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IPI, ICMS, ISS e o Planejamento Tributário

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IPI, ICMS, ISS E O PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 1 
 
 
IPI, ICMS, ISS e o 
Planejamento Tributário 
 
 
 
 
IPI, ICMS, ISS E O PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 2 
IPI, ICMS, ISS E O PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 
 
 
ICMS 
 
Prática de ato/negócio jurídico apto a promover a transferência de propriedade de 
bens com a finalidade de mercancia – a destinação é fundamental. Também é 
necessária a existência de uma obrigação de fazer consistente em prestar serviços 
de transporte interestadual e intermunicipal, ou obrigação de fazer no sentido de 
prestar serviços de comunicação. 
 
A prestação de serviços de comunicação constitui o cerne da materialidade da 
hipótese de incidência tributária, compreendendo um negócio (jurídico) pertinente 
a uma obrigação “de fazer”, de conformidade com os postulados e diretrizes do 
direito privado. 
(...) 
 
A materialidade (fato gerador) do imposto não ocorre pelo simples ato que torna 
possível a comunicação (disponibilização de informações), sendo necessária a 
prestação de serviços de comunicação, em que os sujeitos desta relação negocial 
(prestador e tomador – devidamente determinados) executem uma efetiva 
participação.1 
 
Há também sobre a entrada de bem ou mercadoria importados do exterior por 
pessoa física ou jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual do imposto, 
qualquer que seja a sua finalidade, assim como sobre o serviço prestado no 
exterior, cabendo o imposto ao Estado onde estiver situado o domicílio ou o 
estabelecimento do destinatário da mercadoria, bem ou serviço. 
 
 
1 MELO, José Eduardo Soares de. Imposto sobre serviço de comunicação. São Paulo: 
Malheiros Editores, 2003. 
 
 
 
IPI, ICMS, ISS E O PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 3 
O legislador estadual pode definir como hipótese de incidência do ICMS qualquer 
operação relativa à circulação de mercadorias, inclusive o fornecimento de 
alimentação e bebidas em bares, restaurantes e estabelecimentos similares. Assim 
é, tanto em face da Constituição Federal, como em face da Lei Complementar nº 
87/96. 
 
É inútil tentar-se determinar o significado da palavra operações, desligada da 
expressão relativa a circulação e mercadorias. A interpretação da norma atributiva 
de competência tributária aos Estados, como da norma da lei complementar que 
delimita mais exatamente aquela norma, não pode prescindir dos elementos 
sistêmico e contextual. 
 
Por isto mesmo tem-se de entender que o legislador estadual não pode, a seu 
talante, definir hipóteses de incidência do ICMS fora do contexto delineado pelas 
normas da Lei Complementar nº 87/1996.2 
 
Com isso chegamos às materialidades de dois tributos estaduais na importação: (i) 
o ICMS-importação de mercadorias e o (ii) ICMS-importação de bens destinados a 
consumo e para ativo fixo. 
(...) 
 
O legislador entendeu relevante expressar a distinção entre bens e mercadorias. 
Fizemos tal discussão linhas atrás ao registrar nosso posicionamento 
fundamentado pela sua distinta natureza, em que peses respeitáveis estudos já 
citados em sentido contrário.3 
 
No caso do ICMS, a definição geográfica da realização material do tributo 
(identificação do aspecto ou critério espacial) é crucial na identificação do sujeito 
ativo da obrigação tributária correspondente. 
 
2 MACHADO, Hugo de Brito. Aspectos Fundamentais do ICMS. São Paulo: Dialética, 1997. 
3SIMÕES, Argos Campos Ribeiro. ICMS-IMPORTAÇÂO – proposta de reclassificação e suas 
aplicações. São Paulo: Noeses, 2014. 
 
 
 
IPI, ICMS, ISS E O PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 4 
(...) 
 
A CF/88 não define quais seriam os sujeitos passivos do ICMS em qualquer de 
suas espécies, delegando à lei complementar a tarefa de defini-los. Porém, tal 
delegação não representa total independência do legislador infraconstitucional em 
face da materialidade constitucional já posta.4 
 
A não cumulatividade é um dos principais institutos jurídicos constantes do 
Sistema Constitucional Tributário brasileiro introduzida pela Reforma Tributária de 
1965, que almejou afastar a cumulatividade do âmbito do ICMS e do IPI. 
(...) 
 
A despeito da não cumulatividade se revestir de natureza jurídica, posto que diz 
respeito à incidência de normas jurídicas, afeta os preços das mercadorias, bens e 
serviços, no ambiente do subsistema econômico, expurgando um custo 
indesejável que prejudica a economia do país ao afastar a incidência de um 
mesmo tributo, mais de uma vez, sobre a mesma base.5 
 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 
 
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) 
(...) 
 
II – operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de 
serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que 
as operações e as prestações se iniciem no exterior; (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 3, de 1993) 
(...) 
 
 
4 Idem. 
5 CARVALHO, Osvaldo Santos de. Não cumulatividade do ICMS e princípio da neutralidade 
tributária. São Paulo: Editora Saraiva, 2013; 
 
 
 
IPI, ICMS, ISS E O PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 5 
§ 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 3, de 1993) 
 
I – será não cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação 
relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços com o montante 
cobrado nas anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou pelo Distrito Federal; 
 
II – a isenção ou não incidência, salvo determinação em contrário da legislação: 
 
a) não implicará crédito para compensação com o montante devido nas operações 
ou prestações seguintes; 
 
b) acarretará a anulação do crédito relativo às operações anteriores. 
 
III – poderá ser seletivo, em função da essencialidade das mercadorias e dos 
serviços; 
 
IV – resolução do Senado Federal, de iniciativa do Presidente da República ou de 
um terço dos Senadores, aprovada pela maioria absoluta de seus membros, 
estabelecerá as alíquotas aplicáveis às operações e prestações, interestaduais e de 
exportação; 
 
V – é facultado ao Senado Federal: 
 
a) estabelecer alíquotas mínimas nas operações internas, mediante resolução de 
iniciativa de um terço e aprovada pela maioria absoluta de seus membros; 
 
b) fixar alíquotas máximas nas mesmas operações para resolver conflito específico 
que envolva interesse de Estados, mediante resolução de iniciativa da maioria 
absoluta e aprovada por dois terços de seus membros. 
 
 
 
 
IPI, ICMS, ISS E O PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 6 
VI – salvo deliberação em contrário dos Estados e do Distrito Federal, nos termos 
do disposto no inciso XII, “g”, as alíquotas internas, nas operações relativas à 
circulação de mercadorias e nas prestações de serviços, não poderão ser inferiores 
às previstas para as operações interestaduais; 
 
VII – nas operações e prestações que destinem bens e serviços a consumidor 
final, contribuinte ou não do imposto, localizado em outro Estado, adotar-se-á a 
alíquota interestadual e caberá ao Estado de localização do destinatário o imposto 
correspondente à diferença entre a alíquota interna do Estado destinatário e a 
alíquota interestadual; [Redação dada pela Emenda Constitucional nº 87, de 2015 
(Produção de efeito)] 
 
a) (revogada); (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 87, de 2015); 
 
b) (revogada); (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 87,de 2015). 
 
VIII – na hipótese da alínea “a” do inciso anterior, caberá ao Estado da localização 
do destinatário o imposto correspondente à diferença entre a alíquota interna e a 
interestadual; 
 
VIII – a responsabilidade pelo recolhimento do imposto correspondente à 
diferença entre a alíquota interna e a interestadual de que trata o inciso VII será 
atribuída: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 87, de 2015) (Produção 
de efeito). 
 
a) ao destinatário, quando este for contribuinte do imposto; (Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 87, de 2015); 
 
b) ao remetente, quando o destinatário não for contribuinte do imposto; (Incluído 
pela Emenda Constitucional nº 87, de 2015). 
 
IX – incidirá também: 
 
 
 
IPI, ICMS, ISS E O PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 7 
a) sobre a entrada de bem ou mercadoria importados do exterior por pessoa física 
ou jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual do imposto, qualquer que 
seja a sua finalidade, assim como sobre o serviço prestado no exterior, cabendo o 
imposto ao Estado onde estiver situado o domicílio ou o estabelecimento do 
destinatário da mercadoria, bem ou serviço; (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 33, de 2001); 
 
b) sobre o valor total da operação, quando mercadorias forem fornecidas com 
serviços não compreendidos na competência tributária dos Municípios. 
 
X – não incidirá: 
a) sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre serviços 
prestados a destinatários no exterior, assegurada a manutenção e o 
aproveitamento do montante do imposto cobrado nas operações e prestações 
anteriores; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003); 
 
b) sobre operações que destinem a outros Estados petróleo, inclusive 
lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e energia elétrica; 
 
c) sobre o ouro, nas hipóteses definidas no art. 153, § 5º; 
 
d) nas prestações de serviço de comunicação nas modalidades de radiodifusão 
sonora e de sons e imagens de recepção livre e gratuita; (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 42, de 19.12.2003). 
 
