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aula introdutória

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Prévia do material em texto

A PARTICIPAÇÃO DO ESTADO NA 
ECONOMIA 
 
 
 
 
 
Arley Rodrigues Bezerra 
 
 
O ESTADO PODE SER 
ENTENDIDO COMO O 
CONJUNTO DAS RELAÇÕES E 
CONTRADIÇÕES ECONÔMICAS 
QUE TRAZEM IMPACTOS 
DIRETOS E INDIRETOS SOBRE 
A SOCIEDADE A ESTE 
PERTENCENTE. 
 
 
 
 
A FORMA DO ESTADO 
 Os Estado pode ter as seguintes formas: 
 
 Unitário: (França, Uruguai) – Todo Poder centralizado 
em uma única sede. 
 
 Federação: (Brasil) - Poder dividido entre os entes 
federativos (União, Estados e os municípios) 
A FORMA DO GOVERNO 
 
 A Forma de Governo do Estado brasileiro é a 
REPÚBLICA, que significa COISA DO POVO. 
 
 
 A maneira pela qual o governo intervém na economia 
caracteriza as chamadas Funções Econômicas do 
Governo. 
Evolução das Funções Econômicas do 
Governo 
 
 A visão clássica, advinda do século XIX, defendia o que 
poderíamos chamar de Estado mínimo, ou seja, a atividade 
estatal deve ser voltada apenas para o atendimento de 
demandas onde a atividade privada não possa se auto 
equilibrar, tal como a definição de oferta e demanda de bens 
e serviços. 
 
 A presença do Estado seria representada apenas pelo 
controle da segurança nacional do país, a segurança 
pública, bem como serviços de natureza social não atendidas 
pelo setor privado. 
 Quando debatemos até onde deve ir a “mão visível” do 
Estado é difícil fugirmos de uma perspectiva normativa, isto 
é, do debate sobre aquilo que deve ou não ser feito, que 
serviços públicos devem ser prestado, que impostos ou 
taxas devem aumentar ou baixar e para que. 
 
 Assim, um primeiro passo é estar atento sempre para a 
diferença entre um debate normativo e um debate 
positivo sobre a economia em geral e do setor Público em 
particular. 
 
 Economia Normativa; 
 Economia positiva. 
 
 
 Talvez o maior papel do governo em uma sociedade seja o de 
controlar e regular o funcionamento dos conflitos. A tradição 
hegemônica no campo da economia é a crença de que o setor 
privado é intrinsecamente mais eficiente que o Estado. 
 
 Os defensores desta posição na economia aglutinam-se em 
torno de uma escola de pensamento conhecida como “teoria 
neoclássica”. 
 
 Existem alguns critérios para que o mercado possa encontrar o 
equilíbrio “sozinho”. 
 
 Podemos citar dentre estes critérios, mercado de concorrência 
perfeita, consumidores em igualdade de informações e 
progresso técnico não explica a dinâmica econômica. 
 Esta visão idealizada do mercado é irreal porque na 
verdade existem diversos processos que impedem o 
funcionamento destes pressupostos; 
 
 Estes eventos ou fenômenos econômicos são 
conhecidos como “falhas de mercado”; 
 
 
 O enfoque da “economia do bem estar” defende a 
existência de dois teoremas normativos. 
 
 O primeiro deles afirma que o nível ótimo de equilíbrio 
é aquele onde não se pode melhorar a situação de 
ninguém sem que alguém seja prejudicado, e o 
chamado “ótimo paretiano”. 
 O segundo teorema nos diz que todo ponto de 
equilíbrio nas diversas possibilidades produtivas de 
uma economia pode ser alcançado desde que haja 
uma correta distribuição inicial de recursos. 
 
 A partir disso, percebe-se que o Estado seria 
necessário para evitar que as falhas de mercado 
inviabilizem, em última instância, a economia 
baseada na troca. 
 
 Por exemplo: o Estado é essencial para evitar o caos 
resultante da monopolização crescente da 
economia, para legitimar o direito de propriedade, 
para controlar as operações financeiras, regulando a 
atividade econômica mais sensível. 
 
 
 
 Com o crescimento da atividade privada, geradora de 
lucros, passam a existir na Economia questionamentos 
referentes à distribuição da riqueza nas mãos de poucos. 
Tratava-se do que chamamos pensamento marxista, 
fundamentado na ideia de que o Estado deveria atuar 
diretamente na redistribuição igualitária da renda entre a 
população. 
 
 No início do século XX, mais especificamente com a 
chamada Grande Depressão, uma nova defesa na 
dimensão da atuação do Estado passa a existir. 
 
Com o nível de oferta agregada superior ao da demanda 
agregada, gerando por consequência uma diminuição no 
nível de riqueza dos países, e consequentemente de suas 
sociedades, o economista John Maynard Keynes propôs 
que o Estado interviesse na economia, com o objetivo de 
estimular a demanda agregada. 
 
 Para isso, este deveria aumentar os seus gastos, de forma a 
estimular o emprego e a renda. 
O debate sobre a intervenção do Estado na economia 
Sim à Intervenção Não à Intervenção 
Os Keynesianos Os Monetaristas 
 Os Keynesianos são os 
seguidores da teoria elaborada 
por John Maynard Keynes 
(1833-1946) 
 Não aceitam a tese de que a 
economia tende livremente ao 
pleno emprego dos recursos 
produtivos. 
 Recomendam a intervenção do 
Estado mediante as políticas 
monetária e fiscal, 
especialmente esta última, com 
o objetivo de estabilizar a 
economia. 
 A corrente monetarista surgiu na 
Universidade de chicago (EUA) e, 
em particular, com a obra de Milton 
Friedman (1912). 
 Confiam no livre jogo das forças de 
mercado como instrumento para 
situar a economia próxima ao pleno 
emprego. 
 A intervenção do Estado deve-se 
reduzir ao mínimo possível: na 
essência, controlar apenas o volume 
de dinheiro 
 
 
1.1 As funções e os objetivos do setor público 
 
• fiscalizadora: estabelecer e cobrar impostos 
• reguladora: regular a atividade econômica 
(controle de preços, regular monopólios, proteção 
aos consumidores, etc); 
• provedora de bens e serviços: facilitar e fornecer 
o acesso a bens e serviços públicos e produzir 
bens de consumo e de produção; 
• Redistributiva: modificar a distribuição da renda 
ou da riqueza; 
• estabilizadora: controlar os agregados 
econômicos para evitar grandes flutuações. 
 
