algumas delas o direito subjetivo de exigir da(s) outra(s) o cumprimento de um dever.
Elementos da Relação Jurídica
São os elementos necessários para que a relação jurídica tenha existência.
Seguindo a corrente dominante, adotamos a corrente que alinha sujeitos, objeto, 
fato jurígeno, garantia e vínculo.
Sujeitos: São as pessoas (jurídica ou física) entre as quais a relação jurídica se estabelece. (Pode existir mais de um em cada polo.)
O direito subjetivo e o dever jurídico são um poder e um dever de pessoas que estão entre si em relação:
Objeto: É o próprio objeto do direito subjetivo, são as coisas ou utilidades sobre as quais incide o interesse legítimo do sujeito ativo a que se refere o dever do sujeito passivo. Pode ser: Uma coisa (um imóvel, um carro etc.), uma pessoa (um filho, uma criança), um bem imaterial (a liberdade, a honra, a integridade moral etc.), etc.
Fato Jurígeno ou Gerador: É um fato a que a lei atribui um especial efeito (fato gerador ou fato jurídico). 
Os fatos jurígenos são os fatos que dão origem:
À constituição de uma relação jurídica (fatos constitutivos)
À modificação de uma relação jurídica (fatos modificativos)
À extinção de uma relação jurídica (fatos extintivos)
Garantia: O direito caracteriza-se pela coercibilidade. À infração dos deveres que as normas jurídicas impõem traz por consequência a aplicação de sanções jurídicas. A sanção em matéria de direito privado não atua geralmente por iniciativa direta do Estado, mas a solicitação dos titulares dos direitos subjetivos e toma a forma de uma reparação, da garantia de obter coativamente à realização do interesse reconhecido por lei, ou indenização equivalente.
Vínculo: Ele surge com a ocorrência do Fato gerador, que funciona como iniciador da relação jurídica. 
Dessa forma, a relação jurídica colocada na lei abstratamente, materializa-se com a ocorrência do fato jurídico (fato gerador), ligando os sujeitos em torno de um objeto e 
respaldando (garantia) o direito subjetivo como uma garantia para a efetivação daquele dever jurídico descrito na Lei.
Espécies de Relações Jurídicas
• Relações Jurídicas Abstratas: São aquelas em que não se individualizam 
os titulares dos direitos e obrigações. São relações jurídicas tal como colocadas na lei.
• Relações Jurídicas Concretas: A lei aplicada ao caso concreto. É o abstrato 
tornando-se concreto pela ocorrência de um fato.
Exemplo: A bateu no carro de B. Sua conduta amoldou-se à regra do art.186 CC, uma vez que causou prejuízo a outrem. Agora, está ele obrigado a reparar o dano a B.
• Relações Jurídicas Simples: Quando os direitos são conferidos a uma das partes e somente deveres a outra parte.
Exemplo: no testamento, o sujeito ativo é aquele que faz o testamento e o passivo é o testamenteiro (aquele que vai abrir o testamento e dizer quem é o beneficiário, e pode ser herdeiro —depende do tipo de testamento).
• Relações Jurídicas Complexas: São aquelas em que os direitos e as obrigações recaem sobre ambos os sujeitos da relação.
Exemplo: contrato de compra e venda.
O contrato de compra em venda é uma relação jurídica, mas não dá para saber quem é a pessoa ativa e quem é a passiva, pois todos os dois possuem direitos e obrigações. Só poderá ser realmente definido quando existir algum problema 
no contrato, como uma das partes não cumprir uma cláusula.
O sujeito ativo, então, nesse caso, é quem entra com a ação.
• Relações Jurídicas Principais: Têm vida autônoma, não dependem de nenhuma outra relação jurídica para sobreviver.
• Relações Jurídicas Acessórias: Dependem de uma outra relação jurídica, não 
têm autonomia.
Exemplo: o contrato de sublocação gera uma relação jurídica acessória à da locação, que é a principal. Efeito disso é que, uma vez rescindido o contrato de locação, rescindido estará automaticamente o de sublocação, uma vez que a relação acessória sempre seguirá a principal, pois a relação acessória não tem vida autônoma.
• Relações Jurídicas Privadas: As partes se encontram em posição de igualdade.
