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CH QAO Português Alexander Perrot A) Idt o sentido de palavras e expressões Significação das Palavras A Carga Semântica nas Expressões Entendemos por semântica, a ciência que estuda o significado das palavras. Quando analisamos algumas expressões (considerando a concepção e bagagem cultural de cada um), percebemos que há palavras que possuem uma semântica muito intensa, ou seja, com várias possibilidades de interpretações. É importante frisar que mesmo elas possuindo semelhança na grafia e nos sons, são divergentes no sentido, deixando a diferenciação ser notada apenas pelo contexto em que elas estão envolvidas. Nesse momento, iremos entender o sentido denotativo e o sentido conotativo de algumas construções. Dizemos que sentido denotativo é a palavra com sentido real e imutável. Podemos afirmar que é a representação mental da palavra tal como está no enunciado. Para exemplificar, pense na palavra “caderno” (folhas de papel sobrepostas) e perceba que tem o mesmo sentido em todo lugar, por isso o sentido denotativo é também universal. Observe também esse exemplo: “Com as minhas mãos exaustas e calejadas, concluirei a construção de minha casa (sinônimo de moradia segura); um quarto com uma cama, uma cozinha e uma sala, assim será o lugar onde descansarei e regozijarei ao findar de um tão árduo dia”. O sentido denotativo remete nossos pensamentos aos sinônimos, que são palavras que mesmo não possuindo grafia idêntica, são semelhantes em seu significado. Já o sentido conotativo é figurativo, metafórico e simbólico que podem sugerir várias interpretações. É frequentemente utilizado para transmitir idéia de depressão, tristeza ou em algumas vezes, até mesmo sentido cômico. Considere essa oração: "Mergulhei em um mar de amargas lágrimas. Lágrimas essas, causadas pela ausência de uma mão amiga que me chame para a superfície segura do amor”. Entre outras expressões, mar de lágrimas, refere-se ao um período de choro intenso. Mas o sentido conotativo não é apenas figurado, esse sentido é de acordo com o contexto que está sendo expresso, leva em consideração a formação individual do receptor, podendo ter ou não aceitabilidade, sendo de ordem abstrata e subjetiva. Ditados populares também são exemplos de conotação: "Santinha de pau oco". Pessoas que possuem boa índole apenas aparentemente, pois antigamente os bandidos utilizavam-se de imagens ocas de santos para esconderem os produtos do furto. "Gato escaldado tem medo de água fria". Refere-se aqueles que sofreram algum agravo e sentem-se sensibilizados pelo ocorrido. "Sem eira nem beira". Ausência de bens ou posses, ou em alguns casos, expressões que não tem sentido lógico. Alguns problemas da língua culta (grafia e uso de palavras e expressões) •Onde/Aonde Onde é um advérbio que remete ao lugar em que se está ou no qual se passa algum fato ou expressa um estado de permanência. Exemplos: Onde você vai votar nessas eleições? Este é o shopping onde comprei minha bolsa. Aonde indica idéia de movimento, de aproximação. Aonde é a junção da preposição a + o advérbio onde e é usada em contraste com donde, o qual dá idéia de afastamento. Exemplos: Aonde você vai? Não sei aonde vou agora: ou ao banco ou à loja. • Mas/Mais Mas é uma conjunção adversativa e indica oposição, equivalendo à “porém”, “contudo”, “entretanto”, “no entanto”. Exemplos: Ele foi à aula, mas o professor faltou. Nós precisamos da tua ajuda, mas se for de boa vontade. Mais é um advérbio de intensidade, mas também é utilizado para indicar idéia de adição ou de acréscimo. É oposição de menos. Exemplos: Ele sempre foi o mais organizado da turma. Ele é muito bondoso, mas faria ainda mais por você! • Mal/Mau Mal é um advérbio ou substantivo, depende da posição na oração. Quando como advérbio tem significado semelhante a “de modo errado”, “irregularmente” e como substantivo é o oposto de bem e significa “prejudicial”: Exemplos: Hoje o Joãozinho se comportou mal com a professora. Não fume, pois faz mal. Mau é adjetivo e tem o mesmo sentido de “ruim”, “maldoso”, “de má índole”. Possui o feminino má. Exemplos: Por que a professora foi tão má conosco? João é um mau arquiteto. • Demais/ De mais Demais pode ser advérbio de intensidade ou pronome indefinido. Quando exerce função de advérbio significa “muito” e quando exerce função de pronome indefinido tem sentido de “os outros”, “os restantes”: Exemplos: As meninas sabem demais. (advérbio de intensidade) Vocês podem ir, os demais ficam para conversarmos. (pronome indefinido) De mais é uma locução prepositiva. É o oposto de “de menos”. É empregado sempre ao lado de substantivos ou pronomes substantivos: Exemplos: Eles não fizeram nada de mais. A poupança que fizeram não rendeu de mais. • Senão/ Se não Senão é o mesmo que “caso contrário” ou “a não ser”. Exemplos: Vamos terminar nosso trabalho, senão deveremos fazê-lo em dobro amanhã. Não fazia mais nada senão estudar e estudar. Se não aparece em orações condicionais e equivale a “caso não”: Exemplos: Se não terminarmos nosso trabalho hoje, não teremos tempo amanhã. Se