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Material de apoio Direito Processual civil 2 BIMESTRE

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UNIDADE 4 – LITISCONSÓRCIO (2º BIMESTRE)
	Há litisconsórcio quando há pluralidade de autores e/ou de réus.
Capítulo 1: CLASSIFICAÇÃO DE LITISCONSÓRCIO	 
Litisconsórcio Ativo: quando há pluralidade de autores;
Litisconsórcio Passivo: quando há pluralidade de réus.
Litisconsórcio Inicial: Quando se forma desde a instauração do processo.
Litisconsórcio Incidental: Quando se forma no curso do processo. Exemplo: intervenção de terceiros; sucessão processual.
	
Capítulo 2: ESPÉCIES DE LITISCONSÓRCIO
Litisconsórcio Necessário: quando a presença de todos os litisconsortes é essencial para que o processo se desenvolva em direção ao provimento final do mérito.
Pode o juiz, de ofício ou a requerimento, determinar a citação do litisconsorte necessário ausente, cabendo ao autor integrá-lo no processo sob o risco de ver o mesmo ser extinto. Se for proferida a sentença sem que estivesse integrado ao feito algum litisconsorte necessário, aquela decisão será ineficaz, mas nada impede que a mesma demanda seja novamente ajuizada, agora com a presença de todos os litisconsortes necessários.
O litisconsorte é necessário por lei, como exemplo da ação de usucapião, ou pela natureza da relação jurídica, pois existem ações que as decisões judiciais vão produzir efeitos sobre todos os seus sujeitos, tornando indispensável a presença de todos no processo. Exemplo: ação de anulação de casamento, pois os efeitos recaem sobre ambos cônjuges; demanda tendente a anular um contrato celebrado mediante coação, sendo três os contratantes, pois a propositura da ação por um deles terá como conseqüência a presença obrigatória dos outros dos no pólo passivo, já que a decisão produzirá efeitos sobre todos.
Não existe litisconsórcio necessário ativo, porque um dependeria do outro para ajuizar uma ação.
Litisconsórcio Facultativo: É o que se forma em razão da vontade de quem propõe a ação. Para haver o litisconsórcio facultativo basta haver um ponto comum de fato ou de direito. Exemplo: diversas vítimas de um acidente aéreo podem ajuizar uma ação para haver da empresa indenização.
	Quando há um número muito grande de litisconsortes facultativos em um processo, dificultando a defesa dos interesses das partes ou impedindo a rápida entrega da prestação jurisdicional, forma-se o chamado litisconsórcio multitudinário, o qual dificulta o resultado mais efetivo do processo com maior tempo. Por isso, poderá ocorrer a limitação, que é feita de ofício ou a requerimento da parte. Existem 2 correntes para a limitação: através do desmembramento, exemplo: um processo de 40 pessoas é desmembrado em 4 de 10 pessoas. Através da exclusão, exemplo: um processo de 40 pessoas são excluídos 30.
Litisconsórcio Unitário: Quando a decisão tem que ser obrigatoriamente uniforme para todos os litisconsortes. Exemplo: ação de anulação de casamento. Geralmente o litisconsórcio necessário será unitário, como no exemplo acima. Mas o litisconsórcio necessário também poderá ser unitário e facultativo, como por exemplo: uma demanda que em diversos acionistas de uma determinada sociedade anônima pretendem em litisconsórcio a anulação de uma assembléia de acionistas.
Litisconsórcio Simples, comum ou não unitário: Quando existe a possibilidade de decisão divergente em relação a cada um dos litisconsortes. Exemplo: uma demanda ajuizada por diversas vítimas de um acidente em face do causador do evento, em que um dos autores não consiga ter demonstrado dano algum, enquanto os outros o conseguem.
	Temos que levar em consideração, o princípio da independência dos litisconsortes. “Salvo disposição em contrário, os litisconsortes serão considerados em suas relações com a parte adversa, como litigantes distintos; os atos e as omissões de um não prejudicarão nem beneficiarão os outros.
