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Acórdão 8106 2014

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO	TC 004.845/2010-2
2
GRUPO II – CLASSE I – Primeira Câmara
TC-004.845/2010-2
Natureza: Recurso de Reconsideração (em TCE)
Recorrente: Giulliano Ribeiro da Silva, engenheiro
Unidade: Prefeitura Municipal de Manoel Urbano/AC
SUMÁRIO: RECURSO DE RECONSIDERAÇÃO. TCE. DEFEITOS CONSTRUTIVOS NOS SERVIÇOS DE PAVIMENTAÇÃO E CONSTRUÇÃO DE PORTO FLUVIAL. OCORRÊNCIA DE DANO AO ERÁRIO. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DO ENGENHEIRO QUE ATESTOU A ENTREGA DA OBRA, DOS GESTORES MUNICIPAIS E DA EMPRESA CONTRATADA. CONTAS IRREGULARES. DÉBITO E MULTA. CONHECIMENTO DO RECURSO INTERPOSTO PELO ENGENHEIRO. NATUREZA DOS VÍCIOS IMPOSSIBILITAVA SUA CONSTATAÇÃO PELO FISCAL QUE APENAS FEZ AS MEDIÇÕES. PROVIMENTO PARCIAL PARA EXCLUSÃO DA RESPONSABILIDADE EM RELAÇÃO AO PREJUÍZO. DECLARAÇÃO DE RECEBIMENTO DOS SERVIÇOS ATESTANTO SUA QUALIDADE. ATO IRREGULAR PELO FATO DE O EMISSOR NÃO TER ACOMPANHADO A EXECUÇÃO DAS OBRAS. MANUTENÇÃO DA IRREGULARIDADE DAS CONTAS. APLICAÇÃO DA MULTA DO ART. 58, INCISO II, DA LEI 8.443/1992. CIÊNCIA AO RECORRENTE.
RELATÓRIO
	Trata-se de recurso de reconsideração interposto por Giulliano Ribeiro da Silva, engenheiro, contra o Acórdão 1.251/2012 – 1ª Câmara, que julgou suas contas irregulares, imputando-lhe débito solidariamente a outros gestores e à empresa contratada, além de multa, em decorrência de defeitos construtivos no objeto do Convênio 92-PCN/2006, celebrado com o Ministério da Defesa para a pavimentação de vias e construção de um porto no município de Manoel Urbano/AC, no valor total de R$ 211.013,33, sendo R$ 191.406,89 referentes a recursos federais e R$ 19.606,44 à contrapartida municipal.
	2. Reproduzo, a seguir, por pertinente, a parte dispositiva do acórdão condenatório:
	“ACORDAM os ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1ª Câmara, em: 
	9.1. com fundamento nos arts. 1º, inciso I; 16, inciso III, alíneas ‘b’ e ‘c’, da Lei 8.443/1992, c/c os arts. 19 e 23, inciso III, da mesma lei, julgar irregulares as contas de Manoel da Silva Almeida, Giulliano Ribeiro da Silva e Eduardo Alencar dos Santos e condená-los, em solidariedade com a Empreiteira Santa Maria Ltda., nos termos dos artigos 16, § 2º, alíneas ‘a’ e ‘b’, e 19, caput, da referida Lei, ao pagamento das quantias discriminadas abaixo, fixando-lhes o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação, para comprovarem, perante o Tribunal (art. 23, inciso III, alínea ‘a’ da Lei 8.443/1992), o recolhimento da dívida aos cofres do Tesouro Nacional, acrescida de encargos legais a partir das datas indicadas até a data do efetivo recolhimento:
Data
Valor (R$)
21/2/2008
 11.771,09
29/1/2008
 19.606,44
15/1/2008
 12.857,46
26/12/2007
 31.207,92
20/11/2007
 48.441,08
Total
123.883,99
	9.2. aplicar, individualmente, a Manoel da Silva Almeida, Giulliano Ribeiro da Silva e Eduardo Alencar dos Santos e à Empreiteira Santa Maria Ltda. a multa do art. 57 da Lei 8.443/1992, no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais), fixando-lhes o prazo de 15 (quinze) dias, a partir da notificação, para que comprovem, perante o Tribunal (art. 23, inciso III, alínea ‘a’, da Lei 8.443/1992), seu recolhimento aos cofres do Tesouro Nacional, acrescida de encargos legais a partir da data do presente acórdão até a data do efetivo pagamento, se for quitada após o vencimento;”
	3. Os argumentos apresentados pelo recorrente foram analisados pela Serur, que emitiu o parecer transcrito a seguir:
	“(...) III - Da Análise de Mérito
	III.1 – Da responsabilidade civil subjetiva do agente público e a inexistência do nexo de causalidade. Do cancelamento da solidariedade.