1.1 As funções e os objetivos do setor público: 
 
Função Alocativa: 
 
 A função alocativa se relaciona diretamente com 
a capacidade que o Estado tem (ou não) em 
prover determinados bens e serviços à 
sociedades através do sistema de mercado (ou de 
formação de preços no mercado). 
 
Neste ponto, os bens públicos se destacam. 
 
1.1 As funções e os objetivos do setor público: 
 
Função Alocativa: 
 
O consumo de um bem público gera benefícios 
que são externalizados, ou seja, estão disponíveis 
à coletividade, ao contrário do consumo de bens 
privados que são internalizados. 
 
Os bens públicos são não excludentes. 
 
 
 
1.1 As funções e os objetivos do setor público: 
 
Função Alocativa: 
 
Para facilitar a sinalização dos bens públicos, 
ocorre que temos sistemas de voto, eleições, 
plebiscitos etc. 
 
 
 
 
 
1.1 As funções e os objetivos do setor público: 
 
Função Alocativa: 
 
Em determinadas situações a tecnologia para produzir ou o tipo de 
serviço a ser oferecido inviabiliza a produção economicamente 
rentável por mais de um ofertante. 
 
Neste caso estabelece-se a condição de monopólio, geralmente 
associado aos ganhos de escala que se pode obter (redução de 
custos), a produção pode ser feita diretamente pelo Estado, pelo 
capital privado regulado pelo Estado ou por um monopólio privado. 
Outras vezes o Estado age determinando compensações entre 
indivíduos que sofrem involuntariamente efeitos das chamadas 
“externalidades”. 
 
1.1 As funções e os objetivos do setor público: 
 
Função Alocativa:Resumindo, a função alocativa demonstra que para uma série de 
casos e situações não é desejável ou interessante para a empresa 
privada produzir, o governo assume a função de prover no caso de 
bens de acesso livre e gratuito ou produzir bens e serviços, no caso 
da água tratada ou da eletricidade, cobrando tarifas subsidiadas 
através de empresas públicas. 
 
1.1 As funções e os objetivos do setor público: 
 
Função redistributiva: 
 Entretanto, a formação de preço no mercado ocorre em condições 
imperfeitas. Por exemplo, há estoques de riquezas que são 
herdados, monopólios, acessos diferenciados à bens públicos, todo 
tipo de discriminações de origem não-econômica (racial, de gênero, 
social, etc.).. 
 
Estes processos produzem uma distribuição imperfeita da renda e 
distante dos padrões mais razoáveis de equidade e justiça social. 
Em geral cada sociedade, em cada momento histórico de sua 
evolução, adota valores e princípios morais e éticos sob os quais as 
políticas públicas de caráter redistributivo vão operar. 
 
1.1 As funções e os objetivos do setor público: 
 
Função redistributiva: 
 
O Estado promove a distribuição da renda através dos seguintes mecanismos: 
 
Sistema de tributos e transferências: combina tributos progressivos 
sobre as classes de renda mais elevadas com transferências para classes de 
renda mais baixa. Ex: Imposto de renda. 
 
 
Impostos: diferentes alíquotas para produtos supérfluos (bebidas, 
cigarros) e produtos essenciais (alimentos); 
 
 
Outros: subsídios, salário mínimo, proteção tarifária e renunciais fiscais, 
etc. 
 
1.1 As funções e os objetivos do setor público: 
 
Função estabilizadora: 
 
A função estabilizadora está relacionada às ações do Governo para estabilizar 
os principais preços da economia. O pleno emprego, a estabilidade de 
preços, o crescimento econômico são objetivos buscados pela 
estabilização econômica. 
 
 
 
Estas medidas são tomadas através de medidas de caráter monetário e 
fiscal. 
 
 
Flutuações ou Ciclos Econômicos 
 
 
 
 
 
 
1.2 Objetivos do setor Público 
 Geral: Progresso econômico e social 
 Específicos: 
a) Maior nível possível de emprego 
b) Estabilidade de preços 
c) Crescimento Econômico 
d) Distribuição eqüitativa da renda 
e) Equilíbrio das contas externas 
14.2 Os Instrumentos do setor Público 
a) Política Fiscal 
b) Política Monetária 
 
 
 
2.1 A Política Fiscal 
 Referem-se às decisões do governo quanto ao gasto público e aos 
impostos. 
 Receitas Públicas: são constituídas basicamente por impostos. 
 “ Os impostos são receitas públicas criadas por lei e de cumprimento 
obrigatório para os sujeitos contemplados por ela”. 
 Obs.: O governo pode alterar os impostos e os gastos para influir sobre o 
nível de atividade econômica. 
 
