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ESTATUTO DA OAB COMENTADO Professora Ana Paula Correia de Souza DA ADVOCACIA: Art. 1º São atividades privativas de advocacia: I - a postulação a qualquer órgão do Poder Judiciário e aos juizados especiais; II - as atividades de consultoria, assessoria e direção jurídicas. §1º Não se inclui na atividade privativa de advocacia a impetração de habeas corpus em qualquer instância ou tribunal. ➔ EXCEÇÕES À CAPACIDADE POSTULATÓRIA: I – Impetração de “Habeas corpus; II - Juizados especiais cíveis até 20 salários mínimos (ADIN 1.127-8): Lei 9.099/95, art. 9.º Nas causas de valor até vinte salários mínimos, as partes comparecerão pessoalmente, podendo ser assistidas por advogado; nas de valor superior, a assistência é obrigatória. Obs.: Somente em primeira Instância. III - Juizados Especiais Federais Cíveis: Lei 10.259/01, art. 10. As partes poderão designar, por escrito, representantes para a causa, advogado ou não. Obs.: ADIn 3168: Nas causas de competência dos Juizados Especiais Cíveis da Justiça Federal, as partes poderão atuar sem a constituição de advogados. IV - Juizados Especiais Da Fazenda Pública (LEI 12.153/09). Obs.: A lei é omissa quanto à capacidade postulatória perante o JEFAZ. Só foi disciplinado quem poderia ser parte nas ações de competência do JEFAZ. Sendo assim, aplica-se, por analogia, o entendimento aplicado aos Juizados Especiais Federais Cíveis, quanto a não obrigatoriedade de advogado para o ajuizamento da ação nestes juizados. V – Postulação perante a Justiça do Trabalho (ADIN 1127): CLT, art. 791. Os empregados e os empregadores poderão reclamar pessoalmente perante a Justiça do Trabalho e acompanhar as suas reclamações até o final. Obs.: Súmula 425- JUS POSTULANDI NA JUSTIÇA DO TRABALHO. ALCANCE - O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se às Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, o mandado de segurança e os recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho. VI – Justiça de Paz (ADIN 1127): CF, art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os ESTATUTO DA OAB COMENTADO Professora Ana Paula Correia de Souza Estados criarão: (...) II - justiça de paz, remunerada, composta de cidadãos eleitos pelo voto direto, universal e secreto, com mandato de quatro anos e competência para, na forma da lei, celebrar casamentos, verificar, de ofício ou em face de impugnação apresentada, o processo de habilitação e exercer atribuições conciliatórias, sem caráter jurisdicional, além de outras previstas na legislação. VII - Postulação perante órgãos administrativos: Obs.: Súmula n° 343/STJ: É obrigatória a presença de advogado em todas as fases do processo administrativo disciplinar. Súmula vinculante n° 05: A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a constituição. a) Posicionamento majoritário: Súmula Vinculante 5 pela Suprema Corte, e entende que ela não trouxe delimitações, mas tornou sem efeito a Súmula 343 do Superior Tribunal de Justiça. b) Posicionamento minoritário: a Súmula Vinculante 5 não contraria a súmula 343 do STJ, mas a delimita, à medida que tira da administração pública o ônus de constituir defensor dativo ao agente público que por algum motivo não queira constituir advogado para sua defesa. VIII – Revisão Criminal: CPP, art. 623. A revisão poderá ser pedida pelo próprio réu ou por procurador legalmente habilitado ou, no caso de morte do réu, pelo cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. Obs.: "O Supremo Tribunal Federal, em diversas ocasiões, já proclamou que a Lei nº 8.906/94 não alterou o art. 623 do Código de Processo Penal, que permite que o próprio sentenciado requeira a revisão criminal." (Lex/JSTF 224/367, Rel. Min. ILMAR GALVÃO). RvC 5367 RJ. IX - Lei de Alimentos (Lei nº 5.478/68): Art. 2º. O credor, pessoalmente, ou por intermédio de advogado, dirigir-se-á ao juiz competente, qualificando-se, e exporá suas necessidades, provando, apenas o parentesco ou a obrigação de alimentar do devedor, indicando seu nome e sobrenome, residência ou local de trabalho, profissão e naturalidade, quanto ganha aproximadamente ou os recursos de que dispõe. §3º Se o credor comparecer pessoalmente e não indicar profissional que haja concordado em assisti-lo, o juiz designará desde logo quem o deva fazer. Obs.: Dispositivo de vigência discutível → Capacidade postulatória parcial. ESTATUTO DA OAB COMENTADO Professora Ana Paula Correia de Souza §2º Os atos e contratos constitutivos de pessoas jurídicas, sob pena de nulidade, só podem ser admitidos a registro, nos órgãos competentes, quando visados por advogados. ➔ EXCEÇÕES: Microempresas (ME) e empresas de pequeno porte (EPP). CUIDADO: Em regra, o ato constitutivo de uma EIRELI (empresa individual de responsabilidade limitada) deverá conter o visto de advogado, com a indicação do nome e número de inscrição na Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil. Fica dispensado o visto de advogado no ato constitutivo de EIRELI que, juntamente com este, apresentar declaração de enquadramento como microempresa (ME) ou empresa de pequeno porte (EPP). Regulamento Geral: Art. 2º O visto do advogado em atos constitutivos de pessoas jurídicas, indispensável ao registro e arquivamento nos órgãos competentes, deve resultar da efetiva constatação, pelo profissional que os examinar, de que os respectivos instrumentos preenchem a s exigências legais pertinentes. → §3º É vedada a divulgação de advocacia em conjunto com outra atividade. Art. 5º do Código de Ética: O exercício da advocacia é incompatível com qualquer procedimento de mercantilização. Lembrem-se que o advogado é indispensável à administração da justiça e que no seu ministério privado, o advogado presta serviço público e exerce função social, prevalecendo estas função em relação ao seu interesse particular. No processo judicial, o advogado contribui, na postulação de decisão favorável ao seu constituinte, ao convencimento do julgador, e seus atos constituem múnus público (art. 2º, §2º). * Múnus Público: Encargo decorrente de lei ou do Poder Público em benefício da coletividade ou da ordem social. A divulgação da advocacia deve se dar de forma isolada não podendo ocorrer em conjunto com outra atividade de qualquer natureza. O exercício profissional em conjunto com outra atividade também é vedado. A proibição tem efeito de não mercantilizar a advocacia, impedindo a captação de clientela e de causas. ➔ ADVOCACIA PÚBLICA (Art. 3º, §1º): ESTATUTO DA OAB COMENTADO Professora Ana Paula Correia de Souza Exercem atividade de advocacia os integrantes da: - Advocacia-Geral da União; - Procuradoria da Fazenda Nacional; - Defensoria Pública e; - Procuradorias e Consultorias Jurídicas dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e das respectivas entidades de administração indireta e fundacional. Art. 9º, parágrafo único do Reg. Geral.: os integrantes da advocacia pública são elegíveis e podem integrar qualquer órgão da OAB. Art. 10/Reg. Os integrantes da advocacia pública, no exercício de atividade privativa prevista no Art. 1º do Estatuto, sujeitam-se ao regime do Estatuto, deste Regulamento Geral e do Código de Ética e Disciplina, inclusive quanto às infrações e sanções disciplinares.Obs.: Os interessados em prestar concurso da DPU (Defensoria Pública da União) precisam estar inscritos na OAB, apesar de uma Deliberação do Conselho da DPU permitir que o defensor encerre sua inscrição após ser aprovado em concurso. A questão é polêmica na Defensoria Pública de São Paulo, onde partes dos integrantes da carreira são contrários a inscrição na Ordem. Atualmente os editais cobram a inscrição na OAB e também dois anos de atividade profissional. O assunto é alvo de discussão no STF (Supremo Tribunal Federal), instigada principalmente pela decisão tomada pelo Conselho da DPU de que os defensores públicos não precisam ter inscrição na OAB depois de aprovados no concurso público. A Adin 4.636, do Conselho Federal da OAB, aponta a inconstitucionalidade na Lei da Defensoria (Lei Complementar 132/2009) que não exige inscrição nos quadros da OAB, (Art. 4º, §6º A capacidade postulatória do Defensor Público decorre exclusivamente de sua nomeação e posse no cargo público). A ADIn foi proposta em 01/08/2011 e ainda aguarda julgamento da Liminar. ➔ ESTAGIÁRIOS (Art. 3º, §2º): O estagiário regularmente inscrito, pode praticar os atos previstos no art. 1º, na forma do regimento geral, em conjunto com advogado e sob responsabilidade deste . - Art. 29, §1º do Regulamento: O estagiário inscrito na OAB pode praticar isoladamente os seguintes atos, sob a responsabilidade do advogado: I – retirar e devolver autos em cartório, assinando a respectiva carga; II – obter junto aos escrivães e chefes de secretarias certidões de peças ou autos de processos em ESTATUTO DA OAB COMENTADO Professora Ana Paula Correia de Souza curso ou findos; III – assinar petições de juntada de documentos a processos judiciais ou administrativos. Parágrafo único: Para o exercício de ATOS EXTRAJUDICIAIS, o estagiário pode comparecer isoladamente, quando receber autorização ou substabelecimento do advogado. - Art. 9º, §1º/Est.: O estágio profissional de advocacia, com