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EXCEÇÕES, CONFLITO DE JURISDIÇÃO, MEDIDAS ASSECURATÓRIAS E INCIDENTE DE INSANIDADE MENTAL

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FERNANDA SCHUSTER 
LETÍCIA RIBEIRO DE OLIVEIRA
ROBERTO SCHIMIDT 
TRABALHO ACADÊMICO REFERENTE À DISCIPLINA DE PROCESSO PENAL I 
Santa Maria
2018
SUMÁRIO
1. EXCEÇÕES............................................................................................ 3 
1.1 Exceção de Suspeição ou de Impedimento..................................... 3 – 4 
1.2 Exceção de Incompetência do Juízo................................................ 4
1.3 Exceção de Litispendência................................................................ 4 
1.4 Exceção de Ilegitimidade da Parte.................................................... 5 
1.5 Exceção de Coisa Julgada................................................................. 5
2. CONFLITO DE JURISDIÇÃO................................................................ 5 – 8 
3. RESTITUIÇÃO DE COISAS APREENDIDAS....................................... 8 – 9 
4. MEDIDAS ASSECURATÓRIAS............................................................ 10
4.1 Sequestro............................................................................................ 10 – 11 
4.2 Arresto................................................................................................. 11 – 12 
4.3 Hipoteca legal..................................................................................... 12 – 13 
5. INCIDENTE DE FALSIDADE................................................................. 13 – 14 
5.1 Incidente de insanidade mental......................................................... 14 – 15 
6. REFERÊNCIAS...................................................................................... 15 
1. EXCEÇÕES
Conforme NUCCI, exceções são as defesas indiretas apresentadas por qualquer das partes, com o intuito de prolongar o trâmite processual, até que uma questão processual relevante seja resolvida, bem como com a finalidade de estancar, definitivamente, o seu curso, porque processualmente incabível o prosseguimento da ação. 
Ao ser reconhecida a exceção pelo juiz (de oficio) trata-se como um incidente processual que deverá ser decidida antes de analisar o mérito da causa, pelo fato de que uma exceção seria uma defesa interposta pela parte contra o processo.
As exceções dividem-se em:
a)	Dilatórias: São aquelas que prorrogam a descrição de mérito da causa até que seja resolvida uma questão processual. Exemplo: Exceção de suspeição prevista no art. 97 do CPP ou Exceção de incompetência de Juízo prevista no art. 108 do CPP. 
b)	Peremptórias: São aquelas que, põe fim ao processo. Exemplo é a Exceção de coisa Julgada ou de litispendência.
Ainda, conforme o Art. 95 do CPP poderá ser propostas exceções de:
Suspeição; 
Incompetência do juízo; 
Litispendência; 
Ilegitimidade da parte; 
Coisa julgada. 
Exceção de Suspeição e de Impedimento 
Exceção de suspeição é a defesa indireta oposta por qualquer das partes contra a parcialidade de juiz. Possui como características: um meio de defesa dilatório (1); a iniciativa cabe a qualquer uma das partes do processo (2); o momento adequado é o primeiro processual após conhecer o motivo (3) e; o fundamento jurídico é a busca da preservação do princípio constitucional do juiz imparcial (art.254 do CPP). 
Exceção de Impedimento é a defesa indireta feita por qualquer das partes contra a parcialidade do juiz, considerada incompatibilidade. Possui como características: um meio de defesa dilatório (1); a iniciativa cabe a qualquer uma das partes do processo (2); o momento adequado é a qualquer tempo e pode gerar nulidade absoluta (3) e; a fundamentação jurídica é a busca da preservação do princípio constitucional do juiz imparcial (art.252 do CPP). 