não procurarmos nos acalmar, não conseguiremos pensar no que fazer. Inferir o sentido de uma palavra ou expressão O PAVÃO E considerei a glória de um pavão ostentando o esplendor de suas cores; é um luxo imperial. Mas andei lendo livros, e descobri que aquelas cores todas não existem na pena do pavão. Não há pigmentos. O que há são minúsculas bolhas d’água em que a luz se fragmenta, como em um prisma. O pavão é um arco-íris de plumas. Eu considerei que este é o luxo do grande artista, atingir o máximo de matizes com o mínimo de elementos. De água e luz ele faz seu esplendor; seu grande mistério é a simplicidade. Considerei, por fim, que assim é o amor, oh! minha amada; de tudo que ele suscita e esplende e estremece e delira em mim existem apenas meus olhos recebendo a luz de teu olhar. Ele me cobre de glórias e me faz magnífico. (BRAGA, Rubem. Ai de ti, Copacabana. Rio de Janeiro: Record, 1996, p. 120) No 2º parágrafo do texto, a expressão ATINGIR O MÁXIMO DE MATIZES significa o artista: (A) fazer refletir, nas penas do pavão, as cores do arco-íris. (B) conseguir o maior número de tonalidades. (C) fazer com que o pavão ostente suas cores. (D) fragmentar a luz nas bolhas d’água. B) Interpretar o sentido de frases e parágrafos A construção textual deve ser a construção de um todo compreensível aos olhos do leitor. A coerência textual é o instrumento que o autor vai usar para conseguir encaixar as “peças” do texto e dar um sentido completo a ele. Cada palavra tem seu sentido individual, quando elas se relacionam elas montam um outro sentido. O mesmo raciocínio vale para as frases, os parágrafos e até os textos. Cada um desses elementos tem um sentido individual e um tipo de relacionamento com os demais. Caso estas relações sejam feitas da maneira correta, obtemos uma mensagem, um conteúdo semântico compreensível. O texto é escrito com uma intencionalidade, de modo que ele tem uma repercussão sobre o leitor, muitas vezes proposital. Em uma redação, para que a coerência ocorra, as idéias devem se completar. Uma deve ser a continuação da outra. Caso não ocorra uma concatenação de idéias entre as frases, elas acabarão por se contradizerem ou por quebrarem uma linha de raciocínio. Quandoisso acontece, dizemos que houve um quebra de coerência textual. A coerência é um resultado da não contradição entre as partes do texto e do texto com relação ao mundo. Ela é também auxiliada pela coesão textual, isto é, a compreensão de um texto é melhor capturada com o auxílio de conectivos, preposições, etc. Vejamos alguns exemplos de falta de coerência textual: “No verão passado, quando estivemos na capital do Ceará Fortaleza, não pudemos aproveitar a praia, pois o frio era tanto que chegou a nevar” “Estão derrubando muitas árvores e por isso a floresta consegue sobreviver.” “Todo mundo viu o mico-leão, mas eu não ouvi o sabiá cantar” “Todo mundo destrói a natureza menos todo mundo” “Podemos notar claramente que a falta de recursos para a escola pública é um problema no país. O governo prometeu e cumpriu: trouxe várias melhorias na educação e fez com que os alunos que estavam fora da escola voltassem a frequentá-la. Isso trouxe várias melhoras para o país.” A falta de coerência em um texto é facilmente detectada por um falante da língua, mas não é tão simples notá-la quando é você quem escreve. A coerência é a correspondência entre as idéias do texto de forma lógica. Quando o entendimento de determinado texto é comprometido, imediatamente alguém pode afirmar que ele está incoerente. Na maioria das vezes esta pessoa está certa ao fazer esta afirmação, mas não podemos achar que as dificuldades de organização das idéias se resumem à coerência ou a coesão. É certo que elas facilitam bastante esse processo, mas não são suficientes para resolver todos os problemas. O que nos resta é nos atualizarmos constantemente para podermos ter um maior domínio do processo de produção textual. C) Interpretar relações: fato/causa... INDICAÇÃO DE CIRCUNSTÂNCIAS - RELAÇÕES DE SENTIDO - ÁREA SEMÂNTICA Chama-se circunstância a condição particular que acompanha um fato. Um grupo de palavras pertence a mesma área semântica, quando elas, num determinado contexto, têm em comum um traço semântico que as aproxime. Vou relacionar a área semântica de algumas circunstâncias, como de causa, consequência, fim, conclusão, já que essa área, através das relações de sentido, é bastante cobrada nos concursos e nas provas discursivas. Circunstância de CAUSA O processo mais comum de expressarmos as circunstâncias de causa é nos servirmos de conjunções adverbiais ou palavras que significam causa: •substantivos: motivo, razão, explicação, fundamento, desculpa e outros. •conjunções (e locuções): porque, visto que, pois, por isso que, já que, uma vez que, porquanto, na medida em que, como, etc. •Preposições (e locuções): por, por causa de, em vista de, em virtude de, devida a, em consequência de, por motivo de, por razões de, à mingua de, por falta de, etc. “Circunstância” de CONSEQUÊNCIA, FIM, CONCLUSÃO Se o fato determinante de outro é a sua causa, esse outro é a