duração de dois anos, realizado nos últimos anos do curso jurídico, pode ser mantido pelas respectivas instituições de ensino superior pelos Conselhos da OAB, ou por setores, órgãos jurídicos e escritórios de advocacia credenciados pela OAB, sendo obrigatório o estudo deste Estatuto e do Código de Ética e Disciplina. Obs.: prazo de validade da carteira de identidade do estagiário não pode ultrapassar três anos, nem ser prorrogado (art. 35/Reg.). - Art. 9º, §3º/Est.: O aluno de curso jurídico que exerça atividade incompatível com a advocacia pode frequentar o estágio ministrado pela respectiva instituição de ensino superior, para fins de aprendizagem, vedada a inscrição na OAB. - Art. 9º, §4º O estágio profissional poderá ser cumprido por bacharel em Direito que queira se inscrever na Ordem. → VALIDADE DOS ATOS PRIVATIVOS DA ADVOCACIA PRATICADOS POR PESSOA NÃO INSCRITA NA OAB: São NULOS, sem prejuízo das sanções civis, penais e administrativas (art. 4º/Est.) Também serão NULOS os atos praticados por advogado impedido - no âmbito do impedimento - suspenso, licenciado ou que passar a exercer atividade incompatível com a advocacia. Art. 4º do Reg.: A prática de atos privativos de advocacia, por profissionais e sociedades não inscritos na OAB, constitui EXERCÍCIO ILEGAL DA PROFISSÃO. ➔ PROCURAÇÃO: Art. 5º/Est.: O advogado postula, em juízo ou fora dele, fazendo prova do mandato. O mandato é sempre escrito; Deve ser juntado ao processo para que o advogado possa representar a parte; O mandato presume a existência de uma relação de prestação de serviços advocatícios entre o outorgante e o outorgado e, ainda, de uma fixação de honorários advocatícios. Validade: O mandato judicial ou extrajudicial não se extingue pelo decurso de tempo, salvo se o contrário for consignado no respectivo instrumento (Art. 18 do CED). ESTATUTO DA OAB COMENTADO Professora Ana Paula Correia de Souza Art. 13 do CED. Concluída a causa ou arquivado o processo, presume-se cumprido e extinto o mandato. Art. 5º, §1º/Est.: O advogado, afirmando URGÊNCIA, pode atuar sem procuração, obrigando-se a apresentá-la NO PRAZO DE QUINZE DIAS, PRORROGÁVEL POR IGUAL PERÍODO. Art. 104/CPC. O advogado não será admitido a postular em juízo sem procuração, salvo para evitar preclusão, decadência ou prescrição, ou para praticar ato considerado urgente. §1º Nas hipóteses previstas no caput, o advogado deverá, independentemente de caução, exibir a procuração no prazo de 15 (quinze) dias, prorrogável por igual período por despacho do juiz. §2º O ato não ratificado será considerado ineficaz relativamente àquele em cujo nome foi praticado, respondendo o advogado pelas despesas e por perdas e danos. RENÚNCIA DO MANDATO: Art. 5º, §3º/Est.: O advogado que renunciar ao mandato continuará, durante os DEZ DIAS seguintes à notificação da renúncia, a representar o mandante, SALVO SE FOR SUBSTITUÍDO ANTES DO TÉRMINO DESSE PRAZO. Art. 6º do Regulamento: A notificação da renúncia será feita PREFERENCIALMENTE MEDIANTE CARTA COM AVISO DE RECEPÇÃO, comunicando, após, o Juízo. Art. 16, §1º/ CED: A renúncia NÃO exclui a responsabilidade pelos danos causados DOLOSA OU CULPOSAMENTE aos clientes ou a terceiros. Obs.: O advogado não será responsabilizado por omissão do cliente quanto a documento ou informação que lhe devesse fornecer para a prática oportuna de ato processual do seu interesse (Art. 16, §2º, do CED). (Novo CED) Renúncia como dever do advogado: - Omissão pelo cliente de outro advogado constituído (Art. 14 do CED); - Dificuldades insuperáveis ou inércia do cliente quanto à providências que lhe tenham sido solicitadas (Art. 15 do CED); - Conflito de interesses entre seus constituintes (Art. 19 e 20 do CED); - Causa contrária à validade ou legitimidade de ato jurídico em que tenha colaborado ou intervindo de qualquer maneira (Art. 22 do CED); - Imposição do cliente quanto a atuação com outro advogado (Art. 24 do CED); REVOGAÇÃO DO MANDATO: Art. 17 do CED: A revogação do mandato judicial por vontade do cliente não o desobriga do pagamento das verbas honorárias contratadas, assim como não retira o ESTATUTO DA OAB COMENTADO Professora Ana Paula Correia de Souza direito do advogado de receber o quanto lhe seja devido em eventual verba honorária de sucumbência, calculada proporcionalmente em face do serviço efetivamente prestado. RENÚNCIA DA PROCURAÇÃO REVOGAÇÃO DA PROCURAÇÃO Ato de vontade ou dever do advogado Ato de vontade do cliente Permanece, por dez dias seguintes à notificação da renúncia, representando o mandante, salvo se for substituído antes do término desse prazo. Retira do advogado a responsabilidade quanto a sua representação. Porém o advogado permanece responsável pelos atos praticados anteriormente. SUBSTABELECIMENTO Transfere todos os poderes que lhes forem concedidos a outro advogado. Poderá ser: - COM RESERVA DE PODERES: é ato pessoal do advogado da causa (Art. 26 do CED). O substabelecente representará o cliente juntamente com o substabelecido, devendo este ajustar seus honorários com aquele antecipadamente (Art. 26, §2º, do CED). O advogado substabelecido, com reserva de poderes, não pode cobrar honorários sem a intervenção daquele que lhe conferiu o substabelecimento (Art. 26 do Estatuto). - SEM RESERVA DE PODERES: somente o substabelecido irá representar o cliente. O substabelecimento do mandato sem reservas de poderes exige o prévio e inequívoco conhecimentodo cliente (Art. 26, §1º, do CED). DOS DIREITOS DO ADVOGADO • NÃO HÁ HIERARQUIA NEM SUBORDINAÇÃO entre advogados (postulante), magistrados (julgador) e membros do Ministério Público (fiscal da lei). • SÃO DIREITOS DO ADVOGADO: I - exercer, com liberdade, a profissão em todo o território nacional; - A INSCRIÇÃO PRINCIPAL do advogado deve ser feita no CONSELHO SECCIONAL EM CUJO TERRITÓRIO PRETENDE ESTABELECER O SEU DOMICÍLIO PROFISSIONAL, na forma do regulamento geral (Art. 10 do Estatuto). - INSCRIÇÃO SUPLEMENTAR: passar a exercer HABITUALMENTE ESTATUTO DA OAB COMENTADO Professora Ana Paula Correia de Souza a profissão considerando-se habitualidade a intervenção judicial que exceder de CINCO CAUSAS POR ANO (Art. 10, §2º do Estatuto da OAB). Obs.1: Causa é a lide posta em juízo. Intervenção judicial, para os efeitos do art. 10, do Estatuto, é sempre a primeira, sendo irrelevante o acompanhamento nos anos subsequentes. O recebimento de substabelecimento sem reservas, com assunção do patrocínio da causa, importa em intervenção judicial. Em casos de procuração conjunta, só é caracterizada a intervenção do advogado que, efetivamente, praticar atos judiciais. Obs.2: A defesa em processos administrativos, em inquéritos policiais, o "visto" em contratos constitutivos de pessoas jurídicas, (atos extrajudiciais) não constituem intervenção judicial para os efeitos do art. 10, parágrafo 1º. Obs.3: A ausência da inscrição suplementar junto à OAB não afeta a capacidade postulatória do advogado nem enseja a nulidade do processo, já que se trata de exigência meramente administrativa. Tratando-se de questão meramente administrativa, o cliente não pode ser prejudicado pela infração do advogado ao Estatuto de sua classe. Obs.4: Os processos recebidos por meio de substabelecimento SEM reserva de poderes conta para fins de suplementar, tendo em vista que o advogado passa a ser integralmente responsável pelo processo substabelecido. Obs.5: O processo recebido por meio de substabelecimentos COM reserva de poderes somente contará para fins de suplementar quando o advogado efetivamente praticar atos judiciais. Obs.6: Os processos que tramitam nos Tribunais Superiores ou nos Tribunais Interestaduais não contam para fins de inscrição suplementar. II – a inviolabilidade de seu escritório ou local de trabalho, bem como de seus instrumentos de trabalho, de sua correspondência ESCRITA, ELETRÔNICA, TELEFÔNICA E TELEMÁTICA, desde que relativas ao exercício da advocacia; §6º Presentes indícios de autoria e materialidade da prática de crime por parte de advogado, a autoridade judiciária competente poderá decretar a quebra da inviolabilidade de que trata o inciso II do caput deste artigo, em DECISÃO MOTIVADA, expedindo mandado de busca e apreensão, ESPECÍICO E PORMENORIZADO, a ser cumprido na PRESENÇA DE UM REPRESENTANTE DA OAB, sendo, em qualquer hipótese, vedada a utilização dos documentos, das mídias e dos objetos pertencentes a clientes do advogado averiguado, bem como dos demais instrumentos de trabalho que contenham informações sobre clientes. - Havendo a comunicação do cumprimento do mandado de busca e apreensão a OAB e esta não enviar seu representante, as provas adquiridas não serão nulas. §7º A ressalva constante do §6º deste artigo NÃO se estende a clientes do advogado averiguado que estejam sendo formalmente investigados como seus partícipes ou coautores pela prática do MESMO CRIME que deu causa à quebra da inviolabilidade. ESTATUTO DA OAB COMENTADO Professora Ana Paula Correia de Souza III - comunicar-se com seus clientes, pessoal e reservadamente, MESMO SEM PROCURAÇÃO, quando estes se acharem presos, detidos ou recolhidos em estabelecimentos civis ou militares, ainda que considerados incomunicáveis; IV - ter a PRESENÇA DE REPRESENTANTE da OAB, quando PRESO EM