Exceção de Incompetência do Juízo 
 É a defesa indireta oposta pela parte, apontando o juiz como incompetente para julgar o pedido. As suas características são: é um meio de defesa dilatório (1); a iniciativa pode dar-se por qualquer uma das partes do processo (2); o momento adequado vai de acordo com a situação sendo que se for em relação à incompetência relativa deve ser no prazo de defesa e se for em relação à incompetência absoluta poderá ser feita a qualquer momento, quando está ligada à matéria e a prerrogativa de função (3) e; o fundamento jurídico é a busca da preservação do princípio constitucional do juiz natural (art. 69 do CPP). 
Art.69 do CPP: Determinará a competência jurisdicional: 
O lugar da infração; 
O domicílio ou residência do réu; 
A natureza da infração; 
A distribuição; 
A conexão ou continência; 
A prevenção; 
A prerrogativa de função. 
Exceção de Litispendência 
 É a defesa proposta por qualquer das partes indicando já haver a mesma causa já em trâmite noutro juízo. Possui das seguintes características: 
-É um meio de defesa peremptório; 
-A iniciativa cabe a qualquer parte do processo; 
- O momento adequado é a qualquer tempo e pode gerar nulidade absoluta; 
-O fundamento jurídico tem por fim preservar os princípios constitucionais da vedação do duplo grau de jurisdição; 
- O recurso cabível quando é reconhecida a exceção cabe RESE - Recurso em Sentido Estrito. Negada a exceção de litispendência, em tese não cabe recurso.
Exceção de Ilegitimidade da Parte 
É a defesa indireta aposta por qualquer das partes questionando a legitimidade processual da outra. Possui as seguintes características: 
-É um meio de defesa peremptório; 
-A iniciativa cabe a qualquer parte do processo; 
- O momento adequado é a qualquer tempo, e pode gerar nulidade absoluta;
-O fundamento jurídico tem como objetivo ....................
-O recurso cabível .................
Cabe observar que os princípios do contexto da ilegitimidade das parte:
Pelo prisma do réu, observa-se o cuidado de mover ação contra quem não é o autor do crime, a não observância pode levar a aplicação da pena a outra pessoa que não o delinquente; 
Pelo prisma da ilegitimidade do autor caso a ação seja proposta por quem não é legitimo a propositura da ação fere o princípio da iniciativa das partes.
Exceção de Coisa Julgada 
É a defesa indireta contra o processo, buscando a sua extinção, com base no fato de que outra causa idêntica já foi julgada em outro foro. Cabe lembrar quem ninguém pode ser processado, punido, duas vezes pelo mesmo fato. 
Conforme previsto no art. 111 do CPP, as exceções serão processadas em autos apartados e não suspenderão em regra o andamento do processo. 
2. CONFLITO DE JURISDIÇÃO 
Disposto no Código de Processo Penal nos artigos 113 a 117, diz no primeiro artigo que as questões atinentes a competência resolver-se-ão não só pela exceção própria, como também pelo conflito positivo ou negativo de jurisdição. Como a jurisdição é una, há de se dizer que de acordo com alguns doutrinadores, o CPP emprega erroneamente a terminologia Conflito de Jurisdição onde deveria empregar Conflito de Competência como cita Guilherme de Souza Nucci:
O Código de Processo Penal vale-se da expressão conflito de jurisdição, que reputamos errônea, uma vez que não se trata de confronto de jurisdição, já que esta é inerente à função de qualquer magistrado. Discute-se, em verdade, qual é a medida do exercício jurisdicional, justamente o que é dado pela competência (NUCCI, 2015, pag. 303).
 O artigo 114 do Código de Processo Penal descreve que o conflito de jurisdição ocorre quando duas ou mais autoridades judiciárias se considerarem competentes ou incompetentes para conhecerem do mesmo fato criminoso. E também quando entre elas surgir controvérsia sobre a unidade do juízo, junção ou separação de processo. 