XI – não compreenderá, em sua base de cálculo, o montante do imposto sobre 
produtos industrializados, quando a operação, realizada entre contribuintes e 
relativa a produto destinado à industrialização ou à comercialização, configure fato 
gerador dos dois impostos; 
 
XII – cabe à lei complementar: 
 
 
 
 
IPI, ICMS, ISS E O PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 8 
a) definir seus contribuintes; 
 
b) dispor sobre substituição tributária; 
 
c) disciplinar o regime de compensação do imposto; 
 
d) fixar, para efeito de sua cobrança e definição do estabelecimento responsável, 
o local das operações relativas à circulação de mercadorias e das prestações de 
serviços; 
 
e) excluir da incidência do imposto, nas exportações para o exterior, serviços e 
outros produtos além dos mencionados no inciso X, “a”; 
 
f) prever casos de manutenção de crédito, relativamente à remessa para outro 
Estado e exportação para o exterior, de serviços e de mercadorias; 
 
g) regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal, 
isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados; 
 
h) definir os combustíveis e lubrificantes sobre os quais o imposto incidirá uma 
única vez, qualquer que seja a sua finalidade, hipótese em que não se aplicará o 
disposto no inciso X, b; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) 
(Vide Emenda Constitucional nº 33, de 2001); 
 
i) fixar a base de cálculo, de modo que o montante do imposto a integre, também 
na importação do exterior de bem, mercadoria ou serviço. (Incluída pela Emenda 
Constitucional nº 33, de 2001). 
 
LEI COMPLEMENTAR Nº 87/1996 
 
Art. 1º Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir o imposto sobre 
operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de 
 
 
 
IPI, ICMS, ISS E O PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 9 
transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as 
operações e as prestações se iniciem no exterior. 
 
Art. 2° O imposto incide sobre: 
 
I – operações relativas à circulação de mercadorias, inclusive o fornecimento de 
alimentação e bebidas em bares, restaurantes e estabelecimentos similares; 
 
II – prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal, por 
qualquer via, de pessoas, bens, mercadorias ou valores; 
 
III – prestações onerosas de serviços de comunicação, por qualquer meio, 
inclusive a geração, a emissão, a recepção, a transmissão, a retransmissão, a 
repetição e a ampliação de comunicação de qualquer natureza; 
 
IV – fornecimento de mercadorias com prestação de serviços não compreendidos 
na competência tributária dos Municípios; 
 
V – fornecimento de mercadorias com prestação de serviços sujeitos ao imposto 
sobre serviços, de competência dos Municípios, quando a lei complementar 
aplicável expressamente o sujeitar à incidência do imposto estadual. 
 
§ 1º O imposto incide também 
I – sobre a entrada de mercadoria ou bem importados do exterior, por pessoa 
física ou jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual do imposto, qualquer 
que seja a sua finalidade; (Redação dada pela Lcp 114, de 16.12.2002); 
 
II - sobre o serviço prestado no exterior ou cuja prestação se tenha iniciado no 
exterior; 
 
III – sobre a entrada, no território do Estado destinatário, de petróleo, inclusive 
lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e de energia 
 
 
 
IPI, ICMS, ISS E O PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 10 
elétrica, quando não destinados à comercialização ou à industrialização, 
decorrentes de operações interestaduais, cabendo o imposto ao Estado onde 
estiver localizado o adquirente. 
 
§ 2º A caracterização do fato gerador independe da natureza jurídica da operação 
que o constitua. 
(...) 
 
Art. 4º Contribuinte é qualquer pessoa, física ou jurídica, que realize, com 
habitualidade ou em volume que caracterize intuito comercial, operações de 
circulação de mercadoria ou prestações de serviços de transporte interestadual e 
intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se 
iniciem no exterior. 
 
Parágrafo único. É também contribuinte a pessoa física ou jurídica que, mesmo 
sem habitualidade ou intuito comercial: 
 
I – importe mercadorias ou bens do exterior, qualquer que seja a sua finalidade; 
(Redação dada pela LCP 114, de 16.12.2002); 
 
II – seja destinatária de serviço prestado no exterior ou cuja prestação se tenha 
iniciado no exterior; 
 
III – adquira em licitação mercadorias ou bens apreendidos ou abandonados; 
 
IV – adquira lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos derivados de petróleo 
e energia elétrica oriundos de outro Estado, quando não destinados à 
comercialização ou à industrialização. (Redação dada pela LCP nº 102, de 
11.7.2000); 
(...) 
 
Art. 13. A base de cálculo do imposto é: 
 
 
 
IPI, ICMS, ISS E O PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 11 
 
I – na saída de mercadoria prevista nos incisos I, III e IV do art. 12, o valor da 
operação; 
 
II – na hipótese do inciso II do art. 12, o valor da operação, compreendendo 
mercadoria e serviço; 
 
III – na prestação de serviço de transporte interestadual e intermunicipal e de 
comunicação, o preço do serviço; 
 
IV – no fornecimento de que trata o inciso VIII do art. 12; 
 
a) o valor da operação, na hipótese da alínea “a”; 
 
b) o preço corrente da mercadoria fornecida ou empregada, na hipótese da alínea 
“b”; 
 
V – na hipótesedo inciso IX do art. 12, a soma das seguintes parcelas: 
 
a) o valor da mercadoria ou bem constante dos documentos de importação, 
observado o disposto no art. 14; 
 
b) imposto de importação; 
 
c) imposto sobre produtos industrializados; 
 
d) imposto sobre operações de câmbio; 
 
e) quaisquer outros impostos, taxas, contribuições e despesas aduaneiras 
(Redação dada pela LCP 114, de 16.12.2002); 
 
 
 
 
IPI, ICMS, ISS E O PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 12 
VI – na hipótese do inciso X do art. 12, o valor da prestação do serviço, acrescido, 
se for o caso, de todos os encargos relacionados com a sua utilização; 
 
VII – no caso do inciso XI do art. 12, o valor da operação acrescido do valor dos 
impostos de importação e sobre produtos industrializados e de todas as despesas 
cobradas ou debitadas ao adquirente; 
 
VIII – na hipótese do inciso XII do art. 12, o valor da operação de que decorrer a 
entrada; 
 
IX – na hipótese do inciso XIII do art. 12, o valor da prestação no Estado de 
origem. 
 
§ 1o Integra a base de cálculo do imposto, inclusive na hipótese do inciso V do 
caput deste artigo: (Redação dada pela LCP 114, de 16.12.2002) 
 
I – o montante do próprio imposto, constituindo o respectivo destaque mera 
indicação para fins de controle; 
 
II – o valor correspondente a: 
 
a) seguros, juros e demais importâncias pagas, recebidas ou debitadas, bem como 
descontos concedidos sob condição; 
 
b) frete, caso o transporte seja efetuado pelo próprio remetente ou por sua conta 
e ordem e seja cobrado em separado. 
 
§ 2º Não integra a base de cálculo do imposto o montante do Imposto sobre 
Produtos Industrializados, quando a operação, realizada entre contribuintes e 
relativa a produto destinado à industrialização ou à comercialização, configurar 
fato gerador de ambos os impostos. 
 
 
 
 
IPI, ICMS, ISS E O PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 13 
§ 3º No caso do inciso IX, o imposto a pagar será o valor resultante da aplicação 
do percentual equivalente à diferença entre a alíquota interna e a interestadual, 
sobre o valor ali previsto. 
 
§ 4º Na saída de mercadoria para estabelecimento localizado em outro Estado, 
pertencente ao mesmo titular, a base de cálculo do imposto é: 
 
I – o valor correspondente à entrada mais recente da mercadoria; 
 
II – o custo da mercadoria produzida, assim entendida a soma do custo da 
matéria-prima, material secundário, mão de obra e acondicionamento; 
 
III – tratando-se de mercadorias não industrializadas, o seu preço corrente no 
mercado atacadista do estabelecimento remetente. 
 
§ 5º Nas operações e prestações interestaduais entre estabelecimentos de 
contribuintes diferentes, caso haja reajuste do valor depois da remessa ou da 
prestação, a diferença fica sujeita ao imposto no estabelecimento do remetente ou 
do prestador. 
 
Art. 14. O preço de importação expresso em moeda estrangeira será convertido 
em moeda nacional pela mesma taxa de câmbio utilizada no cálculo do imposto de 
importação, sem qualquer acréscimo ou devolução posterior se houver variação da 
taxa de câmbio até o pagamento efetivo do preço. 
 
Parágrafo único. O valor fixado pela autoridade aduaneira para base de cálculo do 
imposto de importação, nos termos da lei aplicável, substituirá o preço declarado. 
 
Art. 15. Na falta do valor a que se referem os incisos I e VIII do art. 13, a base de 
cálculo do imposto é: 
 
 
 
 
IPI, ICMS, ISS E O PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 14 
I – o preço corrente da mercadoria, ou de seu similar, no mercado atacadista do 
local da operação ou, na sua falta, no mercado atacadista regional, caso o 
remetente seja produtor, extrator ou gerador, inclusive de energia; 
 
II – o preço FOB estabelecimento industrial à vista, caso o remetente seja 
industrial; 
 
III – o preço FOB estabelecimento comercial à vista, na venda a outros 
comerciantes ou industriais, caso o remetente seja comerciante. 
 
§ 1º Para aplicação dos incisos II e III do caput, adotar-se-á sucessivamente: 
 
I – o preço efetivamente cobrado pelo estabelecimento remetente na operação 
mais recente; 
 
II – caso o remetente não tenha efetuado venda de mercadoria, o preço corrente 
da mercadoria ou de seu similar no mercado atacadista do local da operação ou, 
na falta deste, no mercado atacadista regional. 
 
§ 2º Na hipótese do inciso III do caput, se o estabelecimento remetente não 
efetue vendas a outros comerciantes ou industriais ou, em qualquer caso, se não 
houver mercadoria similar, a base de cálculo será equivalente a setenta e cinco 
por cento do preço de venda corrente no varejo. 
 