	III.1.1 – Razões recursais
	9. Entende que responde subjetivamente e que ‘a Secex/AC não demonstrou de que forma este recorrente ocasionou dano ao erário, ou seja, inexiste nexo causal entre a conduta do fiscal, ora recorrente, e o suposto dano, pois, como demonstrado, o mesmo tomou providências (mediante a elaboração de um relatório técnico onde narra a existência de defeitos e recomenda o chamamento da contratada para reparação) de modo a resguardar o erário federal e municipal’. Cita o Acórdão 1.530/2008 – Plenário.
	10. Obtempera que ‘não restou configurado dolo ou culpa deste recorrente, motivo pelo qual deve o mesmo ser excluído desta TCE’.
	11. Pondera que, ‘no momento da vistoria da equipe do Projeto Calha Norte (PCN), após mais de 10 meses da entrega definitiva, foi relatada a existência de defeitos, os quais apareceram posteriormente ao recebimento da obra’. Reafirma que a obra submeteu-se ao ‘rigoroso inverno amazônico (outubro a maio)’, houve intensas chuvas, de modo que a deterioração observada seria natural, até pela falta de manutenção. Cita o §1º do art. 445 e o art. 618 do Código Civil.
	12. Coloca, novamente, que apesar de os defeitos observados serem decorrentes em sua maioria da falta de manutenção, elaborou relatório técnico em que apontava também problemas construtivos na obra e sugeria que os serviços fossem refeitos. Assim, a empreiteira firmou termo de responsabilidade e compromisso com a Prefeitura, mas não cumpriu o acordo.
	13. Aduz, mais uma vez, que ‘não pode o fiscal da obra ser responsabilizado solidariamente, tendo em vista que cumpriu suas obrigações funcionais, ao elaborar relatório indicando os problemas’.
	14. Requer, por fim, que seja ‘excluída a punição deste recorrente, tendo em vista que o mesmo tomou providências no sentido de evitar a deterioração precoce da obra em questão’. Na ‘hipótese do não acolhimento do pedido anterior, seja cancelada a solidariedade do débito, aplicando-lhe tão somente a multa’, e caso assim não entenda, ‘seja diminuída a multa, mantendo-se a proporcionalidade, tendo vista que o recorrente tomou providências no sentido de evitar prejuízos ao erário’.
	III.1.2 – Análise
	15. O recorrente colaciona altercações similares às apresentadas em suas alegações de defesa quando da citação promovida pela Secex/AC no decurso do processo, pp. 5-15 da peça 27. Contendas estas que foram devidamente analisadas e enfrentadas com sabedoria indelével no voto da Relatora a quo. 
	16. O recurso de reconsideração, por sua natureza e por força dos princípios constitucionais do duplo grau de jurisdição, do devido processo legal e da ampla defesa, possui efeito devolutivo pleno, o que pressupõe nova apreciação pelo Tribunal de toda matéria impugnada. Dessa forma, há necessidade de análise das razões do recurso – ainda que encerrem mera repetição de argumentos já enfrentados – haja vista que, neste caso, estamos diante de pedido de nova decisão.
	17. Após reexame dos autos, verifica-se que a responsabilidade do recorrente encontra-se claramente evidenciada de acordo com o Voto da Relatora a quo (pp. 20-21 da peça 29), in verbis:
	‘9. Cabe destacar que a vistoria realizada por engenheiro do Programa Calha Norte (fls. 280/281. v. I) apontou a conclusão da obra. Todavia, segundo registrado no laudo: ‘(...) a rampa de concreto apresenta sérios problemas estruturais, com gravíssima desagregação do concreto (buracos e partes soltas), expondo a armadura de aço a qual está situada na parte superior da laje (nos 2 cm finais), sem aparente função estrutural e com emendas fora do padrão da norma NBR 6118. Quanto à pavimentação, havia um buraco próximo à transição tijolo maciço / rampa de concreto e o fato de o talude ser muito inclinado, aumentando a agressividade das águas de chuva, pode ter contribuído para tal dano. Logo, o projeto de drenagem pode ter sido mal concebido.’
	10. Em razão desses defeitos, a planilha de medição apontou os percentuais de execução: serviços técnicos – 0,00%, pavimentação – 60,00%, drenagem/obras de contenção – 60,00% e fundações e estruturas – 16.44%.
	11. Saliento, ainda, que a referida vistoria foi realizada em data não tão distante assim da entrega definitiva da obra. A primeira aconteceu em 16/4/2009 e o termo de recebimento definitivo da obra está datado de 23/5/2008. Verifica-se, pois, no tocante ao período decorrido entre uma e outra, confusão nas defesasapresentadas. Não há que se falar em data de início das obras, mas apenas em data de conclusão. Nesse sentido, decorreram cerca de 11 meses entre esses dois eventos, fato que reforça a tese do órgão concedente de que houve, de fato, problemas na execução das obras.