Deste artigo podemos extrair duas formas de conflito de jurisdição, que são o positivo e o negativo. Será positivo quando na primeira parte do inciso I diz que duas ou mais autoridades judiciárias se consideram competentes para o julgamento da demanda, e será negativo quando na segunda parte do inciso I diz que duas ou mais autoridades judiciárias se julgarem incompetentes para julgara demanda. No inciso II refere que estas autoridades poderão suscitar uma das modalidades do inciso I, sendo positivo quando todos se disserem competentes e negativo quando todos se disserem incompetentes.
O artigo 115 do Código de Processo Penal diz por quem poderá ser suscitado o conflito:
a) Pela parte interessada, autor ou réu;
b) Pelos órgãos do Ministério Público junto a qualquer dos juízos em dissídio;
c) Por qualquer dos juízes ou tribunais em causa.
Quanto a arguição de conflito, deve ser feita pelos juízes e tribunais na forma de representação, e pela parte interessada por meio de requerimento escrito que nada mais é que uma petição circunstanciada que esclarece o problema, com documentos comprobatórios que podem ser traslados ou certidões extraídos do processo, e perante o tribunal competente como descreve o artigo 116 do código de processo penal. Como a constituição federal denomina conflito de competência para o mesmo incidente que é o conflito de jurisdição, ela determina as regras para apreciar e julgar os conflitos de competência. 
É competência do STF julgar conflitos existentes entre o STJ ou qualquer outro tribunal, entre os tribunais superiores, e entre estes e qualquer outro tribunal (art. 102, I, o, CF/88).
Conforme o art. 105, I, d, CF, caberá ao STJ julgar o conflito entre quaisquer tribunais, ressalvando a competência do STF, bem como entre tribunal e juízes a ele não vinculados (TRF e juiz estadual), e entre juízes vinculados a tribunais diversos (juiz estadual e federal).
O TRF será competente para apreciar juízes federais da mesma região (art. 108, I, e, CF). Ao TJ será cabível a apreciação do conflito entre juízes estaduais de primeiro grau em que sejam a ele vinculados. Veja a seguir alguns dispositivos importantes para análise do exposto acima: 
§ 1º Quando negativo o conflito, os juízes e tribunais poderão suscitá-lo nos próprios autos do processo.
§ 2º Distribuído o feito, se o conflito for positivo, o relator poderá determinar imediatamente que se suspenda o andamento do processo.
§ 3º Expedida ou não a ordem de suspensão, o relator requisitará informações às autoridades em conflito, remetendo-lhes cópia do requerimento ou representação.
§ 4º As informações serão prestadas no prazo marcado pelo relator.
§ 5º Recebidas as informações, e depois de ouvido o procurador-geral, o conflito será decidido na primeira sessão, salvo se a instrução do feito depender de diligência.
§ 6º Proferida a decisão, as cópias necessárias serão remetidas, para a sua execução, às autoridades contra as quais tiver sido levantado o conflito ou que o houverem suscitado.
Sendo o Supremo o órgão de cúpula do Poder Judiciário, à evidência, não se concebe conflito entre ele e qualquer outro órgão jurisdicional (TOURINHO FILHO, 2002, pag. 357).
Concluindo, o conflito de competência não é possível de se instaurar entre o STF e qualquer outro órgão jurisdicional, pois sendo ele órgão máximo da jurisdição, e tomando conhecimento de que um processo da sua competência estiver tramitando em outro órgão, deverá avocá-lo. 
3. RESTITUIÇÃO DE COISAS APREENDIDAS
A restituição de coisas apreendidas consiste na devolução de objetos que foram utilizadas, para a averiguação e apuração do fato típico, identificação do autor e a coleta de provas. O Doutrinador Guilherme de Souza Nucci traz a definição acerca da restituição de coisas apreendidas: 
É o procedimento legal de devolução a quem de direito de objeto apreendido, Durante diligência policial ou judiciária, não mais interessante ao processo criminal. Pode constituir-se em procedimento incidente, quando houver litígio ou dúvida sobre a propriedade da coisa (NUCCI, 2008, pag. 312).