Só entre particulares. 
Exemplo: compra e venda.
• Relações Jurídicas Pessoais: Vinculam o titular do direito a um número determinado de pessoas.
• Relações Jurídicas Obrigacionais: Vinculam pessoas determinadas, sabendo-se quem são os sujeitos da relação
• Relações Jurídicas Reais: Vinculam o titular do direito a um número indeterminado de pessoas. Uma parte da relação é determinada e a outra indeterminada.
• Relações Jurídicas Absolutas: São aquelas que vinculam aos seus efeitos todas 
e quaisquer pessoas e não apenas as pessoas diretamente envolvidas (operam 
“erga omnes”)
Exemplo: direitos personalíssimos e direitos reais (uso, 
habitação, propriedade).
Os direitos personalíssimos são honra, liberdade.
Exemplo: se eu mudo meu nome, vale para todos, todos terão que aceitar meu novo nome não apenas eu.
• Relações Jurídicas Relativas: Dizem respeito e vinculam aos seus efeitos apenas as pessoas diretamente envolvidas. As pessoas estranhas à 
relação não são abrangidas. São também chamadas relações pessoais e obrigacionais (inter partes).Exemplo: direito de família, relações contratuais, relações sucessórias. 
Direito de família, sucessão —pessoal. Obrigacional seria a contratual. 
Observação: pode ser só uma relação ou até as duas.
Exemplo: em uma separação, posso ter relação pessoal ou obrigacional com relação aos alimentos. Posso pedir ou não, mas, se pedir, passo a ser obrigado a dar.
• Relações Jurídicas de Direito Material: 
Relações Jurídicas Civis - Estabelecem-se entre pessoas consideradas em 
pé de igualdade.
São as relativas à pessoa em si mesma ou no seio da família, bem como as decorrentes da sucessão “mortis causa” (casamento, nascimento, óbito, inventário, adoção etc.), além daquelas estabelecidas entre particulares de caráter patrimonial (contratos, propriedade etc.) art. 1533 CC — Casamento, Contrato 481 CC...
 Relação Jurídica Penal - É aquela que o Estado (titular do direito de 
punir) trava contra o autor de uma conduta definida como crime na Lei.
Relação Jurídica Tributária - Estabelece-se entre o Estado e o particular, com a finalidade de criar e cobrar tributos, visando prover recursos que se voltarão para benefício de toda a sociedade.
Direito Subjetivo, Objetivo e Potestativo 
Aula 8
Direito Subjetivo
O Direito Subjetivo pode ser analisado sob dois aspectos:
COMO PODER DA VONTADE ou COMO INTERESSE PROTEGIDO
Direito subjetivo é o poder reconhecido pelo ordenamento jurídico a um sujeito para a realização de um interesse do próprio sujeito.
Atenção! 
Os direitos subjetivos subordinam-se aos prazos prescricionais e, por isso, a prescrição também se relaciona com as obrigações, os Deveres Jurídicos e com a responsabilidade, pois estão intimamente conectados a ações condenatórias.
Direito Potestativo (Discricionário ou Poder Formativo)
O direito potestativo representa uma situação em que o titular do direito subjetivo pode unilateralmente constituir, modificar ou extinguir uma situação subjetiva, interferindo diretamente na esfera jurídica de outro sujeito que a esse poder não poderá se opor.
Exemplos: 
Aceitação da herança 
Divórcio
Renúncia no contrato de mandato
Comunhão forçada de muro
Direito do sócio de retirar-se da sociedade por ações.
Classificação dos Direitos Subjetivos
• Quanto ao sujeito ativo
Direitos próprios aos indivíduos:
São aqueles que decorrem da própria natureza humana como as 
liberdades individuais, os direitos sociais.
Direitos próprios às instituições:
São aqueles exclusivos de órgãos estatais como o poder de legislar, o poder de julgar, o poder de polícia.
Direitos comuns a indivíduos e instituições:
São aqueles que podem ter como titular tanto pessoas naturais como pessoas jurídicas, como por exemplo, os direitos reais, os direitos de personalidade, os direitos de crédito, os direitos autorais.
• Quanto ao sujeito passivo
Direitos absolutos:
São aqueles que qualquer pessoa poderá observar, como o direito de propriedade, o direito à saúde, o direito à vida...