FLAGRANTE, por motivo ligado ao EXERCÍCIO DA ADVOCACIA, para lavratura do auto respectivo, sob pena de NULIDADE e, nos demais casos, a COMUNICAÇÃO EXPRESSA à seccional da OAB; §3º O advogado somente poderá ser preso em flagrante, por motivo de exercício da profissão, em caso de crime inafiançável, observado o disposto no inciso IV deste artigo. - Havendo a comunicação da prisão do advogado e a OAB não enviar seu representante, o auto de prisão em flagrante não será nulo. V - não ser recolhido preso, antes de sentença transitada em julgado, senão em SALA DE ESTADO MAIOR, com instalações e comodidades condignas, e, na sua falta, em PRISÃO DOMICILIAR; - ADIn 1.127-8: Inconstitucional “assim reconhecida pela OAB”. - A doutrina entende Sala de Estado Maior entende que dever ser uma prisão especial, ou toda sala utilizada para ocupação ou detenção eventual dos oficiais integrantes do quartel militar respectivo. VI - ingressar livremente: a) nas salas de sessões dos tribunais, mesmo além dos cancelos que separam a parte reservada aos magistrados; b) nas salas e dependências de audiências, secretarias, cartórios, ofícios de justiça, serviços notariais e de registro, e, NO CASO DE DELEGACIAS E PRISÕES, MESMO FORA DA HORA DE EXPEDIENTE E INDEPENDENTEMENTE DA PRESENÇA DE SEUS TITULARES; c) em qualquer edifício ou recinto em que funcione repartição judicial ou outro serviço público onde o advogado deva praticar ato ou colher prova ou informação útil ao exercício da atividade profissional, dentro do expediente ou fora dele, e ser atendido, desde que se ache presente qualquer servidor ou empregado; d) em qualquer assembleia ou reunião de que participe ou possa participar o seu cliente, ou perante a qual este deva comparecer, DESDE QUE MUNIDO DE PODERES ESPECIAIS; VII - permanecer sentado ou em pé e retirar-se de quaisquer locais indicados no inciso anterior, independentemente de licença; VIII - dirigir-se diretamente aos magistrados nas salas e gabinetes de trabalho, INDEPENDENTEMENTE de horário previamente marcado ou outra condição, OBSERVANDO-SE A ORDEM DE CHEGADA; ESTATUTO DA OAB COMENTADO Professora Ana Paula Correia de Souza IX – Declarado inconstitucional pela ADIN 1.127-8; - Sustentação oral nos Tribunais: cada Tribunal irá deliberar através de seu Regimento como serão as sustentações orais durante suas sessões de julgamento. - Não confundir com o direito de sustentação oral no processo disciplinar, uma vez que o art. 53, §3º/ Estatuto continua em vigor. X - usar da palavra, PELA ORDEM, em qualquer juízo ou tribunal, mediante intervenção sumária, para esclarecer equívoco ou dúvida surgida em relação a fatos, documentos ou afirmações que influam no julgamento, bem como para replicar acusação ou censura que lhe forem feitas; XI - reclamar, verbalmente ou por escrito, perante qualquer juízo, tribunal ou autoridade, contra a inobservância de preceito de lei, regulamento ou regimento; XII - falar, sentado ou em pé, em juízo, tribunal ou órgão de deliberação coletiva da Administração Pública ou do Poder Legislativo; XIII - examinar, em qualquer órgão dos Poderes Judiciário e Legislativo, ou da Administração Pública em geral, AUTOS DE PROCESSOS FINDOS OU EM ANDAMENTO, MESMO SEM PROCURAÇÃO, QUANDO NÃO ESTEJAM SUJEITOS A SIGILO, assegurada a obtenção de cópias, podendo tomar apontamentos; XIV - examinar, em qualquer instituição responsável por conduzir investigação, MESMO SEM PROCURAÇÃO, autos de flagrante e de investigações de qualquer natureza, findos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos, em meio físico ou digital; (Redaçãodada pela Lei nº 13.245, de 2016); §10. Nos autos sujeitos a sigilo, deve o advogado apresentar procuração para o exercício dos direitos de que trata o inciso XIV. (Incluído pela Lei nº 13.245, de 2016) §11. No caso previsto no inciso XIV, a autoridade competente poderá delimitar o acesso do advogado aos elementos de prova relacionados a diligências em andamento e ainda não documentados nos autos, quando houver risco de comprometimento da eficiência, da eficácia ou da finalidade das diligências. (Incluído pela Lei nº 13.245, de 2016) §12. A inobservância aos direitos estabelecidos no inciso XIV, o fornecimento incompleto de autos ou o fornecimento de autos em que houve a retirada de peças já incluídas no caderno investigativo implicará responsabilização criminal e funcional por abuso de autoridade do responsável que impedir o acesso do advogado com o intuito de prejudicar o exercício da defesa, sem prejuízo do direito subjetivo do advogado de requerer acesso aos autos ao juiz competente. (Incluído pela Lei nº 13.245, de 2016) XV - ter vista dos processos judiciais ou administrativos de qualquer natureza, em cartório ou na repartição competente, ou retirá-los pelos prazos legais; ESTATUTO DA OAB COMENTADO Professora Ana Paula Correia de Souza XVI - retirar autos de PROCESSOS FINDOS, MESMO SEM PROCURAÇÃO, pelo prazo de DEZ DIAS; - §1º: Não se aplica o disposto nos incisos XV e XVI: 1) aos processos sob regime de segredo de justiça; 2) quando existirem nos autos documentos originais de difícil restauração ou ocorrer circunstância relevante que justifique a permanência dos autos no cartório, secretaria ou repartição, reconhecida pela autoridade em despacho motivado, proferido de ofício, mediante representação ou a requerimento da parte interessada; 3) até o encerramento do processo, ao advogado que houver deixado de devolver os respectivos autos no prazo legal, e só o fizer depois de intimado. XVII - ser publicamente DESAGRAVADO, quando ofendido NO EXERCÍCIO DA PROFISSÃO OU EM RAZÃO DELA; - Art. 18 do Regulamento: O inscrito na OAB, quando ofendido comprovadamente em razão do exercício profissional ou de cargo ou função da OAB, tem direito ao desagravo público PROMOVIDO PELO CONSELHO COMPETENTE, DE OFÍCIO, a SEU PEDIDO ou de QUALQUER pessoa. §1º Compete ao relator, convencendo-se da existência de prova ou indício de ofensa relacionada ao exercício da profissão ou de cargo da OAB, propor ao Presidente que solicite informações da pessoa ou autoridade ofensora, no prazo de QUINZE DIAS, salvo em caso de urgência e notoriedade do fato. §2º O relator pode propor o ARQUIVAMENTO do pedido se a OFENSA FOR PESSOAL, se NÃO ESTIVER RELACIONADA COM O EXERCÍCIO PROFISSIONAL ou com as prerrogativas gerais do advogado ou se configurar CRÍTICA DE CARÁTER DOUTRINÁRIO, POLÍTICO OU RELIGIOSO. §3º Recebidas ou não as informações e convencendo-se da procedência da ofensa, o relator emite parecer que é submetido ao Conselho. §4º Em caso de acolhimento do parecer, é designada a sessão de desagravo, amplamente divulgada. §5º Na sessão de desagravo o Presidente lê a nota a ser publicada na imprensa, encaminhada ao ofensor e às autoridades e registrada nos assentamentos do inscrito. §6º Ocorrendo a ofensa no território da Subseção a que se vincule o inscrito, a sessão de desagravo pode ser promovida pela diretoria ou conselho da Subseção, com representação do Conselho Seccional. §7º O desagravo público, como instrumento de defesa dos direitos e prerrogativas da advocacia, NÃO DEPENDE DE CONCORDÂNCIA DO OFENDIDO, que não pode dispensá-lo, devendo ser promovido a critério do Conselho. XVIII - usar os símbolos privativos da profissão de advogado; ESTATUTO DA OAB COMENTADO Professora Ana Paula Correia de Souza XIX - recusar-se a depor como testemunha em processo no qual funcionou ou deva funcionar, ou sobre fato relacionado com pessoa de quem seja ou foi advogado, MESMO QUANDO AUTORIZADO OU SOLICITADO PELO CONSTITUINTE, bem como sobre fato que constitua sigilo profissional; - Art. 36 do CED: O sigilo profissional é de ordem pública, independendo de solicitação de reserva que lhe seja feita pelo cliente. §1º Presumem-se confidenciais as comunicações de qualquer natureza entre advogado e cliente. §2º O advogado, quando no exercício das funções de mediador, conciliador e árbitro, se submete às regras de sigilo profissional. - Hipóteses que justificam a violação do sigilo profissional - art. 37 do CED: O sigilo profissional cederá em face de circunstâncias excepcionais que configurem justa causa, como nos casos de GRAVE AMEAÇA AO DIREITO À VIDA E À HONRA OU QUE ENVOLVAM DEFESA PRÓPRIA. XX - retirar-se do recinto onde se encontre aguardando pregão para ato judicial, APÓS TRINTA MINUTOS do horário designado e ao qual ainda NÃO TENHA COMPARECIDO A AUTORIDADE que deva presidir a ele, MEDIANTE COMUNICAÇÃO PROTOCOLIZADA EM JUÍZO. XXI - assistir a seus clientes investigados durante a apuração de infrações, sob pena de NULIDADE ABSOLUTA DO RESPECTIVO INTERROGATÓRIO OU DEPOIMENTO e, subsequentemente, de TODOS OS ELEMENTOS INVESTIGATÓRIOS E PROBATÓRIOS DELE DECORRENTES OU DERIVADOS, direta ou indiretamente, podendo, inclusive, no curso da respectiva apuração: a) apresentar razões e quesitos. (Incluído pela Lei nº 13.245, de 2016). • IMUNIDADE: O advogado tem imunidade profissional, não constituindo INJÚRIA, DIFAMAÇÃO, ou desacato puníveis qualquer manifestação de sua parte, NO EXERCÍCIO DE SUA ATIVIDADE, em JUÍZO OU FORA DELE, sem prejuízo das sanções disciplinares perante a OAB, pelos excessos que cometer (§2º). - ADIN 1.127-8: Inconstitucional o desacato (art. 