As apreensões de objetos que tem relação com o fato podem ser feita em dois momentos: no local do crime pelas autoridades competentes para averiguação do ilícito ocorrido ou por meio de diligência. Podem ser apreendidos os objetos do crime e também aqueles que tiverem relação com a infração ocorrida. A apreensão é uma obrigação da autoridade policial e tem previsão no Art.6°, II, do Código de Processo Penal.
Fernando Tourinho Filho não é a favor da hipótese de apreensão de cartas abertas ou não, destinadas ao acusado ou em seu poder, pois segundo ele estaria infringido o direito de inviolabilidade do sigilo da correspondência, que está assegurado no Art.5°, XII, da CF. 
Segundo o entendimento de Nucci “Apreende-se tudo o que é produto do crime ou é interessante para a prova da infração penal, desde que seja móvel” (NUCCI, 2009, pag. 329). 
Os objetos apreendidos que não são de interesse para o deslinde do processo poderão ser restituídas antes do transito em julgado da sentença. Diz o art.118 do CCP: “enquanto for útil ao processo, não se devolve coisa recolhida, até porque, fazendo, pode-se não mais obtê-la de volta”, “ainda que pertença a terceiro de boa-fé e não seja coisa de posse ilícita” (NUCCI, 2009, pag. 313).
A autoridade não poderá ficar com o objeto apreendido, após ter sido constatado por perícia que não há nenhum motivo para o seu confisco. À luz do art. 119 CPP não poderá ser restituída, mesmo após o transito em julgado da sentença, as coisas que se referem os arts.74 e 100 do CP (atualmente art. 91, II, do CP). 
Dessa forma preceitua Nucci que “assim, instrumento do crime cuja utilização é proibida, como ocorre com as armas de uso privativo do Exército, por exemplo, não retornarão jamais ao acusado, mesmo que seja ele absolvido” (NUCCI, 2009, pag. 313).
Não será objeto de restituição “as coisas apreendidas, que forem de fabrico, alienação, uso, porte ou detenção proibida, mesmo que o juiz nada mencione no arquivamento do inquérito ou sentença absolutória” (NUCCI, 2009, pag. 314). Tourinho Filho nos ensina que:
Quando se permite a devolução do instrumento do crime ou de produto direto ou indireto do crime, cujo uso, fabrico, porte, alienação ou detenção constitua fato ilícito, é necessariamente imprescindível que esse lesado ou esse terceiro de boa-fé, em razão da sua qualidade ou função, ou de autorização adrede concedida, faça jus à fabricação, alienação, uso, porte ou detenção da coisa tida normalmente como ilícita” (TOURINHO FILHO, 2008, pag. 480). 
A autoridade policial poderá fazer a restituição quando não haja nenhuma dúvida quem é o verdadeiro proprietário da coisa apreendida e o objeto não poderá estar entre aqueles de restituição proibida, neste caso não será aplicado o incidente processual, na qual será instalado separado do processo principal para não retardá-lo, tem lugar quando a posse não for de fácil elucidação e poderá ser instaurado pelo autor, réu, vítima ou mesmo pelo terceiro de boa-fé. Esse terceiro não poderá ter nenhum interesse “no deslinde do feito, mas unicamente na devolução do que julga pertencer-lhe” (NUCCI, 2009, pag. 314).
Espécies de restituição de coisa apreendida: 
-Restituição permitida: é de regra pelo CPP. 
-Restituição condicionada: Lei nº 11.343/06 (Lei Antidrogas) e Lei 12.683/12 (Lei de Lavagem de Capitais), dentre outras. 
-Restituição vedada: bem apreendido relevante ao processo, dúvida quanto ao legítimo direito do reclamante, bens advindos ilegalmente. 