	Algumas dessas classificações de litisconsórcio podem ocorrer simultaneamente no processo.
UNIDADE 5 - INTERVENÇÃO DE TERCEIROS
Capítulo 1: Conceito
O terceiro é quem não é parte. A intervenção de terceiro é o ingresso no processo, de quem não é parte.
	Haverá pluralidade de partes no litisconsórcio e pode ser que haja na intervenção de terceiros, caso ocorra uma ampliação no pólo da ação, como por exemplo: antes era Hairam contra Gabriel, depois passa a ser Hairam mais André contra Gabriel.
	O terceiro que entra na ação processual poderá virar parte se houver um interesse jurídico comum e poderá haver litisconsórcio incidental, por exemplo, mas vale ressaltar que não se pode considerar intervenção de terceiro o ingresso no processo de um litisconsorte necessário que se encontrava ausente.
	Entretanto, pode haver alteração do pólo e não ampliação e neste caso não haverá pluralidade de partes nem litisconsórcio, como por exemplo: antes era Hairam contra Gabriel, depois será Hairam contra André. 
Como observamos, poderá ocorrer a ampliação ou a alteração no pólo da ação, mas não ocorrer intervenção de terceiros. A lei tem que autorizar.
Capítulo 2: CLASSIFICAÇÕES DE INTERVENÇÃO DE TERCEIROS: 
Oposição;
Nomeação à autoria;
Denunciação da lide;
Chamamento ao processo;
Assistência.
ARTIGOS COMENTADOS DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL - CAPÍTULO DA INTERVENÇÃO DE TERCEIROS
Capítulo 3: OPOSIÇÃO 
É uma ação incidental proposta por alguém que está fora do processo em face das duas partes, assumindo estas, então, a condição de litisconsortes no pólo passivo. Deduzida a oposição, nasce um segundo processo, envolvendo o oponente de um lado e os opostos, do outro e, também um procedimento autônomo, pois o processo será apensado ao principal. Exemplo: João está litigando com Pedro em relação à um carro. Manoel entra dizendo que o carro não é de João nem de Pedro, é dele.
ARTIGO 56: “Quem pretender, no todo ou em parte, a coisa ou o direito sobre que controvertem autor e réu, poderá, até ser proferida a sentença, oferecer oposição contra ambos.
ARTIGO 57: “O opoente deduzirá o seu pedido, observando os requisitos exigidos para a propositura da ação. Distribuída a oposição por dependência, serão os opostos citados, na pessoa dos seus respectivos advogados, para contestar o pedido no prazo comum de quinze dias. Mas, se o réu for revel na ação principal, ele deverá ser citado pessoalmente”.
ARTIGO 58: “Se um dos opostos reconhecer a procedência do pedido, contra o outro prosseguirá o opoente”.
Comentário: Exemplo: se no incidente processual Carlos reconhece que Maria está correta, ele sai do processo, mas a lide continua entre Maria e Joana 
ARTIGO 59: “A oposição oferecida antes da audiência, será apensada aos autos principais e correrá simultaneamente com a ação, sendo ambos julgados pela mesma sentença”.
Comentário: Caso seja preciso, o juiz suspende a ação principal por até noventa dias para que a segunda ação chegue também na fase de audiência. A audiência de instrução e julgamento ocorrerá de uma só vez e ao final terá uma sentença.
ARTIGO 60: “Oferecida depois de iniciada a audiência, seguirá a oposição a procedimento ordinário, sendo julgada sem prejuízo da causa principal. Poderá o juiz, todavia, sobrestar no andamento do processo, por prazo nunca superior a 90 dias, a fim de julgá-la conjuntamente com a oposição”. 
Comentário: Se na ação principal já houve audiência de instrução e julgamento, ela deverá ficar suspensa por 90 dias para que o IP chegue no mesmo patamar em que elas se encontram. O IP terá uma audiência de instrução e julgamento diferente da ação principal, e por isso, terá duas sentenças diferentes, mas elas não podem ser contraditórias.