	12. Feito esse registro, saliento que os argumentos apresentados por Manoel da Silva Almeida não merecem acolhida. Como signatário do convênio, assumiu o compromisso de aplicar corretamente os recursos federais transferidos ao município. Ademais, assinou o relatório de cumprimento do objeto (fl. 208, v. 1) encaminhado ao órgão repassador, bem como o termo de recebimento definitivo da obra (fl. 242, v. 1), conjuntamente com Giulliano Ribeiro da Silva, engenheiro responsável pela fiscalização da execução do contrato. A propósito, no referido termo há a informação de que a obra e os serviços executados se encontravam de acordo com os padrões técnicos exigidos e com as especificações constantes do plano de trabalho, condição que se verificou não corresponder à realidade, conforme vistoria do concedente.
	(...)
	14. Com relação aos argumentos apresentados por Giulliano Ribeiro da Silva, que entendo não se mostrarem suficientes para descaracterizar as irregularidades apontadas, destaco os seguintes aspectos, adicionalmente aos já apontados anteriormente.
	15. O termo de recebimento definitivo da obra, no qual consta a declaração acerca da conformidade das obras e serviços com os padrões técnicos exigidos e especificações do plano de trabalho, foi assinado por ele e pelo ex-prefeito, contrariando o disposto no art. 76 da Lei 8.666/1993, que estabelece que ‘A Administração rejeitará, no todo ou em parte, obra, serviço ou fornecimento executado em desacordo com o contrato.’ E, na qualidade de engenheiro responsável pelo acompanhamento da obra, como fiscal do contrato, era sua responsabilidade fiscalizar a correta execução, atentando para que eventuais falhas ou defeitos fossem corrigidos no prazo de vigência do contrato, nos termos da Lei 8.666/1993, art. 67, caput e §1º.
	16. Ademais, o próprio Giul1iano Ribeiro da Silva reconheceu, em seu relatório técnico, elaborado posteriormente ao laudo de vistoria do concedente, que os problemas observados foram ocasionados por falhas estruturais e na concepção do projeto de drenagem, conforme transcrição constante do item 13 retro. Na sua opinião, ali expressa, essas falhas construtivas ‘possivelmente aceleraram o processo de desgaste do material e/ou serviço, o que se constata in loco com problemas na pavimentação e na laje em concreto armado’. Quanto à planilha de medição constante do laudo de vistoria, não foi questionada na época da elaboração do referido relatório técnico. Esse conjunto de informações permite concluir que a alegação de que o excesso de chuvas, no período compreendido entre a conclusão das obras e a vistoria realizada, seria o responsável pelo desgaste natural da obra não encontra fundamento nos fatos.
	17. Com efeito, verifica-se nos autos que, além de não ter sido comprovada a boa e regular aplicação da totalidade dos recursos públicos transferidos ao município, a utilidade do objeto executado e os benefícios para a população restaram comprometidos.
	18. Nesse sentido, verifica-se que a responsabilidade do recorrente foi sobejamente demonstrada e que o débito apurado pelo desvio de recursos não foi afastado, uma vez que, conforme já havia enfatizado o acórdão original, o recorrente era responsável por acompanhar e fiscalizar a execução do contrato, in litteris:
	‘11.2.2 Além disso, o defendente assinou termo de recebimento definitivo (fl. 242) declarando a conformidade das obras e serviços com os padrões técnicos exigidos e especificações constantes do plano de trabalho, o que torna irrelevante que ele não tenha assinado todas as medições.
	11.2.3 Ora, como engenheiro responsável pela obra, competia ao defendente acompanhar e fiscalizar a execução do contrato, determinando a correção das falhas ou defeitos observados, nos termos do art. 67, caput e § 1°, da Lei 8.666/1993. Além disso, consoante o art. 76 da mesma lei, cabia-lhe rejeitar, no todo ou em parte, a obra ou serviço executado em desacordo com o contrato.
	11.2.4 A assinatura do termo de recebimento evidencia que o responsável agiu, no mínimo, com culpa, pois, como engenheiro civil detinha competência técnica para avaliar a adequação da obra aos padrões construtivos, bem como às especificações do projeto básico, identificando eventuais falhas e determinando as correções necessárias, tarefa da qual não se desincumbiu.
	11.2.5 O responsável atribui a deterioração das obras e serviços executados ao longo período de tempo decorrido entre o início das obras, em outubro de 2007, e a realização da vistoria pela equipe técnica do PCN, em 16/4/2009.
	11.2.6 Ocorre que o lapso temporal no qual as obras estiveram sujeitas às intempéries do clima e ao desgaste decorrente do uso deve ser contado a partir da sua entrega, em 23/5/2008 (fl. 242), e não do seu início.
	11.2.7 Ora, o intervalo de menos de onze meses entre a entrega da obra e a vistoria não justifica o grau de deterioração detectado pelo concedente, mesmo considerando a incidência das chuvas típicas do inverno amazônico nesse período.
	(...)
	11.2.16 A emissão do Relatório Técnico (fl. 299) pelo responsável não o exime da responsabilidade pelo débito apurado, apenas confirma que a obra padecia de problemas construtivos e, a despeito disso, ele assinou as medições do contrato e o termo de recebimento definitivo.’