sua consequência. A consequência desejada é o fim (propósito, obstáculo). Verifiquem os exemplos seguintes: •Causa: Os motoristas fizeram greve porque desejavam aumento de salário. •Fim: Os motoristas fizeram greve para conseguir aumento de salário. •Consequência: Os motoristas fizeram tantas greves que conseguiram aumento de salário. Atenção: Em sentido inverso, partindo-se da consequência, chega-se à causa. Causa: Os motoristas conseguiram aumento de salário, porque fizeram greve. “Vocabulário semântico” de CONSEQUÊNCIA, FIM, CONCLUSÃO •FIM, PROPÓSITO, INTENÇÃO •substantivos: projeto, objetivo, finalidade, meta, pretensão, etc. •partículas e locuções: com o propósito de, com a intenção de, com o fito de, com o intuito de, de propósito, intencionalmente - além das preposições para, a fim de, e as conjunções afim de que, para que. •CONSEQuÊNCIA, RESULTADO, CONCLUSÃO •substantivos: efeito, sequência, produto, decorrência, fruto, reflexo, desfecho, desenlace, etc. •partículas e locuções: pois, por isso, por consequência, consequentemente, logo, então, por causa disso, em virtude disso, devido a isso, em vista disso, visto isso, à conta disso, como resultado, em conclusão, em suma, em resumo, enfim (GEFAZ - MG - 2005) Com base no texto abaixo. Para reduzir a distância do fosso que separa ricos e pobres tanto na capital quanto no país será preciso anos e anos de crescimento contínuo da economia e um amplo programa de educação e de geração de empregos nas periferias das grandes cidades. Se isso não acontecer, a tendência é de as diferenças sociais agravarem ainda mais a violência que já assola o país. Mas não adianta só crescimento econômico se as taxas de juros não caírem. É que a riqueza decorre da transferência de renda dos mais pobres, que pagam juros quando tomam empréstimo ou compram a prazo, para os mais ricos, que têm dinheiro de sobra para aplicar no mercado financeiro. (Juro piora desigualdade. Correio Braziliense, 27 de março de 2005, com adaptações) Assinale a relação de causa e consequência que encontra fundamento na argumentação do texto. a) CAUSA - crescimento contínuo da economia pela aplicação de sobra de dinheiro. CONSEQuÊNCIA - geração de empregos nas periferias das grandes cidades. b) CAUSA - crescimento contínuo da economia, programa de educação e geração de emprego nas periferias das grandes cidades. CONSEQuÊNCIA - redução do fosso que separa ricos e pobres. c) CAUSA - violência na periferia das grandes cidades. CONSEQuÊNCIA - agravamento das diferenças sociais econômicas. d) CAUSA - crescimento econômico. CONSEQuÊNCIA - queda das taxas de juros. e) CAUSA - transferência de renda dos mais pobres, que pagam juros pelas compras a prazo para os mais ricos. CONSEQuÊNCIA - sobra de dinheiro, com aumento de juros para as aplicações no mercado financeiro. D) Idt estrutura de texto dissertativo argumentativo Estrutura de um texto DISSERTATIVO ARGUMENTATIVO INTRODUÇÃO Constitui o parágrafo inicial do texto e deve ter, em média, 5 linhas. É composta por uma sinopse do assunto a ser tratado no texto. Não se pode, entretanto, começar as explicações antes do tempo. Todas as idéias devem ser apresentadas de forma sintética, pois é no desenvolvimento que serão detalhadas. A construção da introdução pode ser feita de várias maneiras: Constatação do problema Ex.: O aumento progressivo dos índices de violência nos grandes centros urbanos está promovendo uma mobilização político-social. Delimitação do assunto Ex.: A cidade do Rio de Janeiro, um dos núcleos urbanos mais atrativos turisticamente no Brasil, aparece nos meios de comunicação também como foco de violência urbana. Definição do tema Ex.: Como um dos mais problemáticos fenômenos sociais, a violência está mobilizando não só o governo brasileiro, mas também toda a população num esforço para sua erradicação. Na construção da introdução, a utilização de um dos métodos apresentados não seria suficiente. Deve-se, num segundo período, lançar as idéias a serem explicitadas no desenvolvimento. Para tanto pode-se levantar 3 argumentos, causas e consequências, prós e contras. Lembre-se de que as explicações e respectivas fundamentações de cada uma dessas idéias cabem somente ao desenvolvimento. Observe alguns exemplos: · A televisão - Se por um lado esse popular veículo de comunicação pode influenciar o espectador, também se constitui num excelente divulgador de informações com potencial até mesmo pedagógico. (as três idéias: manipulador de opiniões, divulgador de informações e instrumento educacional.) · Escassezde energia elétrica - Destacam-se como fatores preponderantes para esse processo o aumento populacional e a má distribuição de energia que podem acarretar novo racionamento. (as três idéias: crescimento da população e da demanda de energia, problemas com distribuição da energia gerada no Brasil e a consequência do racionamento do uso de energia) · A juventude e a violência - Pode-se associar esse crescimento da violência com o número de jovens envolvidos com drogas e sem orientações familiares, o que gera preconceito em relação a praticantes de esportes