331/CP). Obs.: A imunidade alcança também o delito civil, não podendo o advogado ser imputável por responsabilidade civil, inclusive, por danos morais, inclusive por ofensas proferidas no exercício da profissão. • DOS DIREITOS DAS ADVOGADAS GRÁVIDAS: Art. 7ºA. São direitos da advogada: I - gestante: a) entrada em tribunais sem ser submetida a detectores de metais e aparelhos de raios X; ESTATUTO DA OAB COMENTADO Professora Ana Paula Correia de Souza b) reserva de vaga em garagens dos fóruns dos tribunais; II - lactante, adotante ou que der à luz, acesso a creche, onde houver, ou a local adequado ao atendimento das necessidades do bebê; III - gestante, lactante, adotante ou que der à luz, preferência na ordem das sustentações orais e das audiências a serem realizadas a cada dia, mediante comprovação de sua condição; IV - adotante ou que der à luz, suspensão de prazos processuais quando for a única patrona da causa, desde que haja notificação por escrito ao cliente. §1º Os direitos previstos à advogada gestante ou lactante aplicam-se enquanto perdurar, respectivamente, o estado gravídico ou o período de amamentação. §2º Os direitos assegurados nos incisos II e III deste artigo à advogada adotante ou que der à luz serão concedidos pelo prazo previsto no art. 392 do Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943 (Consolidação das Leis do Trabalho). §3º O direito assegurado no inciso IV deste artigo à advogada adotante ou que der à luz será concedido pelo prazo previsto no § 6o do art. 313 da Lei no 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil). DA INSCRIÇÃO Art. 8º Para inscrição como advogado é necessário: I - capacidade civil; II - diploma ou certidão de graduação em direito, obtido em instituiçãode ensino oficialmente autorizada e credenciada; - Na falta de diploma regularmente registrado, apresenta certidão de graduação em direito, acompanhada de cópia autenticada do respectivo histórico escolar (art. 23 do regulamento). III - título de eleitor e quitação do serviço militar, se brasileiro; IV - aprovação em Exame de Ordem; - REALIZADO pelo Conselho Seccional (art. 58, VI, do Est.); - DISCIPLINADO em provimento pelo Conselho Federal (Art. 8º, §1º do Est.). Exceção 1: Ficam dispensados do Exame de Ordem os postulantes oriundos da Magistratura e do Ministério Público. (Provimento nº 167/2015 que alterou art. 6º do Provimento n. 144/2011). Obs.: O juiz classista não satisfaz os critérios exigidos, uma vez que a função era exercida por leigos, em conjunto com magistrado de carreira e não era exigida graduação em Direito ou mesmo conhecimento jurídico, conforme o artigo 660 e seguintes da CLT. ESTATUTO DA OAB COMENTADO Professora Ana Paula Correia de Souza Exceção 2: Ficam dispensados do Exame de Ordem, igualmente, os advogados públicos aprovados em concurso público de provas e títulos realizado com a efetiva participação da OAB, e que estejam há mais de 05 (cinco) anos no exercício da profissão. (Provimento nº 167/2015 que alterou art. 6º do Provimento n. 144/2011). Os advogados enquadrados no §2º do presente artigo terão o prazo de 06 (seis) meses, contados a partir da data da publicação do Provimento n. 167/2015-CFOAB, para regularização de suas inscrições perante a Ordem dos Advogados do Brasil, sob pena de decadência do direito. Exceção 3: Portugueses - Tratado de reciprocidade entre OAB (regulado pelo Provimento 129/2008 do Conselho Federal da OAB) e Ordem Portuguesa, (artigo 194 do Estatuto luso). V - não exercer atividade incompatível com a advocacia; VI - idoneidade moral; - Art. 8º, §3º: A inidoneidade moral, suscitada por qualquer pessoa, deve ser declarada mediante decisão que obtenha no mínimo DOIS TERÇOS DOS VOTOS DE TODOS OS MEMBROS DO CONSELHO COMPETENTE, em procedimento que observe os termos do processo disciplinar. - Não atende ao requisito de idoneidade moral aquele que tiver sido condenado por crime infamante, salvo reabilitação judicial (art. 8º, §4º). Obs.: Crime infamante: “denominação dada ao crime que, devido aos meios empregados e às circunstâncias em que se realizou, ocasiona no meio social uma reprovabilidade maior manifestada sobre o autor do crime e que o desonra, rebaixa e avilta, principalmente levando-se em conta os motivos que levaram o agente a delinquir e que causam repulsa." (Enciclopédia Saraiva do Direito , v. 21, p. 398). VII - prestar compromisso perante o conselho. - É indelegável, por sua natureza solene e personalíssima (Art. 20, §1º, do Regulamento). O estrangeiro ou brasileiro, quando NÃO GRADUADO EM DIREITO NO BRASIL, deve fazer PROVA DO TÍTULO DE GRADUAÇÃO, obtido em instituição estrangeira, devidamente REVALIDADO, além de atender aos demais requisitos previstos neste artigo. (Art. 8º, §2º). ESTATUTO DA OAB COMENTADO Professora Ana Paula Correia de Souza A inscrição principal do advogado deve ser feita no Conselho Seccional em cujo território pretende estabelecer o seu domicílio profissional, na forma do regulamento geral. (Art. 10/Est.) § 1º Considera-se domicílio profissional a sede principal da atividade de advocacia, prevalecendo, na dúvida, o domicílio da pessoa física do advogado. (Art. 10, §1º/Est) O Conselho Seccional deve suspender o pedido de transferência ou de inscrição suplementar, ao verificar a existência de vício ou ilegalidade na inscrição principal, contra ela representando ao Conselho Federal. - Da inscrição como estagiário: - Requisitos: Art. 9º, caput: a) Incisos I (capacidade civil), III (título de eleito e quitação de serviço militar), V (não exercer atividade incompatível), VI (idoneidade moral) e VII (prestar compromisso) do art. 8º; b) ter sido admitido em estágio profissional de advocacia. - Local de inscrição: A inscrição do estagiário é feita no Conselho Seccional em cujo território se localize seu curso jurídico. (Art. 9º, §2º) DA INCOMPATIBILIDADE E DO IMPEDIMENTO: - A INCOMPATIBILIDADE determina a PROIBIÇÃO TOTAL, e o IMPEDIMENTO, a PROIBIÇÃO PARCIAL do exercício da advocacia (art. 27/Est.). → Art. 28. A advocacia é incompatível, MESMO EM CAUSA PRÓPRIA, com as seguintes atividades: I - chefe do Poder Executivo e membros da Mesa do Poder Legislativo e seus substitutos legais; II - membros de órgãos do Poder Judiciário, do Ministério Público, dos tribunais e conselhos de contas, dos juizados especiais, da justiça de paz, juízes classistas, bem como de todos os que exerçam função de julgamento em órgãos de deliberação coletiva da administração pública direta e indireta; Obs.: ADIn 1.127-8: Juízes eleitorais e seus suplentes, com assento na vaga do quinto constitucional, podem advogar. Contudo, estarão impedidos de atuação advocatícia eleitoral, judicial ou extrajudicial. EMENTA – CONSULTA FORMULADA SOBRE OS LIMITES E RESTRIÇÕES IMPOSTOS AOS ADVOGADOS MEMBROS-JURISTAS DE TRIBUNAIS ELEITORAIS E JUÍZES SUPLENTES NÃO REMUNERADOS. DECISÃO DO STF DETERMINANDO A COMPATIBILIDADE ESTATUTO DA OAB COMENTADO Professora Ana Paula Correia de Souza DESSAS FUNÇÕES COM O AMPLO EXERCÍCIO DO MUNUS PRIVADO DA ADVOCACIA. LIMITES QUE SÓ PODEM SER IMPOSTOS DECORRENTES DE QUESTÕES PROCESSUAIS E ÉTICAS. IMPOSSIBILIDADE DE OS REFERIDOS MAGISTRADOS ADVOGAREM PERANTE O PRÓPRIO TRIBUNAL ELEITORAL EM QUE ATUAM E OUTROS JUÍZOS OU TRIBUNAIS ELEITORAIS, CONCLUSÃO QUE NÃO SE APLICA AOS DEMAIS TRIBUNAIS, INCLUSIVE DA UNIÃO. NÃO HÁ RESTRIÇÕES PARA ATUAR COMO ADVOGADOS EM FEITOS CRIMINAIS. HÁ IMPEDIMENTO PARA ATUAR CONTRA A FAZENDA PÚBLICA DA UNIÃO QUE OS REMUNERA. POSSIBILIDADE DE EXERCER A ADVOCACIA PÚBLICA E IMPOSSIBILIDADE DE EXERCER ATIVIDADES POLÍTICO-PARTIDÁRIAS. APLICÁVEL A QUARENTENA PREVISTA NA CONSTITUIÇÃO UNICAMENTE NAS HIPÓTESES EM QUE A ADVOCACIA É EXERCIDA NO PRÓPRIO TRIBUNAL ELEITORAL DO QUAL SE AFASTOU. APLICÁVEL AS RESTRIÇÕES DO ART. 95, PARÁGRAFO ÚNICO, INCISO IV, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. EVENTUAL RESTRIÇÃO SOBRE O RECEBIMENTO, A QUALQUER TÍTULO OU PRETEXTO, AUXÍLIOS OU CONTRIBUIÇÕES DE PESSOAS FÍSICAS, ENTIDADES PÚBLICAS OU PRIVADAS, RESSALVADAS AS EXCEÇÕES PREVISTAS EM LEI, DEVEM SER ANALISADAS À LUZ DO CASO CONCRETO. IMCOMPETÊNCIA DO CNJ PARA PRONUNCIAR SOBRE CONSULTA EM QUE SE INDAGA SOBRE A POSSIBILIDADE DE AS SOCIEDADES INTEGRADAS POR MEMBROS DE TRIBUNAIS SUPERIORES ATUAREM EM FEITOS QUE SE SUBSUMAM ÀS HIPÓTESES ANTERIORES. QUESTIONAMENTOS RESPONDIDOS, OS QUAIS SE APLICAM IN TOTUM AOS JUÍZES SUPLENTES NÃO REMUNERADOS. (CNJ - PEDIDO DE PROVIDÊNCIAS N. 200710000014851) III - ocupantes de CARGOS OU FUNÇÕES DE DIREÇÃO em Órgãos da Administração Pública direta ou indireta, em suas fundações e em suas empresas controladas ou concessionárias de serviço público; §2º Não se incluem nas hipóteses do inciso III os que não detenham poder de decisão relevante sobre interesses de terceiro, a juízo do conselho competente da OAB, bem como a administração acadêmica diretamente relacionada ao magistério jurídico. ESTATUTO DA OAB COMENTADO Professora Ana Paula Correia de Souza IV - ocupantes de cargos ou funções vinculados DIRETA OU INDIRETAMENTE a qualquer órgão do Poder Judiciário e os que exercem SERVIÇOSNOTARIAIS E DE REGISTRO; V - ocupantes de cargos ou funções vinculados direta ou indiretamente a atividade policial de qualquer natureza; VI - militares de