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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO - UFMT ESTUDO DAS CARACTERÍSTICAS ANATÔMICAS DO ALGODOEIRO (Gossypium hirsutum.) ¹Camila dos Santos Alves ¹Carolina Ferrari Luz Cunha ¹Túlio Henrique Moraes Pimpão RESUMO O algodoeiro (Gossypium hirsutum) é uma planta da família das malváceas, gênero Gossypium, de porte médio que apresenta uma haste principal e o crescimento de ramos vegetativos e frutíferos perpendiculares à haste, com folhas anfiestomática distribuídas de maneira alternada nos ramos frutíferos e espiraladas na haste e ramos vegetativos. O algodoeiro produz a pluma que é utilizada pelas indústrias e representa cerca de 75% das fibras naturais. A cultura do algodão esta inserida dentre as dez mais importantes culturas agrícolas do Brasil. O estudo foi realizado na Universidade Federal de Mato Grosso em laboratórios de microscopia óptica, com cortes histológicos realizados pelos próprios autores. Este trabalho teve como objetivo a identificação das características e estruturas anatômicas e morfológicas do algodoeiro. Palavras chave: Algodoeiro, malváceas, Gossypium. ABSTRACT The cotton (Gossypium hirsutum) is a plant from Malvaceae’s family, genus Gossypium, is a medium-sized plant that has a main stem, and the growth of vegetative and fruit branches perpendicular to the stem, with amphistomatic leaves distributed alternately in fruitful branches and spiral on the stem and vegetative branches. The cotton plant produces the plume that is used by industry and represents about 75% of natural fibers. The cultivation of cotton is inserted among the ten most important crops in Brazil. The study was conducted in Mato Grosso Federal University in optical microscopy laboratories with histological sections performed by the own authors. This study aimed to identify the characteristics and anatomical and morphological structures of cotton. Key words: Cotton, Malvaceae, Gossypium. ¹Acadêmicos do Curso de Bacharelado em Agronomia da Universidade Federal do Mato Grosso. INTRODUÇÃO O algodoeiro é o nome vulgar dado a várias espécies do gênero botânico Gossypium L., da família Malvaceae. É uma planta ereta, anual ou perene. A raiz principal cônica, pivotante, profunda, e com pequeno número de raízes secundárias grossas e superficiais. O caule herbáceo ou lenhoso tem altura variável e é dotado de ramos vegetativos, e ramos frutíferos. As folhas são pecioladas, geralmente cordiformes, de consistência coriácea ou não e inteiras ou recortadas (Zabot, 2007). Por ser uma planta de crescimento indeterminado, possui uma das mais complexas morfologias entre as plantas cultivadas. A temperatura influencia fortemente o crescimento e o desenvolvimento da planta, tendo sido determinada a exigência em temperaturas para cada fase (OOSTERHUIS, 1992). Por sua grande resistência à seca constitui-se em uma das poucas opções para cultivo em regiões semiáridas produz a pluma que é utilizada pelas indústrias e representa cerca de 75% das fibras naturais. MATERIAIS E METODOLOGIA Folha Após a sua retirada das folhas, realizou- se um corte transversal do limbo e do pecíolo e um corte para-dérmico da parte abaxial e adaxial do limbo, utilizando uma lâmina de corte para a retirada das amostras. Algumas amostras foram colocadas água sanitária para ocorrer à descoloração e em seguida foram lavados e corados com safranina. Por fim as amostras foram colocadas na lamina de observação gotejando água sobre o material apenas uma vez e recobrindo com uma lamínula. Caule Após a retirada do órgão realizou-se cortes transversais do entre nó e de pouco abaixo do nó, corte longitudinal do entre nó e um corte longitudinal do nó. As amostras foram levadas para observação no microscópio para verificar se os resultados obtidos são aceitáveis para observação, após a verificação, os corte foram descorados com água sanitária, lavados e logo após corados com safranina. Raiz Após a retirada das raízes realizaram-se cortes transversais da região pilífera, cortes da ponta da raiz e por ultimo cortes transversais de raízes com crescimento secundário. Nesse caso houve coloração apenas do corte de raiz de crescimento secundário. TIPOS DE CORTES UTILIZADOS Corte transversal da raiz: Um corte transversal da raiz normalmente apresenta uma nítida separação entre os três sistemas de tecidos: a Epiderme (Sistema dérmico), o córtex (Sistema fundamental) e os tecidos vasculares (Sistema Vascular). Corte transversal do caule: Quando observado em corte transversal o caule apresenta as seguintes estruturas: cilindro vascular (Sistema vascular), tecidos de sustentação (parênquima e colênquima), estômatos, cutícula (substancia cerosa que protege o caule) e epiderme (Sistema dérmico), além de observar o córtex e a medula. Corte longitudinal do caule: Continha à finalidade de observar no entre nó a disposição dos tecidos nas regiões do córtex, medula e cilindro vascular, além de se observar no nó disposição dos tecidos, o