Art. 16. Nas prestações sem preço determinado, a base de cálculo do imposto é o 
valor corrente do serviço, no local da prestação. 
 
Art. 17. Quando o valor do frete, cobrado por estabelecimento pertencente ao 
mesmo titular da mercadoria ou por outro estabelecimento de empresa que com 
aquele mantenha relação de interdependência, exceder os níveis normais de 
preços em vigor, no mercado local, para serviço semelhante, constantes de 
 
 
 
IPI, ICMS, ISS E O PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 15 
tabelas elaboradas pelos órgãos competentes, o valor excedente será havido 
como parte do preço da mercadoria. 
 
Parágrafo único. Considerar-se-ão interdependentes duas empresas quando: 
 
I – uma delas, por si, seus sócios ou acionistas, e respectivos cônjuges ou filhos 
menores, for titular de mais de cinquenta por cento do capital da outra; 
 
II – uma mesma pessoa fizer parte de ambas, na qualidade de diretor, ou sócio 
com funções de gerência, ainda que exercidas sob outra denominação; 
 
III - uma delas locar ou transferir a outra, a qualquer título, veículo destinado ao 
transporte de mercadorias. 
 
Art. 18. Quando o cálculo do tributo tenha por base, ou tome em consideração, o 
valor ou o preço de mercadorias, bens, serviços ou direitos, a autoridade 
lançadora, mediante processo regular, arbitrará aquele valor ou preço, sempre 
que sejam omissos ou não mereçam fé as declarações ou os esclarecimentos 
prestados, ou os documentos expedidos pelo sujeito passivo ou pelo terceiro 
legalmente obrigado, ressalvada, em caso de contestação, avaliação contraditória, 
administrativa ou judicial. 
 
Art. 19. O imposto é não cumulativo, compensando-se o que for devido em cada 
operação relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços de 
transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação com o montante 
cobrado nas anteriores pelo mesmo ou por outro Estado. 
 
Art. 20. Para a compensação a que se refere o artigo anterior, é assegurado ao 
sujeito passivo o direito de creditar-se do imposto anteriormente cobrado em 
operações de que tenha resultado a entrada de mercadoria, real ou simbólica, no 
estabelecimento, inclusive a destinada ao seu uso ou consumo ou ao ativo 
 
 
 
IPI, ICMS, ISS E O PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 16 
permanente, ou o recebimento de serviços de transporte interestadual e 
intermunicipal ou de comunicação. 
 
§ 1º Não dão direito a crédito as entradas de mercadorias ou utilização de 
serviços resultantes de operações ou prestações isentas ou não tributadas, ou que 
se refiram a mercadorias ou serviços alheios à atividade do estabelecimento. 
 
§ 2º Salvo prova em contrário, presumem-se alheios à atividade do 
estabelecimento os veículos de transporte pessoal. 
 
§ 3º É vedado o crédito relativo a mercadoria entrada no estabelecimento ou a 
prestação de serviços a ele feita: 
 
I - para integração ou consumo em processo de industrialização ou produção 
rural, quando a saídado produto resultante não for tributada ou estiver isenta do 
imposto, exceto se tratar-se de saída para o exterior; 
 
II - para comercialização ou prestação de serviço, quando a saída ou a prestação 
subsequente não forem tributadas ou estiverem isentas do imposto, exceto as 
destinadas ao exterior. 
 
§ 4º Deliberação dos Estados, na forma do art. 28, poderá dispor que não se 
aplique, no todo ou em parte, a vedação prevista no parágrafo anterior. 
 
§ 5o Para efeito do disposto no caput deste artigo, relativamente aos créditos 
decorrentes de entrada de mercadorias no estabelecimento destinadas ao ativo 
permanente, deverá ser observado: {Redação dada pela LCP nº 102, de 
11.7.2000 [Vide Lei Complementar nº 102, de 2000 (Vide Lei Complementar nº 
102, de 2000)]}. 
 
 
 
 
IPI, ICMS, ISS E O PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 17 
I – a apropriação será feita à razão de um quarenta e oito avos por mês, devendo 
a primeira fração ser apropriada no mês em que ocorrer a entrada no 
estabelecimento; (Inciso Incluído pela LCP nº 102, de 11.7.2000); 
 
II – em cada período de apuração do imposto, não será admitido o creditamento 
de que trata o inciso I, em relação à proporção das operações de saídas ou 
prestações isentas ou não tributadas sobre o total das operações de saídas ou 
prestações efetuadas no mesmo período; (Inciso Incluído pela LCP nº 102, de 
11.7.2000); 
 
III – para aplicação do disposto nos incisos I e II deste parágrafo, o montante do 
crédito a ser apropriado será obtido multiplicando-se o valor total do respectivo 
crédito pelo fator igual a 1/48 (um quarenta e oito avos) da relação entre o valor 
das operações de saídas e prestações tributadas e o total das operações de saídas 
e prestações do período, equiparando-se às tributadas, para fins deste inciso, as 
saídas e prestações com destino ao exterior ou as saídas de papel destinado à 
impressão de livros, jornais e periódicos; (Redação dada pela lei complementar nº 
120, de 2005); 
 
IV – o quociente de um quarenta e oito avos será proporcionalmente aumentado 
ou diminuído, pro rata die, caso o período de apuração seja superior ou inferior a 
um mês (Inciso Incluído pela LCP nº 102, de 11.7.2000); 
 
V – na hipótese de alienação dos bens do ativo permanente, antes de decorrido o 
prazo de quatro anos contado da data de sua aquisição, não será admitido, a 
partir da data da alienação, o creditamento de que trata este parágrafo em 
relação à fração que corresponderia ao restante do quadriênio; (Inciso Incluído 
pela LCP nº 102, de 11.7.2000); 
 
VI – serão objeto de outro lançamento, além do lançamento em conjunto com os 
demais créditos, para efeito da compensação prevista neste artigo e no art. 19, 
em livro próprio ou de outra forma que a legislação determinar, para aplicação do 
 
 
 
IPI, ICMS, ISS E O PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 18 
disposto nos incisos I a V deste parágrafo; e (Inciso Incluído pela LCP nº 102, de 
11.7.2000); 
 
VII – ao final do quadragésimo oitavo mês contado da data da entrada do bem no 
estabelecimento, o saldo remanescente do crédito será cancelado. (Inciso Incluído 
pela LCP nº 102, de 11.7.2000). 
 
§ 6º Operações tributadas, posteriores a saídas de que trata o § 3º, dão ao 
estabelecimento que as praticar direito a creditar-se do imposto cobrado nas 
operações anteriores às isentas ou não tributadas sempre que a saída isenta ou 
não tributada seja relativa a: 
 
I – produtos agropecuários; 
 
II – quando autorizado em lei estadual, outras mercadorias. 
 
Art. 21. O sujeito passivo deverá efetuar o estorno do imposto de que se tiver 
creditado sempre que o serviço tomado ou a mercadoria entrada no 
estabelecimento: 
 
I – for objeto de saída ou prestação de serviço não tributada ou isenta, sendo esta 
circunstância imprevisível na data da entrada da mercadoria ou da utilização do 
serviço; 
 
II – for integrada ou consumida em processo de industrialização, quando a saída 
do produto resultante não for tributada ou estiver isenta do imposto; 
 
III – vier a ser utilizada em fim alheio à atividade do estabelecimento; 
 
IV – vier a perecer, deteriorar-se ou extraviar-se. 
 
 
 
 
IPI, ICMS, ISS E O PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 19 
§ 2º Não se estornam créditos referentes a mercadorias e serviços que venham a 
ser objeto de operações ou prestações destinadas ao exterior ou de operações 
com o papel destinado à impressão de livros, jornais e periódicos. (Redação dada 
pela Lei Complementar nº 120, de 2005) 
 
§ 3º O não creditamento ou o estorno a que se referem o § 3º do art. 20 e o 
caput deste artigo, não impedem a utilização dos mesmos créditos em operações 
posteriores, sujeitas ao imposto, com a mesma mercadoria. 
 
Art. 23. O direito de crédito, para efeito de compensação com débito do imposto, 
reconhecido ao estabelecimento que tenha recebido as mercadorias ou para o 
qual tenham sido prestados os serviços, está condicionado à idoneidade da 
documentação e, se for o caso, à escrituração nos prazos e condições 
estabelecidos na legislação. 
 
Parágrafo único. O direito de utilizar o crédito extingue-se depois de decorridos 
cinco anos contados da data de emissão do documento. 
 
Art. 24. A legislação tributária estadual disporá sobre o período de apuração do 
imposto. As obrigações consideram-se vencidas na data em que termina o período 
de apuração e são liquidadas por compensação ou mediante pagamento em 
dinheiro como disposto neste artigo: 
 
I – as obrigações consideram-se liquidadas por compensação até o montante dos 
créditos escriturados no mesmo período mais o saldo credor de período ou 
períodos anteriores, se for o caso; 
 
II – se o montante dos débitos do período superar o dos créditos, a diferença será 
liquidada dentro do prazo fixado pelo Estado; 
 
III – se o montante dos créditos superar os dos débitos, a diferença será 
transportada para o período seguinte. 
 