de luta e “funkeiros” DESENVOLVIMENTO Esta segunda parte de uma redação, também chamada de argumentação, representa o corpo do texto. Aqui serão desenvolvidas as idéias propostas na introdução. É o momento em que se defende o ponto de vista acerca do tema proposto. Deve-se atentar para não deixar de abordar nenhum item proposto na introdução. Pode estar dividido em 2 ou 3 parágrafos e corresponde a umas 20 linhas, aproximadamente. A abordagem depende da técnica definida na introdução: 3 argumentos, causas e consequências ou prós e contras. O conceito de argumento é importante, pois ele é a base da dissertação. Causa, consequência, pró, contra são todos tipos de argumentos; logo pode-se apresentar 3 causas, por exemplo, num texto. A reflexão sobre o tema proposto não pode ser superficial, para aprofundar essa abordagem buscam-se sempre os porquês. De modo prático o procedimento é: - Levantar os argumentos referentes ao tema proposto. - Fazer a pergunta por quê? a cada um deles, relacionando-o diretamente ao tema e à sociedade brasileira atual. A distribuição da argumentação em parágrafos depende, também, da técnica adotada: · 3 argumentos - um parágrafo explica cada um dos argumentos · causas e consequências - podem estar distribuídas em 2 ou 3 parágrafos. Ou agrupam-se causas e consequências, constituindo 2 parágrafos; ou associa-se uma causa a uma consequência e com cada grupo constroem-se 2 ou 3 parágrafos. · prós e contras - são as mesmas opções da técnica de causas e consequências, substituídas por prós e contras. · abordagem histórica - compara-se o antes e o hoje, elucidando os motivos e consequências dessas transformações. Cuidado com dados como datas, nomes etc. de que não se tenha certeza. · abordagem comparativa - usam-se duas idéias centrais para serem relacionadas no decorrer do texto. A relação destacada pode ser de identificação, de comparação ou as duas ao mesmo tempo. É muito importante manter uma abordagem mais ampla, mostrar os dois lados da questão. O texto esquematizado previamente reflete organização e técnica, valorizando bastante a redação. Logo, um texto equilibrado tem mais chances de receber melhores conceitos dos avaliadores, por demonstrar que o candidato se empenhou para construí-lo. Recurso adicional - para elucidar uma idéia e demonstrar atualização, pode- se apresentar de forma bastante objetiva e breve um exemplo relacionado ao assunto. - Encontre uma causa e uma consequência relacionados à proposição abaixo e construa um parágrafo para cada argumento: · O Brasil tem enfrentado graves problemas na área de saúde e previdência públicas · A campanha contra a miséria e a fome está mobilizando toda a nação - Indique três causas das proposições a seguir e justifique cada uma através de uma frase: · Precariedade do sistema de transportes · Alto índice de mortalidade infantil · Congestionamento nas grandes cidades - Aponte três consequências para os temas abaixo e construa um parágrafo fundamentando cada uma. · Baixo índice de mão-de-obra especializada · Falta de investimento em tecnologia · Uso de agrotóxicos - Levante um argumento favorável e um desfavorável para a proposição a seguir. Construa um parágrafo envolvendo suas idéias. · As greves dos trabalhadores em relação à sociedade e à nação. CONCLUSÃO Representa o fecho do texto e vai gerar a impressão final do avaliador. Deve conter, assim como a introdução, em torno de 5 linhas. Pode-se fazer uma reafirmação do tema e dar-lhe um fecho ou apresentar possíveis soluções para o problema apresentado. Apesar de ser um parecer pessoal, jamais se inclua. Evite começar com palavras e expressões como: concluindo, para finalizar, conclui-se que, enfim... E) Idt e analisar a sucessão cronológica dos fatos QUESTÃO DE SIMULADO: 15) Naquele exato momento, sentiu o peso da responsabilidade. Sabia que o pai o chamara para aquela conversa com a intenção de saber dele o que pretendia fazer da vida, passados os primeiros dias de euforia pela conclusão do curso. Feita a pergunta, de modo claro e objetivo, só conseguiu responder que começaria o mais breve possível a ladainha das entrevistas que tinha marcado nas clínicas que visitara há meses. Os verbos que indicam corretamente a sucessão cronológica dos fatos narrados são, nessa ordem: a) sabia – sentiu – chamara b) pretendia – sentiu – sabia c) tinha marcado – sentiu – visitara d) chamara – sentiu – começaria e) conseguiu responder – sentiu – tinha marcado FRASE NA ORDEM CORRETA: Sabia que o pai o chamara para aquela conversa com a intenção de saber dele o que pretendia fazer da vida, passados os primeiros dias de euforia pela conclusão do curso. Naquele exato momento, sentiu o peso da responsabilidade. Feita a pergunta, de modo claro e objetivo, só conseguiu responder que começaria o mais breve possível a ladainha das entrevistas que tinha marcado nas clínicas que visitara há meses. F) Idt o emprego de substantivos, artigos ... A Primeira gramática do Ocidente foi de autoria de Dionísio de Trácia, que identificava oito partes do discurso: nome, verbo, particípio, artigo, preposição, advérbio