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Vimos como o potencial de ação neuronal é gerado; agora vamos entender como se dá a sua propagação através do neurônio. MORFOLOGIA DO NEURÔNIO E SINAPSE QUÍMICA Um neurônio típico se compõe de um corpo celular, de onde partem várias projeções ramificadas chamadas dendritos e uma projeção bastante mais comprida (que pode chegar a metro) chamada axônio. A origem do axônio a partir do corpo neuronal se chama cone de inserção. A parte final do axônio é dilatada e se chama terminal sináptico; o axônio pode se ramificar em vários terminais sinápticos. A organização intracelular do neurônio no terminal sináptico é altamente especializada - contém vesículas em que estão armazenados neurotransmissores. Quando o potencial de ação propagado chega ao terminal pré-sináptico, as vesículas são exocitadas. Um terminal axônico está separado membrana plasmática de outra célula por um espaço nanomêtrico, chamado fenda sináptica. A parte da membrana celular da célula seguinte separada pela fenda sináptica do terminal pré-sináptico se chama membrana pós-sináptica, e contêm receptores para os neurotransmissores (sinapse química), que desencadeiam a abertura de canais iônicos (alterando assim o fluxo iônico e o potencial de membrana da célula seguinte). Quando as sinapses ocorrem entre neurônioc são geralmente entre o axônio e os dendrito (dendroaxônicas) ou entre o axônio e o corpo neuronal (somatoaxônicas). PROCESSAMENTO DE INFORMAÇÕE E SOMAÇÃO TEMPORAL E ESPACIAL Não é gerado potencial de ação no corpo neuronal nem nos dendritos pois eles não possuem canais dependentes de voltagem na extensão de sua membrana. A condução da alteração da voltagem no corpo neuronal e nos dendritos é decremental, isto é, decresce a medida que se propaga - pois os íons vão se difundindo pela célula e as bombas restabelecendo o potencial de membrana. A alteração de voltagem gerada por um estímulo (p.ex. sinapse) só gera um potencial de ação se chegar ao cone de inserção com intensidade suficiente para atingir o limiar de disparo.Isso é importante no processamento de informações do sistema nervoso. Cada neurônio pode receber sinapses de milhares ou mais outros neurônios. O estimulo a partir de uma sinapse (quase) nunca será suficiente para desencadear um potencial de ação. Na realidade será uma soma de sinapses excitatórias e inibitórias recebidas que determinarão se o potencial de ação é gerado ou não - e, portanto, se a informação é conduzida para frente. O peso que uma sinapse têm em determinar o disparo do potencial de ação depende de ser excitatória ou inibitória, de sua intensidade, de sua distância do cone de inserção. O neurônio pode ter uma distância entre potencial de repouso e limiar de disparo maior ou menor, o que determinará a facilidade com que é estimulada; a geometria celular, na medida em que afeta a disposição das sinapses, também torna determina a excitabilidade do neurônio. Se várias sinapses são disparadas concomitantemente, a soma da intensidade da variação de voltagem causada por elas no cone de inserção determinará se o potencial de ação é gerado - Somação espacial. Quando a mesma sinapse é disparada sucessivamente em períodos muito curtos, as variações da voltagem causada por vários disparos podem se somar e levar ou não à geração do potencial de ação - Somação temporal. Na realidade ambos os processos ocorrem conjuntamente CONDUÇÃO UNIDIRECIONAL DO POTENCIAL DE AÇÃO Se um potencial de ação é gerado a parir do cone de inserção, ele pode se regenera ao longo do axônio, pois ele contem em sua membrana todos aqueles canais dependentes de voltagem necessários para isso. Assim o potencial de ação pode ser propagado do cone de inserção até o terminal sináptico porque se regenera ponto a ponto. O potencial de ação não se propaga novamente ao (ou seja, se propaga unidirecionalmente) em direção ao cone de inserção do axônio porquê não pode se regenerar imediatamente no local onde acabou de ocorrer. Isso ocorre por causa do período refratário, quando os canais de sódio dependentes de voltagem, após ativados, entram em sua conformação ativa. Mesmo que o fluxo de cargas que atravessam a membrana atravém canais voltagem-dependente se propague para todos os lados (pois seu movimento é aleatório), ele não pode gerar estimular os canais de sódio voltagem-dependentes em estado inativo. Observar a imagem. MIELINIZAÇÃO A maioria dos axônios são mielinizados. Há grandes porções mielinizadas intercaladas com pequenas regiões não mielinizadas (nodos de Ranvier). Como a mielina é um isolante, a condução da alteração de voltagem de membrana ocorre de maneira decremental. O potencial de ação só ocorre nas regiões dos nodos. Um novo potencial de pois a distância entre um nodo de Ranvier e outro é sempre tal que a intensidade de variação do potencial de membrana que chega ao nodo seguinte é alta o suficiente para atingir o limiar de disparo. A mielinização aumenta a velocidade de condução do potencial de ação pois o processo de alteração da voltagem da membrana demanda tempo. (Chamada condução saltatória - pois pdespolarização “salta” entre regiões mielinizadas.
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