traço foliar e gema axilar. Corte para-dérmico da parte abaxial e adaxial da folha: Este corte é superficial e paralelo à superfície da folha e é utilizado para se observar os estômatos e a cutícula. Corte transversal da folha: Corte com a finalidade de observar a epiderme, os estômatos e os tecidos de sustentação presentes na folha. Resultados EP Superfície adaxial da folha de algodoeiro; 400X; Corte paradérmico; EP: Epiderme adaxial. Superfície abaxial da folha do algodoeiro; ES: Estômatos, EP: Epiderme abaxial, EP ES EP Pecíolo da folha do algodoeiro; corte transversal; 400X; MP: Medula parenquimática; MX: Metaxilema; PX: Protoxilema; CQ: Colênquima; EP: Epiderme. MX PX MP CQ EP BA MP PD MX PX Caule de algodoeiro; corte transversal; 400X; MP: Medula parenquimática; MX: Metaxilema; PX: Protoxilema; CQ: Colênquima; PD: Periderme; BA: Bainha amilífera. TPP Entrenó do caule do algodoeiro; corte longitudinal; TPP: tecido de preenchimento parenquimático; CV: Cilindro vascular. Raiz do algodoeiro; Corte transversal; Safranina; SU: súber; EL: Elementos de vaso; CO: Córtex. SU CV CV EL CO DISCUSSÃO Epiderme É originada a partir dos meristemas apicais, mais precisamente na protoderme, sendo assim o tecido mais externo da planta em crescimento primário, senão é substituída pela periderme em plantas com crescimento secundário. Estômatos: está presente na epiderme, sendo compostos por duas células guardas responsáveis pela entrada e saída de ar dos órgãos nos quais estão presentes. Normalmente o único órgão que não apresenta estômato em nenhuma de suas fases de crescimento são as raízes. A posição e a quantidade de estômatos na epiderme podem variar de acordo com o ambiente, mas se a planta apresentar estômatos em ambas as superfícies da folha, como é o caso do algodoeiro, ela é chamada de anfiestomática. Tricomas: os tricomas são tipos especiais de células epidérmicas, são altamente variadas em estrutura e função. Os tricomas podem ter a função de proteção contra predadores, podem estar associados a secreção de substanciasalém de auxiliar na regulação de umidade e calor. As fibras do algodão utilizadas comercialmente são, na verdade, tricomas unicelulares do tegumento da semente, o qual desenvolve parede espessa praticamente celulósica (Apezzato da Gloria, 2006). Cambio Vascular: o câmbio vascular é um tecido meristemático que dá origem ao xilema e ao floema secundários em plantas com crescimento secundário. O câmbio vascular das raízes se origina a partir do procâmbio e de células EL Raiz do algodoeiro; corte transversal; Safranina (ampliação da figura anterior); EL: elementos de vaso; CV: Cambio vascular. Raiz do algodoeiro; Montagem total; ZP: Zona pilífera. ZP ZP EL ZP EL CV pericíclicas. Já no caule o câmbio pode se originar a partir do procâmbio dos feixes, a partir de um cilindro continuo do procâmbio e a partir do tecido interfascicular de células parenquimáticas entre os feixes vasculares (Apezzato da Gloria, 2006). Bainha amilífera: é o local onde ocorre a deposição de amido no caule. Córtex: corresponde a região localizada entre a epiderme e o cilindro vascular. É constituído por várias camadas de células parenquimáticas, que normalmente não apresentam cloroplastos, mas contem amido. Medula parenquimática: região parenquimática localizada internamente aos tecidos vasculares. Protoxilema e metaxilema: O xilema primário consiste de protoxilema e metaxilema. O protoxilema é o primeiro a se formar em regiões de intenso crescimento e, a seguir diferencia-se o metaxilema. Cilindro vascular: é uma formação cilíndrica de tecido vascular que se encontra na parte central das estruturas das raízes e caules, constituída por xilema, floema e periciclo. Periderme: conjunto de tecidos das plantas vasculares com crescimento secundário. Súber: é um tecido vegetal de proteção mecânica e impermeabilizante que substitui o córtex das plantas vasculares com crescimento secundário (Graça, J. e Pereira, H. 1997). Elementos de vaso: é um dos tipos de células encontrados no xilema Zona pilífera da raiz: Apresentam células epidérmicas dotadas de projeções citoplasmáticas finas e alongadas, os pêlos absorventes. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS http://w3.ufsm.br/nppce/disciplinas/algo dao.pdf http://www.ebah.com.br/content/ABAA AA4LkAL/apostila-cultura-algodoeiro Atlas de histologia vegetal W. krommenhoek J. Sebus G.J. Van Esch Anatomia vegetal 2° edição Beatriz Apezzato da Glória Sandra Maria Carmello Guerreiro http://www.indea.mt.gov.br/defesa- sanitaria-vegetal/algodao/ http://www.esalq.usp.br/departamentos/ lpv/lpv582/Plantas%20Fibrosas%20LP V%20582-%20Planta.pdf OLIVEIRA, F.J. Aulas de cultura do algodoeiro. Pernambuco: UFRP/DEP, 2011. Graça, J. e Pereira, H. (1997). Formação e desenvolvimento da primeira periderme no sobreiro. Relações com as características da cortiça amadia. Departamento de Engenharia Florestal, Instituto Superior de Agronomia.
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