e conjunção. Atualmente são reconhecidas 10 classes gramaticais pela maioria dos gramáticos: substantivo, adjetivo, advérbio, verbo, conjunção, interjeição, preposição, artigo, numeral e pronome. Como podemos observar, houve alterações ao longo do tempo quanto às classes de palavras. Isso acontece porque a nossa língua é viva, e portanto vem sendo alterada pelos seus falantes o tempo todo, ou seja, nós somos os responsáveis por estas mudanças que já ocorreram e pelas que ainda vão ocorrer. Classificar uma palavra não é fácil, mas atualmente todas as palavras da língua portuguesa estão incluídas dentro de uma das dez classes gramaticais dependendo das suas características. A parte da gramática que estuda as classes de palavras é a MORFOLOGIA (morfo = forma, logia = estudo), ou seja, o estudo da forma. Na morfologia, portanto, não estudamos as relações entre as palavras, o contexto em que são empregadas, ou outros fatores que podem influenciá-la, mas somente a forma da palavra. Há discordância entre os gramáticos quanto a algumas definições ou características das classes gramaticais, mas podemos destacar as principais características de cada classe de palavras: SUBSTANTIVO – é dita a classe que dá nome aos seres, mas não nomeia somente seres, como também sentimentos, estados de espírito, sensações, conceitos filosóficos ou políticos, etc. Exemplo: Democracia, Andréia, Deus, cadeira, amor, sabor, carinho, etc. ARTIGO – classe que abriga palavras que servem para determinar ou indeterminar os substantivos, antecedendo-os. Exemplo: o, a, os, as, um, uma, uns, umas. ADJETIVO – classe das características, qualidades. Os adjetivos servem para dar característicasaos substantivos. Exemplo: querido, limpo, horroroso, quente, sábio, triste, amarelo, etc. PRONOME – Palavra que pode acompanhar ou substituir um nome (substantivo) e que determina a pessoa do discurso. Exemplo: eu, nossa, aquilo, esta, nós, mim, te, eles, etc. VERBO – palavras que expressam ações ou estados, se encontram nesta classe gramatical. Exemplo: fazer, ser, andar, partir, impor, etc. ADVÉRBIO – palavras que se associam a verbos, adjetivos ou outros advérbios, modificando-os. Exemplo: não, muito, constantemente, sempre, etc. NUMERAL – como o nome diz, expressam quantidades, frações, múltiplos, ordem. Exemplo: primeiro, vinte, metade, triplo, etc. PREPOSIÇÃO – Servem para ligar uma palavra à outra, estabelecendo relações entre elas. Exemplo: em, de, para, por, etc. CONJUNÇÃO – São palavras que ligam orações, estabelecendo entre elas relações de coordenação ou subordinação. Exemplo: porém, e, contudo, portanto, mas, que, etc. INTERJEIÇÃO – Contesta-se que esta seja uma classe gramatical como as demais, pois algumas de suas palavras podem ter valor de uma frase. Mesmo assim, podemos definir as interjeições como palavras ou expressões que evocam emoções, estados de espírito. Exemplo: Nossa! Ave Maria! Uau! Que pena! Oh! G) Idt os níveis morfológico e semântico Em linguística, Morfologia é o estudo da estrutura, da formação e da classificação das palavras. A peculiaridade da morfologia é estudar as palavras olhando para elas isoladamente e não dentro da sua participação na frase ou período. A morfologia está agrupada em dez classes, denominadas classes de palavras ou classes gramaticais. São elas: Substantivo, Artigo, Adjetivo, Numeral, Pronome, Verbo, Advérbio, Preposição, Conjunção e Interjeição. ÍNDICE ESTRUTURA E FORMAÇÃO DAS PALAVRAS Estrutura das Palavras Raiz Desinência Formação das Palavras Derivação Regressiva Composição Prefixos Sufixos Sufixos Formadores de Palavras Radicais Gregos Radicais Latinos SUBSTANTIVO Substantivo Comum Substantivo Abstrato Substantivo e seus coletivos Formação dos Substantivos Flexão dos Substantivos Substantivo Uniforme Substantivo Comum de 2 Gêneros Substantivo de Gênero Incerto Número de Substantivo Plural dos Substantivos Compostos Plural das Palavras Substantivadas Grau do Substantivo ARTIGO ADJETIVO Adjetivo Pátrio Locução Adjetiva Flexão dos Adjetivos Adjetivo Composto Grau Superlativo NUMERAL Numeral Multiplicativo PRONOME Pronomes Pessoais Pronome Oblíquo Átono Pronome Oblíquo Tônico Pronome de Tratamento Pronomes Possessivos Pronomes Demonstrativos Obs. sobre Pronomes Pronomes Indefinidos Pronomes Relativos Pronomes Interrogativos ADVÉRBIO Classificação dos Advérbios Advérbios Interrogativos Palavras e Locuções Denotativas PREPOSIÇÃO Classificação das Preposições Locução Prepositiva Principais Relações estabelecidas pelas Preposições VERBO Classificação dos Verbos Verbos Unipessoais Verbo Ser – Formas Nominais Verbo Ter – Modo Indicativo Modos de Verbo Tempos Verbais Tempos do Subjuntivo Tempos Primitivos Tempos Derivados do Pretérito Perfeito do Indicativo Futuro do Subjuntivo Futuro do Pretérito do Indicativo Aspecto Verbal Emprego do Infinitivo Impessoal e Pessoal Vozes do Verbo Voz Passiva Sintética Pronúncia correta de alguns Verbos CONJUNÇÃO Conjunções Coordenativas Conjunções Subordinativas INTERJEIÇÃO Locuções Interjetivas Em linguística, Semântica estuda o significado e a interpretação do