 
 
 
2.1 A Política Monetária 
controlar a liquidez global do sistema econômico. 
 
 Instrumentos de política monetária: 
 Recolhimento compulsório: visando reduzir ou aumentar o disponibilidade de 
moeda; 
 Assistência financeira de liquidez: alterações (controle) na taxa de juros; 
 Venda ou compra de títulos públicos; 
 
2.2 O Orçamento do setor Público 
“ O orçamento do setor público é a descrição dos 
planos de gasto e de financiamento”. 
 Se as receitas forem maiores que os gastos 
Superávit orçamentário. 
 Se as receitas forem menores que os gastos 
Déficit orçamentário. 
Orçamento do Setor Público 
= Receitas 
Públicas 
- 
Gastos 
Públicos 
Obs.: “O orçamento estará equilibrado quando a 
receita pública for igual ao gasto público”. 
A Política Fiscal em Ação 
1. A Política Fiscal Expansionista 
 
 Impostos Consumo 
 
 Gastos  DA 
 
2. Política Fiscal Restritiva 
 
 Impostos Consumo 
 
 Gastos 
 
Produção e o 
Emprego 
 Produção e o 
Emprego 
  DA 
3 O Caráter Automático da Política Fiscal 
A política fiscal é um instrumento estabilizador da 
atividade econômica, podendo ser feita por políticas 
discricionárias ou por meio do sistema impositivo. 
“As políticas fiscais discricionárias são as que 
exigem medidas explícitas”. Dentre elas estão: 
• programas de obras públicas e outros gastos; 
•projetos públicos de emprego; 
•programas de transferências, e 
•alteração dos tipos de impostos. 
O sistema impositivo tem efeitos automáticos sobre a 
evolução da atividade econômica, isto é, sobre as 
depressões e expansões. 
“ Uma depressão é um período prolongado de baixa 
atividade econômica e elevado desemprego”. 
3.1 Os Impostos como Estabilizadores automáticos 
Os impostos proporcionais  alteração automática da 
forma de arrecadação. 
“ Um estabilizador automático é qualquer ação do sistema 
econômico que tende a reduzir mecanicamente as forças de 
recessão e/ou da expansão da demanda, sem que sejam 
necessárias medidas discricionárias de política econômica”. 
3.2 Outros Estabilizadores Automáticos 
 O seguro desemprego e as pensões para 
aposentados  comportamento anticíclico  
estabilizadores automáticos. 
“ Os ciclos econômicos são flutuações da atividade 
econômica global, caracterizadas pela expansão ou 
pela contração simultânea da produção na maioria 
dos setores”. 
Estabilizadores não do setor público: poupanças 
das S/As. e das famílias, comportamento de 
consumo das famílias (renda permanente), etc. 
Obs.: Os estabilizadores automáticos são 
importantes, mas eles por si sós não conseguem 
estabilizar a atividade econômica. 
4 Limitações no Emprego de Políticas Fiscais 
Discricionárias 
4.1 Programas de Obras Públicas e outros 
Gastos (construção de hospitais, estradas, etc.) 
• baixa utilidade pública em muitos casos; 
• estudo prévio insuficiente; 
• tempo necessário prolongado. 
 
4.2 Projetos Públicos de Emprego: (Contratar 
trabalhadores por curtos períodos de tempo) 
• de importância secundária 
• não aumenta a possibilidade de conseguir emprego 
fixo posteriormente. 
4.3 Programas de Transferências 
• é uma via de mão única e difícil de eliminar depois 
da recessão. 
4.4 Alteração dos Tipos de Impostos: (redução 
temporária de alguns impostos) 
• tempo longo entre a decisão e a mudança do imposto 
• após recessão fica difícil aumentar os impostos 
novamente (impopular). 
5 Reflexões Finais Sobre a Política Fiscal 
Devido as limitações da política fiscal como 
estabilizadora das atividades econômicas, a 
política monetária passou a ter papel mais 
relevante nesse processo. 
 
5.1 O déficit e seu financiamento. 
a) Impostos 
b) criação de dinheiro 
c) emissão da dívida pública 
 
 
 
Esquema 4 Dois enfoques a respeito da política fiscal 
Enfoque Clássico ou monetarista Enfoque Keynesiano
Suposições Iniciais
 As economias têm mecanismos
auto-corretores que eliminam os
desajustes e tornam
desnecessária a intervenção
estabilizador estatal.
 As economias tendem, a longo
prazo, a manter o pleno emprego
dos recursos produtivos.
 Tal como evidenciou a crise de
1929, não existe um mecanismo
automático que leve a economia ao
pleno emprego dos recursos. Os
preços e salários não são flexíveis
como defendiam os clássicos. A
rigidez à baixa dos salários,
especialmente, dificulta os ajustes.
O Papel do Setor Público
 Limitar o gasto público.
 O orçamento público deve-se
equilibrar anualmente.
 Diante de uma recessão motivada
por uma demanda agregada
insuficiente, o setor público deve
intervir,manipulando os gastos e os
impostos.
 O orçamento deve-se equilibrar
ciclicamente. Durante as recessões,
pode-se incorrer em déficits
temporais.
Atividade Financeira do 
Estado 
 Para atender as obrigações definidas 
constitucionalmente, o Estado deve: 
 
 OBTER – Receitas públicas; 
 CRIAR – Crédito Público; 
 DESPENDER – Despesa pública. 
 PLANEJAR E GERIAR – Orçamento Público; 
Receitas públicas (Obter) 
 É o conjunto de ingressos financeiros destinado a 
manter a manutenção e conservação dos 
serviços públicos. 
Classificação conforme teoria das finanças públicas: 
 
Receita Orçamentária: é aquela que deve constar no 
orçamento e que engloba também os valores 
oriundas de operações de crédito; 
Receitas Extra-orçamentárias: meras entradas 
compensatórias e que não são consideradas no 
orçamento (Como exemplos temos as cauções, fianças, depósitos para garantia, 
consignações em folha de pagamento, retenções na fonte, salários não reclamados, 
operações de crédito por antecipação de receita (ARO) e outras operações 
assemelhadas). 
Receitas públicas (Obter) 
 Classificação econômica da Receita 
pública (Lei 4.320/64): 
 Receitas Correntes: são as provenientes de 
tributos, contribuições, patrimoniais, 
agropecuária, industrial, serviços e transações 
correntes destinado a cobertura de despesas 
correntes – não há alteração patrimonial. 
 
