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3. Crimes x Adm. Justiça

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CRIMES CONTRA ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA - Art. 338
São crimes que tutelam a Administração da Justiça. A atuação do Poder Judiciário, bem como dos órgão indispensáveis à sua atividade (autoridade policial, MP, advocacia e demais operadores do Direito), é um bem jurídico relevante protegido pelo Direito Penal contra as ações tendentes a desrespeitar a justiça.
REINGRESSO DE ESTRANGEIRO EXPULSO – Art. 338.
Reingressar no território nacional, o estrangeiro expulso – sem prejuízo de nova expulsão após o cumprimento da pena. 
REINGRESSAR: pressupõe que o estrangeiro tenha sido expulso e deixado o território nacional. Se reingressa novamente, sem autorização, responde pelo art. 338, CP. 
QUE ESTRANGEIRO PODE SER EXPULSO? 
Aquele que de qualquer forma atentar contra a segurança nacional, ordem política e social, moralidade, tranquilidade e economia popular, de modo que se torne nocivo à convivência e interesses nacionais - dentre outros motivos previstos no Estatuto do Estrangeiro: Lei n.º 6.815/80. Por ex., por praticar mendicância, vadiagem, praticar fraude para entrar ou permanecer no país. 
ESTRANGEIRO: quem não é brasileiro nato ou naturalizado – art. 12, CF/88.
TERRITÓRIO NACIONAL: todo o espaço terrestre, marítimo, aéreo, fluvial, sob o qual o Brasil possui soberania. 
Não há mais necessidade do estrangeiro terminar o cumprimento da pena para ser expulso novamente – estando revogada a parte do art. 338. 
OBJETO JURÍDICO TUTELADO: Adm. Justiça. Busca-se garantir a efetividade da expulsão do estrangeiro inconveniente ao interesse nacional. 
SUJEITO ATIVO: estrangeiro expulso oficialmente do território brasileiro. Crime de mão própria = não é possível a coautoria (só o estrangeiro expulso pode reingressar). É possível a participação de brasileiro. 
SUJEITO PASSIVO: Estado. 
CONSUMAÇÃO: consuma-se no momento em que o estrangeiro reingressa no Brasil após ter sido expulso (momento do reingresso). 
AÇÃO: Pública Incondicionada, competência da Justiça Federal (art. 109, CF/88). 
DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA- Art. 339
Dar causa à instauração de investigação policial, processo judicial, investigação administrativa, inquérito civil, ou ação de improbidade administrativa, imputando crime ou contravenção, à alguém que sabe ser inocente. 
ATENÇÃO: pode ser crime ou contravenção. Se imputar contravenção, a pena é reduzida pela metade (art. 339, § 2.º) = forma privilegiada. 
Qualquer denúncia que não seja crime ou contravenção, não configura o crime. Ex.: alguém que informa o juiz que o escrevente chega tarde todos os dias ao serviço. Neste caso, como a imputação não é infração penal, não há denunciação caluniosa. 
Se o funcionário imputa crime de peculato a outro servidor público, para dar início a processo administrativo e penal, sabendo ser inocente, responde pelo art. 339. 
Abrange a conduta do agente que, sabendo ser inocente o acusado, dá início:
1. Inquérito Policial = destinado à convicção do MP para instruir a denúncia;
2. Processo judicial = ação penal ou civil pública (de interesse pública);
3. Investigação administrativa = sindicância ou processo administrativo;
4. Inquérito civil = investigação de competência do MP, para colher provas para a Ação Civil Pública, visando reparar danos. 
5. Ação de improbidade administrativa = ação que visa a punição e o ressarcimento do erário pelos responsáveis por atos de improbidade. 
Obs.: atos de improbidade que causam enriquecimento ilícito, prejuízo ao erário, atentam contra os princípios da adm. Pública e concessão indevida de benefício financeiro ou tributário. 
REQUISITO DA ESPONTANEIDADE
É necessário que INICIATIVA EXCLUSIVA do denunciante em prejudicar inocente perante a justiça. 
