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Armadilhas Textuais na Produção de Textos

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PRODUÇÃO DE TEXTOS
PROF. GISELI SAMPAIO
ARMADILHAS TEXTUAIS
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Armadilhas 
	Ao escrever, deve-se evitar o que possa prejudicar a compreensão do texto. 
	As armadilhas mais comuns que aparecem na produção de textos são: ambiguidade, cacofonia, eco, obscuridade, pleonasmo, redundância e prolixidade.
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Cacofonia
	Cacofonia (ou cacófato) consiste num som desagradável obtido pela união das sílabas finais de uma palavra com as iniciais de uma outra. 
Você notou a boca dela? Receberam cinco reais por cada peça. Estas ideias, como as concebo, são irrealizáveis. 
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Eco
	O eco consiste na utilização de palavras terminadas pelo mesmo som.
A decisão da eleição não causou comoção na população. O aluno repetente mente alegremente. 
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Obscuridade 
	Obscuridade significa "falta de clareza". 
	Vários motivos podem determinar a obscuridade de um texto: 
 períodos excessivamente longos; 
 linguagem rebuscada; 
 má pontuação; 
 ausência de coerência e coesão. 
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Pleonasmo 
	Pleonasmo (ou redundância) consiste na repetição desnecessária de um conceito. 
Eles convivem juntos há mais de dez anos. A brisa matinal da manhã enchia-o de alegria. Ele teve uma hemorragia de sangue. 
	
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	Nem sempre o pleonasmo constituirá um defeito de redação. A linguagem literária e, atualmente, a linguagem publicitária utilizam-se do pleonasmo com fins estilísticos, procurando conferir originalidade às mensagens. 
	Nesse caso, o pleonasmo não deve ser considerado um defeito, mas uma qualidade, como nos exemplos seguintes:
"E rir meu riso e derramar meu pranto..." (Vinícius de Moraes)
"A mim, ensinou-me tudo." (Fernando Pessoa) 
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Prolixidade
	Ser prolixo é utilizar mais palavras do que o necessário para exprimir uma ideia. 
	É alongar-se, é não ir direto ao assunto, é "encher linguiça". 
	Prolixidade é o antônimo de concisão.
	Um texto prolixo é, em consequência, um texto enfadonho. 
	Sempre que uma pessoa prolonga em demasia o discurso, os ouvintes tendem a não prestar mais atenção ao que ela está dizendo.
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	O uso de expressões que só servem para prolongar o discurso, como "na minha modesta opinião", "eu acho que", tendem a não acrescentar nada à mensagem, tornando o texto prolixo.
	Além dos defeitos apontados, devem-se evitar também evitar frases feitas e chavões, como "inflação galopante", "vitória esmagadora", "caixinha de surpresas", "caloroso abraço", "silêncio sepulcral", "nos píncaros da glória" etc., pois empobrecem muito o texto.
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Um exemplo:
Encontrar a mesma ideia vertida em expressões antigas mais claras, expressiva e elegantemente, tem-me acontecido inúmeras vezes na minha prática longa, aturada e contínua do escrever, depois de considerar necessária e insuprível uma locução nova por muito tempo.
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Redundância
	A redundância pode ser um recurso estilístico para estabelecer, por exemplo, a coesão no texto.
	Mas, há casos em que é necessário evitá-la; do contrário a linguagem pode se tornar deselegante, inadequada e monótona.
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	Veja alguns casos em que a redundância pode constituir um problema textual.
1 – Palavras próximas e idênticas:
O povo exige seus direitos, os direitos do povo devem ser respeitados.
2 – Repetições exageradas:
O ministro apresentou sua proposta de trabalho, mas o ministro não foi claro em várias questões e o ministro não aceitou argumentações.
	Esse tipo de repetição pode não ser um defeito, quando usado com intenção especial, em textos humorísticos, publicitários, literários, etc., ou empregado com outro sentido. Exemplo:
A mulher bem perfumada não usa qualquer perfume, seu perfume tem a fragrância do campo, seu perfume é Aromas Silvestres.
Há dois modos de vida: a vida vivida e a vida imaginada.
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	As repetições podem ser evitadas por meio da substituição da palavra por um termo equivalente, pela alteração na construção das ideias; ou pela omissão do vocábulo. 
Os professores exigiram o pagamento dos salários em atraso, mas o governo não os atendeu. 
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Ambiguidade 
	A ambiguidade decorre da polissemia e significa "duplicidade de sentido". 
	Uma frase com duplo sentido é imprecisa, o que atenta contra a clareza, uma vez que pode levar o leitor a atribuir-lhe um sentido diferente daquele que o autor procurou lhe dar. 
	Ocorre geralmente por má pontuação ou mau emprego de palavras ou expressões. 
	Alguns exemplos de frases ambíguas: 
	João ficou com Mariana em sua casa. 	Alice saiu com sua irmã. 
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	Nesses exemplos, a ambiguidade decorre do fato de o possessivo sua poder estar se referindo a mais de um elemento. 
	Portanto, deve-se tomar muito cuidado no emprego desse pronome possessivo. 
	A ambiguidade pode ser evitada com a substituição por dele(s) ou dela(s).
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	A polissemia é corrente na linguagem jurídica; vale citar, a propósito, Washington de Barros Monteiro (Direito das obrigações, 1976, p. 4): 
"Muitas são, portanto, suas acepções utilizando-se o legislador ora de uma ora de outra; aliás, na linguagem jurídica, tornam-se frequentes essas polissemias”.
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	A polissemia pode ocorrer em ambiguidade. Observe alguns exemplos:
 O réu foi conduzido sob vara.
O ladrão foi assassinado no banco.
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	Nem sempre, porém, a ambiguidade é uma armadilha, ela pode ser usada também como recurso estilístico. 
	A linguagem literária, sobretudo a da poesia, explora muito a ambiguidade como recurso expressivo. 
	Textos humorísticos ou irônicos se valem também da ambiguidade para alcançar o humor. 
	Portanto, só se deve considerar a ambiguidade uma armadilha ou um defeito quando ela atenta contra a clareza.
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Exemplo
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O que você vê?
Ambiguidade: (Dic. Hoaiss) obscuridade de sentido;hesitação entre duas ou mais possibilidades; dúvida, incerteza, indecisão
A ambiguidade decorre da polissemia.

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