 
 
IPI, ICMS, ISS E O PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 20 
 
Art. 25. Para efeito de aplicação do disposto no art. 24, os débitos e créditos 
devem ser apurados em cada estabelecimento, compensando-se os saldos 
credores e devedores entre os estabelecimentos do mesmo sujeito passivo 
localizados no Estado. (Redação dada pela LCP nº 102, de 11.7.2000) 
 
§ 1º Saldos credores acumulados a partir da data de publicação desta Lei 
Complementar por estabelecimentos que realizem operações e prestações de que 
tratam o inciso II do art. 3º e seu parágrafo único podem ser, na proporção que 
estas saídas representem do total das saídas realizadas pelo estabelecimento: 
 
I – imputados pelo sujeito passivo a qualquer estabelecimento seu no Estado; 
 
II – havendo saldo remanescente, transferidos pelo sujeito passivo a outros 
contribuintes do mesmo Estado, mediante a emissão pela autoridade competente 
de documento que reconheça o crédito. 
 
§ 2º Lei estadual poderá, nos demais casos de saldos credores acumulados a 
partir da vigência desta lei complementar, permitir que: 
 
I – sejam imputados pelo sujeito passivo a qualquer estabelecimento seu no 
Estado; 
 
II – sejam transferidos, nas condições que definir, a outros contribuintes do 
mesmo Estado. 
 
Art. 26. Em substituição ao regime de apuração mencionado nos arts. 24 e 25, a 
lei estadual poderá estabelecer: 
 
I – que o cotejo entre créditos e débitos se faça por mercadoria ou serviço dentro 
de determinado período; 
 
 
 
 
IPI, ICMS, ISS E O PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 21 
II – que o cotejo entre créditos e débitos se faça por mercadoria ou serviço em 
cada operação; 
 
III – que, em função doporte ou da atividade do estabelecimento, o imposto seja 
pago em parcelas periódicas e calculado por estimativa, para um determinado 
período, assegurado ao sujeito passivo o direito de impugná-la e instaurar 
processo contraditório. 
 
§ 1º Na hipótese do inciso III, ao fim do período, será feito o ajuste com base na 
escrituração regular do contribuinte, que pagará a diferença apurada, se positiva; 
caso contrário, a diferença será compensada com o pagamento referente ao 
período ou períodos imediatamente seguintes. 
 
§ 2º A inclusão de estabelecimento no regime de que trata o inciso III não 
dispensa o sujeito passivo do cumprimento de obrigações acessórias. 
 
ICMS – SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA 
 
“...para acautelar interesses fazendários, tributa-se, na substituição tributária para 
frente, fato que ainda não aconteceu (e que, portanto, ainda não existe e, em 
tese, poderá nunca vir a existir). 
 
Em suma, a partir do advento da EC n. 3/1993, é possível a tributação antecipada, 
desde que se garanta ao substituído a devolução do indébito tributário, na 
hipótese de, a fina, incorrer o fato imponível (que o parágrafo 7º, do artigo 150, 
da CF, denomina fato gerador presumido). 
 
III – Especificamente quanto ao ICMS, a substituição tributária para frente foi 
disciplinada por meio de uma série de Convênios, até que, em 1º de novembro de 
1996, entrou em vigor a Lei Complementar n. 87, de 13 de setembro de 1996 (Lei 
Kandir), que buscou fundamento de validade no precitado artigo 155, parágrafo 
2º, XII, “b”, da Constituição Federal. 
 
 
 
IPI, ICMS, ISS E O PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 22 
Deixando de lado outros considerandos, o fato é que os artigos 5º a 8º da Lei 
Complementar n. 87/96 (Lei Kandir), declaram que a substituição tributária para 
frente no ICMS somente poderia ser instituída por meio de lei ordinária, editada 
pelas várias Unidades Federadas interessadas (os Estados-membros e o Distrito 
Federal). Todavia, a teor do disposto no artigo 9º, da predita Lei Kandir, “a 
adoção do regime de substituição tributária em operações interestaduais 
dependerá de acordo específico celebrado pelos Estados interessados”. Portanto, 
em se tratando de operações interestaduais, a substituição tributária para frente 
no ICMS, para ser validamente adotada, depende da implementação desta 
providência: acordo entre as Unidades Federadas interessadas. 
(...) 
 
... a legislação dos Estados e do Distrito Federal prevê, no mecanismo da 
substituição tributária, o recolhimento de ICMS sobre margens estimadas de lucro, 
previamente determinadas pela Fazenda Pública em pautas fiscais (ou pautas de 
valores mínimos), obedecidos os critérios apontados no artigo 8º, caput, inciso II 
e parágrafos 4º, 5º e 6º, da Lei Complementar n. 87/19966”. 
 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 
 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado 
à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
(...) 
§ 7º A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de 
responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva 
ocorrer posteriormente, assegurada a imediata e preferencial restituição da 
quantia paga, caso não se realize o fato gerador presumido. (Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 3, de 1993) 
 
 
 
6CARRAZZA, Roque Antônio. O ICMS e o regime de substituição tributária adotado. In: Curso 
Avançado de Substituição Tributária – modalidades e direitos dos contribuintes. 
Coordenadores Arthur M Ferreira Nero e Rafael Nichele. São Paulo: IOB, 2010; 
 
 
 
IPI, ICMS, ISS E O PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 23 
LEI COMPLEMENTAR Nº 87/1996 
 
Art. 5º Lei poderá atribuir a terceiros a responsabilidade pelo pagamento do 
imposto e acréscimos devidos pelo contribuinte ou responsável, quando os atos ou 
omissões daqueles concorrerem para o não recolhimento do tributo. 
 
Art. 6º Lei estadual poderá atribuir a contribuinte do imposto ou a depositário a 
qualquer título a responsabilidade pelo seu pagamento, hipótese em que assumirá 
a condição desubstituto tributário. (Redação dada pela LCP 114, de 16.12.2002) 
 
§ 1º A responsabilidade poderá ser atribuída em relação ao imposto incidente 
sobre uma ou mais operações ou prestações, sejam antecedentes, concomitantes 
ou subsequentes, inclusive ao valor decorrente da diferença entre alíquotas 
interna e interestadual nas operações e prestações que destinem bens e serviços 
a consumidor final localizado em outro Estado, que seja contribuinte do imposto. 
 
§2º A atribuição de responsabilidade dar-se-á em relação a mercadorias, bens ou 
serviços previstos em lei de cada Estado. (Redação dada pela LCP 114, de 
16.12.2002) 
 
Art. 7º Para efeito de exigência do imposto por substituição tributária, inclui-se, 
também, como fato gerador do imposto, a entrada de mercadoria ou bem no 
estabelecimento do adquirente ou em outro por ele indicado. 
 
Art. 8º A base de cálculo, para fins de substituição tributária, será: 
 
I – em relação às operações ou prestações antecedentes ou concomitantes, o 
valor da operação ou prestação praticado pelo contribuinte substituído; 
 
II – em relação às operações ou prestações subsequentes, obtida pelo somatório 
das parcelas seguintes: 
 
 
 
 
IPI, ICMS, ISS E O PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 24 
a) o valor da operação ou prestação própria realizada pelo substituto tributário ou 
pelo substituído intermediário; 
 
b) o montante dos valores de seguro, de frete e de outros encargos cobrados ou 
transferíveis aos adquirentes ou tomadores de serviço; 
 
c) a margem de valor agregado, inclusive lucro, relativa às operações ou 
prestações subsequentes. 
 
§ 1º Na hipótese de responsabilidade tributária em relação às operações ou 
prestações antecedentes, o imposto devido pelas referidas operações ou 
prestações será pago pelo responsável, quando: 
 
I – da entrada ou recebimento da mercadoria, do bem ou do serviço; (Redação 
dada pela LCP 114, de 16.12.2002) 
 
II – da saída subsequente por ele promovida, ainda que isenta ou não tributada; 
 
III – ocorrer qualquer saída ou evento que impossibilite a ocorrência do fato 
determinante do pagamento do imposto. 
 
§ 2º Tratando-se de mercadoria ou serviço cujo preço final a consumidor, único 
ou máximo, seja fixado por órgão público competente, a base de cálculo do 
imposto, para fins de substituição tributária, é o referido preço por ele 
estabelecido. 
 
§ 3º Existindo preço final a consumidor sugerido pelo fabricante ou importador, 
poderá a lei estabelecer como base de cálculo este preço. 
 
§ 4º A margem a que se refere a alínea c do inciso II do caput será estabelecida 
com base em preços usualmente praticados no mercado considerado, obtidos por 
levantamento, ainda que por amostragem ou através de informações e outros 
 
 
 
IPI, ICMS, ISS E O PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 25 
elementos fornecidos por entidades representativas dos respectivos setores, 
adotando-se a média ponderada dos preços coletados, devendo os critérios para 
sua fixação ser previstos em lei. 
 
§ 5º O imposto a ser pago por substituição tributária, na hipótese do inciso II do 
caput, corresponderá à diferença entre o valor resultante da aplicação da alíquota 
prevista para as operações ou prestações internas do Estado de destino sobre a 
respectiva base de cálculo e o valor do imposto devido pela operação ou prestação 
própria do substituto. 
 
§ 6º Em substituição ao disposto no inciso II do caput, a base de cálculo em 
relação às operações ou prestações subsequentespoderá ser o preço a 
consumidor final usualmente praticado no mercado considerado, relativamente ao 
serviço, à mercadoria ou sua similar, em condições de livre concorrência, 
adotando-se para sua apuração as regras estabelecidas no § 4o deste artigo. 
(Redação dada pela LCP 114, de 16.12.2002) 
 
Art. 9º A adoção do regime de substituição tributária em operações interestaduais 
dependerá de acordo específico celebrado pelos Estados interessados. 
 
