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DA SENTENÇA Art. 203, §1º C/C art. 489 e SS, CPC Sentença é uma decisão que encerra a fase cognitiva (conhecimento) do procedimento comum; também pode extinguir uma execução no Processo de Execução. No segundo caso, não se fala em encerramento da fase cognitiva, porque no processo de execução o juiz apenas satisfaz um direito já consubstanciado em um título executivo líquido, certo e exigível. O art. 203, §1º diz que a sentença é o pronunciamento jurisdicional por meio do qual o juiz encerra a fase cognitiva do procedimento comum com fundo em dois dispositivos legais: arts. 485 e 487. Ou seja, extinção do processo com ou sem resolução do mérito. Quando o dispositivo legal diz que a sentença encerra a fase cognitiva do procedimento comum, representa dizer que o Estado Juiz realiza uma cognição exauriente. Cognição Exauriente é quando o juiz esgota o conhecimento sobre o objeto litigioso. Portanto, a partir da sentença, o estado juiz exaure a prestação da tutela jurisdicional em 1º grau. Existe a possibilidade de recurso. Características a) É uma decisão que encerra uma fase do procedimento comum. Há uma segunda fase a depender do tipo de provimento jurisdicional emitido pelo estado juiz. b) A sentença forma um Título Executivo Judicial, passível de requerimento de cumprimento de sentença (Art. 515, I, CPC). c) É uma decisão emitida pelo estado juiz, ou seja, é um pronunciamento judicial. Num primeiro momento, encerra a fase cognitiva do procedimento comum, com ou sem resolução do mérito (485 e 487, CPC). d) Contra a sentença, cabe recurso de apelação. Com base no art. 1009, CPC. Tipos de Sentença a) Terminativa (Art. 485, CPC) É quando o juiz extingue o processo sem análise do mérito (objeto litigioso), porque o estado-juiz não adentra ao mérito da demanda. Exemplo: Falta de Preenchimento das Condições da Ação. Aqui, estamos diante de matéria de ordem pública, ou seja, podem ser conhecidas de ofício pelo magistrado independentemente de requerimento das partes. Portanto, ele pode extinguir o processo sem análise do mérito. OBS: Coisa Julgada. Na Sentença Terminativa não há de se falar em Coisa Julgada Material, apenas em Coisa Julgada Formal, ocorrendo o fenômeno da Transito em Julgado da Sentença. É apenas Formal porque o estado-juiz não adentrou ao mérito da demanda, e a decisão não se torna imutável e indiscutível. Permite- se que a parte concorra a uma nova demanda. b) Definitiva (Art. 487, CPC) É quando o juiz extingue o processo com a análise do mérito. Aqui, o juiz empregou a tutela jurisdicional, resolvendo o conflito de uma vez por todas. Na sentença Definitiva, além de fazer a Coisa Julgada Formal, também faz a Coisa Julgada Material, tornando o objeto litigioso imutável e indiscutível, não permitindo a discussão em autos de outro processo. ATENÇÃO: Supomos que uma decisão transita em julgado; passam-se 2 anos e o autor resolve demandar novamente sobre o mesmo objeto (causa de pedir), porque acha que o juiz julgou parcialmente procedente o pedido. Nessa situação, antes de debater o mérito, o réu vai alegar uma Preliminar, suscitando o instituto da coisa julgada. Ele dirá que essa demanda já foi julgada. Então já houve a coisa julgada material e formal; e, consequentemente, a demanda se tornou indiscutível e imutável, porque nenhuma das partes recorreu da decisão. Se a parte promove uma nova demanda que já tenha sido objeto de coisa julgada, o juiz irá extinguir o processo sem resolução do mérito. Trata-se, portanto, de uma sentença Terminativa, porque já existe uma sentença definitiva. ATENÇÃO: Princípio da Eventualidade – o parte autora vai requerer primeiramente que o juiz acolha a Preliminar arguida da coisa julgada. Caso o juiz não acolha essa Preliminar, aí a parte autora irá requerer que seja julgado improcedente o pedido postulado pela parte autora. Falsa Sentença Na Sentença Definitiva, o pedido postulado pela parte autora é acolhida ou rejeitada; o juiz pode julgar procedente, parcialmente procedente, improcedente ou parcialmente