qualquer natureza, NA ATIVA; VII - ocupantes de cargos ou funções que tenham competência de lançamento, arrecadação ou fiscalização de tributos e contribuições parafiscais; VIII - ocupantes de funções de direção e gerência em instituições financeiras, INCLUSIVE PRIVADAS. §1º A incompatibilidade permanece mesmo que o ocupante do cargo ou função deixe de exercê-lo TEMPORARIAMENTE. → Art. 29. Os Procuradores Gerais, Advogados Gerais, Defensores Gerais e dirigentes de órgãos jurídicos da Administração Pública direta, indireta e fundacional são exclusivamente legitimados para o exercício da advocacia vinculada à função que exerçam, durante o período da investidura. → Causa de IMPEDIMENTO ESPECIAL. → Art. 30. São IMPEDIDOS de exercer a advocacia: I - os servidores da administração direta, indireta e fundacional, CONTRA a Fazenda Pública que os remunere ou à qual seja vinculada a entidade empregadora; Exceção: Docentes de cursos jurídicos (parágrafo único). II - os membros do Poder Legislativo, em seus DIFERENTES NÍVEIS, CONTRA OU A FAVOR das pessoas jurídicas de direito público, empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações públicas, entidades paraestatais ou empresas concessionárias ou permissionárias de serviço público. Obs.: Estão impedidos de concederem o visto em atos constitutivos de pessoas jurídicas, indispensável ao registro e arquivamento nos órgãos competentes, os advogados que prestem serviços a órgãos ou entidades da Administração Pública direta ou indireta, da unidade federativa a que se vincule a Junta Comercial, ou a quaisquer repartições administrativas competentes para o mencionado registro (artigo 2º, parágrafo único, do Regulamento Geral). DO CANCELAMENTO E DO LICENCIAMENTO: • CANCELAMENTO: Art. 11 ESTATUTO DA OAB COMENTADO Professora Ana Paula Correia de Souza I - assim o requerer; II - sofrer penalidade de EXCLUSÃO; - Novo pedido de inscrição dependerá de provas de reabilitação. Art. 41. É permitido ao que tenha sofrido QUALQUER sanção disciplinar requerer, UM ANO APÓS SEU CUMPRIMENTO, a reabilitação, em face de PROVAS EFETIVAS DE BOM COMPORTAMENTO. Parágrafo único. Quando a sanção disciplinar resultar da PRÁTICA DE CRIME, o pedido de reabilitação depende também da correspondente REABILITAÇÃO CRIMINAL. III - falecer; IV - passar a exercer, em CARÁTER DEFINITIVO, atividade incompatível com a advocacia; V - perder qualquer um dos requisitos necessários para inscrição. § 1º Ocorrendo uma das hipóteses dos incisos II, III e IV, o cancelamento deve ser promovido, DE OFÍCIO, pelo conselho competente ou em virtude de comunicação por QUALQUER pessoa. § 2º Na hipótese de NOVO PEDIDO de inscrição - que NÃO RESTAURA O NÚMERO DE INSCRIÇÃO ANTERIOR - deve o interessado fazer prova dos requisitos dos incisos I (capacidade civil), V (não exercer atividade incompatível), VI (idoneidade moral) e VII (prestar novo compromisso) do art. 8º. • LICENCIAMENTO: Art. 12. I - assim o requerer, por motivo JUSTIFICADO; II - passar a exercer, em caráter TEMPORÁRIO, atividade incompatível com o exercício da advocacia; III - sofrer doença mental considerada CURÁVEL. DA SOCIEDADE DE ADVOGADOS Forma de sociedade → Art. 15, caput: Os advogados podem reunir-se em SOCIEDADE SIMPLES de prestação de serviços de advocacia ou constituir SOCIEDADE UNIPESSSOAL de advocacia, na forma disciplinada nesta Lei e no regulamento geral. (Redação dada pela Lei nº 13.247, de 2016) Personalidade Jurídica → Art. 15, §1º: A sociedade de advogados e a sociedade unipessoal de advocacia adquirem personalidade jurídica com o registro aprovado dos ESTATUTO DA OAB COMENTADO Professora Ana Paula Correia de Souza seus atos constitutivos no CONSELHO SECCIONAL DA OAB EM CUJA BASE TERRITORIAL TIVER SEDE. (Redação dada pela Lei nº 13.247, de 2016) Registro → Art. 16, §3º: É proibido o registro, nos cartórios de registro civil de pessoas jurídicas e nas juntas comerciais, de sociedade que inclua, entre outras finalidades, a atividade de advocacia. Procurações → Art. 15, §3º: As procurações devem ser outorgadas INDIVIDUALMENTE aos advogados e indicar a sociedade de que façam parte. Advogado integrante de mais de uma sociedade ou filial → Art. 15, §4º: Nenhum advogado pode integrar mais de uma sociedade de advogados, constituir mais de uma sociedade unipessoal de advocacia, ou integrar, simultaneamente, uma sociedade de advogados e uma sociedade unipessoal de advocacia, com sede ou filial na MESMA ÁREA TERRITORIA DO RESPECTIVO CONSELHO SECCIONAL. (Redação dada pela Lei nº 13.247, de 2016) Filiais → Art. 15, §5º O ato de constituição de filial deve ser averbado no registro da sociedade e arquivado no Conselho Seccional onde se instalar, ficando os sócios, inclusive o titular da sociedade unipessoal de advocacia, obrigados à inscrição suplementar. (Redação dada pela Lei nº 13.247, de 2016) Clientes com interesses opostos → Art. 15, §6º: Os advogados sócios de uma mesma sociedade profissional NÃO podem representar em juízo clientes de INTERESSES OPOSTOS. Sociedade por quotas → Art. 15, §7º: A sociedade unipessoal de advocacia pode resultar da concentração por um advogado das quotas de uma sociedade de advogados, independentemente das razões que motivaram tal concentração. (Incluído pela Lei nº 13.247, de 2016) Vedações para constituição da Sociedade → Art. 16: Não são admitidas a registro nem podem funcionar todas as espécies de sociedades de advogados que apresentem forma ou características de SOCIEDADE EMPRESÁRIA, que adotem DENOMINAÇÃO DE FANTASIA, que realizem atividades ESTRANHAS à advocacia, que incluam como sócio ou titular de sociedade unipessoal de advocacia PESSOA NÃO INSCRITA como advogado ou TOTALMENTE PROIBIDA de advogar. (Redação dada pela Lei nº 13.247, de 2016) Razão Social → Art. 16, §1º: A razão social deve ter, obrigatoriamente, o nome de, pelo menos, um advogado responsável pela sociedade, PODENDO PERMANECER ESTATUTO DA OAB COMENTADO Professora Ana Paula Correia de Souza O DE SÓCIO FALECIDO, DESDE QUE PREVISTA TAL POSSIBILIDADE NO ATO CONSTITUTIVO. - Art. 16, §4º: A denominação da sociedade unipessoal de advocacia deve ser obrigatoriamente formada pelo nome do seu titular, completo ou parcial, com a expressão ‘Sociedade Individual de Advocacia’. (Incluído pela Lei nº 13.247, de 2016) Incompatibilidade temporária do sócio → Art. 16, §2º: O licenciamento do sócio para exercer atividade incompatível com a advocacia em caráter TEMPORÁRIO deve ser averbado no registro da sociedade, não alterando sua constituição. Responsabilidade → Art. 17: Além da sociedade, o sócio e o titular da sociedade individual de advocacia respondem SUBSIDIÁRIA e ILIMITADAMENTE pelos danos causados aos clientes por ação ou omissão no exercício da advocacia, sem prejuízo da responsabilidade disciplinar em que possam incorrer. (Redação dada pela Lei nº 13.247, de 2016) DO ADVOGADO EMPREGADO Art. 18. A relação de emprego, na qualidade de advogado, não retira a isenção técnica nem reduz a independência profissional inerentes à advocacia. - Art. 25 do CED: É DEFESO ao advogado funcionar no mesmo processo, simultaneamente, como patrono e preposto do empregador ou cliente. Parágrafoúnico. O advogado empregado não está obrigado à prestação de serviços profissionais de interesse pessoal dos empregadores, fora da relação de emprego. Art. 20. A jornada de trabalho do advogado empregado, no exercício da profissão, não poderá exceder a DURAÇÃO DIÁRIA DE QUATRO HORAS CONTÍNUAS e a de vinte horas semanais, SALVO acordo ou convenção coletiva OU em caso de dedicação EXCLUSIVA. - Art. 12 do Regulamento: considera-se dedicação exclusiva o regime de trabalho que for expressamente previsto em contrato individual de trabalho. Parágrafo único. Em caso de dedicação exclusiva, serão remuneradas como extraordinárias as horas trabalhadas que excederem a jornada normal de oito horas diárias. § 1º Para efeitos deste artigo, considera-se como período de trabalho o tempo em que o advogado estiver à disposição do empregador, aguardando ou executando ordens, no seu escritório ou em atividades externas, sendo-lhe reembolsadas as despesas feitas com transporte, hospedagem e alimentação. § 2º As horas trabalhadas que EXCEDEREM A JORNADA NORMAL são remuneradas por um adicional NÃO INFERIOR A CEM POR CENTO sobre o valor da hora normal, mesmo havendo contrato escrito. ESTATUTO DA OAB COMENTADO Professora Ana Paula Correia de Souza § 3º As horas trabalhadas no período das VINTE HORAS DE UM DIA ATÉ AS CINCO HORAS do dia seguinte são remuneradas como noturnas, acrescidas do adicional de VINTE E CINCO POR CENTO. DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS A prestação de serviço profissional assegura aos inscritos na OAB o direito aos honorários convencionados, aos fixados por arbitramento judicial e aos de sucumbência. (Art. 22 do Estatuto da OAB) Art. 22. A prestação de serviço profissional assegura aos inscritos na OAB o direito aos honorários convencionados, aos fixados por arbitramento judicial e aos de sucumbência. (...) § 3º Salvo estipulação em contrário, um terço dos honorários é devido no início do serviço, outro terço até a decisão de primeira instância e o restante no final. (...) § 6º O disposto neste artigo