Será o direito subjetivo absoluto quando o sujeito passivo da relação jurídica for indeterminado (membros de uma coletividade)
Direitos relativos:
São aqueles que apenas certa e determinada pessoa pode ser sujeito passivo (opõem-se inter partes ou erga singulum), como o direito de crédito ou obrigacional; o direito a impetração do mandado de segurança.
Será o direito subjetivo relativo quando o sujeito passivo 
da relação jurídica for certa e determinada pessoa.
• Quanto ao objeto
Direitos de personalidade:
São aqueles que têm por objeto a pessoa na sua mais ampla concepção, conforme previstos no art. 11 e ss., CC (direito ao nome, à honra, à imagem).
Direitos reais: 
São os direitos sobre as coisas, sejam elas materiais (corpóreas) ou 
imateriais (incorpóreas), conforme previstos no art. 1.228 e ss., CC (posse, propriedade, uso).
Direitos obrigacionais: 
São os direitos sobre uma ação ou prestação (dar, fazer ou não fazer), também chamados de direito de crédito ou direitos pessoais, conforme previstos no art. 233 e ss., CC.
• Quanto à finalidade do direito
Direito-interesse:
É aquele que tem por finalidade o benefício ou interesse do próprio titular, como o direito à saúde.
Direito-função:
É aquele que tem por finalidade o benefício ou interesse de outras pessoas, como os deveres dos pais em relação aos filhos.
• Quanto à valoração econômica do direito
Direitos patrimoniais:
São os que possuem valoração material, ou seja, são passíveis de aferição econômica como os direitos obrigacionais e reais. São, por exemplo, os direitos reais (propriedade, posse, uso) e direitos obrigacionais (direitos de crédito). São direitos alienáveis e transmissíveis (em regra) e transmitem-se aos herdeiros do titular.
 
Direitos não patrimoniais: 
São os que não podem ser aferidos economicamente, uma vez que 
possuem natureza moral como os direitos personalíssimos (ou inatos) e os direitos familiais. São direitos conhecidos como personalíssimos (nome, integridade corporal), pessoais (deveres decorrentes do casamento e da filiação) e subjetivos públicos (saúde, educação, moradia). São direitos inalienáveis e intransmissíveis e extinguem-se com a morte de seu titular.
• Quanto à transmissibilidade
Direitos transmissíveis:
São os direitos subjetivos que admitem que seu titular o transmita a outrem para que essa pessoa passe a exercer a titularidade como os direitos reais. A transmissibilidade pode ocorrer por ato inter vivos ou causa mortis.
Direitos intransmissíveis:
São direitos que só podem ser exercidos pelo seu titular, como os direitos personalíssimos. Exemplo: nome, honra, vida.
• Quanto à reciprocidade considerada
Direitos principais:
São os direitos subjetivos independentes, ou seja, sua existência e seu exercício não dependem do exercício de nenhum outro direito. 
Exemplos: direito de propriedade, poder familiar, direito a alimentos.
Direitos acessórios: 
São os direitos subjetivos que dependem, para sua existência e exercício, de outros direitos. 
Exemplos: o direito a exigir os juros em contratos de mútuo, a fiança, a cláusula penal, o pacto antenupcial.
• Quanto à aquisição
Pode ocorrer por dois motivos:
Direitos originários ou inatos:
Ocorrem quando o sujeito passa a deter o direito sem que haja 
qualquer relacionamento jurídico com outro sujeito na qualidade de titular anterior desse mesmo direito. 
O direito nasce no momento em que o titular se apropria do bem de maneira direta, sem interposição ou transferência de outra pessoa. O Direito nasceu como fato. 
Exemplo: a ocupação de coisa abandonada (1263 do CC) (1260 CC), a apropriação de uma concha que o mar atira na praia etc. 
São adquiridos pela pessoa com o nascimento com vida (direito à 
vida, à liberdade, ao nome). Diz-se também originários os direitos subjetivos que não 
decorrem de um ato prévio de transmissão de direito (Usucapião).