improcedente o pedido postulado pelo autor. O Inciso II do art. 487 fala da Prescrição ou Decadência, em que a sentença também é definitiva; é matéria de mérito, podendo o juiz conhece-lo ex ofício, ou seja, independente de requerimento da parte. A doutrina considera o Inciso II do art. 487 como uma Falsa Sentença, porque o juiz não adentra ao mérito da demanda (não conheceu do objeto litigioso), pois o tempo (prescrição e decadência) o impediu de fazer isso. Mas por disposição legal, ela é considerada uma Sentença Definitiva, pois há resolução do mérito sobre as matérias ali previstas. O Inciso III também é considerado uma Falsa Sentença pela Doutrina, porque o juiz não adentra efetivamente ao mérito da demanda, porque são as partes quem resolvem fazer acordo, e não o juiz. Mas por disposição legal, o estado-juiz deverá homologar essa transação por uma Sentença Definitiva; houve Resolução do Mérito. A Letra “a” desse inciso trata, por exemplo, do Reconhecimento da Procedência do Pedido pelo réu. O juiz irá homologar por sentença esse reconhecimento, fazendo a Coisa Julgada Material; é uma Sentença Definitiva. A Letra “c” trata da Renúncia. É possível que a parte autora renuncie ao direito pleiteado em juízo. CUIDADO: Renúncia é diferente de Desistência. A desistência gera extinção do processo sem resolução do mérito; é uma sentença terminativa. Enquanto que na Renúncia estaremos diante de uma Falsa Sentença Definitiva, que fará a coisa julgada material, além da formal. Princípio da Não Surpresa (Art. 9º, CPC) P.U., art. 487: Ressalvada a hipótese do § 1º do art. 332, a prescrição e a decadência não serão reconhecidas sem que antes seja dada às partes oportunidade de manifestar-se. O §1º do art. 332 trata da Improcedência Liminar do Pedido. Então, o que esse Parágrafo quer dizer é o seguinte: “ressalvada a hipótese de Improcedência Liminar do Pedido, a prescrição e a decadência não serão reconhecidas sem que antes seja dada às partes oportunidade de manifestar-se”. Significa que se o juiz reconhecer a prescrição e a decadência no início do processo, na fase postulatória, ele julgará improcedente o pedido postulado pelo autor. Nesse caso, ele não precisará citar o réu para julgar improcedente o pedido; basta somente intimá-lo da decisão. Isso ocorre porque o juiz reconheceu de cara a prescrição e a decadência. Lembrando que a sentença de improcedência liminar do pedido é Definitiva. Mas caso o juiz não reconheça a prescrição e decadência no início do processo, ou seja, em sede de preliminar. O réu arguiu, por exemplo, na Contestação, e a partir daí o juiz reconhece a prescrição e decadência. Nesse caso, aplica-se o que diz o P.U. do art. 487: antes dele extinguir o processo com resolução do mérito, ainda que para reconhecer a prescrição e decadência, ele deverá dar oportunidade de manifestação das partes. Fala-se, portanto, no Princípio da Não Surpresa. Esse princípio diz que as partes não podem ser pegas de surpresa da decisão antes que elas sejam intimadas seja dada a oportunidade delas serem ouvidas sobre a circunstância que gerará qualquer tipo de decisão. A hipótese do §1º, art. 332, é uma excepcionalidade ao princípio da não surpresa; então não há necessidade de intimação das partes para se manifestarem no caso de julgamento de improcedência liminar do pedido. Do Princípio da Congruência/Adstrição O juiz está subordinado aos limites da Lide (demanda), não podendo ele julgar extra petita (fora do pedido), ultra petita (acima do pedido) ou citra petita (abaixo do pedido), sob pena de nulidade da sentença. É o que estabelece o art. 492,CPC. O Dano Moral não viola o princípio da congruência, caso o juiz julgue acima ou abaixo do pedido. Dano moral é caráter subjetivo. OBS: Teoria dos Capítulos de Sentença. A sentença poderá ser dividida em capítulos; se temos 10 pedidos, é possível que haja uma sentença de 10 capítulos sobre esses pedidos. Quando se fala em Nulidade da Sentença, é possível que essa nulidade abrange a sentença de forma parcial, ou seja, 2 capítulos de 10. Nesse caso, não vai gerar