significado de uma palavra, de um signo, de uma frase ou de uma expressão em um determinado contexto. Nesse campo de estudo se analisa, também, as mudanças de sentido que ocorrem nas formas linguísticas devido a alguns fatores, tais como tempo e espaço geográfico. LINGUAGEM Tipos de Linguagem Língua Língua Falada Língua Escrita Fala / Signo SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS Sinônimos, Antônimos, Polissemia Homônimos – Homônimos Perfeitos Parônimos Morfossintaxe do Adjetivo: O adjetivo exerce sempre funções sintáticas relativas aos substantivos, atuando como adjunto adnominal ou como predicativo (do sujeito ou do objeto). LOCUÇÃO ADJETIVA Locução = reunião de palavras. Sempre que são necessárias duas ou mais palavras para contar a mesma coisa, tem-se locução. Às vezes, uma preposição + substantivo tem o mesmo valor de um adjetivo: é a Locução Adjetiva (expressão que equivale a um adjetivo.) Por exemplo: aves da noite (aves noturnas), paixão sem freio (paixão desenfreada). - SUPERLATIVO ABSOLUTO: ocorre quando a qualidade de um ser é intensificada, sem relação com outros seres. Apresenta-se nas formas: Analítica: a intensificação se faz com o auxílio de palavras que dão ideia de intensidade (advérbios). O secretário é muito inteligente. Sintética: a intensificação se faz por meio do acréscimo de sufixos. O secretário é inteligentíssimo. - SUPERLATIVO RELATIVO: ocorre quando a qualidade de um ser é intensificada em relação a um conjunto de seres. Essa relação pode ser: De Superioridade: Clara é a mais bela da sala. De Inferioridade: Clara é a menos bela da sala. GRAU DOS ADJETIVOS COMPARATIVO (IGUALDADE, SUPERIORIDADE , INFERIORIDADE) SUPERLATIVO (ABSOLUTO, RELATIVO) - COMPARATIVO: pode ser de igualdade, de superioridade ou de inferioridade. 1) Sou tão alto como você. Comparativo De Igualdade 2) Sou mais alto (do) que você. Comparativo De Superioridade Analítico 3) O Sol é maior (do) que a Terra. Comparativo De Superioridade Sintético Pedro é maior (do) que Paulo - Comparação de dois elementos Pedro é mais grande que pequeno - comparação de duas qualidades de um mesmo elemento 4) Sou menos alto (do) que você. Comparativo De Inferioridade Sou menos passivo (do) que tolerante. Advérbio é uma palavra invariável que modifica o sentido do verbo, do adjetivo e do próprio advérbio. Às vezes, um advérbio pode se referir a uma oração inteira; nessa situação, normalmente transmitem a avaliação de quem fala ou escreve sobre o conteúdo da oração. Por exemplo: As providências tomadas foram infrutíferas, lamentavelmente. Quando modifica um verbo, o advérbio pode acrescentar várias ideias, tais como: Tempo: Ela chegou tarde. Lugar: Ele mora aqui. Modo: Eles agiram mal. Negação: Ela não saiu de casa. Dúvida: Talvez ele volte. Observações: - Os advérbios que se relacionam ao verbo são palavras que expressam circunstâncias do processo verbal, podendo assim, ser classificados como determinantes. Preposição é a palavra que estabelece uma relação entre dois ou mais termos da oração. Essa relação é do tipo subordinativa, ou seja, entre os elementos ligados pela preposição não há sentido dissociado, separado, individualizado; ao contrário, o sentido da expressão é dependente da união de todos os elementos que a preposição vincula. Exemplos: Os amigos de João estranharam o seu modo de vestir. amigos de João / modo de vestir: elementos ligados por preposição de: preposição Ela esperou com entusiasmo aquele breve passeio. esperou com entusiasmo: elementos ligados por preposição com: preposição Esse tipo de relação é considerada umaconexão, em que os conectivos cumprem a função de ligar elementos. A preposição é um desses conectivos e se presta a ligar palavras entre si num processo de subordinação denominado regência. Diz-se regência devido ao fato de que, na relação estabelecida pelas preposições, o primeiro elemento – chamado antecedente – é o termo que rege, que impõe um regime; o segundo elemento, por sua vez – chamado consequente – é o termo regido, aquele que cumpre o regime estabelecido pelo antecedente. Exemplos: A hora das refeições é sagrada. As preposições podem introduzir: a) Complementos Verbais Eu obedeço "aos meus pais". b) Complementos Nominais Continuo obediente "aos meus pais". c) Locuções Adjetivas É uma pessoa "de valor". d) Locuções Adverbiais Tive de agir "com cautela". e) Orações Reduzidas "Ao chegar", comentou sobre o fato ocorrido. Conjunção é a palavra invariável que liga duas orações ou dois termos semelhantes de uma mesma oração. Além da preposição, há outra palavra que, na frase, é usada como elemento de ligação: a conjunção. Por exemplo: A menina segurou a boneca e mostrou quando viu as amiguinhas. Deste exemplo podem ser retiradas três informações: segurou a boneca a menina mostrou viu as amiguinhas Cada informação está estruturada em torno de um verbo: segurou, mostrou, viu. Assim, há nessa frase três orações: 1ª oração: A menina segurou a boneca 2ª oração: e mostrou 3ª oração: quando viu as amiguinhas. A segunda oração liga-se à primeira por meio do "e", e a terceira oração liga-se