Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 3 DESENVOLVIMENTO Henri Wallon nasceu na França, ao longo dos seus estudos passou pela Filosofia e Medicina antes de chegar a Psicologia e a Pedagogia, no decorrer de sua vida Wallon viveu em um território muito conturbado devido as grandes guerras. Trabalhou como médico em um hospital psiquiátrico atendendo principalmente crianças, com isso ele passou a ter a visão de que a escola seria um ótimo lugar para estudar a infância acreditando que a Pedagogia era um excelente campo de observação para a Psicologia, transformando essa relação em uma via de mão dupla para as duas áreas. A teoria de Henri Wallon era voltada para a Psicogênese da pessoa, ou seja, se caracteriza em estudar a gênese/origem do processo constituinte do psiquismo humano, concentrando seu estudo na fase inicial da infância com o intuito de descobrir como isso vai se formando com o passar do tempo, focando sua análise no campo da consciência. Traz em sua teoria a visão da infância não só como uma preparação para a vida adulta, mas também vê a sua significância para ela mesma, constituindo uma interligação entre ambos. Wallon acredita que ao chegar na escola a criança já tem sua própria história, isto é, ela já tem a sua própria bagagem por menor que seja, sendo necessário levar em conta o que já foi vivido, o que é vivido no presente e a possibilidade do vir a ser no futuro entendendo o quão difícil é relacionar essas três dimensões. Sendo assim seu estudo se divide em 4 campos funcionais, são eles: 1. O Movimento: Esse é o primeiro sinal de vida psíquica estando presente em todas as fases posteriores. Para Wallon o movimento possui duas dimensões próprias a primeira é a expressão que está diretamente ligada as emoções e a segunda é a instrumental que está relacionada com a ação direta com o meio (deslocamento em si). Ao considerar o movimento é primordial analisar a criança de uma forma concreta, ou seja, como um todo através de sua necessidade de comunicação com o mundo. As crianças têm dificuldade de controlar seus movimentos, sendo assim é difícil querer exigir que elas fiquem paradas pois esse movimento representa aquilo que de fato elas já aprenderam e constitui um meio para uma nova aprendizagem. 2. As Emoções: É a primeira forma afetiva que se desenvolve e aparece na criança, ela se apresenta como uma forma de relação com o meio. Por estar no campo da afetividade as emoções constituem a forma mais expressiva do 2 processo e geralmente de fácil identificação. É algo que ocorre desde o bebê recém-nascido, tendo uma função social e contagiante, ou seja, a emoção possibilita a relação/interação com o meio e as pessoas. Além dos mais seu papel é fundamental justamente por ser o primeiro meio de interação permite ao bebê seu primeiro contato com a linguagem. 3. A Inteligência: Wallon acredita que a inteligência se origina a partir das emoções, o contato afetivo com a linguagem permite a apropriação dela que irá gerar aos poucos a inteligência discursiva, aquela que se origina através da linguagem/fala. Além dessa relação de troca entre emoção e linguagem ambas também se envolvem de uma forma antagônica conforme o decorrer do tempo. O movimento assim como a emoção se liga a inteligência não só na infância mais ao longo da vida. Dentro da representação mental Wallon estabelece dois momentos: • Pensamento Sincrético: Esse constitui o primeiro momento da inteligência, condiz com a mistura de várias áreas em uma única representação, ou seja, não ocorre a dissociação de informações. Ex.: A mãe do colega não pode ter o mesmo nome que o da minha mãe. • Pensamento Categorial: Caracteriza a possibilidade de pensar o real por meio de categorias/conceitos, se desenvolve no final da primeira infância e permanece até a fase adulta, nesse momento é fundamental o contato com a cultura para que a criança possa associar as diferenças por ela mesma. 4. Pessoa: Apesar de ser um campo que se liga com os outros três, ele também pode ser visto de uma forma individual pois com o passar do tempo cada criança irá criar seu próprio conhecimento a respeito de si mesmo, isto é, através de sua singularidade para com o meio ou com o outro retratando esse campo como a “consciência de si”. Mesmo possuindo uma interligação entre os campos não significa que não exista conflitos entre elas por isso Wallon busca sempre o sentido dessas relações a partir do contexto em que estão inseridas. Buscando entender como a individualidade se constitui Wallon percebe que no inicio a criança se funde com os outros e ao longo do tempo passa a fazer a diferenciação de quem ela é e de quem o outro é para que isso ocorra a criança utiliza da imitação e da oposição e isso vai ocorrendo de uma forma gradativa sendo presente até na fase adulta.
Compartilhar