a nulidade total da sentença; a nulidade irá recair somente sobre o capítulo em fato do vício. É possível, portanto, que haja uma nulidade parcial da sentença em função da divisão de capítulos dela. A sentença pode ser nula ou inexistente. Se uma sentença é declarada inexistente, ela nunca surtiu efeitos legais e jurídicos; afeta o plano de existência do Processo. Se uma sentença é considerada nula, é possível que antes de declarar sua nulidade, ela tem surtido efeitos jurídicos e legais; a desconstituição dela fará com que as partes retomem ao estado anterior das coisas. Afeta, portanto, o plano de validade do processo. Precisamos fazer uma diferenciação entre o plano de Existência e o Plano de Validade do processo; são planos que repercutem na existência do próprio processo. 1. Plano de Existência do Processo Para que o processo exista, é necessário o preenchimento de determinados pressupostos processuais de existência. Qualquer doutrina fala que sob o plano de existência do processo recai a citação válida do réu. Se o juiz prolata uma sentença em que não se tenha a citação válida do réu (não houve a angularização da relação jurídica processual), essa sentença não existe; fala-se aqui em NÃO SENTENÇA. Então quando se fala em vício de citação, teremos um vício no plano de existência do próprio processo. Nesse tipo de situação, a parte se socorre da Ação Declaratória de Inexistência de Sentença. Nesse tipo de ação, teremos efeito ex tunc, ou seja, retroage desde o momento do ato citatório, em que o réu não foi validamente citado. 2. Plano de Validade do Processo Para que o processo seja válido, é necessário o preenchimento de determinados pressupostos processuais de validade. Aqui, o réu foi validamente citado; porém, quando da prolação da sentença, o estado juiz viola o Princípio da Congruência. Ou seja, o juiz foi imparcial porque julgou citra, ultra ou extra petita. Essa imparcialidade do juiz é pressuposto processual de validade do processo. Como o vício está somente na sentença, afetando o plano de validade dela (Princípio da Congruência), é possível promover uma Ação Rescisória para rescindir apenas a decisão. A eficácia, portanto, é ex nunc. CUIDADO: alguns doutrinadores entendem que contra sentença extra petita, cabe a chamada Querela Nullitatis (Ação Declaratória de Inexistência de Sentença), porque se a parte não pediu, o juiz não poderia conceder. Mas o entendimento majoritário é a Ação Rescisória (Art. 966). Supomos que o juiz prolatou uma sentença citra petita. Haviam dois pedidos cumulados; ele julgou um pedido, mas o outro ele simplesmente ignoro; ele foi Omisso. Nessas hipóteses, contra sentença omissa, contraditório ou obscura, cabe a Oposição de Embargos de Declaração (art. 1022, II, CPC). O prazo legal para que a parte se socorra dos Embargos de Declaração é de 5 dias, contados da data da intimação da decisão. Caso a parte não opuser os embargos de declaração em 5 dias, ela ainda poderá interpor o Recurso de Apelação (art. 1009), no prazo de 15 dias. Nessas situações de sentença citra petita, não vai gerar a nulidade total da sentença; ela pode gerar, no máximo, o retorno dos autos do processo ao juízo “a quó”, para que ele supra a omissão. OBS: Inovação – art. 1013, III, CPC. Se a demanda estiver madura, ou seja, se nos autos do processo houver elementos suficientes para que o tribunal supra essa omissão do juiz de 1º grau, ele pode decidir sobre o dano moral. Ou seja, não é mais necessário o retorno dos autos ao órgão de origem (a quó) se a causa estiver madura para decisão perante o órgão de 2º grau (ad quem), na hipótese de Omissão. ELEMENTOS ESSENCIAIS DA SENTENÇA (ART. 489, CPC) A REGRA é que toda sentença deve conter Relatório, Motivação e Dispositivo. EXCEPCIONALMENTE, no Juizado Especial Cível, é dispensado o Relatório na Sentença, na forma do art. 38 da Lei 9099/95. a) Relatório – Inciso I, 489 No relatório da sentença, deve-se conter: Nome das Partes; Identificação do Caso; Suma (Resumo) do Pedido e da Contestação e; Principais Intercorrências Processuais. b) Motivação (Fundamentação) – Inciso II, 489 Temos duas correntes doutrinarias sobre a ausência de motivação em uma decisão judicial. A Primeira entende que a falta de fundamentação da decisão judicial viola o plano de validade do processo. Então é possível anular esse tipo de decisão através da Ação Rescisória, na forma do art. 966 c/c art. 975. Porém, existe um prazo decadencial de 2 anos para promovê-lo, contados do trânsito em julgado da última decisão proferida no processo. A Segunda entende que a falta de fundamentação da decisão judicial viola o Plano de Existência do Processo, e por isso não cabe Ação Rescisória, como entende a primeira corrente; nesse caso, cabe a Ação Declaratória de Inexistência de Sentença (Querela Nullitatis Insanabilis), porque entende-se que decisão sem fundamentação é uma decisão inexistente. Não existe prazo para promove-lo. Quando se fala em Motivação da decisão judicial, temos que lembrar das fontes do Direito, que são a Constituição acima de todos, e logo abaixo as leis infraconstitucionais. Se houver uma omissão legislativa, o estado juiz deverá utilizar o Sistema do Non Liquet, ou seja, suprir essa omissão através de outras fontes do direito ao decidir. Essas fontes poderão ser: da analogia, dos bons costumes, princípios gerais do direito, a doutrina, a jurisprudência e os brocardos jurídicos. Portanto, ao fundamentar sua decisão, o juiz deverá se utilizar de tais fontes do direito; ele realiza a chamada Subsunção, que é o encaixe da norma ao caso concreto. Estudamos também o chamado Silogismo Lógico, algo que é realizado pelo magistrado na fundamentação da decisão. O Silogismo Lógico é composto por 3 partes: Premissa Maior; Premissa Menor e; Conclusão. É a partir do Silogismo que o estado juiz desempenha um raciocínio lógico, realizando a Subsunção. A premissa Maior é a Norma; Premissa Maior é o Fato. E a conclusão é quando o estado juiz relaciona essas duas premissas, e conclui dizendo o direito. E aqui na Motivação, estamos diante do Princípio do Convencimento Motivado (art. 93, IX, CF). Toda decisão judicial deve ser fundamentada. c) Dispositivo – Inciso III, 489 É a última parte da sentença. No Dispositivo da Sentença, o Estado Juiz emite o pronunciamento jurisdicional, podendo o juiz: julgar procedente a demanda; julgar improcedente a demanda ou; julgar parcialmente procedente a demanda. Aqui, estamos falando de uma Sentença Definitiva (Art. 487, I). PARTE SECUNDÁRIA DO DISPOSITIVO DA SENTENÇA a) Juros Esses juros serão de 1% ao mês ou de 12% ao ano. O art. 405 do CC prevê um termo inicial para fins de contagem dos juros moratórios: “Contam-se os juros de mora desde a citação inicial”. b) Correção Monetária Conforme o andamento do processo, a moeda pode se desvalorizar, por isso temos os índices de Correção Monetária; normalmente, utiliza-se o índice do IGPM/FGV. Via de Regra, o termo inicial para fins de incidência da Correção Monetária sobre o valor principal é contado da data do ajuizamento da ação. c) Custas Processuais d) * Condenação em Honorários de SucumbênciaEsse é uma consequência em função da condenação principal. Portanto, comporta um efeito secundário do dispositivo da sentença. e) Tutelas Provisórias Tutela Provisória é um tipo de remédio processual, que visa acautelar os direitos dos sujeitos que buscam o órgão jurisdicional, para que ele não perca esse direito, principalmente em função da demora desse processo. Exemplo: o sujeito pode morrer caso o juiz não conceda uma tutela provisória de concessão a um medicamento. Quando o juiz decide na sentença, ele pode Manter, Modificar ou Revogar uma tutela provisória. f) Multa A multa também compõe a parte secundária da sentença; ela será agregada ao valor principal. Ela poderá ser utilizada, por exemplo, para que o sujeito cumpra com sua obrigação no momento certo, sob pena de multa. g) Hipoteca Judiciária (Art. 495) No CPC/73, só era possível a hipoteca judiciária para os casos de “pagamento de uma prestação em dinheiro ou em coisa”; já no CPC/15 também valerão como hipoteca judiciária as condenações que