à segunda por meio do "quando". As palavras "e" e "quando" ligam, portanto, orações. Classificação da Conjunção De acordo com o tipo de relação que estabelecem, as conjunções podem ser classificadas em coordenativas e subordinativas. No primeiro caso, os elementos ligados pela conjunção podem ser isolados um do outro. Esse isolamento, no entanto, não acarreta perda da unidade de sentido que cada um dos elementos possui. Já no segundo caso, cada um dos elementos ligados pela conjunção depende da existência do outro. CONJUNÇÕES COORDENATIVAS São aquelas que ligam orações de sentido completo e independente ou termos da oração que têm a mesma função gramatical. Subdividem-se em: 1) Aditivas: ligam orações ou palavras, expressando ideia de acrescentamento ou adição. São elas: e, nem (= e não), não só... mas também, não só...como também, bem como, não só...mas ainda . A sua pesquisa é clara e objetiva. Ela não só dirigiu a pesquisa como também escreveu o relatório. 2) Adversativas: ligam duas orações ou palavras, expressando ideia de contraste ou compensação. São elas: mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, não obstante. Tentei chegar mais cedo, porém não consegui. 3) Alternativas: ligam orações ou palavras, expressando ideia de alternância ou escolha, indicando fatos que se realizam separadamente. São elas: ou, ou...ou, ora, já...já, quer...quer, seja...seja, talvez...talvez. Ou escolho agora, ou fico sem presente de aniversário. 4) Conclusivas: ligam a oração anterior a uma oração que expressa ideia de conclusão ou consequência. São elas: logo, pois (depois do verbo), portanto, por conseguinte, por isso, assim. Marta estava bem preparada para o teste, portanto não ficou nervosa. 5) Explicativas: ligam a oração anterior a uma oração que a explica, que justifica a ideia nela contida. São elas: que, porque, pois (antes do verbo) , porquanto. Não demore, que o filme já vai começar. CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS São aquelas que ligam duas orações, sendo uma delas dependente da outra. A oração dependente, introduzida pelas conjunções subordinativas, recebe o nome de oração subordinada. O baile já tinha começado quando ela chegou. O baile já tinha começado: oração principal quando: conjunção subordinativa ela chegou: oração subordinada As conjunções subordinativas subdividem-se em integrantes e adverbiais: 1. Integrantes Indicam que a oração subordinada por elas introduzida completa ou integra o sentido da principal. Introduzem orações que equivalem a substantivos. São elas: que, se. Espero que você volte. (Espero sua volta.) Não sei se ele voltará. (Não sei da sua volta.) 2. Adverbiais Indicam que a oração subordinada por elas introduzida exerce a função de adjunto adverbial da principal. De acordo com a circunstância que expressam, classificam-se em: a) Causais: introduzem uma oração que é causa da ocorrência da oração principal. São elas: porque, que, como (= porque, no início da frase), pois que, visto que, uma vez que, porquanto, já que, desde que, etc. Ele não fez a pesquisa porque não dispunha de meios. Como não se interessa por arte, desistiu do curso. b) Concessivas: introduzem uma oração que expressa ideia contrária à da principal, sem, no entanto, impedir sua realização. São elas: embora, ainda que, apesar de que, se bem que, mesmo que, por mais que, posto que, conquanto, etc. Embora fosse tarde, fomos visitá-lo. Eu não desistirei desse plano mesmo que todos me abandonem. c) Condicionais: introduzem uma oração que indica a hipótese ou a condição para ocorrência da principal. São elas: se, caso, contanto que, salvo se, a não ser que, desde que, a menos que, sem que, etc. Se precisar de minha ajuda, telefone-me. Não irei ao escritório hoje, a não ser que haja algum negócio muito urgente. d) Conformativas: introduzem uma oração em que se exprime a conformidade de um fato com outro. São elas: conforme, como (= conforme), segundo, consoante, etc. O passeio ocorreu como havíamos planejado. Arrume a exposição segundo as ordens do professor. e) Finais: introduzem uma oração que expressa a finalidade ou o objetivo com que se realiza a principal. São elas: para que, a fim de que, que, porque (= para que), que, etc. Toque o sinal para que todos entrem no salão. Aproxime-se a fim de que possamos vê-lo melhor. f) Proporcionais: introduzem uma oração que expressa um fato relacionado proporcionalmente à ocorrência da principal. São elas: à medida que, à proporção que, ao passo que e as combinações quanto mais...(mais), quanto menos...(menos), quanto menos ...(mais), quanto menos...