 Receitas de Capital: resulta na constituição ou 
criação de bens de capital que alteram o 
patrimônio público. 
Crédito Público (Criar) 
 É o ingresso providente da colocação 
de títulos públicos ou da contratação de 
empréstimos e financiamentos obtidos 
junto a entidades estatais e privadas; 
 Forma contratual de obtenção de 
receita, não compulsória; 
 Serve também como instrumento de 
política monetária ao controlar a oferta 
de moeda no mercado e/ou para 
rolagem da dívida pública. 
 
Despesa pública 
(Despender) 
 Definida como o gasto dos recursos 
públicos, a partir de autorização legislativa; 
 
 Os gastos públicos podem ser classificados 
sobre três óticas: 
 da finalidade dos gastos; 
 da natureza do dispêndio; 
 do agente encarregado da sua execução. 
Orçamento Público (planejar e 
gerir) 
 É um plano que expressa para um 
período de tempo definido, o programa 
de operações do governo e os meios de 
financiamento desse programa; 
 Aspectos político, jurídico, contábil, 
econômico, financeiro, administrativo; 
 Instrumento de política fiscal do 
governo, visando à estabilização e 
ampliação dos níveis da atividade 
econômica. 
ELABORAÇÃO 
DA PROPOSTA 
ORÇAMENTÁRIA 
DISCUSSSÃO, 
VOTAÇÃO E 
APROVAÇÃO 
DA LEI 
ORÇAMENTÁRIA 
EXECUÇÃO 
ORÇAMENTÁRIA 
CONTROLE DE 
AVALIAÇÃO DA 
EXECUÇÃO 
ORÇAMENTÁRIA 
Processo Orçamentário ou Ciclo Orçamentário 
Processo de planejamento e 
orçamento 
 CF/88 estabelece: 
 Plano plurianual (PPA): voltado a programação da 
administração pública e caracterizado como guia 
plurianual para as autorizações orçamentárias anuais. 
 Planos de desenvolvimento econômico e social: Lei 
Orçamentária Anual (LOA) 
 Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO): integra o PPA às 
LOA. 
Processo integrado de planejamento e orçamento 
Elaboração e revisão 
do Plano Plurianual 
(PPA) 
Elaboração e 
Revisão de planos e 
Programas 
Nacionais, Regionais 
e Setoriais 
Elaboração e 
Aprovação da Lei 
de Diretrizes 
Orçamentárias 
(LDO) 
Elaboração e 
Revisão da 
Proposta 
Orçamentária 
anual (LOA) 
Discussão, Votação 
e Aprovação da 
LOA 
EXECUÇÃO 
ORÇAMENTÁRIA 
Controle e 
Avaliação da 
EXECUÇÃO 
ORÇAMENTÁRIA 
 
AS FALHAS DE 
MERCADO 
A INTERVENÇÃO DO 
ESTADO NA ECONOMIA 
As falhas de mercado
 
 As chamadas falhas de mercado são situações ou 
eventos onde o equilíbrio e a otimização dos 
fatores produtivos não pode ser atingida sem que 
haja uma intervenção externa. 
 Para atingir uma situação ótima (máxima eficiência) 
não é necessário um planejador central, bastando um 
mercado em livre concorrência, desde que haja: 
(i) condições ideais para o funcionamento do modelo de 
concorrência perfeita (mercado atomizado e 
informação perfeita), 
(ii) inexistência de externalidades, bens públicos, 
monopólios naturais, mercados incompletos, 
desemprego e inflação. 
As falhas de mercado 
 Portanto, sob certas condições, os mercados 
competitivos geram uma alocação de recursos 
“ótima” no sentido de Pareto. 
 Um ponto (ou situação) de ótimo de Pareto se 
caracteriza pelo fato de que ninguém pode melhorar 
sua situação sem causar prejuízo a outros. 
 No mundo real, ocorrem, em diversas circunstâncias, 
as “falhas de mercado”, que impedem que ocorra 
uma situação de ótimo de Pareto. 
As falhas de mercado: 
 A existência de bens públicos 
 
 Os bens públicos são aqueles cujo consumo / uso é 
indivisível ou “não rival”. 
 A não rivalidade dos significa que o acesso aos bens 
de mais pessoas ao consumo dos bens não implicaria 
um acrescimento dos custos; 
 A não exclusividade deve-se ao fato de que, os bens 
não vendidos pelo sistema de preços e não se aplica o 
direito de propriedade. 
 O seu consumo por parte de um indivíduo ou de um 
grupo social não prejudica o seu consumo do mesmo 
bem pelos demais integrantes da sociedade. 
 Todos se beneficiam da produção de bens públicos. 
 Exemplos: defesa nacional, segurança pública, justiça, 
ruas, iluminação pública. 
Monopólios naturais 
 Existem setores nos quais o processo produtivo se 
caracteriza por retornos crescentes de escala. Isto 
significa que os custos de produção unitários declinam 
à medida que aumenta a quantidade produzida. 
 
 Pode ser mais eficiente uma empresa produtora de 
energia elétrica do que duas ou mais. 
 O governo neste caso pode: 
regular empresas ou 
intervir diretamente produzindo o bem/serviço. 
Externalidades 
 São comuns os casos em que a ação de um indivíduo 
ou empresa afeta direta ou indiretamente outros 
agentes econômicos. 
 É uma situação onde o benefício coletivo ou social 
é sempre maior que o benefício individual. 
 Há externalidades positivas e negativas. 
 Exemplos das positivas (benefícios): infra-estrutura. 
 Exemplos das negativas: poluição, tabagismo, 
ações criminosas. 
 Diante de externalidades, o governo pode : produzir 
diretamente, subsidiar ou tributar, proibir, multar ou 
regulamentar. 
Externalidades 
 O problema das externalidades é decidir de quem 
rebate o direto de propriedade. 
 