determinarem a conversão de prestação de fazer ou de não fazer em prestações pecuniárias. No CPC anterior, a hipoteca judiciária não tinha muita eficácia no cotidiano pessoal, porque era necessário o requerimento da parte ao juízo, então o direito acabava se perdendo. Exemplo: houve a sentença condenatória que possibilita o credor o direito de constituir hipoteca judiciária sobre determinado bem do devedor; mas essa inscrição no registro de imóvel dependia de uma autorização judicial. Logo após a sentença, vindo o réu a apelar o autor acabava deixando de apresentar sua requisição para hipoteca ou se apresentado, a pretensão acabava não sendo sequer apreciada. Dessa forma, as alterações trazidas no art. 495, CPC proporcionam alterações significativas para o resultado útil da execução e sua eficácia. Agora, não é mais necessário ao credor requerer que o juiz autorize a constituição da sentença em hipoteca judiciária no registro de imóveis; basta que o credor leve ao registro de imóveis uma cópia da sentença para requerer que seja realizado gravame da hipoteca judiciária na matricula do imóvel. Porém, temos que observar uma ponderação: o credor terá a necessidade de informar ao juízo sobre a realização da hipoteca judiciária no prazo de 15 dias após a sua realização. A Hipoteca Judiciária, portanto, é uma espécie de penhora antecipada do processo, ou seja, logo após a sentença proferida, pode o credor antecipar um ato executivo que é peculiar ao processo de execução (ou cumprimento de sentença), que irá se destinar não só a garantia da satisfação de seu crédito, como também servirá como um mecanismo poderoso para inibir a ocorrência de fraudes por parte do devedor OPORTUNIDADES EM QUE A SENTENÇA PODE SER PROFERIDA (PROLATADA) PELO ESTADO JUIZ 1. Sentença de Indeferimento da Petição Inicial (Terminativa – 485, I, CPC) A Petição Inicial deve preencher determinados requisitos intrínsecos previstos no art. 319. Caso a Petição não esteja em termos, o juiz dará oportunidade para o sujeito emendar essa PI (Art. 321). Caso o sujeito não emende, o juiz irá prolatar uma Sentença de Indeferimento da Petição Inicial; essa sentença será Terminativa, sem resolução do mérito. 2. Art. 332 – Julgamento de Improcedência Liminar do Pedido (Definitiva – 487, I, CPC) Se for verificado que o direito suscitado pela parte autora viola Súmula do STF, Súmula do STJ ou determinadas circunstâncias que já tenham sido objeto de demandas anteriores, o juiz irá prolatar uma Sentença de Julgamento de Improcedência Liminar do pedido, independentemente de citação do réu. Aqui, o processo será extinto sem resolução do mérito; trata-se, portanto, de uma Sentença Definitiva, na forma do art. 487, I. 3. Art. 355, I e II – Sentença de Julgamento Antecipado do Mérito (Réu Revel) A Revelia ocorre quando o réu não apresenta resposta. Mas se a parte autora foi capaz de demonstrar os fatos constitutivos de seu direito, sem a necessidade de produção de outras provas, o juiz poderá aplicar o efeito material da revelia; ou seja, ter como verdadeiro os fatos articulados pelo autor. Aí o juiz irá a julgar antecipadamente o mérito da demanda. Outra hipótese em que o juiz poderá prolatar uma sentença de julgamento antecipado do mérito é quando autor e réu dispensam a produção de outras provas, pois aquelas que foram apresentadas nos autos do processo são suficientes para embasar para o autor os fatos constitutivos de seu direito; e para o réu os fatos modificativos, impeditivos e extintivos em relação à parte autora. *Nesse caso, trata-se de uma Sentença Definitiva. 