ARTIGO 61: “Quando houver duas sentenças tem que ter o julgamento da oposição antes do julgamento da ação principal”.
Capítulo 4: NOMEAÇÃO À AUTORIA
	É uma modalidade de resposta do réu que tem por escopo corrigir o pólo passivo da ação mediante a saída do processo da parte ilegítima e o ingresso daquele que verdadeiramente detém legitimidade (nomeado). Trata-se de um meio de correçãoda legitimação “ad causam”, pois caso isto não ocorra, extingue o processo.
ARTIGO 62: “Aquele que detiver a coisa em nome alheio, sendo-lhe demandada em nome próprio, deverá nomear à autoria o proprietário ou o possuidor”.
Comentário: O detentor tem apenas a posse (como o caseiro por exemplo). Exemplo: Daniel ajuizar uma ação, para reclamar de uma divisão de terra e manda citar Paulo, que era o caseiro da propriedade do lado da casa de Daniel, entretanto, Daniel acreditava que Paulo era o proprietário. Como a pessoa citada está errada, Paulo é obrigado a nomear a autoria a Thiago, proprietário do sítio. Depois que Paulo nomear a autoria, ele sairá do processo.
ARTIGO 63: “Aplica-se o artigo 62 à ação de indenização, intentada pelo proprietário ou pelo titular de um direito sobre a coisa, toda vez que o responsável pelos prejuízos alegar que praticou ato por ordem, ou em cumprimento de instrução de terceiro”. 
Comentário: Sílvio é motoboy, e ao fazer uma entrega bate em um carro, o dono do carro ajuíza uma ação de indenização contra Sílvio e este nomeará a autoria ao seu patrão, uma vez que, o patrão que mandou Sílvio ir fazer a entrega.
ARTIGO 64: “Em ambos os casos, o réu requererá a nomeação no prazo para a defesa; o juiz ao deferir o pedido, suspenderá o processo e mandará ouvir o autor no prazo de cinco dias”.
Comentário: Depois que o juiz deferiu o pedido de nomeação, o processo fica suspenso para resolver o incidente e abre vista ao autor.
ARTIGO 65: “Aceitando o nomeado, ao autor incumbirá promover-lhe a citação; recusando-o, ficará sem efeito a nomeação”. 
Comentário: Se Daniel aceitar o ingresso de Thiago, ele tem que mandar citá-lo porque o juiz não pode agir de ofício, mas se Daniel quiser continuar contra Paulo, o processo volta ao curso normal.
ARTIGO 66: “Se o nomeado reconhecer a qualidade que lhe é atribuída, contra ele correrá o processo; se a negar, o processo continuará contra o nomeante”.
ARTIGO 67: “Quando o autor recusar o nomeado, ou quando este negar a qualidade que lhe é atribuída, assinar-se-ão ao nomeante novo prazo para contestar”.
Comentário: O nomeante teve quinze dias para nomear à autoria, o processo foi suspenso e quando voltar ao curso normal ele terá novamente quinze dias para contestar.
ARTIGO 68: Presume-se oculta a nomeação se:
1 – o autor (Daniel) nada requerer, no prazo em que, a seu respeito, lhe cometia manifestar-se.
2- O nomeado (Thiago) não comparecer, ou, comparecendo, nada alegar.
ARTIGO 69: Responderá por perdas e danos aquele a quem incumbia a nomeação:
1 – deixando de nomear à autoria, quando lhe competir;
2 – nomeando pessoa diversa daquela em cujo nome detém a coisa demandada.
Capítulo 5: DENUNCIAÇÃO DA LIDE
	Pode ser proposta pelo réu em face de alguém (terceiro) para fazer valer o direito de regresso e para que o processo seja mais rápido. Pode ser realizada tanto como capítulo de petição como da contestação.