 Assim, a participação do Governo é importante para 
que possa ter um ente maior, com poder de atuação 
efetiva no combate às externalidades negatives e se 
incentive as atividades positivas que geram benefícios 
à sociedade. 
Mercados incompletos, custos 
de produção decrescentes, 
ocorrência de desemprego e 
inflação 
 Mesmo em atividades típicas de mercado, nem sempre 
o setor privado está disposto a assumir riscos. 
 Existem mercado que os custos de implantação são 
altos e os custos marginais são extremamente baixos; 
 No Brasil, a intervenção do governo é importante para a 
concessão de crédito de longo prazo. 
 O livre funcionamento de mercado não soluciona 
problemas como a existência de altos níveis de 
 desemprego e inflação. 
Falhas de mercado 
 Externalidades; 
 
 Mercados incompletos; 
 
 Assimetria de informação; 
 
 Oferta de bens públicos; 
 
 desenvolvimento, emprego e estabilidade; 
 
 Falhas na competição 
Para poder desempenhar suas funções, o 
governo precisade recursos. 
Os tributos são a principal fonte de geração de 
receitas do governo. 
O tributo é gênero cujas espécies são 
impostos 
taxas 
contribuições 
 
 
Teoria da Tributação 
Tributos 
Receita de entidades públicas, compreendendo 
impostos, taxas e contribuições, destinando-se o seu 
produto ao custeio de atividades gerais ou específicas 
exercidas por essas entidades. 
 
Exemplos: taxa do lixo financia a atividade específica 
de coleta de lixo; imposto de renda financia atividades 
gerais do governo; contribuição à previdência social 
financia especificamente o pagamento de 
aposentadorias. 
 
Impostos 
Tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma 
situação independente de qualquer atividade 
estatal específica. 
Exemplo: o pagamento do IPVA não é uma 
contrapartida à prestação de qualquer serviço 
governamental ao proprietário de automóvel. 
 
Taxa 
Pagamento que pressupõe uma atividade 
governamental, seja em função do exercício 
regular do poder de polícia, seja pela prestação 
de serviço público específico e divisível, 
efetivamente prestado ao usuário ou posto à sua 
disposição 
Exemplos: taxas de fiscalização de empresas, 
taxa para emplacamento de veículos, taxa de 
iluminação pública. 
 
Contribuição 
Pagamento cujo recurso fica vinculado a uma 
despesa específica do governo, não 
necessariamente associada a um benefício direto 
ao contribuinte. 
Exemplos: contribuição de melhoria gera 
benefício patrimonial direto ao contribuinte; 
CPMF financia as despesas de saúde pública não 
necessariamente desfrutadas pelo contribuinte. 
 
Bases Clássicas de 
Incidência de Impostos 
Renda: IR Pessoa Física, IR 
Pessoa Jurídica. 
 Patrimônio: IPTU, IPVA, ITBI. 
 Consumo: ISS, ICMS, IPI. 
 
Características do Imposto 
sobre Consumo 
Amplitude da base de incidência: 
geral (ICMS) ou específica (IPI). 
Tipo de alíquota: única ou seletiva. 
Estágio do processo de produção: 
atacado, varejo, ao longo da 
cadeia de comércio. 
Forma de cobrança: cumulativo 
ou valor agregado. 
Cumulativo ou “Em 
Cascata” 
 
 
A 
 
B 
 
C 
 
Total 
 
Valor de Compra 
 
 
 
100 
 
150 
 
 
 
Valor de Venda 
 
100 
 
150 
 
300 
 
 
 
Imposto sobre 
transações 
 
18 
 
27 
 
54 
 
99 
 
Carga tributária total 
sobre o produto 
 
 
 
 
 
 
 
33
% 
 
Cumulativo II 
 
 
A 
 
B 
 
C 
 
D 
 
Tota
l 
 
Valor de Compra 
 
 
 
100 
 
150 
 
200 
 
 
 
Valor de Venda 
 
100 
 
150 
 
200 
 
300 
 
 
 
Imposto sobre transações 
 
18 
 
27 
 
36 
 
54 
 
135 
 
Carga tributária total sobre o 
produto 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
45% 
 
Cumulativo III 
 Maior tributação dos produtos que têm cadeia 
produtiva longa: verticalização, discriminação das 
decisões de investimento por setores. 
 Não desonera exportações: prejudica política 
macroeconômica. 
Valor Adicionado I 
 
 
A 
 
B 
 
C 
 
Total 
 
Valor de Compra 
 
 
 
100 
 
150 
 
 
 
Valor de Venda 
 
100 
 
150 
 
300 
 
300 
 
Valor Adicionado 
 
100 
 
50 
 
150 
 
 
 
IVA = 18% do Valor Adicionado 
 
18%*100=
18 
 
(18%*150)-
18=9 
 
(18%*300)
-18-9 = 27 
 
54 
 
Carga tributária total sobre o 
produto 
 
 
 
 
 
 
 
18% 
 
Valor Adicionado II 
 
 
A 
 
B 
 
C 
 
D 
 
Total 
 
Valor de Compra 
 
 
 
100 
 
150 
 
200 
 
 
 
Valor de Venda 
 
100 
 
150 
 
200 
 
300 
 
300 
 
Valor Adicionado 
 
100 
 
50 
 
50 
 
100 
 
 
 
IVA = 18% do Valor 
Adicionado 
 
18%*100=1
8 
 
(18%*150
)-18 = 9 
 
(18%*200
)-18-9 = 9 
 
(18%*300
)-18-9-9= 
18 
 
54 
 
Carga tributária total 
sobre o produto 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18% 
 
Valor Adicionado III 
 Tamanho da cadeia de comercialização não altera 
carga tributária. 
 Permite desoneração total das exportações (isenta o 
exportador e lhe paga o crédito das fases anteriores). 
 Autofiscalização dentro da cadeia de 
comercialização. 
Déficit, Dívida e Resultado 
Primário 
 O déficit primário corresponde à diferença 
entre arrecadação e gastos do governo, 
sem levar em conta as despesas com os 
juros da dívida interna pública. 
Para financiar este déficit o governo pode: 
 Emitir moeda (e contribuir para inflação); 
 Endividar-se, emitindo um título de dívida 
pública.. 
 