4. Encerrada a Fase Instrutória Quando o juiz prolata uma sentença após encerrada a fase instrutória, o juiz decide. CONTRA TODAS ESSAS SENTENÇAS, CABE RECURSO DE APELAÇÃO, NA FORMA DOS ARTS. 1002 E 1009, CPC. DA POSSIBILIDADE DE CORREÇÃO DA SENTENÇA VIA DE REGRA, o juiz que prolatar a decisão não pode modificar a sentença após a sua decisão. A sentença forma um título executivo judicial capaz de surtir efeitos legais e jurídicos entre as partes. Portanto, o prolator da decisão, que é o juiz, não pode modificar a sentença e nem se retratar; é irrevogável, irretratável. EXCEPCIONALMENTE, o prolator da decisão poderá modificar ou se retratar da decisão. É o que está previsto no art. 494: Publicada a sentença, o juiz só poderá alterá-la: I - para corrigir-lhe, de ofício ou a requerimento da parte, inexatidões materiais ou erros de cálculo; Há sentenças que contêm erros materiais evidentes – equívocos no nome das partes, erro na indicação de um artigo de lei – ou erros de conta. Esses vícios podem ser corrigidos de ofício ou a requerimento das partes, e a qualquer tempo. II - por meio de embargos de declaração (Art. 494 c/c 1022, CPC). Aqui, é quando a parte opor Embargos de Declaração diante de uma Omissão, Contradição ou Obscuridade da decisão. Então nesse caso, excepcionalmente, o juiz prolator da decisão poderá alterá-la após a sua publicação quando a parte opuser embargos de declaração, na forma do art. 1022, CPC. O prazo para opor os Embargos é de 5 dias contados da data da intimação. DA COISA JULGADA (Arts. 502-506, CPC) De acordo com o art. 502, Coisa julgada é uma qualidade atribuída às decisões de mérito, tornando-as imutáveis e indiscutíveis, não mais sujeitas a recurso. O fenômeno da coisa julgada, que atribui a imputabilidade e a indiscutibilidade das decisões judiciais, não recai sobre qualquer tipo de decisão; recai somente sobre as decisões de mérito. E aqui estamos falando da chamada Coisa Julgada Material, que torna o objeto litigioso imutável, indiscutível, encerrando o conflito de interesses judicializado. QUAIS SÃO AS DECISOES DE MÉRITO? 1. Sentença E aqui um cuidado: não é qualquer sentença; serão somente as Sentenças Definitivas, na forma do art. 487. Resolve o Mérito da demanda: I - acolhendo ou rejeitando pedido; II – quando o juiz reconhecer a prescrição e decadência; III – quando o juiz homologar acordo, renúncia ou reconhecimento do pedido. Nas sentenças definitivas, há uma resolução do conflito. E se a decisão definitiva transita em julgado, automaticamente ela vai fazer a chamada Coisa Julgada Material. Lembrando que Sentenças Terminativas não fazem coisa julgada material. 2. Acórdão Acórdãos são decisões proferidas pelos tribunais (TJ, STJ ou STF). Essas decisões poderão fazer a coisa julgada desde que seja de mérito. OBS: Despacho não transita em julgado, pois não tem natureza decisória. O Despacho apenas visa impulsionar o processo. 3. Decisões Interlocutórias de Mérito – Art. 356, CPC Estudamos as decisões interlocutórias antecipadasdo mérito. A pessoa tem uma cumulação objetiva de 10 pedidos; um dos pedidos resta incontroverso pois, por exemplo, recaiu à revelia. Essa decisão que recai sobre esse 1 pedido não é sentença, pois ainda tem outros 9 pedidos que serão analisados pelo magistrado. Portanto, sentença encerra a fase cognitiva do procedimento comum; decisão interlocutória de mérito não encerra! É uma decisão de mérito, porém interlocutória. Então decisões interlocutórias também podem resolver o mérito, incidentalmente, no curso do processo, antes do encerramento da fase cognitiva do procedimento comum. Lembrando que são apenas as decisões antecipadas de mérito previstas no art. 356. OBS: Tutelas Provisórias, se concedida incidentalmente não curso do processo, não entra nessa modalidade de decisão interlocutória acobertada pela Coisa Julgada. Fundamento da Coisa Julgada (Art. 5º, XXXVI, CF) A Coisa Julgada é uma garantia constitucional; tem caráter de cláusula pétrea. O art. 5º, XXXVI, estabelece que a lei não poderá retroagir para prejudicar a coisa julgada. A Coisa Julgada recairá somente sobre as Decisões Judiciais; não recai sobre Decisões Administrativas. Temos um princípio constitucional e processual que ampara essa afirmativa: é o Princípio da Inafastabilidade e Indeclinabilidade do Controle Jurisdicional, previsto no inciso XXXV do art. 5º. Portanto, somente as decisões judiciais transitam em julgado. Formas de Coisa Julgada A Coisa Julgada é um fenômeno único que comporta 2 formas: 1. Coisa Julgada Material Até agora o que foi dito trata-se de