Assim, a testemunha imputa a outrem (que sabe ser inocente) crime que presenciou, não responde por denunciação caluniosa, mas por falso testemunho (não agiu com espontaneidade, mas porque foi intimado). 
REQUISITO SUBJETIVO: dolo direto – o agente precisa saber que a pessoa a quem imputou crime ou contravenção é inocente. Este crime é incompatível com o dolo eventual: se o agente tem dúvida (ou seja, não sabe se a pessoa denunciada é ou não inocente), não há crime. Também não há crime se o agente acredita que o denunciado é autor do crime – falta, neste caso, o elemento subjetivo saber ser inocente. 
SUJEITO ATIVO: qualquer pessoa, particular ou funcionário público. O autor deste crime é chamado de denunciante.
O advogado pode ser sujeito ativo? Se ficar provado que tinha ciência da imputação falsa de seu cliente (ciência da falsidade da denúncia), pode responder como partícipe ou coautor do crime. 
E o órgão do Ministério Público, Delegado e Juiz, pode ser autor? Se têm ciência da inocência, comentem o crime quando agem de ofício = sem provocação. Ex.: delegado que instaura IP, MP que instaura IP civil ou oferece denúncia, Juiz que sabendo da inocência, solicita instauração do IP. 
E o autor do crime, pode denunciar alguém que sabe ser inocente: 
Quando o réu atribui a outrem (denuncia pessoa inocente) no seu interrogatório, não há denunciação caluniosa. Primeiro, porque a atuação do denunciante não atende ao requisito da espontaneidade. Segundo, porque a intenção é de se defender. 
ATENÇÃO: se imputar a inocente crime em sede de delação premiada, responde por denunciação caluniosa (a delação é voluntária). 
SUJEITO PASSIVO: Estado. Secundariamente, a pessoa inocente denunciada. O denunciado dever ser pessoa certa ou identificável. 
CONSUMAÇÃO: crime material, que se consuma no momento em que ocorrer a instauração do Inquérito (policial ou civil), investigação administrativa (sindicância ou processo administrativo), ou ação penal ou civil pública. NUCCI: crime formal. 
TENTATIVA: possível. Por ex.: 1. denunciante atribuiu crime a inocente, mas o inquérito não se inicia porque o autor apresenta-se; 2. quando o juiz rejeita a queixa-crime. 
CAUSA DE AUMENTO: quando o agente se serve do anonimato ou nome suposto (fictício). Por ex., por meio de ligação telefônica com nome suposto ou carta anônima. 
COMPETÊNCIA: justiça federal ou estadual. 
Precisa aguardar o término do processo para que se comprove a inocência da pessoa vítima da denunciação caluniosa? 
Predomina o entendimento de que há necessidade da absolvição do denunciado (evidência oficial sobre sua inocência), para que o autor da denunciação caluniosa seja processado e julgado. É uma medida para evitar decisões conflitantes. Damásio e Mirabete entendem de foram diversa. 
Exemplo de denunciação caluniosa: 
1. Policial que forja flagrante (provocação feita de forma indireta).
2. Pessoa que coloca objeto de outrem para que a pessoa seja indiciada e julgada por furto (forma indireta). 
3. Funcionário público que denuncia colega por peculato, sabendo ser inocente (provocação direta)
COMUNICAÇÃO FALSA DE CRIME ou
	CONTRAVENÇÃO - Art. 340
Provocar a ação de autoridade comunicando-lhe a ocorrência de crime ou contravenção que sabe não se ter verificado. 
PROVOCAR: dar causa à investigação. A provocação da autoridade pode ser feita de qualquer maneira: por escrito, verbalmente, anonimamente ou não. 
Diferença da denunciação caluniosa: na comunicação falsa de crime o agente provoca a autoridade com vontade de fazê-la atuar sem causa (não aponta qualquer pessoa). Na denunciação caluniosa o agente denuncia pessoa certa ou identificável, que sabe ser inocente, porque quer que ela responda pelo infração penla perante a justiça. 
ELEMENTO SUBJETIVO: fazer a autoridade atuar se causa, sem que haja infração penal. 