	19. Quanto à configuração da culpa em sentido amplo do recorrente, nos processos decorrentes de fiscalização, não ocorre a inversão do ônus da prova. A responsabilidade é subjetiva, ou seja, depende da comprovação da ocorrência de dolo ou de culpa em sentido estrito, a cargo deste Tribunal. 
	20. Tendo em conta esta premissa, tem-se por certo que, no presente processo de tomada de contas especial, oriundo de trabalho de fiscalização, deve ser perquirido se houve culpa ou dolo do responsável, posto que se depare diante de responsabilidade do tipo subjetiva.
	21. Sendo necessária, portanto, a presença dos seguintes elementos para que se caracterize o elemento subjetivo pretendido: a) ação comissiva ou omissiva e antijurídica; b) existência de dano ou infração à norma legal, regulamentar ou contratual (irregularidade); c) nexo de causalidade entre a ação e a ilicitude verificada; e d) dolo ou culpa (negligência, imprudência ou imperícia) do agente.
	22. No caso concreto, a atuação de Giulliano Ribeiro da Silva, responsável por declarar que as obras e os serviços se encontravam em conformidade com os padrões técnicos exigidos e especificações constantes do plano de trabalho, foi decisiva na tentativa de ludibriar os controles interno e externo. Notadamente ao asseverar que a obra, executada de forma inapropriada, se constituía em construção em perfeito estado de execução para o benefício da população, firmando de próprio punho termo de recebimento definitivo de obra que o próprio recorrente, 10 meses depois, afirma ter problemas estruturais. Isto porque era ele o responsável técnico e legal pela fiscalização da correta execução dos serviços pagos com recursos federais e municipais. 
	23. Insta ressalvar que, no caso concreto, apesar de a declaração, ulterior à fiscalização do órgão concedente, de que os serviços não foram bem prestados, não houve a devida atuação do recorrente no momento devido, naquela ocasião em que os cuidados com a correta utilização dos recursos públicos repousavam unicamente na sua pessoa.
	24. Nesse sentido, o referido relatório técnico tão somente referendou o que a fiscalização encontrara e, por meio deste, o recorrente buscou, à época, se eximir de sua culpa, ante sua atuação negligente e/ou imperita constatada no primeiro momento.
	25. Note-se, ainda, que o ex-prefeito, o secretário de obras e a empresa contratada foram responsabilizados solidariamente com o recorrente pelos débitos em questão, tendo em vista as açõesantijurídicas perpetradas por todos eles contra o erário.
	26. Portanto, presentes a ação comissiva e antijurídica do recorrente, a existência de dano quantificado nestes autos, o nexo de causalidade entre a ação, assinatura do termo definitivo de recebimento da obra (p. 1, peça 15), e a ilicitude verificada, prestação de contas dos recursos federais eivada de falsidade, e, no mínimo, a culpa do agente, ora recorrente, ante a sua negligência e/ou imperícia no devido controle da execução da obra e dos serviços pelos quais deveria zelar, caracterizado está o elemento subjetivo, que já havia sido devidamente demonstrado no acórdão guerreado.
	27. Assim como não deve prosperar a ilação de que o ‘rigoroso inverno amazônico’ seria o único responsável pelo estado geral encontrado pelo controle interno do Ministério da Defesa (MD) nas vias e no porto da municipalidade recém-inaugurados. Do contrário, adotaríamos a postura leviana de que construções realizadas na região amazônica somente se prestariam ao fim a que se destinavam pelo lapso de tempo de um único período de chuvas.
	28. Ademais, tal justificativa conflita com o que fora relatado pelo recorrente no Relatório Técnico, à página 18 da peça 18, datado de 17/06/2009, onde afirma que ‘ocorreram falhas construtivas que possivelmente aceleraram o processo de desgaste do material e/ou serviço, o que se constata in loco com problemas na pavimentação e na laje em concreto armado (...) Entretanto, não obstante aos problemas de construção (...)’. 
	29. Constata-se que o recorrente primeiro firma termo de recebimento da obra, atestando que a construção fora entregue em perfeito estado, para, em seguida, após a fiscalização do controle interno apontar diversas irregularidades, relatar falhas e problemas de construção, e, por fim, alega que o estado deteriorado das construções adveio das chuvas ou do fluxo de veículos, explicações que por si só demonstram a atuação negligente e/ou imprudente do recorrente, a qual contribui sobremaneira para perpetração do dano ao erário.
	30. Em relação à multa aplicada com fulcro no art. 57 da LO/TCU, não tendo sido elidido o débito imputado ao recorrente, não há mais que se perquirir o fundamento da apenação.
	31. Logo, diversamente do alegado pela defesa, apesar de a posterior constatação em relatório técnico das falhas de execução e de manutenção da obra, a ação do recorrente foi fator preponderante para tentar ludibriar os órgãos de controle e, por conseguinte, a sociedade brasileira.
	32. Destarte, não se pode olvidar da correção da análise empreendida pelo MD, uma vez que os responsáveis, inclusive, firmaram termo de responsabilidade e compromisso para sanar as irregularidades encontradas, às pp. 16-17 da peça 18. 