coisa julgada material; está previsto no art. 502, CPC. A Coisa Julgada Material é uma qualidade atribuída à sentença, aos acórdãos e às decisões interlocutórias. E quando se fala de coisa julgada material, fala-se de Mérito. É um fenômeno Extraprocessual. A Coisa Julgada Material torna o objeto litigioso imutável e indiscutível em relação às mesmas partes, mesma causa de pedir e mesmo pedido. Representa dizer que a coisa julgada proporciona segurança jurídica a quem postula em juízo. Relacionar a imutabilidade e indiscutibilidade com LIDE. LIDE é o conflito de interesses judicializado e resolvido pelo estado juiz. A parte buscou essa modalidade de resolução de conflitos, entregando um conflito de interesses a um terceiro imparcial, para que dissesse o direito. 2. Coisa Julgada Formal (Preclusão Máxima) A Coisa Julgada Formal é um fenômeno Endoprocessual, que impede a rediscussão nos mesmos autos do processo de questão já transitada em julgado. Ou seja, representa a impossibilidade de no mesmo processo a matéria já julgada pelo estado juiz ser rediscutida. Se, por exemplo, o juiz prolata uma sentença e as partes não recorrem de tal decisão judicial, o objeto litigioso faz a coisa julgada matéria após o fenômeno do trânsito em julgado; ou seja, resolveu o conflito. E faz também a Coisa Julgada Formal. Representa dizer que ou as partes perderam o prazo recursal, deixando transcorrer em autos; ou porque foram esgotadas todas as vias recursais. No Poder Judiciário, o céu não é o limite; temos 4 instâncias: Primeira Instância: via de regra, o processo começa na primeira instância, ressalvadas as excepcionalidades legais. Caso a parte não fique satisfeita com a decisão prolatada pelo juiz, ela poderá exercer o Duplo Grau de Jurisdição. Segunda Instância: se a parte recorre, ela busca uma segunda opinião do Tribunal de Justiça, órgão de segunda instância. Quando ela recorre, a decisão da primeira instância não transita em julgado. Ainda temos o terceiro e o quarto grau para recorrer. Mas caso a parte queira recorrer a esses graus, deverá ter uma violação de natureza federal ou constitucional. Então o Terceiro Grau é quando há alguma violação à Lei Federal; será analisada pelo STJ. E o quarto grau é quando há alguma violação à Constituição Federal; será analisada pelo STF. Nós temos recursos próprios em relação a cada uma dessas instancias: do primeiro pra segundo grau, recurso de apelação; de segundo para terceiro grau, recurso especial; de terceiro para quarto grau, recurso extraordinário. Após esgotada a quarta instância, a decisão irá transitar em julgado fatalmente, porque foram esgotadas todas as vias recursais; então não será mais possível rediscutir a matéria nos mesmos autos do processo. Extensão da Coisa Julgada 1. Plano Objetivo (Art. 504) Os Elementos Essenciais da Sentença são: Relatório, Fundamentação e Dispositivo. A Coisa Julgada recairá apenas sobre o Dispositivo da decisão. Se, por exemplo, o autor promove uma ação de despejo; a fundamentação da decisão é de que o inquilino desocupe o imóvel do contrato de aluguel. Mas nada impede que futuramente esse autor promova, por exemplo, uma ação de cobrança pautada nesse mesmo contrato, com base nos mesmos fundamentos que ensejaram o acolhimento do pedido de despejo. O que não poderá ser revisto é o próprio despejo, que já foi analisado pelo magistrado e foi acobertado pela coisa julgada em função do dispositivo da sentença. 2. Plano Subjetivo (Art. 506) Subjetivamente falando, a coisa julgada atinge as partes do processo: autor, réu e terceiros intervenientes (denunciado, assistente litisconsorcial, substituto processual). A Decisão Judicial não poderá prejudicar terceiros; não faz coisa julgada para terceiros. Ela abrange apenas aqueles que participaram da relação jurídica processual. Mas poderá beneficiar terceiros. Exemplo: quando há 10 credores, mas apenas 5 fizeram parte da relação jurídica processual. A decisão judicial atingirá os 5 que não fizeram parte da relação jurídica processual.
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