Por ex.: trote comunicando crime, fazer BO sem que o crime (ou contravenção) tenha ocorrido. Ao contrário da denunciação caluniosa, não se imputa a autoria a ninguém. Apenas provoca a atuação da autoridade. 
O tipo exige que a comunicação seja feita à autoridade. O mais comum é o delegado, mas pode ser promotor, juiz, Ministério Público, Polícia Militar. 
O tipo exige que o agentetenha conhecimento de que o fato não ocorreu – se está em dúvida, não há crime (dolo direto, não se admite o dolo eventual). 
SUJEITO ATIVO: qualquer pessoa. 
SUJEITO PASSIVO: Estado, no particular aspecto da administração da justiça, 
TENTATIVA: é possível. 
CONSUMAÇÃO: prevalece o entendimento de que a consumação ocorre após a comunicação falsa, quando a autoridade toma alguma providência – como, por ex., instaurar inquérito policial ou apenas desloca viaturas até o local para realizar diligência no local indicado. 
NUCCI: entende ser crime formal, pois há consumação independentemente de prejuízo material para o Estado. 
Ex. 1: Empregado apropria-se de dinheiro que recebeu para efetuar o pagamento dos funcionários da empresa que trabalha. Se ele faz BO alegando que foi furtado, responde por comunicação falsa de crime (em concurso material com a apropriação indébita). 
Ex. 2. Comunicar furto de carro para receber seguro. Prevalece o entendimento de que deve responder pela comunicação falsa de crime em concurso com a fraude para receber seguro. 
AUTOACUSAÇÃO FALSA - Art. 341
Acusar-se, perante AUTORIDADE, de crime inexistente ou praticado por outra pessoa. 
O tipo EXIGE autoacusação de CRIME perante AUTORIDADE = órgão do Ministério Público, delegado, juiz. 
Não se exige a espontaneidade = alguém que ouvido como suspeito ou testemunha pode responder pelo crime. 
Não existe crime se a autoacusação for decorrente de tortura policial ou coação moral irresistível. 
Somente CRIME = não há menção no tipo à contravenção, por isso, se for contravenção, a conduta é atípica. 
CONSUMAÇÃO: no momento em que a autoridade tomou conhecimento – independe de qualquer ato da autoridade ou de prejuízo ao Estado.
SUJEITO ATIVO: qualquer pessoa, exceto quem efetivamente cometeu o crime ou auxiliou. 
SUJEITO PASSIVO: Estado.
ATENÇÃO: não se exige motivação para prática do crime. Se faz para proteger filho ou amigo; pessoa que assume crime porque corre risco de vida na rua e prefere a segurança da prisão; quer se proteger na cadeia ou ganhar lugar em facção. 
Exemplo de autoacusação falsa:
1. Preso que assume a autoria em presídios em nome de outro preso. No entanto, se assumiu a autoria porque foi ameaçado de morte por outros presos, não responde pelo crime. 
2. Mãe ou pai que confessa crime para isentar o filho da responsabilidade penal.
FALSO TESTEMUNHO OU FALSA PERÍCIA - Art. 342
Fazer afirmação FALSA, NEGAR ou CALAR A VERDADE, como testemunha, perito, tradutor, contador, intérprete, em processo judicial ou administrativo, inquérito policial ou em juízo arbitral. 
OBJETO JURÍDICO: a prestação regular da atividade jurisdicional. 
A arbitragem ou juízo arbitral é uma forma de resolver conflitos (meio alternativo de resolução de conflitos) sem a necessidade de acionar o Poder Judiciário (extrajudicial). Art. 3.º, CPC expressa a possibilidade da arbitragem e a utilização dos meios consensuais de resolução de conflitos: 
Art. 3.º Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito. § 1.º É permitida a arbitragem, na forma da lei. 
Em suma, as partes instituem os árbitros ou comissão de árbitros, que ponderam os argumentos apresentados, proferindo uma decisão, denominada “sentença arbitral”. O juízo arbitral é instituído pelas partes, por meio da convenção de arbitragem, assim entendida a cláusula compromissória (contrato prevê que se houver conflito, deverá ser resolvido por arbitragem) e o compromisso arbitral (acordo entre as partes, depois do conflito instalado). 