	33. Por conseguinte, o recorrente se socorre dos mesmos argumentos apresentados em sede de primeira instância administrativa, os quais não têm o condão de modificar a apurada análise feita pela Secex/AC, anuída pelo MP/TCU, nem mesmo afastar as razões de decidir que conduziram a imputação do débito, que foi devidamente motivado, conforme parágrafos 14-16 do voto condutor do acórdão atacado às pp. 20-21 da peça 29.
	34. Por fim, pode-se esclarecer à defesa que a sanção de multa aplicada ao recorrente, cujo valor foi de R$ 10.000,00, teve por fundamento o art. 57 da Lei 8.443/1992, normativo que se amolda com perfeição ao caso concreto, onde houve o julgamento em débito do responsável.
	35. Multa, esta, que será valorada em até cem por cento do valor atualizado do dano causado ao erário. Portanto, à luz desse dispositivo, o valor aplicado de R$ 10.000,00, corresponde a 5,22% do máximo, considerando apenas o débito aos cofres federais, o qual monta, em valores históricos, a R$ 123.883,99. 
	36. Logo, a referida conduta foi punida com um valor muito próximo do limite mínimo aplicável permitido pela legislação. O que, por sua vez, se encontra dentro dos parâmetros estabelecidos pela Lei Orgânica do TCU e, por consectário lógico, dentro dos propósitos dos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, sendo legal e regimentalmente embasado.
	37. Verifica-se, sobremaneira, que a dosimetria aplicada se mostra bastante razoável e proporcional à gravidade apontada, bem como foi devidamente individualizada na pessoa do recorrente. Além de se inserir perfeitamente na margem discricionária legalmente conferida a esta Casa para a realização efetiva do controle externo no âmbito da Administração Pública Federal.
	38. Ante o exposto, em sede recursal, não foi trazido aos autos nenhum argumento que detenha o condão de modificar o julgado de origem, Acórdão 1.251/2012 – 1ª Câmara, motivo por que este não está a merecer reforma, devendo, por consequência, ser prestigiado e mantido.
	IV - DA PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO
	39. Isto posto, tendo em vista as alegações e os documentos carreados por Giulliano Ribeiro da Silva (CPF: 838.868.264-49), bem como a detida análise dos documentos que já constavam do processo, submetem-se os autos à consideração superior, propondo a esta Corte de Contas:
	I – conhecer do recurso de reconsideração interposto pelo recorrente contra o Acórdão 1.251/2012 – 1ª Câmara, com fulcro nos arts. 32, inciso I, e 33 da Lei 8.443/1992 e art. 285, caput, do RI/TCU, para, no mérito, negar-lhe provimento;
	II- dar conhecimento às entidades/órgãos interessados e ao recorrente da deliberação que vier a ser proferida.”
	4. O Ministério Público junto ao TCU, representado neste processo pelo Procurador Júlio Marcelo de Oliveira, manifestou-se de acordo com a proposta de encaminhamento formulada pela unidade técnica.
	É o relatório.
VOTO
	Atendidos os requisitos de admissibilidade, previstos nos arts. 32, inciso I, e 33 da Lei 8.443/1992, o expediente encaminhado por Giulliano Ribeiro da Silva, engenheiro, deve ser conhecido como recurso de reconsideração.
	2. O recorrente foi condenado por este Tribunal, solidariamente com a empresa construtora, o ex-Prefeito e o ex-Secretário de Obras, pelo dano correspondente aos defeitos construtivos verificados na pavimentação da via de acesso e na construção do porto de Manoel Urbano/AC. 
	3. A corresponsabilidade do engenheiro em relação às irregularidades foi estabelecida por ter assinado, em 23/05/2008, o termo de recebimento definitivo da obra (peça 15, p. 1), no qual consta a declaração de que os serviços foram realizados em conformidade com os padrões técnicos exigidos e as especificações constantes do plano de trabalho. Os trabalhos aparentemente foram concluídos em janeiro de 2008, época de emissão das últimas notas fiscais de pagamento (peça 16, pp. 1-5).
	4. Ocorre que, o laudo de vistoria (peça 17, pp. 9-10), emitido pelo Ministério da Defesa (MD) em 16/04/2009, pouco menos de um ano após o recebimento do empreendimento, em 23/05/2008, identificou vários defeitos na estrutura, descritos da seguinte forma:
	“A obra foi concluída. Todavia, a rampa de concreto apresenta sérios problemas estruturais com gravíssima desagregação do concreto (buracos e partes soltas), expondo a armadura de aço, a qual está situada na parte superior da laje (nos 2 cm finais), sem aparente função estrutural e com emendas fora do padrão da norma NBR 6118.
	Quanto à pavimentação, havia um buraco próximo à transição tijolo maciço / rampa de concreto e o fato de o talude ser muito inclinado, aumentando a agressividade das águas de chuva, pode ter contribuído para tal dano. Logo, o projeto de drenagem pode ter sido mal concebido.