§ 1º A responsabilidade a que se refere o art. 6º poderá ser atribuída: 
 
I – ao contribuinte que realizar operação interestadual com petróleo, inclusive 
lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, em relação às 
operações subsequentes; 
 
II – às empresas geradoras ou distribuidoras de energia elétrica, nas operações 
internas e interestaduais, na condição de contribuinte ou de substituto tributário, 
pelo pagamento do imposto, desde a produção ou importação até a última 
operação, sendo seu cálculo efetuado sobre o preço praticado na operação final, 
assegurado seu recolhimento ao Estado onde deva ocorrer essa operação. 
 
 
 
 
IPI, ICMS, ISS E O PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 26 
§ 2º Nas operações interestaduais com as mercadorias de que tratam os incisos I 
e II do parágrafo anterior, que tenham como destinatário consumidor final, o 
imposto incidente na operação será devido ao Estado onde estiver localizado o 
adquirente e será pago pelo remetente. 
 
Art. 10. É assegurado ao contribuinte substituído o direito à restituição do valor do 
imposto pago por força da substituição tributária, correspondente ao fato gerador 
presumido que não se realizar. 
 
§ 1º Formulado o pedido de restituição e não havendo deliberação no prazo de 
noventa dias, o contribuinte substituído poderá se creditar, em sua escrita fiscal, 
do valor objeto do pedido, devidamente atualizado segundo os mesmos critérios 
aplicáveis ao tributo. 
 
§ 2º Na hipótese do parágrafo anterior, sobrevindo decisão contrária irrecorrível, o 
contribuinte substituído, no prazo de quinze dias da respectiva notificação, 
procederá ao estorno dos créditos lançados, também devidamente atualizados, 
com o pagamento dos acréscimos legais cabíveis. 
 
IPI 
 
“Da análise semântica das palavras que compõem a frase “Imposto sobre 
Produtos Industrializados”, simplesmente sob o prisma constitucional poucas são 
as conclusões que se pode obter da competência outorgada pelo legislador 
constitucional à União Federal, para a instituição do imposto ora sob análise. 
Em outras palavras, diferentemente do que ocorreu em outros tributos, o 
legislador constituinte foi extremamente genérico e vago. 
 
Da frase “Imposto sobre Produtos Industrializados” conclui-se, apenas, que se 
estará diante de um tributo não vinculado a qualquer atividade estatal (definição 
de imposto), que somente poderá incidir sobre produtos que sofreram alguma 
industrialização. 
 
 
 
IPI, ICMS, ISS E O PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 27 
 
Ora, considerando que o critério material se apresenta por um verbo de ação 
futura, que deverá regular uma conduta humana, apenas pela análise do texto 
constitucional encontraríamos tão somente a hipótese “industrializar produtos”, 
como sendo de incidência do IPI. 
 
Contudo, da análise do Código Tributário Nacional, em seu artigo 46, verificamos 
que outros eventos foram contemplados com a incidência do IPI. São eles (art. 46 
do CTN): 
 
I – o desembaraço aduaneiro, quando de procedência estrangeira; 
II – a saída dos estabelecimentos a que se refere o parágrafo único do art. 51; 
III – a arrematação, quando apreendido ou abandonado e levado a leilão; 
(...) 
É fundamental, antes da análise do critério material da hipótese de incidência do 
IPI intitulado “industrializar produtos”, verificar a acepção do signo “produto” e 
“industrializado”. 
 
Realmente, da leitura do texto constitucional, fica no ar a seguinte dúvida: o que 
vem a ser um “produto” “industrializado”, para fins de incidência desse imposto? 
 
O raciocínio mais simplista pode levar a entender, em um primeiro momento, que 
esse imposto incidirá sobre quase a totalidade de bens que conhecemos, já que, 
com exceção dos produtos in natura, os artesanais, os intelectuais ou os artísticos, 
todos os demais sofreram, de alguma forma, uma modalidade de industrialização. 
(...) 
 
Verifica-se que, pela análise da legislação complementar, caracteriza-se como 
“industrializado” o produto que tenha sido submetido a qualquer operação que lhe 
modifique a natureza ou a finalidade, ou o aperfeiçoe para o consumo. 
(...) 
 
 
 
IPI, ICMS, ISS E O PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 28 
O regulamento do IPI atualmente em vigor (decreto nº 4.544, de 26 de dezembro 
de 2002) estabelece que produto industrializado é aquele resultante de uma das 
seguintes modalidades de industrialização, a seguir elencadas: 
 
(i) Transformação (a que, exercida sobre matéria-prima ou produto 
intermediário, importe na obtenção de espécie nova). 
 
O conceito de “transformação”, na forma como redigida na legislação 
infraconstitucional não gera grandes dúvidas. 
De fato, em havendo qualquer alteração do produto adquirido, e obtendo-se um 
novo produto, estar-se-á diante de uma operação (processo) de industrialização. 
 
(ii) Beneficiamento (a que importe em modificar, aperfeiçoar ou, de 
qualquer forma, alterar o funcionamento, a utilização, o acabamento ou 
a aparência do produto). 
 
Certamente esta hipótese de industrialização é a que gera maior desconforto aos 
contribuintes, principalmente pelo fato de que esse mesmo fato (beneficiamento) 
está previsto na lista de serviços sujeitos à incidência do ISS. 
(...) 
 
Contudo, neste momento, basta ter em mente as operações que se possam 
caracterizar como uma operação de beneficiamento: modificação, 
aperfeiçoamento ou, de qualquer forma, alteração do funcionamento, da 
utilização, do acabamento ou da aparência do produto. 
 
Como exemplo de operações de beneficiamento pode-se citar: corte de ferro 
redondo em comprimento certos, dobradura dos pedaços para confecção de 
armaduras de ferro para concreto armado, ou a gravação de fita virgem ou sua 
reprodução para disco. 
 
 
 
 
IPI, ICMS, ISS E O PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 29 
(iii) montagem (a que consista na reunião de produtos, peças ou partes e de que 
resulte um novo produto ou unidade autônoma, ainda que sob a mesma 
classificação fiscal). 
 
Essa modalidade de industrialização também não apresenta grandes dificuldades 
ao intérprete, já que o conceito de montagem é de fácil compreensão e a 
definição (como posta pela legislação tributária) é bastante clara. 
 
(iii) Acondicionamento ou reacondicionamento (a que importe em alterar a 
apresentação do produto, pela colocação de embalagem, ainda que em 
substituição da original, salvo quando a embalagem colocada se destine 
apenas ao transporte da mercadoria). 
 
Assim como já citado anteriormente, esta modalidade de industrialização também 
não gera divergências. Se se estiver diante da substituição da embalagem anterior 
(desde que haja alteração na apresentação do produto), exceto quando se tratar 
de embalagem para transporte, estar-se-á diante de hipótese de incidência do IPI. 
(...) 
 
(iv) Renovação ou recondicionamento (a que exercida sobre produto usado 
ou parte remanescente de produto deteriorado ou inutilizado, renove ou 
restaure o produto para utilização). 
 
A renovação ou recondicionamento caracteriza-se, por exemplo, na aquisição de 
produtos imprestáveis para o uso no estado em que foram adquiridos e destinados 
posteriormenteao processo de industrialização e revenda. Exemplo de renovação 
ou recondicionamento é obtido no processo de recauchutagem de pneus. 
(...) 
 
O legislador constitucional outorgou competência à União Federal para instituir o 
“Imposto sobre Produtos Industrializados”. 
 
 
 
 
IPI, ICMS, ISS E O PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 30 
O legislador complementar, por sua vez, estabeleceu que deve ser entendido 
como “produto industrializado”, aquele que for submetido a qualquer operação 
que lhe modifique a natureza ou a finalidade, ou o aperfeiçoe para consumo. 
 
Assim, é importante esclarecer qual a extensão do conceito de “operações”, para 
fins de incidência desse imposto. 
 
Entenda-se como “operação” a realização de qualquer “ato” ou “negócio jurídico” 
que impulsione um produto ou mercadoria, do produtor ao consumidor final, por 
meio de sucessivas transferências de titularidades. 
 
Como bem esclareceu Mairan Gonçalves Maia Júnior, o negócio jurídico concretiza-
se por meio da manifestação de vontade das partes contratantes, que por si 
expressam a concordância com a produção dos efeitos negociais. 
 
Contudo, em alguns casos no IPI, pode ocorrer tão somente determinado “ato” 
que não seja decorrente de manifestação de vontade entre as partes contratantes, 
o qual, por sua característica, inclui-se dentro da hipótese de incidência do IPI, 
como, por exemplo, a pena de perdimento de determinada mercadoria importada, 
em cujo leilão haverá a incidência do IPI. 
 
Certamente é um exemplo de um “ato” que, mesmo independente da vontade das 
partes, acarretará, ainda que posteriormente, a incidência do imposto ora sob 
estudo. Nesse caso, estaremos diante de ações que dependem de expressa 
determinação legal. 
 
Ocorre que, no presente caso, para a incidência do IPI, o conceito de “operações”, 
a nosso ver, não pode estar apenas limitado ao conceito de “ato” ou “negócio 
jurídico”. 
 
De fato, nos termos do que já foi apresentado anteriormente, da análise da 
legislação complementar (Código Tributário Nacional) podemos concluir que o 
 
 
 
IPI, ICMS, ISS E O PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 31 
conceito de “operações” lá expresso nada tem a ver com “atos” ou “negócios 
jurídicos”, mas, sim, com processos que modifiquem a natureza ou finalidade, ou, 
ainda, o aperfeiçoamento para consumo de determinado produto. 
 
