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5 Introdução O desperdício de alimentos no Brasil coloca o país na 10º posição no ranking dos países que mais desperdiçam alimentos no mundo. Sendo que 35% deste desperdício de alimentos abrange produção agrícola anual, o que poderia totalizar a quantidade suficiente para alimentar 10 milhões de pessoas (GOULART, 2008; MARTINS; FARIAS, 2002; BORGES, 1991). Com relação ao desperdício 10 milhões de toneladas de alimentos poderiam estar na mesa de 54 milhões de brasileiros que vivem na linha de pobreza (Ipea,2009). A Associação Brasileira das Empresas de refeições coletivas relata a importância da extensão do setor de alimentação coletiva na economia nacional, que podem ser medidas a partir dos números estimados para o ano de 2017,no entanto, irá fornecer em média 10,3 milhões de refeições/dia, movimentará cerca de 17,3 bilhões de reais no ano, está fornecendo 180 mil empregos diretos, sendo que ainda não foram quantificados o quanto de alimentos é consumido em toneladas e o custo gerado de impostos e contribuições para os governos (ABERC,2017). Diante deste panorama, cresce cada vez mais a importância de disseminar informações e métodos científicos que busquem o aproveitamento integral dos alimentos, seja tanto pela importância de aproveitar alimentos que outrora são desperdiçados de forma erronia quanto pela economia financeira dada a está prática. Discutindo a importância do tema com o intuito de conscientizar a sociedade, principalmente a nível domiciliar (LELIS,2015). Tal forma de consciência pode ser destacada não só pelos benefícios nutricionais, uma vez que para a maioria dos alimentos, as partes normalmente descartadas, como talos e folhas de couve-flor e couve manteiga, são mais ricas nutricionalmente do que as geralmente mais consumíveis, quanto pelo fator socioeconômico aplicando assim a relação custo benefício sob o aproveitamento dos alimentos como um todo contribuindo para o alcance das IDRs (Ingestão dietética de referência) (OLIVEIRA,1993; GONDIM, 2005; STORCK, 2013). A perda de alimentos para uma gestão de uma unidade de alimentação e nutrição (UAN) é uma questão importante, sendo que define as atividades desempenhadas nas quais contemplam o planejamento e a elaboração de refeições equilibradas, nutritivas, salubres e seguras da perspectiva de higiene visando auxiliar o 6 desenvolvimento de hábitos alimentares saudáveis (Lanzellotti et al., 2004; Proença et al., 2005 apud Lemos, et al., 2011). Em uma UAN o desperdício é sinônimo de falta de qualidade da produção das refeições. O desperdício de alimentos é comumente proveniente do fator de correção que é a perda em relação ao peso inicial, representada pela remoção de partes não comestíveis do alimento, sobras que são alimentos produzidos e não distribuídos e restos que são alimentos produzidos e distribuídos (ABREU et al., 2009). Portanto este trabalho aborda o tema desperdício alimentar, tendo como foco uma melhor discussão sobre o assunto, que é pouco relevante no meio social, com o intuito de mostrar através dos objetivos geral e específicos que é possível reduzir o índice de desperdício no Brasil, promovendo ações e técnicas aplicadas pelos profissionais da área de nutrição, sendo que estes podem contribuir com tal propósito, utilizando a criatividade de desenvolver receitas que reaproveitem os alimentos ao máximo, não somente dando enfoque a teoria, como na prática que é utilizada no dia a dia, dando a verdadeira importância de se obter uma alimentação equilibrada, nutritiva e segura promovendo hábitos alimentares saudáveis. 7 Objetivo geral: - Avaliar a quantidade de alimentos que são desperdiçados pelos comensais em uma Unidade de Alimentação e Nutrição (UAN). Objetivo especifico: -Verificar as possíveis causas de desperdício de alimentos. - Analisar a quantidade de sobra limpa em UAN. - Analisar a quantidade de resto ingesta que voltam dos pratos dos comensais, após serem distribuídos. - Verificar a atitude dos nutricionistas frente aos achados de sobra limpa e resto ingesta em UANs. Hipóteses: - Em Unidades de alimentação e nutrição é possível realizar uma análise da sobra limpa e do resto ingesta, com o intuito de reduzir o desperdício alimentar. - O nutricionista pode aplicar intervenções para os comensais reduzirem a quantidade de resto ingesta que voltam de seus pratos. - As atitudes que os nutricionistas vêm tomando para reduzir o desperdício alimentar tem sido eficazes. 8 Metodologia Trata-se de uma revisão de literatura, realizada por meio de levantamento de artigos científicos nacionais e internacionais, publicados no período de 1993 a 2016, disponíveis de dados pertencentes à Scientific Eletronic Library Online (SCIELO); US National Library of Medicine National institutes of health (PUB MED); Biblioteca Virtual em saúde – BVS (LILACS) e livros relacionados aos principais estudos sobre desperdício alimentar em unidades de alimentação e nutrição (UAN). Para efetuar a pesquisa foram utilizados os seguintes descritores: desperdício alimentos, resíduos sólidos, aproveitamento integral dos alimentos, sobra limpa e resto que refletem o conteúdo do trabalho. Como critério de inclusão, os artigos deveriam preencher as seguintes condições de relatar a situação de desperdício alimentar, quantificar a quantidade de alimentos desperdiçadas em UAN, relatar a quantidade de sobra limpa e resto ingestão e verificar a atitude dos nutricionistas frente aos achados de sobra limpa e resto ingesta nas UANs, além de serem publicados em português ou inglês. 9 Referências Bibliográficas MARTINS, C. A.; FARIAS, R, M. Produção de alimentos x desperdício: Tipos, causas e como reduzir perdas na produção agrícola – Revisão. Revista da FZVA. v.9, n.1,p.20-32, 2002. OLIVEIRA, A. S. D. Reciclando ideias: pra não dizer que não falei de lixo. Rio Grande: Fundação Universidade do Rio Grande, 1993. ABREU, E.S.; SPINELLI, M.G.N. Avaliação da Produção. 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