	Todas estas observações foram comunicadas, in loco, ao convenente, que se comprometeu a solucioná-las após o período de chuvas que assola a região amazônica nesta época.”
	5. Apesar de as falhas serem pontuais, o prejuízo foi calculado em R$ 123.883,99, correspondente a 65,20% dos serviços. A planilha de medição apresentada pela equipe de vistoria estimou os percentuais de execução em: serviços técnicos: 0,00%; pavimentação: 60,00%; drenagem/obras de contenção: 60,00%; e fundações e estruturas: 16,44%.
	6. Conforme amplo acervo fotográfico,e com base nos pareceres técnicos contidos nos autos, é possível afirmar, com razoável grau de certeza, que as obras foram integralmente concluídas pela contratada e entregues ao município. O débito apurado restringe-se, desse modo, exclusivamente aos serviços glosados em decorrência de patologias surgidas após o término dos trabalhos.
	7. Notificada acerca dessas falhas, a prefeitura municipal inicialmente solicitou o pronunciamento do ora recorrente, Giulliano Ribeiro da Silva, tendo ele emitido relatório técnico circunstanciado (peça 18, p. 18), confirmando o apurado pelo MD, nos seguintes termos:
	“Foi verificado que todos os serviços relacionados na observação contida no Anexo B do relatório [do MD] estão em conformidade com o descrito, ou seja, ocorreram falhas construtivas que possivelmente aceleraram o processo de desgaste do material e/ou serviço, o que se constata in loco com problemas na pavimentação e na laje em concreto armado. (...)
	Entretanto, não obstante os problemas de construção, levando em conta que já se passaram quase 2 (dois) anos da entrega da obra, o grande fluxo de veículos e pessoas que transitam no local em todo o período do ano, sejam produtores, visitantes, comerciantes, pecuaristas, dentre outros, juntamente com as fortes chuvas que assolam esta região, fazendo com que o nível de água do rio cubra quase que totalmente a plataforma do porto, [fatores] estes que também contribuíram para a aceleração deste processo, cabendo à empresa contratada para execução dos serviços reformar e/ou reconstruir as partes danificadas e à prefeitura a manutenção do local para se ter acesso perfeito durante todo o período de atividades.
	(...) após analisar o conjunto de informações deste processo, concluo que é possível refazer os serviços danificados para que se enquadrem dentro do exigido pelo Ministério da Defesa. Portanto, recomendo a intimação da empresa para os reparos dos serviços necessários em um prazo máximo de 4 (quatro) meses, prazo este [estimado] com margem para não haver justificativas para quaisquer atrasos.”
	8. Em consequência, o município entabulou negociações com a construtora e encaminhou ao MD termo de compromisso assinado pela empreiteira Santa Maria Ltda., no qual a empresa se comprometeu a proceder às reparações na pavimentação da via, de forma a suprir as falhas apontadas no parecer elaborado pelo órgão, “no prazo de 4 (quatro) meses, refazendo todo o serviço se necessário” (peça 18, pp. 16-17). O Ministério da Defesa não acolheu (peça 19, p. 6) o pleito formulado pela prefeitura, de concessão de prazo adicional para conclusão dos trabalhos, mesmo após a sua seção especializada ter informado que os problemas constatados, “diante da promessa de reparos feita pelo convenente, podem ser corrigidos, quanto ao aspecto puramente técnico da questão, o que exigirá nova vistoria por equipe do PCN [Projeto Calha Norte]” (peça 19, p. 1). Também não há indícios de que a prefeitura tenha envidado qualquer esforço em obrigar a contratada a cumprir as obrigações assumidas.
	9. Feitos esses breves esclarecimentos, passo à análise do mérito do recurso.
	10. Do exame atento dos elementos disponíveis nos autos, surgem algumas ponderações. Primeiro, não está clara a origem das patologias encontradas. O parecer do MD aponta duas vertentes principais, que podem ou não ter ocorrido concomitantemente: 
	(i) erro de projeto, consubstanciado na inclinação muito elevada do talude e subdimensionamento dos dispositivos de drenagem;
	(ii) execução dos serviços em desacordo com as normas e com as melhores práticas construtivas.
	11. Deve-se, ainda, considerar que as condições climáticas extremas do local, e o possível afluxo de pessoas e cargas acima do projetado, possam ter acelerado o processo de desgaste, conforme cogitado no parecer elaborado pelo fiscal da obra.
	12. Acaso os defeitos tivessem sido motivados por erros na concepção do acesso à plataforma e dos dispositivos de drenagem, estes não poderiam ser atribuídos a Giulliano Ribeiro da Silva, uma vez que o projeto básico foi assinado por outro engenheiro, conforme a ART de peça 4, p. 19, e planta de peça 4, p. 20, enquanto a responsabilidade técnica pela execução da obra coube a engenheiro da contratada, de acordo com a ART de peça 24, p. 14.