aplica-se aos honorários assistenciais, compreendidos como os fixados em ações coletivas propostas por entidades de classe em substituição processual, sem prejuízo aos honorários convencionais. NOVO (Incluído pela Lei nº 13.725, de 2018) § 7º Os honorários convencionados com entidades de classe para atuação em substituição processual poderão prever a faculdade de indicar os beneficiários que, ao optarem por adquirir os direitos, assumirão as obrigações decorrentes do contrato originário a partir do momento em que este foi celebrado, sem a necessidade de mais formalidades. NOVO (Incluído pela Lei nº 13.725, de 2018) Elementos observados para fixação de honorários: Art. 49 do CED: - Os honorários profissionais devem ser fixados com moderação, atendidos os elementos seguintes: I - a relevância, o vulto, a complexidade e a dificuldade das questões versadas; II - o trabalho e o tempo necessários; III - a possibilidade de ficar o advogado impedido de intervir em outros casos, ou de se desavir com outros clientes ou terceiros; IV - o valor da causa, a condição econômica do cliente e o proveito para ele resultante do serviço profissional; V - o caráter da intervenção, conforme se trate de serviço a cliente avulso, habitual ou permanente; VI - o lugar da prestação dos serviços, fora ou não do domicílio do advogado; ESTATUTO DA OAB COMENTADO Professora Ana Paula Correia de Souza VII - a competência e o renome do profissional; VIII - a praxe do foro sobre trabalhos análogos. Da tabela de honorários: a) Competência: Compete privativamente ao Conselho Seccional fixar a tabela de honorários, válida para todo o território estadual (Artigo 58, inciso V, do Estatuto da OAB) b) Valores inferiores ao estabelecido na tabela: Art. 48, §5º, do CED: É vedada, em qualquer hipótese, a diminuição dos honorários contratados em decorrência da solução do litígio por qualquer mecanismo adequado de solução extrajudicial. (Novo CED). Art. 48, §6º, do CED: Deverá o advogado observar o valor mínimo da Tabela de Honorários instituída pelo respectivo Conselho Seccional onde for realizado o serviço, inclusive aquele referente às diligências, sob pena de caracterizar-se aviltamento de honorários. (Novo CED). ➔ Da advocacia pro bono: Art. 30 do CED: No exercício da advocacia pro bono, e ao atuar como defensor nomeado, conveniado ou dativo, o advogado empregará o zelo e a dedicação habituais, de forma que a parte por ele assistida se sinta amparada e confie no seu patrocínio. §1º Considera-se advocacia pro bono a prestação gratuita, eventual e voluntária de serviços jurídicos em favor de instituições sociais sem fins econômicos e aos seus assistidos, sempre que os beneficiários não dispuserem de recursos para a contratação de profissional. §2º A advocacia pro bono pode ser exercida em favor de pessoas naturais que, igualmente, não dispuserem de recursos para, sem prejuízo do próprio sustento, contratar advogado. §3º A advocacia pro bono não pode ser utilizada para fins políticopartidários ou eleitorais, nem beneficiar instituições que visem a tais objetivos, ou como instrumento de publicidade para captação de clientela. Do contrato de honorários: a) Forma: Art. 48 do CED. A prestação de serviços profissionais por advogado, individualmente ou integrado em sociedades, será contratada, PREFERENCIALMENTE, POR ESCRITO. (Novo CED). b) Cláusulas básicas: ESTATUTO DA OAB COMENTADO Professora Ana Paula Correia de Souza Art. 48, §1º do CED: O contrato de prestação de serviços de advocacia não exige forma especial, devendo estabelecer, porém, com clareza e precisão, o seu objeto, os honorários ajustados, a forma de pagamento, a extensão do patrocínio, esclarecendo se este abrangerá todos os atos do processo ou limitar-se-á a determinado grau de jurisdição, além de dispor sobre a hipótese de a causa encerrar-se mediante transação ou acordo. (Novo CED). c) Despesas extras: Art. 48, §3º do CED: O contrato de prestação de serviços poderá dispor sobre a forma de contratação de profissionais para serviços auxiliares, bem como sobre o pagamento de custas e emolumentos, os quais, na ausência de disposição em contrário, presumem-se devam ser atendidos pelo cliente. Caso o contrato preveja que o advogado antecipe tais despesas, ser-lhe-á lícito reter o respectivo valor atualizado, no ato de prestação de contas, mediante comprovação documental. (Novo CED). d) Cláusulas quota litis: Art. 50 do CED: Na hipótese da adoção de CLÁUSULA QUOTA LITIS, os honorários devem ser NECESSARIAMENTE REPRESENTADOS POR PECÚNIA e, quando acrescidos dos de honorários da sucumbência, não podem ser superiores às vantagens advindas em favor do constituinte ou do cliente. Formas de pagamento dos honorários: a) Recebimento de bens do cliente como pagamento: Art. 50, §1º, do CED: A participação do advogado em BENS PARTICULARES do cliente só é admitida em caráter EXCEPCIONAL, quando esse, comprovadamente, NÃO tiver condições pecuniárias de satisfazer o débito de honorários e ajustar com o seu patrono, em INSTRUMENTO CONTRATUAL, tal forma de pagamento. b) Cartão de crédito: Art. 53. É lícito ao advogado ou à sociedade de advogados empregar, para o recebimento de honorários, sistema de cartão de crédito, mediante credenciamento junto a empresa operadora do ramo. (Novo CED). c) Vedação de Título de crédito de natureza mercantil:Art. 52, do CED: O crédito por honorários advocatícios, seja do advogado autônomo, seja de sociedade de advogados, não autoriza o saque de duplicatas ou qualquer outro título de crédito de natureza mercantil, podendo, apenas, ser emitida fatura, quando o cliente assim pretender, com fundamento no contrato de prestação de serviços, a qual, porém, não poderá ser levada a protesto. d) Protesto: ESTATUTO DA OAB COMENTADO Professora Ana Paula Correia de Souza Art. 52, parágrafo único, do CED: Pode, todavia, ser levado a protesto o cheque ou a nota promissória emitido pelo cliente em favor do advogado, depois de frustrada a tentativa de recebimento amigável. (Novo CED). Falta de fixação de honorários sucumbenciais: Na falta de estipulação ou de acordo, os honorários são fixados por ARBITRAMENTO JUDICIAL, em remuneração compatível com o trabalho e o valor econômico da questão, não podendo ser inferiores aos estabelecidos na tabela organizada pelo Conselho Seccional da OAB. (Art. 22, §2º, do Estatuto da OAB) Nomeação Ad hoc ou advogado dativo: O advogado, quando indicado para patrocinar causa de juridicamente necessitado, no caso de impossibilidade da Defensoria Pública no local da prestação de serviço, TEM DIREITO AOS HONORÁRIOS FIXADOS AOS HONORÁRIOS FIXADOS PELO JUIZ, segundo tabela organizada pelo Conselho Seccional da OAB, e PAGOS PELO ESTADO. (Art. 22, § 1º, do Estatuto da OAB) Da execução dos honorários: A execução dos honorários pode ser promovida nos mesmos autos da ação em que tenha atuado o advogado, se assim lhe convier. (Art. 24, § 1º, do Estatuto da OAB) a) Execução autônoma: Os honorários incluídos na condenação, por arbitramento ou sucumbência, pertencem ao advogado, tendo este direito autônomo para executar a sentença nesta parte, podendo requerer que o precatório, quando necessário, seja expedido em seu favor. (Art. 23 do Estatuto da OAB) Art. 48, §7º do CED: O advogado promoverá, preferentemente, de forma destacada a execução dos honorários contratuais ou sucumbenciais. (Novo CED). Art. 51 do CED: Os honorários da sucumbência e os honorários contratuais, pertencendo ao advogado que houver atuado na causa, poderão ser por ele executados, assistindo-lhe direito autônomo para promover a execução do capítulo da sentença que os estabelecer ou para postular, quando for o caso, a expedição de precatório ou requisição de pequeno valor em seu favor. b) Honorários Sucumbenciais: Art. 24, §3º, do Estatuto da OAB: É nula qualquer disposição, cláusula, regulamento ou convenção individual ou coletiva que retire do advogado o direito ao recebimento dos honorários de sucumbência. ADI 1194 (o advogado da parte ESTATUTO DA OAB COMENTADO Professora Ana Paula Correia de Souza vencedora poderá negociar a verba honorária da sucumbência com seu constituinte.) Art. 51, §1º, do CED: No caso de substabelecimento, a verba correspondente aos honorários da sucumbência será repartida entre o substabelecente e o substabelecido, proporcionalmente à atuação de cada um no processo ou conforme haja sido entre eles ajustado. (Novo CED). Art. 51, §2º, do CED: Quando for o caso, a Ordem dos Advogados do Brasil ou os seus Tribunais de Ética e Disciplina poderão ser solicitados a indicar mediador que contribua no sentido de que a distribuição dos honorários da sucumbência, entre advogados, se faça segundo o critério estabelecido no § 1º. (Novo CED). Art. 51, §3º, do CED: Nos processos disciplinares que envolverem divergência sobre a percepção de honorários da sucumbência, entre advogados, deverá ser tentada a conciliação destes, preliminarmente, pelo relator. (Novo CED). Art. 24, §2º, do Estatuto da OAB: Na hipótese de falecimento ou incapacidade civil do advogado, os honorários de sucumbência, proporcionais ao trabalho realizado, são recebidos por seus sucessores ou representantes legais. Art. 21 do Estatuto da OAB: Nas causas em que