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APS PSICANÁLISE
Supervisão: Tiago Crespi
PSICOLOGIA 
IBMR
Freud formou-se em Medicina, especializando-se em Neurologia em 1881. Ao terminar sua residência médica, conseguiu uma bolsa de estudo em Paris, onde trabalhou com Jean Charcot, um renomado psiquiatra francês. A partir dos estudos com Charcot, Freud observou, através da hipnose, que os sintomas da histeria não tinham qualquer causa orgânica. Deste modo, o psiquiatra francês introduziu o jovem Freud para o mistério que ele passaria o resto de sua vida tentando entender – o poder das forças mentais escondidas da percepção consciente.
Em 1886, Freud retornou à Viena e voltou a clinicar, e seu principal instrumento de trabalho na eliminação dos sintomas dos distúrbios nervosos passou a ser, dessa forma, a sugestão hipnótica. Efetivamente, o recurso à sugestão hipnótica visava suspender, ainda que temporariamente, a resistência, permitindo que o sujeito, sob hipnose, colocasse em palavras certo número de lembranças esquecidas associadas ao sintoma. Esse método tem curto período de duração na prática clínica de Freud pela sua ineficácia. Freud comprovou que o método da sugestão hipnótica mais ocultava do que revelava as resistências, além disso os resultados obtidos por esse meio serem de curta duração. Sabemos hoje que os resultados terapêuticos alcançados por meio de métodos sugestivos não apenas fomentam as resistências, tornando o desejo inconsciente ainda mais inacessível, como também, de forma mais fundamental, conduzem a uma alienação imaginária do sujeito ao desejo de um outro, ao qual ele passa a se submeter.
Freud defende a tese da existência de processos psíquicos inconscientes, demonstrando que a equivalência convencional entre psíquico e consciente é completamente inadequada e calcada numa superestima outorgada à consciência. Com a descoberta do inconsciente, ele opera uma verdadeira revolução. Ao afirmar que o inconsciente pensa, Freud desaloja a consciência de seu lugar de centro, alterando assim o privilégio conferido aos pensamentos conscientes. O cerne de sua descoberta vem demonstrar que os processos de pensamentos inconscientes se produzem à margem da consciência e dela independem.
Freud apresenta três manifestações que, no seu entender, provam a existência e a influência do Inconsciente: as neuroses, os atos falhos e os sonhos.
Neuroses:
Ana O., paciente de Breuer, médico e cientista com quem Freud trabalhava, apresentava um conjunto de sintomas que a fazia sofrer: paralisia com contratura muscular, inibições e dificuldades de pensamento. A paciente sofria de neurose. As neuroses são sintomas ou manifestações de algo que foi recalcado, impedido de aceder à consciência. 
O doente ignora aquilo que recalca, não conhece os desejos escondidos do seu Inconsciente. São doenças psíquicas que, traduzindo-se em perturbações físicas, resistem à medicação. Segundo Freud, muitas neuroses derivam da repressão dos impulsos sexuais e agressivos. 
Quando Ana O. estava em vigília não conseguia identificar a origem de seus sintomas, mas, sob o efeito da hipnose conseguia relatar fatos há muito tempo reprimidos. Porém percebendo os limites da hipnose, Freud desenvolveria um método terapêutico a que chamaria de psicanálise. Tornando assim consciente o que até então seria inconsciente, através da cura pela palavra, conhecida como associação livre. 
Atos falhos:
Para Freud, na vida psíquica não há lugar para o acaso, os “atos falhados” que poderíamos julgar insignificantes têm um sentido. Estes “deslizes” quotidianos provêm do recalcamento de
desejos, sentimentos e pensamentos que gostaríamos de lançar e encerrar nos abismos do Inconsciente. São a forma disfarçada de impulsos de que não temos consciência, mas que são indesejáveis, se se exprimirem. “O Inconsciente manifesta-se incessantemente” e os “atos falhados” são o modo, por vezes grotesco, mas nunca doentio, de os conteúdos e representações inconscientes vencerem a barreira da censura.
Os sonhos:
Os sonhos são, para Freud, a realização ilusória de desejos recalcados.Para Freud, um ato psíquico (emoções, pensamentos, sentimentos, desejos) inconsciente, devido à sua dinâmica própria, tende a passar à consciência, a manifestar-se. Para passar ao estado consciente, é submetido ao exame da censura. Se esta lhe recusa a passagem, tais representações permanecerão no Inconsciente. Significa isso que foram recalcadas. O recalcamento é uma força que, mediante um mecanismo chamado censura, mantém fora da consciência, impede que venham à superfície as tendências anárquicas, as pulsões demasiado exigentes provenientes do Inconsciente (este quer a satisfação de todos os desejos).
O sonho é a realização ilusória (simbólica) de desejos inconscientes (recalcados). “Expressão noturna das nossas frustrações diurnas”, o sonho só aparentemente é absurdo, incoerente e inútil. Possui um sentido: os desejos interditos e recalcados encontram nele uma satisfação velada, desviada, simbólica. Por outro lado, como durante o sono a vigilância da censura enfra-
quece, mais facilmente lhe escapam as representações inconscientes que povoam os nossos sonhos. Compreende-se assim que, para Freud, o sonho seja a via real de acesso ao Inconsciente (desnuda-o, revela que este não segue uma lógica racional e que é
constituído por impulsos e desejos amorais e irrealistas.
Posteriormente, no livro “A Interpretação dos Sonhos”, de 1900, Freud inaugurou a concepção sobre a estrutura e o funcionamento da personalidade através de três sistemas ou instâncias psíquicas que denominou de inconsciente, pré-consciente e consciente, considerando o inconsciente como aquele que representa o conjunto dos conteúdos que não estão presentes no campo da consciência, constituído por conteúdos reprimidos, que não têm acesso aos sistemas pré-consciente e consciente, por conta das censuras internas. O inconsciente é um sistema do aparelho psíquico regido por leis próprias de funcionamento e sobre ele não existe noção de tempo, passado, futuro, moral, regras ou leis.
Rio de Janeiro, 21 de novembro de 2018.
Camila de Santana Souza, Cristina Vaccari Manghi, Flavia L. B. Moraes, Lilian Luna Callado.
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