Tivesse o legislador constitucional a intenção de que esse imposto incidisse sobre 
“operações” (tão somente no sentido de “atos” ou “negócios jurídicos”), assim o 
teria feito, a exemplo do que ocorreu com o ICMS, cuja competência outorgada é 
para a instituição de um imposto que incida sobre operações (atos ou negócios 
jurídicos) relativas a circulação de mercadorias e prestação de serviços lá 
descritos. 
 
Ora, para a obtenção de um “produto industrializado”, há necessidade de que 
determinados materiais (matérias-primas, produtos intermediários ou materiais de 
embalagem) sofram uma série de operações (no caso, processo de 
industrialização, assim entendido o que modifique a sua natureza ou sua 
finalidade, ou ainda, os aperfeiçoe para consumo). 
 
Esse “ato” ou “negócio jurídico”, que envolva uma série de transferências de 
titularidades somente é importante para identificação do momento da incidência 
tributária do IPI, já que será a partir deles que se estará diante da “saída” do 
produto industrializado (aspecto temporal da hipótese de incidência), ensejando, 
nesse momento, o nascimento da obrigação tributária. 
 
É por tal razão que o IPI, diferentemente do ICMS, não incide sobre operações, no 
sentido unicamente de “ato” ou “negócio jurídico”, de forma indiscriminada, sem 
que se faça a correta distinção dos conceitos de “operações” – como processo de 
industrialização – e de “operações” como “atos” ou “negócios jurídicos”.7 
 
No caso específico do IPI, a legislação tributária, ao estipular apresentar sua base 
de cálculo, assim o faz sobre determinado valorou sobre determinada unidade de 
 
7TOLEDO, José Eduardo Tellini. IPI – incidência tributária e princípios constitucionais. São Paulo: 
Quartier Latin, 2006. 
 
 
 
IPI, ICMS, ISS E O PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 32 
medida (litro, peso etc.). Desse modo, além da regra geral (valor da operação), a 
base de cálculo desse imposto poderá ser fixada por unidade ou quantidade de 
produto, conforme classe de valores. 
 
Todavia, mesmo nas hipóteses em que for eleita uma base de cálculo “fixa”, seja 
por unidade de medida, seja por uma classe de valores, ainda assim a legislação 
tributária estará se referindo a determinado valor. 
(...) 
 
Nos tributos sujeitos ao princípio constitucional da não cumulatividade (como, 
neste caso, o IPI), não será no momento da transformação do “valor da operação” 
em cifra que o contribuinte terá condições de conhecer o valor da sua dívida 
tributária. 
 
Nesse momento será possível conhecer tão somente o valor que incidiu sobre a 
“saída” do produto industrializado. O valor da dívida tributária a ser recolhida aos 
cofres públicos somente será conhecido após o encontro de créditos e débitos 
fiscais existentes em sua escrita fiscal (aplicação do princípio da não 
cumulatividade), não havendo, inclusive, impedimento algum de que nenhum 
valor seja devido aos Cofres Públicos, em determinado período de apuração em 
face da existência de valores de “créditos” em quantidade superior aos “débitos”. 
 
Assim, a alíquota congregada com a base de cálculo dará tão somente a 
quantificação numérica do valor incidente, mas a dívida a ser exigida pelo sujeito 
ativo dependerá, ainda, de outro ato do contribuinte, qual seja, o encontro dos 
créditos e débitos de IPI. 
 
As alíquotas do IPI encontram‑se discriminadas na Tabela da Incidência do IPI 
(TIPI), por meio da qual, conforme a respectiva classificação fiscal da mercadoria, 
se encontra a correlata alíquota desse imposto. 
 
 
 
 
IPI, ICMS, ISS E O PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 33 
A lei nº 4.502, de 1964 e o Regulamento do IPI estabelecem que esse imposto 
seja calculado mediante a aplicação das alíquotas constantes da TIPI sobre o valor 
tributável dos produtos, havendo, inclusive, a possibilidade de outra modalidade 
de cálculo desse imposto, estabelecido nos termos do que consta expressamente 
no art. 189, parágrafo único, do Regulamento do IPI. 
 
Essa Tabela de Incidência do IPI oferece, aos respectivos contribuintes, não só a 
forma de identificação de produtos que são alcançados pela incidência desse 
imposto, mas também a alíquota aplicável na hipótese de realização de qualquer 
operação que possa ensejar a incidência tributária. 
(...) 
 
Essa tabela não permite apenas a identificação da alíquota do IPI, mas também 
oferece ao contribuinte a possibilidade de identificar, por regras lá estabelecidas, a 
forma como determinado produto será enquadrado em uma classificação. 
Permitirá, também, ao contribuinte, identificar certas operações em que a 
mencionada alíquota do IPI poderá ser reduzida, hipótese que sempre deverá ser 
conjugada com a legislação vigente. 
 
A alíquota do IPI, nos termos do art. 153, § 1º, da Constituição Federal, poderá 
ser modificada pelo Poder Executivo, desde que respeitados os limites legalmente 
estabelecidos tanto em relação à alíquota máxima quanto à mínima, tendo 
liberdade de atuação somente dentro dessa faixa.8 
 
Considerando o arquétipo constitucional dos tributos sujeitos à observância do 
princípio da não cumulatividade, não tardaram a surgir, diante de específicos 
casos concretos, situações das mais diversas em que os contribuintes alegavamo 
mal ferimento desse princípio nas hipóteses em que a operação anterior era 
beneficiada com isenção, não tributação ou alíquota zero. 
 
 
8 TOLEDO, José Eduardo Tellini. Cálculo do IPI: Formação da Base de Cálculo, Alíquotas da TIPI e 
Princípio da Seletividade. In Tributação do Setor Industrial, coordenadores Eurico Marcos Diniz 
de Santi e Vanessa Rahal Canado. São Paulo: Saraiva, 2013; 
 
 
 
IPI, ICMS, ISS E O PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 34 
Com efeito, nesses casos, defendia o Fisco que o contribuinte não teria direito 
algum ao crédito, pois, se nada fora cobrado na operação antecedente, nada 
haveria de ser compensado na operação subsequente. 
 
Por sua vez, e coerentemente com as teses que norteiam a aplicação do princípio 
da não cumulatividade, procurou o contribuinte demonstrar que, para a fiel 
observância do princípio da não cumulatividade, haveria de ser admitido o 
desconto do tributo que, embora incidente na operação anterior, deixou de ser 
cobrado em função da existência de uma norma isentiva. 
 
Enfrentando a matéria, o Supremo Tribunal Federal logrou entender que o 
contribuinte teria o direito à compensação, pois, caso não fosse reconhecido o 
direito à não cumulatividade do imposto, haveria a superposição da carga 
tributária na etapa imediatamente posterior, onerando o adquirente do produto 
isento. 
 
Nesse sentido foi a decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal no 
julgamento do RE 106.033, que teve como relator o Ministro Carlos Madeira, 
julgado em 22 de abril de 1986 (STF, 1986): 
(...) 
 
Derivando não apenas a isenção, mas também a alíquota zero 4 e a não incidência 
de situações afins com a isenção, seria forçoso o reconhecimento do direito à 
aplicação do princípio da não cumulatividade, por serem técnicas de desoneração 
fiscal que, embora assumindo cada qual uma função no ordenamento jurídico, 
possuem, todas, o mesmo efeito em relação às operações posteriores da cadeia 
de circulação de mercadorias. 
 
Note‑se que, conforme bem examinado no acórdão prolatado pelo Supremo 
Tribunal Federal, o raciocínio empreendido pelo Relator se coaduna, em tudo e 
por tudo, com o quanto se afirmou na parte anterior deste trabalho: a não 
cumulatividade tem por fim realizar determinados objetivos pressupostos pela 
 
 
 
IPI, ICMS, ISS E O PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 35 
norma constitucional, a qual restaria absolutamente frustrada caso não aplicada 
em tais hipóteses (cumulação de tributos e distorções contributivas dentro da 
cadeia de circulação, no qual o benefício fiscal concedido a um contribuinte 
acabaria por prejudicar o próximo elo da cadeia). 
 
Outra situação semelhante, e na qual se pode vislumbrar de modo ainda mais 
evidente a ofensa ao princípio da não cumulatividade, diz respeito às hipóteses em 
que o contribuinte adquiria um produto onerado, mas tinha sua operação 
subsequente beneficiada por isenção, alíquota zero ou imunidade: simplesmente, 
nesta situação, o contribuinte não tinha como se “desfazer” da carga tributária da 
operação antecedente, suportando, bem por isso, o ônus tributário de modo 
cumulativo. 
 
Nesta hipótese, a violência ao direito subjetivo do contribuinte era ainda mais 
evidente, pois, diferentemente do que se verifica na hipótese anterior, nesta, há o 
recolhimento do tributo e – como quer a União – o seu próprio pagamento. 
(...) 
 
Em um primeiro momento, a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal 
caminhava no sentido de reconhecer o direito do contribuinte adquirente de 
produtos isentos (ou sob alíquota zero) de se creditar do valor do IPI incidente 
(mas não exigido) na operação anterior. 
(...) 
 
Diante disso, a matéria voltou a ser discutida no Plenário do Supremo Tribunal 
Federal e, desta vez, em apertada votação majoritária (seis votos a cinco), a 
União logrou reverter o entendimento da Egrégia Corte, em julgamento encerrado 
no dia 25 de junho de 2007 (Recurso Extraordinário n. 353.657-5. Tribunal Pleno. 
Relator: Ministro Marco Aurélio. Brasília. J. em: 25 de junho de 2007) (STF, 2007). 
(...) 
 