Déficit, Dívida e Resultado 
Primário 
Em economia, é importante medir o déficit 
do governo para saber se ele está 
“pressionando” a demanda por bens e 
serviços. Se o governo coloca mais 
dinheiro na economia (compra de bens e 
serviços vendidos pelo setor privado) do 
que retira (impostos cobrados do setor 
privado), ele estará estimulando o 
crescimento econômico e/ou o aumento 
dos preços. 
 
Déficit, Dívida e Resultado 
Primário 
Sendo assim, nos períodos seguintes o governo deverá pagar 
juros e ir amortizando a dívida criada. Logo, teremos: 
 O déficit nominal, que corresponde à soma do déficit 
primário com os gastos com juros nominais (juros reais mais 
correção monetária) e com a amortização da dívida 
pública; 
 O déficit operacional, que corresponde à soma do déficit 
primário com o pagamento dos juros reais (taxa cobrada 
sobre um empréstimo ou financiamento sem considerar a 
correção monetária) e a amortização da dívida pública 
(apresenta-se com valor inferior ao nominal, pois dele já 
está excluída a parte correspondente à inflação). 
Déficit, Dívida e Resultado 
Primário 
Superávit: 
Arrecadação > Gastos Públicos 
 
Déficit: 
Arrecadação < Gastos Públicos 
 
O déficit público pode ser dividido em: 
 Déficit Nominal ou Total (NFSP não Financeiro) – Conceito 
Nominal 
 Déficit Primário ou Fiscal 
 Déficit Operacional (NFSP não Financeiro) – Conceito 
Operacional 
 
 
2) SISTEMA TRIBUTÁRIO E CARGA 
TRIBUTÁRIA NO BRASIL 
 
 O SISTEMA TRIBUTÁRIO ANTES DA CONSTITUIÇÃO DE 1988 
 
 O SISTEMA TRIBUTÁRIO DA CONSTITUIÇÃO DE 1988 
 
 
Reforma tributária década 
de 1960 
  Centralização tributária na União, 
refletindo a centralização política. 
  Racionalização do sistema, 
viabilizado pela centralização (redução 
do número de impostos, melhor 
definição das bases de incidência) 
  Substituição de impostos “em 
cascata” pelo ICM (estadual) e pelo IPI 
(federal) não cumulativos e com 
características de um IVA. 
 
O Sistema Tributário da Década 
de 1960 
 Impostos sobre comércio 
exterior: importação e exportação. 
 Impostos sobre patrimônio e 
renda: IR, IPTU, ITBI, ITR. 
 Impostos sobre produção e 
consumo: ICM, IPI, ISS. 
 Impostos únicos: IUCL, IUEE, 
IUM. 
 Partilha das receitas: FPM e 
FPE 
 
• ICM: alíquota uniforme para todos os estados, 
facilitando a desoneração das exportações e impedindo 
a guerra fiscal. 
 
• IPI: funcionava como um imposto especial 
(incidindo sobre alguns bens não essenciais) e com 
alíquotas seletivas.• FPM e FPE: 10% da arrecadação federal de IR e IPI 
 
A deterioração do sistema I 
 Ênfase no desenvolvimentismo 
levou à proliferação de incentivos 
fiscais. Ao mesmo tempo em que se 
davam incentivos no IPI, ampliava-se 
a sua base de incidência, para 
compensar as isenções. Resultado: 
fim da seletividade. 
 Governo federal dava isenções 
de ICMS, um imposto estadual, 
interferindo na política fiscal 
estadual. 
 
 Criação de poupança compulsória para 
financiar o desenvolvimento (PIS/PASEP) incidente 
sobre o faturamento das empresas: a volta da 
tributação em cascata. 
 
 Redução paulatina da participação dos estados 
e municípios na receita federal. 
 
O Sistema Tributário da 
Constituição de 1988 
 
  Fragilidade do governo central e 
grande descentralização de receitas, 
principalmente por ampliação das 
transferências: FPE e FPM passaram a 
consumir mais de 50% da arrecadação 
federal de IR e IPI. 
  ICM passou a ser ICMS: ampliação da 
base de cálculo com a inclusão das 
atividades antes tributadas por impostos 
únicos, maior autonomia dos estados na 
fixação de alíquotas, proibição à União 
para conceder incentivos. 
 
A Deterioração do Sistema 
  Governo Federal cria e aumenta 
contribuições: incidência em cascata, 
que reduzem a competitividade da 
economia, onerando as exportações, 
desestimulando o investimento e 
encarecendo o emprego formal (CPMF, 
CSLL, COFINS). 
  Estados passaram a usar sua 
autonomia na legislação do ICMS para 
atrair investimentos: guerra fiscal, 
oportunidades de sonegação, 
complexidade da legislação. 
 
A Disparada da Carga 
Tributária 
0,00 
5,00 
10,00 
15,00 
20,00 
25,00 
30,00 
35,00 
40,00 
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 
Carga tributária (% PIB) 
 Necessidade de ajuste fiscal para sair do 
quadro hiperinflacionário. 
 
 Esforço da União para recompor receita que 
foi descentralizada. 
 
 Redemocratização levou ao aumento da 
despesa, por pressão de diversos grupos sociais, 
o que exigiu aumento da receita para manter 
equilíbrio. 
 
A Reforma Tributária Necessária 
 Globalização e aumento da competição 
internacional exige que o sistema tributário do país 
tenha impostos não-cumulativos. 
 Desonerar investimentos e geração de emprego. 
 Não é possível reduzir, no curto-prazo, a carga 
tributária, dada a necessidade de conter o crescimento 
da dívida pública. 
 Não é possível Reduzir fortemente a carga 
tributária somente com a garantia de que as despesas 
serão reduzidas. 
 
• Conter a guerra fiscal predatória. 
 