4. MEDIDAS ASSECURATÓRIAS
São as providências tomadas, antes ou durante o processo criminal, visando assegurar futura indenização à vítima da infração penal, pagamento de despesas processuais ou penas pecuniárias ao Estado. Tem como objetivo evitar o enriquecimento ilícito por parte do criminoso. São divididas em: sequestro, especialização de hipoteca legal, e arresto. 
Tem previsão legal no art.125 ao 144 do Código de Processo Penal. Passamos a listar cada uma delas: 
4.1 Sequestro 
É a primeira medida abordada no Código de Processo Penal e possui interesse de natureza pública, pois têm por objeto os proventos do crime. O sequestro consiste na retenção judicial da coisa, para que este se torne indisponível ao indiciado ou acusado e assim, o direito de reparação da vítima fica assegurado. Importante informar que entende-setambém por provento o bem que for adquirido com o proveito da infração penal, ou seja, após cometer um furto de R$ 1.000,00 o sujeito compra uma televisão, por exemplo.
O sequestro abarca bens móveis ou imóveis, que sejam adquiridos através da conduta criminosa, ou seja, dos proventos obtidos através da prática infração. Para que ocorra, é necessário que estejam comprovados indícios veementes da proveniência ilícita dos bens, para dar base legal a esse instituto, como prevê o art. 126 do CPP.
Com o sequestro do bem móvel ou imóvel, o poder judiciário visa desfazer ou mitigar a vantagem econômica adquirida pelo acusado com a prática do crime. Em alguns crimes, o sequestro também pode ter o caráter probatório.
Essa medida pode ser determinada em qualquer fase da persecução penal. Mesmo que não haja inquérito instaurado, somente o juiz poderá decretá-lo, sendo vedada a aplicação de medida assecuratória por autoridade que não seja investida de jurisdição. Possui previsão no art.127 do CPP. 
As hipóteses em que o sequestro poderá ser decretado são:
De ofício pelo juiz, hipótese em que baixará portaria e ordenará sua autuação em apenso; 
A requerimento do Ministério Público; 
A requerimento do ofendido; 
Por representação da autoridade policial. 
O Código de Processo Penal prevê em seu art.129, a possibilidade de interposição de Embargos de Terceiro, perante o juízo criminal, os quais podem ser ajuizados: 
Pelo acusado, sob o fundamento de não terem os bens sido adquiridos com os proventos da infração; 
Pelo terceiro, a quem houverem os bens sido transferidos a título oneroso, sob o fundamento de tê-los adquirido de boa-fé. 
O sequestro ainda poderá perder sua eficácia, se estarem presentes algumas das condições previstas no art.131 do CPP, quais sejam: 
Art.131: O sequestro será levantado: 
Se a ação penal não for intentada no prazo de 60 dias, contado da data em que ficar concluída a diligência; 
Se o terceiro, a quem tiverem sido transferidos os bens, prestar caução que assegure a aplicação do disposto no art.74, II, b do CP; 
Se for julgado extinta a punibilidade ou absolvido o réu, por sentença transitada em julgado. 
Por fim, transita em julgado a sentença condenatória, o juiz, de ofício ou a requerimento do interessado, determinará a avaliação e a venda dos bens em leilão público. Vide art.133 do CPP. 
4.2 Arresto 
Conforme preconiza Aury Lopes Jr (2014, pg.940), o arresto prévio à especialização e a inscrição da hipoteca legal dos imóveis está previsto no art.136 do CPP. Trata-se de uma medida legal que antecede e prepara a hipoteca legal, já que essa é um procedimento complexo e requer mais tempo. 
O arresto incide sobre o patrimônio lícito do agente, isto é, aquilo que não é produto da prática delituosa. Pela disciplina do art. 137 do CPP, o arresto de bens móveis possui caráter residual, pois só poderão ser arrestados aqueles que forem suscetíveis de penhora e se o responsável não possuir bens imóveis ou os possuir de valor insuficiente.