Em diversos países a arbitragem é uma realidade indispensável. No Brasil, a modalidade começou a ganhar força recentemente – pouco utilizada em razão do alto custo. 
Afirmação falsa: falsidade positiva
Negar a verdade: falsidade negativa
Calar a verdade: silenciar
 
FALSIDADE sobre fato juridicamente relevante à instrução - assim, não faz diferença se a testemunha estava diz ao juiz que estava com um amigo e, na verdade, estava com a amante – pois isso não importa ao deslinde da causa. 
FALSO TESTEMUNHO: no inquérito policial, processo judicial ou administrativo, juízo arbitral. 
Obs. 1: testemunha ameaçada de morte ou de algum mal não responde por falso testemunho – quem ameaça pode responder por coação do curso do processo – art. 344 - Usar de violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer interesse próprio ou alheio, contra autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada a intervir em processo judicial, policial ou administrativo, ou em juízo arbitral.
Obs. 2: Mentir sobre a qualificação pessoal, em testemunho: responde por falsa identidade – art. 307 - Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade para obter vantagem, em proveito próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem. 
Se a pessoa pratica o falso em IP e no processo, sucessivamente, há crime ÚNICO = não há concurso material ou crime continuado; 
Se o processo for considerado NULO = não há crime; 
Se um pessoa testemunhar sem falsidade sobre fatos que aconteceram, mas não estava no local = responde pelo crime de falso testemunho.
ELEMENTO SUBJETIVO: dolo, intenção de praticar o falso testemunho. Não há crime se a pessoa esquece ou se engana. 
SUJEITO PASSIVO: Estado
SUJEITO ATIVO: crime de mão própria = não é possível a coautoria, mas é possível a participação. Ex.: advogado que instiga ou induz o cliente à pratica do falso testemunho. Exceção: falsa perícia (é possível a coautoria pois dois ou mais peritos podem atuar no processo). Nem a vítima nem as partes respondem por falso testemunho (não são testemunhas). 
 
	A QUESTÃO DO COMPROMISSO
A doutrina majoritária entende que somente quem presta o compromisso responde pelo falso testemunho, pelos seguintes motivos: 
A testemunha tem a obrigação de falar a verdade, pois presta o compromisso de dizer a verdade. Já o informante não tem este dever.
Apesar do juiz ser livre para examinar a prova, o depoimento do informante tende a ter um peso menor que outras provas, pois a declaração do informante pode conter inverdades ou ser tendenciosa. A testemunha, por sua vez, compromissada com a verdade, tende a ter maior credibilidade do que um informante, o qual não tem a mesma obrigação. 
CONSUMAÇÃO: crime formal. Consuma-se quando se encerra o depoimento; quando o perito entrega a perícia. E se for oitiva de testemunha por precatória? O crime consuma-se no juízo deprecado. 
EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE: retratação antes da sentença de 1.º instância (onde há produção de provas). Tribunal do Júri: pode ocorrer até a sentença do plenário do júri (e não até a sentença de pronúncia). 
CAUSAS DE AUMENTO: 1/6 a 1/3 
1. Quando for praticado mediante suborno: a testemunha é subornada para praticar o falso testemunha (quem suborna, responde pelo crime do art. 343 – corrupção ativa de testemunha ou perito - SUBORNO). 
2. Quando praticado para fazer prova no processo penal: praticar o falso no inquérito policial ou ação penal. 
3. Quando for em processo civil em que for parte a Adm. Pública – processos contra a União, Estados, Municípios e DF, autarquias, empresas públicas, sociedades economia mista, fundações públicas.
CORRUPÇÃO ATIVA DE TESTEMUNHA OU PERITO - ART. 343
Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer vantagem a testemunha, perito, contador, tradutor ou interprete para fazer afirmação falsa, negar ou calar a verdade em depoimento, perícia, cálculos, tradução ou interpretação. 