• Simplificar a legislação (em especial, do 
ICMS). 
 
• Garantir receita suficiente para cada esfera de 
governo, o que nem sempre é compatível com a 
simplificação do sistema tributário (por 
exemplo: federalização do ICMS deixaria os 
estados sem sua principal fonte de receita) 
 
Dificuldades para Fazer a 
Reforma 
• Seguidos anos de estagnação do PIB e de 
crescimento da carga tributária fazem com que não se 
tenha espaço para acomodar perdas. Em um contexto 
de crescimento econômico é mais fácil fazer reforma. 
 
• Inconsistência temporal: embora uma reforma 
tributária bem feita aumente as perspectivas de 
crescimento, beneficiando toda a sociedade no longo 
prazo, há custos de curto prazo que nenhum setor quer 
pagar. 
 
Uma ampla reforma tem efeitos pouco conhecidos sobre a 
distribuição da renda: 
• Ricos x pobres: o novo sistema será mais progressivo? 
•Patrões x Empregados: quem arcará com o ônus final do novo 
sistema os empregadores (redução do lucro ou dos salários)? 
•Governo x Setor Privado: o governo não quer perder 
arrecadação e o setor privado quer menos impostos. 
•Estados x União x Municípios: quem perde e quem ganha 
receitas e flexibilidade para administrar a política tributária? 
 
Para tornar o sistema tributário adequado à 
sociedade, alguns conceitos devem ser 
considerados: 
o conceito da equidade; 
o conceito da progressividade; 
o conceito da neutralidade; 
 o conceito da simplicidade. 
 
 Pelo conceito da equidade, cada contribuinte deve 
contribuir com uma parcela “justa” para cobrir os custos 
do governo. 
 Para se atender à justiça, deve-se levar em consideração 
os princípios do benefício e da capacidade de 
pagamento. 
 Segundo o princípio do benefício, cada indivíduo deveria 
contribuir com uma quantia proporcional aos benefícios 
gerados pelo consumo do bem público. 
 Esse princípio é de difícil implementação porque os 
benefícios gerados não são mensuráveis. Apenas o 
processo político pode, de alguma forma, revelá-los. 
Equidade 
 Outra forma de se aferir o quanto cada indivíduo deve 
contribuir segue o princípio da capacidade de 
pagamento (ou capacidade contributiva). 
 
 Segundo esse princípio, o ônus tributário deve ser tal que 
garanta as equidades horizontal e vertical. 
Para que se respeite a 
eqüidade horizontal, os 
contribuintes com a mesma 
capacidade de pagamento 
devem pagar o mesmo nível de 
impostos. 
Equidade horizontal 
Para que se respeite a equidade vertical, 
as contribuições dos indivíduos devem ser 
diferenciadas segundo as suas respectivas 
capacidades de pagamento. 
Equidade Vertical 
 Um imposto pode ser progressivo ou regressivo. 
 Um imposto é progressivo quando a alíquota de 
tributação se eleva quando aumenta o nível de 
renda. 
 A idéia que justifica uma tributação progressiva é de 
que quem recebe mais renda deve pagar uma 
proporção maior de impostos relativamente às 
pessoas de baixa renda. 
 Um imposto progressivo pode ser utilizado para 
obtenção de maior equidade. 
Progressividade 
 O sistema tributário não deve provocar distorção 
na alocação de recursos. 
 Nesse sentido, o sistema tributário deve, em linhas 
gerais, visar a neutralidade. Um sistema tributário 
deve ser voltado, em geral, para a neutralidade. 
 Entretanto, em algumas circunstâncias, pode-se 
melhorar a alocação de recursos com a 
imposição de impostos seletivos. Nesses casos, 
uma tributação neutra apenas manteria 
distorções existentes. 
 Exemplos: tributação sobre bens de capital desestimula o 
investimento, tributação “em cascata” desestimula 
exportações. 
 
Neutralidade 
 
 
 
O conceito de simplicidade se relaciona com 
a facilidade da operacionalização da 
cobrança do tributo. 
Simplicidade 
Simplicidade 
 
 Para que haja simplicidade 
 o imposto deve ser de fácil entendimento para 
quem tiver de pagá-lo, não acarretando custos 
elevados para o contribuinte; 
 a cobrança, a arrecadação do imposto e o 
processo de fiscalização não devem representar 
custos administrativos elevados para o governo. 
Conflitos de Objetivos 
 Simplicidade x Neutralidade (Exemplos: imposto único, 
IRPJ) 
 Progressividade x Simplicidade (Exemplo: IR com 
muitas alíquotas e isenções) 
 Neutralidade x Equidade (Exemplo: tributação sobre 
consumo via IVA é neutra mas não equitativa). 
 
TEORIA DOS BENS SOCIAIS –
Análise parcial e geral 
 
 
Os bens sociais e as falhas 
de mercado 
 
 Importância dos bens sociais para o estudo da 
economia do setor público; 
 O sistema tradicional de economia de mercado 
mostra que sobre determinadas condições não seja 
atingida a máxima eficiência; 
 Problema de quando o consumo de um bem não 
pode ser limitado e sua oferta não é vinculada com a 
demanda efetiva; 
 O principioda exclusão é o principal mecanismo de 
mercado. 
 
Os bens sociais e as falhas 
de mercado 
 
 O uso eficiente dos recursos está atrelado que os 
preços se igualem aos custos marginais.... Isso acaba 
que provocando que alguns consumidores não 
revelem às suas preferências; 
 Não seria lucrativo para o mercado produzir os 
mesmos. 
 
