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INSTRUMENTAÇÃO EM PERIODONTIA Instrumentais • Os instrumentos periodontais tem como finalidade realizar o exame clínico, fazer a raspagem supra e subgengival, dar o acabamento e o polimento dentário e realizar as cirurgias periodontais • Os instrumentos utilizados são: curetas, foices, limas, enxadas e cinzéis (enxadas e cinzéis já não são tão utilizados hoje) Pré-requisitos Ser delicado, confortável e de ter a forma adequada Rígido (não grosseiro) Facilidade de afiação Tipos de Instrumentos Periodontais • Manuais • Sônicos e Ultra-sônicos • De movimento alternado • Partes • Cabo • Haste • Extremidade Ativa CABO • Deve proporcionar uma empunhadura confortável (diâmetro adequado, não pode ser fino), textura estriada ou lisa (estriada fornece uma melhor empunhadura), podem ainda ser maciços ou ocos (se ele for oco melhor ainda pois tem maior sensibilidade tátil) • É no cabo que encontramos a identificação do instrumento HASTE • Está localizada entre o cabo e a extremidade ativa, é mais fina que o cabo. Quanto ao comprimento pode ser longas (indicadas para dentes posteriores ou ainda dentes anteriores com grandes recessões ou bolsas periodontias) ou curtas (dentes anteriores). Quanto a angulação são menos anguladas (para dentes anteriores) ou mais anguladas (para dentes posteriores) EXTREMIDADE ATIVA • É a parte do instrumento que entra em atividade; serve para exploração e sondagem, além de remoção de cálculo. Pode ser de ponta simples ou ponta dupla (uma em cada extremidade do cabo). O encontro da superfície lateral dos instrumentos forma o chamado ângulo de corte ou bordo cortante CLASSIFICAÇÃO • GERAL: exploradores, raspadores, sondas, curetas, foices, limas, cinzéis, etc • NÚMERO: 5-6, 7-8, etc • NOME: Curetas, limas, foices, etc • FABRICANTE: Gracey, Maccall, etc INSTRUMENTOS EXPLORADORES • PUROS: Explorador • MEDIDORES: Sondas periodontais (Marquis, Williams, Michigan, Nabers) • MARCADORES: Pinça Crane Kaplan EXPLORADORES • Servem para detectar cálculos supra e sub-gengivais, cáries, irregularidades da superfície do cemento, anormalidade da morfologia dental, descalcificações, examinar contorno de restaurações. • É importante antes, durante e depois da raspagem e do aplainamento radicular, pois detecta presença, distribuição e quantidade de cálculo/tártaro • É o mais sensível dos instrumentos utilizados na periodontia para detecção (exploração), porque sua estrutura delgada permite que as vibrações sejam transmitidas através da haste para o cabo, quando sua extremidade encontra irregularidades sutis EXEMPLOS DE EXPLORADORES • HU-FRIEDY nº3 – É utilizado para detecção de cálculos e cáries. O instrumento é excelente para a detecção de cálculos em bolsas profundas e bifurcação e sua extremidade ativa bastante delgada confere ótima sensibilidade tátil, além da sua correta adaptação subgengival para todas as faces dos dentes EMPUNHADURA • O explorador deve ser empunhado de maneira suave, mas bastante firme. Em forma de caneta modificada. Quando possível é melhor posicionar o dedo na cavidade oral, sobre o dente próximo à área a ser explorada • A percepção das pequenas vibrações são conduzidas através da haste do instrumento para o cabo, e do cabo para a polpa dos dedos, especialmente o dedo médio. O posicionamento do dedo médio sobre a haste do explorador durante a detecção do cálculo é um fator crítico para a sensibilidade tátil. • Uma empunhadura suave também facilita a movimentação do instrumento e causa menor fadiga muscular nas mãos e dedos POSICIONAMENTO • Antes de inserir um explorador, a parte inferior da haste deve estar paralela ao longo eixo do dente. Ele deve ser cuidadosamente posicionado dentro do sulco com um movimento curto até encontrar resistência do epitélio juncional • Sua extremidade final deve estar apoiada contra o dente para obter máxima sensibilidade tátil e evitar injúrias ou dilacerações dos tecidos gengivais USO DO EXPLORADOR PARA DETECÇÃO DE CÁLCULOS • Apesar da sensibilidade tátil ser um fator crítico na detecção do cálculo, a importância da avaliação e observação dos tecidos gengivais não deve ser