Derivado em que ocorre apenas uma mudança ou transferência de titularidade do direito. A aquisição derivada pode ser:
- Translativa, se o direito se transferir integralmente ao novo titular;
- Constitutiva, se ao antigo titular ainda se reservar algum poder sobre o bem, como ocorre no usufruto em que o antigo titular conserva o uso do bem, transferindo a nua propriedade.
A aquisição pode ser ainda:
Gratuita: 						Onerosa: Quando o patrimônio do 
Se não houver qualquer contraprestação. 		adquirente enriquece em razão de 
							uma contraprestação.
Exemplo: 						
Sucessão hereditária, doação etc.			Exemplo: Compra e venda
A modificação de um Direito Subjetivo pode ocorrer subjetiva
ou objetivamente.
Modificação Subjetiva
Significa que haverá mudança na titularidade do direito (altera-se o sujeito ativo) ou do 
dever jurídico (altera-se o sujeito passivo) por ato inter vivos ou causa mortis.
Modificação Objetiva
Altera-se o objeto do direito subjetivo e essa alteração pode se dar na quantidade (vendaideal de um terreno, aluvião e avulsão) ou qualitativa (sub-rogação objetiva)
A extinção de um Direito Subjetivo pode ocorrer por:
Perecimento do objeto
Ocorre com a perda total do objeto ou quando este perde suas qualidades 
essenciais ou valor econômico.
Alienação
É todo ato de transmissão da titularidade do direito, podendo ser gratuita ou onerosa.
Renúncia
Ato pelo qual alguém voluntariamente desiste do exercício de um direito.
Dever Jurídico
É um ônus ou encargo imposto a quem faz parte de uma relação jurídica na qualidade de sujeito passivo. 
Exemplo: o comprador de um bem tem o dever de pagar o preço acertado; o locador o dever de pagar o aluguel; os cônjuges o dever de fidelidade recíproca.
O Dever Jurídico pode se apresentar sob as mais diversas espécies:
Dever jurídico permanente e transitório (ou instantâneo):
Cuja obrigação não se esgota com o cumprimento da prestação (exemplo: deveres jurídicos penais), este é permanente. O dever jurídico transitório é aquele que se extingue após o cumprimento da prestação (exemplo: pagamento de uma dívida).
Dever jurídico contratual e extracontratual (ou aquiliano):
O dever jurídico contratual tem por fonte um contrato; o extracontratual tem por fonte a lei (por isso também denominado dever legal).
Dever jurídico positivo e negativo:
O dever positivo impõe ao sujeito passivo da relação jurídica uma ação (dar e fazer) e o negativo uma abstenção ou omissão (não fazer).
Sujeição
É a posição jurídica de uma pessoa em face do direito potestativo de outra. Ou seja, quando o titular de um direito potestativo passa a exercê-lo, ao sujeito passivo resta suportar as consequências jurídicas do exercício regular desse direito.
Exemplo:
as causas de impedimento (art. 1.521, CC), nulidades e anulabilidades do casamento 
(arts. 1.548 e 1.550. CC); quem realiza um contrato de locação por prazo indeterminado, se sujeita a sair do imóvel locado quando o prazo for denunciado pelo outro contratante; exigência de outorga do outro cônjuge para a prática de certos atos (art. 1.647, CC).
Da análise desses exemplos nota-se que no estado de sujeição não há faculdade. O sujeito passivo obrigatoriamente deve se sujeitar ao exercício do direito 
pelo sujeito ativo.
Ônus (Obrigação Potestativa)
Deve discricionariamente o sujeito passivo comportar-se de determinada maneira para realizar interesse próprio e não de interesse de outrem.
O ônus deve ser compreendido como uma situação instrumental para alcançar um resultado útil do interesse do titular (sujeito passivo).
Exemplo: registrar o contrato ou o pacto antenupcial no Registro de Títulos e Documentos; realizar um inventário.
Relação entre Direito Subjetivo e Direito Adquirido
Direito adquirido é o direito (material ou imaterial) que integra o patrimônio jurídico de uma pessoa (art. 6o., §2o., LINDB), ou seja, a aquisição de um direito decorre da vinculação de seu titular a um direito por um fato determinado em lei já realizado.
Vale lembrar que direito adquirido não pode ser confundido com expectativa de direito. 