(menos), etc. O preço fica mais caro à medida que os produtos escasseiam. Quanto mais reclamava menos atenção recebia. Obs.: são incorretas as locuções proporcionais à medida em que, na medida que e na medida em que. g) Temporais: introduzem uma oração que acrescenta uma circunstância de tempo ao fato expresso na oração principal. São elas:quando, enquanto, antes que, depois que, logo que, todas as vezes que, desde que, sempre que, assim que, agora que, mal (= assim que), etc. A briga começou assim que saímos da festa. A cidade ficou mais triste depois que ele partiu. h) Comparativas: introduzem uma oração que expressa ideia de comparação com referência à oração principal. São elas: como, assim como, tal como, como se, (tão)...como, tanto como, tanto quanto, do que, quanto, tal, qual, tal qual, que nem, que(combinado com menos ou mais), etc. O jogo de hoje será mais difícil que o de ontem. Ele é preguiçoso tal como o irmão. i) Consecutivas: introduzem uma oração que expressa a consequência da principal. São elas: de sorte que, de modo que, sem que (= que não), de forma que, de jeito que, que (tendo como antecedente na oração principal uma palavra como tal, tão, cada, tanto, tamanho), etc. Estudou tanto durante a noite que dormiu na hora do exame. A dor era tanta que a moça desmaiou. LocuçãoConjuntiva Recebem o nome de locução conjuntiva os conjuntos de palavras que atuam como conjunção. Essas locuções geralmente terminam em "que". - visto que - desde que - ainda que - por mais que - à medida que - à proporção que - logo que - a fim de que Interjeição é a palavra invariável que exprime emoções, sensações, estados de espírito, ou que procura agir sobre o interlocutor, levando-o a adotar certo comportamento sem que, para isso, seja necessário fazer uso de estruturas linguísticas mais elaboradas. Observe o exemplo: Droga! Preste atenção quando eu estou falando! No exemplo acima, o interlocutor está muito bravo. Toda sua raiva se traduz numa palavra: Droga! Ele poderia ter dito: - Estou com muita raiva de você! Mas usou simplesmente uma palavra. Ele empregou a interjeição Droga! As sentenças da língua costumam se organizar de forma lógica: há uma sintaxe que estrutura seus elementos e os distribui em posições adequadas a cada um deles. As interjeições, por outro lado, são uma espécie de "palavra-frase", ou seja, há uma ideia expressa por uma palavra (ou um conjunto de palavras - locução interjetiva) que poderia ser colocada em termos de uma sentença. Veja os exemplos: Bravo! Bis! bravo e bis: interjeição sentença (sugestão): "Foi muito bom! Repitam!" Locução Interjetiva Ocorre quando duas ou mais palavras formam uma expressão com sentido de interjeição. Ora bolas! Quem me dera! Virgem Maria! Meu Deus! Ó de casa! Ai de mim! Valha-me Deus! Graças a Deus! Alto lá! Muito bem! As interjeições são como frases resumidas, sintéticas. Ué! = Eu não esperava por essa! Perdão! = Peço-lhe que me desculpe. Verbo é a classe de palavras que se flexiona em pessoa, número, tempo, modo e voz. Pode indicar, entre outros processos: ação (correr); estado (ficar); fenômeno (chover); ocorrência (nascer); desejo (querer). O que caracteriza o verbo são as suas flexões, e não os seus possíveis significados. Observe que palavras como corrida, chuva e nascimento têm conteúdo muito próximo ao de alguns verbos mencionados acima; não apresentam, porém, todas as possibilidades de flexão que esses verbos possuem. Classificam-se em: a) Regulares: são aqueles que possuem as desinências normais de sua conjugação e cuja flexão não provoca alterações no radical. canto cantei cantarei cantava cantasse b) Irregulares: são aqueles cuja flexão provoca alterações no radical ou nas desinências. faço fiz farei fizesse c) Defectivos: são aqueles que não apresentam conjugação completa. Classificam-se em impessoais, unipessoais e pessoais. * Impessoais: são os verbos que não têm sujeito. Normalmente, são usados na terceira pessoa do singular. Os principais verbos impessoais são: haver, quando sinônimo de existir, acontecer, realizar-se ou fazer (em orações temporais). Havia poucos ingressos à venda. (Havia = Existiam) Houve duas guerras mundiais. (Houve = Aconteceram) Haverá reuniões aqui. (Haverá = Realizar-se-ão) Deixei de fumar há muitos anos. (há = faz) b) fazer, ser e estar (quando indicam tempo) Faz invernos rigorosos no Sul do Brasil. Era primavera quando a conheci. Estava frio naquele dia. c) Todos os verbos que indicam fenômenos da natureza são impessoais: chover, ventar, nevar, gear, trovejar, amanhecer, escurecer, etc. Qualquer verbo impessoal, empregado em sentido figurado, deixa de ser impessoal para ser pessoal. Amanheci mal-humorado. (Sujeito desinencial: eu) Choveram candidatos ao cargo. (Sujeito: candidatos) Fiz quinze anos ontem. (Sujeito desinencial: eu) d) São impessoais, ainda: 1. o verbo passar (seguido de preposição), indicando tempo. Ex.: Já passa das seis. 2. os verbos bastar e chegar, seguidos da preposição de, indicando suficiência. Ex.: Basta de tolices. Chega de blasfêmias. 3. os verbos estar e ficar em orações tais como Está bem, Está muito bem assim, Não fica bem, Fica mal, sem referência a sujeito expresso anteriormente. Podemos, ainda, nesse caso, classificar o sujeito como hipotético, tornando-se, tais verbos, então, pessoais. 4. o verbo deu + para da língua popular, equivalente de "ser possível". Não deu para chegar mais cedo. Dá para me arrumar uns trocados? * Unipessoais: são aqueles que, tendo sujeito, se conjugam apenas nas terceiras pessoas, do singular e do plural. A fruta amadureceu. As frutas amadureceram.