ARTIGO 70: “A denunciação da lide é obrigatória: 
Inciso 1: ao alienante, na ação em que terceiro reivindica a coisa, cujo domínio foi transferido à parte (réu), a fim de que esta possa exercer o direito que da evicção lhe resulta;
Comentário: Evicção é a perda da propriedade, posse ou uso de um bem adquirido de forma onerosa, e atribuído a outrem, em regra por força de sentença judicial em virtude de direito anterior ao contrato aquisitivo.
	Se ocorrer a denunciação da lide, nos mesmos autos, corre uma segunda ação e por meio de uma única sentença se define os dois direitos: do autor contra o réu e do réu contra o terceiro. Se o autor vencer a ação é possível que o alienante seja responsabilizado perante o réu, se o réu vencer a ação, não há responsabilidade do alienante, o que significa que a denunciação será julgada improcedente. Exemplo: Felipe compra um carro de Marco Antônio e o passa para seu nome. Wiliam ajuíza uma ação contra Felipe dizendo que o carro é dele. Então Wiliam é o autor e Felipe o réu. Felipe diz que comprou o carro de Marco Antônio sem saber que o carro não era dele e Felipe vai denunciar a lide à Marco Antônio. Felipe não sai do processo, forma um litisconsórcio passivo com Marco Antônio.
Inciso 2: ao proprietário ou ao possuidor indireto quando, por força de obrigação de direito, em casos como o do usufrutuário, do credor pignoratício, do locatário, o réu, citado em nome próprio, exerça aposse direta da coisa demandada.
Comentário: Esta denunciação ocorrerá quando o que exerce a posse direta estiver prestes a perder a posse da coisa demandada, então ele denuncia a lide ao que tem a posse indireta.
Usufruto: transfere a propriedade para o filho e este terá a posse indireta, o pai é o possuidor direto.
Locatário: o locatário tem a posse direta e o locador tem a propriedade com posse indireta.
Credor pignoratício: Exemplo: A Caixa Econômica Federal é um credor de contrato de penhor.
Quando o autor aciona o usufrutuário, locatário ou credor pignoratício, estes vão denunciar à lide ao proprietário. Ao denunciar vira co-réu, pois nenhum dos três saiu do processo.
Inciso 3: àquele que estiver obrigado, pela lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo do que perder a demanda.
Comentário: Exemplo: Arthur albarroa o carro de Bruno, Bruno ajuíza uma ação de indenização contra Arthur, Arthur ao responder a ação pode denunciar à lide à seguradora que é co-ré a pagar Bruno.
Capítulo 6: CHAMAMENTO AO PROCESSO
	É um direito concedido ao réu, de ao ser citado, mandar chamar ao processo um terceiro que tiver interesse jurídico na lide. Isto poderá ocorrer em virtude do negócio jurídico, fiança ou da figura substancial da solidariedade. Características: o ato de chamar é sempre facultativo, o chamamento só pode ser feito pelo réu; ocorre o ingresso de quem é parte legítima e uma ampliação subjetiva da demanda; o terceiro que for chamado é obrigado a ingressar no processo.
ARTIGO 77: “É admissível o chamamento ao processo:
Inciso 1: do devedor, na ação em que o fiador for réu;
Inciso 2: dos outros fiadores, quando para a ação for citado apenas um deles;
Inciso 3: de todos os devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de alguns deles, parcial ou totalmente a dívida comum.
ARTIGO 78: “Se na contestação houver o chamamento ao processo, o juiz em uma única sentença definirá as responsabilidades de todos os obrigados”.
ARTIGO 79: “No momento em que há o chamamento ao processo do terceiro, o processo ficará suspenso para que haja a regularização no pólo passivo da ação, logo após o prazo de suspensão, o réu terá quinze dias para contestar novamente”.
ARTIGO 80: “A sentença usada na primeira ação, condenando os devedores, valerá como título executivo, em favor do que satisfizer a dívida, para exigi-la, por inteiro, do devedor principal, ou de cada um dos co-devedores a sua quota, na proporção que lhes tocar.

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