O direito adquirido configura uma situação jurídica já resguardada pelo ordenamento, porque já ingressou no patrimônio de seu titular.
Já a expectativa de direito é apenas uma potencialidade (direito em formação, in fieri), ou seja, a aquisição do direito depende do implemento de um evento futuro e incerto (denominado condição). 
Fontes e Integração do Direito I
Aula 09
Conceito de Fontes do Direito
As formas pelas quais o Direito se manifesta apresenta, basicamente, três espécies:
- Fontes Materiais.
1.1. Fontes materiais diretas ou imediatas
Poder Legislativo: Quando elabora e faz entrar em vigor as leis;
Poder Executivo: Quando excepcionalmente elabora leis; *Leis Ordinárias*
Poder Judiciário: Quando elabora jurisprudência ou quando excepcionalmente legisla;
Doutrinadores: Quando desenvolve trabalhos, elaboram doutrinas utilizadas pelo aplicador da lei;
Sociedade: Quando consagra determinados costumes
1.2. Fontes materiais indiretas ou mediatas
São fatos ou fenômenos sociais que ocorrem em determinada sociedade trazendo, como consequência, o nascimento de novos valores que serão protegidos pela Norma Jurídica.
- Fontes Históricas.
São os documentos jurídicos e coleções coletivas do passado que continuam a influir nas legislações do presente. 
Exemplo: 
A Lei das Doze Tábuas, em Roma; o célebre Código de Hamurabi, na Babilônia; o 
Corpus Juris Civilis, de Justiniano etc. São fontes históricas do Direito brasileiro, por 
exemplo, o Direito Romano, o Direito Canônico, as Ordenações do Reino, o Código de 
Napoleão, a legislação da Itália fascista sobre o trabalho.
- Fontes Formais.
Seriam a lei, os costumes, a jurisprudência e a doutrina. 
O Estado cria a lei e dá, ao costume e à jurisprudência, a força desta. O positivismo jurídico defende a ideia de que fora do Estado não há Direito, sendo aquele a única fonte deste. 
As forças sociais, os fatos sociais seriam tão somente causa material do Direito, a matéria-prima de sua elaboração, ficando esta sempre a cargo do próprio Estado, como causa eficiente.
A lei seria causa formal do Direito, a forma de manifestação deste –Fonte formal imediata.
As fontes formais vêm a ser as artérias por onde correm e se manifestam as fontes materiais.
Quadro sinótico das fontes do Direito
A lei e seu processo de produção:
*Processo de Elaboração Legislativa*
O processo de elaboração de uma lei consiste em uma sucessão de fases e de atos que vão desde a apresentação de seu projeto até sua concretização, tornando-se obrigatória.
 
Assim temos:
Atos do Processo Legislativo:
O processo legislativo é o conjunto de atos preordenados visando à criação de normas de Direito, com previsão constitucional. São eles:
1. INICIATIVA LEGISLATIVA 
É a faculdade que se atribui a alguém ou a um órgão para apresentar projetos de lei ao Legislativo (art. 60, 61 e seu parágrafo 2º).
2. VOTAÇÃO
Constitui ato coletivo das Casas do Congresso. Geralmente é precedida de estudos e pareceres de comissões técnicas (permanentes ou especiais) e de debates em plenário. É ato de decisão (art. 65 e 66), que se toma por maioria de votos:
a) Maioria simples (50% + 1 dos membros presentes na casa) (art. 47) para aprovação de lei ordinária;
b) Maioria absoluta (Metade do quórum máximo + 1 *não leva em consideração as ausências*) ( dos membros das Câmaras, para aprovação de lei complementar (art. 69);
c) Maioria de três quintos dos membros das Casas do Congresso, para aprovação de 
emendas Constitucionais (art.60, §2º).
3. SANÇÃO - VETO
- Sanção: É a adesão do Chefe do Poder Executivo ao projeto de lei aprovado pelo Legislativo.
Pode ser expressa (com a assinatura do Presidente) (art. 66, caput) ou tácita (sem a assinatura do Presidente dentro de 15 dias úteis) (art. 66, parágrafo 3º).
- Veto: É o modo pelo qual o Chefe do Executivo exprime sua discordância com o projeto aprovado, por entendê-lo inconstitucional ou contrário ao interesse público (art. 66, parágrafo 1º). 