for parte o empregador, ou pessoa por este representada, os honorários de sucumbência são devidos aos advogados empregados. Parágrafo único. Os honorários de sucumbência, percebidos por advogado empregado de sociedade de advogados são partilhados entre ele e a empregadora, na forma estabelecida em acordo. c) Compensação de valores: Se o advogado fizer juntar aos autos o seu contrato de honorários antes de expedir- se o mandado de levantamento ou precatório, o juiz deve determinar que lhe sejam pagos diretamente, por dedução da quantia a ser recebida pelo constituinte, salvo se este provar que já os pagou (Art. 22 §4º, do Estatuto da OAB). Art. 48, §2º do CED: A compensação de créditos, pelo advogado, de importâncias devidas ao cliente, somente será admissível quando o contrato de prestação de serviços a autorizar ou quando houver autorização especial do cliente para esse fim, por este firmada. (Novo CED). d) Ordem de credores: A decisão judicial que fixar ou arbitrar honorários e o contrato escrito que os estipular são títulos executivos e constituem crédito privilegiado na falência, concordata, ESTATUTO DA OAB COMENTADO Professora Ana Paula Correia de Souza concurso de credores, insolvência civil e liquidação extrajudicial. (Art. 24, do Estatuto da OAB). e) Cobrança judicial: Art. 54 do CED. Havendo necessidade de promover arbitramento ou cobrança judicial de honorários, deve o advogado renunciar previamente ao mandato que recebera do cliente em débito. Do prazo prescricional: a) Ação de cobrança de honorários - Art. 25, do Estatuto da OAB: Prescreve em CINCO ANOS a ação de cobrança de honorários de advogado, contado o prazo: I - do vencimento do contrato, se houver; II - do trânsito em julgado da decisão que os fixar; III - da ultimação do serviço extrajudicial; IV - da desistência ou transação; V - da renúncia ou revogação do mandato. b) Ação de prestação de contas ao cliente - Art. 25-A, do Estatuto da OAB: Prescreve em cinco anos a ação de prestação de contas pelas quantias recebidas pelo advogado de seu cliente, ou de terceiros por conta dele (art. 34, XXI). DA ÉTICA DO ADVOGADO Art. 32. Parágrafo único. Em caso de lide temerária, o advogado será SOLIDARIAMENTE (≠ subsidiária) responsável com seu cliente, desde que coligado com este para lesar a parte contrária, o que será apurado em ação própria. DA PUBLICIDADE Art. 39 do CED: A publicidade profissional do advogado tem CARÁTER MERAMETE INOFRMATIVOA e deve primar pela DISCRIÇÃO E SOBRIEDADE, não podendo configurar captação de clientela ou mercantilização da profissão. - O que deve conter no anúncio? O nome completo do advogado ou da sociedade de advogados e o número da inscrição na OAB (art. 44, caput, do CED). - O que pode conter no anúncio? Títulos acadêmicos do advogado e as distinções honoríficas relacionadas à vida profissional, bem como as instituições jurídicas de que faça parte, e as especialidades a que se dedicar, o endereço, e-mail, site, página ESTATUTO DA OAB COMENTADO Professora Ana Paula Correia de Souza eletrônica, QR code, logotipo e a fotografia do escritório, o horário de atendimento e os idiomas em que o cliente poderá ser atendido (art. 44, §1º, do CED). - É vedada a participação do advogado em programas de rádio e televisão? Não, desde que tenha como objetivos exclusivamente ilustrativos, educacionais e instrutivos, sem propósito de promoção pessoal ou profissional, vedados pronunciamentos sobre métodos de trabalho usados por seus colegas de profissão (Art.43, caput, do CED). Obs.: Quando convidado para manifestação pública, por qualquer modo e forma, visando ao esclarecimento de tema jurídico de interesse geral, deve o advogado evitar insinuações com o sentido de promoção pessoal ou profissional, bem como o debate de caráter sensacionalista. (Art. 43, parágrafo único, do CED). - O que é vedado? - Art. 40 do CED. Os meios utilizados para a publicidade profissional hão de ser compatíveis com a diretriz estabelecida no artigo anterior, sendo vedados: (Novo CED) I - a veiculação da publicidade por meio de rádio, cinema e televisão; II - o uso de outdoors, painéis luminosos ou formas assemelhadas de publicidade; III - as inscrições em muros, paredes, veículos, elevadores ou em qualquer espaço público; IV - a divulgação de serviços de advocacia juntamente com a de outras atividades ou a indicação de vínculos entre uns e outras; V - o fornecimento de dados de contato, como endereço e telefone, em colunas ou artigos literários, culturais, acadêmicos ou jurídicos, publicados na imprensa, bem assim quando de eventual participação em programas de rádio ou televisão, ou em veiculação de matérias pela internet, sendo permitida a referência a e-mail; VI - a utilização de mala direta, a distribuição de panfletos ou formas assemelhadas de publicidade, com o intuito de captação de clientela. - Art. 42 do CED: É vedado ao advogado: (Novo CED) I - responder com habitualidade a consulta sobre matéria jurídica, nos meios de comunicação social; II - debater, em qualquer meio de comunicação, causa sob o patrocínio de outro advogado; III - abordar tema de modo a comprometer a dignidade da profissão e da instituição que o congrega; ESTATUTO DA OAB COMENTADO Professora Ana Paula Correia de Souza IV – divulgar ou deixar que sejam divulgadas listas de clientes e demandas; V - insinuar-se para reportagens e declarações públicas. - Art. 44, §2º do CED: É vedada a inclusão de fotografias pessoais ou de terceiros nos cartões de visitas do advogado, bem como menção a qualquer emprego, cargo ou função ocupado, atual ou pretérito, em qualquer órgão ou instituição, salvo o de professor universitário. (Novo CED) - O que é permitido? - Art. 40, parágrafo único do CED: Exclusivamente para fins de identificação dos escritórios de advocacia, é permitida a utilização de placas, painéis luminosos e inscrições em suas fachadas, desde que respeitadas as diretrizes previstas no artigo 39. (Novo CED) - Art. 45 do CED: São admissíveis como formas de publicidade o patrocínio de eventos ou publicações de caráter científico ou cultural, assim como a divulgação de boletins, por meio físico ou eletrônico, sobre matéria cultural de interesse dos advogados, desde que sua circulação fique adstrita a clientes e a interessados do meio jurídico. (Novo CED) - Art. 46, parágrafo único, do CED: A telefonia e a internet podem ser utilizadas como veículo de publicidade, inclusive para o envio de mensagens a destinatários certos, desde que estas não impliquem o oferecimento de serviços ou representem forma de captação de clientela. (Novo CED) Obs.: As colunas que o advogado mantiver nos meios de comunicação social ou os textos que por meio deles divulgar não deverão induzir o leitor a litigar nem promover, dessa forma, captação de clientela. (Art. 41 do CED). (Novo CED). DAS INFRAÇÕES E SANÇÕES DISCIPLINARES Art. 34. Constitui infração disciplinar: I - exercer a profissão, quando impedido de fazê-lo, ou facilitar, por qualquer meio, o seu exercício aos não inscritos, proibidos ou impedidos; II - manter sociedade profissional fora das normas e preceitos estabelecidos nesta lei; III - valer-se de agenciador de causas, mediante participação nos honorários a receber; IV - angariar ou captar causas, com ou sem a intervenção de terceiros; Consiste na infração através da qual o advogado utiliza-se de quaisquer meio para angariar ou captar clientes, com ou sem a intervenção de terceiro. ESTATUTO DA OAB COMENTADO Professora Ana Paula Correia de Souza Significa que o profissional não pode oferecer seus serviços como se fosse uma mercadoria. A publicidade deve ser exercida com certa moderação. Observar-se-á, para o exercício moderado da publicidade o disposto no Código de Ética e Disciplina da OAB, especialmente no capítulo IV, intitulado "Da publicidade". Assim, não é admissível nenhuma forma de captação de clientela. A título exemplificativo, têm-se algumas ementas do Tribunal de Ética e Disciplina, retiradas do site da OAB – SP, relacionadas com esse tipo de infração: PUBLICIDADE – MATÉRIA JORNALÍSTICA – ADVOCACIA GRATUITA – IMODERAÇÃO – CAPTAÇÃO, MERCANTILIZAÇÃO E CONCORRÊNCIA DESLEAL – ANÚNCIO E PRÁTICA CONJUNTA COM OUTRAS PROFISSÕES COM QUEBRA DO SIGILO PROFISSIONAL - INFRAÇÃO DISCIPLINAR. Escritório de advocacia não deve incentivar e permitir que matéria jornalística informe e exalte seu trabalho, principalmente com a menção de consultas gratuitas para empresários, com clara insinuação a possíveis clientes. A situação caracteriza mercantilização, captação e concorrência desleal, além de exercício da advocacia em conjunto com outras profissões, com graves riscos ao princípio do sigilo profissional. Registre-se e elogie-se a conduta do acadêmico de Direito que apresentou a dúvida, revelando a prática de infrações estatutárias e éticas por quem deveria ser exemplo de austeridade. Remessa dos autos às Turmas Disciplinares para conhecimento e abertura do devido processo disciplinar. (Proc. E-2.702/03 – v.u. em 20/03/03 do parecer e ementa do Rel. Dr. JOÃO TEIXEIRA GRANDE – Rev. Dr. LAFAYETTE POZZOLI – Presidente Dr. ROBISON BARONI). PUBLICIDADE IMODERADA POR SOCIEDADE DE ADVOGADOS PROMOVIDA ATRAVÉS DE DEPOIMENTOS E FOTOS DE CLIENTES - INFRINGÊNCIA AOS DISPOSITIVOS ÉTICOS VIGENTES - REMESSA AS TURMAS DISCIPLINARES PARA APURAÇÃO E APENAMENTO. Sociedade de Advogados que promove a publicidade de suas atividades excedendo os parâmetros de discrição e moderação impostos pelo Código de Ética e Disciplina, e interpretados reiteradamente por este Sodalício, além da censura protocolar cabível, enseja a apuração e apenamento devidos. As regras éticas têm como fundamento maior o zelo pelo interesse de toda a classe advocatícia, pelo que se impõem à objetividade normativa e o seu cumprimento. Infringência lamentável subestimando a eficácia desta normatividade, determinando a apuração e penalidades legais (CED, arts. 28 a 34 e 48). (Proc. E-2.077/00 - v.u. em 13/04/00 do parecer e ementa da Rel.