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Contrarrazões Apelação

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Marcelo Michel Portella Janaína Leite Portella
OAB/RS Nº 30.852 OAB/RS Nº 42.649
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EXCELETÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 3° VARA CÍVEL DO FORO DA COMARCA DE PASSO FUNDO - RS
Processo n°. 021/1.13.0017514-3
ANDERSON ACÁCIO PARNOFF FRANCESCHI, já qualificado; e, ARTHUR ALEJANDRO PARNOFF FRANCHESCHI, adolescente, representado por sua genitora INARA ANNES PARNOFF, já qualificados, por seus procuradores abaixo assinados, vêm, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar contrarrazões ao Recurso de Apelação interposto por BANCO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL S.A- BANRISUL, já qualificado, pelos motivos de fato e de direito que passa à expor e requerer:
 		Os Apelados atentos ao teor da Nota de Expediente nº 1667/2017, vêm, tempestivamente, apresentar Contrarrazões ao Recurso de Apelação interposto por BANCO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL S.A- BANRISUL, requerendo seu recebimento e acolhimento das razões para julgar improvido o recurso.
		 	DIANTE DO EXPOSTO, requerem, após cumpridas as formalidades legais, sejam os autos remetidos à apreciação do Egrégio Tribunal Regional Federal da 4ª Região.
Termos em que aguardam deferimento.
Passo Fundo - RS, 05 de fevereiro de 2018.
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
	PROCESSO n°. 021/1.13.0017514-3
APELANTE: BANCO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL- BANRISUL S.A
Adv: Miriam Pasquali Hirsch Machado OAB/RS 42136
APELADADOS: ANDERSON ACÁCIO PARNOFF FRANCESCHI E ARTHUR ALEJANDRO PARNOFF FRANCHESCHI representado por sua genitora INARA ANNES PARNOFF.
Adv.: Marcelo Michel Portella OAB/RS 30.852
Janaina Leite Portella OAB/RS 42.649
ORIGEM: 3° VARA CÍVEL DO FORO DA COMARCA DE PASSO FUNDO - RS
CONTRARRAZÕES DE APELAÇÃO
Colenda Câmara
Eméritos Julgadores
	I – DA DECISÃO RECORRIDA:
A decisão recorrida refere-se a Ação de Cobrança ajuizada pelos Apelados, onde pleiteia o direito a restituição de valores que lhe eram devidos e foram retidos indevidamente pelo Apelante.
	A respeitada sentença proferida pelo Juízo “a quo” não merece ser reformada com relação aos itens questionados pelo Apelante, tendo o Meritíssimo Juiz da 3ª Vara Cível de Passo Fundo – RS, de forma categórica, julgado parcialmente procedente a pretensão dos autores, para condenar o demandado a restituir-lhes os valores indevidamente descontados da conta corrente onde creditada a pensão demissão devida aos demandantes, correspondente a R$ 10.280,80 (dez mil, duzentos e oitenta reais e oitenta centavos), com correção monetária pelo IGP-M desde a data da apropriação indevida e juros moratórios de 1% ao mês a contar da citação.
Restando demonstrada breve síntese do julgamento da lide, passa-se a impugnar as razões de recurso de apelação apresentadas pelo Apelante; bem como, apresentar as contrarrazões, a serem conhecidas e ensejarem o improvimento do recurso interposto.
	
	II – DA SÍNTESE DO RECURSO DE APELAÇÃO:
	O Apelante cinge-se em reiterar alegações já feitas em sede de contestação, alega ilegitimidade da parte autora, alega que restou claro nos autos que o valor, objeto da presente demanda foi creditado na conta corrente do genitor dos apelados, que estava negativa e que o apelante não tinha conhecimento que o valor não poderia ser disponibilizado pelo correntista. 	
	Nestes termos aduz que se alguma ação fosse cabível, deveria ser proposta pelos Apelados em face do pai dos mesmos, termos nos quais requer seja reconhecida ilegitimidade ativa dos Apelados. Ocorre que a referida conta tratava-se de conta salário onde eram depositados os vencimentos do pai dos menores; assim, quando da sua exoneração o valor da pensão demissão de titularidade dos filhos, na época menores de idade foram depositados pelo Estado Do Rio Grande do Sul na conta do representante legal dos menores, que por sua vez tentou inúmeras vezes junto a gerência do Recorrente realizar o resgate dos valores o que não fora viabilizado.