 
 
 
IPI, ICMS, ISS E O PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 36 
Em outras palavras, segundo a mais recente interpretação do C. Supremo Tribunal 
Federal, a realização do princípio constitucional da não cumulatividade pressuporia 
dupla incidência, ressaltando-se também neste julgamento, a existência de 
ponderáveis razões da corrente divergente, capitaneada pelo voto do Ministro 
Cezar Peluso. 
 
Assim, e com este entendimento, consagrou o Supremo Tribunal Federal o 
entendimento de que o princípio da não cumulatividade somente poderia ser 
aplicado nos casos em que houvesse a dupla incidência (entenda‑se, cobrança e 
pagamento do imposto em ambas as etapas).9 
 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 
 
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: 
(...) 
IV - produtos industrializados; 
(...) 
3º O imposto previsto no inciso IV: 
 
I – será seletivo, em função da essencialidade do produto; 
 
II – será não cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação 
com o montante cobrado nas anteriores; 
 
III – não incidirá sobre produtos industrializados destinados ao exterior. 
 
IV – terá reduzido seu impacto sobre a aquisição de bens de capital pelo 
contribuinte do imposto, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 
42, de 19.12.2003) 
 
9Oliveira, Júlio M. de; PEREIRA, André Luiz dos Santos. Não Cumulatividade no IPI: Aspectos 
Gerais, Operações Não Tributadas, Isentas e com Alíquota Zero. In: Tributação do Setor 
Industrial. Coordenadores: Eurico Marcos Diniz de Santi; Vanessa Rahal Canado. São Paulo: 
Editora Saraiva, 2013; 
 
 
 
IPI, ICMS, ISS E O PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 37 
 
CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL 
 
Art. 46. O imposto, de competência da União, sobre produtos industrializados tem 
como fato gerador: 
 
I – o seu desembaraço aduaneiro, quando de procedência estrangeira; 
 
II – a sua saída dos estabelecimentos a que se refere o parágrafo único do artigo 
51; 
 
III – a sua arrematação, quando apreendido ou abandonado e levado a leilão. 
 
Parágrafo único. Para os efeitos deste imposto, considera-se industrializado o 
produto que tenha sido submetido a qualquer operação que lhe modifique a 
natureza ou a finalidade, ou o aperfeiçoe para o consumo. 
 
 Art. 47. A base de cálculo do imposto é: 
 
I – no caso do inciso I do artigo anterior, o preço normal, como definido no inciso 
II do artigo 20, acrescido do montante: 
 
a) do imposto sobre a importação; 
 
b) das taxas exigidas para entrada do produto no País; 
 
c) dos encargos cambiais efetivamente pagos pelo importador ou dele exigíveis; 
 
II - no caso do inciso II do artigo anterior: 
 
a) o valor da operação de que decorrer a saída da mercadoria; 
 
 
 
 
IPI, ICMS, ISS E O PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 38 
b) na falta do valor a que se refere à alínea anterior, o preço corrente da 
mercadoria, ou sua similar, no mercado atacadista da praça do remetente; 
 
III – no caso do inciso III do artigo anterior, o preço da arrematação. 
 
 Art. 48. O imposto é seletivo em função da essencialidade dos produtos. 
 
Art. 49. O imposto é não cumulativo, dispondo a lei de forma que o montante 
devido resulte da diferença a maior, em determinado período, entre o imposto 
referente aos produtos saídos do estabelecimento e o pago relativamente aos 
produtos nele entrados. 
 
Parágrafo único. O saldo verificado, em determinado período, em favor do 
contribuintetransfere-se para o período ou períodos seguintes. 
(...) 
 
Art. 51. Contribuinte do imposto é: 
 
I – o importador ou quem a lei a ele equiparar; 
 
II – o industrial ou quem a lei a ele equiparar; 
 
III – o comerciante de produtos sujeitos ao imposto, que os forneça aos 
contribuintes definidos no inciso anterior; 
 
IV – o arrematante de produtos apreendidos ou abandonados, levados a leilão. 
 
Parágrafo único. Para os efeitos deste imposto, considera-se contribuinte 
autônomo qualquer estabelecimento de importador, industrial, comerciante ou 
arrematante. 
 
 
 
 
 
IPI, ICMS, ISS E O PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 39 
ISS 
 
Importante constatar, desde logo, que a Carta Política impõe três limitações ao 
exercício da competência tributária municipal. Em primeiro lugar, excluiu os 
serviços de transporte intermunicipal e interestadual e de comunicação, que 
passaram para a competência impositiva dos Estados. Em segundo lugar, 
condicionou a tributação dos serviços àqueles definidos em lei complementar. 
Acrescentou, ainda, a Constituição Federal, em seu artigo 155, parágrafo 2º, 
inciso IX, b, que o ICMS incidirá sobre o valor total da operação, quando as 
mercadorias forem fornecidas com serviços não compreendidos na competência 
tributária dos municípios. Finalmente, estatuiu no inciso I do parágrafo 3º que 
cabe à lei complementar fixar alíquotas máximas. Além dessas três limitações, o 
legislador constituinte original não estabeleceu nenhuma outra.10 
 
Não é recente a controvérsia em relação ao local em que se reputa ocorrido o fato 
imponível do Imposto Sobre Serviço, ISS. O motivo que originou tal investigação 
foi a exata identificação do sujeito ativo, titular do direito de exigir a respectiva 
prestação. 
 
O embate doutrinário que surgiu precisamente com o advento do Decreto-lei n. 
406/68 que estabeleceu regra de constitucionalidade duvidosa em seu art. 12, a, 
quanto ao aspecto espacial da hipótese de incidência do mencionado tributo 
desencadeou a manifestação dos tribunais superiores acerca da matéria. 
(...) 
 
Não obstante a consagração, pelo Poder Judiciário, da corrente que entende ser 
devido o ISS no local em que é prestado o serviço, sobreveio a LC n. 116/03 que, 
mais uma vez, desvirtuou o aspecto espacial previsto no arquétipo constitucional 
do referido tributo, reafirmando o disposto no artigo 12, a, do Decreto-lei n. 
406/68 e agregando a tal regra o conceito de estabelecimento prestador. 
 
10 HARADA, Kioshi. Imposto sobre serviços, Lei Complementar n. 116/03. Tributação de sociedade 
de profissionais. In ISS – LC 116/2003 à luz da doutrina e Jurisprudência. 2ª edição revista e 
ampliada. São Paulo: MP Editora, 2008; 
 
 
 
IPI, ICMS, ISS E O PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 40 
(...) 
É certo que as novas regras não solucionaram definitivamente a questão, no 
entanto, é possível vislumbrar em relação às mesmas uma evolução no que diz 
respeito à modificação do âmbito espacial de incidência do ISS, o que ocorreu 
com a inserção de regras consentâneas com o arquétipo constitucional do tributo 
para 22 serviços.11 
 
A exceção para determinados serviços serem tributados no local efetivo de sua 
prestação, uma vez que ocorram em outros Municípios que não naquele onde o 
prestador é inscrito, requer que haja uma forma de operacionalizar a fiscalização e 
cobrança do imposto. Não só seria inviável impor o ônus ao prestador para que 
tenha inscrição em todo e qualquer Município onde eventualmente venha a 
prestar algum serviço, como também tal pretensão seria fútil, uma vez que 
certamente não teria eficácia social, isto é, não seria obedecida. 
(...) 
 
O terceiro vinculado ao fato gerador, no caso do suporte fático da prestação de 
serviço é, por excelência, o tomador. Isso porque o outro pólo dessa relação 
obrigacional de direito privado é ocupado pelo próprio contribuinte. 
(...) 
 
Sendo assim, se o responsável não retiver o imposto devido pelo contribuinte no 
momento da satisfação da obrigação contratual da prestação de serviço, será 
então sujeito passivo de outra norma, qual seja, a sanção pelo não cumprimento 
da responsabilidade de reter.12 
 
A Lei Complementar n. 116/03 a um só tempo cria o benefício à exportação dos 
serviços e estabelece o limite a ser observado pelo contribuinte para sua fruição: 
que o resultado do serviço aqui não se verifique. 
 
11 GRUPENMACHER, BetinaTreiger. ISS_ local em que é devido o tributo. In ISS – LC 116/2003 à 
luz da doutrina e Jurisprudência. 2ª edição revista e ampliada. São Paulo: MP Editora, 2008; 
12 CARVALHO, Cristiano; ROSA, Maria Eduarda da. Responsabilidade tributária do tomador do 
serviço na Lie Complementar n. 116/03. In: ISS – LC 116/2003 à luz da doutrina e Jurisprudência. 
2ª edição revista e ampliada. São Paulo: MP Editora, 2008; 
 
 
 
IPI, ICMS, ISS E O PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 41 
 
A isenção do ISS sobre as exportações de serviços segue uma orientação nacional 
e internacional, que há muito se desenvolve, para desonerar tributariamente bens 
sujeitos à exportação. 
(...) 
 
Não menos difícil, mas seguramente mais controvertido, a importação de serviços 
certamente resultará em longas discussões judiciais com as municipalidades. 
(...) 
 
A intenção do legislador, contrariando toda a doutrina que defende que os 
serviços prestados no exterior não são passíveis de tributação por força do 
princípio da territorialidade, foi exatamente estabelecer a incidência tributária 
sobre os pagamentos remuneratórios de serviços. 
(...) 
 