ª Dr.ª MARIA CRISTINA ZUCCHI - Rev. Dr. LICÍNIO DOS SANTOS SILVA FILHO - Presidente Dr. ROBISON BARONI). PUBLICIDADE – MALA DIRETA – PANFLETAGEM ENCARTADA EM JORNAL – DENÚNCIA DE CASO CONCRETO – REMESSA AS TURMAS DISCIPLINARES. ESTATUTO DA OAB COMENTADO Professora Ana Paula Correia de Souza V - assinar qualquer escrito destinado a processo judicial ou para fim extrajudicial que não tenha feito, ou em que não tenha colaborado; VI - advogar contra literal disposição de lei, presumindo-se a boa-fé quando fundamentado na inconstitucionalidade, na injustiça da lei ou em pronunciamento judicial anterior; O advogado que postular contra orientação pacífica dos tribunais sobre determinada matéria, sem advertir o seu cliente do insucesso na causa, recebendo honorários. É importante ressaltar que quando o profissional da advocacia age com boafé no combate a lei que considera manifestamente inconstitucional ou injusta, não se configura a infração, de maneiraque a busca da Justiça é a razão maior da atividade advocatícia. VII - violar, sem justa causa, sigilo profissional; Pune-se o advogado que viola o sigilo, sem justa causa, ou seja, sem a devida autorização do seu cliente, ou quando não autorizado, deve proteger interesses relevantes. Remetendo-se ao Código de Ética e Disciplina, encontramos os interesses considerados relevantes que implicam na quebra do sigilo: grave ameaça ao direito à vida; grave ameaça à honra ao próprio advogado ou à terceiro; quando o advogado se veja afrontado pelo próprio cliente e, em defesa própria, tenha que revelar o segredo, dentro dos limites necessários à defesa (arts. 25 a 27). PROCESSO DISCIPLINAR – SIGILO – CÓPIAS E / OU CERTIDÕES – JUNTADA – RESTRIÇÕES. A regra do § 2o. do art. 72 do EAOAB deve ser entendida como não limitando o sigilo ali referido à fase de tramitação do processo, mas, antes, de observar até mesmo após o seu encerramento. Questões disciplinares entre advogados, processados e julgados pela OAB, constituem matéria interna corporis, vedado seu acesso, divulgação ou conhecimento, salvo às partes envolvidas e seus defensores. A OAB presta serviço público sem que isso a confunda com órgão público, não estando, por isso, obrigada a fornecer documentação de assuntos internos, máxime sobre os que têm competência exclusiva, como é o caso da tutela disciplinar. O sigilo do processo e a negativa de informações decorrem não só do § 2o. citado, mas encontram eco no inciso X do art. 5o. da Constituição Federal, na defesa da honra e, por extensão, no resguardo da honorabilidade e segurança de toda a classe de advogados. (Proc. E-2.370/01 – v.u. em 21/06/01 do parecer e ementa do Rel. Dr. ERNESTO LOPES RAMOS – Rev. ª Dr. ª ROSELI PRÍNCIPE THOMÉ – Presidente Dr. ROBISON BARONI). VIII - estabelecer entendimento com a parte adversa sem autorização do cliente ou ciência do advogado contrário; IX - prejudicar, por culpa grave, interesse confiado ao seu patrocínio; Consiste no prejuízo causado ao interesse do cliente, desde que causado por culpa grave, ou seja, com negligência extraordinária, que se aproxima do ESTATUTO DA OAB COMENTADO Professora Ana Paula Correia de Souza dolo, não se confundindo com ele por faltar à intenção de prejudicar. Um exemplo é a perda do prazo para contestar ou recorrer. X - acarretar, conscientemente, por ato próprio, a anulação ou a nulidade do processo em que funcione; XI - abandonar a causa sem justo motivo ou antes de decorridos dez dias da comunicação da renúncia; XII - recusar-se a prestar, sem justo motivo, assistência jurídica, quando nomeado em virtude de impossibilidade da Defensoria Pública; XIII - fazer publicar na imprensa, desnecessária e habitualmente, alegações forenses ou relativas a causas pendentes; Consiste em especificação do inciso IV, que dispõe sobre a captação de clientela. Exige habitualidade e não configuração de interesse público. XIV - deturpar o teor de dispositivo de lei, de citação doutrinária ou de julgado, bem como de depoimentos, documentos e alegações da parte contrária, para confundir o adversário ou iludir o juiz da causa; XV - fazer, em nome do constituinte, sem autorização escrita deste, imputação a terceiro de fato definido como crime; XVI - deixar de cumprir, no prazo estabelecido, determinação emanada do órgão ou de autoridade da Ordem, em matéria da competência desta, depois de regularmente notificado; XVII - prestar concurso a clientes ou a terceiros para realização de ato contrário à lei ou destinado a fraudá-la; XVIII - solicitar ou receber de constituinte qualquer importância para aplicação ilícita ou desonesta; XIX - receber valores, da parte contrária ou de terceiro, relacionados com o objeto do mandato, sem expressa autorização do constituinte; XX - locupletar-se, por qualquer forma, à custa do cliente ou da parte adversa, por si ou interposta pessoa; Locupletamento consiste no enriquecimento ou benefício indevido do profissional, que se dá nas seguintes hipóteses, dentre outras: quando obtém proveito desproporcional com os serviços prestados; com a cobrança de honorários abusivos; quando participa vantajosamente no resultado patrimonial do caso; obtendo vantagens excedentes do contrato de honorários; quando se apropria de bens ou valores que seriam destinados ao cliente; e quando recebe honorários do cliente para promover a ação e não a promove. XXI - recusar-se, injustificadamente, a prestar contas ao cliente de quantias recebidas dele ou de terceiros por conta dele; A prestação de contas tardia e motivada pela representação disciplinar faz desaparecer o débito, mas não a falta disciplinar. XXII - reter, abusivamente, ou extraviar autos recebidos com vista ou em confiança; ESTATUTO DA OAB COMENTADO Professora Ana Paula Correia de Souza A retenção ocorre quando o advogado excede o prazo para devolução dos autos, excetuando-se nos casos de caso fortuito e força maior. Há o requisito da abusividade para que exista retenção, ou seja, deve o advogado ter a intenção de obter vantagem, de tirar proveito indevido. Também no extravio há de ser provada a intenção do agente, devendo este ter procedido culposamente. Para tanto serão analisadas as circunstâncias de cada caso concreto. A retenção abusiva pode se configurar em crime previsto no art. 356 do Código Penal ("inutilizar, total ou parcialmente, ou deixar de restituir autos, documento ou objeto de valor probatório, que recebeu na qualidade de advogado ou procurador: pena – detenção, de seis meses a três anos, e multa"). Para que seja configurado o delito faz-se necessária a retenção além do prazo legal e que o advogado não atenda a intimação judicial para devolução do caderno processual. XXIII - deixar de pagar as contribuições, multas e preços de serviços devidos à OAB, depois de regularmente notificado a fazê-lo; XXIV - incidir em erros reiterados que evidenciem inépcia profissional; Trata-se da hipótese em que o advogado demonstra falta de conhecimento mediano para a atuação profissional ou do idioma pátrio. Seriam erros grosseiros de linguagem ou decursos desarticulados. Deve existir a reiteração para se configurar a infração, podendo estar presente numa mesma peça processual. A suspensão perdurará até que o advogado seja aprovado em exames de habilitação aplicados pela OAB, que envolvem técnica jurídica e linguagem. XXV - manter conduta incompatível com a advocacia; Será incompatível toda conduta que reflita prejudicialmente na reputação e na dignidade da classe profissional - Parágrafo único. Inclui-se na conduta incompatível: a) prática reiterada de jogo de azar, não autorizado por lei; b) incontinência pública e escandalosa; c) embriaguez ou toxicomania habituais. XXVI - fazer falsa prova de qualquer dos requisitos para inscrição na OAB; XXVII - tornar-se moralmente inidôneo para o exercício da advocacia; XXVIII - praticar crime infamante; XXIX - praticar, o estagiário, ato excedente de sua habilitação. Art. 35. As sanções disciplinares consistem em: I – censura (Art. 36); - Art. 36, pg. único: A censura pode ser convertida em ADVERTÊNCIA, ESTATUTO DA OAB COMENTADO Professora Ana Paula Correia de Souza em ofício reservado, sem registro nos assentamentos do inscrito, quando presente CIRCUNSTÂNCIA ATENUANTE (Art. 40 - rol exemplificativo). DIFERENÇA: CENSURA ADVERTÊNCIA Publicidade NÃO NÃO Registro SIM NÃO Forma ESCRITA ORAL II – suspensão (Art. 37); - Art. 37, §1º A suspensão acarreta
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