 	Alega o Recorrente que nos autos não restou demonstrado qual foi a conduta culposa do mesmo; aduz assim não estar configurada a conduta danosa ou, culpa e o nexo causal entre a conduta e o resultado lesivo, sob alegação de que não existiu a indevida retenção de crédito, afirmando que na verdade houve apenas a compensação normal de um valor depositado pelo correntista. Postula assim a reforma da sentença proferida pelo juízo “a quo” afirmando caso não seja determinada a reforma, estará configurado o enriquecimento ilícito, sob alegação que os filhos menores evidentemente se beneficiaram do valor que foi depositado na conta do pai, pois dele eram dependentes e agora recebem, através da presente demanda novamente o valor. 
	Nesses termos requer a reforma da sentença de primeiro grau no que se refere as questões abordadas na apelação apresentada pelo Apelante. 
	Esta é a breve síntese do Recurso de Apelação apresentado pelo Apelante, de modo que, passa-se abaixo a apresentar as razões de fato e direito que levaram a parte Apelada a oferecerem contrarrazões, impondo-se o não provimento do recurso interposto.
	III – DAS CONTRARRAZÕES DE APELAÇÃO:
Inicialmente destaca-se como pode se observar da Apelação apresentada pelo Apelante, não existem fundamentos ao reconhecimento da ilegitimidade ativa dos Apelados, ora o Apelante cinge-se em alegar que não praticou ilícito ao reter valores depositados na conta do genitor dos Apelados e que assim os mesmos caso desejassem ingressar com ação deveriam ingressar contra o mesmo, veja-se essas alegações não são fundamentos a ilegitimidade ativa.
 	Ressalta-se restou evidenciado desfundada alegação de ilegitimidade ativa para propositura da presente demanda, esclarecendo que o direito preiteado pelos Recorridos origina-se de pensão demissão qual fazem jus os filhos do Sr. Gerso Franceschini e da Sra. Inara Annes Parnoff, em decorrência da demissão do Sr. Gerson Franceschi, servidor público exonerado. São legitimados os filhos do servidor público exonerado, seus dependentes, que em momento da propositura da presente demanda eram menores, assim assistido por sua genitora Sra. INARA ANNES PARNOFF, representante legal dos mesmos, diante da separação da mesma com o servidor, pai dos Autores. 
 	Trata-se de postulação de direito próprio dos Apelados em decorrência da exoneração do seu genitor, Sr. Gerson Franceschi, cujos valores foram creditados na conta salário do servidor exonerado, conforme resposta da Secretaria da Fazenda do Estado do Rio Grande do Sul - Departamento de Administração Policial (DAP), não sendo repassado aos seus titulares, pelo que improcede a tese de que o direito discutido no presente feito seja do Sr. Gerson Franceschi, pelo que se impõe a improcedência da postulada ilegitimidade ativa.
 	Evidenciado pelo juízo de primeiro grau que justamente porque os Apelados são os beneficiários da pensão e, portanto, proprietários do valor descontado, independentemente deste ter sido creditado na conta corrente do servidor público exonerado. 
 	Nestes termos, não há que se falar em reforma da sentença proferida pelo juízo “a quo” que sabiamente entendeu que os Apelados detêm os demandantes legitimidade para pleitear a restituição do valor relativo à pensão por demissão a que têm direito e que fora descontada da conta corrente de seu genitor para saldar dívidas mantidas por este junto ao banco réu ora Apelante. 
	No que se refere a alegação do Apelante de nos autos não restou demonstrado qual foi a conduta culposa do mesmo aduz assim não está configurada a conduta dano, culpa e nexo causal entre a conduta e o resultado lesivo, sob alegação de que não existiu a indevida retenção de crédito, buscando fazer crer que na verdade houve apenas a compensação normal de um valor depositado pelo correntista.
	Ocorre como bem evidenciado pela sentença “a quo” referida alegaçãonão exime o Apelante do dever de restituir valores apropriados indevidamente, sentido qual cita-se trecho de referida decisão, como segue:
(...)O demandado, por sua vez, alega ter agido no exercício regular de seu direito ao utilizar o valor depositado em conta para saldar o débito, já que a conta estava com saldo negativo, além de aduzir a inexistência de dano moral indenizável.