Ele tem por objetivo garantir a satisfação de indenização futura, por isso, pois como lastro o interesse privado, tendo como destinatários finais o ofendido ou os seus sucessores. O arresto de bens imóveis é medida assecuratória que recai sobre imóveis de origem lícita, a serem submetidos, em momento ulterior, à hipoteca legal. Possui, então, caráter preparatório a uma hipoteca legal superveniente.
Em situações excepcionais, poderá ser feito o arresto prévio de forma imediata para que, no prazo de 15 dias, a parte interessada possa fazer a inscrição da hipoteca legal no Registro de Imóveis. Caso não seja ajuizado o pedido de inscrição e especialização da hipoteca, sob pena de revogação da medida. Com o ajuizamento do pedido, a indisponibilidade do bem perdura até que seja efetivada a inscrição da hipoteca legal. 
4.3 Hipoteca Legal
Conceitualmente, hipoteca no Direito Civil consiste em: “hipoteca legal é o direito real de garantia em virtude do qual um bem imóvel, que continua em poder do devedor, assegura ao credor, precipuamente, o pagamento da dívida”. 
Assim como o arresto, a hipoteca legal tem interesse de natureza privada, pois o valor restituído será destinado à vítima e apenas o excedente ao poder público. É feito por meio de uma inscrição do registro público de um gravame de intransferibilidade, a fim de que o terceiro de boa-fé não adquira o bem arrestado. Não se confunde com hipoteca judicial, que se dá por sentença, nem com hipoteca contratual, a qual nasce do acordo entre as partes. 
A hipoteca legal possui três espécies diversas, sendo elas: a convencional, a judicial e a legal. A hipoteca convencional decorre do contrato celebrado entre o credor e o devedor da obrigação. A modalidade judicial, é oriunda de uma sentença judicial. E por fim, a legal é aquela instituída pela lei, como medida cautelar, favorável a certas pessoas, com o fim de garantir determinadas obrigações. Sendo a que mais interessa no âmbito do Processo penal, pois, é sobre ela que se refere o Código de Processo Penal. 
O pedido de especialização da hipoteca legal pode ser formulado pelo ofendido (art.134 do CPP), pela parte (art.135 do CPP), pelo representante legal da vítima ou seus herdeiros (art. 842, I e 827, VI do CCB) e pelo Ministério Público, se o ofendido for pobre, ou se houver interesse da fazendo pública, seja ela, municipal, estadual ou federal. 
Quanto à extinção, a hipoteca legal será levantada, se o réu for absolvido por sentença transitada em julgado ou estiver extinta a sua punibilidade. Também, preconiza o art.135, §6º do CPP que a hipoteca legal seja impedida através de caução, prestada pelo réu. A caução poderá ser realizada em dinheiro ou títulos da dívida pública, a serem cotados na bolsa, no dia em que for procedida. 
5. INCIDENTE DE FALSIDADE 
É um processo incidente, voltado à constatação da autenticidade de um documento, inclusive o produzido eletronicamente inserido nos autos do processo criminal principal, sobre o qual há controvérsia. A importância desse procedimento é nítida, pois visa à garantia da formação legítima das provas produzidas no processo penal, onde prevalece o princípio da verdade real, impedindo, pois, que esta seja obnubilada pela falsidade trazida por uma das partes. (NUCCI, 2007, p. 323).
O art. 145 do CPP dispõe que “arguida, por escrito, a falsidade de documento constante nos autos, o juiz observará o seguinte processo:” 
Mandará autuar em apartado a impugnação, e em seguida ouvirá a parte contrária, que, no prazo de 48 horas, oferecerá resposta; 
Assinará o prazo de 3 dias, sucessivamente, a cada uma das partes, para provar suas alegações;
Conclusos os autos, poderá ordenar as diligências que entender necessárias; 
Se reconhecida a falsidade por decisão irrecorrível, mandará desentranhar o documento e remetê-lo, com os autos do processo incidente, ao Ministério Público. 