O veto pode ser total, recaindo sobre todo o projeto, ou 
parcial, quando atingir somente parte dele.
O veto é relativo, não trancando de modo absoluto o andamento do projeto (art. 66, parágrafos 1º e 4º da CF).
Atenção! 
Caso o veto seja rejeitado por votação da maioria absoluta dos Deputados e Senadores, em escrutínio secreto, o projeto se transforma em lei, sem sanção, que deverá ser promulgada. Não se alcançando a maioria mencionada, o veto 
ficará mantido, arquivando-se o projeto.
5. PROMULGAÇÃO 
Promulga-se e publica-se a lei, que já existe desde a sanção ou veto rejeitado. É errado falar em promulgação de projeto de lei. Promulgação é a declaração da existência da lei e ordena sua execução, ou seja, o meio de se constatar a existência da lei. 
A lei é perfeita antes de ser promulgada; apromulgação não faz lei, mas os 
efeitos da lei só se produzirão depois dela.
6. PUBLICAÇÃO 
A publicação da lei constitui o instrumento pelo qual se transmite a promulgação aos destinatários da lei. É a condição para que a lei entre em vigor, tornando-se eficaz ou efetiva.
7. EFICÁCIA OU EFETIVAÇÃO
Quando a lei estabelece o período de Vacatio Légis, ou seja, quando há na própria norma a data que entrará em vigor (seja está logo após a publicação ou não), a eficácia é considerada também um ato legislativo. 
Atenção: Quando não há prazo de Vacatio Légis especificado para que a lei adquira sua eficácia, estamos diante de um Vacátio Légis de 45 dias. Neste momento, não será considerada a eficácia como um ato legislativo, pois sua efetivação ocorre automaticamente, dentro do prazo estabelecido no Art. 1° do Decreto – Lei 4657/42 do Código Civil (Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro).
Diferença entre promulgar e outorgar uma norma
Norma promulgada, democrática ou popular (votada ou convencional):
Tem um processo de positivação proveniente de acordo ou votação.
Exemplo: A Constituição de 1988.
Norma outorgada:
É imposta por um grupo ou por uma pessoa, sem um processo regular de escolha do legislador, ou seja, sem a participação popular.
Exemplo: AI-5.
Técnica Legislativa
Elemento instrumental da Lei
- CAPUT é a ideia principal, é o Artigo:
São pequenos núcleos com comandos da lei. 
Por exemplo: Art. 1º É proibido usar camisa amarela nos domingos. (Caput)
- Parágrafos são ressalvas ou desdobramentos do que diz o caput (artigo). 
Exemplo: Art. 1º É proibido usar camisa amarela aos domingos.
§1º A camisa poderá ter detalhes vermelhos.
§2º Será permitido o uso de camisa amarela no domingo de Páscoa.
- Incisos são enumerações ou subdivisões que podem ser feitas dentro de artigos ou parágrafos. 
Exemplo: Art. 1º É proibido usar camisa amarela aos domingos.
§1º A camisa poderá ter detalhes vermelhos.
I – O detalhe não poderá ultrapassar 30% da camisa.
II – Não poderá ter nenhum detalhe vermelho na 
parte de trás da camisa.
§2º Será permitido o uso de camisa amarela no 
domingo de Páscoa.
I –Desde que o domingo não caia no dia 01 do mês.
- Alíneas são usadas para enumerações relativas ao texto do inciso.
Exemplo:
Art. 6º São cariocas:
a) aqueles que nascem no município do Rio de Janeiro;
b) aqueles que nascem na Ilha de Paquetá;
c) aqueles que nascem em cima da Ponte Rio-Niterói.
Partes da Proposição Legislativa
• Parte normativa
Ordenação do texto legal
 Item
 É usado para enumerações relativas ao texto da alínea;
 É grafado por algarismos arábicos, na forma cardinal, seguido de ponto;
O texto do item inicia-se com letra minúscula e termina em ponto e vírgula, com exceção do último item da alínea.