	13. Aliás, pairam algumas dúvidas sobre quais eram realmente as atribuições do recorrente. No processo original de TCE seu nome consta em apenas duas peças: o termo de recebimento dos serviços, cuja emissão resultou em sua condenação solidária em relação ao débito apurado, e o laudo encomendado pela prefeitura após as criticas do MD, que confirmou as falhas apontadas pelo órgão repassador e reconheceu a responsabilidade da construtora em refazer os serviços defeituosos. Não há nenhum documento atribuindo-lhe formalmente a função de acompanhar a execução dos trabalhos. Ao contrário, o material enviado pela prefeitura ao MD, por ocasião da celebração do convênio, indica outra engenheira como a responsável pela fiscalização do empreendimento (peça 8, p.20), a qual não foi arrolada neste processo.
	14. Não foram disponibilizados os boletins de medição, que permitiriam identificar o representante municipal que participou das diversas etapas da construção, mas, de acordo com os elementos de defesa apresentados pelo próprio Giulliano Ribeiro da Silva, ele teria elaborado apenas a primeira e segunda medições. Além disso, a informação de que residia em Rio Branco/AC faz supor que os serviços que prestou à prefeitura de Manoel Urbano/AC eram de natureza eventual.
	15. Nesse contexto, ganha relevo a alegação do recorrente de que os vícios relatados pela inspeção do Ministério da Defesa seriam ocultos, ou seja, não passíveis de detecção no momento da conclusão dos serviços, mas apenas revelados com o passar do tempo, a partir do desempenho inadequado da estrutura.
	16. De fato, o principal problema apontado no laudo de vistoria do MD foi a desagregação do concreto por falhas na execução da armadura. Como esta fica inserida no corpo da estrutura, não seria possível ao engenheiro que apenas visitasse a obra nos dias de medição verificar a aderência do serviço às normas técnicas.
	17. Os outros defeitos indicados pelo MD, inclinação excessiva do talude e insuficiência de drenagem, remetem a problemas de projeto, que, como já mencionado, também não podem ser atribuídos ao recorrente.
	18. A meu ver, essas constatações permitem afastar a responsabilidade solidária de Giulliano Ribeiro da Silva pelo dano apurado, uma vez que efetivamente não dispunha de meios de detectar os vícios construtivos, evitando a ocorrência do prejuízo. Desse modo, não havendo nexo causal entre sua conduta e o prejuízo, deve ser dado provimento ao seu recurso em relação a este ponto.
	19. Contudo, acredito que o recorrente cometeu um ilícito ao assinar o termo de recebimento da obra, sem que reunisse condições técnicas para fazê-lo. O documento em questão foi emitido nos seguintes termos (peça 15, p.1):
	“Tendo em vista a conclusão da obra de pavimentação de via e construção do porto no município de Manuel Urbano, prevista no contrato supra mencionado, DECLARO que foi aceita, em caráter definitivo, a obra/serviços executados pela firma acima referida, objeto do Convênio 092/PCN/2006, celebrado entre a prefeitura do município de Manuel Urbano e o Ministério da Defesa/Programa Calha Norte, por se encontrarem de acordo com os padrões técnicos exigidos e especificações constantes do plano de trabalho, parte integrante do mencionado convênio, bem como por estarem em conformidade com os termos e condições pactuadas.” (grifei)
	20. A partir do momento em que o engenheiro reconhece que não acompanhou todo o desenvolvimento da obra, a declaração de que ela foi executada com os padrões técnicos exigidos desborda de sua capacidade de emitir opinião técnica sobre o assunto, constituindo irregularidade grave, que sujeita o responsável à penalidade prevista no art. 58, inciso II, da Lei 8.443/1992.
	21. Desse modo, deve sermantida a irregularidade de suas contas e, levando em consideração as circunstâncias do ato praticado e suas consequências, fixo o valor da multa em R$ 7.000,00, sob fundamento do normativo retro mencionado.
	22. Por último, gostaria de fazer uma rápida consideração sobre a matéria posta nestes autos.
	23. Após detectados os problemas de qualidade no empreendimento, os achados foram comunicados à empresa construtora, que, reconhecendo sua responsabilidade em reparar as estruturas que apresentaram defeitos construtivos, assinou termo de compromisso nesse sentido. Se, no tempo certo, tivesse sido exigido o adimplemento desse acordo, toda a questão poderia se resolver contratualmente, sem a necessidade de instauração de tomada de contas especial, com evidentes vantagens para todos os envolvidos.
	24. Entretanto, a inércia dos ex-gestores municipais acabou por concretizar o prejuízo e inviabilizar formas alternativas de reparação do dano, que poderiam ser realizadas com custo bem inferior ao valor apurado neste processo. Contudo, o próprio decurso do tempo e as modificações impostas por este ao local e às estruturas impossibilitam que se façam agora os consertos pontuais que o empreendimento exigia por ocasião da ocorrência dos fatos aqui narrados.
	25. Por esses motivos, deve persistir a responsabilidade tanto da construtora, que não realizou as intervenções corretivas a que se comprometeu fazer, como dos ex-gestores municipais, que foram omissos em exigir a satisfação desse pacto.