5.1 Incidente Mental do Acusado
É o procedimento incidente instaurado para apurar a inimputabilidade ou a semi-imputabilidade do acusado, levando-se em conta a sua capacidade de compreensão do ilícito ou de determinação de acordo com esse entendimento à época da infração penal. Tal medida justifica-se, uma vez que não é possível a condenação, com a consequente aplicação de pena, ao inimputável (art.26 do CP). Este, assim reconhecido à época do crime, deve ser absolvido, recebendo medida de segurança, que é uma espécie de sanção penal, embora nitidamente voltada ao tratamento e cura do enfermo (NUCCI, pg.326-327). 
Quando houver dúvida sobre a insanidade mental do acusado, o juiz ordenará, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, do Defensor, do curador, do ascendente, descendente, irmão ou cônjuge do acusado, seja submetido a exame médico-legal. Tal previsão está constante no art.149 do CPP.
Não somente durante o processo, mas desde a fase do inquérito, pode ser realizado o referido exame. Se a autoridade policial perceber que investiga pessoa inimputável ou semi-imputável deve, desde logo, representarao magistrado competente pela realização do incidente (NUCCI, pg.327). 
Em autos apartados, o juiz formará o incidente, baixando portaria e nomeando curador ao acusado, se já não o tiver, podendo recair a mencionada nomeação na pessoa de seu advogado. Será suspenso o andamento do processo principal, porém, não há suspensão da prescrição. 
Para o exame médico (laudo), o acusado, se estiver preso, será internado em manicômio judiciário, onde houver, ou, se estiver solto, e o requerem os peritos, em estabelecimento adequado que o juiz designar (art.150, caput do CPP). O prazo para conclusão do laudo é fixado em 45 dias, mas pode ser dilatado. 
Importante salientar que não há recurso contra o indeferimento do requerimento de instauração do incidente. Eventualmente, tratando-se de hipótese teratológica, pode ser impetrado habeas corpus. 
A ocorrência de doença mental provoca duas possibilidades: 
Doença transitória: aplica-se o art.41 do CP, ou seja, transfere-se o condenado para o hospital penitenciário, sem a conversão da pena em medida de segurança, por tempo suficiente, desde que breve, para tratamento. 
Doença permanente: será convertida a pena em medida de segurança, conforme disposto no art.183 da Lei 7.210/84. 
ANEXO 1: JURISPRUDÊNCIA E RESENHA – EXCEÇÃO DE LITISPENDÊNCIA 
ANEXO 2: JURISPRUDÊNCIA E RESENHA – EXCEÇÃO DE COISA JULGADA
ANEXO 3: JURISPRUDÊNCIA E RESENHA – MEDIDA ASSECURATÓRIA 
ANEXO 4: JURISPRUDÊNCIA E RESENHA – INSANIDADE MENTAL 
6. REFERÊNCIAS
BATISTA, Jean Charles de Oliveira. Da Restituição de coisas apreendidas. Disponível em https://www.conteudojuridico.com.br/pdf/cj046783.pdf Acesso em 03 de nov. de 2018. 
LOPES, Amanda. As medidas assecuratórias no Processo Penal: Sequestro, Hipoteca Legal e Arresto. Disponível em https://direitodiario.jusbrasil.com.br/artigos/437271763/as-medidas-assecuratorias-no-processo-penal-sequestro-hipoteca-legal-e-arresto Acesso em 17 de nov. de 2018. 
NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Processo Penal e Execução penal. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2009. 
______. Manual de Processo Penal e Execução penal. Rio de Janeiro: Forense, 2015.
______. Prática Forense Penal. 8ª Edição, Rio de Janeiro: Forense. 2014. 
TOURINHO, Fernando da Costa. Manual de Processo Penal. São Paulo: Saraiva, 2008. 
______. Manual de Processo Penal. São Paulo: Saraiva, 2002.
TÁVORA, Nestor. Curso de Direito Penal. Salvador: Juspodivim, 2016.

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