Foi com fundamento na autorização constitucional estabelecida no inciso III do 
artigo 156, que a Lei Complementar n. 116/03 estabeleceu uma nova modalidade 
de incidência sobre os serviços (e não uma nova incidência), que é o efetivo 
consumo do serviço. Até o advento dessa Lei Complementar, o ISS era um tributo 
incidente sobre a prestação dos serviços.13 
 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 
 
Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: 
(...) 
III – serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos 
em lei complementar. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) 
(...) 
 
13 TROIANELLI, Gabriel Lacerda; GUIEROS, Juliana. O ISS e exportação e importação dos serviços. 
In: ISS – LC 116/2003 à luz da doutrina e Jurisprudência. 2ª edição revista e ampliada. São Paulo: 
MP Editora, 2008; 
 
 
 
IPI, ICMS, ISS E O PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 42 
§ 3º Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput deste artigo, cabe à lei 
complementar: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002) 
I – fixar as suas alíquotas máximas e mínimas. (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 37, de 2002) 
 
II – excluir da sua incidência exportações de serviços para o exterior. (Incluído 
pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) 
 
III – regular a forma e as condições como isenções, incentivos e benefícios fiscais 
serão concedidos e revogados. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 3, de 
1993) 
 
LEI COMPLEMENTAR Nº 116/2003 
 
Art. 1º O Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, de competência dos 
Municípios e do Distrito Federal, tem como fato gerador a prestação de serviços 
constantes da lista anexa, ainda que esses não se constituam como atividade 
preponderante do prestador. 
 
§ 1º O imposto incide também sobre o serviço proveniente do exterior do País ou 
cuja prestação se tenha iniciado no exterior do País. 
 
§2º Ressalvadas as exceções expressas na lista anexa, os serviços nela 
mencionados não ficam sujeitos ao Imposto Sobre Operações Relativas à 
Circulação de Mercadorias e Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e 
Intermunicipal e de Comunicação – ICMS, ainda que sua prestação envolva 
fornecimento de mercadorias. 
 
§ 3º O imposto de que trata esta Lei Complementar incide ainda sobre os serviços 
prestados mediante a utilização de bens e serviços públicos explorados 
economicamente mediante autorização, permissão ou concessão, com o 
pagamento de tarifa, preço ou pedágio pelo usuário final do serviço. 
 
 
 
IPI, ICMS, ISS E O PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 43 
 
§ 4º A incidência do imposto não depende da denominação dada ao serviço 
prestado 
(...) 
 
Art. 3º O serviço considera-se prestado e o imposto devido no local do 
estabelecimento prestador ou, na falta do estabelecimento, no local do domicílio 
do prestador, exceto nas hipóteses previstas nos incisos I a XXII, quando o 
imposto será devido no local: (Vide lei complementar nº 123, de 2006). 
 
I – do estabelecimento do tomador ou intermediário do serviço ou, na falta de 
estabelecimento, onde ele estiver domiciliado, na hipótese do § 1º do art. 1º 
desta Lei Complementar; 
 
II – da instalação dos andaimes, palcos, coberturas e outras estruturas, no caso 
dos serviços descritos no subitem 3.05 da lista anexa; 
 
III – da execução da obra, no caso dos serviços descritos no subitem 7.02 e 7.19 
da lista anexa; 
 
IV – da demolição, no caso dos serviços descritos no subitem 7.04 da lista anexa; 
 
V – das edificações em geral, estradas, pontes, portos e congêneres, no caso dos 
serviços descritos no subitem 7.05 da lista anexa; 
 
VI – da execução da varrição, coleta, remoção, incineração, tratamento, 
reciclagem, separação e destinação final de lixo, rejeitos e outros resíduos 
quaisquer, no caso dos serviços descritos no subitem 7.09 da lista anexa; 
 
VII – da execução da limpeza, manutenção e conservação de vias e logradouros 
públicos, imóveis, chaminés, piscinas, parques, jardins e congêneres, no caso dos 
serviços descritos no subitem 7.10 da lista anexa; 
 
 
 
IPI, ICMS, ISS E O PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 44 
 
VIII – da execução da decoração e jardinagem, do corte e poda de árvores, no 
caso dos serviços descritos no subitem 7.11 da lista anexa; 
 
IX – do controle e tratamento do efluente de qualquer natureza e de agentes 
físicos, químicos e biológicos, no caso dos serviços descritos no subitem 7.12 da 
lista anexa; 
 
X – (VETADO) 
 
XI – (VETADO) 
 
XII – do florestamento, reflorestamento, semeadura, adubação e congêneres, no 
caso dos serviços descritos no subitem 7.16 da lista anexa; 
 
XIII – da execução dos serviços de escoramento, contenção de encostas e 
congêneres, no caso dos serviços descritos no subitem 7.17 da lista anexa; 
 
XIV – da limpeza e dragagem, no caso dos serviços descritos no subitem 7.18 da 
lista anexa; 
XV – onde o bem estiver guardado ou estacionado, no caso dos serviços descritos 
no subitem 11.01 da lista anexa; 
 
XVI – dos bens ou do domicílio das pessoas vigiados, segurados ou monitorados, 
no caso dos serviços descritos no subitem 11.02 da lista anexa; 
 
XVII – do armazenamento, depósito, carga, descarga, arrumação e guarda do 
bem, no caso dos serviços descritos no subitem 11.04 da lista anexa; 
 
XVIII – da execução dos serviços de diversão, lazer, entretenimento e congêneres, 
no caso dos serviços descritos nos subitens do item 12, exceto o 12.13, da lista 
anexa; 
 
 
 
IPI, ICMS, ISS E O PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 45 
 
XIX – do Município onde está sendo executado o transporte, no caso dos serviços 
descritos pelo subitem 16.01 da lista anexa; 
 
XX – do estabelecimento do tomador da mão-de-obra ou, na falta de 
estabelecimento, onde ele estiver domiciliado, no caso dos serviços descritos pelo 
subitem 17.05 da lista anexa; 
 
XXI – da feira, exposição, congresso ou congênere a que se referir o 
planejamento, organização e administração, no caso dos serviços descritos pelo 
subitem 17.10 da lista anexa; 
 
XXII – do porto, aeroporto, ferroporto, terminal rodoviário, ferroviário ou 
metroviário, no caso dos serviços descritos pelo item 20 da lista anexa. 
 
§ 1º No caso dos serviços a que se refere o subitem 3.04 da lista anexa, 
considera-se ocorrido o fato gerador e devido o imposto em cada Município em 
cujo território haja extensão de ferrovia, rodovia, postes, cabos, dutos e condutos 
de qualquer natureza, objetos de locação, sublocação, arrendamento, direito de 
passagem ou permissão de uso, compartilhado ou não. 
 
§ 2º No caso dos serviços a que se refere o subitem 22.01 da lista anexa, 
considera-se ocorrido o fato gerador e devido o imposto em cada Município em 
cujo território haja extensão de rodovia explorada. 
 
§ 3º Considera-se ocorrido o fato gerador do imposto no local do estabelecimento 
prestador nos serviços executados em águas marítimas, excetuados os serviços 
descritos no subitem 20.01. 
 
Art. 4º Considera-se estabelecimento prestador o local onde o contribuinte 
desenvolva a atividade de prestar serviços, de modo permanente ou temporário, e 
que configure unidade econômica ou profissional, sendo irrelevantes para 
 
 
 
IPI, ICMS, ISS E O PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 46 
caracterizá-lo as denominações de sede, filial, agência, posto de atendimento, 
sucursal, escritório de representação ou contato ou quaisquer outras que venham 
a ser utilizadas. 
 
Art. 5º Contribuinte é o prestador do serviço. 
 
Art. 6º Os Municípios e o Distrito Federal, mediante lei, poderão atribuir de modo 
expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao 
fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte 
ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da 
referida obrigação, inclusive no que se refere à multa e aos acréscimos legais. 
 
§ 1º Os responsáveis a que se refere este artigo estão obrigados ao recolhimento 
integral do imposto devido, multa e acréscimos legais, independentemente de ter 
sido efetuada sua retenção na fonte. 
 
§ 2º Sem prejuízo do disposto no caput e no § 1º deste artigo, são responsáveis: 
(Vide Lei Complementar nº 123, de 2006). 
 
I – o tomador ou intermediário de serviço proveniente do exterior do País ou cuja 
prestação se tenha iniciado no exterior do País; 
II – a pessoa jurídica, ainda que imune ou isenta, tomadora ou intermediária dos 
serviços descritos nos subitens 3.05, 7.02, 7.04, 7.05, 7.09, 7.10, 7.12, 7.14, 7.15, 
7.16, 7.17, 7.19, 11.02, 17.05 e 17.10 da lista anexa. 
 
Art. 7º A base de cálculo do imposto é o preço do serviço. 
 
§ 1º Quando os serviços descritos pelo subitem 3.04 da lista anexa forem 
prestados no território de mais de um Município, a base de cálculo será 
proporcional, conforme o caso, à extensão da ferrovia, rodovia, dutos e condutos 
de qualquer natureza, cabos de qualquer natureza, ou ao número de postes, 
existentes em cada Município. 
 
 
 
IPI, ICMS, ISS E O PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 47 
 
§ 2º Não se incluem na base de cálculo do Imposto Sobre Serviços de Qualquer 
Natureza: 
 
I – o valor dos materiais fornecidos pelo prestador dos serviços previstos nos itens 
7.02 e 7.05 da lista de serviços anexa a esta Lei Complementar; 
 
II - (VETADO) 
 
§ 3º (VETADO) 
 
Art. 8º As alíquotas máximas do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza 
são as seguintes: 
 
I – (VETADO) 
 
II – demais serviços, 5% (cinco por cento).

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