CAUSA DE AUMENTO: a pena aumenta de 1/6 a 1/3 se for para produzir prova em processo penal ou civil contra a Administração Pública direta ou indireta. 
O tipo penal pune de forma diferente (exceção à teoria unitária): o corruptor responde pelo art. 343 (corrupção ativa de testemunha ou perito), enquanto a testemunha que se corrompe, responde pelo art. 432, § 1.º (falso testemunho ou falsa perícia com causa de aumento)
ATENÇÃO: nas condutas de OFERECER e PROMETER a iniciativa é de terceiro (corruptor).Se a testemunha ou perito não aceitam, há apenas corrupção ativa de testemunha ou perito (sem falso testemunho ou falsa perícia). Se a testemunha ou perito aceitarem: respondem pelo art. 343, § 1.º (falso testemunho ou falsa perícia com aumento de 1/3 a 1/6 em razão do suborno) 
Na modalidade DAR, a iniciativa é da testemunha ou do perito (solicita a vantagem). Se o terceiro entregar, responde por corrupção ativa de testemunha ou perito. 
Este tipo refere-se à perito, intérprete, contador e tradutor PARTICULARES (crime contra a administração da justiça). SE FOREM OFICIAIS (do juízo): respondem por corrupção passiva do art. 333 – pois são funcionários públicos.
SUJEITO ATIVO: crime comum, qualquer pessoa – normalmente a pessoa que tem interesse no resultado do processo. 
SUJEITO PASSIVO: Estado, eventualmente pessoa prejudicada com o resultado do processo. 
CONSUMAÇÃO: consuma-se no momento em que PROMETE OU OFERECE a oferta, ainda que não seja aceita (crime formal). 
Na modalidade de DAR (testemunha ou perito solicitam): consuma-se quando a testemunha ou perito recebe a vantagem (crime material). 
COAÇÃO NO CURSO DO PROCESSO
Art. 344
Usar de violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer interesse próprio ou alheio, contra AUTORIDADE (delegado, promotor, juiz), PARTE ou QUALQUER PESSOA que funciona ou é chamada a intervir em inquérito policial, processo judicial ou administrativo ou em juízo arbitral - além da pena correspondente à violência. 
O nome do crime é coação no curso do processo, mas se admite: 
Processo judicial (qualquer natureza: penal, civil, trabalhista); 
Inquérito policial;
Procedimento administrativo; 
Juízo arbitral. 
OBJETO JURÍDICO: funcionamento da Justiça e integridade física e psíquica da pessoa contra a qual é dirigida a ameaça ou violência. 
Exemplos de coação no curso do processo: 
1. Parente de preso que procura a vítima e testemunhas para ameaçá-las a fim de que prestem depoimento em favor do réu;
2. Patrão que ameaça a demitir empregado para que não seja testemunha de trabalhador demitido;
3. Ameaça à testemunha para que deponha a favor do coautor; ameaça à vítima para que não reconheça o coator como autor do crime. 
SUJEITO ATIVO: a pessoa que tem contra ela um inquérito policial, processo administrativo ou judicial ou procedimento de arbitragem – ou terceiro interessado. O autor deste crime pode ter decretada a prisão preventiva, tendo em vista que está dificultando a instrução: 
Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria.
SUJEITO PASSIVO: Estado. Secundariamente, a pessoa que sofre a coação. Se for contra duas pessoas no mesmo processo: CRIME ÚNICO. 
CONSUMAÇÃO: crime formal, no momento do emprego da violência ou grave ameaça. 
CONCURSO DE CRIMES: a lei prevê pena de reclusão, além da pena correspondente à violência: concurso material = coação e qualquer forma de lesão corporal ou homicídio. 
ELEMENTO SUBJETIVO: crime doloso. O agente atua conscientemente, com o fim especial de favorecer interesse próprio ou alheio. 
Não há continuidade delitiva se a pessoa emprega de violência ou de grave ameaça em mais de uma oportunidade a vítima = considera-se CRIME ÚNICO = mesmo objetivo visado.

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