Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Equilíbrio entre fases em sistemas ternários Nesta unidade serão estudados os sistemas formados por três componentes diferentes (A, B e C). Sistemas ternários e a regra das fases Relembrando o texto sobre a regra das fases, ao aplicar esta regra a um sistema de três componentes quimicamente inertes teremos a seguinte expressão: L C + 2 φ5 φ portanto, o número máximo de variáveis independentes de um sistema ternário é quatro, porque todo sistema deve ter no mínimo uma fase. Assim, podemos trabalhar com as variáveis Temperatura, Pressão e duas variáveis de composição. Para representar este sistema geometricamente, precisaríamos de quatro dimensões (modelos quadridimensionais), mas como nosso sistema de visualização é tridimensional, iremos nos limitar apenas a sistemas condensados, deixando de fora a fase vapor do sistema. Dessa forma podemos fixar a pressão em 1 atm, obtendo a seguinte expressão L* 4 φ Assim, podemos representar o sistema ternário em um espaço tridimensional, empregando um prisma, em cuja base se registram as variáveis de composição, reservando a altura para medir as temperaturas. Dessa forma, a base do prisma deve ser um triângulo eqüilátero, pois a quantidade dos componentes que formam o sistema é medida pela fração mássica (porcentagem de massa no sistema) ou pela fração molar, de modo que a soma das frações dos três componentes tem que ser igual a um: xA + xB + xC = 1 A B C FIGURA 1 No triângulo acima representado, nos vértices encontramos as substâncias A, B e C puras. Cada lado do triângulo representa as composições de misturas binárias (ou seja, formadas por apenas dois dos componentes). Pontos situados no interior do triângulo representam as composições de sistemas formados por três componentes. A determinação da composição de um sistema qualquer formado por três componentes é feita traçando-se, pelo ponto que representa o sistema, linhas paralelas aos lados do triângulo e fazendo-se a leitura da composição sobre o lado do triângulo no qual se representa a composição de cada componente. Por exemplo, para determinar a composição da mistura representada, no diagrama abaixo, pelo ponto I, devemos proceder da seguinte forma: 1) Traçar uma linha paralela ao lado oposto ao vértice que representa o componente A puro. Determinar a fração de A na mistura, fazendo a leitura dessa composição na lateral do triângulo sobre a qual estão representadas as frações do componente A. Nesse exemplo, o sistema representado pelo ponto I tem xA = 0,50. 2) Traçar uma linha paralela ao lado oposto ao vértice que representa o componente B puro. Determinar a fração de B na mistura, fazendo a leitura dessa composição na lateral do triângulo sobre a qual estão representadas as frações do componente B. Nesse exemplo, o sistema representado pelo ponto I tem xB = 0,20. 3) Traçar uma linha paralela ao lado oposto ao vértice que representa o componente C puro. Determinar a fração de C na mistura, fazendo a leitura dessa composição na lateral do triângulo sobre a qual estão representadas as frações do componente C. Nesse exemplo, o sistema representado pelo ponto I tem xC = 0,30. A B C 0, 2 0,5 0,3 FIGURA 2 Miscibilidade parcial em sistemas ternários Quando um sistema formado por três componentes apresenta miscibilidade parcial no estado líquido, forma-se uma lacuna de miscibilidade. Esta lacuna de miscibilidade varia com a temperatura. Assim, resulta, no diagrama espacial, uma superfície que delimita a região dos sistemas homogêneos e a região dos sistemas heterogêneos, como mostra a figura a seguir: t A C B FIGURA 3 Se, além de trabalharmos sob pressão constante, agora trabalharmos também com a temperatura constante, então teremos um diagrama plano, resultante de um “corte” horizontal dessa superfície: A B C FIGURA 4 Agora, os pontos situados no interior da curva representam sistemas heterogêneos (bifásicos) e os pontos situados na parte externa à curva representam sistemas homogêneos (monofásicos). Ao fazermos a sobreposição das curvas resultantes de cortes da superfície a diferentes temperaturas, obteremos as “curvas de nível” da superfície do diagrama em três dimensões: A B C FIGURA 5 Nesse diagrama, cada curva corresponde à situação do sistema em uma temperatura diferente. Trata-se, portanto, de um diagrama politérmico. Regra da alavanca em sistemas ternários Em um sistema de dois componentes as linhas de união entre as fases em equilíbrio são horizontais e paralelas ao eixo das composições, como no diagrama abaixo a bO T1 A B xB P 1 = atm T Já em um sistema de três componentes, as linhas de união não são paralelas a nenhum eixo do diagrama, mas elas convergem para um ponto que fica fora do triângulo eqüilátero que representa o diagrama do sistema assim como na figura abaixo A B C O O’ I a a’ aI bI b b’ Para determinar as composições das fases em equilíbrio para um ponto qualquer (I) situado na região bifásica, une-se esse ponto com o ponto de convergência Onde a linha de união intercepta a curva de equilíbrio, situam-se as fases que constituem este ponto. Nesse caso, para o ponto I, temos as fases aI e bI. O sistema apresenta, então, duas fases em equilíbrio, com uma aparência como a que é mostrada na figura abaixo: aI bI Para determinar as quantidades das fases em equilíbrio, usa-se a regra da alavanca, porém medindo-se o tamanho dos segmentos com régua, pois esses segmentos não são paralelos a nenhum dos lados do triângulo que representa o sistema. Assim, resulta: I I b a Ia Ib n n I I onde os tamanhos dos segmentos bII e IaI são medidos, com uma régua, no gráfico, em milímetros, por exemplo.
Compartilhar