TEORIA DE MUSGRAVE 
 
 Segundo Musgrave, o conceito de bem social é 
aquele cujo consumo é disponível a qualquer pessoa, 
ou seja, o consumo por um indivíduo não exclui nem 
reduz o consumo de outra pessoa na sociedade, com 
isso o consumo adicional de um bem, não implicaria 
acréscimo do custo. 
 Se o custo marginal é igual a zero, assim deveria ser o 
preço. Já os bens privados têm a característica de ser 
exclusivo, ou seja, o consumo de um bem é 
internalizado por quem paga para te-lo. 
TEORIA DE MUSGRAVE 
 
 Portanto, os bens sociais são não rivais e não 
exclusivos, enquanto os bens privados são exclusivos e 
rivais. 
 Nos bens sociais, cada indivíduo espera pagar um 
preço diferente para obter a mesma quantidade do 
bem e a soma dos preços unitários iguala-se ao custo 
marginal. 
 
TEORIA DE MUSGRAVE 
 
 O objetivos é encontrar o equilíbrio socialmente ótimo 
entre bens sociais e privados 
 
TEORIA DE LINDAHL 
 
 Lindahl dividiu os bens em dois tipos: 
 - O primeiro tem a característica de que o consumo 
por um indivíduo subtrai o total disponível para outras 
pessoas da sociedade. Dadas às condições de preço 
no mercado o indivíduo maximizaria sua utilidade de 
acordo com suas necessidades e suas 
disponibilidades de recursos. 
 - O segundo refere-se àqueles bens que têm a 
característica de que o consumo de uma pessoa não 
afetaria o total disponível para outro indivíduo. 
 Sem a curva de demanda,do mercado dos bens 
sociais, como seriam determinados o preço e a sua 
quantidade? 
 
TEORIA DE LINDAHL 
 
 Solução baseada na troca involuntária e nos 
princípios do beneficio da tributação, ou seja um 
indivíduo que espera obter um beneficio maior teria 
uma contribuição mais elevada de acordo com o 
custo da oferta. 
 
TEORIA DE SAMUELSON 
 
 Samuelson dividiu os bens como sendo “bens 
privados” e “bens coletivos”. 
 Bens privados são aqueles cujo consumo por um 
indivíduo reduz a sua disponibilidade para outros 
indivíduos. 
 Bens coletivos são aqueles cujo consumo por um 
indivíduo não afeta a sua disponibilidade para os 
outros indivíduos. O modelo de Samuelson procura 
determinar o nível ótimo de produção dos bens 
coletivos. 
 
TEORIA DE SAMUELSON 
 
 O modelo de Samuelson procura determinar o nível 
ótimo de produção dos bens coletivos. 
 
TEORIA DE TIEBOUT 
 
 Segundo Tiebout seria necessário um número 
razoavelmente grande de governos locais e se cada 
comunidade oferecesse diferente conjunto de bens 
públicos, então cada indivíduo poderia selecionar a 
localidade para fixar a residência que satisfizesse a 
sua escala de preferência. Assim, cada indivíduo 
revelaria simultaneamente sua preferência e seria 
conseguida a ótima alocação dos recursos no setor 
público. 
 
TEORIA DE TIEBOULT 
 
 Com isso, Tiebout tenta mostrar que a alocação ótima 
dos recursos por parte do governo teria maior chance 
de ser obtida quanto maior fosse à aproximação dos 
indivíduos com os executores da política 
governamental. Daí sua preferência pelos gastos em 
nível local que, segundo ele, refletem melhor as reais 
preferências dos indivíduos. 
 
TEORIA DE TIEBOULT 
 
 Tiebout tenta explicar as vantagens de seu modelo 
de dispêndios públicos em termos locais, cujos principais 
pontos são: 
 Possibilidade de migrações por parte dos indivíduos 
até que eles encontrem o governo local que ofereça 
os bens públicos que satisfaçam a seus padrões de 
preferências; 
 As diferenças entre os padrões de gastos e receitas 
seriam conhecidas pelos indivíduos; 
 Existe grande número de localidades nas quais os 
indivíduos podem escolher uma para morar; 
 
TEORIA DE TIEBOULT 
 
 Não haveria problemas sobre oportunidades de 
emprego, assumindo que não há problemas com a 
distribuição da renda; 
 Não haveria externalidades (quando uma pessoa age 
provocando efeitos a outras pessoas, sem o 
consentimento destas, podendo o efeito ser benéfico: 
externalidade positiva - ou prejudicial: externalidade 
negativa) entre as comunidades nos serviços públicos 
oferecidos; 
 O padrão e conjunto dos serviços a serem oferecidos 
pela comunidade seguiriam as preferências dos atuais 
residentes da comunidade, não havendo, em 
princípio, um tamanho ótimo para a comunidade. 
Este ótimo seria definido em relação ao número de 
residentes para os quais se procuraria oferecer os 
serviços públicos ao menor custo possível; 
TEORIA DE TIEBOULT 
 
 O último pressuposto é o de que as comunidades 
abaixo do tamanho ótimo procurarão atrair novos 
residentes para diminuir seus custos médios. Situação 
oposta aconteceria com aquelas comunidades 
acima do tamanho ótimo. Aquelas que conseguissem 
obter os seus níveis ótimos tentariam mantê-los. 
 
TEORIA DE TIEBOULT 
 
 Destacadas essas condições, observa-se que o 
movimento migratório é de crucial importância dentro 
do modelo Tiebout. Isto porque este movimento 
mostrará quanto o consumidor espera ou está 
disposto a pagar por um bem e atua como um 
mecanismo pelo qual o indivíduo revela sua demanda 
pelos bens públicos. 
 O autor acredita que este tipo de Governo é mais 
adequado, à satisfação das necessidades dos 
índividuos, levando a uma alocação ótima dos 
recursos. 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 -As teorias definem como públicos aqueles bens cujo 
consumo é feito no mesmo montante por todos os 
indivíduos. 
 -O consumo de uma pessoa não diminui as 
oportunidades de consumo de outro indivíduo. 
 -Essas teorias tentam mostrar os mecanismos pelos 
quais os consumidores revelariam suas preferências 
pelos bens públicos puros, tal que o governo 
adaptasse suas cestas de bens e serviços ao padrão 
de consumo dos indivíduos.

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