• Parte final da lei
Cláusula de vigência: 
“(...) esta lei entra em vigor na data de sua publicação” ou “(...) entra em vigor “x” dias após sua publicação”. Na ausência da cláusula revogatória, vale a regra da Lei de Introdução ao Código Civil, ou seja, entra em vigor 45 dias após sua publicação. É errado dizer que a lei “entrará” em vigor.
Cláusula revogatória: 
• Deve indicar expressamente as leis ou os dispositivos legais revogados. Em 
caso de consolidação de leis, utiliza-se a fórmula: "são formalmente revogados, por consolidação e sem interrupção de sua força normativa...”. 
Disposições transitórias:
• Possui numeração própria, iniciando-se por artigo 1º, no final do texto legal.
Costumes
É a prática social reiterada e considerada obrigatória. O costume demonstra o princípio ou a regra não escrita que se introduziu pelo uso, com o consentimento tácito 
de todas as pessoas que admitiram sua força como norma a seguir na prática de determinados atos.
Embora alguns autores não façam distinção entre costume e uso, outros advertem que o costume se distingue dos usos sociais em geral porque a comunidade o considera obrigatório para todos, e sua violação acarreta uma responsabilidade 
jurídica e não apenas uma reprovação social. 
O costume não se confunde, então, com as demais normas sociais ou de cortesia, desprovidas de coercitividade. O costume é a mais antiga e autêntica fonte de direito.
Os costumes podem ser:
CONTRA LEGEM - Por se oporem à lei, não têm admissibilidade em nosso direito.
SECUNDUM LEGEM - Por estarem de acordo com a lei, servem de interpretação; é o costume que esclarece a lei por estar em perfeita sintonia com ela.
PRAETER LEGEM - São utilizáveis quando a lei for omissa para preencher a lacuna existente. São os costumes considerados como subsidiários do direito.
Como se prova a existência dos costumes?
A prova se fará dos mais diversos modos:
Documentos – Testemunhas - Vistorias
Em matéria comercial, porém, devem ser provados por meio de certidões fornecidas pelas juntas comerciais que possuem fichários organizados para este fim.
Art. 337 do Código de Processo Civil —“A parte que alegar direito municipal, 
estadual, estrangeiro ou consuetudinário, provar-lhe-á o teor e a vigência, se assim determinar o juiz”.
Fontes e Integração do Direito II
Aula 10
Jurisprudência
Em sentido amplo, é a coletânea de decisões proferidas pelos juízes ou tribunais sobre uma determinada matéria jurídica. 
Inclui jurisprudência uniforme (decisões convergentes) e jurisprudência contraditória 
(decisões divergentes).
Em sentido estrito, é o conjunto de decisões uniformes prolatadas pelos órgãos do Poder Judiciário sobre uma determinada questão jurídica.
Na prática, tem afinidade com o CASE LAW e o que se deseja da jurisprudência é estabelecer a uniformidade e a constância das decisões para os casos idênticos. É a 
criação da figura do precedente judicial. O CASE LAW tem força obrigatória.
Classifica-se em:
A Jurisprudência cria Direito?
Quanto ao Direito anglo-saxão não há a menor dúvida.
 
Na tradição romano-germânica, como o nosso, há quem reconheça seu papel formador do Direito e quem o rejeite.
Os que admitem, alegam que as transformações sociais exigem um pronunciamento judicial sobre assuntos que eventualmente não se encontram na lei. 
O juiz, impossibilitado de alegar a lacuna da lei para fugir à decisão, constrói por meio de uma interpretação ora extensiva, ora restritiva, regras para os casos concretos que lhe são propostos. 
Em inúmeros casos, os tribunais acabaram criando um Direito novo, embora aparentemente tenham se limitado a aplicar as leis existentes.
Os que negam, sustentam que o juiz é um mero intérprete da lei.
Em verdade, ao dar certa conotação a um artigo de lei, interpretando-o restritiva ou 
extensivamente, está apenas aplicando o Direito positivado.
Distinção entre Jurisprudência e Precedente Judicial
Reserva-se o termo “jurisprudência” para as decisões dos tribunais e “precedentes” para as decisões de juízes de primeiro grau.
Súmula Simples
O conceito de súmula é “entendimentos solidamente assentes pelos Tribunais acerca de uma mesma questão, dos quais se retira um enunciado (...), servindo de referencial em julgamentos posteriores sobre a mesma controvérsia”.