	Isso posto, divirjo, pelas razões aduzidas acima, das propostas de encaminhamento formuladas pela unidade técnica e pelo Ministério Público e voto por que o Tribunal adote o acórdão que ora submeto à apreciação deste Colegiado.
TCU, Sala das Sessões Ministro Luciano Brandão Alves de Souza, em 10 de dezembro de 2014.
JOSÉ MÚCIO MONTEIRO 
Relator
ACÓRDÃO Nº 8106/2014 – TCU – 1ª Câmara
1. Processo nº TC 004.845/2010-2
2. Grupo II – Classe de Assunto: I – Recurso de Reconsideração (em Tomada de Contas Especial) 
3. Recorrente: Giulliano Ribeiro da Silva (CPF: 838.868.264-49), engenheiro
4. Unidade: Prefeitura Municipal de Manoel Urbano/AC
5. Relator: Ministro José Múcio Monteiro
5.1. Relatora da deliberação recorrida: Ministra Ana Arraes
6. Representante do Ministério Público: Procurador Júlio Marcelo de Oliveira
7. Unidades Técnicas: Serur e Secex/AC
8. Advogado constituído nos autos: não há
9. Acórdão:
	VISTOS, relatados e discutidos estes autos, originalmente de tomada de contas especial, agora em fase de análise de recurso de reconsideração, interposto por Giulliano Ribeiro da Silva, engenheiro, contra o Acórdão 1.251/2012 – 1ª Câmara, que julgou suas contas irregulares, imputando-lhe débito solidariamente a outros gestores e à empresa contratada, além de multa, em decorrência de defeitos construtivos no objeto do Convênio 92-PCN/2006, celebrado com o Ministério da Defesa para a pavimentação de vias e construção de um porto no município de Manoel Urbano/AC.
	ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1ª Câmara, com fundamento nos arts. 32, inciso I, e 33 da Lei 8.443/1992 e diante das razões expostas pelo Relator, em:
	9.1. conhecer do recurso de reconsideração interposto por Giulliano Ribeiro da Silva, para, no mérito, dar-lhe provimento parcial, alterando os itens 9.1 e 9.2 do Acórdão 1.251/2012 – 1ª Câmara, que passam a ter a seguinte redação:
	“9.1. com fundamento nos arts. 1º, inciso I; 16, inciso III, alíneas ‘b’ e ‘c’, da Lei 8.443/1992, c/c os arts. 19 e 23, inciso III, da mesma lei, julgar irregulares as contas de Manoel da Silva Almeida, Giulliano Ribeiro da Silva e Eduardo Alencar dos Santos e condenar Manoel da Silva Almeida e Eduardo Alencar dos Santos, em solidariedade com a empreiteira Santa Maria Ltda., nos termos dos arts. 16, § 2º, alíneas ‘a’ e ‘b’, e 19, caput, da referida lei, ao pagamento das quantias discriminadas abaixo, fixando-lhes o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação, para comprovarem, perante o Tribunal (art. 23, inciso III, alínea ‘a’ da Lei 8.443/1992), o recolhimento da dívida aos cofres do Tesouro Nacional, acrescida de encargos legais a partir das datas indicadas até a data do efetivo recolhimento:
Data
Valor (R$)
21/02/2008
 11.771,09
29/01/2008
 19.606,44
15/01/2008
 12.857,46
26/12/2007
 31.207,92
20/11/2007
 48.441,08
Total
123.883,99
	9.2. aplicar, individualmente, a Manoel da Silva Almeida, Eduardo Alencar dos Santos e à empreiteira Santa Maria Ltda. a multa do art. 57 da Lei 8.443/1992, no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais), e a Giulliano Ribeiro da Silva a multa do art. 58, inciso II, da Lei 8.443/1992, no valor de R$ 7.000,00 (sete mil reais), fixando-lhes o prazo de 15 (quinze) dias, a partir das notificações, para que comprovem, perante o Tribunal (art. 23, inciso III, alínea ‘a’, da Lei 8.443/1992), seu recolhimento aos cofres do Tesouro Nacional, acrescidas de encargos legais a partir da data do presente acórdão até a data do efetivo pagamento, se forem quitadas após o vencimento;”
	9.2. dar ciência deste acórdão, bem como do relatório e voto que o fundamentam, ao recorrente e à Procuradoria da República no Estado do Acre.
10. Ata n° 45/2014 – 1ª Câmara.
11. Data da Sessão: 10/12/2014 – Extraordinária.
12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-8106-45/14-1.
13. Especificação do quorum: 
13.1. Ministros presentes: Walton Alencar Rodrigues (Presidente), Benjamin Zymler, Aroldo Cedraz e José Múcio Monteiro (Relator).
13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.
(Assinado Eletronicamente)
WALTON ALENCAR RODRIGUES
(Assinado Eletronicamente)
JOSÉ MÚCIO MONTEIRO
Presidente
Relator
Fui presente:
(Assinado Eletronicamente)
MARINUS EDUARDO DE VRIES MARSICO
Procurador
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