esquecida. • Correlacione os sinais de inflamação como vermelhidão, edema e sangramento com o que você sente na superfície dental. Isto poderá ajuda-lo a detectar a presença de cálculos diminutos. • Quando existir cálculo subgengival, o explorador deve mover-se lateralmente para ultrapassá-lo. Em seguida, dirige-se novamente para o dente e alcança o fundo da bolsa periodontal. MOVIMENTOS REALIZADOS DURANTE A EXPLORAÇÃO • Verticais, oblíquos ou horizontais • Verticais e oblíquos: são geralmente mais eficazes para a exploração pois geralmente os cálculos gengivais formam planos horizontais pi anéis em torno do dente • Horizontais: Podem falhar na detecção do cálculo devido ao fato de o extremo do explorador pode adaptar-se acima ou abaixo do depósito de cálculo, movendo paralelamente a ele. Além disso os movimentos horizontais podem dilacerar o epitélio juncional • Resumindo: os quesitos que descrevem o movimento de exploração é feito com uma pressão suave aplicada sobre a superfície dental; podendo ser vertical ou oblíquo; sendo curtos e sobrepostos JATO DE AR • O jato de ar pode ser um auxiliar bastante útil aos instrumentais. É utilizado na detecção de cálculo supragengival, afastando a gengiva marginal, para a visualização direta do cálculo subgengival e eliminando a saliva da área em que se está trabalhando • Um jato de ar sobre o cálculo proporciona ao cálculo um aspecto de giz e desta forma pode ser distinguido facilmente. • Pode causar sensibilidade ao paciente. SONDA PERIODONTAL • Função: Sondar e medir a profundidade da bolsa periodontal Sondar e medir a perda de inserção clínica • Tem importância no diagnóstico da doença periodontal e pode ser milimetrada e colorida e ainda, cilíndrica, triangular, retangular ou oval (as mais usadas são as cilíndricas) • Existe 03 gerações dessas sondas: 1ª geração – MANUAIS 2ª geração – PRESSÃO CONTROLADA 3ª geração – ELETRÔNICAS EXEMPLOS DE SONDAS PERIODONTAIS • SONDA DE NABERS – Tem uma extremidade ativa curta e não milimetrada são utilizadas nas bifurcações e trifurcações mesiais e distais de dentes superiores, serve para identificar lesão periodontal e perda óssea entre raízes • SONDA MARQUIS – É codificada com marcas coloridas, medindo cada uma 3mm, totalizando um comprimento de 12mm. Apresenta extremidade ativa delgada • SONDA DE WILLIAMS – Apresenta as seguintes medidas: 1,2,3,5,7,8,9 e 10mm. Os espaços 3-5 e 5-7 diminuem as dúvidas na leitura • SONDA MICHIGAN – Apresenta as seguintes medidas: 3,6 e 8mm. Extremidade ativa delgada. Nabers Williams + Goldman fox Williams Goldman fox Carolina do Norte EMPREGO DA SONDA • A profundidade da bolsa periodontal é determinada introduzindo a sonda milimetrada, entre o epitélio da bolsa periodontal e o dente, movendo-a suavemente até o epitélio juncional. • Durante o trajeto, a sonda poderá ser contida por cálculos dentais. Ao sentir tal estrutura, direcione vagarosamente a sonda contra o epitélio da bolsa tente novamente conduzir a sonda apicalmente até encontra outra resistência, a qual se apresenta relativamente elástica e resistente, semelhante a uma borracha macia (epitélio juncional) EMPREGO DA SONDA • As profundidades das bolsas periodontais são determinadas em 6 pontos para cada dente: 03 vestibulares e 03 linguais/palatinos. • A profundidade da bolsa é medida desde a base da bolsa ou epitélio juncional, até a margem gengival livre • Essas medidas são determinadas antes e depois dos procedimentos como: raspagem dental,aplainamento e alisamento radicular, curetagem gengival ou cirurgia periodontal. • A comparação dessas medidas é essencial para a avaliação da resposta tecidual EMPUNHADURA DA SONDA • É a mesma do espelho clínico • Deve ser mantida paralela ao longo eixo do dente e deve caminhar levemente ao longo do epitélio juncional • As medidas de profundidade das bolsas são realizadas primeiramente na face vestibular e depois na face lingual/palatina de todos os dentes dos dois arcos. • Exemplo: FACE VESTIBULAR DO 18 AO 28 – 38 AO 48 FACE LINGUAL/PALATINA DO 18 AO 28 – 38 AO 48 TÉCNICA DE SONDAGEM • SONDAGEM: É a exploração local e metódica de um meio (sulco gengival) por instrumentos (sondas