Entretanto, não calha a justificativa apresentada.
Isso porque, embora o valor tenha sido creditado na conta corrente de titularidade do genitor dos demandantes, o crédito pertencia aos autores, que, na época, eram absolutamente incapazes, pois proveniente do pagamento de pensão por demissão devido aos dependentes do servidor exonerado, conforme prevê o art. 135 da Lei Estadual nº 7.366/80 .
A Secretaria da Fazenda Estadual informa, nos documentos das fls. 63/64, que o pagamento da pensão por demissão foi realizado no mês de julho de 2009, em benefício dos dependentes do ex-servidor, ora autores, nos valores de R$ 562,49 e R$ 9.718,31, creditados na conta corrente nº 3501023600, agência nº 0315, do Banrisul.
Dessa forma, afigura-se indevida a retenção desse crédito pelo banco réu para saldar dívidas contraídas pelo genitor dos autores, pois comprovado que os titulares desse crédito são os demandantes, razão pela qual fazem jus à restituição da quantia percebida e descontada indevidamente pelo demandado, que perfaz a monta de R$ 10.280,80, como comprovam os documentos das fls. 63/64 (R$ 562,49 + R$ 9.718,31). (...) (grifo nosso)
Nesse sentido, destaca-se dos autos, verifica- se que a Secretaria da Fazenda do Estado do Rio Grande do Sul - Departamento de Administração Policial (DAP), apresentou oficio fl. 63 prestando os esclarecimentos requeridos, demonstrando a liberação do pagamento dos valores decorrentes de pensão demissão, por parte da Secretaria, reconhecendo o requerimento da Sra. Inara Annes Parnoff Franceschi na época representante legal dos Apelados dependentes do servidor exonerado, salientando ainda que o Banrisul reconheceu o recebimento do valor.
 	Assim, resta comprovada liberação dos valores, porém que por responsabilidade do banco ora Apelante, não foi destinado a seus titulares, tendo o mesmo agido de forma arbitrária, uma vez que o valor à título da pensão demissão fora depositado na conta do genitor dos Apelados, qual não era titular da quantia, sendo utilizado para quitar dívida que aquele possuía para com o banco (conduta lesiva e sem autorização), impossibilitando que referido valor de direito dos Apelados fosse usufruída pelos mesmos, pelo resta demonstrada a pratica pelo Apelante de conduta culposa do mesmo aduz assim configurada a conduta dano, culpa e nexo causal entre a conduta e o resultado lesivo, pelo que não há que se falar em reforma da sentença “a quo”, visto que recurso apresentado pelo Apelante é desprovido de fundamentos.
 	Desta forma, sendo comprovadas as alegações feitas pelos ora Apelados em sede de inicial, bem como demonstrado o direito dos mesmos, em ter restituídos o valor da pensão demissão que lhe fora concedida, devidamente atualizada monetariamente e com incidência de juros legais, ainda direito a serem indenizados pelos danos morais sofridos em decorrência da pratica arbitraria praticada pelo Banco ora Apelante.
DIANTE DO EXPOSTO, requer sejam recebidas e conhecidas as presentes Contrarrazões ao Recurso de Apelação, para que ao final não seja provido o Recurso de Apelação interposto pela Apelante Banco do Estado do Rio Grande do Sul- Banrisul S.A, por ser medida de JUSTIÇA, mantendo-se inalterada a sentença recorrida.
 		Requer seja mantido o benefício da Assistência Judiciária Gratuita deferido para aos Apelados, visto que conforme documentos acostados não possuem condições financeiras de arcar com as custas e despesas processuais sem prejuízo do seu sustento próprio. Fundamenta-se a possibilidade do deferimento da Assistência Judiciária Gratuita para a Recorrente com a Constituição Federal, artigo 5° LXXIV e com o artigo 98 e seguintes do Código de Processo Civil.
 		Por cautela, requer sejam declarados préquestionados todos os dispositivos legais e constitucionais violados, conforme as razões apresentadas, garantindo acesso a esfera Recursal Especial e Extraordinária.
Termos em que aguarda deferimento.
Passo Fundo – RS, 05 de fevereiro de 2017.
Escritório: Rua Uruguai, 1851 - Centro - CEP: 99.010-112 - Passo Fundo-RS
Fone/Fax: 0.XX.54.3045-6293 E-mail: portella-adv@via-rs.net

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