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Ciências Biomédicas, Turma 3 Dezembro 2017 BIOLOGIA MOLECULAR E CELULAR IMUNOCITOQUÍMICA Identificação do citoesqueleto de células em cultura Trabalho realizado por: Docentes: Ana Beatriz Ribeiro – a26445 Carla Pinto Luís Coelho – a23111 Graça Casal Vanessa Santos – a26526 Justine Karam – a26305 2 Índice Imunocitoquímica ................................................................................................................................ 4 Cultura celular .......................................................................................................................................... 6 Microscopia .............................................................................................................................................. 7 Citoesqueleto...........................................................................................................................................9 Materiais e reagentes.............................................................................................................................10 Métodos.................................................................................................................................................12 Resultados/Discussão.............................................................................................................................14 Bibliografia.............................................................................................................................................15 3 Sumário Este relatório tem como objetivo expor os princípios gerais da imunocitoquímica e da microscopia de fluorescência convencional para identificação do citoesqueleto em células de cultura, bem como adquirir um conhecimento mais vasto sobre a deteção de proteínas recorrendo ao manuseamento de anticorpos específicos e saber avaliar ou expressar uma conclusão relativamente aos diferentes aspetos e dinâmicas que os microtúbulos apresentam e reorganização a nível do ciclo celular. Assim, ao longo do mesmo serão abordados conceitos como cultura de células, vantagens e desvantagens da mesma, incluindo tipos de culturas, citoesqueleto e microtúbulos. Será também feita uma comparação entre o microscópio ótico (microscopia de luz) e o microscópio de fluorescência, dando especial ênfase a este último por ter sido o usado no trabalho. Terminaremos com discussão dos resultados observados. 4 Imunocitoquímica O que é? A técnica de Imunocitoquímica é a aplicação de métodos e técnicas imunológicas ao estudo de células e tecidos. Esta técnica baseia-se numa reação antigénio-anticorpo. A análise em imunocitoquímica é feita em culturas de células ou células com a matriz extracelular removida. Para a identificação de uma proteína (antigénio) especifica, um determinado anticorpo reconhecerá um determinado domínio. Os anticorpos usados podem estar acoplados a uma enzima e o sinal ser revelado pela microscopia de luz ou acoplados a um fluorocromo e, neste caso, o sinal é observado recorrendo a um microscópio de fluorescência (caso dos anticorpos usados no trabalho). Existem anticorpos monoclonais, quando se produz apenas um tipo de anticorpo contra apenas uma região do antigénio, sendo estes os anticorpos mais específicos e anticorpos policlonais, quando temos anticorpos diferentes para uma mesma proteína e que se ligam a diferentes zonas da mesma. Figura 1 – Anticorpos monoclonais Figura 2 – Anticorpos policlonais Anticorpo Uma única zona de ligação Múltiplas zonas de ligação 5 Cultura celular O que é? Conjunto de técnicas que permitem cultivar ou manter células isoladas fora do organismo onde existem, mantendo as caraterísticas próprias. Podem fazer-se culturas a partir de tecidos humanos, animais e vegetais. A cultura de tecidos implica a prévia desagregação (mecânica ou enzimática) do tecido original e em que as células são cultivadas numa camada aderente, num substrato sólido ou em suspensão em meio de cultura. 6 Cultura celular Vantagens ü Possibilidade de estudar fenómenos, inacessíveis em tecidos intactos; ü Controlo das condições ambientais; ü Obtenção de células com boa homogeneidade e bem caraterizadas; ü Economia de reagentes, tempo, etc.; ü Conhecimento de comportamento e função de uma população isolada de células. Desvantagens v Gasto elevado de material; v Condição de crescimento da cultura; v Instabilidade de cultura celular; v Perda de caraterísticas; v Dificuldade de extrapolação para o modelo de organismo intacto. Limitações Ø Necessidade de operadores experientes; Ø Perda de caraterísticas fenotípicas; Ø Necessidade do uso de marcadores devido à perda de caraterísticas fenotípicas; Ø Instabilidade das células. 7 Microscopia De luz O microscópio ótico ou de luz é constituído por uma fonte de luz visível que é capaz de atravessar uma amostra e a imagem é captada/ampliada por um sistema de lentes. Figura 3 – Microscópio ótico 8 Microscopia De fluorescência O microscópio de fluorescência é utilizado na observação de células vivas que apresentam proteínas/substâncias fluorescentes ou que através de uma adição de substâncias marcadas com fluorocromos possibilitam obter uma imagem que é o resultado de uma emissão secundária das moléculas fluorescentes. A utilização de filtros permite isolar diferentes comprimentos de onda emitidos, baseando-se assim a microscopia de fluorescência na propriedade que algumas substâncias possuem de emitirem fluorescência após absorverem energia ultravioleta. Figura 4 – Microscópio de fluorescência 9 Citoesqueleto Microtúbulos O citoesqueleto é uma rede