A finalidade da súmula comum, latu sensu, é de refletir o entendimento do respectivo órgão que a editou, proporcionando maior uniformidade aos julgamentos que versem acerca da mesma matéria. 
A súmula simples, por si só, serve como parâmetro para decisões posteriores, não constituindo obrigatoriedade em ser seguida, uma vez que não possui força de lei, mas apenas qualidade legal. 
*Pra fácil entendimento: Conjunto de Jurisprudências criam uma súmula.
Súmula Vinculante
Segundo esse novo instituto, o “Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial,terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei” (CF, art. 103-A, instituído pela EC 45/04).
Podemos dizer que é quase um tipo especial daquela, haja vista suas características peculiares, qual seja, a força de vincular as decisões. 
Significa dizer que tanto o Judiciário quanto os órgãos da Administração Pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, ao se depararem com questões sobre as quais haja súmula vinculante, não poderão decidir de modo diverso, devendo seguir o enunciado sumulado. Isto ocorre porque há, no bojo da vinculação da súmula, as características imperatividade e coercibilidade.
Apesar de a súmula vinculante ter as características mencionadas, vinculando o Poder Judiciário e a Administração Pública em todas suas esferas, o mesmo não ocorrerá com o Poder Legislativo na sua atividade, ou seja, há possibilidade de haver a edição de lei com conteúdo diverso do qual dispõe a Súmula vinculante, tendo em vista o exercício da atividade legislativa.
Entretanto, não se pode fazer uma súmula vinculante sobre qualquer matéria, mas somente sobre as que produzam “controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica.” e de natureza constitucional.
É necessário pontuar o art. 103 da CRFB, o qual traduz que o STF poderá “(...) aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário (...)”. E o §1.º deste artigo dispõe que o objetivo da súmula é obter a validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas, as quais acarretem grande insegurança jurídica e relevante número de questões semelhantes.
Pode o STF editar uma súmula vinculante seja por sua própria iniciativa ou por provocação. Quem pode convocar o STF a editar uma súmula vinculante?
Os legitimados responsáveis pela Ação Direta de Inconstitucionalidade, mais especificamente Ação Direta de Inconstitucionalidade Genérica (ADI ou ADIn) é um instrumento utilizado no chamado controle direto da constitucionalidade das leis e atos normativos, exercido perante o Supremo Tribunal Federal brasileiro. A ação direta de inconstitucionalidade é regulamentada pela Lei 9.868/99.
O poder de ajuizar essa ação, chamado de legitimação, é dado pelos incisos I a IX do artigo 103 da Constituição Federal, constituindo-se em uma legitimação restrita àqueles enumerados nos dispositivos mencionados. 
São eles: o presidente da República; o Procurador Geral da República; os Governadores dos Estados e o Governador do Distrito Federal; as mesas (órgãos administrativos) da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, da Câmara Legislativa do Distrito Federal; a Mesa de Assembleia Legislativa; Partidos Políticos com representação no Congresso Nacional;
Doutrina
A doutrina é o direito resultante de estudos voltados à sistematização, ao esclarecimento, à adequação e à inovação. 
Também alcança diversas posições:
- Apresentação detalhada do direito em tese
- Classificação e sistematização do direito exposto
- Elucidação e interpretação dos textos legais e do direito cientificamente estudado
- Concepção e formulação de novos institutos jurídicos.
Procedimentos de Integração
Analogia e os princípios gerais de Direito
Analogia é a forma primordial para o preenchimento das lacunas no ordenamento jurídico, também sendo conhecida como autointegração, pois é realizada com os 
próprios recursos do sistema legislativo.
Requisitos
Requisitos necessários para a aplicação da lei 
através da analogia:
- O caso deve ser absolutamente não previsto em lei; 
- Deve existir elementos semelhantes entre o caso previsto e aquele não previsto; 
- Esse elemento deve ser essencial e não um elemento qualquer, acidental.
Somente após observados os requisitos é que será lícito ao aplicador da lei valer-se da analogia.
Obs.: A analogia não é permitida no ramo do Direito Penal, salvo para beneficiar o réu; tampouco em matéria tributária para a criação de novos tributos.

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