periodontais) com técnicas específicas • SONDA DE WILLIANS • SONDA CAROLINA DO NORTE • A sonda é segurada com empunhadura de caneta modificada e leve pressão. O uso da empunhadura e pressão suave aumenta sensibilidade tátil do clínico e permite determinar quando o epitélio juncional for alcançado TÉCNICA DE SONDAGEM • O excesso de pressão reduz a sensibilidade tátil podendo causar trauma e desconforto desnecessários ao paciente • Preferencialmente, um ponto de apoio intrabucal deve ser estabelecido o mais próximo possível da área que está sendo sondada. • A sonda é suavemente inserida no sulco até a base do sulco/bolsa periodontal, o que leva o clínico a sentir a sonda tocar no tecido mole resiliente do epitélio juncional INSTRUMENTOS MANUAIS • FOICE • Possuem dois ângulos de corte reto (90º) formados pela união da face coronária com as faces laterais, seu corte transversal é triangular, seu dorso é agudo e afiado e sua extremidade ativa é pontiaguda • O movimento de ativação é tração, e é um movimento de punho e antebraço, sempre com apoio do dedo médio ou anelar. • Deve ser utilizada supragengivalmente somente • Indicação: raspagem supragengival nas faces proximais • Foice Goldmam Fox n.1 ENXADAS • São raspadores reservados para raspagem de grandes massas de cálculos supra e subgengivais em áreas de fácil acesso • Podem ser de ponta simples ou dupla, existe uma lâmina para cada face do dente (quatro extremidades ativas) • Devem ser utilizados somente em movimentos verticais, pois os movimentos horizontais e oblíquos aumentam a chance de traumatizar a região. • São utilizadas em movimentos de tração • Devido ao tamanho da lâmina a adaptação nas faces proximais é extremamente difícil, senão impossível LIMAS • São instrumentos que possuem vários ângulos de corte retos. Ela consiste em uma série de lâminas sobre a base. • Sua primeira função é fraturar grandes massas de tártaro. Seu formato pode ser arredondado, oval ou retangular e sofrem variações na angulação e extensão da haste. • O movimento de ativação é de tração, igual ao da enxada • Indicação: Fratura de grandes massas de cálculo; subgengival; faces livres, proximais de áreas desdentadas e distal de últimos molares • Contra indicação: Faces interproximais por serem muito largos. Não removem cálculo do fundo da bolsa porque podem provocar injúrias ao epitélio CURETAS • São instrumentos mais delicados para raspagem e alisamento radícula, indicados também para aplainamento radicular, possui ângulos de corte curvos, dorso arredondado e extremidade final arredondada. • Possuem variação no tamanho, angulação e posição da lâmina. São produzidas com pontas simples ou duplas, em ambos os casos as extremidades ativas se apresentam em pares e são bastante semelhantes. • Um ângulo de corte é utilizado para a raspagem CURETAS • Quando a cureta está inserida subgengivalmente, sua frente está em contato com o dente, de maneira que somente as faces laterais curvas e o dorso convexo estão em contato com o epitélio. Isto diminui a chance de dilaceração tecidual. • Os ângulos de corte são curvos e se adaptam as curvas do dentes. • As mais longas e anguladas são para posteriores, enquanto as mais curtas e menos anguladas são para anteriores. • Podem ser universais ou específicas CURETAS UNIVERSAIS - MACCALL • São desenhadas para adaptar-se a todas as superfícies dentárias e ambos os bordos da lâmina são cortantes • 13-14 (anteriores) 17-18 (posteriores) • A parte terminal da haste deve estar paralela ou ligeiramente inclinada em relação ao longo eixo do dente. • São indicadas para raspagem supra e subgengival de todas as faces dentárias. • Seu movimento de ativação é de tração CURETAS ESPECÍFICAS - GRACEY • Possuem características especiais que permitem acesso máximo a uma área em particular, e somente um ângulo de corte é utilizado, o outro é cego. • A porção terminal da haste deve estar paralela a superfície dental • Raspagem supra e subgengival • Áreas de Utilização: • 1-2 e 3-4: dentes anteriores • 5-6: pré-molares e dentes anteriores • 7-8 e 9-10: faces livres (vestibular e lingual) de posteriores • 11-12: face mesial de dentes posteriores • 13-14: face distal de dentes posteriores OUTROS TIPOS DE GRACEY • STANDARD AFTER FIVE: possui haste 3mm mais longa e lâmina mais fina, há todas curetas de gracey, exceto a 9-10 • STANDARD MINI FIVE: haste em miniatura, lâmina equivalente a metade da lâmina da after five ou da gracey tradicional, a 9-10 também está ausente PRINCÍPIOS DA UTILIZAÇÃO DAS CURETAS DE GRACEY • 1 – Determine qual ângulo de corte da cureta será adaptado contra o dentes antes da raspagem • 2 - Observe se a parte inferior da haste está paralela à face instrumentada. • 3 – Quando utilizar apois intra-orais, mantenha o dedo médio e anular próximos, determinando um ponto de apoio, o qual será o eixo durante o movimento de punho e antebraço • 4 - Utilize o movimento de punho e antebraço em vez de flexionar os dedos • 5 – Gire o cabo entre o dedo polegar e indicador para manter a lâmina adaptada quando atingir os ângulos vestíbulo ou línguo-proximais e também diante de concavidades • 6 – Estabeleça uma pressão lateral, de firme a moderada e de moderada a leve, dependendo da tenacidade do cálculo e reduza a pressão quando iniciar o aplainamento radiculas INSTRUMENTOS ULTRA-SÔNICOAS • São aparelhos que convertem energia elétrica em energia mecânica para remoção do cálculo, pois provocam sua fratura. O desgaste ocorre por vibração da ponta. • Possui pontas esterelizáveis de diversos tamanhos • Indicações: Remoção de grandes massas de tártaro • Contra-indicações: Pacientes com marca passo e pacientes com doenças infecto-contagiosas • Vantagens: Menor fadiga profissional/ Movimentos rápidos e suaves/ Extremidade ativa mais longa, espessa e sem corte/ Amplitude menores e frequência maior • Desvantagens: Não fornece sensibilidade tátil para o profissional/Necessita de complemento manual após seu uso/ Superaquecimento/Remoção de cemento EXERCÍCIOS 1) Durante um exame periodontal, que fatores podem influenciar negativamente à sondagem periodontal? I – Espessura da sonda utilizada II – Posicionamento da sonda na bolsa periodontal III – Pressão do investimento da sonda no tecido IV – Extensão do processo inflamatório Marque a única opção que indica a resposta CORRETA: a) I e II b) I, II e III c) I, III e IV d) II, III e IV e) I, II, III e IV EXERCÍCIOS 2) As curetas de Gracey possuem características especiais que permitem o acesso máximo a uma área particular, sabendo disso, é correto afirmar que: a) Gracey 13-14 para face distal dos dentes anteriores b) Gracey 11-12 para face distal dos dentes posteriores c) Gracey 5-6 para face mesial dos dentes posteriores d) Gracey 7-8 para faces livres dos dentes posteriores e) Nenhuma das alternativas EXERCÍCIOS 3) Assinale a alternativaINCORRETA com relação aos instrumentais periodontais: a) Os exploradores são usados para localizar depósitos subgengivais e áreas de cárie b) A foice é utilizada para remover cálculos supragengivais em áreas interproximais c) As curetas de Gracey e suas modificações são os melhores instrumentos para raspagem e alisamento subgengival, devido à sua melhor adaptação à anatomia dental d) Os cinzéis são usados para a raspagem de grandes massas de cálculo subgengivais e) As curetas de MacCall são chamadas de curetas universais EXERCÍCIOS 4) As curetas de Gracey foram desenhadas em 1930 pelo Dr. Clayton H. Gracey com a colaboração do Dr. Hugo Friedman. São específicas para determinadas áreas dentais devido ao seu formato e angulação de sua haste. Sabendo disso, marque a alternativa correta: a) As curetas de Gracey After Five possuem a haste menor comparadas as curetas de Gracey padrão b) As curetas de Gracey Mini Five possuem a haste maior comparadas as curetas de Gracey padrão c) As curetas de Gracey 5-6 são utilizadas para todas as faces de dentes anteriores d) As curetas de Gracey possuem duas bordas cortantes e) Não são indicadas para remoção de cálculo subgengival EXERCÍCIOS 5) São pré-requisitos para os instrumentais de periodontia, EXCETO: a) Ser delicados e confortáveis b) Ter cabo oco preferencialmente c) Ser rígido porém não grosseiro d) Ser de fácil afiação e) Ter espessura de ponta ativa de média para grossa
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