dinâmica, interdependente e altamente complexa de sistemas de filamentos de natureza proteica. Nas células eucariotas distinguem-se como exemplo desses sistemas de filamentos de natureza proteica os microtúbulos, os microfilamentos e os filamentos intermédios, mas daremos especial ênfase aos microtúbulos pois foram os que observámos em células quer na interfase quer na fase mitótica, no microscópio de fluorescência. Os microtúbulos são estruturas tubulares com cerca de 25nm de diâmetro, constituídos pela polimerização de um heterodímero de tubulina alfa e tubulina ß, originando uma parede constituída por 13 proto filamentos alinhados longitudinalmente. Apresentam duas extremidades, extremidade [+] e extremidade [-], onde as extremidades [+] apontam para a periferia celular e as [-] partem do centro organizador de microtúbulos (MTOC), que corresponde ao centrossoma. O centrossoma encontra-se adjacente ao núcleo, perto do centro das células interfásicas. O estudo de microtúbulos in vitro a partir de tubulina purificada levou à identificação das MAPs (proteínas de microtúbulos associados), que tanto têm um papel estrutural como de proteínas motoras,em que as cinesinas possibilitam o movimento em direção à extremidade [+] e as dineínas citoplasmáticas em direção à extremidade [-]. Adicionadas a soluções purificadas de tubulina, a maioria das MAPs baixam a concentração crítica necessária à formação dos microtúbulos, favorecem o seu crescimento e diminuem a sua taxa de dissociação. Os microtúbulos e as suas proteínas associadas estão envolvidos em fenómenos essenciais ao correto funcionamento celular, caso do tráfego intracitoplasmático de vesiculas e organitos durante a interfase, na construção do fuso mitótico e movimentação dos cromossomas no mesmo, das propriedades migratórias das células e da criação e manutenção de domínios intracitoplasmáticos diferenciados. 10 Materiais e reagentes Materiais utilizados q Lamela com 6 poços; q Paraformaldeído (PFA) a 2%; q PBS (phosphate bovine sérum – Solução salina tamponada com fosfato); q 0,1% Triton-100; q Pinça; q Parafilme; q FBS (fetal bovine sérum) q Pipeta automática; q Papel de alumínio; q Caixa de cultura; q Falcon; q Anticorpo (mouse anti-α tubulina); q Anticorpo (anti mouse 488nm ); q Fluoresceína; q Vectashield; q DAPI; q Microscópio de fluorescência; q Filtro para a fluoresceína; q Cultura de células (humanas) – HeLa. Figura 5 – Pipeta automática Figura 6 - Falcon 11 Métodos Método direto Procedimento em que existe incubação direta das células com anticorpos conjugados com marcadores fluorescentes. Este método tem como desvantagem a pouca amplificação do sinal. Figura 5 – Método direto 12 Métodos Método indireto Inicialmente, incubam-se as células ou as secções do material com anticorpos primários não marcados, produzidos num dado animal X. Posteriormente, incuba-se o material com anticorpos secundários marcados, produzidos noutro animal Y. Este método é mais sensível na deteção de antigénios na medida em que o anti corpo secundário amplifica o resultado final, fazendo com que a marcação seja mais intensa e, automaticamente, mais fácil a sua deteção ao microscópio de fluorescência. Figura 6 – Método indireto 13 Resultados / Discussão Os microtúbulos, quando vistos ao microscópio de fluorescência, apresentam-se marcados de verde fluorescente. O DNA, por sua vez, apresenta-se de azul. Figura 7 –Microtúbulos e DNA em microscopia de fluorescência Levaram-se células de HeLa a observar ao microscópio de fluorescência e que, através da técnica de imunofluorescência indireta, nos foi possível identificar algumas células em interfase e outras nas fases da mitose, respetivamente a fase de prófase, de metáfase e de anáfase e de telófase. Numa primeira visualização, observaram-se em células em interfase, como apresentamos a seguir: Figura 8 – Célula em interfase em microscopia de fluorescência 14 Seguidamente, observaram-se células em vários estadios da mitose, respetivamente em profase, metafase, anafase e telofase, como se pode verificar nos acetatos. Figura 9 – Célula em prófase em microscopia de fluorescência Figura 10 – Célula em metáfase em microscopia de fluorescência Figura 11 – Célula em anáfase em microscopia de fluorescência Figura 12 – Célula em telófase em microscopia de fluorescência 15 Bibliografia Azevedo C.; Sunkel C.; Biologia Celular e Molecular, Nº 5, pp. (287-299) http://www.academia.edu/6550387/Princ%C3%ADpios_b%C3%A1sicos_de_Imunocitoqu%C3%ADmica http://knoow.net/cienciasexactas/quimica/imunocitoquimica/ https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3201116/ https://www.thermofisher.com/us/en/home/references/newsletters-and-journals/bioprobes-journal-of-cell-biology- applications/bioprobes-issues-2011/bioprobes-66-october-2011/guide-to-immunocytochemistry.html https://www.proteinatlas.org/learn/method/immunocytochemistry https://www.usbio.net/protocols/immunocytochemistry https://www.innovabiosciences.com/blog/immunofluorescence-immunocytochemistry/ http://www.abcam.com/secondary-antibodies/direct-vs-indirect-immunofluorescence https://biotium.com/support/tech-tips/tech-tip-combined-direct-and-indirect-immunofluorescence-using-primary- antibodies-from-the-same-host/ http://www.microscopemaster.com/immunofluorescence-microscopy.html https://elearning.cespu.pt/ensino/pluginfile.php/202659/mod_resource/content/1/PL9%20BMC%20- %20Imunocitoqu%C3%ADmica.pdf https://www.passeidireto.com/arquivo/18484611/trabalho-tecnicas-citoquimicas-e-imunocitoquimicas https://pt.slideshare.net/labimuno/imunohistoquimica https://pathologika.com/imuno-histoquimica/metodos-imunohistoquimicos/